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VIVER MELHOR NA TERRA

SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA


A.E. -
- Distinguir saúde de qualidade de vida, segundo a Organização Mundial de Saúde.
- Caracterizar as principais doenças provocadas pela ação de agentes patogénicos mais
frequentes.
- Relacionar as consequências do uso indevido de antibióticos com o aumento da
resistência bacteriana.
- Caracterizar, sumariamente, as principais doenças não transmissíveis, indicando a
prevalência dos fatores de risco associados.
- Interpretar informação sobre os determinantes do nível de saúde individual e
comunitária, analisando a sua importância na qualidade de vida de uma população.
- Explicar o modo como as "culturas de risco" podem condicionar as medidas de
capacitação das pessoas, pondo em causa a promoção da saúde.
- Analisar criticamente estratégias de atuação na promoção da saúde individual,
familiar e comunitária, partindo de questões enquadradas em problemáticas locais,
regionais ou nacionais.

1.1- IMPORTÂNCIA DA SAÚDE NA QUALIDADE DE VIDA


O que se entende por saúde e qualidade de vida.

Saúde (O.M.S.) - Estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a
ausência de doenças ou enfermidades.

Qualidade de vida (O.M.S.) - Pressupõe a existência de Saúde e satisfação de


necessidades básicas (alimentação, habitação, higiene, bem-estar) padronizadas para o
meio / sociedade em que se insere.

Avaliação da qualidade de vida

A qualidade de vida pode ser avaliada segundo os domínios:

 Biológico: relacionado com a condição física.


 Psicológico: relacionado com a realização pessoal e profissional, autoestima e as
relações com os outros.
 Cultural: relacionado com os hábitos e os valores culturais e religiosos.
 Económico: relacionado com a capacidade económica do indivíduo que permite
assegurar a satisfação das necessidades básicas de sobrevivência.
1.2 - ESTRATÉGIAS DE PROMOÇÃO DA SAÚDE

Fatores que determinam a ausência de saúde

 Agentes físicos
o Clima, exposição a radiações, ruído…

 Agentes químicos
o Produtos químicos que contaminam o ar, as águas e os solos.

 Agentes Biológicos
o Seres vivos (bactérias, vírus(S.V. (?)), fungos, protozoários, etc.) ou
substâncias produzidas por estes (toxinas) que causam qualquer tipo de
infeção, alergia ou toxicidade ao organismo humano.

Principais doenças provocadas pela ação de agentes patogénicos.

Doenças virais - Covid, gripe, SIDA, Dengue, Febre amarela, Hepatite, Herpes,
Poliomielite , Raiva, Rubéola, Sarampo, Varíola.

Doenças por bactérias - Infecção urinária, Meningite, Clamídia, Gonorreia, Sífilis,


Hanseníase (lepra), Tosse convulsa, Tuberculose.

Doenças por fungos - Candidíase, tinha, micoses, “pé de atleta”, mucormicose (fungo
preto, ex. do centeio).

Doenças por protozoários - Malária, toxoplasmose (gatos. Perigo nas grávidas),


leishmaniose, tricomoníase (semelhante a infeções urinárias), doença de Chagas,
giardíase.

Uso indevido de antibióticos

Os antibióticos combatem fundamentalmente microrganismos. Destes, as bactérias


revelam grande capacidade de se adaptarem aos mesmos criando resistência e posterior
nulidade do efeito. Assim, devemos limitar ao fundamental o recurso a antibióticos.
Devemos perceber ainda que não são eficazes no combate a vírus.
Penicilina - Primeiro antibiótico. Muito eficaz no início, foi perdendo eficácia devido a
resistência desenvolvida pelas bactérias.
O uso abusivo de antibióticos na pecuária tem também fomentado a resistência aos
antibióticos.
Não devemos tomar antibióticos sem receita médica. Devemos seguir plano médico de
forma rigorosa (respeitar as tomas) e entregar embalagens fora de prazo nas farmácias.

Tem havido coevolução com os agentes patogénicos. Estes promovem uma seleção dos
indivíduos mais resistentes. Também os surtos de doenças derivados da ocupação urbana
massiva aumentam este efeito.
A super higienização não é recomendada, pois não promove a eficácia do Sistema
Imunitário. Este deve saber identificar claramente os agentes invasores. Pensa-se que a
eliminação de helmintas (ex: lombrigas) por desparasitação pode ser responsável por
doenças como a Esclerose Múltipla ou a doença de Crohn.

Principais Doenças não transmissíveis

Doenças cardiovasculares

 Conjunto de doenças que afetam o coração e os vasos sanguíneos e devem-se


sobretudo à acumulação de gordura nos vasos sanguíneos (aterosclerose).
o Exemplos: Doença arterial coronária, enfarte do miocárdio, AVC .
 Fatores de risco:
o Tabagismo
o Diabetes tipo 2
o Má alimentação
o Hipertensão arterial
o Colesterol Elevado
o Sedentarismo
o Obesidade

Obesidade

 Condição física resultante da acumulação excessiva de gordura no corpo e que


contribui para o desenvolvimento de diversas doenças (doenças cardiovasculares,
respiratórias e digestivas, diabetes, hipertensão arterial e alterações psicológicas).
 Fatores de risco:
o Maus hábitos alimentares
o Sedentarismo

Hipertensão arterial

 Doença caracterizada por valores de tensão arterial superiores aos considerados


normais.
 Fatores de risco:
o obesidade
o consumo de álcool
o sedentarismo
o consumo excessivo de sal e gorduras
o tabagismo
o stress

Diabetes
 Doença caracterizada pela dificuldade de as células absorverem glicose que assim
fica mais concentrada no sangue. Esta dificuldade deve-se à incapacidade de
produzir insulina (diabetes tipo 1) ou na perda de eficácia desta hormona
(diabetes tipo 2).
 Fatores de risco dos diabetes tipo 2:
o obesidade
o sedentarismo

Países desenvolvidos - Mais doenças não transmissíveis.


Países em desenvolvimento - Mais doenças infeciosas.

FATORES DETERMINANTES DA SAÚDE INDIVIDUAL E COMUNITÁRIA

 Fatores individuais: relacionados com a constituição genética, a idade e o sexo de


cada pessoa, mas também com as opções e os comportamentos pessoais (estilo de
vida).
 Fatores ambientais: relacionados com o clima, a exposição a condições ambientais
desfavoráveis, o ordenamento de território.
 Fatores socioeconómicos e culturais: relacionados com as condições de vida, com
a disponibilidade financeira, as relações familiares e laborais, a segurança no
emprego, o nível de assistência médica ou o acesso à educação e a programas
culturais e de lazer.

determinantes do nível de saúde individual e comunitária

Determinantes de saúde - Fatores que condicionam de forma positiva (ou negativa) o


estado de saúde de uma população.

Segundo OMS, temos determinantes:


- Fixos ou biológicos (idade, sexo, genética)
- Sociais e económicos (pobreza, emprego, posição socioeconómica, exclusão social).
- Ambientais (habitat, qualidade do ar, qualidade da água, ambiente social).
- Estilos de vida (alimentação, atividade física, tabagismo, álcool, comportamento
sexual).
- Acesso aos serviços (educação, saúde, serviços sociais, transportes, lazer).

Podemos falar em determinantes de saúde individual e comunitária.

Determinantes de saúde comunitária - Acesso à saúde, educação, água potável, rede de


esgotos.

Determinantes de saúde individual - Alimentaçã, hábitos alcoólicos/tabágicos, prática de


exercício físico,…
Culturas de risco

Sociedade de risco - Riscos gerados pelo desenvolvimento: Stresse, má alimentação,


terrorismo, riscos ecológicos,…

Cultura de risco - Pressupõe conhecimentos que previnam situações de risco e


autoproteção em caso de risco.

Como tornar as pessoas capazes de promover a sua saúde?


Promover a informação e espírito crítico.

Segundo OMS, promoção da saúde: processo através do qual, indivíduos e comunidades


se tornam capazes de aumentar o controlo sobre os determinantes da saúde, e desse
modo desenvolver a sua saúde.
Implica um estilo de vida saudável.
-Higiene, alimentação saudável, prática de atividade física, ….

PROMOÇÃO SAÚDE INDIVIDUAL


Atividade física
- Fortalecimento muscular, consumo energia (gorduras), oxigenação tecidos, aumenta
postura corporal, melhora o sono, diminui ansiedade (liberta dopamina).

Higiene
- Proteção dada pela pele, diminuição bactérias (ex: higiene dentária)

Alimentação saudável
- Varia em função do sexo, idade, profissão, estado de saúde individual.

A idade, stresse e fatores genéticos podem ser fatores acrescidos de risco.


Devemos ter hábitos saudáveis e fazer exames regulares a partir de uma certa idade 40 -
homens /50 - mulheres.

PROMOÇÃO SAÚDE FAMILIAR E COMUNITÁRIA


Combate à violência
Violência doméstica, bullying, …

Zonas verdes
O contacto com a Natureza é tranquilizador. São importantes, as hormonas vegetais, por
exemplo.

Convívio social
A recente pandemia levou ao isolamento social com gravíssimas implicações na saúde
mental.
Combate à poluição
A poluição implica tóxicos - químicos ou físicos (ruído, radiação).

Rede de cuidados de saúde


São importantes para a vigilância da saúde.

ALÉM DO PROGRAMA

MEDIDAS PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE

PREVENÇÃO PRIMÁRIA (prevenir) – Previne sobre as condições que levam ao


aparecimento de certas doenças.
Ex: Informação sobre os modos de transmissão da S.I.D.A.
Informação sobre o aparecimento de doenças cardiovasculares.
Promoção da prática de exercício físico.
Vacinação (Nas páginas do teu manual encontras informação sobre as vacinas, modo
como actuam, etc.)

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA (diagnosticar) – Tem como objectivo a detecção precoce de


certos tipos de doenças.
Ex: Rastreios sobre saúde oral, visão, colesterol, tensão arterial, exame da mama, rastreio
do cancro do cólon, cancro da próstata, etc.

PREVENÇÃO TERCIÁRIA (curar) – Tem por objectivo restaurar e reabilitar o indivíduo.


Ex:: Cirurgia, fisioterapia, medicação, reabilitação (ex: A. A. – Alcoólicos Anónimos), etc.

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA - INDICADORES DE CUIDADOS DE SAÚDE

- SNS - 1978 - Tratamento, diagnóstico, prevenção de doenças.


Indicadores (eficácia dos cuidados de saúde):
- Nº de médicos/habitante.
- Rastreios.
- Plano Nacional de Vacinação.
BCG -
DTP -
Hib -
VIP-
VASP -
VHB -
MenC -
Td -
HPV - Só raparigas. Vírus do Papiloma (tumor benigno) humano.

As vacinas incluídas no Programa Nacional de Vacinação 2020 têm como objetivo obter a
melhor proteção, na idade mais adequada e o mais precocemente possível.
O calendário é, atualmente, o seguinte:
À nascença:
 1ª dose da vacina contra a hepatite B (VHB)
Aos 2 meses de idade:
 vacina hexavalente DTPa Hib VIP VHB
o 1ª dose contra a difteria, tétano e tosse convulsa (DTPa)
o 1ª dose contra doença invasiva por Haemophilus influenzae tipo b (Hib)
o 1ª dose contra a poliomielite (VIP)
o 2ª dose da vacina contra a hepatite B (VHB)
 1ª dose da vacina conjugada contra infeções por Streptococcus pneumoniae de 13
serotipos (Pn13)
 1ª dose da vacina contra Neisseria meningitidis B (MenB 1)
Aos 4 meses de idade:
 2ª dose de DTPa, Hib e VIP (vacina pentavalente DTPaHibVIP)
 2ª dose de Pn13
 2ª dose da vacina contra Neisseria meningitidis B (MenB 2)
Aos 6 meses de idade:
 3ª dose de DTPa, Hib, VIP e VHB (vacina hexavalente DTPaHibVIPVHB)
Aos 12 meses de idade:
 3ª dose da Pn13
 3ª dose da vacina contra Neisseria meningitidis B (MenB 3)
 vacina contra a doença invasiva por Neisseria meningitidis C – MenC (dose única)
 1ª dose da vacina contra o sarampo, parotidite epidémica e rubéola (VASPR)
Aos 18 meses de idade:
 vacina pentavalente DTPaHibVIP
o 1º reforço de DTPa (4ª dose) e de VIP (4ª dose)
o único reforço de Hib (4ª dose)
Aos 5 anos de idade:
 2ª reforço (5ª dose) de DTPa e de VIP – vacina tetravalente DTPaVIP
 2ª dose de VASPR
Aos 10 anos de idade:
 reforço da vacina contra o tétano e difteria (Td)
 2 doses da vacina (com intervalos de 6 meses) contra infeções pelo vírus do
Papiloma humano de 9 genótipos (HPV9)
Durante toda a vida:
 reforços das vacinas contra o tétano e difteria (Td) em doses reduzidas aos 25, 45,
65 anos de idade e, posteriormente, de 10 em 10 anos
Grávidas:
 em cada gravidez, dose única da vacina contra tétano, difteria e tosse convulsa
(Tdpa), em doses reduzidas
Grupos com risco acrescido:
 vacina contra a tuberculose (BCG)
 vacina contra infeções por Streptococcus pneumoniae de 23 serotipos (Pneumo23)
 vacina contra doença invasiva por Neisseria meningitidis dos grupos ACWY
 vacina contra hepatite A, quando expressamente referidas e recomendadas
Os adultos não vacinados ou com atraso na dose de reforço contra o tétano devem fazer
esta vacina em qualquer idade.
As pessoas que não tenham registo vacinal de determinada vacina, são consideradas não
vacinadas.

VACINAÇÃO, HIGIENE, VIGILÂNCIA MÉDICA PERIÓDICA - Principais medidas a adotar no


combate às doenças.

Indicadores do estado de saúde de uma população

Os indicadores do estado de saúde, valores expressos sem taxas ou percentagens e


calculadas em relação a determinada população, permitem fazer uma avaliação
estatística do estado de saúde dessa população.

 Taxa de mortalidade infantil (TMI)


o número de óbitos de crianças com idades inferiores a 1 ano por cada 1000
nascimentos.
 É maior nos países menos desenvolvidos.

 Esperança média de vida


o número médio de anos que uma pessoa, quando nasce, pode esperar viver.
 É maior nos países de maior desenvolvimento. Portugal=82 anos (?)
Maior para as mulheres, comparativamente aos homens.

 Esperança média de vida saudável


o número de anos que, em média, determinado indivíduo pode esperar viver
de forma saudável, sem limitações ou incapacidades.
 É maior nos países com maior desenvolvimento.

 Taxa de doenças infeciosas
 Calcula-se relacionando o número de ocorrências de doenças
 infeciosas com o efetivo da população, no espaço de um ano.
. Possui dois parâmetros: Doenças para as quais já existe vacina e
doenças que ainda não têm vacina.

 Anos potenciais de vida perdidos


o número de anos de vida não vividos quando a morte ocorre antes de uma
determinada idade-limite, abaixo do qual se considera que a morte é
prematura.

Também a percentagem de incidência de doenças cardiovasculares, de diabéticos e de


obesos são indicadores do estado de saúde.

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