Epidemiologia e
Bioestatística
O que é epidemiologia?
Epi – em cima de / sobre
Demos – povo / população
Logos – pesquisa / ciência /
conhecimento / discurso
> Ciência que busca investigar questões
relacionadas ao povo, ás populações
DEFINIÇÃO DA OMS:
- Ciência que estuda os fatores que
determinam a frequência e a
distribuição das doenças nas
coletividades humanas
(BONITA;BEAGLEHOLE; KJELLSTRÔM,
2006)
- Clínica
• dedica-se ao estudo da doença em um
indivíduo;
- Epidemiologia
• estudo da doença em grupos de
indivíduos (pequenos grupos, mas, na
maioria das vezes, grandes grupos
populacionais).
Abordagem Clínica
> Foco no Indivíduo
- Fazer um diagnóstico
- Objetivo: cura e prevenção
- Dados: anamnese, exames clínicos
- Intervenção: Tratamento e
reabilitação
- Monitoramento:
Acompanhamento clínico (terapia)
Abordagem Epidemiológica
>Foco na coletividade
- Distribuição de doenças na
comunidade
- Objetivo: melhorar o nível de saúde
da comunidade (não cura)
- Dados: população, tempo(ex:
frequência do uso de drogas) , espaço,
serviços de saúde... ( importante para
ter um parâmetro da situação)
- Intervenção: Desenvolvimento de
programas de saúde
- Monitoramento: mudanças na
população, medidas de saúde...
- Objetivos da Epidemiologia
(segundo a OMS)
•Descrever a distribuição e a magnitude
- dos problemas de saúde das populações
humanas.
•Proporcionar dados essenciais para o
planejamento, execução e avaliação das
ações de prevenção, controle e
tratamento das doenças, bem como
estabelecer prioridades. (as vezes
erradicar doenças)
•Identificar fatores etiológicos na
gênese das enfermidades ( fatores
causadores da doença)
Aspectos Históricos
• Epidemiologia → Ciência moderna →
Medicina Social
• Medicina Social (Foucault, 1984):
• Medicina de Estado na Alemanha
(preocupação em melhorar o nível de
saúde da população – polícia médica); • História natural das doenças
• Medicina urbana na França • Evolução
(controle dos “medos urbanos” – medo • Desfecho
da superpopulação, das epidemias, dos
cemitérios);
• Medicina inglesa (controle dos
corpos para o trabalho).
• Forte influência do desenvolvimento
dos métodos estatísticos.
• Estudos de John Snow sobre a cólera • Estado de saúde das populações
em Londres (1854). (ele observou os
estudos oficiais)
• Estudos sobre a relação entre o hábito
de fumar e a ocorrência de câncer de
pulmão em médicos britânicos –
Richard Doll e Andrew Hill (1950).
• Após a segunda guerra, a
• Avaliação de intervenções – avaliação
epidemiologia passou a investigar os
de políticas e programas de saúde
fatores associados a doenças crônicas
(promoção, prevenção, tratamento e
não transmissíveis e não infecciosas de
reabilitação).
modo mais intenso.

Epidemiologia e saúde
pública -
• Causalidade das doenças
• Fatores genéticos
• Interação com fatores ambientais
(biológicos, químicos, psicológicos,
econômicos, culturais...).
• Ex.: Diabetes
( figura 1.3)
 Conquistas da -
Epidemiologia -
• Programa Nacional de Imunização
(PNI)
• Desenvolvido desde 1973,
atravessou e persistiu a vários governos,
sobrepondo-se a ideologias diversas.
• Epidemiologia:
• Mostrou evidência dos problemas
• Identificou a eficácia da vacinação
ao longo do tempo.
• Realiza o monitoramento e a
vigilância do programa.
• Varíola – erradicada em 1980.
• Envenenamento por metilmercúrio –
Doença de Minamata
• Distúrbios por deficiência de iodo
• Síndrome da Angústia Respiratória
Aguda

CORRELAÇÃO X CAUSA
> uma coisa não causa a outra, apenas
se relaciona
> Correlação positiva: quando as duas
variantes vão em mesma direção (o
gráfico sobre ou desce igual)
> Correlação Negativa: quando as duas
variantes seguem em direções opostas
(um gráfico sobe e o outro desce)
 Epidemiologia-História
natural e prevenção de doenças

• História Natural da doença

• Ideias subjacentes ao conceito de
epidemiologia
- Qual a frequência e como as
doenças se distribuem
- Atenção à ocorrência de doença e não
doença envolvendo grupos populacionais –
porque as pessoas adoecem e outras não
- Envolve doenças infecciosas, não
infecciosas e agravos à integridade física
(violência e acidentes – mortes)
- Processo saúde-doença.
- Distribuição: variabilidade da
frequência das doenças em função do
tempo e do espaço.
- Fatores determinantes: associações
entre um ou mais fatores suspeitos e
doenças.
- Prevenção: controle e erradicação.
• Algumas correlações descobertas
- Para ser relação de causalidade
tem que ser feita em laboratório, a
correlação tralha com hipótese – porque
não é sempre eu acontece, ou seja, pode ou
não acontecer.
- Agente: causador da doença
- O período epidemiológico: meios de levar
o adoecimento
- estuda como contrai a doença
- fatores determinante da doença
- período pré- patogênico
- fatores sociais : socioeconômico,
sociopolítico, sociocultural, psicossocial
- O período Patogênico: comportamento da
doença no organismo / sintomas
- Pré-condições internas: condições
genéticas que “facilitam” a doença –
grupo de risco
• Sistema Epidemiológico – Social
- fatores sociais que determinam a
doença

( talcomida: remédio para enjoo /

focomelia: crianças com membros
atrofiados)
 • Fatores Sociais
- fatores que dificultam ou que
facilitam a prevenção e o tratamento da
doença
• Fatores socioeconômicos
- Quanto menor a condição economica,
maior a vulnerabilidade a doenças
Pessoas mais pobres (economicamente):
- Mais doentios; (questões de falta de
higiene básica – maior quantidade de
doenças infecciosa)
- Mais propensos a enfermidades mais
graves;
- Mais envelhecidos;
- Morrem mais jovens;
- Procriam crianças de baixo peso em
maior proporção;
- Maior taxa de mortalidade infantil
• Fatores Sociopolíticos
• Fatores Socioculturais
- Preconceitos;
- Hábitos culturais;
- Crendices;
- Comportamentos e valores;
• Fatores Psicossociais
- Marginalidade – estar à margem
socioeconômica (ex: grupos lgbt)
- Relações parentais instáveis;
- Falta de suporte social;
- Condições de trabalho;
- Promiscuidade (moralismo social)
- Falta de cuidados maternos na
infância;
- Carência afetiva;
- Exposição excessiva à
competitividade;
- Exposição à violência social (risco de
sofrer violência)
• Fatores Ambientais
- Ambiente: interage com os fatores
etiológicos (fator causal – cria condições
para o adoecimento) e com o suscetível
(mas, não se confunde com os mesmos);
- Agressores ambientais:
- Naturais
- Que surgem a partir da ação
humana – ganharam mais importância
para os estudos epidemiológicos
- Ambiente físico: geografia, clima,
recursos hídricos, agentes químicos;
- As condições ambientais podem
tornar esses agentes patogênicos.
*Principais doenças decorrentes das
mudanças do ambiente em função da ação
humana:
> Doenças mentais;
> Doenças cardíacas;
> Câncer
•Substâncias inaladas;
•Excesso de uso de medicamentos;
•Qualidade dos alimentos (pesticidas,
corantes, sódio, aditivos...);
•Ambientes de trabalho adoecedores.
•Fatores genéticos
• Período de patogênese:
- entender o ciclo da doença no organismo
-> Interação Estímulo Suscetível :
• Fatores que agem predispondo o
organismo à ação subsequente dos
patógenos; (pré-dispisição)
• Má nutrição; elevado colesterol;
fatores genéticos
-> Alterações bioquímicas, histológicas e
fisiológicas: fase silenciosa da doença- não
se percebe a doença
• Presença da doença, mas sem
manifestação clínica;
• Alterações “silenciosas” começam a
operar no organismo (sinais).
• Prevenção :
> Epidemiologia e Saúde Pública
•Epidemiologia → face científica
•Saúde pública → face tecnológica
> Fundamento da prevenção: cortar os
elos da cadeia patogênica;
• Prevenção Primária: UBS – condições
necessárias para a saúde (promoção da
saúde) e proteção especifica (prevenção)
{ a intenção é resolver 80% dos casos}
• Prevenção Secundária: especialidades
/ laboratórios, UPA, CAPS
• Prevenção Terciária: hospitais

-> Sinais e Sintomas

• Sinal: “silencioso”- só se percebe por
exames
• Sintomas: o que o sujeito se queixa
• Transformações de sinais em
sintomas;
• Estágio Clínico

-> Cronicidade : desfecho da doença

•Cronificação da doença;
• Incapacidade física (temporária ou
permanente);
• Morte ou Cura
 Indicadores de saúde
●Terminologia: ● Coeficiente ou taxa:
- indicador: • Inclui apenas um aspecto
(por ex. mortalidade)
- índice: • Situações multidimensionais; •
>Coef: coeficiente ou taxa – medida
Incorpora em uma medida única
relativa
diferentes indicadores
> Números de casos (pessoas com a
doença) ou óbitos
● Critérios para Avaliação de
> Constante : múltiplos de 10
indicadores:
> Complexidade do conceito de saúde
●Primeiro divide, depois multiploca e se
> Validade: capacidade de medir aquilo
não der a constante, sempre preferir um
que se propõe
valor múltiplo de 10 que deixe um ou
> Reprodutibilidade: capacidade de
nenhuma virgula
garantir resultados semelhantes em
● A constante da mortalidade infantil é
repetidos estudos.
1.000
> Representatividade: garantia de
● A população sob risco direciona para a
amostra representativa (cobertura)
particularidade
> Obediência a preceitos éticos: não
● Constante: depende da grandeza da
maleficência, sigilo, autonomia...
medida (100, 1.000, 100.000, 1.000.000)
> Oportunidade, simplicidade, facilidade
de obtenção e custo compatível ● Ex: 5 casos de tuberculose/1000 hab ➔
chance do indivíduo ser acometido pela
●Expressão dos Resultados: doença é de 5 em 1000 ou de 1 em 200.

-> Frequência absoluta ● Se for para comparar é necessário usar

- Quantidade total de casos registrados
-> Frequência relativa:
- Coeficiente ou Taxa → em relação à
população (permite estimar o risco de
uma população de contrair uma
doença/avalia o risco)
- Proporção → em relação aos óbitos
(índice)
- Razão → em relação a outro evento
(óbitos por dengue / óbitos por febre
amarela) (índice)
a mesma constante
● Intervalo de tempo
- Incidência → casos novos( casos que
SURGIRAM) em um dado local e período
- Prevalência → casos existentes em
um dado local (quantidade total) e
período (mais utilizado para doenças
crônicas ou de longa duração) ( casos que
EXISTEM ) – soma com os novos
● Estabilidade dos coeficientes
- Cautela quanto ao período de
observação e o tamanho da amostra.
● População sob risco → como definir?
- Estatísticas vitais: população estimada
para a metade do período (1º de julho de
cada ano);
- Segmentos da população (exemplo:
doenças ligadas ao trabalho – população
economicamente ativa; câncer de
próstata – população masculina adulta...)
●Morbidade:
> Permite inferir os riscos que uma
determinada população tem de adoecer;
> Indicações para investigar os fatores
determinantes;
> Norteia ações de intervenção;
> São mais sensíveis para expressar
mudanças de curto prazo.
● Serviços de Saúde:

● Índice
- Não medem risco, mas a relação entre
eventos;
- Exemplos: Mortalidade proporcional,
relação entre ocorrência de duas
doenças, Índice de masculinidade, Massa ● Indicadores positivos de saúde:
corporal
> Qualidade de Vida
> Índice de Desenvolvimento Humano
● Principais indicadores de saúde (ONU)
> Índice de Qualidade de Vida (SP)
- negativos : • Morbidade • Mortalidade
> Felicidade Interna Bruta (FIB)
- positivos: • Bem-estar • Qualidade de
> Escalas de Bem-Estar Subjetivo
vida
> Escalas de Satisfação com a Vida
- sem classificação: • Natalidade •
Fecundidade

● Mortalidade:
> Mais tradicional indicador de saúde
> Mais fácil de manusear, por ser mais
objetivo
> Registro obrigatório
> Exemplos:
- Óbitos por causas evitáveis
- Mortalidade infantil (antes de um 1
ano de idade)
- Mortalidade materna
- Expectativa de vida