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CULTURAS ANTIGAS
IDADE MÉDIA
- não à dissecação
- não à investigação
RENASCENÇA
Mente e corpo são entidades separadas; Após a morte a alma segue o seu caminho;
- sim à dissecação
(começa a investigação)
Séc. XIX
- investigação científica
“Todas as doenças podem ser explicadas por distúrbios nos processos biológicos”
(o exterior afeta a parte interna do indivíduo, sendo que a mente não era relevante)
Séc. XIX
MODELO BIOMÉDICO: Conceitos como “mente” não são necessários para explicar o
funcionamento físico, ou mesmo o comportamento.
antibióticos
Séc. XX
- Medicina Psicossomática
- Saúde Comportamental
- Medicina Comportamental
- Psicologia da Saúde
Ex.: “paralisia histérica” → Experiências e sentimentos reprimidos são expressos sob a forma
de um problema físico. (É o reflexo do estado mental do indivíduo)
* Manutenção da saúde
* Prevenção da doença
(problemas psicológicos não podem aqui ser incluídos a não ser que contribuam para o
desenvolvimento de doença física) - neuroses e psicoses não incluídas
(Matarazzo, 1984, EUA) → doenças da nossa época implicam análise das pessoas como um
todo (aspetos psicológicos, sociais e biológicos)
O indivíduo deixou de ser considerado uma vítima passiva; É corresponsável na sua doença.
Fatores psicológicos como consequência das doenças, mas também contribuindo para a sua
etiologia e progressão.
Psicologia da saúde
É o ramo da psicologia que investiga os fatores psicológicos relacionados com:
- a saúde e a doença
“...é a área disciplinar da psicologia que diz respeito aos comportamentos humanos no
contexto da saúde e da doença.” (Weinman,1990)
“...é a mais adequada para designar a investigação e a intervenção psicológicas, nos campos da
saúde e da doença.” (Teixeira, 1993)
O funcionamento psicológico dos sujeitos na sua relação com a saúde e com a doença e
ainda os sujeitos habitualmente saudáveis envolvidos em situações que implicam ajustamento
psicológico mas que não acarretam alterações do estado de saúde (Ex: gravidez, menopausa,
envelhecimento).
Importante frequência
COMPORTAMENTOS DE SAÚDE
___
Comportamentos de saúde – exemplos
Não fumar
----------
Conceitos:
é um constructo subjetivo.
DOENÇA:
• Idade - Personalidade
• Género - Stress
• Etnia - Psicopatologia
•… - Motivação
- Emoções
- Atitudes
- Perceção
- Autoeficácia
- Persuasão
– ………………
Locos de controlo externo – pessoa não é responsável pela sua situação de doença, deve-se
por exemplo a Deus
DETERMINANTES PESSOAIS – CARATERÍSTICAS DA PESSOA - PERSONALIDADE
Personalidade
A personalidade pode ser entendida como uma estrutura interna, psicológica, multifacetada e
durável, fortemente influenciada por fatores biológicos e com potencial influencia sobre
comportamentos individuais (Mondak,2010).
As pessoas, por norma, não sejam um tipo A ou um tipo B puros", mostrando em vez disso
uma combinação de ambos os tipos de comportamento, em geral cabem numa ou noutra das
categorias (Rosenman, 1990; Strube, 1990; ver Quadro 15-2).
Os indivíduos do tipo B são muito menos competitivos, não são particularmente orientados em
termos de tempo, e normalmente não são agressivos, nem enérgicos, nem hostis.
O tipo A tende a ser mais vulnerável à doença coronária do que o tipo B. Porquê?
Por outro lado, a pesquisa nem sempre tem mostrado de forma consistente uma clara e forte
relação entre o padrão comportamental do tipo A em geral e a doença coronária. Por exemplo,
alguma pesquisa sustenta que os homens que se encaixam no padrão tipo A podem ter mais
probabilidade de sobreviver a um segundo ataque cardíaco do que os que se encaixam no
padrão do tipo B - mesmo se os homens do tipo A tem mais probabilidade de sofrer um primeiro
ataque (Ragland, 1988). As discrepâncias nas descobertas da pesquisa levaram alguns
pesquisadores a minimizar a importância do padrão comportamental do tipo A em geral na
ocorrência de doenças do coração. Estes críticos argumentam que o padrão do tipo A é vago e
respeita a uma tal mistura de traços, que se torna demasiado impreciso. Alternativamente,
defendem que a futura pesquisa deve incidir sobre as componentes específicas do tipo A que
estão relacionadas com a doença coronaria, em vez de incidir sobre o padrão em geral.
- são as crenças, perceções e atribuições que os sujeitos fazem, ou têm, acerca da saúde e da
doença e que podem desempenhar um papel importante no seu desenvolvimento.
Coping
Perceção
- “processo individual de organização e interpretação dos dados sensoriais (as sensações) que
permite a identificação dos objetos e da realidade.
Sensação – 1º contacto que o nosso organismo tem com os estímulos sensoriais do meio
ambiente.
Perceção – processo pelo qual os estímulos são interpretados, analisados e integrados com
outra informação sensorial. (ex. som de campainha escola)
- Influência biofisiológica
Série de princípios que descrevem a forma como se organizam partes de informação num todo
coerente.
- Ilusões percetivas ou deceção da perceção:
“INSIGHT” – A CONSCIÊNCIA SÚBITA DAS RELAÇÕES ENTRE OS VÁRIOS ELEMENTOS QUE ATÉ AÍ
PARECIAM SER INDEPENDENTES”.
(Feldman, 2001)
Perceção subliminar
• Perceção de mensagem sem que tenhamos consciência de que isso está a acontecer.
• (estudos atuais apontam para uma pequena influência nas nossas atitudes e
comportamentos)
É necessário que certas necessidades estejam satisfeitas para que se possa sentir outras e nem
todos os indivíduos alcançam o topo da pirâmide, ficando estagnados num dos patamares.
necessidades fisiológicas
necessidades de segurança
necessidades sociais
necessidade de estima
necessidade de autorrealização
Motivação e frustração andam de mãos dadas, pelo que não se pode referir uma, sem referir a
outra.
Estes dois fenómenos são próximos, pois a frustração resulta da não satisfação de uma
necessidade ou desejo.
Emoção – conceitos
Teoria de James-Lange: “a experiência subjetiva da emoção não é nem mais nem menos do
que a tomada de consciência das nossas próprias mudanças corporais, na presença de algum
estímulo desencadeador”.
Funções biológicas
Comportamento:
Atitude:
Estrutura da atitude
– Cognitiva
• Pensamentos; Crenças.
– Afetiva
– Comportamental
Ameaças às atitudes
• Preconceitos
• Padrões situacionais
• Comunicações persuasivas
• Publicidade e marketing
Mudança de atitude
• Requer esforço;
• “Crença abrange qualquer proposição ou hipótese sustentada por uma pessoa que
relacione dois ou mais objetivos ou elementos psicológicos.” (Kirscht, 1974, cit. In
Ribeiro, 1998, p.146)
• “É a verdade de uma realidade subjetiva que influencia a estrutura e funcionamento
biopsicossocial e espiritual do indivíduo” (Wright et al, 1996)
• Têm um papel muito importante na pré-determinação da adoção de estilos de vida
saudáveis ou de risco;
• Permitem aos indivíduos acreditar que controlam o seu estado de saúde e integram a
doença, se ela ocorrer, na sua história pessoal
CRENÇAS e REPRESENTAÇÕES
DETERMINAM, EM PARTE:
TEORIAS COGNITIVAS
• Os indivíduos estão motivados para ver o mundo social como previsível e controlável;
• Diferenciação entre:
– Atribuições sobre o seu próprio comportamento;
Dimensões da Atribuição:
– Eu / outro
» Fobia
A dimensão interna versus externa da teoria da atribuição foi aplicada especificamente à saúde
→ Locus de controlo da saúde
• Ir ao médico será algo externo (médico todo poderoso) ou interno (controlo o meu estado de
saúde)?
- Contributo precioso na explicação das diferenças sentidas pelas pessoas em aderir a programas
de saúde.
Perceção da
suscetibilidade à
doença provocada pelo
seu comportamento
Barreiras ou
dificuldades
Duas novas variáveis adicionadas ao MODELO DE CRENÇAS NA SAÚDE:
- Distingue-se dos modelos biomédicos que tentam definir a saúde e a doença o mais
“objetivamente” possível;
Apesar das contradições na literatura, pode afirmar-se que permite predizer a realização de
rastreios vários como:
-hipertensão,
-doenças genéticas,
-alterações alimentares
Exercício tp:
Predição de rastreios
Analise o papel do Modelo de Crenças na Saúde na predição do comportamento
feminino de realização de rastreios do cancro.
De um modo geral, acredita-se que a deteção precoce do cancro da mama e do colo do
útero pode reduzir a mortalidade devida a estas doenças. Por isso, os programas de
rastreio têm como objetivo ajudar na deteção destas doenças nas fases mais precoces.
No entanto, mesmo quando convidadas a participar num rastreio ou encorajadas a
praticar o autoexame da mama, muitas mulheres resistem e não têm esses
comportamentos protetores de saúde.
A partir do modelo de crenças na saúde, indique as verbalizações que são possíveis
escutar da parte das mulheres que fazem o rastreio e daquelas que não o fazem, no
que se refere às quatro dimensões do modelo, a perceção da suscetibilidade, da
gravidade, dos benefícios e das barreiras.
Perceção de barreiras
MODELO TRANSTEÓRICO
• Ação: período de, no minimo, 6 meses em que a pessoa está ativamente empenhada no
novo comportamento (three times a week in the gym – I´m feeling good.)
Quando o estado de saúde de um indivíduo é perturbado por uma situação de doença há uma
motivação para voltar ao equilíbrio e para restabelecer o estado de normalidade.
“Um modelo é qualquer meio utilizado para representar algo que não ele próprio. Não pretende
ser uma representação das características da realidade que são essenciais para compreender
um problema particular.” (Ribeiro, 1998, p. 144)
ADESÃO TERAPÊUTICA
- multidimensional
- multifatorial
- demasiado complexo
- com repercussões sociais, económicas, ambientais, políticas e na saúde dos indivíduos e das
populações cujo efeito negativo decorre da não-adesão às terapêuticas prescritas.
A não-adesão traz problemas aos doentes e grande sobrecarga aos profissionais de saúde
(Horne et al., 2019)
ESTATÍSTICAS PREOCUPANTES:
- entre 4 e 94%.
- variação entre 30 e 50 a 60% é mais consensual para prescrições de longo prazo, relacionadas
com doenças crónicas.
EXEMPLOS ESPECIFICOS:
Doentes diabéticos
Doentes hipertensos
VIH
Doentes transplantados
Hiperatividade
NÃO-ADESÃO TERAPÊUTICA
Traduz uma atitude negativa por parte do utente, pressupondo uma componente avaliativa que
é da sua responsabilidade.
Pode ocorrer a três níveis: medicação, tratamento e comportamento (Meichenbaum & Turk,
2012).
É responsável por um elevado número de mortes e de hospitalizações (Kini & Ho, 2018).
Adesão terapêutica parcial
Intencional:
- Efeitos colaterais
Não intencional:
Causada por:
FORMAS DE NÃO-ADESÃO
→ A nível da medicação:
→ A nível do tratamento
→ A nível do comportamento
• Políticas: promoção da saúde e prevenção das doenças, organização dos serviços de saúde.
• Redes de apoio, acessibilidade à informação, instrução/educação e literacia em saúde.
• Fatores culturais: crenças em saúde, as práticas em saúde, o estigma face à doença, o
contexto e o meio.
• Recursos económicos: financeiros, acesso aos serviços, custos e tempo necessário ao
tratamento.
• Apoio familiar
• Terapêuticas farmacológicas.
• Psicológicos
- Significação da doença
– Caraterísticas da personalidade
- Estilo de coping
- Nível intelectual
- Motivação
- Autoeficácia
- Locus de controlo
• Perturbações psicopatológicas
- Ansiedade
- diminui → esquecimento)
• Características sociodemográficas:
- Idade (nos idosos só existe problemas na adesão terapêutica em caso de problemas cognitivos.
Nos jovens é a diabetes que influencia a adesão terapêutica.)
- Género (EAM é maior nas mulheres)
→ Satisfação:
• Aspetos afetivos
• Aspetos comportamentais
• Competência do profissional de saúde - É determinada pelo conteúdo da consulta
→ Memória:
O papel da INFORMAÇÃO:
Informação oral
Informação escrita:
• Nome da droga;
• Para que é necessária;
• Duração da ação;
• Nº de tomas diárias.
Promover a automonitorização
Em síntese:
Acompanhar os utentes
A pessoa com uma doença física deve ser considerada quer individualmente, quer inserida na
sua matriz familiar e social.
Doença
- Acontecimentos de stress
- coping
- Psicopatologia
- Natureza da doença
- Significado psicológico
- Caraterísticas da personalidade
-…
Coping (estilo individual) influencia a forma como o individuo se ajusta à doença física e suas
consequências.
Psicopatologia
- deprimir-se excessivamente;
- tentativa de suicídio;
- recusa em tratar-se;
Significado psicológico
Personalidade…
-certos traços de personalidade podem constituir vulnerabilidade para adoecer com certas
doenças corporais (ex. tipo A)
• Traço anti-social (não são muito sociáveis, quebra de normas e regras da sociedade,
não gostam de cumprir regras e normas, é a que pode levar a medidas drásticas e
superiores pelos profissionais de saúde)
• Traço limite (bordaline) (ex: o mundo só pode ser preto ou branco – vivem muito nos
extremos sendo o meio termo/tolerância muito difícil)
• Traço Narcísico (quando estabelecem relações intimas com os outros escolhem
pessoas deslumbrantes para poder usá-las como espelho; perceção da pessoa de
grandiosidade e beleza; tem que ter prioridade sobre os outros; esperam que os
profissionais de saúde demonstrem preocupação e indicações de como melhorar o seu
sofrimento)
• Traço Histrónico (comportamentos exuberantes para chamar atenção; medo e
ansiedade face ao abandono; síndrome conversivo quando levado ao extremo)
• Traço Paranoide (pessoas desconfiadas)
• Traço Esquizóide (são desconfiadas e tem mania da perseguição)
• Traço Compulsivo (obsessivo-compulsivo) (pessoas têm comportamentos que
decorrem de obsessão, gostam de saber o que vai acontecer)
• Traço Dependente (pessoas manifestam não ter autonomia pessoa, maturidade,
capacidade de resolver problemas sozinhas)
→ Estágios adaptativos à doença grave (E. Kubler Ross) – estágios de adaptação à perda do
corpo saudável
• Negação e isolamento (não, não posso ser eu!) – “se eu fizer isto, recebo isto”
• Revolta/raiva/cólera (porquê eu?)
• Negociação (sim, sou eu, mas…)
• Depressão (sim, sou eu!)
• Aceitação (a minha hora chegou e
tudo está bem!)
“..têm como finalidade essencial evitar a ansiedade ligada ao adoecer corporal e encontrar um
novo equilíbrio psicológico face ao stress associado à doença.”
PROTOCOLO SPIKES –
COMUNICAÇÃO DE MÁS NOTÍCIAS
P – perception: o que a pessoa sabe, o que perceciona sobre o que vai acontecer, o que
estamos ali a fazer- levar a pessoa a dizer-nos algumas coisas “sabe porque vimos aqui hoje?”
“o que espera do resultado de exames?”
K – knowledge
E – empaty
S – summarize
MORTE – O CONTEXTO FAMILIAR, A FAMÍLIA ENLUTADA
PERDA VS VÍNCULO
É a tendência dos seres humanos para estabelecer fortes laços afetivos entre si e,
consequentemente, a forte relação emocional que ocorre quando estes laços ficam
ameaçados ou são rompidos.
A família vivencia e reage à perda, num sistema de realções do qual todos os membros
participam, com interações mutuamente reforçadas.
Em virtude das profundas conexões entre os membros de uma família, não é supreendente
que o ajustamento à perda por morte seja considerado mais difícil do que quaçuqer outra
mudança na vida. (Holmes e Rahe, 1967)
Em especial para cônjuges viúvo, ou para pais que perderam um filho recentemente. (Huyen;
van de Gugen; van Eijk e Smits, 1989)
Ajuda através de: velório; outros rituais tradicionais existentes em cada cultura.
Perder alguém a quem se tenha estado muito ligado implica passar por algum Grau de Dor.
Tarefa III- Ajustar-se ao ambiente onde está a faltar a pessoa que morreu
Depende de:
- o enlutado encontra um lugar adequado dentro da sua vida psicológica para a pessoa
falecida, um lugar que é importante, mas que deixa espaço para os outros.
Essa tarefa está completa quando se pode continuar, ou voltar a amar, sem que o lugar do
outro seja posto em questão.
Profissionais que trabalham com pacientes e família, antes da morte, devem ter uma
compreensão do luto antecipado para que possam ajudar os pacientes e os membros da
família.
Tarefa I (aceitar a realidade da perda) está mais facilitada porque à medida que se vê a pessoa
decair, a realidade e a inevitabilidade da morte ficam mais próximas. Mas há os que nutrem
esperanças e reforçam a negação.
Aumenta e acelera:
- A pessoa toma consciência que caminha para lá e pode ser o próximo a encarar a morte.
Tarefa III (acomodar-se a um ambiente onde irá faltar a pessoa que vai falecer)
Quando ocorre antecipação da morte é comum que as pessoa enlutadas façam um “ENSAIO
DOS PAPÉIS” na sua mente. Este ensaio mental tem uma função no todo do problema.
GRANDES DIFICULDADES:
- A pessoa poder recuar muito cedo, emocionalmente, muito tempo antes do falecimento do
seu familiar e estabelecer uma relação inadequada chegando a desejar que a morte se
precipite.
- Uma aproximação excessiva dos membros da família à pessoa que está a morrer para
remediar sentimentos de culpa e para remediar a perda, envolvendo-se de “forma abusiva”
nos cuidados de saúde do paciente.
Em síntese:
Ex: “eu não consigo voltar à minha vida”; “isto não termina para mim”; “eu preciso de
ajuda para voltar a ser quem era”