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Sintomas de stress:
- Físicos
- Cognitivo
- Emocionais
Avaliação da saúde
O objetivo do Psicólogo da Saúde é:
• Avaliar a interação entre a pessoa, a doença e o meio para poder formular uma
estratégia de tratamento.
Alvos, Fontes e Objetivos
Tipo de informação que tem de ser recolhida para poder entender o doente numa
perspetiva biopsicossocial.
• Alvos biológicos: sintomas físicos do doente, exame físico, dependendo dos
casos tb variáveis psicofisiológicas além da idade, sexo, raça, etc.
• Alvos afetivos: humor e afeto. Importante obter informação acerca dos
sentimentos do doente em relação à sua doença, tratamento, profissionais de
saúde, suporte social e em relação a si próprio.
• Alvos Cognitivos: Perceções, atitudes, competências cognitivas, expectativas
em relação ao futuro, filosofia de vida (crenças religiosas) e significado da
doença.
• Alvos Comportamentais: Comportamento motor, padrão, nível e estilo de
atividade nas áreas interpessoal, higiene pessoal, lazer, ocupacional, relação
doente-médico, uso dos serviços de saúde, adesão ao regime médico.
• Alvos Ambientais: família, sistema de saúde, meio sócio-cultural do doente.
Avaliação de variáveis ligadas à Saúde
Saúde não é simplesmente a ausência de doença, implica outros parâmetros que incluem
o ter ou não qualidade de vida. Ao avaliarmos o conceito de saúde que está englobado
na qualidade de vida, então nos vamos avaliar medidas que vão-se aplicar desde a
disfunção até ao bem-estar.
Qualidade de vida- associa-se com fatores essenciais do funcionamento e bem-estar:
Saúde psicológica
Êxito na escola ou trabalho
Relações de casal, familiares ou sociais
Realização pessoal e os estilos de vida saudáveis
A diferença entre qualidade de vida e saúde é que conceito de qualidade de vida é mais
abrangente, incluindo já o conceito de saúde.
OMS (1998) – a qualidade de vida é a perceção dos indivíduos da sua posição na vida,
no contexto da sua cultura e sistema de valores em que vivem e em relação aos seus
objetivos, expectativas, standards e interesses.
3 dimensões globais:
O que a pessoa é capaz de fazer, o estado funcional
O acesso a recursos e às oportunidades para utilizar estas competências com a
finalidade de alcançar os objetivos
A sensação de bem-estar
Validade
Validade discriminante: permite diferenciar os indivíduos doentes dos saudáveis
- Os doentes de psiquiatria apresentam piores resultados de qualidade de vida,
exceto para domínio físico
Sintomatologia Psicológica
• Inventário de Sintomas Psicopatológicos (Canavarro, 1999)
– Brief Symptom Inventory (BSI; Derogatis, 1975, 1982):
É um inventário de auto-resposta de 53 itens que avalia os sintomas
psicológicos em populações médicas e psiquiátricas mas também em
indivíduos que não se encontram perturbados emocionalmente;
Forma reduzida do SCL-90 (Symptom Check-List).
Avalia 9 dimensões que têm a ver com sintomas primários:
1. Somatização (SOM): esta dimensão reflete distress psicológico associado a
disfunções corporais, reflete o mal estar resultante da perceção do
funcionamento somático (7 itens);
2. Obsessivo-Compulsivo (O-C): foco desta dimensão é em pensamentos ou
acções que são experienciadas como irresistíveis pelo doente e do qual ele não
tem controlo (6 itens);
3. Sensibilidade Interpessoal (I-S): foco desta dimensão é em sentimentos de
inferioridade ou de inadequação pessoal, desconforto em relações interpessoais
(4 itens);
4. Depressão (DEP): esta dimensão reflecte sintomas de depressão tais como
humor e afecto disfórico, sentimentos negativos em relação ao futuro, falta de
motivação e de energia vital, etc. (6 itens);
5. Ansiedade (ANX): esta dimensão reflecte os sintomas clínicos normalmente
associados com ansiedade elevada como o nervosismo, tensão, pânico,
ansiedade generalizada, componentes cognitivos como apreensão e correlatos
somáticos da anx (6 itens);
6. Hostilidade (HOS): esta dimensão está organizada em 3 categorias de
comportamento hostil, pensamentos, sentimentos e acções como irritação,
aborrecimento, vontade de quebrar coisas e acessos de cólera (5 itens);
7. Ansiedade Fóbica (PHOB): resposta de medo persistente e evitamento; os
sintomas que fazem parte desta dimensão são aqueles que normalmente estão
associados à ansiedade típica das fobias ou agorafobia como medo intenso em
viajar, de espaços abertos, de multidões, etc. (5 itens);
8. Ideação Paranóide (PAR): esta dimensão parte do pressuposto que o
comportamento paranóide é um modo de pensar. As principais caracteristicas do
comportamento paranóide são: projecção, hostilidade, egocentrismo, medo de
perder autonomia, delírios e suspeição (5 itens);
9. Psicoticismo (PSY): itens indicadores de isolamento e de estilo de vida
esquizóide, alienado, sintomas primários de esquizofrenia estão representados
nesta dimensão. Em populações não psiquiátricas esta dimensão mede
normalmente a alienação social (5 itens);
Itens adicionais: são 4 (11, 25, 39, 52) e não pertencem a nenhuma das dimensões
primárias porque estão presentes em várias. Fazem parte do teste porque representam
indicadores clínicos e vegetativos importantes.
Cotação - Há 3 Índices Globais de Distress no BSI:
• Índice Geral de Sintomas (IGS): melhor indicador do nível de distress do
indivíduo e deve ser usado sempre que uma medida sumária é exigida; Dá
informações sobre o número de sintomas e intensidade do distress;
• Total de Sintomas Positivos (TSP): representa a contagem dos sintomas que o
indivíduo experiencia;
• Índice de Sintomas Positivos (ISP): medida pura da intensidade “corrigida”;
permite saber se o indivíduo aumentou ou atenuou o distress na forma como
respondeu ao inventário;
Como obter os índices?
1. IGS - Soma-se as pontuações de todos os itens e divide-se pelo número total
de respostas (53);
2. TSP - Contagem dos itens assinalados com uma resposta positiva (i.e., maior
que zero);
3. ISP - Calcula-se dividindo a soma de todos os itens pelo TSP.
Populações – alvo
– Doentes do foro psiquiátrico
– Indivíduos perturbados emocionalmente
– Outros doentes
– População em geral
– Com adolescentes (a partir dos 13 anos, com presença do psicólogo)
Administração
• 8 a 10 minutos.
Interpretação
• A interpretação é feita a 3 níveis:
1. Deve focar o score global que representa o distress global; ~
2. Deve ter em atenção as 9 dimensões primárias que permitem um perfil do
indivíduo em termos psicopatológicos, informando sobre a sintomatologia que
mais o perturba;
3. Ao nível dos sintomas discretos que fornecem informação pormenorizada
importante para decisões clínicas.
Normas
– O grau de escolaridade, sexo e idade interferem com os resultados obtidos no BSI;
– Estudos revelaram que as mulheres apresentam um maior índice de sintomatologia nas
escalas de somatização e de obsessões-compulsões;
– As dimensões de Somatização e Depressão são sensíveis à idade dos indivíduos;
– Os indivíduos com grau de instrução primário ou obrigatório apresentam um maior
índice de somatização do que os indivíduos pertencentes a outros grupos;
– Paranóia é sensível à influência do grau de instrução mas apenas os indivíduos com
escolaridade obrigatória apresentam maior índice de sintomatologia quando comparados
com os indivíduos com grau de instrução superior;
Características Psicométricas
– Validade de construto: confirmação de dois factores na escala original e no
estudo de Moorey e col. (1991) numa amostra de 586 doentes com cancro;
• Elevada correlação entre os 2 factores (.37 para os homens e .55 para as
mulheres).
–Smith e col. (2002), em 1.474 doentes com cancro, confirmam uma estrutura de
dois factores (49.2% da variância);
• Os dois factores correlacionam-se significativa e positivamente (r=.52).
Cotação/Interpretação
– Escala de auto-administração;
– Demora cerca de 10 minutos a ser preenchida;
– 14 itens divididos em duas sub-escalas: ansiedade (7 itens) e depressão (7 itens);
• Itens de ansiedade: reflectem um estado de ansiedade generalizado;
• Itens de depressão: associados a um estado de anedonia;
Modo de resposta varia de zero (0-baixo) a três (3-elevado) numa escala de Likert de 4
pontos;
– Para cada item existem 4 possibilidades de resposta, devendo a pessoa escolher aquela
que se adapta mais à forma como se tem sentido durante a última semana;
Pontuações obtidas entre 8 e 10 para cada subescala poderão indicar uma
possível perturbação clínica;
Pontuações entre 11 e 21: uma provável perturbação clínica;
Valor de oito (8) como ponto de corte: valores inferiores indicam
ausência de ansiedade e de depressão;
Doença Coronária
É causada por endurecimento das artérias, estreitadas por depósitos
gordos;
Pode resultar em angina ou ataque cardíaco
Prevalência da D.C.:
33% das mortes em homens com menos de 65 anos, 28% de todas as mortes;
Principal causa de morte em Portugal;
Maior risco para o género masculino na meia-idade;
Com o avançar da idade os géneros equiparam-se.
Não modificáveis: nível de instrução, classe social, raça, sexo, idade, história
familiar de DCV;
Modificáveis:
- metabólicos HTA, obesidade, diabetes, etc.
- comportamentais dieta, consumo tabaco/álcool, estilo de vida
sedentário
- psicossociais stress crónico (percebido do trabalho), comportamento
tipo A, hostilidade, depressão, isolamento social, …
Fatores de Risco Modificáveis:
Hipertensão arterial
Diabetes
Obesidade
Hábitos tabágicos
Consumo (excessivo) de álcool
Estilo de vida sedentário
Stress crónico
Padrão de comportamento tipo A
Depressão
Isolamento social
A1: vigor, energia, vigilância, confiança, falar alto, falar rápido, discurso
tenso e entrecortado, impaciência, hostilidade, interrupções, uso
frequente da palavra “nunca” e “absolutamente”
A2: semelhante ao tipo 1 mas não tão extremo
B: relaxado, sem interrupções e mais calmo
5. Stress
Karasek e Theorell (1990):
o O stress do emprego prediz a D.C.;
o 2 aspetos de tensão no emprego:
As exigências (condições)
A autonomia (controlo)
Karasek e Theorell (1990) – hipótese das exigências e controlo do
emprego:
o Sugere que alta exigência e baixa autonomia no emprego
(controlo) predizem a D.C.
- cada dimensão constitui uma escala - é atribuída a cada uma destas afirmações
uma resposta numa escala de Likert de 5 pontos
score total de cada sub-escala = somatório dos valores obtidos em cada
afirmação
Medida pequena e simples das representações de doença (cognitivas e
emocionais): escala com 9 itens
escala linear contínua
Todos os itens, exceto a questão relativa às causas, são respondidos
numa escala de 0 a 4 com categorias variadas (e.g. 0 indica ‘nenhum
sintoma’ e 4 indica ‘muitos sintomas graves’).
5 itens avaliam as representações cognitivas de doença: consequências
(item 1), duração (item 2), controlo pessoal (item 3), controlo de
tratamento (item 4) e identidade (item 5).
2 itens avaliam as representações emocionais: preocupação (item 6) e
resposta emocional (Item 8).
1 item avalia a compreensão (item 7).
Padrão de comportamento:
Tipo A 1
Expressões de vigor, energia, estado de alerta, confiança em si
próprio.
Discurso: tom alto, tenso, rápido ou não pronunciam certas
sílabas.
- discurso acelerado no fim das frases longas
- interrupções frequentes, discurso explosivo, hostilidade,
impaciência
-uso de palavras extremas (e.g. nunca, absolutamente).
Tipo A2: não tão extremo como o tipo A1.
Tipo B: ausência/poucas caraterísticas do tipo A.
Tipo X: caraterísticas do tipo A e B, em proporções essencialmente
iguais (só ocorre em 10% da população).
Qualidades Psicométricas
Consistência interna: .71 e .70 nas duas amostras (809 homens e 1013
mulheres).
Conseguiu prever DCV (amostra seguida durante um período de 8 anos).
Cotação:
Inverter a cotação do item 11;
Score total: somar os scores de todos os itens (incluindo o 11 já
invertido);
Resultado elevado: indica uso frequente e possivelmente excessivo de
“racionalidade” como um estilo de defesa contra a expressão de emoções
negativas; medida indireta dos mecanismos de repressão da emoção;
Psicologia e Cancro
◦ Crenças acerca do cancro
◦ Atitudes face à doença
◦ Predição de comportamentos patogénicos
◦ Consequências que afetam a qualidade de vida
Percursores Biopsicossociais do Cancro
Fatores comportamentais
Stress
Acontecimentos de vida
Estilos de coping
Depressão
Personalidade
Acontecimentos de vida
Jacobs e Charles (1980) – Nas famílias com uma vítima de cancro tinha havido
maior número de membros com mudanças de casa, mudanças de
comportamento, deterioração do estado de saúde noutros que não a própria
pessoa e divórcios. O que sugere que os acontecimentos de vida podem
contribuir para o aparecimento do cancro.
Dados contraditórios do estudo de Petticrew e col. (1999) Não encontraram
provas sólidas de uma relação entre acontecimentos stressantes de vida e cancro
da mama.
Controlo
Papel no aparecimento e desenvolvimento do cancro;
O controlo sobre os stressores e os fatores ambientais pode estar relacionado.
Estilos de Coping
Estratégias de descomprometimento e de evitamento, como o consumo de
tabaco e álcool, podem estar relacionadas com um maior risco de cancro.
Depressão
Relação entre depressão, cancro e stress crónico ligeiro, mas não com a
depressão clínica.
Personalidade
Temoshok e Fox (1984) – os indivíduos que desenvolvem cancro têm uma
«personalidade do tipo C»
o Passiva
o Apaziguadora
o Com sentimento de incapacidade
o Desesperada
o Centrada nos outros
o Emocionalmente inexpressiva
Eysenck (1990) – descreveu uma personalidade com tendência para o cancro.
Característica dos indivíduos que reagem ao stress com desespero e sentimento
de incapacidade e que reprimem as reações emocionais aos acontecimentos de
vida. Contudo, a relação entre personalidade e cancro não é linear.
Robustez (hardiness)
Kobasa e col. (1982) – descreveram um estilo de coping chamado “robustez”
com 3 componentes:
o Controlo
o Compromisso
o Desafio
Robustez – pode ser protetora face ao desenvolvimento do cancro
Baixo controlo – sugere uma tendência para apresentar sentimentos de desespero
face ao stress.
Compromisso – oposto de alienação (e.g., encontrar significado para o seu
trabalho).
Desafio – consideram os acontecimentos stressantes como desafios a serem
enfrentados com êxito.
Respostas emocionais
Depressão grave
Luto
Falta de controlo
Mudanças de personalidade
Fúria
Ansiedade
Consequências Psicológicas
Respostas emocionais
o Depressão, falta de controlo, mudanças da personalidade, ansiedade...
Respostas cognitivas
o Espírito lutador, fatalismo, desamparo, preocupação ansiosa...
Instrumentos de avaliação
RSCL - Roterdam Symptom Checklist
MAC - Mental Ajustment to Cancer Scale
CLCS - Cancer Locus of Control Scale
SIP – Sickness Impact Profile
IPQ-B – Illness Perception Questionnaire - Brief
HADS – Hospital Anxiety and Depression Scale
Para cada um dos itens, os sujeitos assinalam o seu grau de concordância, numa
escala de quatro pontos (1= Não se aplica de modo nenhum a mim; 2= Não se
aplica a mim; 3= Aplica-se a mim; 4= Aplica-se totalmente a mim).
Esta é uma escala multidimensional que não permite a obtenção de um resultado
total, ou seja, não permite somar as notas num único score.
Vantagens:
Desenvolvida especificamente para doentes com cancro;
Medida válida para este grupo de pacientes;
Usada na predição de comportamentos relacionados com a doença.
Locus de controlo
◦ É a perceção de que as causas de acontecimentos específicos serão
atribuídas a elementos pessoais (controlo interno) ou situacionais (controlo
externo).
Atribuição da causalidade - pode mediar os efeitos do stress.
Sentimentos de eficácia pessoal - importantes para o ajustamento do doente.
Doentes com elevado locus de controlo interno face ao curso da doença:
◦ Menor perda de controlo;
◦ Maior probabilidade de mostrar comportamentos relacionados com a
saúde;
◦ Maior suporte social;
◦ Auto-estima mais elevada;
◦ Menor número de queixas físicas;
◦ Menor ansiedade e sentimentos negativos.
Sub-escalas
o Controlo da causa da doença (8 itens)
o Controlo religioso (3 itens)
o Controlo do curso/evolução da doença (11 itens)
Dor
Avaliação na Dor
A dor como comportamento. Modelos teóricos de dor.
O Papel dos Factores Psicossociais na Percepção da Dor:
◦ A relação entre as cognições, a emoção e a dor.
Potencialidade da intervenção psicológica.
Dados Epidemiológicos:
◦ Mundo: + de 50% dos doentes con0nua a sofrer de dor depois de cirurgia ou de
acidente ◦ Europa: +/- 36% da população tem dor crónica
◦ Portugal: +/- 2milhões de pessoas com dor crónica
◦ Países Desenvolvidos:
- 20% da população sofre de dor crónica
- Maior incidência mulheres e idosos
Tipos de Dor:
Dor Crónica - É uma síndrome:
• Caracterizado por persistente sofrimento;
• Impacto modificador no es0lo de vida;
• Diminui os níveis de funcionamento e qualidade de vida individual e familiar;
• É ineficaz perante a intervenção;
• Apresenta elevada probabilidade para desenvolver problemas subjacentes.
Instrumentos de avaliação
Questionário da Dor de McGill Meios para lidar com a dor
IPQ-B
HADS
SIP