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o Teste – 25 ou 26 de Março
o Trabalho– 21 de Maio
Introdução
25/02
De uma forma geral o conceito NEE está mais centrado nas medidas, enquanto que DA tende a
estar mais centrado nas caraterísticas do individuo. Por outro, existem autores que distinguem estes
dois conceitos referindo que as NEE tendem a ser problemas graves (que se mantem ao longo do
tempo), enquanto que as DA tendem a ser problemas mais superficiais, isto é, tendem a ser
pontuais, portanto, a sua resolução tende a ser muito mais simples. Alguém que apresente NEE,
necessita de apoios e medidas para aprender e sem elas não consegue aprender. Enquanto que no
caso da DA, muitas vezes essas medidas não são necessárias ou então são medidas que não passam
pelo contexto escolar, passam apenas por um contexto de intervenção psicológica. Imaginem, por
exemplo, alguém que esta a vivenciar um processo de luto, isso pode repercutisse no seu processo
de aprendizagem, mas … (não se percebe).
Vimos também na DA, tem sempre que haver potencial de aprendizagem. Isto significa que não
é possível falarmos de DA, sem que a pessoa tem um desenvolvimento cognitivo na média ou
acima da média. O que não acontece na NEE, porque podemos ter alguém que apresentem
limitações ao nível cognitivo (ex.: deficiência mental – síndrome de down, uma das caraterísticas
presentes é a limitação cognitiva).
Também abordamos de uma forma geral, aquilo que distingue EE (educação especial) e EI
(educação inclusiva) é o foco da abordagem. Enquanto a EE, segundo os autores, tende a focar a
diferença. Ou seja, tende a dar enfase à diferença do sujeito e aquilo que a pessoa necessita para
ultrapassar essa diferença. Por normas as medidas de EE são mais profundas, que introduzem
alterações mais significativas ao nível do processo de aprendizagem. Por exemplo, um jovem que é
invisual precisa de aprender através de outra linguagem ou alguém com deficiência motora, requer
uma adaptação das estruturas do próprio edifícios. São medidas mais evidentes. Enquanto a EI, o
foco está em criar condições para que todos possam ser tratados de forma igual, mesmo com a sua
diferença. Por isso é que na EI se recorre à EE, às situações na EI que requer que sejam tomadas
medidas mais concretas e com profissionais preparados para estas situações especificas.
É importante que consigamos perceber a diferença entre alguns conceitos e palavras que
normalmente usamos de uma forma indiscriminada.
Muitas vezes, nos ouvimos no senso comum “és um deficiente”, com o intuito de dizer que o
outro é maluco, ou não sabe nada. A deficiência é sempre entendida como uma coisa negativa. Há
mais informação sobre a EI no moodle. Num desses documentos que está no moodle
encontramos um autor que apresenta a sua visão e de outros autores, no sentido de substituir a
palavra “deficiência” por NEE. Pois consideram que falar de NEE é menos gravoso que falar de
deficiência.
A professora partilha que não entende dessa forma. Afirma que tudo depende da maneira como
nós percebemos o que é uma deficiência. Uma deficiência é uma limitação acentuada. No entanto, a
professora diz que compreende esta palavra estando conotada de forma negativa pode criar algumas
dificuldades de aceitação e integração na sociedade. No entanto, na literatura aparece muito, como
sinónimos incapacidade e deficiência. São temas que se referem sobretudo a problemas ao nível da
aprendizagem …
Vamos falar sobres os 3 períodos que apresentei de uma forma muito breve na aula anterior.
Um período que vai até 2008, é um período em que o conceito de DA e NEE são conceitos
distintos, mas tanto no caso de uma criança/jovem apresentam DA ou NEE tem direito a medidas
que a protejam, no caso do contexto educativo. E por isso é que essas medidas estavam descritas no
decreto-lei 319/91. Portanto, quando devidamente confirmadas as dificuldades de DA e NEE eram
pedidas às escolas para serem implementadas apoios especializados conforme a severidade do caso,
porque no caso das DA vimos que as medidas podiam ser inexistentes e no caso das NEE não. Até
2008 havia uma grande segregação. Este decreto de lei já tentava efetivamente a inclusão, no
entanto…a professora conta que começou a trabalhar em 1991 e recorda-se perfeitamente quando
este decreto-lei começou a ser implementado. Nesta altura, por exemplo, se uma criança ou jovem
com NEE (síndrome de down, autismo, etc) por qualquer razão tivesse que mudar de instituição
(questões de residência ou até porque a própria escola tinha até ao 9ºano), havia muitas crianças e
jovens que não eram admitidas nas escolas. E isto é uma questão muito revoltante.
Em 2008 surge uma outra fase, que dura 10 anos. De 2008 até 2018. Surge então um novo
decreto-lei, decreto-lei 3/2008. Com este decreto-lei há uma nova visão do individuo, sendo uma
lufada de ar fresco pois permitiu fazer um enquadramento das NEE de outra forma. Mas na teoria,
porque na prática continuamos a verificar muitas dificuldades no terreno dos profissionais de
integrarem e incluírem as crianças e jovens com NEE. A professora recorda-se que nesta fase os
psicólogos e professores de EE… no caso da psicologia, se um psicólogo fizesse avaliação (por
exemplo) de um jovem com síndrome de down, teria que fazer um relatório seguindo uma
classificação internacional de funcionalidade (é um manual, do género de DSM-V só que neste caso
associado à aprendizagem) …era muito complicado. Houve de facto uma evolução, o decreto-lei
3/2008 foi muito importante, sobretudo do ponto de vista teórico tentou desmontar a ideia da
deficiência como sendo um estigma.
O decreto-lei que vamos aprofundar nas aulas, será o decreto-lei 54/2018. Efetivamente, ainda
acrescenta uma alteração mais acentuada. Neste momento tendemos a não falar em EE mas sim em
EI, embora como foi dito à pouco a EI pode também requerer a EE e deixamos de falar em NEE e
Necessidades Educativas (NE), pois a palavra “especial” transporta-nos para a diferença, quando
aquilo queremos é focar naquilo que é necessário fazer para que todos tenhamos as mesmas
oportunidades. Estas alterações são muito grandes, como vão puder ver ao longo da disciplina,
vamos aprofundar este decreto e as medidas. É uma forma de ver as pessoas com problemas na
aprendizagem pela positiva, ou seja, o que este decreto-lei diz é que todos nós em qualquer
momento da nossa vida podemos ter uma dificuldade na aprendizagem. E portanto, todos nós
podemos necessitar de medidas a qualquer momento. Quando voltar ao decreto-lei 54/2018 vamos
voltar ao modelo multinível, de psicologia da educação.
Uma primeira fase de Exclusão Total, em que do ponto de vista histórico situa-se até ao
renascimento. Exclusão significa prender pessoas diferentes, queimar pessoas diferentes, colocar
fora do alcance da vista pessoas diferentes…foi uma fase muito cruel, muitas vezes isto é retratado
em filmes, as pessoas eram escondidas…alias vocês têm um caso que é abordado no 1ºano de
psicologia, um filho de um rei que foi rejeitado por ser ilegítimo e foi mantido numa jaula…andava
como um lobo…houve muitas situações ao longo da história ligadas a exclusão. Entendia-se muitas
vezes que eram figuras ligadas ao diabo, engano da natureza, questiona-se o que teria feito
determinada família para ter alguém tão diferente. Existem também exemplos mais recentes, que
mostram a forma desumana como as pessoas eram tratadas. A igreja teve aqui, também um papel
terrível na questão da exclusão.
Segundo período, período da Segregação. Os autores colocam este período até ao inicio do séc.:XIX
. Estamos a falar do ponto de vista teórico, porque se calhar estas 4 fases ainda existem na
atualidade. A segregação é identificar pessoas com problemas, mas coloca-las à parte.
Proporcionar-lhes o apoio que necessitam, desde que estejam à parte. Por esse motivo é que foram
criadas escolas especiais e escolas regulares. Esta é uma designação que alguns professores
utilizam. Segregar significa que, frequentava uma escola regular quem não tivesse problemas e
quem tivesse teria que ira para uma escola, um espaço especial.
A terceira fase vai até a década de 70 e diz respeito a fazer a Integração. Isto significa que se tentou
usar medidas, no sentido de, mesmo estando segregados fossem integrados na sociedade e nos
grupos. Nesta altura encontramos praticas em crianças e jovens que eram retirados das escolas e iam
para as escolas/espaços especiais, no entanto, faziam algumas atividades com os colegas ditos
“normais” (a professora não gosta desta expressão).
A inclusão e EI, está mais presente a partir da década de 90. No entanto, no nosso país, depois da
década de 90, ainda encontramos muitas situações caraterísticas dos períodos anteriores e que
mostram que ainda há muito a fazer nesta EI. Não faltaram exemplos, que a EI está em primeiro
lugar na nossa cabeça. Se nós segregarmos a diferença, não podemos ser inclusivos.
Se quisermos diferenciar alguns conceitos de forma mais aprofundada, podemos diz por
exemplo…esta definição é uma de várias e encontram-na num dos artigos que esta no moodle e a
sua respetiva explicação.
Um E caiu. Tendo em contas as datas de há pouco, até 2008 o termo utilizado era “deficiência”,
depois passou a ser “NEE” com o novo decreto-lei3/2008 até 2018. E em 2018 cai o E e passamos a
falar só em NE. Cai o “especial”, todos somos especiais. Em qualquer fase da nossa vida temos uma
caraterística especial.
Há pouco falava-vos da mudança de abordagem. E isto é muito importante. Esta mudança tem
a ver com o modelo teórico. Portanto, o modelo médico está associado ao foco no problema, na
diferença.
O que é que o médico deteta? A doença. O que é que o psicólogo deteta tendo por base o
modelo médico? A patologia. Enquanto que o modelo psicossocial é um modelo precisamente ao
contrário, o técnico esta centrado nas caraterísticas do individuo, ele quer conhecer o individuo, como
é que ele é, como é que foi o seu desenvolvimento, que recursos é que tem, quais as suas potencias,
que contextos é que esta inserido Modelo Biopsicossocial. Claro que não vamos esquecer os
problemas. Vamos conhecê-los e depois ajudar a pessoa com os seus problemas. Ajudar a ultrapassar
os problemas, implica o potencial do individuo, implica as caraterísticas. O modelo biopsicossocial
esta presente na fase a partir de 2008, mas de 2008 a 2018 teve muita dificuldade em ser
implementada, houve muitas resistências. E atualmente com o novo decreto-lei é mais fácil, embora
ainda haja muitas praticas que seguem modelo médico (foco no problema, diferença, segregação…
em colocar à parte). Enquanto que no modelo médico o foco é atribuir causas ao individuo, enquanto
que no modelo biopsicossocial o foco esta naquilo que é necessário, não interesse o que causou, mas
sim o que a pessoa precisa naquele momento. Quando nos focamos nas causas, dizemos “aquela
criança tem um problema sério de concentração porque a mãe e o pai são alcoólicos…não teve
grande sorte”. Enquanto que no modelo pela positiva…claro que é importante o contexto, o que deu
origem, mas mais importante que a causa é saber o que é que a pessoa precisa naquele momento e o
mais rapidamente possível para ser ajudada. Isto na prática faz toda a diferença. Exemplo: se nos
estamos à procura do problema facilmente somos distraídos. Imaginem alguém que procura ajuda, e
o motivo dessa procura é ter negativa a todas as disciplinas. O psicólogo que esta centrado no
problema, pode pensar “esta pessoa não tem capacidade”, portanto vai se centrar no estudo cognitivo
da pessoa. E maior parte das vezes o que acontece de seguida, é constatar que a pessoa tem um QI
bom. E isso acontece muitas vezes, é os pais chegarem as consultas e dizerem que já foram a outros
psicólogos e dizem que o filho não tem qualquer tipo de problema em aprender. O que acontece é que
os psicólogos só se centraram no estudo de uma caraterística, que esta associada ao problema que
levou à consulta. Se nos fizermos uma análise de todo o sujeito, de todas as suas dimensões, vamos
chegar à conclusão que do ponto de vista cognitivo esta tudo bem, mas que há um problema a nível
emocional (com origem na família ou amigos, etc) …podemos encontrar outro tipo de abordagens,
explicações que nos permitem enquadrar aquela dificuldade que levou à consulta e, portanto,
consequentemente ajudar na resolução do problema. Exemplo: Pediram-me para fazer avaliação de
uma criança com autismo. E agora estou a fazer acompanhamento aos pais e não à criança. Sem
dúvida que a criança tem autismo...alias não foi necessária uma grande confirmação pois era muito
evidente o quadro…, no entanto, confirmei. Preocupei-me em fazer um levantamento das
caraterísticas daquela criança, ou seja, o que é que ela apresenta e quais são as áreas que precisam de
ser estimulada…e verifiquei tendo em conta o modelo biopsicossocial, ou seja, uma abordagem
multidimensional do sujeito, verifiquei que um dos problemas mais graves daquela criança, são os
problemas conjugais dos pais. Depois os problemas conjugais levam a um a sistema parental
completamente disfuncional, cada um educada a menina da maneira que acha mais correto e isto
acarreta problemas muito sérios ao nível da estimulação da menina. E, portanto, se numa primeira
fase foi importante orientar os técnicos das várias terapias que a menina esta a ter, no sentido de
acertar as áreas onde tem de ser estimulada, não podia deixar de dizer aos pais… (internet falhou).
Esta abordagem que só é possível no modelo biopsicossocial, não é possível se usarmos o modelo
médico.
26/02
Ele está dividido em três partes isto para mostrar que o individuo, a pessoa que
aprende, neste caso a criança ou jovem, visto que tudo isto foi pensado considerando a
escolaridade obrigatória, que no nosso país é até aos 18 anos (daí só ser referido
crianças e jovens). No entanto a orientação que temos é de que esta forma de abordagem
e todas as medidas de suporte que são utilizadas podem ter continuidade ao longo do
ensino superior e ao longo da vida do individuo. Este slide é muito interessante e retirei-
o de uma formação que frequentei quando saiu o decreto de lei no sentido de ficar
capacitada para fazer formação nesta área.
Isto significa um aspeto muito importante. Temos o slide dividido em três partes,
o que significa que esta abordagem da aprendizagem é universal porque é para todos e
considera o individuo tendo em conta estas três vertentes. Ou seja, deixa de ser
importante apenas o que é que a pessoa aprende e passa a ser importante não só o
conteúdo/conhecimento mas igualmente como a pessoa aprende, ou seja, chama a
atenção para a necessidade de diferenciar os alunos em termos da forma como se
expressam, todos se expressam de forma diferente, uns com mais facilidade ao nível da
escrita, outros com mais facilidade ao nível da escrita, alguns trabalham melhor
individualmente outros melhor ao nível de grupo, e portanto é fundamental que na
aprendizagem tenhamos atenção a esta diversidade. Portanto, não nos focamos apenas
no conteúdo daquilo que vai ser transmitido, isto é uma visão, este primeiro retângulo
corresponde à aprendizagem num sentido tradicional – interessava apenas o conteúdo,
aquilo que era referido, os conhecimentos. Com esta abordagem chama-se a atenção do
como e do porque, ou seja, são introduzidas não só questões de personalidade e de
características individuais do sujeito, tendo em conta a forma como ele se expressa e
como é que ele aprende – todos nós temos estilos de aprendizagem diferentes. Por outro
lado a importância de termos em consideração as variáveis emocionais relacionadas
com a aprendizagem. Ou seja o educador deixa de ser alguém que detém apenas
conhecimento para ter de passar a ser alguém que conhece várias estratégias, que
conhece o aluno e que consegue estimular o interesse e a motivação para aprender do
próprio aluno.
A psicologia está nestes dois retângulos – do como e do porque. Porque de facto
nas instituições um dos nossos papeis é ajudar os educadores/professores/pais a
conhecerem os seus filhos/educandos e dessa forma poderem adequar estratégias para
que eles não só consigam aprender mas também aprendam com interesse e motivados.
Dúvida: As variáveis emocionais estão sobretudo no princípio três. Tem a ver com o
envolvimento da aprendizagem. O learning engagement, aprender com interesse, com
motivação. Estão aqui as variáveis emocionais. No entanto, também as encontramos no
como porque como vos dizia implica aqui um conhecimento da pessoa
multidimensional. A nossa componente emocional pode potenciar ou diminuir meios de
expressão. Exemplo: Quando estamos preocupados com determinada situação, a
probabilidade de darmos erros ortográficos é maior pois estamos menos focados
naquela tarefa e estamos mais envolvidos em termos do problema em si.
Isto para dizer que a componente emocional encontra-se sobretudo na terceira
parte mas também esta presente na segunda. Se quisermos também fazer uma
associação a componentes do individuo, nos outros dois princípios, o princípio número
um do reconhecimento que é a aprendizagem, está muito associado à componente
cognitiva. Tem a ver com os conhecimentos, memorização, o estar atento, a perceção,
organização, integração – processos cognitivos. A segunda parte, o como da
aprendizagem está muito associado à componente do comportamento, aquilo que eu
faço para. E o princípio três esta muito associado a uma componente emocional.
Atenção que apenas teoricamente é que podemos separar isto, obviamente todas elas
estão associadas entre si. O primeiro princípio é um princípio que guiou a aprendizagem
até muito recente, até 2018, muito ligado a questões cognitivas. Mesmo os estudos do
âmbito da psicologia já terem introduzido as variáveis emocionais há muito tempo, em
Psicologia da Educação, quando desenvolvemos a autorregulação da aprendizagem
perceberam que a partir dos anos 80 houve a introdução das variáveis emocionais na
aprendizagem e passou a ser entendida como a atribuição de significado. Isto na teórica
pois na prática efetivamente continuamos a encontrar praticas a nível da aprendizagem
tradicionais, muito focadas no conhecimento. Alias basta fazer uma análise das vossas
unidades curriculares e das estratégias que os vossos professores utilizam e perceber que
uns são mais tradicionais e outros menos.
(Vai deixar link na moodle de um pequeno filme para perceber como mudou da teoria
para a prática)
Tendo em conta estre três aspetos que caracterizam o DUA, esta necessidade de
conhecer o individuo de forma aprofundada para poder corresponder as suas
necessidades e as suas especificidades, de facto a tendência é considerar o individuo que
aprende nesta tripla vertente. Convém que aprendam, ou seja, sejam diligentes no
conhecimento, sejam sabedores. É importante que o aluno seja estratégico, e
direcionado, portanto, primeiro relacionado com o aspeto cognitivo e o segundo
relacionado com os aspetos comportamentais e também que seja motivado e
determinado. Características como no caso de ser diligente, ser detentor de
conhecimento, o conseguir mobilizar conhecimento prévio (conseguir relacionar
conhecimentos atuais com conhecimentos anteriores), identificar ferramentas e recursos
que lhe permitam relacionar e reestruturar a informação de maneira a poder utilizar mais
tarde – recorda-la. E também transformar o conhecimento/informação num
conhecimento múltiplo aplicado à prática. Mesmo a visão da aprendizagem tradicional
estando fixado nestes aspetos cognitivos não ia tão longe, porque conhecimento era
apenas receber, o aluno era apenas um recetáculo de conhecimentos debitados pelo
professor. Isto de ser diligente e sabedor implica uma habilidade por parte do sujeito,
uma regulação do seu conhecimento.
Por sua vez o DUA implica que o aprendiz seja estratégico. Que ele planifique,
organize, otimize a sua aprendizagem tendo em conta as suas características e os seus
objetivos e que tenha a capacidade também de abandonar planos que não se mostrem
eficazes. E obviamente em termos da motivação alguém que formule objetivos, alguém
que tem uma grande curiosidade por aprender, alguém que consegue monitorizar as suas
emoções e controlar as suas emoções, portanto, ultrapassar barreiras, nomeadamente
barreiras ao nível da concentração (distratores, etc) de maneira a poder prosseguir o seu
plano até ao fim. É uma visão de uma criança e jovem muito alinhada com os modelos
atuais da psicologia.
O decreto de lei 54/2018 efetivamente reforça a importância dos psicólogos nas
instituições e não é por acaso que efetivamente tem vindo a aumentar sistematicamente
e sobretudo a partir de 2018 o número de psicólogos nas instituições.
* Crianças e jovens corresponde a crianças dos 5-18 (do pré-escolar ao secundário).
Enquadramento:
DA e insucesso escolar;
“esponja social” – a criança consegue absorver todos os problemas;
Cerca de metade das NEE (dificuldades na aprendizagem mais ou menos
graves) (12%) são DA ou DAE (6%) – uma grande parte dos casos de
crianças e jovens apresentam ou podem apresentar DA ou DAE;
Procuram a consulta, muitas vezes, por insucesso escolar.
Definição em sentido lato:
o Insucesso escolar;
o Fracasso escolar;
o Necessidades educativas especiais;
Definição em sentido restrito:
o Mais de acordo com as visões dos psicólogos;
o Descapacidades;
o Impedimentos para aprender;
o Indica que existe qualquer coisa de diferente que se traduz no
rendimento académico dos alunos, independentemente de esta
diferença ter origem em fatores intrínsecos ou extrínsecos,
afetivos ou cognitivos, educacionais ou neurológicos, isto é, sem
especificar exatamente o que está alterado.
História DA/DAE:
o 4 períodos:
1 – Período de fundação:
Europeia (1800 a 1920);
Período da fundação norte – americana (1920 –
1960)
2 – Período de emergência (1960 – 1975)
3 – Período de solidificação (1975 – 1980)
4 – Período de turbulência (1985 – 2000)
Nos últimos 2 encontramos só definições de DAE,
porque de uma forma geral, as DAE são DA mais
qualquer coisa, em que é acrescentada mais
alguma informação.
1º DA é só depois DAE;
Conceito de DA
Definição apresentada na “Conference on Exploration into problems of the perceptually
handicapped child” nos Estados Unidos (Correia, 1963)
Um atraso, uma desordem ou uma imaturidade no desenvolvimento de um ou
mais processos da fala, da linguagem, da leitura, do soletrar, da escrita ou da
aritmética, resultantes de uma possível disfunção cerebral e/ou distúrbio
emocional ou comportamental, e não resultantes de deficiência mental, de
privação sensorial, ou de fatores culturais ou pedagógicos.
Só é possivel compreender as DA através do conhecimento das áreas fortes e das
áreas fracas da criança
Conceito de DA
Fonseca, 1984
Desarmonia do desenvolvimento, caracterizada por imaturidade psicomotora que
inclui perturbações nos processos recetivos, integrativos e expressivos da
atividade simbólica
Problemas psicomotores: lateralidade, estruturação psicomotora, dificuldades de
orientação espacial, sucessão temporal
05/03 (sexta)
Conceito de DAE
Dificuldades de aprendizagem especificas é um termo genérico que diz respeito a um
grupo heterogéneo de desordens (pode manifestar-se de formas muito diferentes),
manifestada por dificuldades significativas (nas DAE são muito significativas enquanto
que nas DA são mais difíceis de detetar) na aquisição e no uso das capacidade de escuta,
de fala, de leitura, de escrita de raciocínio ou de capacidades matemáticas (tanto pode
ser na aquisição como depois da aquisição, ou seja, pode surgir a qualquer momento e
manifesta-se em varias áreas). Estas desordens são intrínsecas ao individuo, são
presumivelmente devidas a uma disfunção do sistema nervoso central e podem ocorrer
ao longo da vida. Problemas no comportamento autorregulado, na perceção social e nas
interações sociais podem coexistir com as dificuldades de aprendizagem, mas não
consistem por si só uma dificuldade de aprendizagem. Embora as dificuldades da
aprendizagem possam ocorrer concomitantemente com outras condições de
incapacidade (ex: deficiência sensorial, deficiência mental, distúrbio emocional grave)
ou influências extrínsecas (ex: diferenças culturais, ensino insuficiente) elas não são
devidas a tais condições ou influências”
Estas manifestações são muito evidentes, caso estas não sejam significativas não
estamos perante uma DAE mas sim de uma DA
Conceito de DAE
Correia, 2008
11/3 (quinta-feira)
Tipos de DAE
Dislexia -
Discalculia –
Não se considera a ortografia como uma DAE frequente porque está muito implícita
DAE
Grafema – alguém que não foi estimulado o suficiente em termos de motricidade fina,
portanto não consegue ao nível do grafismo quando está a escrever não consegue
diferenciar as letras, torna o seu texto completamente irreconhecível.
A-Tem que apresentar pelo menos 1 sintomas como ter presente um sintoma de leitura
de palavras imprecisa ou lenta, dificuldades em compreender o que lê, dificuldade com
a expressão escrita, dificuldade em dominar o sentido dos números, factos numéricos ou
calculo, dificuldade com o raciocínio matemático.
C – Começam durante os anos escolares - é novo em relação aos anteriores, não so tem
que estar presente nos anos escolares, tem que haver com aprendizagens académicas,
tem que estar presente nos primeiros anos de aprendizagem , sobretudo nos primeiros
anos escolares
Historia escolar, sabermos de facto qual foi o processo que aquela pessoa seguiu, há
quanto tempo esta na escola, qual é a informação dos professores apresentam sobre
aquela pessoa, como tem sido o se rendimento académico mas ao mesmo tempo é mt
importante termos dados atuais,
Dados mais gerais de dimensões como dimensão cognitiva, social, emocional, saber
neste momento qual é o desenvolvimento cognitivo desta pessoa, como é que ela se
caracteriza. Mas há outras dimensões importantes como a saúde, se alguém esta a tomar
alguma medicação por alguma razão
Recolher dados do procedimento de informação – temos que ter dados destes 4 aspetos,
entrada da receção da informação (atenção, concentração precessão), retenção
(memoria, vários tipos de memoria) integração da informação também recolher dados
sobre o procedimento.
Não esquecer da expressão, temos sempre que avaliar como aquela pessoa escreve, lê e
compreende e também que tipo de calculo mental que ela tem (se tiver algum problema
na fala temos que especificar essa informação) a recolha de dados da expressão deve ser
avaliada por nós e devemos também podemos recolher dados através da observação
daquele jovem se tivermos de trabalhar numa instituição ou analisando documentos que
aquela pessoa escreveu ao longo do seu percurso académico, sobretudo atualmente
primeiro nível que nos vamos dividir toda a informação em áreas fortes e ares com
dificuldades
segundo nível nos vamos dessas informações do primeiro nível vamos transportar para
o 2,3 e 4 apenas as áreas com dificuldades,
no nível dois colocamos alguma informação que possa indicar uma disfunção cerebral,
ou procedimento de informação (escrita, memoria, concentração)
As áreas fortes ficam só no nível 1 e nas restantes coloca-se as áreas com dificuldades
No nível 3 e 4 colocamos os fatores de exclusão, que são fatores que não explicam as
dificuldades
18 e 19/03
Critérios de exclusão
TIPOD DE DAL
CARACTERISTICAS
associadas….
* Dificuldades na ortografia;
CAUSAS
Neurológicas (disfunção cerebral)
Genéticas
Nota: medicação apenas quando necessária e para criar condições…(DAL não é
uma doença!)
Caraterísticas pessoais que o meio reforça -> falta de acompanhamento, falta de
medidas de apoio, etc.
AVALIAÇÃO/INTERVENÇÃO
10% de incidência
Avaliação deve passar por um despiste
4 provas de wisc: perfil ACID (Aritmética, Código, Informação, Memória de
Dígitos). e QI
Não é suficiente, é necessário a avaliação de cariz educacional)
Indicadores de leitura – avaliação de cariz educacional
Quando se realiza o diagnóstico? Após um mês e meio do início do 1º ano deve
realizar-se o screening, caso não tenha sido feito no pré escolar. (despiste). Diagnóstico
no 2º ano.
PREVENÇÃO é mais eficaz que a REMEDIAÇÃO
NÍVEIS DE SCREENING:
1º Para todos (ex. consciência fonológica, nomeação rápida, identificação letras,
fluência da linguagem oral…).
2º Para crianças em pequeno grupo (ex. vocabulário, linguagem oral, …).
3º Individualmente. (1º nível de intervenção)
COMPETÊNCIAS A DESENNVOLVER:
Consciência fonológica
Leitura de palavras
Fluência verbal
Vocabulário
Compreensão
AULA 15/04
DECRETO-LEI 54/2018
a) Equidade
Concretizar o potencial
b) Inclusão
Acesso e participação
c) Diversidade
Diferenciação no ensino aprendizagem
d) Personalização
Planeamento educativo centrado no aluno
e) Flexibilidade
Adequação às singularidades
f) Envolvimento parental
Direito à participação e informação
Vamos passando para o patamar seguinte sempre que as medidas anteriores não forem
suficientes.
Medidas universais:
Dirigem-se a todos os alunos e têm como objetivo promover a participação e o sucesso
escolar; É muito fácil poder estar nesta fase; Como são medidas superficiais e tem a ver
com o exterior, por exemplo, estratégias, alterações ao nível do ambiente, etc, muitas
vezes não são suficientes, e quando encontramos pessoas com uma limitação mais
acentuada e que se estende ao longo de mais tempo, temos de seguir as medidas
seletivas.
Qualquer pessoa entra e sai facilmente destas medidas pois são medidas superficiais.
Se a criança ou jovem faz atividades em turma tem de haver obrigatoriamente medidas
universais na turma.
Estas 5 medidas podem ser aplicadas em simultâneo como podem ser aplicadas apenas
uma.
São medidas que se aplicam facilmente, a muitos alunos ao mesmo tempo, e pode
deixar de se aplicar facilmente quando se vir que a pessoa deixa de ter dificuldades. É
muito dinâmico.
Medidas seletivas:
Dirigem-se a alunos que evidenciam necessidades de suporte à aprendizagem
que não foram supridas em resultado da aplicação das medidas universais.
Medidas adicionais:
Alunos que apresentem dificuldades acentuadas e persistem ao nível da
comunicação, interação, cognição ou aprendizagem, que exigem recursos adicionais
significativos.
A frequência do ano de escolaridade por disciplina (um aluno pode fazer um ano
em dois, dividindo as disciplinas por ano, para conseguir fazer com mais calma)
(é a medida mais próxima das medidas seletivas pois parte-se do princípio de
que a criança apenas precisa de mais tempo, ou seja, por exemplo, as disciplinas
que faria num ano pode ser dividida por dois anos) (é a menos restritiva das
medidas adicionais; requer que haja competências; pessoas com limitações, mas
que com mais tem conseguem acompanhar)
Desvantagens:
o Atraso da escolaridade (ou seja, turma com pessoas de
idade inferior; pode afetar a sua inclusão)
o Todos os anos a mudar de turma (pode também afetar a
sua inclusão)
Esta medida deve então ser aplicada pontualmente e nas situações
em que temos bons indicadores do ponto de vista da intervenção,
que aquele jovem a médio prazo vai conseguir ultrapassar
algumas das limitações acentuadas; se for pontualmente podemos
estar a segregar; tem de ser acompanhada com medidas seletivas
de apoio psicopedagógico).
Exemplo de acomodações:
o Disponibilizar notas fotocopiadas (ou um guia de estudo) a alunos com
dificuldades na coordenação oculo-manual, evitando que tenham de copiar do
quadro.
o Utilizar organizadores gráficos.
o Organizar o espaço de sala de aula de forma a não conter estímulos que possam
ser distrativos para os alunos.
o Apresentar sugestões para a gestão do tempo, por exemplo, através da colocação
de post-its na mesa.
o Usar materiais visuais e concretos nas aulas.
o Usar tecnologia assistiva quando possível/necessário.
o Dar instruções claras aos alunos, uma de cada vez, não sobrecarregando os
alunos com muitas informações ao mesmo tempo.
o Colocar na sala de aula pistas visuais que induzam a comportamentos
apropriados.
o Disponibilizar tempo extra para o processamento de informação.
o Utilizar um tamanho de letra superior sempre que adequado.
o Disponibilizar suportes auditivos para limitar a quantidade de texto que o aluno
deve ler.
o Manter a proximidade ao aluno.
o Colocar “lembretes” na mesa do aluno, como por exemplo, listas de vocabulário,
alfabeto, …
o Proporcionar o uso de espaços alternativos para trabalhar tarefas específicas.
o Dar feedback contínuo.
o Prestar atenção à iluminação do espaço da sala de aula.
o Permitir que o aluno dê respostas orais em vez de utilizar a escrita para
demonstrar a compreensão de conceitos.
o Permitir que o aluno disponha de mais tempo na concretização das tarefas.