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AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE


ALFABETIZAÇÃO

Douglas Henrique de Araújo Pires

RESUMO

O processo de alfabetização é fundamental na vida de uma criança. O presente artigo tem como
tema: As dificuldades de aprendizagem no processo de alfabetização, com o objetivo geral de:
Analisar as principais dificuldades de aprendizagem no processo de alfabetização e objetivos
específicos: Compreender o que acarreta as dificuldades de leitura e escrita, no processo de
alfabetização e detectar os principais aspectos que interferem no processo de aprendizagem dos
alunos nas séries iniciais. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográficas, na qual foi
fundamentada em autores como: Fonseca (1995), Paulo Freire (2005), Emília Ferreiro (1985),
entre outros. Conclui-se que a alfabetização é o pilar da educação, e que são diversos os fatores
que contribuem para a dificuldade de aprendizagem, os educadores precisam elaborar suas aulas
de forma que abranja todos, promover auto avaliação constantemente com o intuito de refletir
sua prática pedagógica para atender as necessidades dos seus alunos para contribuir para uma
educação eficaz.

Palavras-chave: Alfabetização. Aprendizagem. Dificuldades.

ABSTRACT

The literacy process is fundamental in a child's life. The present article has as its theme:
Learning difficulties in the literacy process, with the general objective of: Analyzing the main
learning difficulties in the literacy process and specific objectives: Understanding what causes
reading and writing difficulties in the process of literacy and detect the main aspects that
interfere in the learning process of students in the initial grades. The methodology used was
bibliographic research, based on authors such as: Fonseca (1995), Paulo Freire (2005), Emília
Ferreiro (1985), among others. It is concluded that literacy is the pillar of education, and that
there are several factors that contribute to the learning difficulty, educators need to prepare their
classes in a way that covers everyone, constantly promoting self-assessment in order to reflect
their pedagogical practice. to meet the needs of its students to contribute to an effective
education.

Keywords: Literacy. Learning. difficulties.


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1 INTRODUÇÃO

A alfabetização tem sido a preocupação não só da escola, onde se ver a taxa de fracassos
aumentando frequentemente, da família que se preocupa com o filho que não consegue
acompanhar as demais crianças, do educador que não consegue entender porque os alunos não
assimilam o que ele ensina. A preocupação também é de muitos estudiosos que buscam
encontrar alternativas eficazes que contribuam com a melhoria do ensino-aprendizagem de
todas as crianças principalmente em séries iniciais.
Este artigo tem como tema: As dificuldades de aprendizagem no processo de
alfabetização, onde serão colocadas os problemas encontrados pelas crianças nesse processo
tão importante de sua vida, com o objetivo geral de: Analisar as principais dificuldades de
aprendizagem no processo de alfabetização e específicos: Compreender o que acarreta as
dificuldades de leitura e escrita, no processo de alfabetização e detectar os principais aspectos
que interferem no processo de aprendizagem dos alunos nas séries iniciais. Através da análise
dessas dificuldades, poderemos compreender melhor o que acarreta as dificuldades de leitura e
escrita das nossas crianças.
Esse tema justifica-se devido muitos pensarem que dificuldade e distúrbio de
aprendizagem seja o mesmo, é importante ter conhecimento sobre a diferença entre os dois, e
que possuem formas diferentes de se lidar com a situação. Pois confundir os mesmos pode
acarretar sérios problemas na vida da criança, e tratá-los da mesma maneira, provavelmente,
não alcançará o efeito desejável.
Hoje em dia um dos maiores problemas encontrados na educação é, referente a sua
qualidade de aprendizagem, principalmente na alfabetização, onde encontramos muitas
crianças com dificuldades de aprendizagem, sendo assim desvelou-se a necessidade de entender
o motivo que leva a esse fracasso escolar, e como colaborar para melhorar a qualidade de
ensino. Diante deste contexto constatou-se o seguinte problema: Qual a melhor forma para os
educadores, equipe escolar e familiares, amenize as dificuldades encontradas pelas crianças nas
séries iniciais?
A metodologia da pesquisa foi baseada em pesquisas bibliográficas, fundamentada em
autores como: Fonseca (1995), Paulo Freire (2005), Emília Ferreiro (1985) entre outros que
contribuíram significativamente para esse trabalho.
Esta pesquisa, apresentam-se estruturadas em seções: Na primeira apresentamos a
diferença entre dificuldade e distúrbio de aprendizagem. Em seguida, aborda-se proposta de
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superação para as dificuldades de aprendizagem. Na terceira seção apresentamos a


metodologia, seguida das considerações finais.

2 DIFICULDADE OU DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM?

Quando falamos em dificuldades pensamos em algo, como incapacidade que o


indivíduo apresenta para realizar determinada atividade ou tarefa. Os educadores devem
estarem bem informados sobre esse tema, para não correm o risco de confundirem uma
dificuldade com um distúrbio de aprendizagem. Apesar de existir uma ampla discussão entre
autores e profissionais da área da educação com relação a esse assunto, ainda não há um
consenso ou uma posição definida para o mesmo. Dessa forma, vamos adotar neste estudo o
princípio de que existem determinadas diferencias entre os termos “dificuldades” e “distúrbios”
de aprendizagem. Joint National Committee for Learning Disabilities (NJCLD) (1985):

Dificuldades de Aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo


heterogêneo de desordens manifestadas por dificuldades significativas na
aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades
matemáticas. Esses transtornos são intrínsecos ao indivíduo e presume-se que
devido à disfunção do Sistema Nervoso Central. Apesar de que uma
dificuldade de aprendizagem pode ocorrer concomitantemente com outras
condições incapacitantes (por exemplo, deficiência sensorial, retardo mental,
distúrbio social e emocional) ou influências ambientais (por exemplo,
diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos),
não é o resultado direto dessas condições ou influências.

Dessa forma podemos dizer que dificuldade é qualquer tipo de obstáculo encontrado
pelos indivíduos no processo de ensino-aprendizagem, sendo ele acarretado com problemas
sociais, familiares, ausência de motivação, falta de interesse, estrutura escolar inadequada,
baixo QI entre outro, ou seja, são problemas que não está centralizado apenas no aluno. Já
distúrbio de aprendizagem remete a um problema ou a uma doença que acomete o aluno em
nível individual e orgânico como: dislexia, disgrafia, dislalia, disortográfica, afasia, acalculia,
discalculia, Transtorno do déficit de Atenção com Hiperatividade – TDAH, autismo, Síndrome
de Asperger entre outros.
Analisando e procurando entender quais os problemas e os erros mais frequentes que
contribuir para esse fracasso da educação, colocando em vigor que essa fase da alfabetização é
o alicerce para todas as demais séries, já que se não for passada por ela de forma adequada, a
criança seguirá no ambiente escolar de forma oriunda, com traumas e possivelmente será taxada
pelos demais profissionais como “a criança que não aprende e não sabe de nada”, a “criança
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com dificuldades” e “alunos fracassos” quando na verdade ela apenas não foi orientada ou
melhor lapidada na série inicial.

2.1 As principais dificuldades apresentadas pelos alunos no processo de alfabetização

A Alfabetização é o começo de uma longa caminhada escolar, nesse período em que o


professor tem que, desde cedo, garantir que a criança se aproprie da leitura e da escrita, onde
através de métodos pedagógico, irá incentivar o gosto pela leitura. Essa leitura deve ser
primordial e prazerosa nesse processo de alfabetização, já que se nesse período acontecer algum
desvio, ou se a criança de certa forma for traumatizada, levará isso por toda sua vida, dede a
infância a fase adulta.
Para Emília Ferreiro (1993, p.10), “a alfabetização da criança inicia-se muito antes de
sua entrada na escola. A criança passa a ter sua primeira interpretação do mundo logo que nasce,
no contato com os pais”. Comportamento e símbolos são facilmente aprendidos pela criança na
interação com esse meio social em que vive.
Levando-se em consideração as etapas da escrita, pode se dizer que a criança já entra no
mundo escolar interpretando, pois desde cedo ela vive em um mundo letrado, porem sua leitura
e escrita não são conhecidas pelos adultos, pois a criança quando já tem coordenação para pegar
um lápis, a mesma rabisca, e se perguntares o que ela fez, ela atribuirá a um nome, objeto,
pessoa ou animal, ou seja seus rabiscos tem um certo propósito e tem significado para criança.
Cabe ao professor, entender a lógica da criança e colocá-la em situações que a levem à
passagem de um estágio de evolução para outro. Como afirma Soares (2004, p. 70): “O
educador pode até ter acesso a encontros, seminário, sessões de estudos, nos quais entra em
contato com novas ideias e métodos, mas é frequente que, ao retornar ao seu cotidiano escolar,
não consiga perceber a sua pratica e transformá-la”. Ou seja, esses educadores não percebem,
ou se percebem não se incomodam, que o motivo desses fracassos escolar pode ser encontrado
no próprio profissional. O dever do professor nesse caso é fazer uma alto-avaliação, e mudar
radicalmente seus conceitos e sua metodologia, fazem valer os seus ensinamentos.
Para iniciar a leitura e a escrita, ou seja, a alfabetização, são necessárias algumas
habilidades básicas, como percepção esquema corporal, lateralidade e outras. Na pré-escola são
dada uma grande importância para essas habilidades, pois é nessa fase que são apresentados os
pré-requisitos necessários para a alfabetização. As dificuldades de aprendizagem na leitura e na
escrita pode ser atribuída a vários fatores como: orgânicas, psicológicas, pedagógicas e sócio
culturais.
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Para que as deficiências sejam amenizadas e as dificuldades dos alunos que estão sendo
alfabetizados sejam supridas, Paulo Freire (2005, p. 17) diz que o professor tem que partir da
realidade do aluno, pois a primeira leitura que o sujeito faz é a leitura do mundo, ele não chega
pronto para ser alfabetizado, ele vem com conhecimentos prévios da sua realidade, uma
bagagem de conhecimento do mundo. Nesse momento é dever do professor levar em conta o
que o aluno traz e partir da sua experiência, para assim se apropriar da leitura e da escrita, pois
envolve o aluno de uma maneira que suas dificuldades vão sendo superadas.
No entanto não é necessário apenas ter as habilidades básicas, metodologia atualizada,
profissionais capacitados ou capacidade intelectual para aprender com eficaz, também é
necessário ter um emocional razoável construído em uma família saudável. Isso não quer dizer
que viver em uma família de boa estrutura vai deixa a criança mais inteligente e que as mesmas
não terão dificuldade de aprendizagem na escola, mas isso vai fazer com que elas desenvolvam
melhor a sua potencialidade. Já que até quando os pais brincam com os filhos em casa contribui
para sua formação, auxiliando-o no processo de alfabetização.

3 PROPOSTAS DE SUPERAÇÃO PARA AS DIFICULDADES EDUCACIONAIS.

A escola tem que planejar sua educação de forma que inclua a todos, em um ambiente
que proporcione a criança a oportunidade de desenvolver o seu potencial, não esquecendo de
envolver além do aluno, a equipe escolar, familiares e sociedade, para que juntos consigam
alternativas para superar as dificuldades existente. Para Kramer (2010, p. 82).

Levando em conta tanto os problemas existentes no contexto escolar. Quanto


às dificuldades decorrentes das diversas estratégias comuns à formação em
serviço, cabe propor alternativas capazes de superá-los, as escolas têm que
estar sempre dispostas a superar as dificuldades e as barreiras que muitas vezes
atingem os conceitos curriculares de uma instituição, cabe a todos a interação,
companheirismo para contribuir na melhoria da qualidade de ensino e na
formação de cada aluno.

Para ter uma superação das dificuldades a equipe escolar deve conter em seu
planejamento formas inovadoras e divertidas de trabalhar na alfabetização como: o lúdico,
jogos pedagógicos, brincadeiras, teatro, dança, música, esporte, projeto que consiga
desenvolver as suas habilidades de desenvolvimento, trazendo a atenção do aluno para o
conhecimento, transformando-o em um cidadão crítico e construtivo.
Com relação as dificuldades encontradas no processo educativo, é certo afirmar que
ninguém tem uma receita pronta e acabada, que seja eficaz para os educadores usar com os
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alunos, mas como diz o ditado popular: “quem procura acha”. Então é certo também que há
muitos meios de um educador esforçado, encontrar soluções para o que procura, através de
leitura, pesquisa, cursos, seminários, compartilhar experiência com os outros profissionais entre
outros.
Os educadores podem trabalhar com aproveitamento das tecnologias disponíveis na
escola, isso é uma forma de trabalho inovador e pode contribuir muito para a aprendizagem,
assim como leva-los para fora da sala, dando uma aula diferenciada. Isso irá atraí o interesse
dos alunos por ser um trabalho que sai um pouco da rotina, e os convidas para descobrir o
conhecimento fora da sala de aula. O professor precisa trabalhar mais com projetos. Dar
oportunidades para as crianças ir em busca do seu próprio conhecimento, sendo que isso não
necessariamente precisa ser entre quatro paredes diante de um quadro nego e um caderno. Ao
ministrar suas aulas inovadora, despertara o interesse e curiosidade por parte dos alunos
promovendo de maneira que possa favorecer o aprendizado do educando. Mas para que isso
aconteça com qualidade, é necessário que o educador esteja em busca de novos conhecimentos,
atualizando-se e colocado em prática seus conhecimentos.
Para Kramer (2010, p.33):

[...] A atualização pode ser feita, na medida do possível, por meio de cursos,
discussões, reuniões e, principalmente, muita leitura. O professor deve estar
em constante busca, procurando estar aprimorando os seus conhecimentos,
que com o passar dos anos vai se defasando, pois, o professor não pode se
acomodar, ele deve sempre estar à procura de novas mudanças e trabalho
diversificado para a sua trajetória escolar.

O educador precisa saber claramente sobre o que, quando e como ensinar e avaliar, não
se esquecendo de sempre se alto-avaliar, para poder mudar sua metodologia. Ele ainda precisa
estar organizado, fazendo os planejamentos de sua aula de maneira adequada para atender as
reais necessidades de cada aluno e seus objetivos, deve elaborar sua proposta com antecedência,
e guarda-las em uma agenda escolar, para não se enrolar no seu trabalho. Mas para elaborar um
planejamento com a realidade da criança, é preciso conhecer essa realidade, da sua família, o
meio em que a criança vive, procurar ter um vínculo amigável com os pais, afinal, ambas as
partes possuem o mesmo propósito, educar a criança com qualidade.
Não podemos esquecer da leitura e escrita, o professor deverá diversificar as leituras em
sala de aula, procurando contextualizar, trazer para dentro da sala a realidade do aluno, expondo
o aluno a situações e problemas em que serão desafiados a criar hipóteses no sentido de refletir
sobre a escrita.
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Problemas de aprendizagem sempre existirão, por traz do erro de um aluno está a


oportunidade de descobrir como ele organiza seus pensamentos. O erro proporciona a
descoberta para o acerto, proporciona também dentro da sala de aula uma vida de experiência,
pois alguns alunos, aqueles que erram pensam diferente dos demais, pois aluno que decora não
aprende com real significado, mas aquele que errar nos mostra que está pensando, elaborando
o seu conhecimento construindo o seu saber.
Algumas sugestões de atividades para se trabalhar em sala de aula com crianças que já
apresentam dificuldades de aprendizagem no período de alfabetização é, primeiramente
trabalhar a parte de psicomotricidade: esquema corporal, lateralidade, estruturação espacial,
orientação temporal, pré-escrita. Ao aplicar estas atividades o (a) professor (a) deve estar atento
ao comportamento apresentado pelo aluno. Depois vem a parte de Cognição: percepção,
memória visual, auditiva e viso motora, atenção, raciocínio, linguagem e compreensão da
leitura. O professor deve trabalhar estas atividades de forma clara e objetiva, facilitando a
compreensão da criança e seu desenvolvimento.
Para trabalhar a psicomotricidade e cognição, o professor pode trabalhar com o lúdico
e brincadeiras na sala de aula como uma forma de fazer o aluno colaborar e interagir com ensino
aprendizagem, o desafio do professor nessa função é saber as etapas do desenvolvimento de
cada criança, para organizar as atividades de acordo com cada fase de desenvolvimento e
utilizar adequadamente de modo a contribuir com o ensino nessa fase da alfabetização. Para
isso o mesmo necessita de conhecimento preparação e certa habilidade e por isso os
profissionais da educação precisam ter uma boa formação e procurar estar sempre se
capacitando.
Sem contar que há outros fatores que contribuem diretamente para o aprendizado da
criança, como: o meio social em que a criança vive, um bom diálogo entre alunos, professores,
equipe escolar e família; materiais didáticos adequados para atender as necessidades da criança;
uma boa estrutura escolar com ambiente arejado, proporcionando uma comodidade ao aluno, e
um dos fatores primordial, acompanhamento familiar.

4 METODOLOGIA

Para realização desse estudo, a abordagem metodológica utilizada foi pesquisas


bibliográficas, com fontes de dados online, artigos científicos, e livros. Os resultados baseiam-
se nas contribuições dos autores: Fonseca (1995), Paulo Freire (2005), Emília Ferreiro (1985)
dentre outros.
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А pesquisa bibliográfica foi o passo inicial na construção efetiva de um protocolo de


investigação, quer dizer, após а escolha de um assunto foi necessário fazer uma revisão
bibliográfica do tema proposto. Essa pesquisa auxiliou na escolha de um método mais
apropriado, assim como num conhecimento das variáveis e na autenticidade da pesquisa.
Para muitos dificuldades e distúrbio de aprendizagem tem o mesmo significado, mas
vale deixar bem claro que são dois problemas diferentes e que se manifestam a partir do
processo de alfabetização e deve ser tratado de maneira distinta. Partindo do princípio que
dificuldade e distúrbio de aprendizagem são diferentes, esse trabalho foi focalizado apenas em
dificuldades de aprendizagem no processo de alfabetização.

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA

As dificuldades de aprendizagem da criança, não somem quando ela sai do ambiente


escolar e vai para casa, elas levam consigo toda sua frustração, carregam uma bagagem cheia
de problemas que acumula no decorrer dos seus dias, isso acaba repercutindo no seu ambiente
familiar e social, a mesma de uma certa forma acaba pedindo socorro para os pais, através de
seu comportamento que parece descuidado ou perturbador, resultado de dificuldade escolar. Os
pais que consegue entender a natureza da dificuldade do filho, se tornar um fator essencial para
socorrer essa criança, caso contrário pode também se tornar “veneno”, para a mesma, através
de cobranças, comparações e exigências que não estarão ao alcance da criança.
O fracasso escolar principalmente na área de alfabetização vem preocupando muito a
escola e sociedade. Os professores procuram explicar por que o aluno não aprende, atribuindo
a culpa, apressadamente, a aspectos isolados, deficiências de natureza biológica, psicológica e
cultural, carências de diferentes tipos, em detrimento de pesquisas mais abrangentes e de
análises mais criteriosas capazes de esclarecer a situação. (MORAIS, 1994).
Já para Fonseca (1995, p.18): “As dificuldades de aprendizagem aumentam na presença
de escolas superlotadas e mal equipadas, além de contarem com muitos professores
“desmotivados”. A escola não pode continuar a ser uma fábrica de insucesso”. Segundo o
mesmo autor, os professores juntamente com a equipe escolar, devem trabalharem com precisão
e dedicação, para que juntos diminua o índice de fracassos. Sendo que não acabaremos com as
dificuldades, pois por mais que as escolas tenham estruturas e professores sejam capacitados e
juntos tenham bons planejamentos, mesmo assim ainda existirá alunos com dificuldade,
podemos por enquanto apenas sanar a situação.
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O papel do professor é de grande importância, pois ele deve observar seu aluno e auxiliar
no seu processo de aprendizagem, tornando as aulas dinâmicas e prazerosa, não rotulando os
alunos, dá-lhes a oportunidade de descobrir suas potencialidades. Procurar fazer uma
reeducação das crianças através da afetividade e cuidadosamente, também é necessário que o
professor tenha um conhecimento das dificuldades individuais de cada aluno e auxilio de
profissionais especializados para o apoio pedagógico. Todas as crianças são capazes de
aprender basta nós como educador ter um comprometimento maior procurando um vínculo
amigável para conhecer profundamente cada aluno e seus familiares, buscando assim
resoluções de cada caso detectado.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se que a alfabetização é o pilar da educação, e que são diversos os fatores que
contribuem para a dificuldade de aprendizagem, podendo ser falha no educador ou na sua
metodologia utilizada na sala de aula, ou o aluno pode estar com algum problema psicológico
ou até com problemas relacionados a saúde. Mas que o professor deve ser um bom observador
e está atento aos alunos que possam apresentar alguma dificuldade, sendo de grande importante
o mesmo ser, um profissional capacitado e comprometido com o que faz.
Observamos que dificuldades e distúrbios de aprendizagem não possui o mesmo
conceito, tendo assim características próprias, mas que os dois são problemas gravíssimos que
prejudicam a aprendizagem e precisam ser detectados e avaliados para poderem ser trabalhados
ou diagnosticados por um profissional da área. O grande desafio da equipe escolar é especificar
e diferenciar os problemas encontrados no ambiente escolar, para isso é preciso dedicação,
atenção e conhecer muito bem cada aluno e suas dificuldades.
As dificuldades de aprendizagens sempre existirão, foram sugeridas propostas não para
acabar com esse problema, mas para sanar a situação, e para que educadores, equipe escolar,
familiares e sociedade, possam conviver e manusear essas dificuldades que tanto contribuiu
para o aumento das taxas de fracasso escolar.
O professor é a peça principal, na utilização de um método pedagógico, isso não quer
dizer que o educador será o único responsável pelo sucesso ou fracasso do processo educativo,
no entanto é de suma importância o seu papel como pessoa e profissional. Cabe ao professor
focalizar, a cada momento e com estratégia específica, que interessa para cada turma, mas
sempre pensando nas crianças como individual e trabalhando-as como um todo, sempre com
olhos atentos a qualquer dificuldade que a criança encontra, por mais insignificante que pareça
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ser para o educador, deve sempre ser trabalhada para não ocasionar um problema maior mais à
frente.
É importante também que o educador valorize o diálogo prévio do aluno e considere
seus erros como parte do processo de construção do conhecimento, não corrija o erro, mas
procure mostrar o caminho para que o próprio aluno descubra o certo.

REFERÊNCIAS

FERREIRO, Emília. Alfabetização em processo. 15. ed. São Paulo: Cortez, 2004

FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: cortez, 1985

FERREIRO, E. e TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes


Médicas, 1985.

FONSECA, Vitor da. Introdução ás dificuldades de aprendizagem. 2ª ed.Porto Alegre,


Artmed: 1995.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 46. Ed.
São Paulo: Cortez, 2005, pag. 87.

KRAMER, Sonia. Alfabetização, leitura e escrita: formação de professore sem curso.


Sonia Kramer. São Paulo: Ática, 2010.

MORAIS, A.M.P. A relação entre a consciência fonológica e as dificuldades de leitura.


Dissertação de Mestrado, PUC-SP, 1994.

SOARES, Magda. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação.


Rio de Janeiro, nº 25, pag 05 – 17, jan/abr.2004.

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