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DISLEXIA UMA ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA

Cris Francieli Wolf Turczinski¹

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo principal analisar e compreender a dislexia


no âmbito psicopedagógico, pois a mesma compromete a capacidade de ler,
entender as palavras manuscritas ou impressas, de escrever e soletrar. Para
entender a questão será realizada uma pesquisa bibliográfica sobre a problemática
em discussão, focada principalmente na dislexia e o papel do psicopedagogo,
baseando-se em autores que abordam a temática e desenvolvem estudos sobre o
tema. Nesse sentido, a educação deve ser a promoção e o desenvolvimento
individual e social do indivíduo, não devendo reduzir-se a um instrumento de seleção
e classificação onde contempla os mais capacitados. Portanto, a aprendizagem
ocorre através de um processo natural, porém complexo para alguns é relativamente
fácil e para outros é um momento conflitante, pois possuem dificuldade para
aprender. Assim, estas dificuldades devem ser diagnosticadas precocemente e
receber intervenções que auxiliem o aluno a avançar em seu aprendizado.

Palavras-chaves: Dislexia. Psicopedagógico. Dificuldades.

Introdução
Nas escolas geralmente encontram-se alunos com dificuldades de
aprendizagem e a dislexia é a mais presente nas instituições e é fundamental o
professor estar preparado para identificar a dificuldade de aprendizagem da criança.
O trabalho tem por objetivo de compreender o papel do psicopedagogo e a
intervenção que o mesmo desenvolve dentro da escola com o aluno disléxico. Para
a construção do trabalho foi realizado uma pesquisa bibliográfica objetivando
adquirir informações sobre o distúrbio de aprendizagem a dislexia.1

2. O que é dislexia?
O termo dislexia origina-se do grego dys-, que significa: dificuldade, e-lexia
que define: palavra, ou seja, dislexia = dificuldade com palavra. Nas palavras de
Capretz (2012) ela pode ser adquirida desde o nascimento e é de origem
neurológica. O mesmo não se associa à atenção ou memória, é neurológico e
genético.

1
Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia – Uninter, especialização em Psicopedagogia Institucional –
Faculdade de Educação São Luís. E-mail do autor: crisfrancieli@hotmail.com
A dislexia é um distúrbio que afeta a aprendizagem. Para melhor elucidar o
que é dislexia Nascimento, Santana e Barbosa (2011, p.2) complementam:
[...] dislexia é um transtorno específico, sendo caracterizado pela dificuldade
na correta e/ou fluente leitura de palavras, na escrita e nas habilidades de
decodificação, interferindo na ampliação do vocabulário e conhecimentos
gerais, quando se comparam sujeitos com todas as habilidades preservadas
e outros com transtornos de leitura e escrita com a mesma idade,
escolaridade e nível de inteligência.

É fundamental salientar que as pessoas com dislexia possuem o nível


intelectual normal, como afirma Nascimento, Santana e Barbosa (2011, p.2) “[...]
apresentam potencial intelectual dentro da média ou até superior, além de não
possuírem nenhum tipo de déficit sensorial ou deficiência neurológica”.
Sendo um distúrbio, ou transtorno, da leitura e da escrita é geralmente notado
nas crianças na fase de alfabetização, ou logo após esta fase terminar, quando os
pais e professores notam que a criança não está acompanhando a turma e que
ainda não se alfabetizou.

2.1 A intervenção psicopedagógica no aluno com dislexia


A associação Portuguesa de Dislexia, fundada em 2000, que tem por objetivo
promover a investigação na área é de formar profissionais mais capacitados e
intervir em crianças, jovens e adultos disléxicos, a intervenção em crianças com
dislexia. Assim, a formação especifica dos educadores, no que diz respeito a
saberes do campo da psicopedagogia, da didática e da pedagogia especial.
Também poderá ser feito etapas de avaliação de um caso, análise dos dados sobre
história escolar, realizar o acompanhamento do aluno, através de trabalhos dirigidos
a autoestima e a melhor realização acadêmica voltada para a criança, onde o
acompanhamento dos pais com a finalidade de explicar e aconselhar sobre a
dificuldade e com a ajuda dos pais propõem atividades de intervenção reeducativa e
preventiva, e inclusive a avaliação precoce.
Gonçalves (2005), grande parte da intervenção psicopedagógica estará em
buscar os talentos do disléxico, afinal os fracassos, sem dúvida, ela já os conhece
bem. Outra tarefa psicopedagógica é ajudar essa pessoa a descobrir modos
compensatórios de aprender. Jogos, leituras compartilhadas, atividades específicas
para desenvolver a escrita e habilidades de memória e atenção fazem parte do
processo de intervenção. O aluno disléxico quando entende-se capaz de produzir
avança no processo de aprendizagem e inicia o resgate de sua autoestima.
A criança disléxica a leitura deve ser ensinada através de métodos
adequados ao tratamento, com atenção e carinho a dislexia és derrotada. É
fundamental iniciar o tratamento assim que diagnosticado o distúrbio a criança terá
menos dificuldade de aprender a ler. A mesma não deve passar despercebida, pois
não é tratada sem um tratamento apropriado, quando debelada bem cedo, as
crianças superam os problemas e se assemelham àqueles que nunca tiveram
qualquer distúrbio de aprendizagem.
Foram elaborados diversos programas para erradicar a dislexia, sendo que os
tratamentos enfatizam a assimilação de fonemas, o desenvolvimento do vocábulo, a
melhoria da compreensão e fluência na leitura. Os tratamentos auxiliam o disléxico a
reconhecer sons, sílabas, palavras e, por fim frases. Pode-se fazer com que a
criança disléxica leia em voz alta com um adulto para corrigi-la, mas é fundamental
salientar que é um processo trabalhoso e exigi atenção e repetição, mas certamente
renderá bons resultados.
Segundo Snowhing (2007, p.251), das diferentes formas de intervenção
existentes, a combinação de treinamento na consciência fonológica com a instrução
sistemática da leitura é aparentemente a mais eficiente, mas isso vai depender em
grande parte das variações de diferença de cada indivíduo como a idade, os níveis
de processamento fonológico, se a criança tem dificuldades corrente de fala e de
linguagem, as habilidades visuais e semânticas, dentre outros.
A intervenção em crianças com dislexia depende da idade e os sintomas
apresentados, pois a equipe de manejo muda com o tempo, dependendo de como
se desenvolvem as dificuldades da criança, porém tradicionalmente os educadores
tem sido os que mais se envolvem no manejo das crianças com dificuldades de
aprendizagem específicas (Snowhing, 2007, p.252). Assim, é fundamental o
conhecimento e aperfeiçoamento dos profissionais da educação referente à dislexia
e como trabalhar com a criança disléxica.
Assim, a intervenção psicopedagógica, antes de ser realizada deve ser
planejada, para se obter resultados satisfatórios no trabalho desenvolvido. Outro
ponto importante da intervenção psicopedagógica são as estratégias e metodologias
adotadas para cada caso e aluno que necessita do atendimento. Nos disléxicos o
psicopedagogo deve planejar de modo que promova a aprendizagem do aluno,
segundo Capretz (2012) a melhor forma de se trabalhar com um disléxico é
explorando a aprendizagem multissensorial com o lúdico, ou seja, utilizando outros
canais que não sejam a visão, como por exemplo, caminhar com a criança sobre
uma letra, deixa-la interagir com a caixa tátil, fazer gelatina na forma de letras, fazer
uma sopa de letras, vendar a criança para a mesma tentar descobrir através do tato
a letra ou palavra, colar barbante ou feijão em cima da letra, entre outras as
atividades. A autora ainda ressalta que é fundamental “sair do papel” e diversificar
as atividades com massinhas e com a oralidade, sendo assim, o foco do
psicopedagogo é a aprendizagem do aluno, com isso, não deve focalizar todo o
trabalho no problema do aluno, mas nos acertos, conforme complemento de Silva
(2013),

É comum prestarmos mais atenção às dificuldades, pois elas saltam aos


olhos com muito mais evidências que as potencialidades. Podemos
começar a penar sobre a dificuldade de aprendizagem pelos acertos dos
alunos. Assim, experimentando alguns sucessos, podemos abrir uma porta
para a construção de um vínculo positivo com as demais áreas da
aprendizagem que nosso aluno necessita aprimorar. Vamos descobrir os
talentos dos nossos alunos e nos concentrar neles. (SILVA, 2013, p.2)

Portanto, o trabalho do psicopedagogo é e deve ser lúdico para que a criança


se desenvolva com outros meios sensoriais. Com certeza, não é possível trabalhar
apenas o lúdico é fundamental mesclar sempre, para que a criança aos poucos seja
inserida no mundo das letras sem notar.

Conclusão
Conclui-se que a dislexia e as alterações de linguagem são diversificadas,
mesmo existindo estudos que indicam os fatores neurológicos e as principais
caudas, por essa razão, é fundamental buscar atendimento especializado ao aluno
disléxico, ou seja, profissionais capacitados na área de educação, juntamente com a
saúde e o apoio familiar. Portanto, o psicopedagogo tem papel fundamental para o
desenvolvimento adequado da criança no processo da aquisição da leitura e da
escrita.

Referências bibliográficas
CAPRETZ, Nancy. Problemas e Distúrbios da Aprendizagem. Departamento de
Pós-Graduação e Extensão. Valinhos, SP: Anhanguera Educacional, 2012.
Disponível em: <http://anhanguera.com>. Acesso em: 05 jan.19.

PALAZZI, DR. Thais Isabelle. Associação Brasileira de Dislexia-ABD. Dislexia:


sintomas, tratamento e causas.
https://www.minhavida.com.br/saude/temas/dislexia. Acesso em: 04 jan. 2019

GONÇALVES, A.M.S. A criança disléxica e a clínica psicopedagógica. Disponível


em:<http://www.andislexia.org.br/hdl12_1.asp>Acesso em: 04 jan.2019.

NASCIMENTO, Raquel T. A. do; SANTANA, Tatiany B. de; BARBOSA, Anna


Carolina C. A intervenção psicopedagógica é eficiente em criança com dislexia
do desenvolvimento? Revista Psicopedagogia, São Paulo, p.1-11, 1 jul. 2011.
Mensal. Disponível em: <http://www.abpp.com.br/artigos/121.pdf>. Acesso em: 12
jan. 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISLEXIA – ABD. O que é dislexia.


http://www.dislexia.org.br/o-que-e-dislexia/. Acesso em: 04 jan. 2019

SILVA, Vanessa Ferreira. Problema de Aprendizagem: Possíveis Intervenções


Psicopedagógicas. Disponível em: <http://www.profala.com/arteducesp108.htm>.
Acesso em: 12 jan. 2019.

SNOWLING, Margaret; STACKHOUSE, Joy. Dislexia, Fala e Linguagem – Um


Manual do Profissional. Tradução Magda França Lopes. Porto Alegre:
Artmed,2004.

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