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Apostila de:

Educação Especial

Lúdico e Alfabetizador Treinamentos


Com Diagnósticos ou sem eles, os professores não
deixam de ter enorme responsabilidade em mediar a
aprendizagem de todos os seus alunos. Por isso é muito
importante termos conhecimentos básicos a respeito deste
assunto. Temos estimativas preocupantes quando falamos
de alunos com necessidades especiais.
Primeiramente é muito importante diferenciar PEA
(Problemas Específicos de Aprendizagem) de TA ou TD
(Transtornos de Aprendizagem ou de Desenvolvimento.
Sem esses devidos conhecimentos um professor pode
cometer equívocos no trabalho com alunos que necessitam
de atendimento diferenciado (adaptado ou modificado).
Depois serão pontuados algumas dicas que podem
contribuir significativamente com o processo de Ensino e
Aprendizagem.
Existem fatores que influenciam em problemas de
Aprendizagem:
1. FATORES ORGÂNICOS
2. FATORES ESPECÍFICOS
3. FATORES EMOCIONAIS
4. FATORES AMBIENTAIS
Há uma multiplicidade de fatores que intervêm para o
surgimento de um baixo rendimento escolar como resultado do
processo de aprendizagem.

1. FATORES ORGÂNICOS: Para a aprendizagem escolar é


fundamental a integridade anatômica e do funcionamento
dos órgãos que estão envolvidos na recepção dos
estímulos. (órgãos envolvidos no sistema sensorial).Em
primeiro lugar é imprescindível analisar tanto a
capacidade auditiva quanto a visual. A hipoacusia e miopia
costumam aparecer como causadores de dificuldades
escolares. Outro aspecto importante a levar em
consideração com referência à aprendizagem é o
funcionamento glandular. Certos tipos de falta de
concentração, sonolência, etc, podem ser devidos a
deficiências glandulares. Importantíssimo investigar
também as questões gerais de saúde, a alimentação, as
condições de abrigo e conforto. O déficit alimentar crônico
provoca uma distrofia generalizada que interfere na
capacidade de aprender. (fome contribui significativamente
para dificuldades de aprendizagem, comprovadamente
pela ciência)
1.

2. FATORES ESPECÍFICOS: Apesar de parecerem de


origem orgânica, não existe possibilidade de
comprovação, esses transtornos afetam o nível de
aprendizagem da linguagem, da sua articulação, da
leitura e da escrita. Aparecem em inúmeras e
pequenas falhas como, por exemplo, a alteração da
sequência percebida, dificuldades para construir
imagens claras de fonemas, sílabas e palavras, etc.
Muitos problemas de aprendizagem encontram-se
relacionados com uma indeterminação da lateralidade,
o caso se complica quando existe uma lateralidade
1.
cruzada, ou seja, quando os olhos e as mãos não
2.
apresentam uma lateralidade comum.
3. FATORES EMOCIONAIS: Principal ponto a se
considerar é que a família é a sala de aula primordial
na Educação da criança. A maioria dos docentes e
pedagogos reconhecem que os aspectos emocionais
podem interferir negativamente nos processos de
aprendizagem. A ciência detecta em exames de
ressonância magnética sinais no cérebro de falta de
amor e afetividade e também a presença dele. Levando
em consideração todos os problemas emocionais que
uma criança possa ter é sabido que com certeza terá
reflexos no desenvolvimento e na aprendizagem.
1.

2.

3.

4. FATORES AMBIENTAIS: Mais importante que o


conteúdo ensinado é a relação com a pessoa que
ensina que afeta a subjetividade da pessoa que
aprende. A pessoa que ensina pode ser alguém que
cria ou queira que a pessoa que aprende aprenda de
fato, mas por sua vez, um pai ou professor pode
perturbar ou até destruir o aprender. O adulto pode
possuir a informação, porem a sua função não é
transmiti-la, mas sim propiciar ferramentas e o espaço
adequado para que a construção do conhecimento seja
possível. Os processos de aprendizagem são
construtores do sujeito, ao aprender o próprio sujeito é
construído. O que permanece no sujeito ao aprender,
além do esquecimento do conteúdo aprendido, é por
exemplo o prazer de dominar a bicicleta, o lápis, o
material da leitura, etc. É o prazer da autonomia. Por
isso, para desenvolver a vontade de aprender é
importante que a pessoa que ensina evite colocar no
aprender uma finalidade útil. Uma criança aprende a
andar de bicicleta pelo prazer de fazê-lo, não porque
tem que ir com a pessoa ao supermercado ou porque
tem que ganhar uma corrida.
Na infância e adolescência podem ser observadas
algumas Dificuldades Específicas de Aprendizagem, tais
como em casos de:

1. Transtornos da Leitura e Escrita: O rendimento da


leitura é inferior ao esperado para a faixa etária
enquanto suas habilidades em outras áreas são
consideradas dentro do esperado, e as consequências
dessa defasagem influenciam negativamente na vida
acadêmica do estudante. Se existe um déficit
Sensorial as dificuldades para leitura são ainda
maiores, questões de psicomotricidade também são
basicamente ligadas ao desenvolvimento da Escrita e
da Leitura;
2. Transtornos da Matemática: também conhecido como
Discalculia, não é relacionado à ausência de
habilidades matemáticas, como contagem, e sim à
forma com que a criança associa essas habilidades
com o mundo em que a cerca. A aquisição de
conceitos matemáticos, bom como de outras atividades
que exigem raciocínio, é afetada nesse transtorno. Se
existe um déficit Sensorial as dificuldades para
cálculos são ainda maiores;
1.

2.

3. Transtorno da Expressão escrita. Refere-se apenas à


ortografia ou caligrafia, na ausência de outras
dificuldades da expressão escrita. Nesse transtorno,
geralmente há uma combinação de dificuldades na
capacidade de compor textos escritos, evidenciada por
erros de gramática e pontuação dentro das frases, má
organização dos parágrafos, múltiplos erros
ortográficos, na ausência de outros prejuízos na
expressão escrita.

São muitos transtornos que afetam diretamente a


aprendizagem ou que são específicos dela. Dentre tantas
particularidades, um professor que não é especialista em
Atendimento Educacional Especializado ou em áreas do
Desenvolvimento Cognitivo, pode se perder e confundir
características desses transtornos. Por isso é
recomendável que nesses casos a equipe escolar seja
unida em propiciar condições para que tais alunos
consigam desenvolver suas habilidades cognitivas com
menos dificuldade possível, ou que mesmo em meio a
dificuldades extremas seja possível avanços na
Aprendizagem.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem como
características essenciais prejuízo persistente na
comunicação social recíproca e na interação social e
padrões restritos e repetitivos de comportamento,
interesses ou atividades. Esses sintomas estão presentes
desde o início da infância, ocasionando prejuízo no
funcionamento diário.
O TEA engloba transtornos anteriormente
denominados de autismo infantil precoce, autismo
infantil, autismo de Kanner, autismo de alto
funcionamento, autismo atípico, transtorno global do
desenvolvimento sem outra especificação, transtorno
desintegrativo da infância e transtorno de Asperger.
As bases neurobiológicas do TEA ainda não são bem
compreendidas. Com grande frequência, o TEA vem
acompanhado por outros transtornos de déficit de
atenção/hiperatividade, transtornos psiquiátricos, entre
outros.
Conforme já mencionado o TEA ainda é bastante
complexo e portanto motivo de pesquisas e teses para que
evoluamos nos conhecimentos sobre o transtorno.
Para o dia a dia do professor, trabalhar com alunos
autistas, na maioria dos casos pode ser um grande
desafio. Mas tudo pode ser facilitado se houver
conhecimentos básicos sobre esse tipo de transtorno,
como por exemplo: Entender que a linguagem e a
comunicação pode ser bem mais fácil se mediada por
imagens. Ações desenhadas para que eles possam
identificar e dialogar, mostrando o que quer fazer, o que
deve ser feito ou o que é melhor se não fizer.
Há inúmeras particularidades, mas também há muitas
características encontradas na maioria dos autistas, tais
características podem ser de conhecimento de
profissionais da Educação sem que eles tenham feito
alguma especialização no assunto. Seria muito bom se
todas as escolas se preparassem para receber alunos com
necessidades especiais, ao menos com os conhecimentos
básicos para tal. Poderia ser critérios para plano de
carreira ou até mesmo alguma espécie de bonificação para
profissionais que possuíssem essa base de informações.
A sintomatologia associada ao autismo apresenta um
quadro de indivíduos com anormalidades sensoriais,
motoras e cognitivas, que enfrentam sérios desafios,
enquanto tentam se adaptar aos seus ambientes.

Veja com mais clareza algumas características


frequentemente associadas com o autismo:

SENSORIAL: Hipersensibilidade, hipossensibilidade,


evitação sensorial;
MOTOR: Atrasos no desenvolvimento motor,
problemas com coordenação motora fina e grossa,
baixo tônus motor, problemas de planejamento motor,
falta de destreza, dificuldades de coordenação
ESTIMULAÇÃO/ATIVAÇÃO/EMOÇÃO:
Hiperestimulação, hipoestimulação, temperamento
difícil ou lento, alta reatividade emocional, medo
generalizado, ansiedade, depressão, problemas
motivacionais.
COGNIÇÃO: Dificuldades de atenção, pensamento
concreto, boas habilidades de visualização, fraco
aprendizado incidental e por observação, falta de
brincadeiras de faz de conta (eles costumam levar tudo
ao pé da letra), dificuldades na solução de problemas,
baixo entendimento social e sobre si mesmo, baixo QI
e retardo mental. etc
INTERAÇÃO SOCIAL: Fraco contato visual,
deficiências na imitação, baixa iniciativa de interações
sociais, tendência a isolar-se, afeto social embotado e
inapropriado, falta de empatia, baixo uso de gestos
sociais, falta de conscientização sobre protocolos
sociais e amizades superficiais.
LINGUAGEM/COMUNICAÇÃO: ecolalia, deficiências
na linguagem expressiva e receptiva, inversão de
pronomes, linguagem em script, fraca compreensão de
leitura e fala coloquial.
AUTORREGULAÇÃO: Falta de habilidades
apropriadas de autorregulação, dificuldades de
automonitoramento, autoinstrução e autoavaliação,
deficiência na solução de problemas, incapacidade
para solicitar e utilizar apoios instrumentais e
emocionais, sinais de fraca autorregulação
(impulsividade, distração, hiperatividade, TDAH,
comportamento esteriotipado e autoestimulador,
interesses obsessivos e limitados, comportamentos
compulsivos e ritualísticos).
PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS: desobediência,
agressividade, autoagressividade, problemas com o
sono e com a alimentação.
Pessoas com autismo tendem a entender o mundo em
termos mais concretos (Waterhouse, 2000) Elas têm
dificuldades para compreender ideias abstratas; Reagem,
em vez disso, de modo literal às palavras d outros, o que
torna difícil, por exemplo, entenderem humor,
comportamentos enganadores, expressões metafóricas e
figuras de linguagem.
Enfim, são muitas informações a respeito deste
assunto, mas noções básica precisamos estar atentas a
elas uma vez que somos profissionais educadores e
mediadores da Aprendizagem.
Tratando-se do tema "Inclusão" é muito importante a
observação de suas características, nos desenhos da
página anterior é explicado com clareza a diferença entre:
Segregação, inclusão, exclusão e integração.
Muitos podem questionar o termo inclusão quando está
vivenciando na prática algum caso específico. A famosa
frase negativa e ignorante: "No papel é tudo muito lindo e
fácil, mas na prática é outra realidade" No entanto se não
compreendermos certas teorias não vamos colocar em
prática possibilidades de melhoras e evoluções. A
maior e melhor teoria que trata de algo relacionado a
aprendizagem é a "Aprendizagem Significativa" (Ausubel)
Simples, porém de uma proporção sensacional em seus
resultados, tanto para alunos sem necessidades especiais
quanto para alunos que necessitam de "maior atenção".
Essa teoria engloba outras teorias científicas que tratam do
desenvolvimento da Aprendizagem no cérebro, o que por
sua vez tem fortes ligações com o Ensino Lúdico.
Mesmo não tendo muitos conhecimentos na área da
Educação Especial, mas compreendendo as principais
características e o que pode ser feito na maioria dos casos,
um professor em sala de aula, sem o auxílio de um
professor de apoio pode ajudar seus alunos a
conquistarem significativas evoluções na aprendizagem, se
levarem em consideração suas particularidades e o Ensino
baseado na Aprendizagem Significativa.

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