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A barreira da idade
É feita menção frequente da idade crítico, que coloca uma bar-
reira para a pessoa. Na psicologia, o conceito do pedodo cdtico é bem
conhecido e aceito. Esta visão afuma que se uma pessoa não al-
ca11çou determinadas funções, por exemplo, o desenvolvimento de
linguagem, leitura ou funções de pensamento avançado, até deter-
minada idade estabelecida, a habilidade necessária pata adaptação e
os comportamentos que rt>rmiti1·?ío o fnnciona1nento têm poucas
chances de ser modificados.
A suposição que apoia a posição do período crítico é derivada
de um conceito orgo11í.r111ico, de acordo com o qual a inteligência é
produto de estruturas orgânicas no cérebro, uma questão de fisio-
logia. Desta perspectiva, é assumido que o cérebro alcança o cume
de sua maturação em detern'linada idade, e que após um período
de estabilidade a próxima fase é um processo de declínio de habili-
dade. Portanto, a opção dada para o ser humano de desenvolver é
limitada pelo ten1po, e se determinado crescimento não aconteceu,
"se o tempo passou", não haverá mais possibilidade de mudança,
independentemente de quanta intervenção é oferecida para o indi-
víduo. Desta perspectiva, bá U1na aceitação natural do declínio de
habilidades, ou potencial limitado de mudanças nas funções após
a passagem do período critico. A quí, também, a existência da neu-
roplasticidacle apoia o potencial de realizai· mudanças nas funções,
vencendo limitações presumidamente devidas ao fato ele ter passa-
do o peúodo crítico de desenvolvimento.
No passado, esta perspectiva crn (e em muitos lugares :1inda
é) largamente aceita e levou a uma concentração de esforços pata o
d esenvolviJne11to de seres hun1anos em uma idade pequena. Ptogra
mas inlcncionaclos para adolescentes ou jovens adultos eram redu-
zidos ou abolidos pata se ter recursos disponíveis para as crianças
que presumidamente se bcne6ciariam mais. (Era conside1:ido "tar-
de demais" pata alguns e desperdício de dinheiro pata outros.)
Tal invesLin1ento en, crianças é bem-vü,do e necessário! Po-
téu,, l1avia uma percepção errônea da necessidade e efeitos deste
investimento, po.is era visto corno Luna [01ma de imunização. rmi
outras palavras, alguns acreclitavam que se investitmos em crianças
novas elas sedam imunizadas contrai as dificuldades da vida que en-
conuaLian, subsequentemente, e poderfamos relaxa1 (e.g., parar de
fornecer) nossos esforços de mtervenç1io em estágios futuros. Po-
tén1, os resultados de longo prazo nem sempre supriam as expecta-
tivas; o investimento inicial que era tcJ mi.nado (de forma prematura
etu nossa opinião) não produzi.a a imuniznçõo espcradll, e-special-
mente quando ris intervenções para crianças ma.is veU,as eram negli-
genciadas. Nos Estados Unidos isso levou à redução de programas
Head Slart para crianças, porc1uc os resultados de longo prazo cra.m
considerados clesapontadores, as crianças do Heacl Start presumi-
damente não mantinham (de acordo com alguns padrões) seus ga-
nhos após o término do programa, é claro, sem suporte conúnuo
no aprendizado ou desenvolvimento.