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Bom dia, turma! Durante esta apresentação oral pretendemos fazer uma alusão ao
conteúdo do nosso ensaio filosófico, elaborado a partir da questão “É justificável a
manipulação genómica de embriões humanos para fins estéticos ou de aprimoramento
intelectual?”. Deste modo, nos próximos minutos dedicar-nos-emos ao estudo do
problema da permissibilidade moral das técnicas de melhoramento genético.
Por outro lado, aqueles que promovem o avanço neste campo afirmam que o
aprimoramento sempre fez parte da natureza humana, e alguns argumentam ainda que é
o nosso dever moral aperfeiçoar a humanidade.
Neste cenário, os pais podem escolher uma variedade de opções para seus filhos ainda
não nascidos, desde traços estéticos, como a cor do cabelo ou dos olhos, e até dispor da
possibilidade de dotar os seus filhos de maior capacidade intelectual ou atlética.
Michael Sandel, filósofo e professor da Universidade de Harvard, adota uma postura
bioconservadora da natureza humana, e apresenta um argumento pertinente que, de
forma pouco pormenorizada, alerta para a inevitável deterioração acentuada dos
sistemas de valores humanos, fruto da violação da liberdade dos indivíduos que é uma
consequência direta do envolvimento da sociedade na adulteração genética.
É mais fácil apresentar a sua posição com este exemplo: até que ponto a melhoria
genética em atletas de alta competição não resultaria na desvalorização das conquistas
humanas, na medida em que retira do esforço e do talento do atleta o mérito da
conquista e o transfere para os responsáveis pelo melhoramento proporcionador do
desempenho vencedor. Ou até poderíamos parabenizar o elevadíssimo resultado do teste
de QI de um indivíduo sobredotado por intervenção genética?
Quanto aos dilemas morais, o melhoramento genético é acusado de poder gerar uma
preferência por fenótipos e características psicofísicas consideradas “ideais”, por sua
vez, suscitando discriminação.
Este movimento opressor acabou por inspirar leis de esterilização forçada em vários
países e, mais notoriamente, esteve na base do assassinato de milhões de pessoas pela
Alemanha nazi em nome da promoção da pureza racial.
Não obstante, se for um processo acessível à população comum não será apenas uma
modificação individual. Além disso, se a mudança for dirigida a características
específicas selecionadas por uma comunidade particular, por exemplo numa
comunidade cuja cor de pele é um mecanismo adaptativo ao longo de várias gerações
podem surgir complicações se o tom de pele/ cor dos olhos desejado estiver inadequado
para as condições externas.
No entanto, o mais provável seria este processo não ser acessível à população comum o
que levaria ao agravamento das desigualdades socioeconómicas.
Para refutar esta objeção, é importante reconhecer que as ações individuais ocorrem em
contextos sociais específicos, que podem, por sua vez, ditar como se avalia o conteúdo
moral de qualquer aprimoramento humano.