Você está na página 1de 5

Introdução

A fisiologia no processo cognitivo e comportamental se apresenta determinando, por


exemplo, se o animal andará sobre duas ou quatro pernas. Ela que estabelece o
limite de absorção do cérebro, o que e quanto pode ser processado.
Um ferimento cerebral pode alterar o comportamento de um indivíduo dependendo
do local onde o cérebro foi atingido. Um exemplo é o caso do subtenente Zasetsky
que levou um tiro do lado esquerdo do cérebro e teve sua visão fragmentada,
impedindo-o de enxergar os objetos de forma inteira. Também sofreu com a
distorção de imagem e a percepção de espaço alterada e habilidades intelectuais
prejudicadas.

Evolução e comportamento

As formas pelas quais os seres agem, são típicas da espécie.


De acordo com o cientista, Charles Darwin, os membros de uma espécie deviam
sua aparência e sua conduta a mudanças estruturais que foram gradativamente
surgindo ao longo de muitas gerações.
Darwin utilizou da seleção natural para explicar como os animais evoluíram. A
mudança evolutiva ocorre quando modificações genéticas nas estruturas físicas
melhoram a capacidade do indivíduo de sobreviver e reproduzir-se.
Dessa vez, o exemplo dado foi a de um lagarto que foi mais veloz e conseguiu fugir
de uma ameaça predatória, enquanto os outros morreram. Esse lagarto que
sobreviveu, procria 10 filhotes e metade são mais velozes, a outra metade, não.
Esses 5 mais rápidos dariam início a uma geração de lagartos com menor taxa de
mortalidade e com o tempo, haveria uma notável diferença na população dessa
espécie, além de um percentual crescente de lagartos velozes.
A inteligência superior é uma característica que se desenvolveu exclusivamente nos
seres humanos. Segundo alguns cientistas, como Leakey e Lewin, a vida em grupo
permitiu que nossos ancestrais colhessem alimentos e criassem com mais eficiência.
Apesar de controvérsias, os princípios evolutivos de Darwin são aceitos porque são
compatíveis com os avanços da biologia contemporânea e quase todos os cientistas
aceitam a ideia de que os animais evoluem com o tempo.
Na sociobiologia, disciplina que lida com as questões evolutivas, o foco é na
contribuição de grupos. As mudanças estruturais geram um novo comportamento
social. Nossos atos, como membros de um grupo, em parte, são o impulso de
manter nossa herança genética viva.
Uma das teorias da sociobiologia é da cooperação e competição. Caso os animais
atinjam o equilíbrio perfeito entre a competição e a cooperação, estão mais aptos a
sobreviver. Porém, os cientistas ainda podem encontrar exemplos tanto favoráveis
como desfavoráveis.
Hereditariedade e comportamento: mecanismos básicos

As diferenças do comportamento das espécies dependem da hereditariedade. A


herança de imensos córtices cerebrais permite-nos processar vasta quantidade de
informações.
A hereditariedade modela o que é exclusivo de cada pessoa, como a capacidade de
aprendizagem ou se é ou não predisposto a ter depressão.
A genética do comportamento estuda as bases da conduta e da cognição. Um ato é
definido, parte pela herança, parte pelo ambiente, mas o que os geneticistas querem
entender é quanto exatamente é influência da herança e quanto do meio.
Os dois andam juntos. Do início até o fim da vida, os organismos estão sendo
moldados constantemente pela hereditariedade e pelo ambiente.
O ambiente determina o idioma que a pessoa fala, se espanhol, inglês ou outra
língua. Já os genes dotam as pessoas de cordas vocais e as outras estruturas
físicas necessárias à fala.
Portanto, ainda não se pode definir qual é mais predominante que o outro, contudo,
pode-se questionar: até que ponto as diferenças comportamentais e mentais entre
as pessoas são influenciadas por diferenças genéticas e por diferenças entre
ambientes?
Os geneticistas também estudam os tipos de interações genético-ambiental. Os três
principais são:
Passiva: No caso de pais de filhos adotivos que optarem pela solução de problemas
- traço que é influência dos genes. Os filhos serão propensos a estimular o
pensamento e o raciocínio. Dessa forma, o treinamento e a herança genética
contribuem para as habilidades de solucionar problemas.
Evocativa: Crianças moldadas pela hereditariedade, com qualidades de intelecto e
personalidade, receberão respostas previsíveis do meio. Uma criança com facilidade
de resolver problemas receberá um bom tratamento na escola. Um estudante
displicente terá como resposta a hostilidade e frustração.
Ativa: M. Cole explica a “escolha do nicho”. As pessoas buscam experiências que
combinem com seu intelecto e personalidade, que são influenciados pela herança.
Mesmo que seja possível verificar tantas mudanças, as pessoas e os outros animais
não são facilmente manipuláveis. Ainda é difícil estudar a hereditariedade humana.
Não se pode reproduzir pessoas em laboratório, as famílias estão tendo menos
filhos e se pode controlar o ambiente com o intuito de eliminar sua influência, como é
feito com animais de laboratório.
O estudo da hereditariedade do comportamento possui diversos obstáculos.
Presume-se que as características contínuas do ser humano - coordenação motora,
inteligência e habilidades -, podendo ser muitas ou poucas, sejam influenciadas por
numerosos genes, cada um contribuindo da sua forma.
Características contínuas dependem muito tanto do ambiente quanto da
hereditariedade.
Hereditariedade e diferenças individuais

Francis Galton, na década de 1860, fez um estudo sistemático da hereditariedade


do comportamento. Ele coletou dados sobre os membros de famílias de homens
com destaque na área do direito, das ciências, na política e na área militar. Ele
concluiu que o brilhantismo era resultado da hereditariedade, pois, não
coincidentemente, ele descobriu que cidadãos notáveis tinham maior número de
parentes famosos e que parentes próximos tinham maior probabilidade de ser
ilustres do que parentes distantes.
Há cinco estratégias contemporâneas para explorar as diferenças na
hereditariedade.
O estudo de gêmeos testa a hipótese de que os genes influenciam a semelhança
de comportamento. A natureza faz a manipulação da variável independente e
controla as variáveis irrelevantes.
A natureza dota os gêmeos idênticos de hereditariedade idêntica e os gêmeos
fraternos de apenas 50% em comum. Como os idênticos e fraternos coabitam o
útero e possuem a mesma idade, provavelmente são tratados da mesma forma
pelos membros da família. Vivem no mesmo contexto, no mesmo ambiente.
A similaridade de comportamento é medida de maneira que os gêmeos idênticos e
os gêmeos fraternos são estudados separadamente pelos psicólogos. A questão
principal é qual dos dois tipos de gêmeos é mais similar com relação à característica
de interesse. Caso o desempenho dos gêmeos seja mais parecido, a herança é o
fator que mais afeta a característica. Caso o desempenho de ambos for parecido, a
genética não é especialmente influenciadora.
Na estratégia de adoção, novamente um experimento natural testa a hipótese de
que os genes influenciam a similaridade comportamental. O experimento consiste
em comparar o comportamento das crianças com a dos pais adotivos e a dos pais
biológicos e verificar qual dos pares de pais é mais semelhante com os filhos.
Se as crianças parecem mais com os pais adotivos, então a influência maior foi do
ambiente, mas caso se pareçam mais com os pais naturais, então a herança atuou
com mais predominância.
Esse estudo sugere que a hereditariedade tem um papel substancial na cognição,
no temperamento e propensão a distúrbios.
A técnica de procriação é usada para estudar a influência dos genes no
comportamento animal. Nesse estudo, é usado o método de raças endogâmicas,
que são produzidas em laboratórios por meio do cruzamento de animais
aparentados por no mínimo 20 gerações. O resultado é uma raça de animais
praticamente iguais em termos genéticos. Para contornar a irrelevância do fator
ambiente, os animais são criados sob circunstâncias iguais.
Ao final do estudo com animais não humanos, conclui-se a existência de relações
entre genes e comportamento nos seres humanos, as quais não foram comprovadas
ainda.
Investigações de anormalidades genéticas: Para estudar as relações
genes-comportamento, os cientistas observam pessoas que nasceram com
anormalidades hereditárias para saber se algum tipo de comportamento é passado
pela herança. Se os resultados forem positivos, eles concluem que a influência do
ambiente não afetará nas suas descobertas.
Na pesquisa de consistências vitalícias, os cientistas buscam estudar o mesmo
grupo de pessoas ao longo da vida, desde o início da primeira infância. Caso os
comportamentos principais da pessoa permaneçam consistentes até a vida adulta,
mesmo com mudanças consideráveis do ambiente, então os genes são a fonte
principal de consistência.

Você também pode gostar