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Sede: Escola Secundária de Mem Martins

 Ontogénese e filogénese

Para esclarecer a principal diferença entre estes termos, podemos afirmar que, enquanto a
filogénese se refere ao desenvolvimento da espécie, a ontogénese refere-se ao
desenvolvimento individual do ser humano.

Assim, a filogénese engloba todos os aspetos de evolução dos seres vivos, podendo-se
caracterizar como o conjunto de processos biológicos de transformação que explicam o
aparecimento das espécies e a sua diferenciação. É a história evolutiva de uma espécie.

Já a ontogénese especifica o desenvolvimento do indivíduo desde que é formado o ovo até


que se torna adulto. No entanto, há autores que defendem que a ontogenia continua mesmo
até à morte, englobando, por isso, os processos de modificação do indivíduo ao longo da vida.

FILOGÉNESE E ONTOGÉNESE

Evolução das espécies História Pessoal (desde a fecundação até à morte)

Conjunto de processos biológicos Designa o desenvolvimento do indivíduo. Pode


de transformação que explicam o corresponder ao conceito de ciclo da vida.
aparecimento das espécies e a sua
diferenciação. Refere-se também
aos processos de evolução de cada
espécie.

Distinguir um programa genético aberto de um programa genético fechado.

Há um programa genético de desenvolvimento correspondente a cada espécie e, por


conseguinte, também a cada indivíduo.
No entanto, as diferentes espécies podem ter programas genéticos mais abertos ou
fechados. Os animais e as plantas têm um programa genético fechado: os seres atingem um
estádio de desenvolvimento em que estagnam e não têm uma grande capacidade de se
adaptarem ou modificarem o seu comportamento. Estão programados para reagir de uma
determinada forma a um determinado estímulo ambiental, como escolher um habitat
específico, hibernar, acasalar, cuidar das crias, migrar, etc. De certo modo, podemos afirmar
que os comportamentos são especializados e previsíveis porque obedecem a uma
programação genética fechada, porque é inata, instintiva.
Já os seres humanos possuem um programa genético aberto, têm uma dada programação, é
certo, mas podem evoluir de formas distintas, ter comportamentos imprevisíveis e
moldarem-se pelo meio ambiente, seja ele a educação, o meu social, etc. Os seres humanos
não agem segundo um conjunto de instintos, não têm um comportamento e
desenvolvimento geneticamente predeterminado, pois APRENDEM.

 Programa fechado e programa aberto


Programa fechado: sequência organizada de comportamentos rígidos, predefinidos no
património genético da espécie e atualizados por mecanismos inatos.
O comportamento animal resulta essencialmente do código genético próprio de cada espécie.
Os animais fazem o que devem fazer, através de condutas devidamente ajustadas aos
diferentes estímulos ambientais. Os seus comportamentos são estáveis e uniformes, regra
geral, não variando de indivíduo para indivíduo dentro de cada espécie.
Programa aberto: sequência de comportamentos a construir pelo ser humano na interação do
património genético com o meio ambiente e com aquilo que aprendeu.

 Inacabamento biológico inicial – neotenia e lenta maturação


O ser humano é um ser prematuro na medida em que, quando nasce, apresentam capacidades
profundamente limitadas. Um bebé é um ser profundamente inacabado e, por isso, a infância
e a juventude humanas são tão extensas, conduzidas por processos bastante lentos, mas
muito fortes, de desenvolvimento. É preciso dar tempo para maturar o desenvolvimento do
indivíduo. No entanto, é esta imaturidade ou prematuridade, que permite aos seres humanos
um extraordinário desenvolvimento físico, cognitivo e social.
A este inacabamento biológico inicial, visível ao nascimento e nos primeiros anos de vida,
“obrigando” o indivíduo a desenvolver-se muito lentamente, fazê-lo muito dependente dos
progenitores e da sociedade, prolongando muito no tempo as características infantis, dá-se o
nome de neotenia. Enquanto os animais são precoces na manifestação de características
próprias de “adultos”, o ser humano demora muitos anos a fazer-se adulto. Ao nascer,
apresenta-se prematuro, carecendo de capacidades desenvolvidas e, mesmo chegando a
adulto, continua a manifestar traços juvenis
Os genes de desenvolvimento são os principais responsáveis pelo retardamento ontogenético,
fazendo do ser humano um ser neoténico – com um prolongamento da morfologia juvenil até
à idade adulta. Como prova, vemos que o ser humano apresenta traços/características juvenis,
ainda na idade adulta, como a curiosidade, sentido do risco e velocidade de aprendizagem.

Em resumo, o ser humano nasce frágil, prematuro e com pouca preparação para sobreviver.
Esta desvantagem torna-se, porém, uma enorme vantagem no desenvolvimento humano
porque é este inacabamento biológico que permite a adaptação ao meio, a aprendizagem
contínua e a relação interpessoal. O ser humano possui flexibilidade biológica, versatilidade,
plasticidade, capacidade para aprender e interagir, em vez de ser uma espécie fechada,
hiperespecializada e auto-suficiente.
O inacabamento biológico humano traz assim vantagens que se tornaram cruciais para a
evolução e a manutenção da espécie. Por sermos seres biologicamente inacabados, detemos
um maior poder de flexibilidade nos processos de adaptação ao meio. Depois, também
criamos cultura (ciência, tecnologia, saberes práticos, linguagens, etc) que vamos transmitir
aos descendentes e que nos dão vantagens competitivas no mundo natural.

 Prematuridade e neotenia
Neotenia: atraso no desenvolvimento que determina que as características juvenis se
mantenham na idade adulta.

Genética/Hereditariedade
A Genética é a ciência que estuda o processo de
transmissão dos carateres dos progenitores para a
sua descendência.

O Interior de uma célula

o Núcleo

É possível verificar que, dentro do núcleo, existe um número definido de finíssimos e


longos filamentos enrolados denominados por CROMOSSOMAS.

 Cromossomas
São, pois, elementos integrantes do núcleo de cada célula, transportadores de genes.

 São constituídos quimicamente por ADN (ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLEICO);


 São as estruturas mais importantes na célula durante a divisão celular, uma
vez que, são responsáveis pela transmissão da informação hereditária de
geração em geração;
 Têm o mesmo número (exceto as células sexuais) - 46 (23 da mãe e 23 do pai);
 O número de cromossomas e a sua forma são característicos de cada espécie,
sendo designado por CARIÓTIPO.

Os segmentos de ADN organizados numa determinada sequência constituem uma unidade


química designada por GENE. É um segmento de um cromossoma com um código próprio que
contêm informação para produzir uma característica determinada.

Por exemplo a cor dos olhos, tipo de cabelo …

 Genes
Os genes estão, assim, alojados nos cromossomas e são as unidades básicas da
hereditariedade. Têm a função de armazenamento do património genético, bem como a sua
transmissão. Contêm a informação responsável pela constituição orgânica do ser vivo.

o Genoma Humano  É o nome que damos ao conjunto de genes que


constituem os seres humanos (enquanto espécie).
o Genótipo  É o nome que damos ao conjunto de genes que constituem um ser
humano (enquanto indivíduo).
Recentemente foram identificados os genes de desenvolvimento que são os que se destacam
devido às suas funções de planificação na construção do organismo humano, sendo, por isso,
essenciais no processo de formação do indivíduo. É este tipo de genes que define as
dimensões e as formas dos diferentes órgãos determinando a forma, o número e a localização
das células de cada órgão.

 Genótipo e Fenótipo
Se à constituição genética específica de um indivíduo chamamos GENÓTIPO  conjunto das
determinações genéticas herdadas por ele;

Ao conjunto das características efetivamente observáveis num indivíduo chamamos FENÓTIPO


 conjunto das características que resultam da interação entre genes e meio ambiente.

GENÓTIPO E FENÓTIPO

É a constituição genética de um É o conjunto das características


indivíduo; é a coleção de genes observáveis num indivíduo e que
proveniente dos seus resultam da interação do
progenitores. Pode, ou não, genótipo com o meio ambiente.
exprimir-se conforme as
características do meio em que se O indivíduo é resultado
desenvolve o indivíduo. da combinação dos
fatores hereditários e dos
fatores ambientais.

 Epigénese
Epigénese: explicação científica segundo a qual o desenvolvimento do indivíduo se processa
através da ação recíproca e conjugada estabelecida entre genética(hereditariedade) e meio
ambiente.
 Ambiente e desenvolvimento epigenético
Muito daquilo que nos constitui resulta da interação de fatores genéticos com fatores
ambientais.
Meio pré-natal: ainda na vida intrauterina, muitos fatores ambientais se fazem sentir sobre o
embrião. Em muitos casos, o tabaco provoca partos prematuros e hipertrofia do feto. Outros
fatores, como a toxicodependência, as más condições de higiene, a precária saúde da mãe, a
deficiente alimentação ou perturbações emocionais, também ameaçam o ser em formação,
entre muitos outros fatores e agentes externos.
Meio pós-natal: existe um potencial genético para a estatura, para o peso, para a inteligência
e, de uma maneira geral, para muitas das características fisiológicas e psicológicas. Porém,
estes fatores só adquirem expressão no indivíduo com a intervenção de elementos
epigenéticos (que conjugam a genética com fatores ambientais).

O que é a hereditariedade específica e a hereditariedade individual?

Específica Individual

Informação genética que é Informação genética que é


responsável pelas características responsável pelas características
comuns aos elementos de uma de um individuo tornando-o
espécie. diferente de todos os outros.

(ex: constituição do rosto (olhos, nariz, (ex: o nosso rosto, as nossas mãos,…)
lábios); estrutura do esqueleto, cérebro,
…)

 Hereditariedade específica e individual


Há dois tipos de características que se transmitem geneticamente de pais para filhos: umas
que são comuns a toda a espécie e que se manifestam em todos os indivíduos; outras mais
originais e individuais, que são próprias de cada um deles.
Hereditariedade específica: transmissão à geração de características comuns a todos os
indivíduos duma espécie e que os diferencia de todas as outras espécies;
Hereditariedade individual: conjunto único de características herdades por um indivíduo e que
o distingue de todos os que integram a sua espécie.

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