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Resumos de psicologia.

A Transmissão das características dos nossos pais para nós deve-se à hereditariedade. Entre os
agentes que a põem em marcha, encontramos os genes , os cromossomas e o ADN. E no interior das
células, designadamente no seu núcleo, que se encontram estes elementos.

Gene: é um segmento de adn a que corresponde um código específico, uma informação para
determinar uma dada característica, como, por exemplo, a cor dos olhos ou a Constituição da retina.
É a base do nosso material genético e influencia o funcionamento e o desenvolvimento de todas as
partes do nosso organismo.

Cromossoma : sendo portador e transmissor de adn, contém vários genes que são responsáveis por
todas as características físicas do indivíduo, transportando a informação genética que recebemos
dos nossos progenitores

ADN : o ácido desoxirribonucleico É o conjunto de todos os genes de um organismo. Cada molécula


de adn (constituída por 4 bases azotadas; a saber: adenina ,guanina, citosina e timina) não tem
informação necessária à existência e ao desenvolvimento dos vários órgãos.

O gene é a unidade básica da hereditariedade. Cada um de nós resulta da junção da menor das
células do nosso organismo, que é o espermatozóide, com o maior que é o óvulo.

O óvulo é fecundado por um espermatozóide dando origem a um ovo ou zigoto, que é a primeira
célula que constitui cada indivíduo.

A informação genética que herdamos dos nossos pais está contida nos cromossomas. A espécie
humana tem 23 pares de cromossomas. 22 são comuns e só um, que define o nosso sexo, é distinto
nos dois sexos: na mulher, o par é de 2 cromossomas x, e no homem o par tenho um cromossoma X
e outro y . É portanto o homem que define o sexo da criança.

O cariótipo é O conjunto de cromossomas próprios de uma espécie. O cariótipo do ser humano tem
quarenta e seis cromossomas. A complexidade de cada espécie não deriva diretamente do seu
número de cromossomas. A galinha, por exemplo,tem setenta e oito cromossomas, mas o seu
programa genético é fechado, contrariamente ao do ser humano que, caracterizando-se pela sua
abertura, é muito menos determinista e tem uma grande plasticidade, garantindo-se, desse modo,
muito mais complexidade

De que dependem, então, as diferenças existentes entre os elementos de uma mesma espécie que
se reproduza sexuadamente como é o caso do ser humano? Depende de um processo chamado
meiose. Quando O espermatozoide e O óvulo - também chamados gâmetas ou células sexuais - se
fundem, estes, porque passaram pela divisão celular que se dá o nome de meiose, dão origem a um
ovo com também quarenta e seis cromossomas, no caso do ser humano.Se não tivesse ocorrido essa
divisão celular que reduz para metade os cromossomas de cada um dos progenitores, O ovo do
descendente humano teria noventa e dois cromossomas, alterando as características da espécie ou
do cariótipo humano.

A diferenciação genética continua depois com a subdivisão celular do ovo, ou célula-mãe, que faz
com que cada célula-filha que dela resultar receba, ao acaso, um cromossoma que tanto pode ser do
pai como da mãe. Trata-se, portanto, de um processo aleatório que garante a variabilidade genética,
opondo-se à clonagem,que é, em termos genéticos,cópia de um progenitor. Um clone é um duplo
genético.

Os genes são considerados as unidades fundamentais da Transmissão genética, já que é neles que
está contida a informação que vai ser passada para a geração seguinte .

Influências genéticas e epigenéticas no


comportamento
 O meio ambiente é tão importante como herança genética na definição do que somos e no
desenvolvimento de capacidades que NOS tornam únicos.
 As influências da hereditariedade e do ambiente têm sido estudadas por cientistas da
genética comportamental.
 São utilizados, essencialmente, 4 métodos de investigação no estudo da importância do
inato vs adquirido:
 Estudo de gémeos;
 estudo de famílias;
 estudo de adopções;
 estudo anomalias genéticas.

Existem características próprias de cada espécie. E isto leva-nos a distinção entre hereditariedade
específica e hereditariedade individual.

Hereditariedade especifica: é o processo de Transmissão genética das características comuns à


espécie. Refere-se ao conjunto de genes que herdamos e que nos definem como seres humanos.
Corresponde características que nos distinguem das demais espécies e que temos em comum com
todos os outros seres humanos.

Hereditariedade individual: é o processo de Transmissão genética das características próprias de


cada indivíduo. Refere-se ao conjunto dos genes herdados que nos conferem características
individuais e singulares corresponde às características que nos distinguem dos outros seres
humanos.

partindo da perspetiva evolucionista, de acordo com a tese da seleção natural das espécies proposta
por Charles Darwin considera-se que cada espécie do Reino animal cumpriu várias etapas até
assumir a sua forma actual. Segundo a conceção darwinista , um processo de seleção natural e
explica a sobrevivência dos organismos que são aptos porque possuem determinadas características
que lhes permitem responder eficazmente aos desafios que o meio lhes coloca.

As espécies não são imutáveis evoluem no sentido gradual de resposta aos obstáculos externos,
escrevendo se, assim, a história de cada espécie desde os seus ancestrais até a forma que se Hoje
pode observar. Esta constatação está na base da distinção entre filogénese e ontogénese.

Filogénese: é a história evolutiva de uma espécie. Refere-se aos processos, às etapas e às


transformações que conduziram ao aparecimento da espécie e a sua diferenciação. A mais célebre
das teorias que explica este processo é o evolucionismo de Charles Darwin.

Ontogénese: ontogénese diz respeito ao desenvolvimento de um organismo particular. Inicia-se com


a fecundação e prolonga-se por toda a vida do indivíduo. Atualmente, defendem se perspectivas
construtivas, por se acreditar que o desenvolvimento ontogénico do indivíduo resulta de interações
permanentes entre os genes herdados e os estímulos do ambiente. As perspectivas construtivas
assentam em princípios ligados à epigénese e opõem-se às crenças deterministas do preformismo.

A filogénese e a ontogénese são processos que se influenciam mutuamente. Aquilo que somos
quando nascemos, enquanto indivíduos, é determinado pelo momento evolutivo no qual a espécie à
qual pertencemos se encontra. De igual modo, espécie altera-se através de múltiplas alterações
onde estão genicas, isto é, mutações individuais- aleatórias ou provocadas pelo meio- que são
transmitidas aos descendentes, passando a fazer parte da história evolutiva dessa espécie
o património genético de cada um de nós é herdado dos nossos progenitores. Da combinação dos
genes de cada um deles(carrega consigo os genes da espécie e da sua genética individual)
recebemos o nosso genótipo. O fenótipo resulta do modo como um meio atua sobre esses genes.

Genótipo: conjunto do genes o indivíduo herda dos seus progenitores aquando da sua conceção. É a
Constituição genética de cada indivíduo.

Fenótipo: conjunto das características observáveis que resultam da interação do genótipo com o
meio. São os caracteres individuais que se manifestam após a atuação do meio sobre a base
genética(ou genótipo)

O meio desempenha um papel fundamental desde o momento da conceção do indivíduo, uma vez
que dele dependem os estímulos que atuam sobre a sua Constituição genética. Os nutrientes que
recebe, a alimentação, o estilo de vida e os Estados emocionais da mãe são, desde o primeiro
momento, fatores que influenciam o desenvolvimento do embrião. Esses fatores ambientais
contribuem decisivamente para o fenótipo e para a expressão dos genes sob a forma anatomica,
morfológica e bioquímica. A distinção entre genótipo e fenótipo mostra também que nem todos os
nossos genes se manifestam. Apesar disso podemos passar esses genes à nossa descendência, o que
explica que possam vir a manifestar-se nas gerações seguintes. Um meio é uma condição
indispensável a essa manifestação que é o fenótipo.

A interação entre genes e meio confirmam os processos biológicos precisamente como um processo,
que não se dá partida, mas que se vai concretizando evoluindo com os estímulos externos.

Não poderíamos ser o que somos e quem somos sem o respetivo património genético, mas, do
mesmo modo, não podemos saber quem ou como seríamos se vivêssemos sobre um outro contexto,
ou num meio diferente daquele em que vivemos.

Conceção preformista e epigenética


Conceção preformista: a perspetiva performista destaca a natureza como factor
determinante no desenvolvimento humano, declinando a hipótese da influência ambiental. As
teorias perfumistas desconsideram o papel do meio, propondo o fenótipo como mera expansão do
genótipo os genes inscritos no ovo estão entendidos como determinantes e correspondem ao ao ser
pré-formado em miniatura,o que reduz o papel do meio um simples interruptor que permite o seu
crescimento. Trata-se, portanto, de uma forma de determinismo hereditário, ao estabelecer que,
desde o momento da concepção, o património genético que o sujeito herda dos seus progenitores
lhe ditam o rumo do seu desenvolvimento e do seu comportamento.

concepção epigenética: privilegia-se uma Visão que considera o meio como um elemento
que condensa as condições que permitem a expressão dos genes em características reais. A
Constituição genética constitui a pré-disposição que depende da interação com o meio para se
manifestar, ou seja, é o meio que torna as possibilidades biológicas em características e capacidades
reais.

convém salientar que uma Visão epigenética não ignora o papel do genótipo no desenvolvimento do
ser humano, apenas atribui ao meio uma função, também ela incontornável, na expressão que dá
aos genes e ao modo como se configura o desenvolvimento de cada indivíduo . Não se trata de cair
numa nova forma de determinismo, agora de uma ordem social, mas de considerar a relação
inseparável entre o património genético(genotipo) e o meio como um processo ao qual damos nome
de pessoa.

Inacabamento biológico
O nosso inacabamento biológico é a chave para compreendermos o porquê de termos um programa
genético aberto e, em consequência, de estarmos abertos aos estímulos do meio.

Ao nascer, o ser humano é um sistema biologicamente frágil e inacabado, provavelmente o mais


prematuro e impreparado todas as espécies.

Cada organismo vivo possui um programa genético ou biológico que determina comportamentos e
delimita possibilidades. Diz-se, portanto, Que todos os seres vivos dispõe de um planeamento
biológico a ser cumprido, para que cada ser se desenvolva. Este programa, o planeamento é o
conjunto das instruções inscritas nos genes que dota cada organismo de um Tipo de funções e
orienta o seu comportamento.

Os animais não racionais possuem, de um modo geral, um programa genético fechado. O programa
genético aberto caracteriza a espécie humana. No primeiro caso, o comportamento animal
encontra-se Geneticamente pré-definido pelo seu programa genético, como ordens que visam a
preservação da espécie. Neste sentido, esses animais possuem especializações que lhes conferem
aptidões para reagir com eficácia, a pressão no meio, mas menor flexibilidade comportamental. Um
animal predador dispõe desse instinto como vocação inata; Não dispõe da possibilidade de o deixar
de ser, pois sobreviveria.

A fragilidade do ser humano à nascença converte-se na sua maior vantagem: a possibilidade de


escapar ao determinismo. Biológico, que advém de uma maior flexibilidade comportamental. A
inexistência de especializações acaba por autorizar várias possibilidades de atuação e a abertura à
aprendizagem equivale à liberdade da espécie. Em preparados à nascença, sem recursos biológicos
que lhe permitam fazer face aos desafios do meio. Os seres humanos são muito mais receptivos aos
estímulos ambientais, estando abertos a uma multiplicidade de alternativas ao longo do seu
desenvolvimento. São logo mais autónomos e dotados de maior capacidade de adaptação do que
qualquer outro animal. Tornamo-nos em virtude do nosso inacabamento biológico, seres capazes de
aprendizagens mais complexas e, por isso, dotados de maior liberdade.

Prematuridade biológica
O facto de nascermos biologicamente prematuros incompletos, obriga ao prolongamento do
período no qual se dão as aprendizagens básicas e que visam munir o sujeito de estratégias
deliberadas de preservação da sua existência. Aquilo que não NOS pomos à nascença é conquistado
através de aprendizagem, substituindo na espécie humana os mecanismos instintivos de
sobrevivência pelas estratégias racionais que NOS tornam aptos a enfrentar os desafios naturais da
existência.

Precisamos de aprender a viver por não dispormos de um manual de instruções biológico que
determina comportamentos e dita orientações. São a educação, a cultura, a experiência ou numa
palavra, os outros, o que NOS fornece essas orientações e que constituem o auxílio na tarefa de
evoluir como indivíduo. Sendo apenas indicações, fica ao critério de cada um o modo como as
interioriza e põe em prática. Afastando-se assim, qualquer modo de determinismo Biológico ou
social.
Neotenia
A neotenia, que é a tendência para a preservação dos traços da infância durante um longo período,
constitui uma marca singular da espécie humana e possibilita o desenvolvimento de capacidades e
competências exclusivas,responsáveis pela maior adaptabilidade do ser humano. Somos seres Neo
técnicos porque a prematuridade biológica da espécie a isso obriga, tornando-se a ausência de
autonomia à nascença, o motor que Impulsiona autonomia futura.

Ao prolongarmos a infância e a Juventude, desenvolvemos aprendizagens complexas que


constituem a base da inovação do processo civilizacional.

Cérebro
Mecanismos de ordem biológica que tornam possível a nossa ação:

 Os mecanismos de recepção ou recetores que englobam, entre outros, os órgãos dos


sentidos,( Visão, audição, etc) recebem os estímulos do meio externo e do meio interno.
 Os mecanismos de coordenação que são o sistema nervoso central e sistema nervoso
periférico ,coordenam os dados recebidos pelos receptores e definem as respostas que os
efetores levam a cabo.
 Os efetores ou mecanismos de reação que são sobretudo os músculos e as glândulas, põem
em marcha as respostas definidas pelos mecanismos de coordenação.

O nosso sistema nervoso subdivide se em 2 grandes sistemas: o central e o periférico.

O que principalmente distingue estes 2 sistemas, o central e o periférico, é o facto de o primeiro ter
a sua responsabilidade a definição de respostas e de 1 segundo. Como periférico, está responsável
pela sua condução para, entre outros mecanismos , os músculos e as glândulas.

Os, 2 principais tipos de células que constituem o sistema nervoso são: os neurónios e as células
gliais. As células gliais que, embora mais pequenas que os neurónios, são em número muito
superior, funcionam sobretudo como uma cola entre os neurónios, facultando lhes também
nutrientes como oxigénio e a glicose.

Neurónio: Unidade básica do sistema nervoso, o neurônio é uma célula especializada responsável
pela recepção e transmissão dos estímulos do meio, tornando possível ao organismo elaborar
respostas.

Considerando a sua função, os neurónios podem ser sensoriais, motores ou Interneurónios.


No que diz respeito à sua estrutura, os neurónios são constituídos por:

 Corpo celular ou soma-Centro metabólico que contém as estruturas necessárias à


subsistência do neurónio.
 Dendrites- Estruturas ramificadas que recebem a informação dos neurónios vizinhos e a
transmitem ao corpo celular.
 Axónio- Prolongamento, frequentemente revestido por uma bainha de mielina e por
nódulos de Ranvier, que conduz os impulsos do corpo celular para outros neurónios.

Comunicação nervosa.
♦ Existem no nosso corpo, mais De 100000 milhões de neurónios, ligados entre si numa rede
complexa de comunicação.
♦ A comunicação no interior do Neurónio é essencialmente de natureza elétrica, estando
dependente de potenciais de ação.
♦ A comunicação entre neurónios é fundamentalmente de natureza química, ocorrendo
através de sinapses, na fenda Sináptica, que é o espaço que existe entre 2 neurónios.

Comunicação elétrica(Potencial de ação)


 No potencial de ação, os impulsos elétricos viajam no corpo celular do Neurônio até ao
axónio, como se fosse a descarga de uma bateria.
 Ao longo do Axónio estes impulsos ganham velocidade da bainha de mielina que, saltando
pelos nódulos de Ranvier e garantindo respostas rápidas.
 Depois da descarga, o neurónio recupera o seu Balanço Elétrico voltando ao Estado de
polarização, ou seja, ao potencial de repouso.

Comunicação química(Sinapse)
♦ Na sinapse a Mensagem de natureza elétrica converte-se em Mensagem química através
dos neurotransmissores Libertados da fenda Sináptica, permitindo a comunicação entre o
neurónio pré-sináptico e o neurónio pós-Sináptico.
♦ Os neurotransmissores armazenados em vesículas que estão localizadas nos terminais dos
axónios são receptores sensíveis a determinados tipos de mensagens.
♦ Permitindo a eficiência de uma rede complexa de comunicação, os Neurotransmissores são,
contudo, vulneráveis a algumas substâncias, como a nicotina, o álcool, a cocaína. E os
barbitúricos, entre outras.

Medula Espinal.
O sistema nervoso central é constituído por 2 elementos fundamentais, se: o encéfalo e a Medula
espinal. A medula espinal que se encontra no interior da coluna vertebral, é um prolongamento do
cérebro até a pélvis. Na sua Constituição, constam também neurónios com bainha de mielina. Tem 2
funções fundamentais de condução e de coordenação.

Função de condução: A medula espinal transmite mensagens do cérebro para o resto do corpo e
vice-versa. Quando, por exemplo, sentimos alguém a tocar nos nas costas, essa sensação é
transmitida através dos nervos sensoriais a medula espinal e através destas chega ao cérebro.
Inversamente, a resposta processada pelo cérebro para o peixe chutar uma bola começa por passar
pela medula espinal. Praticamente toda a nossa atividade motora voluntária passa pela medula
espinal.

Função de coordenação: Compete à medula espinal coordenar a atividade reflexa. Numa reação
automática ou involuntária, em que, por exemplo, contrairmos a mão quando nos queimamos em
formação do calor excessivo, vai dos nervos sensoriais à medula espinal, que de imediato ordena o
comportamento contrair a mão. Este procedimento permite evitar danos maiores, já que, se
informação passasse antes pelo encéfalo, a resposta não seria dada.

Hemisférios cerebrais.
À semelhança de todos os outros mamíferos. O cérebro humano subdivide se em 2 hemisférios-
direito e esquerdo- Ligados por uma estrutura a que se dá o nome de corpo caloso.

Apesar da sua complementaridade que adiante, esclarecemos cada um dos hemisférios do cérebro
humano desempenha diferentes funções. Chama-se essa assimetria funcional lateralização
Hemisférica. Exemplo disso é o facto de o hemisfério esquerdo controlar o lado direito do corpo e o
hemisfério direito controlar o lado esquerdo do corpo. Daqui resulta que uma lesão no hemisfério
esquerdo tende a deixar sequelas no controlo funcional do lado direito do corpo e o mesmo se
aplica em termos inversos, se eles vão ocorrer no hemisfério direito.

A lateralização, um conceito complementar ao de localização e que NOS permite compreender


melhor a complexidade do Funcionamento do cérebro corresponde à superioridade de um ou do
outro hemisfério numa determinada tarefa.

Por ambas envolvidas na linguagem e localizadas no hemisfério esquerdo, as áreas de broca e


Wernicke são exemplo de lateralização.

Área de broca ,no lombo frontal ,está associada à produção de linguagem e área de Wernicke no
lobo temporal, á receção de linguagem. Uma lesão na primeira conduz já afasia de broca e uma
lesão na segunda à afasia de Wernicke.

Plasticidade cerebral.
 O desenvolvimento do cérebro humano, ainda que intricado,preciso e programada
geneticamente é fortemente influenciado pelo meio. Isto Significa que o processo de
maturação não ocorre de forma independente da experiência e que as nossas aprendizagens
ou a sua ausência têm um papel importante no desenvolvimento e na adaptação da nossa
rede neural
 A capacidade de alteração e adaptação progressiva das nossas estruturas e funções neurais
chamamos plasticidade ou neuroplasticidade.
 Este importante mecanismo está relacionado com a neurogénese, ISTO é, com a capacidade
que o ser humano tem de criação de novos neurónios.

Distingue-se entre:

 Plasticidade desenvolvimental:
 Ocorre durante o desenvolvimento cerebral normal quando o cérebro
não maturado começa a processar a informação sensorial até ao período
adulto.
 Diz respeito à adaptação progressiva das estruturas e funções neurais
em virtude das experiências e aprendizagens.
 Mecanismo de Suplência, função Vicariante:
 Ocorre como um mecanismo adaptativo de compensação de funções
perdidas ou de uma maximização de funções mantidas em caso de lesão
cerebral.
 Permite que as áreas não danificadas do nosso cérebro assumam as
funções perdidas pela destruição de neurónios ou nervos.

A poda neuronal que resulta da não estimulação de determinadas redes sinápticas ilustra bem tanto
a plasticidade do cérebro, como a ideia já avançada de que não há 2 cérebros iguais.

A tese de que a neuroplasticidade ocorre durante toda a vida é amplamente apoiada por evidências
científicas e se baseia em uma série de argumentos sólidos. A neuroplasticidade refere-se à
capacidade do cérebro de reorganizar sua estrutura e função em resposta a experiências,
aprendizado e mudanças ambientais. Aqui estão algumas justificativas para essa tese:

Mudanças ao longo da vida: Estudos de neuroimagem, como ressonância magnética funcional (fMRI)
e eletroencefalografia (EEG), demonstraram que o cérebro continua a mudar e adaptar-se ao longo
da vida. Essas mudanças podem ocorrer em resposta a novas experiências, treinamento cognitivo,
reabilitação após lesões cerebrais e até mesmo ao envelhecimento.
Aprendizado ao longo da vida: O processo de aprendizado é uma demonstração clara de
neuroplasticidade. À medida que as pessoas aprendem novas habilidades, idiomas, conceitos e
informações, o cérebro forma novas conexões sinápticas e modifica a força das conexões existentes.
Esse processo pode ocorrer em qualquer idade, demonstrando a capacidade contínua do cérebro de
se adaptar.
Recuperação após lesões cerebrais: A neuroplasticidade é frequentemente observada em pacientes
que se recuperam de lesões cerebrais, como derrames e traumatismos cranianos. À medida que as
áreas danificadas do cérebro se recuperam, as funções cognitivas e motoras podem ser recuperadas
ou transferidas para áreas intactas do cérebro.
Reorganização cerebral: Mesmo em pessoas saudáveis, o cérebro pode reorganizar-se em resposta a
mudanças na demanda funcional. Por exemplo, em músicos que tocam instrumentos de corda, a
representação neural da mão utilizada para tocar o instrumento pode ser maior e mais detalhada do
que em não-músicos.
Treinamento cognitivo e reabilitação: Programas de treinamento cognitivo e reabilitação
neuropsicológica são usados para melhorar funções cognitivas, como memória, atenção e
habilidades motoras, em pessoas de todas as idades. Esses programas exploram a plasticidade
cerebral para promover a recuperação e o aprimoramento das funções cerebrais.
Envelhecimento saudável: Embora o envelhecimento esteja associado a algumas mudanças no
cérebro, a capacidade de aprender e se adaptar ainda persiste em idades avançadas. O aprendizado
contínuo e o envolvimento cognitivo podem ajudar a manter a saúde cerebral ao longo da vida.
Em resumo, a neuroplasticidade é uma característica fundamental do cérebro humano e ocorre
durante toda a vida, permitindo a adaptação, o aprendizado e a recuperação de funções cognitivas.
Essa capacidade de reorganização do cérebro é uma parte crucial da nossa capacidade de nos
adaptarmos ao ambiente e de continuarmos a aprender e crescer ao longo da vida.

 Na medida em que permite que o nosso cérebro reforça ou recupera estruturas e funções, A
plasticidade desempenha um papel importante.
 No entanto, e embora o cérebro mantenha a capacidade de se reorganizar ao longo de toda
a vida, a plasticidade diminui progressivamente com a idade.
 Assim, é mais fácil que uma determinada função perdida em resultado de uma lesão, seja
recuperada numa criança do que num adulto ou sénior.

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