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Resumo de Ecologia de ecossistemas

Isaac de Lacerda Aquino

Ecologia Evolutiva floresceu nas últimas cinco décadas e têm assimilado


grande parte de outras subdisciplinas da ecologia. Representa uma interação
entre ecologia e biologia evolutiva. Aborda o estudo da ecologia considerando as
histórias evolutivas das espécies e suas interações. As principais idéias da Ecologia
Evolutiva são: a relação entre evolução e ecologia, o caráter da seleção natural, o
caminho para a adaptação e a extensão dos princípios evolutivos ao
comportamento. Segundo Pianka,Ecologia é o estudo das relações entre os
organismos e a totalidade dos fatores físicos e químicos que os afetam ou que são
influenciados por eles, ou seja, é o estudo das inter relações entre os organismos
e seu ambiente. Essas relações podem ser extremamente variáveis, pois os
componentes de um organismo e de um meio ambiente não permanecem
constantes. O que um indivíduo representa em um nível faz parte do meio
ambiente em outro; sendo assim, existem vários níveis de análise que podem
variar de um organismo individual a uma comunidade composta por várias
espécies. Pianka sugeriu o termo unidade organísmica para designar esses níveis.
Da mesma forma que um organismo é um conceito variável, o meio
ambiente também o é Pianka define ambiente como “a soma total de todos os
fatores físicos e biológicos que atuam sobre uma unidade organísmica definida,
desde a luz solar e a chuva até os solos e outros organismos”. Porém, deve-se
levar em conta que o meio ambiente de um organismo também abrange outros
membros de uma mesma população ou espécie com os quais ele manterá
interações genéticas e sociais.Dessa forma, define-se ambiente como um conjunto
de fatores naturais, físicos, e biológicos, como também culturais, que influencia
direta e/ou indiretamente sobre uma unidade organísmica para designar esses
níveis. Evolução é a
mudança de características hereditárias de uma população de uma geração a
outra. Segundo Pianka , a evolução ocorre sempre que a frequência dos genes
muda ao longo do tempo. A evolução é um fenômeno complexo
que envolve diversos agentes, como: deriva genética, fluxo gênico, unidade
meiótica, mutação e seleção natural. Desses cinco agentes a seleção natural é o
centro deles, pois é o único direcionado de forma que resulta numa conformidade
entre organismo e seu ambiente. De acordo com
Futuyma , Seleção natural nada mais é do que a sobrevivência diferencial de
entidades biológicas, ou seja, é o mecanismo pelo qual ocorre o processo de
sucesso reprodutivo diferencial. A teoria da evolução estabelece que os indivíduos
que deixam mais descendentes em relação a outros estarão melhores
representados nas gerações futuras, e consequentemente estas gerações
subsequentes se assemelharão mais a estes indivíduos bem sucedidos
reprodutivamente. Existem limitações à
seleção e ela só pode operar na presença de variação e se esta tiver sentido
adaptativo. O poder da seleção, a direção e a velocidade estão restringidos pela
extensão e natureza da variação dentro da população. Segundo Futuyma a
seleção opera no fenótipo do organismo, ou seja, morfologia, fisiologia,
bioquímica e comportamento. Entretanto a seleção só pode agir sob estes fatores
se existir a possibilidade de serem transmitidos à progênie e assim serem
passados de geração a geração. Sem essa possibilidade a aptidão fenotípica não
teria consequência evolutiva. A
própria genética restringe a ação da seleção natural, em especial duas
características genéticas. A primeira é que o gene não é afetado pelas experiências
de vida do indivíduo, ou seja, a informação não flui de fenótipo para genótipo e
sim o contrário. A segunda é que o gene incorporado num gameta haplóide é
transmitido dos pais para a prole. A combinação desses dois fatores, na maioria
dos animais com reprodução sexuada, determina quais indivíduos que irão se
beneficiar e sofrer do comportamento reprodutivo de outros indivíduos. É o gene
que proporciona a continuidade da evolução e as maneiras limitadas pelas quais
esses genes podem ser transmitidos de geração em geração é uma forma de
limitação à seleção natural. Em resumo,
são essas restrições, como herança mendeliana, variabilidade genética, mutações,
competição etc., que dão à evolução biológica seu caráter específico e observável.
A definição da Unidade de Seleção ainda gera
muita discussão. Segundo definição darwiniana (Biologia evolutiva clássica), a
unidade de seleção é o indivíduo, pois é ele que se reproduz e sua morfologia e
comportamento determinam seu sucesso reprodutivo. Todavia, mesmo que o
processo evolutivo ocorra em nível dos organismos, terá por consequência o
aumento da frequência de determinados genes ou variante alélica específica.
Junto a esse fator, a descoberta do processo de meiose, da natureza dos genes e
de que ele é passado de geração a geração, fez com que muitos biólogos
passassem a defini-lo como a unidade de seleção, e não o indivíduo. De acordo
com Dawkins o indivíduo é apenas uma embalagem pelo qual os genes viajam.
A seleção individual é mais poderosa que a seleção de grupo
porque os indivíduos são os que se reproduzem e são os veículos que carregam os
genes. Na seleção individual, os indivíduos são selecionados de acordo com suas
características fenotípicas. A seleção individual é a mais eficiente para seleção de
características de média a alta herdabilidade e é o único nível prático para a ação
da seleção natural . O grande “objetivo” da seleção natural é
promover a adaptação dos indivíduos. O termo ‘adaptação’ pode se referir ao
processo pelo qual um indivíduo se adapta ou se conforma às restrições de seu
ambiente, sendo nesse sentido, o resultado da seleção natural sobre várias
gerações, ou uma aprendizagem a um prazo mais curto. Outro sentido para
‘adaptação’ descreve a relação íntima entre um organismo e seu meio, ou seja,
busca descrever quais características do indivíduo está ligada a determinados
aspectos do meio em que vive. Por exemplo: a pelagem espessa dos ursos polares
é uma adaptação à baixa temperatura a que estão submetidos. Um terceiro uso
do termo ‘adaptação’ refere-se a uma medida da conformidade entre uma
unidade organísmica e seu meio. Neste caso a adaptação está sendo considerada
como uma medida pelo fato de que não existe uma adaptação perfeita, ou,
absoluta e só pode ser avaliada em sentido relativo.

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