Exemplo: os olhos reduzidos das toupeiras poderiam ser

Biologia explicados pela gradual atrofia desses órgãos durante o

processo de adaptação à vida subterrânea.

Evolução biológica
Críticas à teoria de Lamarck
Fixismo: defendia que as espécies permaneciam
fixas ou inalteradas ao longo do tempo, ou seja,  As características adquiridas durante a
são imutáveis. vida dos seres vivos não são transmitidos à
descendência.
Evolucionismo: admite que as espécies evoluem,
 A ideia de que os organismos têm um
isto é, alteram-se ao longo do tempo, levando á
impulso inato para se tornarem mais
formação de novas espécies.
complexos, satisfazendo as necessidades
Implica: da mudança do ambiente, não é sustentada
por evidências.
 Existência de ancestrais comuns que
 A lei do uso e do desuso não explicava as
estiveram na origem das espécies atuais.
variadas modificações apresentadas pelas
 Todas as formas vivas partilham ancestrais
diferentes espécies.
comuns.

Teoria evolutiva de Lamarck

 É centrada no indivíduo.
Para o Lamarckismo, as mudanças ambientais
criam necessidades nos organismos de
desenvolverem estruturas que lhes permitam
adaptar-se às novas estruturas, alterando os seus
hábitos.
As mudanças comportamentais dos seres vivos
conduzem a alterações de características
morfológicas, estruturais ou funcionais, que lhes
permite sobreviver e reproduzir-se.
Estas mudanças ocorrem segundo a lei do uso e do
desuso de órgãos e a lei da transmissão dos
caracteres adquiridos. Teoria evolutiva de Darwin
As espécies evoluem lenta e gradualmente, ao
longo do tempo, por um mecanismo de seleção
 Lei do uso e do desuso: natural.
O uso continuado de uma estrutura leva ao seu  Centrada na população.
desenvolvimento e a falta do seu uso conduz à sua
atrofia e, eventualmente, ao seu desaparecimento. Principais influências:
Biogeografia: dados sobre a distribuição geográfica, o que
lhe permitiu concluir que existia uma espécie ancestral
 Lei da transmissão dos caracteres comum e que o ambiente em que viviam estava relacionado
com uma características peculiar.
adquiridos:
Geologia: as mudanças geológicas são lentas e graduais, que
As características desenvolvidas pelos foram responsáveis pelas variações que os fósseis
organismos, em resultado do uso ou do desuso de apresentavam. Ter-se-ia verificado uma substituição de
um órgão, são transmitidas aos seus descendentes. faunas relativamente ao passado.
Demografia: estudo sobre a população humana permitiu
concluir que apesar de grande produção, os efetivos
populacionais não aumentam, devido aos limitados recursos,
havendo uma luta pela sobrevivência e que havia um
processo de seleção feito pelo ambiente.
proporcionam uma melhor adaptação ao meio
ambiente em que vivem, possuem maiores taxas de
sobrevivência e reprodução do que os outros
indivíduos sem essas características.

Seleção artificial: obtenção de variedades domésticas com

diferentes características através do cruzamento de
indivíduos selecionados o que o levou a concluir que os
seres vivos no seu ambiente também estão sujeitos a um
processo de seleção e que as características se perpetuam,
dando origem a raças diferentes.
Mecanismo darwinista da evolução
Variabilidade intraespecífica: todos os indivíduos de
uma população ancestral de uma dada espécie mostram
variações nas suas características fisiológicas,
morfológicas e comportamentais.
Sobrevivência diferencial: os indivíduos portadores
de características favoráveis tendem a sobreviver mais
tempo; os que possuem características desfavoráveis
são eliminados.
Reprodução diferencial: os indivíduos mais aptos,
portadores de variações favoráveis, reproduzem-se
mais, transmitindo à descendência as suas
características, o que provoca um aumento do número
de indivíduos com características vantajosas na
população.
 Atuando ao longo de muitas gerações,
pode levar ao aparecimento de novas
espécies.
O processo evolutivo ocorre então devido a 2
fatores interligados: variação entre indivíduos da
mesma espécie e seleção natural.
1. Variabilidade intraespecífica na população
ancestral;
2. Crescimento excessivo dos indivíduos face à
quantidade de recursos;
3. Luta pela sobrevivência;
4. Seleção natural;
5. Reprodução diferencial;
6. Nova espécie
Críticas à teoria de Darwin
 Não explica a variabilidade de indivíduos
dentro da mesma espécie.
 Não explica o movo como essas variações
se transmitem de geração em geração.

Seleção natural: processo em que os indivíduos com

determinadas características hereditárias, que lhes

Comparação entre Lamarckismo e

Darwinismo

Lamarckismo
Admite a lei do uso e do
desuso e a lei da
herança dos caracteres
adquiridos, responsáveis
pelas variações nas
espécies, que eram
depois transmitidas aos
descendentes;
O ambiente é o fator de
evolução;
O ambiente cria
Darwinismo
Admite a seleção
natural e a lei da
sobrevivência do mais
apto;
Entre os indivíduos da
mesma espécie existem
variações (variedade
intraespecífica);
O ambiente exerce uma
seleção natural,
favorecendo os

Teoria Neodarwinista
 Ou teoria sintética da evolução.
A origem da variabilidade intraespecífica advém
de:
Recombinação genética: resultante de crossing-over
entre cromossomas homólogos e da sua separação
aleatória durante a meiose, que conduz ao
aparecimento de combinações únicas de genes. A
união aleatória de gâmetas na fecundação contribui
para o aparecimento de indivíduos com características
únicas na população.
Mutações genéticas: aparecimento de novos genes ou
alteração dos que já existem de que resultam novas
características.
 A variabilidade genética das populações
torna possível a evolução e está na base do
processo de seleção natural.
De acordo com esta teoria, os organismos da uma
população são portadores de conjuntos de genes.
Num dado momento, o levantamento das
frequências das diferentes variantes (alelos: firmas
alternativas de um mesmo gene) de determinados
genes constitui o fundo genético da população.
 A variação do fundo genético constitui um
dos principais indicadores da ocorrência de
evolução.
Como a seleção natural atua nos indivíduos da
população, os mais aptos produzem mais
descendentes, passando para as gerações seguintes
os genes que conferem maior capacidade de
adaptação ao ambiente. Deste modo, a seleção
natural altera o fundo genético da população ao
longo das gerações, levando ao aparecimento de
novas espécies.
 O impacto dos mecanismos evolutivos só é
visível quando uma população de
organismos, e não organismos individuais,
muda ao longo do tempo.
Microevolução: variação da frequência dos genes
numa população ao longo do tempo.
 Quanto maior a diversidade genética,
maior será a probabilidade de ela se
adaptar e sobreviver a alterações
ambientais.
Alterações no fundo genético
Os mecanismos que causam a sua modificação
são:
Seleção natural: traduz-se em alelos que são
transmitidos para as próximas gerações em proporções
diferentes dos da geração progenitora.
Deriva genética: desvios aleatórios na frequência dos
alelos, não dependendo da seleção natural, pois não se
relaciona com a capacidade adaptativa dos organismos.
 Efeito fundador: quando alguns indivíduos se
separam da população, ficando solados e
formando uma nova população com um fundo
genético diferentes da população original.
 Efeito de gargalo: quando o tamanho da
população é reduzido drasticamente. Os
indivíduos sobreviventes constituem apenas
uma parte aleatória do fundo genético da
população original, havendo perda de
variabilidade genética.
Fluxo génico: resulta da transferência de alelos, por
reprodução sexuada, para dentro ou para fora de uma
população, dependendo da diferença nas frequências
dos alelos em cada uma das populações.
Nota: ver exemplos caderno, página 131.
Processos de evolução
Evolução divergente:
 Resulta da evolução de várias espécies
atuais a partir de uma espécie ancestral
comum.
As espécies estão sujeitas a pressões ambientais
diferentes podendo chegar a não se reproduzir.
 Anatomia comparada: estruturas
homólogas e estruturas vestigiais.
1. Órgãos homólogos: órgãos que possuem a
mesma estrutura e origem embrionária mas
desempenham funções diferentes. Ex: todos os
mamíferos têm os mesmos ossos mas são
usados de forma diferente.
2. Órgãos vestigiais: não são utilizados pelos
seres vivos, mas já foram bem desenvolvidos e
utilizados pelos ancestrais e como agora não
são utilizados, prova que houve evolução. Ex:
apêndice, coxis.
3. Anatomia embrionária: comparar
embriões. No início do desenvolvimento
embrionário do ser humano, tal como nos
restantes vertebrados, os embriões apresentam
fendas branquiais.
 Biogeografia: distribuição geográfica de
espécies e populações de seres vivos.
As populações separam-se e a evolução modifica-
as (por mutações) para que constituam espécies
diferentes.
Dois ou mais grupos populacionais de uma mesma
espécie que vivem em ambientes diferentes pode
levar à acumulação de diferenças genéticas,
podendo acabar por impedir o fluxo de genes entre
as populações.
 Paleontologia: o estudo dos fósseis tem
evidenciado o percurso evolutivo de espécies
relacionadas e tornando clara a divergência
que estas sofreram ao longo do tempo.
Formas sintéticas: apresentam características de
dois grupos distintos, levando a inferir a
divergência evolutiva entre eles.
Ex: Archaeopteryx, com características de réptil e
de ave, pelo que podemos considerar que alguns
grupos de dinossauros e as aves atuais surgiram de
um ramo evolutivo do grupo dos dinossauros.
 Bioquímica e genética
Todas as formas de vida usam a mesma linguagem
genética de DNA e de RNA, código genético
praticamente universal; sequências de DNA
(sequências semelhantes em todos os organismos);
sequência de aminoácidos.
Evolução convergente:
Processo evolutivo através do qual organismos
não relacionados, ocupando ambientes
semelhantes, desenvolvem de forma independente,
características semelhantes em resultado de
pressões seletivas idênticas.
Possuem diferentes antepassados.
 Anatomia comparada:
Estruturas análogas: estruturas semelhantes
morfologicamente e com a mesma função mas com
origem embrionária e estrutura básica diferentes.

 Bioquímica e genética
Estudo das sequências de nucleótidos do DNA.
A partir de genes diferentes, temos proteínas
iguais. (a proteína é diferente, mas faz exatamente
a mesma função).