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humana
Considera-se habitualmente que uma Se uma técnica for usada para elevar uma
técnica é usada como forma de terapia se aptidão acima dos padrões normais, sem que
serve para recuperar uma aptidão que foi ela tenha sido perdida ou lesada, classifica-se
perdida ou minorada. frequentemente como um incremento.
Incrementação humana: o debate filosófico
A manipulação genética.
As respostas moderadas.
Posição bioconservadora
A posição bioconservadora opõe-se ao uso da tecnologia para mudar a natureza humana tal como a
encontramos, defendendo que:
A utilização da tecnologia para mudar a natureza humana tal como a conhecemos não trará
benefícios nem individuais nem sociais, ainda que permita aumentar algumas das capacidades que
temos. Ou seja, “incrementação” não é sinónimo de “melhoramento”.
Temos amplas razões para condenar a utilização das técnicas de incrementação disponíveis e para
travar o desenvolvimento de novas aplicações tecnológicas.
Uma vez que o uso da tecnologia pode prejudicar a natureza humana e a vida dos indivíduos,
desumanizando-a, devem ser tomadas medidas contra:
a) o desenvolvimento tecnológico para fins de incrementação;
A atitude mais inteligente perante os perigos que o uso da tecnologia acarreta é a de aliar:
a) um otimismo em relação ao progresso;
b) medidas concretas, como o alargamento da informação e da educação, uma defesa inequívoca
dos direitos humanos e da livre escolha e uma acção firme contra o uso de armas químicas e
outras ameaças sociais e ambientais.
Posição moderada
As respostas moderadas evitam tanto o entusiasmo dos transumanistas pela tecnologia como a
repulsa que encontramos entre os bioconservadores perante a incrementação.
Teses comuns:
Algumas tecnologias existentes e futuras (mas nem todas) poderão, de facto, ser usadas para
melhorar a natureza humana. Ou seja, em alguns casos um aumento das nossas capacidades
corresponderá a uma melhoria efectiva nas nossas vidas.
Não pode adoptar-se uma política que proíba ou
promova indiscriminadamente as técnicas de
incrementação.
A avaliação das técnicas de incrementação deve
ser feita caso a caso, através dos métodos de decisão
moral habituais.
Uma defesa da posição bioconservadora
Segundo Fukuyama os seres humanos têm dignidade por terem um Fator X, que os
diferencia e que lhes confere um estatuto moral superior.
2) Desta forma, compromete-se irremediavelmente a identidade do ser humano, que lhe confere o
estatuto moral que habitualmente lhe atribuímos.
3) Sem a marca da sua identidade, os seres humanos perdem o estatuto moral e com este a dignidade.
4) Logo, abrir as portas à incrementação trará inevitavelmente a perda da dignidade que hoje é
reconhecida igualmente a todos os seres humanos, independentemente das suas diferenças
individuais.
Uma defesa do Transumanismo
Muitos transumanistas, como Nick Bostrom Juliam Savulescu e John Harris, defendem que a
incrementação humana é obrigatória e isto porque:
1) Quando alguém tem uma desvantagem física ou mental, isso é um mal para ela.
3) Se for possível e seguro, temos a obrigação moral e social de reduzir a desvantagem através de
técnicas terapêuticas.
4) Não há diferença entre terapia e incrementação, uma vez que em ambos os casos se aumentam
as oportunidades, o bem-estar, a qualidade e/ou a esperança de vida dos indivíduos que são
beneficiados.
5) Logo, temos a obrigação moral e social de incrementar, sempre que isso for possível e seguro.
Argumentos Moderados
2) Se queremos crianças mais felizes, mais adaptadas, física ou psicologicamente mais robustas ou
mais empreendedoras, podemos educá-las para saberem lidar com a adversidade, estimular os
talentos que tenham ou ainda valorizar estilos de vida menos competitivos, por exemplo.
3) Se o objetivo é o de formarmos ou sermos pessoas mais felizes, esses meios são inclusivamente
mais razoáveis.