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Domínio 3: Evolução Biológica

Fixismo

Considera que as espécies permanecem fixas ou inalteradas ao longo do tempo adaptadas ao


ambiente em que habitam, ou seja, são imutáveis.
Os animais estão adaptados e se eles mudarem, vão morrer
• Criacionismo: Defende que as espécies resultam de um ato de criação divino, e que têm
características que lhes permitem viver nos seus ambientes.
• Geração espontânea: Defende que certas espécies resultam de matéria inerte por ação de
um princípio ativo.
• Catastrofismo: Sugere que acontecimentos súbitos e violentos teriam causado extinções das
espécies a nível local, sendo o repovoamento feito por espécies de regiões próximas.

Evolucionismo

Amite que as espécies evoluem, isto é, alteram-se ao longo do tempo, levando à formação de novas
espécies

Evidências da evolução biológica

1. Registo fóssil – Torna evidente uma sequência cronológica das espécies fósseis, sugerindo
uma evolução.

Fósseis de formas intermédias: Fósseis onde observamos características de dois grupos na


atualidade.

Formas fósseis de transição ou fósseis de transição – São fósseis de formas intermédias e


que evidenciam estruturas inovadoras.

2. Homologias – Semelhanças a nível atómico, embriológico ou molecular


Ancestral comum
Mesma origem, funções diferentes
Evolução divergente

Estruturas vestigiais- são estruturas atrofiadas e homólogas de outras que estão


desenvolvidas em indivíduos com o mesmo ancestral comum.

Homologias anatómicas - morcegos- membranas alares; Humano- braços

Homologias no desenvolvimento embrionário – No início do desenvolvimento


embrionário do ser humano, os embriões apresentam fendas branquiais.
Homologias moleculares- existência de homologias moleculares numa porção da sequência
das proteínas de diferentes espécies animais.

Homologias citológicas – Todos os seres vivos, são constituídos por células com
citoplasma e membrana celular. Os eucariontes apresentam células com mais
características em comum do que diferenças.

3. Analogias – Não têm origem em ancestrais comuns


Evolução convergente
Origem diferente, formas e funções iguais

4. Biogeografia – Estuda a distribuição geográfica dos seres vivos. Os dados da biogeografia


são explicados através de processos de evolução divergente e convergente.

5. Seleção artificial – Processo em que apenas é permitida a reprodução de indivíduos com as


características desejadas. A evolução induzida por seleção artificial é um facto que
demonstra que a evolução de uma população é possível.

6. Casos de evolução rápida- Em apenas 15 anos, os indivíduos de uma lagartixa ficaram com
a cabeça maior, devido às alterações na sua alimentação.

Mecanismos de evolução

Lamarckismo

§ Lei do uso e do desuso – Os órgãos mais usados desenvolvem-se,


enquanto os menos usados atrofiam.
§ Lei da herança dos caracteres adquiridos – As características
adquiridas são transmitidas à descendência.
Caso da girafa:
Os antepassados das girafas tinham pescoços curtos. Com a escassez da comida rasteira, estas foram
esticando o pescoço e desenvolveram-no. As características adquiridas foram herdadas.

Críticas ao Lamarckismo

• A transmissão de características adquiridas não se verifica (apenas as alterações


que ocorrem no genótipo).

Darwinismo

• É centrado na população;
• Resulta da heterogeneidade das características da população inicial sobre a qual
o ambiente exerce uma seleção – seleção natural;
• Para Darwin, as variações são discretas e contínuas.
Variabilidade intraespecífica- os indivíduos de uma população apresentam variações nas suas
características, herdadas a partir dos seus progenitores.
Luta pela sobrevivência- o crescimento excessivo de uma população face aos recursos disponíveis
leva à luta
Seleção natural – Os indivíduos mais aptos ao ambiente sobrevivem mais, enquanto os menos
aptos são eliminados.
Reprodução diferencial – Os indivíduos mais aptos reproduzem-se mais, pelo que a população da
geração seguinte apresentará mais indivíduos com as características mais vantajosas.

Tipos de dados que levaram Darwin à formulação da sua teoria

• Dados Geológicos – A Terra teria de possuir uma idade muito superior ao que se admitia na
altura e o princípio do gradualismo.

• Paleontológicos – A análise de fósseis levou Darwin a concluir que se teria verificado uma
substituição de faunas.

• Biogeográficos – As ilhas Galápagos foram colonizadas por indivíduos de espécies do


continente sul-americano que, posteriormente, se teriam diversificado e originado novas
espécies.

• Crescimento das populações – Darwin admitiu que devido a uma luta pela sobrevivência,
que se traduzia numa competição pelo alimento, nem todos os indivíduos tinham hipóteses
de sobreviver e de se reproduzir.

• Seleção artificial – Através da seleção artificial é possível obter descendência com


características diferentes das populações iniciais, e que essas características se
perpetuaram, de geração em geração, dando origem a raças diferentes.

Caso das girafas:


Inicialmente, existiam na população de antepassados da girafa, variabilidade intraespecífica (umas com
pescoços mais compridos, outras com pescoços mais curtos). Começava a haver luta pela sobrevivência, na
qual as que tinham os pescoços mais altas sobreviviam uma vez que tinham acesso a alimento, enquanto as
que tinham pescoços mais baixos morriam (seleção natural). Assim as que sobreviviam reproduziam-se
mais, transmitindo essas características às gerações seguintes (reprodução diferencial).
Neodarwinismo – Teoria Sintética da Evolução

Neodarwinismo – Explica a variabilidade fenotípica de cada população com a variabilidade


genética resultante de mutações e recombinações genéticas.

População mendeliana – Conjunto de indivíduos que se cruzam entre si e que partilham um


determinado fundo genético.

Fundo genético – Constituído por todos os alelos presentes numa população.

Frequência alélica- determinação da proporção de variantes alélicas, numa população.


A variabilidade genética deve-se:

• Mutações – As novas mutações podem alterar as frequências alélicas, porque


causam o aparecimento de novos alelos;

• Recombinação génica – meiose e fecundação: Na meiose, a recombinação


genética está associada à formação dos gâmetas, devido ao crossing-over, e à
segregação aleatória dos gâmetas, permite aumentar a variabilidade genética da
descendência. O Neodarwinismo acrescenta, assim, ao Darwinismo a
variabilidade genética e a transmissão dos genes à descendência.

Microevolução: Ocorrem alterações nas frequências de alelos ou nos tipos de genótipos numa
população, ao longo de gerações. Fatores: seleção natural, as mutações, a deriva genética, as
migrações e os cruzamentos ao acaso.

 Seleção natural

§ Estabilizadora: os fenótipos extremos são eliminados e a população está bem-


adaptada ao meio.

§ Direcional: Favorece um dos fenótipos extremos.

§ Disruptiva: Ocorre a eliminação do fenótipo intermédio que se encontra fora do


ponto de ajuste.

 Mutações – Alterações no material genético, que podem contribuir para modificações no


fundo genético da população.

 Deriva genética – Ocorrências de eventos ao acaso, que podem causar alteração na


frequência dos alelos de populações de pequeno tamanho.
§ Efeito fundador: Ocorre quando alguns indivíduos se isolam da população
original, fundando uma nova população.

§ Efeito gargalo: Consiste em mudanças repentinas no ambiente, que reduzem, o


tamanho das populações.

 Migrações – Alteração do fundo genético que pode ocorrer devido a um fluxo de genes.
 Imigração- entrada de genes numa população
 Emigração- saída de genes numa população

• Cruzamentos não ao acaso – Selecionam determinadas características nos indivíduos,


alterando o fundo genético da população.

• Seleção sexual – Tipo de seleção natural, que privilegia certas características nos indivíduos, de
forma a obterem parceiros mais facilmente.
Formação de novas espécies – Especiação

• Especiação – Formação de novas espécies, que estão isoladas reprodutivamente.

§ Especiação alopátrica (ou geográfica): Ocorre devido ao surgimento de barreiras


geográficas entre populações.

§ Especiação simpátrica: Ocorre em populações da mesma área geográfica e resulta


da diferenciação de habitats, da seleção sexual ou a poliploidia.

Origem da célula eucariótica

Existem dois modelos: modelo autogénico e o modelo endossimbiótico.

Ambos defendem que o núcleo, o retículo endoplasmático, o complexo de Golgi e os vacúolos


tiveram origem na invaginação da membrana celular de um procarionte ancestral.

Modelo autogénico:

1.º - célula procariótica com nucleoide

2.º - invaginação da membrana celular

3.º - Formação do invólucro nuclear

4.º- Dá-se a formação dos diferentes organelos por especialização das membranas intracelulares;

Modelo endossimbiótico:

1.º - célula procariótica com nucleoide

2.º - Invaginação da membrana celular, que levará à formação do invólucro nuclear.

3.º - Formação de alguns organelos, retículo endoplasmático, complexo de golghi, vacúolo.

4.º - endocitose e endossimbiose de bactérias aeróbias, ela dá energia e recebe proteção e nutrientes.

5.º - transferência de genes bacterianos para o núcleo e forma-se as mitocôndrias.

6.º- endocitose e endossimbiose de cianobactérias e desenvolvimento de cloroplastos.


Transferência horizontal de genes

É a passagem de material genético entre espécies diferentes.

Conjugação – O DNA é transferido da célula doadora para a célula recetora.

Transformação – Algumas bactérias têm sistemas de captura de DNA do ambiente.

Transdução – Os vírus formados no interior de uma célula podem transportar fragmentos de DNA
dessa célula.

Transferência de genes intracelular ou com endossimbiontes – Transferência de genes de


mitocôndrias, de cloroplastos ou de endossimbiontes para o núcleo da célula.

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