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Darwinismo

O inglês Charles Robert Darwin, em seu livro A Origem das Espécies (1859), lançou suas ideias revolucionárias
sobre a evolução dos seres vivos, muito influenciado pela viagem de cinco anos (dezembro de 1831 a outubro de
1836) a bordo do Beagle, que navegou por várias regiões do planeta. Darwin coletou muitas amostras de animais,
vegetais e fósseis, tendo a excepcional oportunidade de observar e detalhar a fauna e a flora de diversos
ecossistemas, estabelecendo detalhados estudos comparativos.

1. Plymouth (1831)
2. Cabo Verde
3. Bahia
4. Rio de Janeiro
5. Montividéu
6. Bahia Blanca
7. Ilhas Malvinas
8. Valparaíso
9. Ilhas Galápagos
10. Nova Zelândia
11. Austrália
12. Ilhas Cocos
13. Cabo da Boa Esperança
14. Ascenção
15. Açores
16. Falmouth

A viagem de Darwin pelo mundo o fez pensar sobre a origem da diversidade biológica. Seus estudos o levaram
às seguintes conclusões:
 Dentro da espécie existem variações: dentro da espécie existem indivíduos morfosiologicamente distintos.
Existem indivíduos que nascem com variações positivas (mais adaptados) e outros, porém, que nascem com
variações negativas (menos adaptados).
 Seleção Natural: o meio seleciona os indivíduos portadores de variações positivas, portanto, aqueles que
têm mais chances de sobreviver, pois são mais competitivos. Os indivíduos portadores de variações positivas
também têm maiores chances de se reproduzir e de transmitir à descendência as características vantajosas
que os tornam mais adaptáveis ao meio.

Darwin acreditava que espécies atuais poderiam ter evoluído a partir de uma única espécie ancestral.
Diferentes grupos de seres de uma mesma espécie que, por algum motivo, passaram a viver em diferentes condições
ambientais com distintas pressões seletivas, teriam originado espécies diferentes. Por meio da seleção natural, novas
variedades de indivíduos, adaptados ao contexto no qual estão inseridos surgem no decorrer do tempo. Darwin
exemplificou este processo por meio das variações morfológicas existentes em tentilhões, aves comuns ao
arquipélago de Galápagos. Verificou que em cada uma das ilhas havia tentilhões com bicos específicos adaptados às
diferentes formas de alimentação.

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Talvez o principal legado deixado por Darwin tenha sido o princípio da seleção natural, mas o naturalista não
soube explicar a origem das variações dentro da espécie, pois ele não tinha os conhecimentos da genética moderna.
Mesmo assim, o pensamento Darwinista explica, em grande parte, muitos fatos observados na natureza, como por
exemplo:

Teoria Sintética da Evolução – Neodarwinismo


Também chamada de Teoria Moderna da Evolução, ou, ainda, de "Neodarwinismo", a Teoria Sintética da
Evolução é a corrente científica mais aceita para explicar a evolução dos seres vivos. Ela associa o princípio
Darwinista de seleção natural com as descobertas da Genética Moderna. Os princípios de hereditariedade lançados
por Gregor Mendel no século XIX foram resgatados e ampliados nas primeiras décadas do século XX para explicar a
ocorrência das variações genotípicas e fenotípicas existentes nos seres vivos. Sabe-se que essas variações são
decorrentes, basicamente, de dois mecanismos: mutações e a recombinação gênica.

O meio seleciona (seleção natural) os indivíduos portadores de genes favoráveis (genótipos) que resultam
em
características mais vantajosas (fenótipos). Os indivíduos mais adaptados tendem a se reproduzir e a transmitir os
genes favoráveis às gerações seguintes.

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O fenômeno da mutação pode ser definido como qualquer alteração do material genético, seja na estrutura
da molécula de DNA (mutação gênica), ou na estrutura (ou número) de cromossomos (mutação cromossômica).
As mutações podem ocorrer de forma espontânea ou de forma induzida, por fatores endógenos (falhas
bioquímicas na replicação do DNA, na transcrição, na tradução etc) ou exógenos (contaminação por substâncias
químicas ou radioativas etc). Uma mutação é considerada "vantajosa" quando torna o indivíduo mais adaptado ao
meio, ou "desvantajosa" quando “enfraquece” o indivíduo.
A recombinação gênica, por sua vez, é um fenômeno comum na reprodução sexuada. Por meio da
recombinação gênica, ocorre "mistura" ou "recombinação" dos genes, seja durante o processo de fecundação (fusão
de diferentes gametas), seja pelos processos meióticos como o crossing over (permutação) ou, ainda, a distribuição
aleatória dos cromossomos (mecanismos de segregação independente, conforme as leis de Mendel).

Os princípios da Teoria Sintética da Evolução são utilizados nas atividades humanas. Com o avanço da
tecnologia, o homem foi capaz de modificar geneticamente diversos seres vivos, selecionando uma legião de plantas,
animais, micro-organismos mais interessantes do ponto de vista econômico e médico. Por exemplo, a partir da
chamada "mostarda-selvagem", o homem obteve repolho, couve-flor, brócolis e a couve. Na pecuária, novas raças de
gado bovino, suíno e ovino são obtidas através de cruzamentos e experimentos. No decorrer das últimas décadas, no
entanto, os antibióticos produzidos pelo homem no combate a diversas bacterioses, vêm selecionando de forma
preocupante as chamadas "superbactérias", resistentes a ação de diversos antibióticos, o que vem exigindo da
indústria farmacêutica maiores investimentos na produção de antibióticos mais eficazes. Geralmente, as bactérias
resistentes a antibióticos surgem de mutações aleatórias, portanto, é incorreto afirmar que os antibióticos "causam
mutações nas bactérias".

Segundo a Teoria Sintética da Evolução, a transformação das espécies ao longo do tempo segue basicamente
dois princípios: anagênese e cladogênese.
A anagênese é caracterizada por mudanças graduais nas características dos indivíduos dentro da espécie,
decorrentes de processos evolutivos como seleção natural, recombinação gênica e mutações.
A cladogênese ocorre quando duas ou mais populações isoladas, sem contato sexual e intercâmbio de genes
(isolamento reprodutivo), sofrem transformações tão severas e específicas ao longo do tempo, que se tornam
espécies diferentes. Mas quais são os mecanismos por trás da cladogênese?
Grande parte dos cientistas adeptos à Teoria Sintética da Evolução acredita que a formação de novas espécies
a partir de uma espécie ancestral (princípio da cladogênese) ocorre pelo processo de especiação.

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A especiação simpátrica é aquela que ocorre dentro de uma mesma área sem a ocorrência de isolamento
geográfico. Mas como seria possível a formação de duas ou mais espécies dentro de uma mesma área? Para isso,
seria necessário que diferentes grupos de indivíduos pertencentes a mesma espécie não mais trocassem de genes
entre si (menor fluxo gênico).
Veja esse exemplo hipotético: imaginemos que dentro de uma mesma espécie de aves haja três tipos
morfologicamente distintos de bicos: bicos pequenos (adaptados a quebrar frutos pequenos), bicos grandes
(adaptados a quebrar frutos grandes) e bicos médios (adaptados a quebrar frutos de tamanhos intermeidários).
Ocorre que na área onde estas aves vivem, por uma série de questões ambientais, dois tipos de árvores passaram a
se desenvolver com maior frequência: árvores com frutos pequenos e árvores com frutos grandes. Repare que
ocorrerá uma seleção natural disruptiva, isto é, as aves com fenótipos extremos (bico grande, bico pequeno) serão
favorecidas, enquanto que as aves com bico médio serão menos favorecidas. Se os rituais de acasalamento forem
mais comuns nas áreas de alimentação, haverá maior fluxo gênico entre as aves com bicos semelhantes e menor
fluxo gênico entre aves com bicos morfologicamente diferentes. Assim, no decorrer do tempo, mesmo sem
isolamento geográfico, poderemos ter a formação de duas espécies de aves diferentes, se no decorrer do tempo
ocorrer um isolamento reprodutivo.
O isolamento reprodutivo é a premissa básica para a formação de espécies diferentes (especiação). São
considerados da mesma espécie aqueles organismos que conseguem se intercruzar (em ambiente natural) e deixar
descendentes férteis, Se houver um impedimento reprodutivo entre diferentes grupos de organismos,
impossibilitando entre eles o fluxo gênico, ou a formação de descendentes viáveis, então significa que tais grupos
deram origem a espécies diferentes. Abaixo, temos os dois principais mecanismos biológicos que levam ao
isolamento reprodutivo.

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