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TEORIAS EVOLUCIONISTAS

A diversidade dos seres vivos sempre aguçou a curiosidade do homem. Como explicar a existência
de milhares de espécies animais e vegetais? Como justificar as semelhanças entre espécies
diferentes ou as diferenças individuais dentro da mesma espécie?
Quando publicou A Origem das Espécies, em 1859, Charles Darwin abalou seriamente o conceito
do fixismo das espécies. Embora a ideia da evolução orgânica tenha sido sugerida anteriormente por
diferentes pesquisadores, foi Darwin quem a tornou aceitável. Reunindo em seu trabalho uma
grande quantidade de evidências em favor da evolução, sugeriu um mecanismo pelo qual ela
ocorreria: a seleção natural.
Paralelamente às discussões religiosas - que persistem ainda hoje -, o trabalho de Darwin provocou
grandes controvérsias científicas. Embora a evolução orgânica tenha sido aceita rapidamente pela
grande maioria dos biólogos, o mecanismo da seleção natural foi o centro dos debates por várias
décadas.
Atualmente a teoria mais aceita entre os biólogos é o Neodarwinismo (ou teoria sintética da
evolução), que incorpora as ideias darwinistas, a genética mendeliana e as novas descobertas da
biologia molecular.

IDEIAS EVOLUCIONISTAS
São as hipóteses e teorias que procuram explicar as transformações que ocorrem nos seres vivos,
isto é, a evolução.
FIXISMO
Teoria que acreditava  que os seres vivos haviam sido criados tal e qual se apresentam
atualmente. Admitia que as espécies não se modificassem no decorrer do tempo.

Teoria de Lamarck
Teoria proposta por Lamarck em 1809, afirma que a evolução dos seres vivos ocorre segundo duas
leis, enunciadas a seguir:
1. Uso e desuso dos órgãos
Quanto mais usadas as regiões ou órgãos do corpo, mais se desenvolvem; as partes não usadas vão
enfraquecendo e diminuindo, chegando a desaparecer.
Obs.: Adaptação individual é válida para o organismo, não para a espécie!

2. Transmissão hereditária dos caracteres adquiridos


As modificações provocadas pelo uso ou desuso são transmitidas aos descendentes.
Em outros termos, diríamos que Lamarck e seus seguidores acreditavam que o organismo, para
adaptar-se, adquiria uma série de novas características que se tornariam hereditárias.
Assim, o lamarquismo explicaria por que a girafa tem pescoço comprido ( como seu alimento fica
na copa das árvores, teria aumentado o comprimento do pescoço e das pernas pelo esforço constante
de esticá-los, através de muitas gerações! ) ou por que as cobras não têm membros ( perderam pelo
desuso, porque os membros atrapalhariam a locomoção em túneis estreitos! ).

Virtude: a teoria lamarckista divulga a noção de adaptação.


Problema: contém um grave erro - a herança das características adquiridas não ocorre, como foi
demonstrado anos depois.

Teoria de Darwin
Teoria proposta por Darwin em 1859, publicada em seu livro A Origem das Espécies.
Darwin notou que havia variabilidade entre os organismos de uma mesma espécie. Após ler
o ensaio de Malthus acerca de populações, no qual o autor afirma que o ritmo de crescimento de
uma população se faz segunda uma progressão geométrica, enquanto o ritmo de crescimento da
quantidade de alimento se faz segundo uma progressão aritmética, Darwin conseguiu subsídios para
expressar a teoria da “Origem das Espécies” a partir da seleção natural.
Como explicarmos o conceito de Darwin?
A seleção natural é determinada pelos limites impostas por condições ambientais. Na população há
indivíduos menos e outros mais adaptados. Estes últimos, com maiores chances de sobrevivência,
deixam um maior número de descendentes. A cada nova geração deixam o número de dependentes
melhor adaptados, sendo eliminados gradativamente aqueles menos adaptados. O mecanismo da
seleção natural, ocorrendo por gerações sucessivas, provocaria o aperfeiçoamento das adaptações,
promovendo a alteração gradativa das espécies.
Reunindo um grande número de evidências em seu trabalho, Darwin tornou aceitável a ideia da
evolução.
A teoria da evolução por ação da seleção natural compreende os itens relacionados a seguir:
1o - Os indivíduos de uma mesma espécie nascem e apresentam características diferentes
(variabilidade intraespecífica  ).
2 o - As espécies apresentam grande capacidade reprodutora, gerando mais indivíduos do que o
ambiente pode suportar  (Teoria de Malthus).
3o - Apesar do grande número de nascimentos, o número de adultos na população tende a
permanecer constante ao longo  das gerações, indicando que uma certa quantidade é gradativamente
eliminado (competição pela sobrevivência).
4o - A escolha de quais devem ou não ser eliminados é função das condições ambientais, sendo,
portanto, o ambiente o agente seletor. Essa seleção realizada pela natureza é de tal forma
que favorece a sobrevivência de portadores de  variações adaptativas,  “sobrevivência do mais
apto” , permitindo que eles gerem maior número de descendentes (teoria da seleção natural).
5o - Com o passar das gerações acumula-se o efeito da seleção natural sobre a população que
mantém ou melhora o grau de adaptação a esse ambiente (adaptação).
Virtude: O darwinismo chama a atenção para a ideia da seleção natural.
Problema: Não explica a origem das variações (como surgem sempre novas variedades dentro de
uma dada espécie?).

Seleção e  adaptação
 A evolução das populações ocorre por meio de modificações correlacionadas a alterações
ambientais. A seleção natural atua de forma a favorecer os indivíduos mais bem adaptados a um
determinado ambiente. Dessa forma, altera o conjunto gênico das populações de acordo com as
mudanças do ambiente.
Seleção natural: o ambiente ( espaço, alimento, predadores etc ) seleciona os indivíduos mais aptos
da espécie possibilitando a transmissão de suas características aos descendentes. 
Ação da seleção natural
Os rumos do processo evolutivo são determinados pela interação entre a variabilidade genética das
populações naturais e as pressões seletivas a que estão sujeitas. Embora não seja possível
testemunhar todo o processo evolutivo das espécies existentes, há vários exemplos que ilustram a
ocorrência desse equilíbrio dinâmico. São exemplos que descrevem mudanças na composição
genética de populações, provocadas por alterações conhecidas do meio. Tais exemplos, embora se
refiram à alteração de poucas características fenotípicas, demonstram que as espécies não são fixas.
Alterações ambientais, que mudam a vantagem adaptativa dos diferentes tipos, provocam a
transformação das espécies ao longo do tempo.

Vejamos, a seguir, alguns exemplos:


Melanisno industrial: mariposas (Biston betularia) apresentam formas escuras e formas claras.
Em ambiente claro, despoluído, predominam as de cores claras. Em ambientes escuros, poluídos,
predominam as de cores escuras.
Populações de insetos desenvolvem maiores resistências aos inseticidas.
Populações de bactérias desenvolvem mais resistência aos antibióticos.
O antibiótico seleciona, na população de bactérias, indivíduos que já apresentavam resistência
genética à droga; essas bactérias, ao se reproduzirem, transmitem suas características à
descendência, que constitui as novas populações, agora adaptadas.                
Camuflagem: O organismo se confunde com o meio ambiente físico ( inanimado ) onde
vive. Ex. bicho-pau.
Mimetismo: Há uma semelhança com outro ser vivo, como moscas que se parecem com abelhas.                        

Seleção artificial
 É toda seleção conduzida pelo homem, com objetivo determinado, geralmente realizada para
melhorar a produção, o aspecto ou a qualidade de animais domésticos ou de plantas cultivadas. Os
processos usados pelo homem para conduzir a seleção são a promoção do endocruzamento e a
formação de híbridos.
Na formulação da teoria da seleção natural, alguns outros fatores também foram importantes. Um
deles foi a própria observação de Darwin quanto à origem das diferentes raças de cães, que surgem
por um processo de seleção artificial feito pelo homem.
É o homem que seleciona os melhores cães para a reprodução e quais caracteres ele quer que
sejam preservados. Através desse processo de seleção artificial, o homem conseguiu produzir
raças tão diferentes quanto um são-bernardo, que chega a pesar 140 kg, e um chiuaua, que pesa
cerca de 0,5 kg. Entre um extremo e outro existe toda uma gama de raças, todas produzidas
artificialmente pelo homem. E o mais curioso: todas essas raças surgiram pela seleção artificial a
partir de uma única espécie selvagem, que é o lobo cinza.
Os criadores de galinhas escolhem as aves campeãs para serem as reprodutoras da nova geração.
Por meio dessa seleção artificial, promovem o melhoramento das raças, do ponto de vista do
interesse humano.
O questionamento de Darwin era se as mesmas coisas não poderiam ter acontecido na natureza, mas
de forma mais lenta!
Nesses casos descritos, o objetivo final foi fixado pelo homem. Trata-se de seleção artificial

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