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Agrupamento de Escolas Joaquim de Araújo

Ano letivo 2022/ 2023

EVOLUÇÃO BIOLÓGICA
BIOLOGIA E GEOLOGIA – 11º ANO

A professora: Cristiana Melo


Explicações para a existência da diversidade biológica

FIXISMO EVOLUCIONISMO
Explicações para a existência da diversidade biológica

FIXISMO
As espécies permanecem imutáveis ao
longo do tempo.
Entre as várias correntes destacam-se:
Explicações para a existência da diversidade biológica

CRIACIONISMO - Defende que as espécies resultam de um ato de criação divino.

Geração espontânea - Defende que certas espécies resultam de matéria inerte


por ação de um princípio ativo.

Catastrofismo - Sugere que acontecimentos súbitos e violentos teriam causado


extinções das espécies a nível local, sendo o repovoamento feito por espécies de
regiões próximas.
Explicações para a existência da diversidade biológica

EVOLUCIONISMO
As espécies sofrem transformações que
podem levar ao aparecimento de novas
espécies.
EVOLUCIONISMO
Lamarckismo e Darwinismo

• O pensamento evolucionista – noção de que as espécies mudam ao longo do tempo e a compreensão dos
processos que levam a essas mudanças – foi formulado em 1809 por Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet,
cavaleiro de Lamarck, que desenvolveu a primeira teoria explicativa da evolução.

• Mais tarde, em 1858, Charles Darwin e Alfred Russel Wallace publicaram uma nova teoria da evolução,
detalhada no livro On the Origin of Species (1859) de Darwin.
Teoria evolutiva de Lamarck

Em 1809, Lamarck formulou uma explicação sobre


o mecanismo pelo qual as espécies evoluem ao longo do tempo.
Para o lamarckismo, as mudanças ambientais criam nos organismos
a necessidade de desenvolverem estruturas que lhes permitam
a adaptação às novas condições.
De acordo com esta conceção, as mudanças nos organismos
ocorrem segundo a lei do uso e do desuso de órgãos
e a lei da transmissão dos caracteres adquiridos.

Lamarck (1744-1829).
Teoria evolutiva de Lamarck
• Lei do uso e do desuso
O uso continuado de uma estrutura, de um órgão, ou de uma faculdade, leva ao seu desenvolvimento.
A falta de uso de uma dada estrutura ou órgão conduz à sua atrofia e, eventualmente,
ao seu desaparecimento.

• Lei da transmissão dos caracteres adquiridos


As características desenvolvidas pelos organismos, em resultado do uso ou do desuso
de um órgão, são transmitidas aos seus descendentes.
Teoria evolutiva de Lamarck – motivos para não aceitação

• A lei do uso e desuso não recebeu apoio suficiente por


parte da comunidade científica, pois não explicava todas as
variadíssimas modificações apresentadas pelas diferentes
espécies.

• Os desenvolvimentos na genética, refutaram a lei da


transmissão dos caracteres adquiridos, uma vez que as
modificações que ocorrem nos órgãos dos seres vivos, não
se traduzem no seu material genético e, como tal, não são
transmitidas à descendência.
Lamarck (1744-1829).
Teoria evolutiva de Darwin
Em 1831, Charles Darwin embarcou numa expedição que viria a mudar para sempre a
teoria da evolução. Foi durante esta viagem a bordo do HMS Beagle que Darwin, ao
longo de cinco anos, recolheu a maior parte dos dados que viria a utilizar para
fundamentar a sua teoria sobre a origem das espécies.

Charles Darwin (1809-1882).

Mapa da expedição de Darwin a bordo do Beagle.


Teoria evolutiva de Darwin
No livro A origem das espécies, publicado por Charles Darwin, em 1859, foi apresentada uma teoria da evolução, de acordo
com a qual as espécies evoluem lenta e gradualmente por um mecanismo de seleção natural.
Teoria evolutiva de Darwin
Principais influências

• Biogeografia – dados sobre a distribuição geográfica


das diferentes espécies (tentilhões
de Darwin, nas Galápagos).

• Geologia – conceitos do uniformitarismo, em especial


o princípio das causas atuais de Lyell.
As mudanças geológicas são lentas e graduais,
possuindo um cariz uniformitarista.

• Demografia – estudo sobre a população humana de


Malthus. Conceito de luta pela sobrevivência.

• Seleção artificial – obtenção de variedades domésticas


de animais e de plantas através do cruzamento de
indivíduos selecionados.
Teoria evolutiva de Darwin
Principais influências

• Biogeografia – dados sobre a distribuição geográfica das diferentes espécies.

Um dos locais que mais despertou o interesse de Darwin foram as ilhas Galápagos, um arquipélago de ilhas vulcânicas localizado na
zona equatorial, próximo do Equador.

• Os tentilhões foram importantes na explicação


da teoria de Darwin pois, embora vivessem em
diferentes ilhas e apresentarem variações no
tamanho, cor e forma dos bicos, todos
apresentavam uma elevada semelhança entre
si, sugerindo uma origem comum.

• As condições existentes em cada ilha, particularmente a disponibilidade e a variedade de alimentos, teriam condicionado a evolução
destas espécies e, daí, apresentarem variações fenotípicas, como, por exemplo, no bico.
Teoria evolutiva de Darwin
Principais influências

• Geologia

Os avanços feitos por James Hutton e Charles Lyell na teoria do uniformitarismo ajudaram Darwin a compreender melhor
algumas das suas observações durante a viagem. Ao reconhecer que a Terra teria milhões de anos e que as suas formações
geológicas eram o resultado de processos lentos e graduais, Darwin estabeleceu uma relação com os processos da vida.

Assim, os seres vivos poderiam, igualmente, passar por modificações lentas e graduais que levariam à formação de espécies
diferentes.

Este conceito permitiu a Darwin compreender a sua observação de certos fósseis, como os de conchas de animais
marinhos, situados em locais de elevada altitude.
Teoria evolutiva de Darwin
Principais influências

• Demografia – estudo sobre a população humana de Malthus. Conceito de luta pela sobrevivência.

• Crescimento populacional: o economista Thomas Malthus afirmava que o tamanho da população humana tende a crescer de
forma exponencial, enquanto os recursos são produzidos de modo aritmético. Malthus acrescentou, ainda, que existem fatores
que limitam o crescimento populacional, e deste modo, o tamanho da população humana não ultrapassaria a sua capacidade de
produção de recursos alimentares.

Darwin aplicou a teoria de Malthus às populações de animais e concluiu que


nem todos os indivíduos de uma população sobrevivem e se reproduzem,
devido à limitação de recursos disponíveis e à competição pelos mesmo
Teoria evolutiva de Darwin
Principais influências

• Seleção artificial – obtenção de variedades domésticas de animais e de plantas através do cruzamento de


indivíduos selecionados.

Darwin observou que era possível selecionar características específicas, recorrendo a cruzamentos controlados e com isso, especulou
que, se era possível obter diversidade através de cruzamentos seletivos, então também na natureza deveria ocorrer um mecanismo
semelhante, determinado por diferentes fatores ambientais.

O conceito de seleção natural é o que verdadeiramente caracteriza a teoria da evolução


de Darwin – processo em que os indivíduos com determinadas características hereditárias,
que lhes proporcionam uma melhor adaptação ao meio ambiente em que vivem, possuem
maiores taxas de sobrevivência e reprodução do que outros indivíduos sem essas
características.
Teoria evolutiva de Darwin
Mecanismo darwinista da evolução

• Os indivíduos de uma dada população


apresentam uma grande variedade de
características, morfológicas ou outras
– variabilidade intraespecífica.

• Os indivíduos portadores de características


favoráveis tendem a sobreviver mais tempo;
os que possuem características desfavoráveis
são eliminados – sobrevivência diferencial.

• Os indivíduos mais aptos, portadores de


variações favoráveis, reproduzem-se mais,
transmitindo à descendência as suas
características – reprodução diferencial.
• A seleção natural, resultante da relação dos
organismos da população com o ambiente, atuando
ao longo de muitas gerações, conduz à acumulação
lenta e gradual de modificações nas características
de uma população, podendo levar ao aparecimento
de novas espécies.

Teoria evolutiva
de Darwin
Comparação entre as teorias de Lamarck e de Darwin

Teoria
de Lamarck

Teoria
de Darwin
Comparação entre Lamarckismo e o Darwinismo

Lamarck admitia que a lei do uso e do desuso Darwin demonstrou que os organismos possuem
determinava as variações nas espécies e que variedade intraespecífica e que, através do
essas variações desenvolvidas ao longo da mecanismo de seleção natural, aqueles que
vida dos organismos eram transmitidas à possuem caracteres com vantagem adaptativa
descendência, através da lei da transmissão para a sua sobrevivência reproduzem-se mais,
dos caracteres adquiridos. transmitindo essa vantagem aos seus descendentes.
Teoria neodarwinista da evolução

No século XX, a síntese do darwinismo com o conhecimento em genética


levou ao desenvolvimento de uma teoria conhecida por neodarwinismo,
ou teoria sintética da evolução.

De acordo com o neodarwinismo, as variações entre os indivíduos de uma


dada população são o resultado de:

• recombinação genética – resultante do crossing-over entre


cromossomas homólogos e da sua separação aleatória durante a
meiose, que conduz ao aparecimento de combinações únicas de genes.
A união ao acaso dos gâmetas na fecundação contribui também para o
aparecimento de indivíduos com características únicas na população;

• mutações genéticas – aparecimento de novos genes de que resultam


novas características.
Teoria neodarwinista da evolução
De acordo com a teoria neodarwinista, os organismos de uma população são portadores de conjuntos de genes.
Num dado momento, a totalidade desses genes constitui o fundo genético da população.

Uma vez que a seleção natural atua sobre os


indivíduos de uma população, os mais aptos
produzem mais descendentes, verificando-se,
através deles, uma maior passagem para as
gerações seguintes de genes que conferem
maior capacidade de adaptação ao ambiente.

Deste modo, a seleção natural


altera o fundo genético da população
ao longo das gerações, levando
ao aparecimento de novas espécies.
Processos de evolução - Evolução divergente
A divergência evolutiva, ou evolução divergente, resulta da evolução de várias
espécies atuais a partir de uma espécie ancestral comum. Este processo é apoiado por
vários argumentos. Fóssil
de Tiktaalik

• Paleontologia – estudo do registo fóssil.


Aparecimento de formas sintéticas. Humano
Cavalo
Baleia
• Biogeografia – distribuição geográfica de espécies Gato
e populações de seres vivos.
Toupeira
• Anatomia comparada – estruturas homólogas
e estruturas vestigiais.

• Bioquímica e genética – comparação das


sequências de aminoácidos das proteínas e das
sequências nucleotídicas de DNA em espécies
diferentes.
Evolução divergente - argumentos
• Paleontologia – estudo do registo fóssil. Aparecimento de formas sintéticas.

O registo fóssil, apesar de apresentar espécies extintas,


documenta os padrões da evolução dos seres vivos.

• Em 2005, foram descobertos fósseis de T. roseae, um animal


muito relevante na evolução dos tetrápodes – animais de
quatro patas.
• T. roseae é considerado um fóssil de transição: exibe
características comuns ao grupo ancestral e ao grupo
descendente derivado do ancestral – entre os peixes e os
tetrápodes.

Deste modo, o fóssil desta espécie sugere que os vertebrados tetrápodes terrestres terão evoluído a partir de peixes.
Evolução divergente - argumentos

Fósseis de formas intermédias


fósseis onde são observáveis características de dois grupos
diferentes na atualidade, mesmo que próximos.

Formas fósseis de transição


ou fósseis de transição

são fósseis de formas intermédias entre grupos principais de seres


vivos e que evidenciam estruturas inovadoras
Evolução divergente
• Biogeografia – distribuição geográfica de espécies e populações de seres vivos.

A biogeografia é o estudo da distribuição geográfica dos seres vivos. Os padrões de evolução dos organismos podem ser relacionados com a sua
distribuição, sendo que espécies geograficamente mais próximas são mais semelhantes e espécies geograficamente isoladas apresentam
maiores diferenças.

Exemplo: os mamíferos australianos.


Neste continente, atualmente, todos os
mamíferos são marsupiais, não existindo
mamíferos placentários, à exceção de morcegos
e das espécies introduzidas pelo ser humano.

• O isolamento geográfico da Austrália


permitiu que os marsupiais evoluíssem e se
Isolamento da Austrália relativamente aos outros continentes permitiu a evolução e diversificação
dos marsupiais. diversificassem.
Evolução divergente

• Anatomia comparada – estruturas homólogas e estruturas vestigiais.

Existem características anatómicas que só são possíveis de ser explicadas através


do processo evolutivo: estruturas homólogas - estruturas que apresentam
semelhanças derivadas de um ancestral comum.

Os membros anteriores de espécies de vertebrados, possuem um plano


estrutural semelhante, mas com diferenças no grau de desenvolvimento e no
número de ossos.

Considerando-lhes um ancestral comum, conclui-se que, através da seleção


natural, resultaram modificações estruturais nos membros locomotores dos
indivíduos das diferentes espécies. Estas modificações permitiram que membros
estruturalmente semelhantes tenham funções diferentes: caminhar, nadar ou
voar.
Evolução divergente

• Anatomia comparada – estruturas homólogas e estruturas vestigiais.


Evolução divergente

• Anatomia comparada – estruturas homólogas e estruturas vestigiais.

Outra evidência da evolução demonstrada por homologias na


anatomia são as estruturas vestigiais – caracteres anatómicos,
geralmente atrofiados, que não possuem nenhuma função evidente,
mas que se assemelham a estruturas funcionais de organismos
ancestrais.

Estas estruturas só fazem sentido em contexto evolutivo, como O fémur das serpentes é uma estrutura vestigial.
estruturas que outrora teriam sido funcionais e úteis em organismos
ancestrais.
Evolução divergente
• Homologias no desenvolvimento

É possível encontrar evidências evolutivas no desenvolvimento


embrionário dos animais. Conseguimos observar grandes
semelhanças nos estádios embrionários de espécies que, em
adultas, são muito diferentes.

Exemplo: numa fase inicial, todos os embriões de vertebrados


apresentam uma cauda e arcos faríngeos.
Evolução divergente
• Bioquímica e genética – comparação das sequências de aminoácidos das proteínas e das sequências nucleotídicas de DNA em
espécies diferentes.

Todos os seres vivos utilizam o mesmo código genético. Este facto sugere que:
• Todas as espécies descendem de um ancestral comum com este código, que depende da intervenção do DNA e do RNA no mecanismo de síntese
de proteínas.
• Sequências genéticas de diferentes organismos, revelam o mesmo tipo de genes. As sequências genéticas de espécies mais proximamente
relacionadas são mais semelhantes do que as de espécies filogeneticamente distantes.
• Existem mecanismos bioquímicos que se encontram em quase todos os seres vivos, com apenas pequenas mudanças estruturais e funcionais.
Processos de evolução - Evolução convergente
A convergência evolutiva ou evolução convergente é um processo evolutivo através
do qual organismos não relacionados, ocupando ambientes semelhantes,
desenvolvem características semelhantes em resultado de pressões seletivas
idênticas. Dos argumentos que apoiam a convergência evolutiva, destacam-se a:

• anatomia comparada – sobretudo a presença de estruturas análogas;

• bioquímica – estudo das sequências de nucleótidos do DNA.


Evolução convergente
• Anatomia comparada – sobretudo a presença de estruturas análogas;

Estabelecem-se entre estruturas


semelhantes na forma e na função, mas
que não têm origem em ancestrais
comuns, por exemplo as asas destes
animais.
Evidências que apoiam a evolução – seleção artificial

A seleção artificial refere-se a um processo desenvolvido pelo ser humano em que se controla seletivamente a reprodução de
espécies, de modo a obter determinados caracteres específicos com interesse para o ser humano. A diferença principal entre a
seleção natural e a seleção artificial é o modo como os progenitores são escolhidos.

• Ao analisarmos este processo no contexto


evolutivo, é possível observar que existem
diferentes variações dentro das espécies e
que estas variações podem ser
selecionadas, levando a alterações
significativas nas populações dessas
espécies.

Columbia lívia (A): pombo papo-de-vento (B); pombo Fantail (C); pombo Jacobin (D)
Origem das células eucarióticas
- MODELO AUTOGÉNICO
- MODELO ENDOSSIMBIÓTICO
Dos procariontes aos eucariontes

Os seres vivos podem ser procariontes ou eucariontes, consoante a sua organização celular.

Procarionte: organismo unicelular, estruturalmente simples,


cujo material genético não está encerrado por um invólucro
nuclear.

• Os seres procariontes (bactérias e arqueobactérias) possuem


células estruturalmente simples, sem um invólucro nuclear.
Dos procariontes aos eucariontes
Os seres vivos podem ser procariontes ou eucariontes, consoante a sua organização celular.

Eucarionte: organismo unicelular ou multicelular, estruturalmente complexo, cujas células possuem organelos envolvidos por
membranas e cujo material genético está encerrado num núcleo com membrana nuclear.

• Alguns organismos eucariontes podem ser

multicelulares, apresentando, por isso,

uma grande vantagem evolutiva, quando

comparados com os procariontes.

• A vantagem da multicelularidade deu

origem à grande diversidade morfológica,

fisiológica e comportamental nos seres

vivos eucariontes que conhecemos hoje.


Dos procariontes aos eucariontes

Destacam-se dois modelos que procuram explicar a origem dos organismos eucariontes a partir dos procariontes: o
modelo autogénico e o modelo endossimbiótico.

O modelo autogénico considera que as


estruturas e os organelos das células
eucarióticas resultaram de invaginações
sucessivas da membrana celular em
células procarióticas ancestrais. Essas
invaginações deram origem a
compartimentos membranares, com
especialização funcional, que estão na
origem dos organelos.
Dos procariontes aos eucariontes

De acordo com o modelo


endossimbiótico, as células
eucarióticas terão resultado da
incorporação de células procarióticas
por parte de outras células
procarióticas de dimensão superior,
com as quais passaram a estabelecer
relações de simbiose intracelular
(endossimbiose).
Evidências que sustentam o modelo endossimbiótico

As mitocôndrias e os cloroplastos:
• possuem as suas próprias membranas internas, com enzimas e sistemas de transporte
semelhantes aos que se encontram em membranas plasmáticas de bactérias atuais.
• replicam-se através de um processo semelhante à fissão binária, que ocorre em
organismos procariontes.
• possuem o seu próprio material genético em que a molécula de DNA é circular, sem
histonas associadas e semelhante a cromossomas bacterianos.
• contêm o seu próprio sistema de transcrição e tradução de DNA, incluindo ribossomas que
são mais semelhantes aos presentes em bactérias do que aos que ocorrem no citoplasma
das células eucarióticas.
Atualmente, é possível encontrar associações simbióticas, temporárias e permanentes, entre
organismos eucariontes e bactérias, constituindo verdadeiras relações endossimbióticas.
Divisão de mitocôndria.
Da unicelularidade à multicelularidade

Os cientistas ainda não conseguiram determinar, exatamente, como aconteceu a transição de seres unicelulares para
seres multicelulares, mas existem vários indícios que ajudam a revelar este mistério.

• Algumas pistas que podem apoiar a transição da unicelularidade


para a multicelularidade datam de há cerca de 3000 milhões de
anos e foram encontradas em fósseis de tapetes microbianos
formados por organismos procariontes semelhantes a
cianobactérias.

• Alguns investigadores sugerem que uma das primeiras evidências


de organismos multicelulares pertence a um fóssil com 2400
milhões de anos, de filamentos microscópicos que se assemelham
Fóssil com 2400 Ma de filamentos microscópicos
aos micélios dos fungos atuais. semelhantes aos fungos atuais.

• Outros cientistas argumentam, ainda, que a primeira evidência


pode ser encontrada em fósseis de organismos semelhantes às
algas vermelhas atuais, com 1200 milhões de anos.
Da unicelularidade à multicelularidade

Podem ser consideradas duas hipóteses sobre a origem dos organismos multicelulares.

1ª hipótese: pressupõe que a 2ª hipótese: argumenta que os


multicelularidade poderá ter ocorrido organismos multicelulares se originaram
quando uma única célula iniciou o a partir de múltiplos organismos
processo de divisão, dividiu-se em duas unicelulares que se agregaram e
células, mas estas células-filhas formaram colónias – agregados de seres
permaneceram unidas. unicelulares cujas células desempenham
a mesma função.

À medida que os organismos multicelulares se tornaram mais complexos, terá ocorrido uma especialização das suas células
para desempenharem diferentes funções. Esta diferenciação celular, em que as células possuem determinadas funções e
trabalham em conjunto para garantir a sobrevivência do organismo, está na base do sucesso evolutivo dos organismos
eucariontes multicelulares.
Da unicelularidade à multicelularidade

Os cientistas procuram inferir sobre a origem da multicelularidade através da observação de organismos que existem na
atualidade. Um exemplo relevante é o grupo de algas verdes volvocales (família Volvocaceae).

A análise destas diferentes espécies permite verificar a existência de um padrão condutor da


unicelularidade à multicelularidade dos organismos.
Da unicelularidade à multicelularidade

A multicelularidade trouxe muitas vantagens evolutivas:

• maior dimensão dos organismos, mantendo-se, contudo, uma relação volume/área de


superfície celular, ideal para a realização de trocas com o meio;
• maior diversidade de organismos, proporcionando uma melhor adaptação a diferentes
ambientes;
• maior eficácia na utilização de energia, resultado da especialização celular;
• maior independência em relação ao meio ambiente, devido a uma eficaz homeostasia
(equilíbrio dinâmico do meio interno) resultante de uma interdependência dos vários
sistemas de órgãos.
Webgrafia

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