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Agrupamento de Escolas Joaquim de Araújo

Ano letivo 2022/ 2023

REPRODUÇÃO SEXUADA
BIOLOGIA E GEOLOGIA – 11º ANO

A professora: Cristiana Melo


Reprodução
A reprodução é a função através da qual os seres vivos produzem descendência, assegurando a continuidade da espécie. Estes mecanismos
podem ser classificados em dois grandes grupos: a reprodução assexuada e a reprodução sexuada. A reprodução sexuada envolve a união de
células sexuais (fecundação).
REPRODUÇÃO SEXUADA
 O indivíduo resulta da união de duas células (gâmetas) – fecundação.

 Além da fecundação, ocorre sempre meiose.

 Os descendentes não são clones dos progenitores (mesmo que os dois gâmetas sejam
produzidos por único progenitor).

 Há variabilidade genética entre os descendentes.

Órgãos produtores de gâmetas Gâmetas

Testículos Espermatozoides
Animais Gónadas
Ovários Óvulos

Anterídios Anterozoides
Plantas Gametângios
Arquegónios Oosfera
REPRODUÇÃO SEXUADA
Existem espécies cujos indivíduos produzem gâmetas femininos e masculinos:

 espécies monoicas (nas plantas);


 espécies hermafroditas (nos animais).
REPRODUÇÃO SEXUADA
Noutras espécies, os gâmetas femininos e masculinos são produzidos em indivíduos diferentes:

 espécies dioicas (nas plantas);


 espécies gonocóricas (nos animais).
REPRODUÇÃO SEXUADA
Ser humano

 Cada célula humana tem 46 cromossomas, distribuídos por 23 pares.

 Os cromossomas de cada par têm forma, estrutura e sequência de


genes comuns – cromossomas homólogos. Contudo, a informação
contida num par de genes de cromossomas homólogos pode diferir.
 As células cujo conteúdo cromossómico inclui os pares de
cromossomas homólogos são células diploides (2n).

 A primeira célula humana diploide é o ovo (ou zigoto) e resulta da fusão de duas células
(gâmetas) haploides (n), isto é, células com metade do número de cromossomas da espécie
(um cromossoma de cada par de homólogos).
MEIOSE
Meiose II
• O número de cromossomas e a sua estrutura
mantêm-se ao longo das gerações, devido à
ocorrência de meiose.

• Neste processo ocorrem duas divisões Meiose I


consecutivas sem que ocorra interfase entre elas: Cromatídios-
irmãos

meiose I – divisão reducional


meiose II – divisão equacional Pontos de
quiasma
Interfase

Cromossomas
homólogos
• No final da divisão celular meiótica formam-se quatro
células haploides, ou seja, com metade do número
de cromossomas da célula inicial.
MEIOSE
 É um processo de divisão nuclear pelo qual se
formam quatro núcleos haploides a partir de um
núcleo diploide. Ocorre no decurso da reprodução
sexuada.
 Na meiose distinguem-se duas divisões:
– Divisão I – No final desta divisão formam-se
duas células-filhas, cada uma com metade do
número de cromossomas da célula original
(células haploides) – divisão reducional.
– Divisão II – Cada célula resultante da divisão I
volta a dividir-se originando duas células, com o
mesmo número de cromossomas mas em que
cada cromossoma apenas é constituído por um
cromatídeo – divisão equacional.
 Antes de a célula entrar em meiose ocorre a
interfase, semelhante à que acontece na mitose,
com replicação do DNA na fase S.
MEIOSE
Divisão I

PRÓFASE I
 Ocorre condensação dos cromossomas, formação do fuso acromático
e desagregação do invólucro nuclear e do nucléolo.
 Ocorre o emparelhamento dos cromossomas homólogos – formam-se
bivalentes, díadas cromossómicas ou tétradas cromatídicas.
 Entre os cromossomas homólogos pode haver troca de segmentos
cromossómicos – crossing-over. O local de ligação entre os
cromossomas no crossing-over chama-se ponto de quiasma.
Cromossomas cromatídeos
homólogos recombinados
Bivalente

cromatídeos Ponto de
irmãos quiasma
MEIOSE
Divisão I

METÁFASE I
 Os cromossomas fixam-se ao fuso acromático através dos
centrómeros.
 Ocorre o alinhamento dos cromossomas na zona equatorial,
com os pontos de quiasma dispostos na região mais central.

ANÁFASE I
 Os cromossomas homólogos separam-se.
 Cada um dos cromossomas homólogos (constituído por dois
cromatídeos) migra para um dos polos da célula. Esta migração
é aleatória (separação ao acaso dos cromossomas homólogos).
MEIOSE
Divisão I

TELÓFASE I
 Ocorre descondensação dos cromossomas.
 Desaparece o fuso acromático e forma-se o invólucro nuclear em torno de
cada novo núcleo. Nestes novos núcleos há apenas um cromossoma de
cada par de homólogos. Cada um destes cromossomas é constituído por
dois cromatídeos. São formados, assim, dois núcleos com metade dos
cromossomas da célula original.

CITOCINESE
 Em algumas células ocorre citocinese. Noutros seres, como é o caso das
plantas, o citoplasma não se divide nesta fase.

INTERFASE
 Antes de iniciar a 2.ª divisão da meiose, pode ocorrer uma breve interfase,
sem que contudo ocorra duplicação do DNA.
MEIOSE
Divisão II

Os dois núcleos formados na divisão I, sofrem agora uma segunda


divisão que decorre de forma semelhante a uma mitose.

PRÓFASE II
 Os cromossomas condensam-se.
Forma-se o fuso acromático.
Desintegra-se o invólucro nuclear.

METÁFASE II
 Os cromossomas alinham-se na
zona equatorial formando a placa
equatorial, posicionando-se os
centrómeros na região mais central.
MEIOSE
Divisão II

ANÁFASE II
 Os cromatídeos de cada cromossoma separam-se
e migram para polos opostos.

TELÓFASE II
 O fuso acromático degenera e os cromossomas começam a
descondensar.

 Inicia-se a organização dos núcleos das células-filhas, com formação


do invólucro nuclear.

Após a divisão nuclear, cada uma das células sofre citocinese,


formando-se assim 4 células.
REPRODUÇÃO SEXUADA E VARIABILIDADE GENÉTICA
Crossing-over

• Troca recíproca de segmentos dos


cromatídios dos cromossomas de
origem paterna e materna que
constituem o bivalente.
Cromossomas Ponto de quiasma
homólogos
• Formação de cromossomas Gene
recombinados, com genes de
origem materna e genes de origem
paterna.

Cromossomas recombinados
REPRODUÇÃO SEXUADA E VARIABILIDADE GENÉTICA
Segregação aleatória dos cromossomas homólogos

• Durante a metáfase I, cada bivalente


dispõe-se de forma aleatória e
independente na placa equatorial do fuso
acromático.

• Durante a anáfase I, ocorre, portanto, a


separação independente dos
cromossomas homólogos.
REPRODUÇÃO SEXUADA E VARIABILIDADE GENÉTICA
Fecundação

• A união aleatória de um gâmeta masculino com um gâmeta


feminino, de entre a enorme variedade destas células, faz
com que a célula resultante da fecundação – o ovo ou zigoto
– possua uma combinação única de genes.
MEIOSE
Variação da quantidade de DNA da célula durante a meiose
MITOSE E MEIOSE – ASPETOS COMPARATIVOS
MITOSE E MEIOSE – ASPETOS COMPARATIVOS

MEIOSE MITOSE
REPRODUÇÃO SEXUADA – VANTAGENS E DESVANTAGENS
Vantagens
 Variabilidade na descendência.
A meiose e a fecundação são causa de variabilidade genética entre indivíduos da mesma
espécie devido a:

– crossing-over e segregação aleatória dos cromatídeos (na meiose);

– união aleatória dos gâmetas (na fecundação).

 Maior capacidade de sobrevivência, caso haja mudanças ambientais.

 Favorece a evolução das espécies.

Desvantagens
 Processo mais lento que a reprodução assexuada.

 Implica maior dispêndio de energia.


CICLOS DE VIDA
CICLOS DE VIDA
Ciclo de vida é a sequência de estados na história reprodutiva de um organismo, começando na conceção do indivíduo, até à
produção da sua própria descendência. O ciclo de vida de uma espécie repete-se de geração em geração.

Ao longo deste ciclo, existem dois fenómenos fundamentais:


• Meiose
Dos quais resulta sempre uma alternância de fases nucleares!
• Fecundação

• Fase diploide ou • Fase haploide ou


diplofase (2n): tem haplófase (n): tem início
início na célula que nas células que resultam
resulta da fecundação da meiose (por exemplo:
(ovo ou zigoto). esporos ou gâmetas).

Alternância de fases nucleares


CICLOS DE VIDA

Dependendo do momento em que ocorre a meiose, os ciclos de vida podem ser de três tipos:

 diplonte;

 haplonte;

 haplodiplonte.
CICLO DE VIDA DIPLONTE

• Alternância de fases nucleares,


haploide e diploide.

• A diplófase é a fase nuclear mais


desenvolvida e inclui o organismo adulto
(diplonte).

• A haplófase está reduzidas aos


gâmetas.

• A meiose ocorre antes da formação dos


gâmetas (pré-gamética).
CICLO DE VIDA DIPLONTE
Meiose Fecundação

Indivíduo Espermatozoide (n)


masculino (2n)
Zigoto (2n)
Indivíduo Óvulo (n)
feminino (2n)

Redução Duplicação
cromossómica cromossómica

Características

 Os indivíduos adultos são diplontes (são constituídos por células diploides).


 A meiose ocorre durante a formação dos gâmetas – meiose pré-gamética.
 Os gâmetas são as únicas células haploides.
 Os indivíduos adultos resultam de mitoses sucessivas do zigoto.
CICLO DE VIDA HAPLONTE

• Alternância de fases nucleares haploide


e diploide.

• A haplófase é a fase nuclear mais


desenvolvida e inclui o organismo adulto
(haplonte).

• A diplófase está reduzida ao zigoto.

• A meiose ocorre no zigoto (pós-zigótica).


CICLO DE VIDA HAPLONTE
Fecundação Meiose

Indivíduo Gâmeta
adulto (n) dador (n)
Células
Zigoto (2n)
haploides (n)
Indivíduo Gâmeta
adulto (n) recetor (n)
Duplicação Redução
cromossómica cromossómica

Características

 Os indivíduos adultos são haplontes (são constituídos por células haploides).


 A meiose ocorre após a formação do zigoto – meiose pós-zigótica.
 O zigoto é a única célula diploide.
 Os gâmetas são produzidos por mitose (e não por meiose).
 Os indivíduos adultos resultam de mitoses sucessivas de uma célula haploide.
CICLO DE VIDA HAPLODIPLONTE
Protalo
GERAÇÃO
(gametófito)
GAMETÓFITA
• Alternância de fases nucleares, haploide e
diploide, desenvolvidas.
Arquegónio com oosfera
(Gametângio com gâmeta)

• Alternância de uma geração esporófita, Esporos

produtora de esporos, e de uma geração


Anterídio com
gametófita, produtora de gâmetas. anterozoides
(Gametângio com
gâmetas) FECUNDAÇÃO
MEIOSE
• A estrutura mais desenvolvida da geração Esporângio com
células-mãe
Zigoto
esporófita é o esporófito. dos esporos
Soro

• A estrutura multicelular mais desenvolvida da Planta jovem


(Esporófito)
geração gametófita é o gametófito.

Planta adulta
• A meiose origina os esporos (pré-espórica). GERAÇÃO (Esporófito)
ESPORÓFITA
CICLO DE VIDA HAPLODIPLONTE
Gametângio Gâmeta
masculino masculino
Meiose (n) (n)
Fecundação

Esporófito Esporângio Célula-mãe Esporos Gametófito Zigoto


(2n) (2n) de esporos (2n) (n) (n) (2n)

Redução Gametângio Gâmeta Duplicação


cromossómica feminino feminino cromossómica
(n) (n)

Características
 A meiose é pré-espórica, formando-se esporos haploides. Da multiplicação dos esporos
origina-se uma entidade multicelular haploide – gametófito.
 Inclui, ao contrário dos ciclos diplontes e haplontes, entidades pluricelulares diplontes
(esporófito)
e haplontes (gametófito) – a par da alternância de fases nucleares, há alternância de
gerações.
CICLOS DE VIDA - EXEMPLOS

Meiose?

Fecundação?

Alternância de
fases nucleares?

Alternância de
gerações?

Ciclo de vida?
CICLOS DE VIDA - EXEMPLOS
CICLOS DE VIDA - EXEMPLOS
ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO E CICLOS DE VIDA
Animais

• Espécies unissexuadas (melro-de-asa-vermelha) e hermafroditas (caracóis e lesmas)


• Fecundação externa (rã-comum) e fecundação interna (joaninhas)

Acasalamento da rã-comum Melro-de-asa-vermelha Acasalamento da joaninha Processo de acasalamento


(Rana temporária). ( Agelaius phoeniceus ), macho e fêmea. (Coccinella septempunctata). no caracol terrestre
(Helix albescens).
ESTRATÉGIAS DE REPRODUÇÃO E CICLOS DE VIDA
Plantas

• Espécies unissexuadas (dioicas) e hermafroditas (monoicas)


• Espécies com autopolinização e espécies com polinização cruzada
• O aparecimento de sementes e de frutos permitiu às plantas aumentarem a sua capacidade de dispersão.

Sementes de dente-de-leão (Taraxacum Bulbul-de-peito-escamoso (Ixodia squamata) a Fruto do coqueiro (Cocos nucifera) em
officinale) a serem transportadas pelo vento. comer um fruto, no interior do qual se encontram germinação, flutuando em águas rasas.
sementes que serão dispersas com as fezes.
Webgrafia

Escola Virtual (https://www.escolavirtual.pt)

Aula Digital ( https://auladigital.leya.com )

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