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DARWIN E WALLACE

Charles Robert Darwin , jovem naturalista inglês com 22 anos, partiu para uma
expedição à volta do Mundo a bordo de um navio da armada britânica, o Beagle, e que
acabou por ter uma duração de 5 anos.
O objetivo da missão do Beagle era cartografar pormenorizadamente a costa -sul
americana.
Darwin, nesta expedição, recolheu a maior parte dos dados que mais tarde utilizou
para a fomentação da sua teoria. os locais da viagem que marcaram profundamente o
naturista, foram o arquipélago de Cabo Verde (costa africana) e as ilhas Galápagos
(costa sul-americana).
Darwin (1809-1882), proveniente de uma família abastada e culta do século XIX, o seu
avô paterno, Erasmos Darwin, influenciou-o, Erasmos tinha uma visão evolucionista
sobre a origem das espécies.
Dados geológicos
Muitas outras foram as influências de Darwin, nomeadamente Charles Lyell (geólogo),
com os seus princípios: as leis naturais são constantes no espaço e no tempo; o
passado explica-se a partir dos dados do presente e na história da Terra ocorrem
mudanças geológicas lentas e graduais.
Nos Andes, Darwin pode observar a existência de fósseis marinhos (conchas), então,
provavelmente, deve ter concluído e por influencia de Lyell que se a Terra está em
mudanças constantes e graduais, o mesmo deveria ocorrer com os seres vivos.
Darwin foi mais longe ao verificar a existência de variabilidade entre indivíduos da
mesma população.
Dados da Biogeografia
Darwin verificou a grande diversidade de seres vivos que diferem de continente para
continente e de bioma para bioma. Ficou impressionado com a diversidade de seres
vivos e o aspecto exótico de algumas espécies nas ilhas Galápagos, nomeadamente
nas ilhas Galápagos onde encontrou 4 variedades de tartarugas e 14 espécies de
tentilhões. Verificou que existia uniformidade entre todos os seres vivos o que o levou
a perceber que deveria de haver uma ancestralidade comum mas também que haviam
diferenças entre populações próximas o que o levou a pensar que cada uma delas
tivesse sofrido uma evolução condicionada pelo tipo de ambiente particular em cada
local.
Relativo a Galápagos, Darwin concluiu que as ilhas foram provavelmente povoadas por
seres vivos vindos do continente americanos e que as características de cada ilha
condicionaram a diferenciação das espécies.

Em Galápagos, Darwin reparou nos tentilhões: numa ilha, eles tinham o bico grande e


forte, e, noutra, o bico era menor e frágil. Por que é que existia essa diferença?
Quando regressou a Inglaterra, Darwin concluiu: os dois tipos de tentilhões nasceram
nas duas ilhas, mas cada um sobreviveu só onde se adaptou. Na ilha com nozes para
comer, sobreviveu o de bico forte, capaz de quebrá-las. E os de bico fino
sobreviveram na ilha com alimentos menos resistentes.Foi a partir dos tentilhões que
Darwin criou a teoria da evolução pela seleção natural.
Dados económicos
Influenciado pelos estudos do Malthus, Darwin transpôs os dados do matemático para
os animais e percebeu que nascem mais indivíduos de uma população que o número
que ambiente consegue suportar, e por esta razão só alguns sobrevivem e podem
deixar descendência.
Dados da seleção artificial, seleção natural e variabilidade
Darwin era criador de pombos e através desta sua experiência percebeu que se
consegue tanta diversidade na seleção artificial, cruzamentos seletivos de forma a
obter indivíduos com determinadas características, seria também possível, na natureza
ocorrer esta seleção, designada por seleção natural. Este é o verdadeiro conceito que
caracteriza a teoria da evolução de Darwin, o conceito de SELEÇÃO NATURAL.

MECANISMO DE EVOLUÇÃO SEGUNDO DARWIN

Princípios fundamentais:

- Os seres vivos da mesma espécie apresentam diferenças entre si, variabilidade de


características.

- As populações crescem segundo uma progressão geométrica e os descendentes são


em maior número do que os que sobrevivem.

 - Estabelece-se entre indivíduos de uma mesma população uma "luta pela


sobrevivência", devido a vários factores do meio, como seja a competição pelo
alimento, pelo refúgio, pelo seu habitat, pela fuga aos predadores, etc. um número de
indivíduos é eliminado.

- Os indivíduos que sobrevivem apresentam mais características favoráveis que lhes


confere vantagens relativamente aos outros, que vão sendo eliminados. Ao longo das
gerações sobrevivem os mais aptos.

-Os mais aptos vivem mais tempo e reproduzem-se mais, transmitindo as suas
características aos seus descendentes, havendo uma reprodução diferencial.

- a reprodução diferencial permite ao longo do tempo a transformação e o


aparecimento de novas espécies.
Críticas

Mas a teoria de Darwin apresentava várias lacunas. Embora Darwin afirma-se que
havia heterogeneidade entre populações, não as conseguia explicar, nem a forma
como havia transmissão das características às gerações seguintes. Ainda não havia
um conhecimento da hereditariedade, só mais tarde com Gregor Mendel as lacunas
puderam ser colmatadas.

Uma outra crítica prende-se com a paleontologia. Darwin considera a existência de


uma evolução lenta e gradual, o que contraria o registo fóssil que evidencia alguns
momentos de evolução rápida e a falta de fósseis de transição.

Lamarckismo e Darwinismo

Duas perspetivas evolutivas através do exemplo clássico das girafas.

Lamarck admitia que a ocorrência de modificações ambientais, como a escassez


de alimento, obrigaria a que as girafas se esticassem para atingir os ramos mais altos
(lei do uso), o que levaria ao desenvolvimento do pescoço, e esta característica iria
ser transmitida aos seus descendentes que iriam ter pescoços mais compridos.

Darwin admitia que existiam na população, girafas com pescoços mais compridos
que outras (variações morfológicas nas populações). A escassez de alimento terá
levado à diminuição da vegetação rasteira e só as que tivessem o pescoço mais
comprido conseguiam alimentar-se mais e reproduzir-se mais (mais aptas). Assim, a
seleção natural fez aumentar o número de girafas de pescoço comprido.
Resumidamente:

A teoria sintética da evolução ou o neodarwinismo


Na década de 1930 a 1940, os novos conhecimentos de genética, vieram juntar-se ao
Darwinismo e formaram uma nova corrente de pensamento científico, mais
abrangente e que explica as leis que regem o processo evolutivo de Darwin, dando
resposta a alguns processos, como a transmissão dos caracteres,  que Darwin não
conseguiu dar resposta . Esta nova teoria designa-se por neodarwinismo, ou teoria
sintética da evolução.
O Neodarwinismo diz que é a SELEÇÃO NATURAL o agente principal da evolução que
atua sobre a VARIABILIDADE das populações. E esta variabilidade deve-se a dois
fenómenos: MUTAÇÕES e RECOMBINAÇÃO GENÉTICA.
SELEÇÃO NATURAL - tem como princípio que os descendentes
de uma espécie que sobrevivem são mais APTOS, são os que
herdaram a combinação genética mais favorável à
sobrevivência, para um determinado ambiente.
MUTAÇÕES: são alterações no genoma do indivíduo que podem
levar ao aparecimento de novas características que poderão ser
transmitidas às novas gerações, se estas tiverem ocorrido nas
células germinativas (gametas). Explicam as variações
hereditárias.
As mutações são uma fonte de variabilidade genética, pois introduzem novos genes,
que podem ser favoráveis ou não, no genoma da espécie.
RECOMBINAÇÃO GENÉTICA - ocorre quando na reprodução (sexuada) há mistura de genes
dos diferentes indivíduos de uma população. Neste processo ocorrem novos genótipos
sem que tenha havido o aparecimento de mutações.
Quando falamos da reprodução sexuada, vimos que há uma série de fenómenos que
contribuem para a variabilidade, como seja a meiose, onde ocorre o crossing
over (prófase I) e a repartição dos cromossomas homólogos (anáfase I); e
na fecundação em que se fundem dois gametas ao acaso, gerados pela meiose dos
seus progenitores. Por estes motivos é praticamente impossível gerar dois seres
exatamente iguais vindos dos mesmos progenitores.
Cada individuo não evolui isoladamente, a unidade evolutiva é a população. Se uma
população não contiver grande diversidade e se estiver muito bem adaptada às
condições do ambiente, basta uma pequena alteração a essas condições e essas
populações serão eliminadas. Do mesmo modo, uma população com grande
diversidade terá maior probabilidade de se adaptar às mudanças.
Diz-se FUNDO GENÉTICO ao conjunto de todos os genes presentes numa população
num determinado momento e a evolução corresponde à mudança deste fundo nas
populações.
 
A síntese de teorias deu-se graças aos trabalhos do zoólogo Ernest Mayr, do
geneticista Theodosius Dobzhansky, do botânico George Ledyard e do paleontólogo
George Gaylord Simpson, que foram os principais autores da teoria moderna da
evolução.

Entre as principais publicações que muito contribuíram para a elaboração da teoria


moderna da evolução estão o livro “Velocidade e padrão da evolução” de G. G.
Simpson e “Variação e evolução em plantas” de Stebbins.

Processos que contribuem para a evolução das espécies


Se uma população for muito numerosa e se todos os indivíduos dessa população
tiverem a mesma probabilidade de se reproduzir e se não sofrerem mutações,
migrações ou seleção natural, a probabilidade do fundo genético da população evoluir
é muito reduzida.
Os factores que promovem a evolução das populações são: mutações, migrações,
deriva genética, cruzamentos nao-aleatórios e seleção natural

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