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Antes de Darwin
1
Lamark – principal representante das ideias evolutivas pré-Darwin
Visão de Lamark ≠ Visão de Darwin
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1859 . Publicação de A Origem das Espécies; fósseis como suporte da sua teoria
. Noção de selecção natural
. Darwin admite não ter uma noção concreta da transmissão de características
Problema que Darwin nunca resolveu
Teoria de Darwin exigia mecanismos de hereditariedade que permitissem
transformação de ancestrais comuns e propagação das modificações às gerações
seguintes (≠ visão de Lamark)
Interpretação de Darwin da transmissão das características estava errada; enfraquecia
consideravelmente a sua teoria da evolução através da selecção natural
Mendel – lançou estudo da genética, contemporâneo de Darwin (mas com ideias ≠ sobre
hereditariedade); 1865: primeiras conclusões sobre hereditariedade (6 anos depois de A
Origem das Espécies)
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R. Fisher, J.B.S.Haldane e Sewall Wright fundadores da genética populacional moderna
Recuperação das ideias de Darwin à luz da hereditariedade
Mutação como factor responsável pela variabilidade se resultado da mutação
conferir vantagem selectiva, aumenta frequência e tende a fixar-se
1. Observações
Evidências a favor da evolução 2. Homologias
3. Fósseis
1. Observações
Biston betularia
2 padrões de coloração; Principal factor selectivo: Predação
Padrão que em tempos fora o mais vantajoso deixou de o ser tornou-se menos
comum
Padrão inicialmente desfavorecido alteração das condições do meio selecção
positiva tornou-se mais comum
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Domesticação de plantas e animais
Variedade por domesticação resulta de 1 ancestral comum por selecção artificial
Alterações moldadas pelo Homem
Exemplos: Lobo e cão (400 raças actuais)
Milho (espigas actuais muito maiores do que ancestrais)
Tomate (variação num só gene que controla o crescimento)
2. Homologias
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3. Fósseis
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Evolução e biogeografia
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Se as espécies fossem criadas
independentemente umas das outras
não poderia explicar‐se este modo de
classificação; explica‐se facilmente, pelo
contrário, pela hereditariedade, e pela
acção complexa da selecção natural,
produzindo a extinção e a divergência
dos caracteres, assim como o demonstra
o nosso diagrama.
Uma quantidade infinita de belas e admiráveis formas, saídas de um começo tão simples, não
têm cessado de se desenvolver e desenvolvem‐se ainda!
Também sabemos, pelo menos de forma rudimentar, como se originaram todos os organismos
vivos. Todos eles (incluindo nós) descendem de apenas um, ou alguns, “ancestrais universais”
que viveram há mais de três mil milhões de anos. (Barton et al., 2007)
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Selecção artificial/Domesticação
É, pois, da mais alta importância elucidar quais são os meios de modificação(…) pareceu‐me
provável que o exame atento dos animais domésticos e das plantas cultivadas devia oferecer o
campo mais propício a estudos que explicassem este obscuro problema. Não me enganei.
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Selecção Natural Dei o nome de selecção natural(…) à conservação das diferenças e das variações
Hereditariedade
Competição por recursos limitados
Selecção
Adaptação
As variações insignificantes, isto é, que não são nem úteis nem nocivas ao indivíduo, não são
certamente afectadas pela selecção natural e permanecem no estado de elementos variáveis,
como as que podemos observar em certas espécies polimorfas, ou terminando por se fixar,
graças à natureza do organismo e às condições de existência.
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Até onde pode ir a selecção natural?
A selecção natural conduz também à divergência dos caracteres; porque, quanto mais os seres
organizados diferem uns dos outros sob a relação da estrutura, dos hábitos e da constituição,
tanto mais a região pode alimentar um grande número. Por consequência, durante a
modificação dos descendentes de uma espécie qualquer, durante a luta incessante de todas as
espécies para crescer em número, quanto mais diferentes se tornam estes descendentes, tanto
mais probabilidades têm de ser bem sucedidos na luta pela existência.
Estes mesmos princípios, como procurei demonstrar, permitem‐nos explicar a causa da maior
parte dos habitantes das ilhas oceânicas ser, além de pouco numerosa, endémica ou
privativa(…). Torna‐se fácil compreender como grupos inteiros de organismos, tais como os
batráquios e os mamíferos terrestres, faltam nas ilhas(…) e que todos os habitantes de um
arquipélago, se bem que especificamente distintos em cada pequena ilha, devem ser
estreitamente aliados uns aos outros, e aproximar‐se igualmente, mas de uma maneira menos
estreita, daqueles que ocupam o continente ou o lugar de onde os imigrantes possam ter tirado
a sua origem.
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ESPÉCIE Ernst Mayr: Conceito Biológico de Espécie (1940): Espécies são grupos de
populações naturais interfecundadas e que estão isoladas, do ponto de vista
reprodutor, de outros grupos
Especiação assenta apenas em diferenças geográficas entre populações
(ausência de fluxo génico)
Rejeita importância da selecção natural na especiação
Especiação alopátrica
Processos de especiação:
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Aparecimento de vida na Terra
Limites temporais:
inferiores: cálculo da idade da Terra
superiores: datação dos primeiros fósseis (1ª evidencia da ocorrência de vida)
Idade da Terra:
Análise de radioisótopos das rochas mais antigas da Terra 3,8/4 biliões anos
Métodos astrofísica, datação de asteróides: idade S.Solar 4,3/4,5 biliões anos
Primeiros fósseis:
Estromatólitos (com vestígios químicos das primeiras formas de vida) 3,5 biliões anos
Vestígios de células + resíduos indirectos
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Química pré-biótica
Mundo reactivo maior complexidade de moléculas bióticas mecanismos de replicação
(passo muito importante) formação de cadeias
Ocorrência de erros réplicas com falhas cadeias ≠ sujeitas a selecção natural
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ÁRVORE DA VIDA 1 única origem (se houve outras acabaram por desaparecer)
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Eucariontes
8 linhagens; mosaico de genomas/ linhas evolutivas
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Genomas bacterianos e de arqueas mais pequenos, compactos
todo espaço preenchido por genes
poucos elementos não transcritos
≠
Genomas de Eucariontes alguns genomas muito grande, muita variação de tamanhos
tamanho não está relacionado com complexidade do organismo
muito DNA repetitivo, “lixo”
muitos genes inactivados (pseudo-genes)
Pseudogenes- genes que perderam funções , por exemplo, silenciados por uma
mutação
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Classificação
Instrumento de comunicação em Biologia
Domínio – Reino – Filo – Sub-filo – Classe – Ordem – Família – Género – Espécie
Exemplos de filogenias:
Craca/ Lagosta: partilham ancestral comum
mais recente, apesar da craca ser mais
parecida morfologicamente com a lapa
(convergência mrfológica)
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Método vizinho mais próximo
Distância de 3 a 1,2 é menor do que a 4,5 logo, espécie 3 deve ser agrupada com 1,2
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Propostas da escola cladista:
desaparecimento das classes actualmente definidas como Répteis e Peixes
aceitação única de grupos monofiléticos
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Filogenia
Metodologia:
Análise de caracteres partilhados
Principio da parcimónia – evolução ocorreu de forma mais simples e económica
A – 160 ; B – 160
C – 140 mais parcimoniosa em relação a características partilhadas
explicação mais simples/ económica
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Exemplo:
lobo Canis lupus – placentário
lobo da Tansmânia – marsupial (extinto)
analogias nas aparências morfológicas, mas sem relação filogenética
mtDNA
evolui muito depressa (sem mecanismos de correcção)
reconhecimento de acontecimentos pouco profundos/ mais recentes
tantas mutações no mesmo sítio que leva a saturação, deixa de ter relação linear com
o tempo informativo apenas para acontecimentos recentes
estudos até 10 MA permite estudo de populações dentro da mesma espécie iu
entre espécies muito próximas
rDNA
reconstituição filogenética para acontecimentos mais profundos
reconstituição da árvore da vida
relação de mutação/ tempo linear
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Explosão câmbrica
Registo fóssil
Fósseis – constituídos pelas partes duras dos animais (ossos, unhas, conchas) e tecidos
resistentes das plantas; podem revelar comportamentos ou hábitos alimentares
Probabilidade de fossilização – muito reduzida e muito mais elevada no mar
Conta-nos uma parte importante da história da vida, que nunca poderíamos ter
conhecido de outra maneira
Revela-nos a evolução dos padrões de biodiversidade ao longo do tempo geológico
Permite-nos uma aproximação à dimensão temporal, e a calibração dos relógios
moleculares
Permite-nos investigar aquilo que designamos por macroevolução
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Antes da Explosão Câmbrica
Fósseis de Ediacara
Primeiros organismos multicelulares que ocorrem com abundância no registo fóssil
Mostram uma enorme variação em tamanho
Não têm partes duras
Com mais de 100 espécies descritas, as suas afinidades filogenéticas têm sido tema de
intensa controvérsia: metazoários primitivos, mais complexos, ou apenas protozoários
gigantes?
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Depois da Explosão Câmbrica
Conquista da terra
Animais
Conquista do ar
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Variação genética em populações naturais
Genoma 2 visões
Visão clássica do genoma
Genoma invariável
Todos indivíduos seriam homozigoticos
Mutações (acontecimentos raros) seriam tão graves que não seriam
transmitidas (deletéreas)
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1. Percentagem de loci polimórficos
Um gene polimófico tem pelo menos duas formas
alternativas
2. Heterozigotia
Forma de medição de variabilidade mais importante
Heterozigotia esperada em Equilibrio de Hardy-Weinberg
pi – frequência do alelo i
pij – frequência de heterozigóticos
5. Diversidade nucleotídica
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DERIVA GENÉTICA
Actua simultaneamente com a selecção natural
Em populações pequenas há tendência para deriva genética se sobrepor à selecção natural
Em populações grandes, selecção natural tende a se sobrepor a deriva genética
Agente de remoção da diversidade genética – perda da diversidade em poucas gerações
Pode culminar na extinção de uma espécie em poucas gerações todos os indivíduos
terão a mesma informação genética (fixação de alelos)
Fisher (1890-1962)
Populações grandes e panmíticas
Principais agentes que actuam sobre populações: mutação e selecção natural
Deriva genética – factor menos importante
Wright (1889-1988)
Populações pequenas e subdivididas
Combinação de selecção natural local, deriva genética, migração e selecção inter-démica
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Tamanho efectivo de uma população
≠ tamanho real
número de indivíduos de uma população que transmitem a sua informação genética à
geração seguinte
Nm – número de machos
Nf – número de fêmeas
Ne – tamanho efectivo da população
Mutação
acção contrária a deriva genética aumento da variabilidade
Inversões e translocações
Duplicações, inserções e delecções
Substituições
sinónimas – não alteram aminoácido
não sinónimas – alteram aminoácidos
SNP’s – substituições nucleotídicas simples, matéria prima da evolução das espécies
citosina e guanina são locais prefernciais para substituição nucleotídica
transições mais frequentes do que transversões
mutações são completamente aleatórias e fixação dos alelos é muito mais lenta
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Selecção natural
Factores de mudança evolutiva:
Mutação
Deriva genética
Selecção natural
agente de modelação da diversidade
pode contribuir tanto para remoça de caracteres como para persistência dos mesmos
implica existência de competição pelos recursos
sucesso dos indivíduos reflecte-se na capacidade reprodutiva indivíduos mais aptos
reproduzem-se mais e a respectiva descendência também se reproduz em maior
numero
aptidão biológica – características que conferem maior vantagem sobre outros
indivíduos
exemplo:
Bufo bufo - fêmeas são muito maiores do que machos
testar existência de mecanismo de selecção natural que tenha originado diferença de
tamanho
a existência de variação no tamanho do corpo
a associação com diferenças de aptidão
a hereditabilidade do tamanho do corpo
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1. Variabilidade do tamanho do corpo
captura de indivíduos de ambos os sexos de uma determinada população
determinação do padrão de distinção de tamanhos entre sexos
variação de tamanho é abundante tanto em machos como em fêmeas
se variação for vantajosa será escolhida pela selecção natural
Evidência de ocorrência de
selecção natural correlação
com factores ambientais
exemplo: variação das espinhas
dorsais e pélvicas de Gasterosteus
aculeatus
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Pressão de predação peixes com ou sem espinhas dorsais, pélvicas, escutelos laterais
w=1-s
w – aptidão biológica [0,1]
s- coeficiente de selecção [0,1]
Se: w=1 não está a ocorrer selecção
s=1 por exemplo, quando um gene é letal em homozigotia
2. a vantagem do heterozigótico
TIPOS DE SELECÇÃO
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Selecção direccional
frequência de um alelo vantajoso aumenta, independentemente da sua dominância
ou recessividade
pode levar à fixação de alelos
caracteristica seleccionada positivamente torna-se mais frequente do que ancestral
selecção determina um sentido deslocação da distribuição normal num sentido
Selecção estabilizadora
actua de modo a eliminar fenótipos extremos
favorecimento dos heterozigóticos
característica mais frequente é seleccionada positivamente
homogeneização da população
Selecção disruptiva:
actua de modo a eliminar fenótipos intermédios
pode culminar em especiação
individuos no centro da distribuição têm menor aptidão
com o passar do tempo, surgem duas distribuições diferentes
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Domesticação
Tendência crescente das espécies para dependerem do nicho ecológico humano e
para não sobreviverem em locais selvagens
Síndrome de domesticação – maior docilidade e menor agressividade
Fenómeno relativamente recente, transformou organização da sociedade
Nas plantas:
Grãos ou frutos maiores
Perda de dispersão de sementes
Decréscimo na quantidade de substâncias amargas
Nos animais:
Maior tamanho e fertilidade
Menor territorialidade
Menor capacidade de apreciação do ambiente
Exemplos:
Pombos (inspiração para Darwin)
Lobo e cão – domesticação com 13 mil anos a partir do lobo resultou em 400
raças, que diferem em comportamento e morfologia
Tomate e Milho – aumento do tamanho
Domesticação baseia-se:
compreensão da relação genótipo/ fenótipo
compreensão da sua importância em termos de análise das características complexas
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Questões históricas:
1. Onde foram domesticados animais e plantas?
2. Quantas vezes? (Houve migração ou ocorreu muitas vezes em locais diferentes)
3. Quais as espécies selvagens que lhe deram origem?
mtDNA:
transmissão materna
ausência de recombinação – torna a análise mais simples
elevada variabilidade – sem mecanismos de reparação de erros
1 só marcador molecular independente
- Coelhos domésticos têm origem em França
- Bovinos têm origem em 3 zonas diferentes: no crescente fértil (Médio
Oriente), Norte de África e Índia. origem no auroque (extinto actualmente)
As grandes questões:
1. Que fracção do genoma foi seleccionada?
Não mais do que 1% a 2% do genoma das espécies domésticas terá sido moldado pela selecção
2. A diversidade era pré-existente ou foi introduzida de novo?
Grande parte da diversidade parece ser pré-existente, mas provavelmente com consequências
deletérias
3. Que tipo de variação foi alvo de selecção? Substituições aminoacídicas ou mutações
em regiões reguladoras?
A selecção parece ter incidido tanto ao nível da estrutura das proteínas como da expressão dos
genes
Estudos de domesticação de animais e plantas têm feito avançar a nossa compreensão sobre
determinismo genético de características complexas. Exemplos:
Pelagem do coelho – locus MC1R é o principal marcador molecular para determinação
de relações entre raças de coelhos
Domesticação diminuição da pressão selectiva por predação aparecimento de
cores de pelagem diferentes das selvagens
Milho – difere da espécie primitiva (Teosinte) em muitos poucos genes
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Evolução do sexo
primeiras formas de vida reprodução assexuada /clonagem
reprodução sexuada muito sucesso evolutivo
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meiose
VARIABILIDADE recombinação
singamia
relação entre a possibilidade de produção de novas combinações e a
heterogeneidade e imprevisibilidade ambientai
Custos do sexo
1. Recombinação – pode destruir determinadas constituições genéticas favoráveis
2. Procura de parceiro – muita energia/ tempo dispensado, exposição a predadores
ex: cauda do pavão
3. Produção de machos – custo imenso para espécie, perda de 50% dos genes da fêmea
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Modelo de Williams:
Reprodução sexuada é vantajosa em situações de imprevisibilidade ambiental e de competição
por recursos limitados
hipótese de permanente competição entre espécies
Mecanismos de prevenção:
Dispersão diferencial dos sexos – em muitas espécies sexo masculino dispersa-se
mais do que feminino, machos têm tendência para se deslocarem para longe do
local onde nasceram (fêmeas normalmente mais sedentárias do que machos)
Processos de reconhecimento (ex: feromonas)
Polimorfimos – prevenção de auto-fecundação nas flores
Exemplo:
plantas monóicas com separação física
do estigma e anteras
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Ecótipo
populações adaptadas às características de um dado local
formas dentro de uma espécie que desenvolvem adaptações locais diferentes de outros
indivíduos noutra zona
conceito mais usado em Biologia Vegetal
filopatria – tendência de alguns animais para regressarem a locais específicos
(normalmente onde nasceram) para procriar, alimentar etc.
homogamia positiva – cruzamentos entre indivíduos da mesma população
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Lagartos (Cnemidophorus sp.) – Partenogénese
População só constituída por fêmeas
Durante período reprodutivo, uma fracção das fêmeas (por razões desconhecidas)
comportam-se como machos
padrões de cortejamento produção de ovos
ANISOGAMIA
Gâmeta acumular nutrientes + modo locomoção
Se os gâmetas de sexos diferentes fossem iguais não seria eficiente:
2 muito rápidos – sem nutrientes para zigoto
2 imóveis – não se iriam encontrar (em meio terrestre)
Sucesso reprodutivo das fêmeas: limitado pelo número de ovos produzidos e de nutrientes
armazenados para zigoto
Sucesso reprodutivo dos machos: limitado pela capacidade de acasalar
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Especies e especiação
Espécie
definição não-dimensional: sem relação com o tempo, definições estáticas com fins práticos
definição dimensionl: tem em consideração a história da espécie ao longo do tempo
Para definir espécie caracterização a nível: morfológico, fisiológico, etológico, genético,
ecológico…
conceito fenético de espécie
conceito biológico de espécie
conceito de espécie por reconhecimento
conceito ecológico de espécie
conceito cladista de espécie
conceito filogenético de espécie
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Conceito ecológico de espécie
ênfase: mecanismos selectivos
espécie como conjunto de indivíduos adaptado às condições ambientais
menor adaptação dos híbridos (resultantes de cruzamentos entre espécies de nichos
ecológicos diferentes)
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ESPECIAÇÃO
Isolamento reprodutivo chave para compreender processo de especiação
Modificação genética durante especiação
Modelos de especiação
Alopatria – em populações isoladas geograficamente (ex: eventos geológicos)
principal motor da especiação
Parapatria – em populações contíguas, processo pode ocorrer mesmo na presença de
fluxo génico
Simpatia – numa mesma população (modelo mais radical)
Gaivotas sem isolamento reprodutico, com vizinhos geográficos, mas as populações mais
afastadas não conseguem trocar genesdistribuições parapátrica, com fluxo génico limitado
Populações nos extremos isoladas suficientemente para não haver fluxo génico – muito
diferentes entre si correspondem a 2 boas espécies biológicas
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ALOPATRIA
1. expansão geográfica
2. aparecimento de uma barreira
3. interrupção do fluxo génico isolamento/ trajectórias evolutivas diferentes
Regra de Haldane
Quando duas formas divergentes se encontram e se reproduzem, o sexo heterogamético é
aquele que primeiro apresentará problemas (esterilidade/ inviabilidade)
Modelo de Dobzhansky-Muller
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Explicações actuais:
Teoria dos machos “rápidos” – número de meioses nos machos é muito maior do que nas
fêmeas (no caso dos mamíferos), logo há uma aceleração
evolutiva nos machos que faz emergir incompatibilidades
genéticas entre machos de uma população com fêmeas de
outra população quando se cruzam
Teoria da dominância – mutações no cromossoma X recessivo ficam escondidas nas fêmeas;
nos machos a mutação manifesta-se imediatamente (só 1 crom.X)
mutações nos machos ficam imediatamente expostas à selecção
natural
Exemplos:
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Salamandra-lusitânica (sem pulmões, respiração cutânea e buço-faríngica)
distribuição geográfica muito delimitada – Norte da P. Ibérica
diferenciação genética muito marcada entre dois grupos: Norte/ Sul do Mondego (2
subespécies)
Interpretação biogeográfica: áreas de distribuição bem conhecidas podem ser
importantes para influir sobre barreiras ambientais e história biogeográfica.
Populações marginais
ex: espécies de ilhas/arquipélagos
PARAPATRIA
visão muito recente - especiação pode ocorrer mesmo na presença de fluxo génico
Não há sobreposição das suas áreas de distribuição
Processo de selecção que contrabalança fenómenos de convergência
1. expansão geográfica
2. transição brusca de habitat
3. formação de uma zona híbrida – paragem do fluxo génico
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“genes da especiação” expansão até
interrupção completa do fluxo génico
SIMPATRIA
não envlve isolamento geográfico
ocorre dentro de uma população
resulta de factores instrínsecos à população – polimorfismo em característicvas essenciaias a
uma população
cruzamentos não-aleatórios
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Evolução molecular
Primeiros resultados:
Populações naturais são muito mais variáveis do que se pensava
Divergência de sequências de proteínas é proporcional ao tempo aproximado de
divergência entre espécies ≠ evolução morfológica (não é conhecido nenhuma padrão
de tempo)
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- Substituições não-sinónimas: substituição
leva á substituição de aminoácido
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Dentro de um gene há diferentes relógios (regiões com maior ou menor taxa de substituição)
Primatas:
ramo menor desaceleração
do relógio maior importância
da selecção natural na evolução
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Neutralismo muito poucas serão vantajosas, maioria neutra e como tal, se irão
acumular
Seleccionismo maioria das mutações não deletérias são vantajosas e, como tal,
seleccionadas positivamente.
Mutações que se fixam:
Neutralismo deriva genética explica polimorfismos e fixação de mutações neutras
Seleccionismo selecção positiva explica polimorfismos e fixação de mutações
vantajosas
NEUTRALISMO:
taxa evolutiva não depende do efectivo populacional Prob fixação(A) =F(A)
θ=4Nμ quantidade de variação genética em esquilíbreio entre deriva genética e
evolução neutral
taxa de evolução: k=2Nμx1/2N=μ se a taxa de mutação é μ, a probabilidade de
mutação por geração é 2Nμ, a probabilidade de fixação é igual à frequência inicial do
alelo, ou seja, ½ N
polimorfismos numa população (variação intra-específica) e substituições filogenética
(variação inter-específica) manifestações dos mesmos processos: mutação, selecção
purificadora e deriva genética
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Evolução e desenvolvimento
(mistura entre genética e embriologia)
Exemplo: Drosophila
Genes homeóticos
classe de genes que governam fases iniciais do desenvolvimento embrionário
genes muito conservados
papel fundamental na determinação de planos corporais de todos os animais
envolvidos em processos de micro e macro-evolução
Micro-evolução: pequenas alterações responsáveis por adaptação À constante
mudança ambiental
Macro-evolução: alterações dramáticas, especiação
intimamente relacionados com evolução de características que exibem polimorfismo
nas populações naturais (ex: número e forma das asas dos insectos, morfologia dos
crustáceos)
investigações em Drosophila:
2 complexos de genes no mesmo cromossoma que se expressam no
sentido antero-posterior na mesma ordem em que se encontram
dispostos no cromossoma
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Colinearidade dos genes homeóticos:
correspondência entre posição relativa dos genes
no cromossoma, a sua expressão no organismo e
a região afectada pelas mutações
Homeobox – zonas dos genes Hox muito conservada (tanto em sequência como em função)
Exemplos:
Gasterosteus aculeatus:
muita variação morfológica (mutações em genes não homeóticos)
Pitx1 – gene que determina presença/ audência de espinhas pélvicas
comparação com espécies-modelo:
homologia com ratinho
mutação em gene homólogo do Pitx1 ausência de
membros posteriores ou membros mais curto
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Domesticação de Zea mays (milho):
milho inventado à 9 mil anos
análises moleculares a genes envolvidos no processo de domesticação 4/5 genes
que fazem diferença fundamental na morfologia do organismo
Olho:
característica morfológica muito complexa antigamente pensava-se que nunca
poderia ter sido resultado de selecção natural (maior argumento dos criacionistas)
muitos olhos diferentes evolucionistas pensavam que seriam diferentes soluções da
selecção com diferentes origens
actualmente: estrutura do olho não resulta de evolução convergente (pelo menos não
em toda a sua estrutura) descoberta do gene Pax6 (ligado à formação do olho)
Drosophila:
variações em Pax 6 diferentes fenótipos
E- com olhos
F- sem olhos
Ratinho:
A- homozigótico normal (desenvolvimento
normal)
B- heterozigótico (menor desenvolvimento
do olho)
C- homozigótico para mutação (sem olhos)
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Biogeografia evolutiva
Grandes regiões faunísticas: análise das regiões geográficas dos níveis taxonómicos superiores
definição das regiões índices de similaridade
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- Factores ecológicos
Distribuição das espécies:
- Contingências históricas: - Dispersão
- Vicariância
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Exemplo: Glaciações do período Quaternário
Vicariância
Interrupção na continuidade da distribuição geográfica de um determinado taxa
Acção de um agente externo (agente vicariante) – ex: glaciar, rio, nasciemnto de uma
montanha que separa distribuição de uma espécie…
Agente vicariante mais poderoso: deriva dos continentes
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Distribuição actual de 1 espécie deve-se à dispersão ou à vicariância?
Análise de vicariância
Exemplo: o estudo da distribuição dos Chironomidae (Brundin, 1966)
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Congruência – extensão da análise da vicariância a outros grupos taxonómicos
outros taxa suportam a hipótese? maior probabilidade de estar correcta
Incongruências:
Filogenias incorrectas – utilização de grupos parafiléticos ou polifiléticos
Dispersão – pode apagar história evolutiva (para reconstituir história biogeográfica
devemos estudar espécies com baixa capacidade de dispersão)
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Taxas de evolução
Genética populacional – história filogenética
Análise e compatibilização dos dados provenientes:
Registo fóssil – acesso a organismos extintos
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Teoria do gradualismo filético
taxa de evolução sempre constante
mudanças acontecem gradualmente ao longo do tempo
1. Novas espécies são originadas pela transformação de uma população ancestral na sua
descendente modificada
2. Transformação é lenta, regular, e envolve grande parte da população ancestral
3. Transformação ocorre em toda (ou grande parte) a distribuição geográfica da espécie
ancestral
Exemplos:
Caracóis do lago Turkana
Registo fóssil muito completo ao longo de 5 M.a.
Análise de 19 características em 3300 exemplares de 13 espécies
Estabilidade mas com rápida modificação em 2 momentos teoria eq. intermitente
Mas modificações correspondem a momentos de variação no nível da água
favorecimento de algumas formas devido a mudanças ambientais (polimorfismos)
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Trilobites do Ordovício
Registo fóssil regular
Análise detalhada de uma característica em 3458 exemplares de 8 géneros diferentes
Não se verificou modificações bruscas Teoria do gradualismo filético
Mas janela de tempo (3M.a.) pode ser muito pequena para tirar conclusões pode
correrponder a um período de estase
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Extinção
Descoberta da extinção – relativamente recente (finais do séc. XIX)
Cerca de 99,9% das espécies que existiram já se extinguiram
Processo comum, marca evolução do planeta
Constatação da extinção:
- análise laboratorial (possível recriar processo de extinção de uma espécie em
ensaios laboratoriais sob determinadas condições)
- observação directa do registo fóssil
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Como testar a hipótese? – acompanhar processo co-evolutivo em espécies
ecologicamente relacionadas e eliminar da
análise extinções causadas por factores físicos
Extinções em massa
Provocadas por factores físicos
Põem em causa teoria de Van Valen – retira importância a factores biológicos
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Deformações quartzíticas – mineral muito resistente, deformações só poderiam ter
sido causadas por impactos de meteoritos
Esférulas basálticas – única explicação: impacto de meteoritos
Descoberta da cratera de Chicxulub (1991, Golfo do México) – até esta data pensava-
se que movimentos tectónicos tinham destruído cratera
Registo fóssil - na passagem do Cretácico para o Terciário há uma ausência de
fósseis (hiato deposicional), corroboram teoria de extinção rápida causada por
meteorito
Teoria dos asteróides – estrela próxima do sol com órbita excêntrica passaria
de 26 em 26 M.a. por uma nuvem de asteróides, desestabilizando-a e
enviando alguns para a Terra (teoria já abandonada)
Modificações climáticas cíclicas que influenciariam nível do mar
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A expansão do Homem: 6ª extinção em massa
Homem tem capacidade de se adaptar o meio às suas necessidades/ moldar o
ambiente
Poderoso agente de extinção
Ex: extinção do Dodo
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