Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Em 1809, Lamarck formulou uma explicação sobre o mecanismo pelo qual as espécies
evoluem ao longo do tempo.
“(..) se é verdade que todos os seres vivos são produto da natureza, tem de se
pensar que eles só podem ser produzidos segundo uma ordem de sucessão e
não todos de uma vez num curto período; é de supor que se começou pelos
mais simples e que só no final se chegou aos organismos mais complexos
dos reinos animal e vegetal”.
Exercício - Pág. 126
1- O ambiente.
2- As mudanças ambientais conduzem a novas necessidades que
obrigam os organismos a alterarem os seus hábitos, de modo a
permitir a adaptação às mudanças.
3- A falta de uso de uma estrutura conduz à sua atrofia com perda
de função, podendo conduzir ao seu desaparecimento.
4- As características adquiridas ou perdidas pelo uso e pelo desuso
são transmitidas à descendência.
Para Lamarck, as mudanças ambientais e as necessidades de adaptação dos seres vivos
são os principais agentes responsáveis pela evolução. As alterações ambientais criam
necessidades nos indivíduos, promovendo a alteração de características.
De acordo com esta conceção, as mudanças nos organismos ocorrem segundo a lei do uso e do desuso
e a lei da transmissão dos caracteres adquiridos
Lei do uso e do desuso
O uso ou o desuso promove o surgimento de novas características.
A necessidade de adaptação às condições ambientais determina que o uso de um órgão ou
estrutura conduz ao desenvolvimento desse órgão ou estrutura, e o desuso de um órgão ou
estrutura conduz à sua atrofia.
Adaptação individual por necessidade.
Lei da transmissão dos caracteres adquiridos.
Essas características são hereditariamente transmitidas à descendência
As modificações/características desenvolvidas pelos organismos, em resultados do uso ou do
desuso de uma estrutura ou de um órgão, que permitem uma melhor adaptação ao meio, são
transmitidas à descendência.
Lamarck escreveu:
“(…) a girafa que é obrigada a esticar o pescoço para chegar às folhas do cimo das
árvores, desenvolvia estruturas vantajosas apropriadas durante a sua vida, que
eram depois transmitidas à descendência. Assim sendo, as girafas progenitoras
teriam crias com pescoços mais longos. (…).”
Exemplos de adaptação – Flamingos (Phoenicopterus ruber), aves adaptadas à procura de alimento
em águas rasas. Toupeira (Talpa europaea), um animal adaptado à vida subterrânea.
As características adquiridas por um indivíduo, ao longo da sua vida, afetam apenas a sua
parte somática, e não o material genético. Atualmente, é do conhecimento científico que
apenas são transmitidas à descendência as características determinadas por genes,
existentes nos cromossomas das células da linha germinativa.
Teoria evolutiva de Darwin
Charles Darwin, (1809 –1882)
Naturalista britânico, defensor das ideias evolucionistas.
Introduziu a ideia de evolução a partir de um ancestral comum,
por meio de seleção natural.
1- _ Segundo o Lamarckismo, os esforços repetidos para atingir o alimento levaram ao aumento da tromba
durante a vida de cada indivíduo.
A transmissão dessa característica aos descendentes e a necessidade do uso do órgão através das
gerações levaram ao desenvolvimento da tromba até ao tamanho atual.
_ Segundo o Darwinismo, nas populações ancestrais existia variabilidade intraespecífica, com animais
com tamanho de tromba variável. Os animais com a tromba maior são os mais bem adaptados para se
alimentarem dos ramos altos das árvores (sobrevivência diferencial por seleção natuaral). Sendo estes
os mais aptos, sobreviviam mais tempo e originavam mais descendentes com trombas de tamanho
semelhante (reprodução diferencial).
Ao longo do tempo, a proporção de indivíduos com trombas maiores foi aumentando.
3- Para Lamarck, as mudanças ocorrem por necessidade individual através do uso ou desuso dos
órgãos/estruturas. Para Darwin, as mudanças refletem-se ao nível das populações sobre as quais se
exerce a seleção natural.
Contributos para o Darwinismo
Contributos para o Darwinismo
Principais influências
_ Mutações genéticas
Fonte primária de variabilidade genética nas populações quando estas são favoráveis aos indivíduos
portadores, introduzindo novos genes na população.
Os indivíduos mutantes podem ser mais aptos em relação aos restantes indivíduos da população, pelo
que aumentará a frequência destas características inovadoras na população.
_ Recombinação génica
Fenómenos de meiose e fecundação, ocorridos na reprodução sexuada, favorecem o aparecimento
de grande número de recombinações génicas, que se traduz numa elevada variabilidade de
características nas populações.
(Meiose – crossing-over na prófase I e separação aleatória dos cromossomas homólogos na metáfase I;
Fecundação – união aleatória de gâmetas geneticamente diferentes.)
Seleção natural
Atua sobre os seres vivos de uma população com toda a sua carga genética.
Alterações ambientais.
Fundo genético – Conjunto de genes partilhados por uma população num dado momento.
As populações são as unidades evolutivas.
A evolução ocorre quando ocorrem grandes variações no fundo genético das
populações, como consequência da seleção natural.
Neodarwinismo
• Numa população existem sempre indivíduos com fenótipos diferentes (características
diferentes), determinados pelos genes que constituem os cromossomas as células.
• Os diferentes fenótipos resultam da variabilidade genética devido a mutações, que
introduzem novos genes nas populações, e das recombinações génicas como
consequência da reprodução sexuada (meiose e fecundação).
• Os indivíduos com conjuntos génicos que determinam características mais favoráveis em
relação ao meio são selecionados, sobrevivendo mais tempo, reproduzindo-se mais e
aumentando o seu número nas populações (seleção natural e reprodução diferencial). Os
indivíduos com conjuntos génicos menos favoráveis vão sendo progressivamente
eliminados, diminuindo a sua descendência.
• Ao longo do tempo, nas populações, determinados genes acabam por ser eliminados e, por
isso, vão sendo eliminados determinados fenótipos, enquanto outros aumentam a sua
frequência.
• A contínua alteração do fundo genético das populações conduz à evolução e,
consequentemente, ao aparecimento de novas espécies.
Pág. 134
1- Segundo o Neodarwinismo, na população de borboletas existia variabilidade genética, genes que determinam a
cor clara das borboletas que predominavam na população, e genes que determinam a cor escura das borboletas e
que estavam em menor número na população. Esta variabilidade genética resulta de mutações e da recombinação
génica devido à reprodução sexuada (meiose e fecundação).
O enegrecimento dos troncos tornou as borboletas claras mais suscetíveis aos predadores. As borboletas escuras
tornaram-se mais aptas na camuflagem, sendo mais frequentes e passando mais cópias dos seus genes aos
descendentes. Estas reproduzem-se mais e os genes que determinam a cor escura são passados aos
descendentes. Aumenta o número de borboletas de cor escura na população, diminuindo as de cor clara. O
ambiente (cor dos troncos das árvores) selecionou os genes que determinam a cor escura das borboletas,
aumentando a frequência destes na população.
2- O ambiente, a mudança para cor negra dos troncos das árvores (é a cor do tronco das árvores que condiciona o
tipo de borboletas que sobrevive).
4- Na população, o alelo melânico terá diminuído de frequência e o alelo não melânico terá aumentado.
Argumentos do evolucionismo
Evolução divergente
A evolução divergente resulta da evolução de várias espécies atuais a partir de uma
espécie ancestral comum. A evolução divergente é apoiada por vários argumentos.
Exemplo:
Semelhança estrutural entre as estruturas ósseas dos
membros anteriores de vertebrados de diferentes espécies
atuais e entre estes tetrápodes e um fóssil de anfíbio Tiktaalik
roseae. Embora estruturalmente semelhantes, pois
apresentam os mesmos ossos e na mesma posição
relativa, existem diferenças no grau de desenvolvimento
desses ossos. Essas diferenças, que permitem funções
diferentes como agarrar, caminhar, nadar ou voar, terão sido
selecionadas devido a diferentes pressões ambientais.
_ Estruturas homólogas
Fig. 1 - No esqueleto da baleia observam-se estruturas vestigiais da Fig. 2 - No esqueleto da cobra pitão observam-se estruturas vestigiais de
pélvis e membros posteriores (fémur). O ancestral tetrápode da baleia ossos da pélvis e dos membros posteriores (fémur).
tinha os ossos da pélvis e dos membros posteriores bem A evolução das cobras sem membros ou com vestígios, a partir de
desenvolvidos. Aquando da colonização do ambiente marinho, ancestrais com membros bem desenvolvidos, terá sido por seleção de
foram selecionados os indivíduos mais aptos, que apresentavam indivíduos mais aptos em ambientes aquáticos (corpo longo e sem
estas estruturas menos desenvolvidas. membros que facilita o nado) ou em ambientes terrestres (facilita a vida
subterrânea com abundância de alimento e evita os predadores).
• Anatomia comparada
_ Órgãos vestigiais
Consideram-se fortes argumentos a favor de uma origem comum para todos os seres
vivos os seguintes factos: