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Como apareceram todas as espécies vivas?

Ao longo do tempo, nas sociedades ocidentais, foram defendidas diversas


hipóteses e teorias para dar resposta a esta questão, que se encaixam numa das
seguintes perspetivas:

 Fixismo As espécies surgiram tal como hoje as conhecemos e se


mantiveram imutáveis/inalteradas ao longo do tempo – visão apoiada por
princípios religiosos (as espécies surgiram da criação divina)-Criacionismo.
Cuvier (naturalista apoiante do fixismo) ao investigar registos fósseis,
considerou que essas espécies teriam sido extintas devido a acontecimentos
súbito e violentos - Catastrofismo, causando a sua extinção a nível local, sendo
o repovoamento feito por espécies de regiões próximas

 Evolucionismo Ao longo do séc. XIX, começa-se a admitir que as espécies


se alteram de forma lenta e progressiva, ao longo do tempo, originando outras
espécies. Atualmente o evolucionismo é aceite pela comunidade científica.
Teoria evolutiva de Lamarck

A 1ª teoria explicativa acerca dos mecanismos da


evolução surge com Jean-Baptiste Pierre Antoine de
Monet – cavaleiro de Lamarck – Lamarckismo
Lamarck (1744-1828) – Botânico e zoólogo

Lamarck apresentou uma explicação acerca da origem das espécies:

• Lei do uso e do desuso

• Lei da herança dos caracteres adquiridos

Segundo Lamarck, o ambiente condiciona/impulsiona a evolução, levando ao


aparecimento de características nos órgãos e estruturas (ou a sua atrofia), que
permitem que os indivíduos se adaptem ou não ao meio em que vivem.
Teoria evolutiva de Lamarck

As modificações dos indivíduos que levam à adaptação ao ambiente são explicadas pela lei do
uso e do desuso: os órgãos mais usados desenvolvem-se, enquanto os órgãos que não são
usados atrofiam ou desaparecem, provocando modificações nos indivíduos.

Segundo Lamarck, os antepassados da girafa possuíam pescoços curtos. Com a escassez da


vegetação rasteira da qual se alimentavam (alterações ambientais), as girafas passaram a
alimentar-se da vegetação mais alta (novas necessidades). Para tal, foram esticando o pescoço
(modificações no organismo).

Esta nova característica era transmitida à descendência – lei da herança dos caracteres
adquiridos e, ao longo do tempo, provocava uma adaptação ao ambiente e o aparecimento de
uma nova espécie.
Teoria evolutiva de Lamarck

• Esta teoria apesar de muito contestada continua atualmente a ser destacada na


história da ciência, pois constituiu uma das primeiras explicações objetivas da
evolução das espécies .

• A lei do uso e do desuso encontra-se em parte apoiada por alguns fenómenos


observáveis: o uso dos músculos pelos atletas leva ao seu desenvolvimento, tal
como o desuso dos músculos leva à sua atrofia, contudo estas alterações
fenotípicas não são transmitidas às gerações seguintes – não ocorre alteração
no genótipo.

A fragilidade dos argumentos de Lamarck


e a força do fixismo, mantiveram as ideias
evolucionistas afastadas durante vários
anos.
Teoria evolutiva de Darwin

Charles Robert Darwin – Naturalista, embarcou num navio da armada


britânica – o Beagle, dando a volta ao mundo durante 5 anos.

Darwin (1809-1882)

Entre os muitos dados e conhecimentos que influenciaram Darwin, e que


contribuíram para a sua teoria da evolução, destacam-se os seguintes:

 Dados da Geologia – Charles Lyell, geólogo que mais influenciou Darwin,


estabeleceu os princípios:

. As leis naturais são constantes no espaço e no tempo, ex: se as leis da


gravidade são constantes no espaço e no tempo, então a Terra deve ter
sido formada da mesma forma que é formada hoje;

. Na história da Terra ocorrem mudanças geológicas lentas e graduais


(Gradualismo);

. Darwin observou numerosos fósseis e admitiu que, se a Terra está em


constantes e graduais mudanças, então a vida na Terra teria experimentado
continuas e graduais mudanças.
 Dados da Biogeografia – Ao chegar às Galápagos, que se situam a cerca de mil
quilómetros da costa do Equador, Darwin constatou a influência da geografia na
distribuição dos seres vivos, tendo relacionado o ambiente com uma característica
resultante da adaptação a esse meio:

- 7 espécies de tartarugas gigantes, tendo cada ilha uma espécie, havendo


contudo muitas semelhanças entre si e com algumas espécies existentes no
continente (ancestral comum);

- 14 espécies de tentilhões (aves) que se distinguiam pelo tamanho, cor e


tamanho do bico, associado ao tipo de alimentação de cada um (ancestral
comum).
 Dados da demografia – Trabalho de Thomas Malthus, que refere que apesar das
populações de todas espécies produzirem um elevado número de descendentes,
os seus efetivos não aumentam devido à competição por recursos limitados
(seleção imposta pelo ambiente).

A população crescia de forma geométrica, enquanto a


produção de alimentos, crescia de forma aritmética

 Dados da seleção artificial – Darwin utilizou a experiência que tinha, como criador
de pombos, intervindo em processos de seleção artificial, selecionando os
cruzamentos entre pombos com as características desejadas.
Darwin pensou, então, que se se podia obter muita diversidade com a seleção
artificial, então na natureza seria possível que ocorresse uma seleção natural
(seleção imposta pelo ambiente).

Nas populações de flamingos existem diferentes tamanhos de


membros. Numa situação de escassez de alimento nas zonas
mais rasas, os flamingos com membros mais longos podem
alimentar-se nas zonas mais profundas indivíduos mais
aptos
Teoria evolutiva de Darwin

O mecanismo de evolução proposto por Darwin baseia-se nos seguintes


aspetos:
 Os seres vivos, mesmo os da mesma espécie, apresentam variações entre si –
variabilidade intraespecífica;

 Em cada geração, uma boa parte dos indivíduos é naturalmente eliminada


(competição pelo alimento, refúgio, território, capacidade de fuga aos predadores,
etc.) – sobrevivência diferencial;

 Sobrevivem os mais aptos, que têm características que lhes confere vantagem –
seleção natural;

 Os indivíduos mais bem adaptados vivem mais tempo e reproduzem-se mais,


transmitindo as suas características à descendência – reprodução diferencial.

A longo prazo, de geração em geração, em resultado da acumulação dessas


características na população, surge uma nova espécie Evolução
LAMARCKISMO VS. DARWINISMO

Segundo o Lamarckismo (ies.aquiscelenis.climantica.org)


Segundo o Darwinismo
Ex 1: evolução das girafas:
Ex 1: evolução das girafas: População de girafas ancestrais com
População de girafas ancestrais pescoço curto e comprido;
apenas com pescoço curto; Escassez de alimento rasteiro;
Escassez de alimento rasteiro; Por seleção natural, a variedade de
Necessidade de aceder ao alimento pescoço comprido adaptou-se melhor à
localizado mais alto levou a que alimentação alta;
esticasse cada vez mais o pescoço; Os indivíduos de pescoço comprido
 O aumento do tamanho do reproduziam-se cada vez mais, até
pescoço foi transmitido ao longo das desaparecer a outra variedade.
gerações seguintes.
Ex 2: evolução dos flamingos:
Ex 2: evolução dos flamingos: População de flamingos ancestrais
População de flamingos ancestrais com patas curtas e compridas;
apenas com patas curtas; Escassez de alimento à superfície;
Aumento do nível da água;  Por seleção natural, a variedade de
Necessidade de se alimentar no patas compridas adaptou-se melhor à
leito mais profundo levou a que alimentação mais profunda do que a
esticassem cada vez mais as patas; outra;
 O aumento do tamanho das patas Os indivíduos de patas compridas
foi transmitido ao longo das (Dias, Amparo et all. (2004). Terra Universo da Vida. Porto Editora) reproduziam-se cada vez mais, até
gerações seguintes. desaparecer a outra variedade.
Retirado do PPT do prof- Carlos Almeida
Quais as principais diferenças
entre Lamarck e Darwin?
• Procura explicar, à luz do Darwinismo, a existência de membranas
interdigitais nas patas dos patos.
 Na população original de patos existia variabilidade intraespecífica, isto é, havia patos
com pregas de pele maiores entre os dedos e patos com pregas de pele menores
entre os dedos.

 Os patos que apresentavam pregas de pele maiores entre os dedos nadavam melhor e
conseguiam obter mais alimento, pelo que sobreviviam em maior número, sendo
selecionados preferencialmente relativamente aos patos que apresentavam essas
pregas menores (sobrevivência diferencial e seleção natural).
 Os patos com pregas maiores devido à sua maior taxa de sobrevivência reproduziam-
se mais que os patos com pregas menores, transmitindo assim aos seus descendentes
essa característica (reprodução diferencial).
 Ao longo do tempo, em cada nova geração, haverá sempre patos com membranas
interdigitais ligeiramente maiores do que outros, os quais são selecionados e se
reproduzem mais, ocorrendo uma alteração gradual desta característica na população,
levando à sua evolução.
Teoria Sintética da Evolução - NEODARWINISMO

Críticas à Teoria de Darwin:

 Como surge a variabilidade intraespecífica?

 Como se transmite uma variação hereditária?

Como resultado da fusão entre a Teoria de Darwin e trabalhos nas áreas da


genética (Gregor Mendel) e bioquímica surge a partir do início do séc. XX a
Teoria Sintética da Evolução ou Neodarwinismo

O Neodarwinismo reconhece a seleção natural enquanto agente principal da


evolução e explica a variabilidade fenotípica de cada população com a variabilidade
genética (mutações e recombinações génicas).
Com o Neodarwinismo passou-se a considerar que as fontes da variabilidade genética
eram resultantes de:

mutações

Alterações génicas que, se forem viáveis e favoráveis, são transmitidas aos descendentes e
constituem uma fonte primária de variabilidade genética. Ex: o albinismo (aa) é uma mutação
desvantajosa; a polidactilia (AA ou Aa) pode ser vantajosa ou desvantajosa- depende do ambiente.

Exemplos
de Polidactilia
Albinismo
mutações
génicas

recombinações
génicas

A reprodução sexuada permite aumentar a variabilidade genética através


da meiose (crossing-over e separação aleatória dos cromossomas
homólogos) e da fecundação (união aleatória dos gâmetas).
A seleção natural atua sobre a variabilidade genética de uma população e existe
evolução sempre que a frequência das variantes alélicas dos seus genes se alteram
significativamente.

O conjunto de todos os genes de uma


população constitui o seu fundo
genético ou gene pool.

Quanto maior for o número de


variantes alélicas na população inicial,
maior será a probabilidade de existir
variação no fundo genético da
geração seguinte.

Fundo genético hipotético de uma


população de escaravelhos

A variação do fundo genético constitui uma


consequência da seleção natural e é um dos principais
indicadores da ocorrência da evolução
As mutações e as recombinações génicas que
ocorrem nos seus indivíduos torna-os mais ou
menos adaptados às alterações ambientais.

As novas mutações podem alterar as frequências


Fundo genético
hipotético de
alélicas – aparecimento de novos alelos – contudo
uma população são raras.
de escaravelhos
com introdução
de mutações
O fundo genético pode sofrer desvios aleatórios na frequência das variantes de alguns
genes – deriva genética – que não são causados pela seleção natural mas sim por:

 migrações para outras áreas, levando parte do fundo genético da população


original;
 diminuição drástica da população devido a incêndios, vulcões, terramotos,
epidemias;
 variantes de genes que podem desaparecer pois os seus portadores podem não se
reproduzir, exemplo: os alelos Aa da 1ª geração da figura.

Exemplo hipotético
de deriva genética
numa população de
aves
EVOLUÇÃO DIVERGENTE

A divergência evolutiva, ou evolução divergente, resulta da evolução/diversificação de


várias espécies atuais, a partir de uma espécie ancestral comum. Este processo é
apoiado por vários argumentos:

A. Anatomia comparada – Órgão homólogos e órgãos vestigiais

B. Biogeografia – distribuição geográfica de espécies e populações de seres vivos.

C. Paleontologia – estudo do registo fóssil.

D. Bioquímica e Genética – comparação e sequências de a.a. das proteínas e das


sequências nucleotídicas de DNA em espécies diferentes
EVOLUÇÃO DIVERGENTE
A. Anatomia comparada – Órgãos homólogos
Estruturas/órgãos homólogas - são estruturas/órgãos que
apresentam semelhanças a nível anatómico (mesma estrutura e
posição) e a mesma origem embrionária, mas funções diferentes.
A sua existência evidencia evolução a partir de um ancestral
comum – resultante da adaptação a diferentes meios.

Considerando-lhes um ancestral comum, conclui-se que, através da seleção natural,


resultaram modificações estruturais nos membros locomotores dos indivíduos das
diferentes espécies. Estas modificações permitiram que membros estruturalmente
semelhantes tenham funções diferentes: caminhar, nadar ou voar.
A. Anatomia comparada – Órgãos vestigiais

Outra evidência da evolução divergente são as estruturas vestigiais – estruturas


atrofiadas, que não possuem nenhuma função evidente, mas que são homólogas às
existentes noutras espécies onde têm desenvolvimento e funcionalidade.

Conclui-se assim que estes órgãos deverão ter sido funcionais no passado mas, por
evolução, tornaram-se desnecessários. Ex: apêndice humano; dentes do siso; cóccix.

De acordo com a perspetiva de Darwin, a vestigialidade do apêndice


humano pode ser explicada como resultado da mudança nas condições
ambientais e nos padrões de dieta ao longo do tempo, levando a uma
diminuição da pressão seletiva favorável à manutenção de um apêndice
funcional.

Apêndice

Ao longo da evolução, os ancestrais dos humanos possuíam caudas, que


eram estruturas úteis para funções como equilíbrio, comunicação e
locomoção. À medida que as condições ambientais e as pressões
seletivas mudaram, a presença de uma cauda tornou-se menos crucial
para a sobrevivência dos primatas, incluindo os primatas ancestrais dos
seres humanos. Cóccix
B. Biogeografia – distribuição geográfica de espécies e populações de seres vivos.

 Características comuns
entre tentilhões de
diferentes ilhas sugeriam
uma origem comum; as
diferenças sugeriam
evolução a partir do
mesmo ancestral.

• As diferenças no ambiente
de cada ilha seriam
as pressões seletivas, que
teriam levado à evolução,
conduzindo à formação de
espécies diferentes.

Retirado do PPT do prof- Carlos Almeida


C. Paleontologia – estudo do registo fóssil evidenciou a ligação entre organismos,
tornando clara a divergência evolutiva.

FÓSSIL DE FORMAS - fóssil onde são observáveis características que


INTERMÉDIAS atualmente pertencem a diferentes grupos
OU SINTÉTICAS taxonómicos

Archeopterix
(representante do grupo
dos dinossauros),
apresenta características
de ave (asas e penas) e de
réptil (dentes e cauda com
vértebras) em simultâneo.
C. Paleontologia – estudo do registo fóssil evidenciou a ligação entre organismos,
tornando clara a divergência evolutiva.

FÓSSIL DE TRANSIÇÃO - Possui características que levaram ao aparecimento


de novos grupos taxonómicos

• Em 2005, foram descobertos


fósseis de T. roseae, um animal
muito relevante na evolução dos
tetrápodes – animais de quatro
patas.
• T. roseae é considerado um fóssil
de transição: exibe
características comuns ao grupo
ancestral e ao grupo
descendente derivado do
ancestral – entre os peixes e os
tetrápodes.

Deste modo, o fóssil desta espécie sugere que os vertebrados tetrápodes terrestres terão
evoluído a partir de peixes.
Os fósseis de transição que apresentam características intermédias diferentes das de
organismos atuais, permitem deduzir a existência de um antepassado comum a estes
grupos de organismos atualmente diferentes.

 O registo fóssil permitiu


reconstituir linhas
evolutivas a partir
de ancestrais comuns –
séries filogenéticas
(representações gráficas
da evolução de um
determinado grupo de
seres vivos) .

 Atualmente, as árvores
filogenéticas recorrem a
dados adicionais, como
as análises
de DNA ou de proteínas.
Fonte: https://royalsocietypublishing.org/doi/10.1098/rsos.171782
D. Embriologia, Bioquímica e Genética

Os argumentos Bioquímicos baseiam-se em provas fundamentadas, nomeadamente


as seguintes:

- todos os organismos são constituídos pelo mesmo tipo de biomoléculas (prótidos


lípidos, glícidos e ácidos nucleicos), o que prova uma origem comum;

- o código genético contido no RNA, resultante da transcrição do DNA, é universal;

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Quanto menor for a diferença


entre 2 cadeias de DNA de
espécies diferentes, maior o seu
grau de hibridação
(emparelhamento de bases),
logo maior o seu parentesco.
D. Embriologia, Bioquímica e Genética

Conseguimos observar grandes semelhanças nos estádios embrionários de


espécies que, em adultas, são de diferentes grupos – evidências evolutivas

arcos faríngeos arcos faríngeos

Exemplo: numa fase inicial, todos os embriões de vertebrados


apresentam uma cauda e arcos faríngeos.
EVOLUÇÃO CONVERGENTE
A. Anatomia comparada – Órgãos análogos

Os organismos de diferentes grupos, tais como as aves e os insetos, podem apresentar


estruturas de origem embriológica diferente, mas com funções muito semelhantes –
estruturas análogas (por exemplo, as asas). Estas estruturas representam casos em que
os caracteres semelhantes surgiram de modo independente, quando as espécies de
diferentes grupos ocupam ambientes muito semelhantes e ficam sujeitam a pressões
seletivas idênticas.

O mecanismo que desencadeia este


fenómeno chama-se evolução convergente.
Este processo é uma evidência dos
mecanismos de seleção natural.

As asas de um morcego, de uma ave ou de um


inseto têm forma semelhante e realizam a mesma
função, mas com diferentes origens, contudo ao
evoluírem em ambientes semelhantes
desenvolvem as mesmas adaptações evolutivas.
A. Anatomia comparada – Órgãos análogos

Indivíduos não relacionados, em ambientes


semelhantes, desenvolvem características
semelhantes.
A evolução é convergente, devido a idênticos
habitats/pressões seletivas (iguais condições
ambientais).

As asas dos insetos e das aves


ilustram uma convergência
adaptativa ao voo.
ORIGEM DAS CÉLULAS EUCARIÓTICAS
I - ORIGEM DA VIDA – OS PROBIONTES
(PERCURSORES DAS CÉLULAS PROCARIÓTICAS)

Esquema da “Teoria da Coacervação” Modelo experimental que comprovou a teoria de Oparin


(Oparin ,1938) (Miller, 1953)

Aleksandr Oparin – Russo (1884 – 1980) Stanley Lloyd Miller - EUA ( 1930 – 2007)

Adaptado do PPT do prof. Carlos Almeida


II – PROCARIONTES VS. EUCARIONTES

Células Procarióticas Células Eucarióticas

Tamanho  Menores (5µm de Ø).  Maiores (40µm de Ø).


 Rígida mas apenas presente
Parede Celular  Rígida e sempre presente.
nas células vegetais.
 DNA circular não
 DNA associado a proteínas,
associado a proteínas.
constituindo cromossomas.
Material Genético  Material Genético no
 Material Genético no
citoplasma, constituindo o
núcleo.
nucleóide.
Organelos ou  Membranares - ausentes.
 Membranares - presentes.
Organitos  Ribossomas menores.

 Por vezes, em lamelas  Nos cloroplastos das


Fotossíntese
fotossintéticas. células vegetais.

Adaptado do PPT do prof. Carlos Almeida


II – PROCARIONTES VS. EUCARIONTES

Os eucariontes distinguem-se dos procariontes: pela compartimentação


endomembranar; individualização do núcleo; células maiores e mais
complexas (ex: apresentam um citoesqueleto bem desenvolvido- permite
mudar a sua forma e realizar a endocitose)
Adaptado do PPT do prof. Carlos Almeida
II – PROCARIONTES VS. EUCARIONTES

O aparecimento de células eucarióticas constitui um importante passo evolutivo pois:

- foi unicamente a partir de seres eucariontes unicelulares que se desenvolveram seres


multicelulares;

- a multicelularidade permitiu novas formas de interação com o ambiente, através da


diferenciação de diferentes células, tecidos e órgãos;

- a reprodução sexuada só foi possível em eucariontes, permitindo umamaior


variabilidade genética base da evolução
Adaptado do PPT do prof. Carlos Almeida
II – PROCARIONTES VS. EUCARIONTES
MODELOS PROPOSTOS PARA EXPLICAR A ORIGEM
DAS CÉLULAS EUCARIÓTICAS

A - Modelo Autogénico B - Modelo Endossimbiótico

Os organitos das células Os sistemas endomembranares e


eucarióticas originaram-se a núcleo resultaram de invaginações
partir de invaginações da da membrana plasmática de
membrana plasmática de procariontes, mas as mitocôndrias e
células procarióticas, que os cloroplastos teriam resultado do
levaram à formação de estabelecimento de várias
membranas intracelulares endossimbioses entre organismos
(organelos). procariontes.
Uma dessas invaginações terá rodeado o material
A - Modelo Autogénico genético, dando origem ao núcleo individualizado.

O modelo autogénico propõe que as células eucarióticas tenham surgido por


invaginações da membrana plasmática de células procarióticas, que levaram à
formação de membranas intracelulares que se terão especializado.

Uma dessas invaginações terá rodeado o material genético, dando origem ao núcleo
Alguns fragmentos de DNA teriam posteriormente abandonado o núcleo, alojando-
se noutros sistemas membranares no interior da célula. Estes resultariam nas
mitocôndrias e nos cloroplastos.
A - Modelo Autogénico

Esta hipótese é apoiada pelo facto de as membranas dos organitos das células
eucarióticas atuais:

- manterem a mesma posição da membrana plasmática: a face voltada para o interior


dos organitos é semelhante à face externa da membrana plasmática e a face voltada
para o citoplasma é semelhante à face interna da membrana plasmática;

- as células eucarióticas poderem invaginar a membrana durante processos de


endocitose.
A - Modelo Autogénico

Críticas ao modelo autogénico

Este modelo defende uma origem comum para todo o material genético das células
eucarióticas, no entanto:

 O DNA mitocondrial e o que se encontra nos cloroplastos não está associado a


histonas e tem estrutura circular;
 O DNA nuclear está estruturado em cromossomas associados a histonas.
A hipótese foi apresentada em 1967
B - Modelo Endossimbiótico por Lynn Margulis, da Universidade
de Massachusetts (EUA).

https://nationalmedals.org

O modelo endossimbiótico defende que as células eucarióticas terão resultado da


incorporação (fagocitose) de células procarióticas por parte de outras procarióticas
de dimensão superior, que resistiram à digestão e com as quais estabeleceram
relações primeiramente de cooperação e depois de dependência mútua
(endossimbiose).

O núcleo e os sistemas endomembranares (retículo endoplasmático e complexo de


Golgi) resultaram de invaginações da membrana plasmática,
e que as mitocôndrias e os cloroplastos seriam, até há cerca de 2000 Ma, organismos
(procariontes) autónomos.
B - Modelo Endossimbiótico

Célula procariótica Célula eucariótica


hospedeira ancestral fotossintética

Os ancestrais das mitocôndrias seriam organismos com a capacidade de


produzir energia utilizando oxigénio.
Os ancestrais dos cloroplastos seriam semelhantes às atuais cianobactérias
(seres procariontes fotossintéticos).
Estes organismos teriam sido então capturados por células procariontes de
maiores dimensões
e estabelecido com elas uma relação de simbiose (endossimbiose).
B - Modelo Endossimbiótico

Célula procariótica Célula eucariótica


hospedeira ancestral fotossintética

Evidências que apoiam a origem de mitocôndrias e cloroplastos por endossimbiose:

 As mitocôndrias e os cloroplastos têm forma e dimensões muito semelhantes às dos procariontes


atuais.
 As mitocôndrias e os cloroplastos têm o seu próprio material genético: uma molécula de DNA
circular, sem histonas (semelhante ao DNA da maioria dos procariontes atuais).
 As mitocôndrias e os cloroplastos replicam-se por um processo semelhante ao que ocorre nas
bactérias.
 Os ribossomas dos cloroplastos e das mitocôndrias são mais semelhantes aos ribossomas
dos procariontes do que aos ribossomas do citoplasma das células eucarióticas.
III – ORIGEM DA MULTICELULARIDADE

1. Os ancestrais dos organismos multicelulares seriam agregados de seres


unicelulares que formavam estruturas designadas colónias ou agregados
coloniais;

2. Inicialmente todas as células da colónia desempenhavam a mesma função;

3. Ao longo do tempo algumas células ter-se-ão especializado em


determinadas funções;

4. A diferenciação e consequente especialização, em que se verificou a


interdependência estrutural e funcional das células, ter-se-á acentuado no
decurso da evolução, originando seres multicelulares.
VANTAGENS DA MULTICELULARIDADE

o Grande diversidade de formas com adaptação a diferentes


ambientes.

o Aumento das dimensões sem comprometer a eficácia das trocas


com o meio exterior.

o Maior especialização e maior eficácia na utilização da energia.

o Maior independência em relação ao meio ambiente, com


manutenção das condições do meio interno.

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