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Processos biológicos

Genética
É a ciência que estuda os mecanismos da hereditariedade.
Processos biológicos
Genética
A genética do comportamento, que se situa na fronteira entre a
Biologia e a Psicologia, estuda o efeito da hereditariedade no
comportamento.

Esclarecer a identidade da espécie humana e de cada espécime


humano pressupõe o estudo da sua genética.
Processos biológicos
Agentes responsáveis pela transmissão genética
Gene
É um segmento de ADN (ácido desoxirribonucleico) a que
corresponde um código específico, uma informação para
determinar uma dada característica, como, por exemplo, a cor
dos olhos ou a constituição da retina. É a base do nosso
material genético e influencia o funcionamento e o
desenvolvimento de todas as partes do nosso organismo.
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Agentes responsáveis pela transmissão genética

Cromossoma
Sendo portador e transmissor de ADN, contém vários genes que
são responsáveis por todas as características físicas do individuo,
transportando a informação genética que recebemos dos nossos
progenitores.
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Agentes responsáveis pela transmissão genética
ADN
O ácido desoxirribonucleico (ADN) é o conjunto de todos os
genes de um organismo. Cada molécula de ADN (constituída
por quatro bases azotadas; a saber: adenina, guanina,
citosina e timina) contém informação necessária à existência
e ao desenvolvimento dos vários órgãos.
Processos biológicos
Agentes responsáveis pela transmissão genética
Processos biológicos
Agentes responsáveis pela transmissão genética
É com a conceção que tudo começa. O óvulo é fecundado por
um espermatozoide, dando origem a um ovo ou zigoto.

A mitose é o processo através do qual ocorre a divisão celular.


Processos biológicos
Agentes responsáveis pela transmissão genética
A informação genética que herdamos dos nossos pais está
contida nos cromossomas.

A espécie humana tem vinte e três pares de cromossomas.

Vinte e dois são comuns e só um, que define o nosso sexo, é


distinto nos dois sexos.
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Agentes responsáveis pela transmissão genética

Na mulher, o par é de dois cromossomas X,


e no homem o par tem um cromossoma X
e outro Y.

É, portanto, o homem quem define o sexo


da criança.
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Agentes responsáveis pela transmissão genética

Cariótipo
Conjunto de cromossomas próprios de uma espécie.
O cariótipo do ser humano tem quarenta e seis
cromossomas.
Processos biológicos
Agentes responsáveis pela transmissão genética
A complexidade de cada espécie não deriva diretamente do
seu número de cromossomas.

O pato bravo, por exemplo, tem oitenta cromossomas, mas o


seu programa genético é fechado, contrariamente ao do ser
humano que, caracterizando-se pela sua abertura, é muito
menos determinista e tem uma grande plasticidade, garantindo-
se, desse modo, muito mais complexidade.
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Agentes responsáveis pela transmissão genética
Espécie Nº de
cromossomas
Ser humano 46
Mosca da fruta 8
Rato 42
Pato bravo 80
Tabaco 48
Cevada 14
Melancia 22
Feijão 22
Processos biológicos
Influências genéticas e epigenéticas no comportamento

Hereditarie d ad e e s p e cífi ca
É o processo de transmissão genética das características
comuns à espécie. Refere-se ao conjunto dos genes que
herdamos e que nos definem como seres humanos.
Corresponde ao conjunto de características que nos
distinguem das demais espécies e que temos em comum
com todos os outros seres humanos.
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Influências genéticas e epigenéticas no comportamento

Hereditariedade
específica
Influências genéticas e epigenéticas no comportamento

Hereditarie d ad e in d iv id u al
É o processo de transmissão genética das características próprias
de cada indivíduo. Refere-se ao conjunto dos genes herdados
que nos conferem características individuais e singulares.
Corresponde às características que nos distinguem dos outros
seres humanos.
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Influências genéticas e epigenéticas no comportamento

Hereditariedade
individual
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Influências genéticas e epigenéticas no comportamento
As espécies não são imutáveis e evoluem no sentido gradual de
resposta aos obstáculos externos, escrevendo-se, assim, a
história de cada espécie desde os seus ancestrais até à forma
que hoje se pode observar. Esta constatação está na base da
distinção entre filogénese e ontogénese.
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Influências genéticas e epigenéticas no comportamento

Filogénese
É a história evolutiva de uma espécie. Refere-se aos
processos, às etapas e às transformações que conduziram
ao aparecimento das espécies e à sua diferenciação.
A mais célebre das teorias que explica este processo é o
evolucionismo de Charles Darwin.
Processos biológicos
Influências genéticas e epigenéticas no comportamento
Processos biológicos
Influências genéticas e epigenéticas no comportamento

Ontogénese
É o desenvolvimento particular de
cada indivíduo, a sua maturação
desde a conceção até à morte.
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Influências genéticas e epigenéticas no comportamento

Ontogénese Filogénese

A filogénese e a ontogénese são processos que se influenciam mutuamente.


Processos biológicos
Influências genéticas e epigenéticas no comportamento
Aquilo que somos quando nascemos, enquanto indivíduos, é
determinado pelo momento evolutivo no qual a espécie à qual
pertencemos se encontra.

De igual modo, a espécie altera-se através de múltiplas


alterações ontogenéticas, isto é, mutações individuais –
aleatórias ou provocadas pelo meio – que são transmitidas aos
descendentes, passando a fazer parte da história evolutiva
dessa espécie.
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Influências genéticas e epigenéticas no comportamento

Os atores Donald Sutherland e


Kiefer Sutherland (pai e filho)
são conhecidos por serem

Por Gage Skidmore, CC BY-SA 2.0


Obra do próprio, CC BY-SA 3.0
Por Festival TV Monte-Carlo –

extremamente parecidos.
E são ambos atores.

Onde acaba o fator genético e


começa o fator ambiental?
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Influências genéticas e epigenéticas no comportamento

Genótipo
Conjunto dos genes que o indivíduo herda dos seus progenitores
aquando da sua conceção. É a constituição genética de cada
indivíduo.
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Influências genéticas e epigenéticas no comportamento

Fenótipo
Conjunto das características observáveis que resultam da
interação do genótipo com o meio. São os caracteres
individuais que se manifestam após a atuação do meio sobre a
base genética (ou genótipo).
Processos biológicos
Influências genéticas e epigenéticas no comportamento
Na “equação” sobre a interação entre genes e meio tem sido
um enigma saber qual dos fatores “pesa” mais sobre o
comportamento humano. Emerge aí a distinção entre as
conceções preformista e epigenética.
Processos biológicos
Influências genéticas e epigenéticas no comportamento
Perspetivas sobre o
desenvolvimento humano

Preformismo Epigénese

O indivíduo é, desde a O indivíduo constrói-se Construtivismo


Determinismo
conceção, geneticamente na interação entre a base ou
biológico
pré-formado. genética e o meio. interacionismo
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Influências genéticas e epigenéticas no comportamento
A perspetiva preformista destaca a natureza como fator
determinante no desenvolvimento humano, declinando a
hipótese da influência ambiental. Antes do aparecimento da
genética no século XX, havia preformistas a afirmar que o
indivíduo se encontrava preformado, ou em miniatura, no
espermatozoide. As teorias preformistas desconsideram o papel
do meio, propondo o fenótipo como mera expansão do
genótipo.
Processos biológicos
Influências genéticas e epigenéticas no comportamento
Atualmente, privilegia-se uma visão epigenética que considera o
meio como o elemento que condensa as condições que
permitem a expressão dos genes em características reais.
Uma visão epigenética não ignora o papel do genótipo no
desenvolvimento do ser humano, apenas atribui ao meio uma
função, também ela incontornável, na expressão que dá aos
genes e ao modo como se configura o desenvolvimento de cada
indivíduo.
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Inacabamento biológico
Os animais não racionais possuem, de um modo geral, um
programa genético fechado.

O programa genético aberto caracteriza a espécie humana.


Processos biológicos
Inacabamento biológico

O ser humano não possui especializações


– como a “barbatana” na pata de um pato
ou as garras numa águia - que permitem
aos animais não humanos facilmente
sobreviverem no meio a que estão
adaptados.
Processos biológicos
Inacabamento biológico
Apesar disso, a fragilidade do ser humano à nascença
converte-se na sua maior vantagem: a possibilidade de
escapar ao determinismo biológico, dada a maior flexibilidade
comportamental. A inexistência de especializações autoriza
várias possibilidades de atuação e a abertura à aprendizagem
equivale à liberdade da espécie.
Processos biológicos
Inacabamento biológico
A neotenia, que é a tendência para a preservação dos traços da
infância durante um longo período, constitui uma marca
singular da espécie humana e possibilita o desenvolvimento de
capacidades e competências exclusivas, responsáveis pela maior
adaptabilidade do ser humano.
Processos biológicos
Inacabamento biológico
Ao prolongarmos a infância e a juventude, desenvolvemos
aprendizagens complexas que constituem a base da inovação e
do progresso civilizacional. Exploramos o meio como mais
nenhuma espécie o faz e desenvolvemos aptidões que nos
diferenciam, com a ciência, a engenharia, a tecnologia e a
solidariedade a figurarem como marcas identitárias do ser
humano.

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