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TEMA I | ANTES DE MIM

A GENÉTICA
1. Como se define genética e hereditariedade?
A genética é a ciência que estuda os fenómenos e as leis da transmissão hereditária. A hereditariedade é
o conjunto de processos que asseguram que cada ser vivo recebe e transmite informações genéticas
através da reprodução.

2. Quais os agentes responsáveis pela transmissão das características genéticas?


Os agentes responsáveis pela transmissão das características genéticas são as células reprodutoras:
óvulo e espermatozoide.

3. Qual o papel do óvulo e do espermatozoide no processo de transmissão genética?


Da fecundação do óvulo pelo espermatozoide surge o zigoto, que é um organismo unicelular que carrega
toda a nossa informação genética e dá origem a todas as células do nosso corpo.

4. Qual a estrutura e a constituição dos cromossomas?


A informação genética que o zigoto carrega está contida nos cromossomas, que são pequenos
corpúsculos filiformes existentes no núcleo das células. Os cromossomas são portadores e transmissores
de ADN e podem conter milhares de genes. Apresentam-se aos pares e o seu número é constante para
cada espécie. Por exemplo, o ser humano tem 23 pares cromossomas, sendo que cada progenitor
contribui com um cromossoma para cada par. O cariótipo humano é o conjunto dos 46 cromossomas –
23 herdados da progenitora e 23 herdados do progenitor - que cada célula humana possui.

5. Qual é, genericamente, a estrutura do ADN?


ADN é a abreviatura de ácido desoxirribonucleico, que é uma macromolécula de bases azotadas em
forma de dupla hélice formada por milhares de genes. Existe, essencialmente, no núcleo da célula e
contém toda a informação necessária ao desenvolvimento e existência de um organismo

6. Como se designam as unidades fundamentais na transmissão genética?


Os genes são segmentos indivisíveis que, em conjunto, formam o ADN. São responsáveis pelo
armazenamento de informação genética e sua transmissão à geração seguinte, constituindo-se como
unidades fundamentais na transmissão genética.

7. Qual a importância da meiose e da mitose?


A hereditariedade depende da meiose e da mitose, que são dois processos que permitem que a
informação genética seja transmitida ao longo da divisão celular. A meiose é o processo de divisão
celular que ocorre na formação dos gâmetas (ou células sexuais), permitindo que óvulo e
espermatozoide contenham apenas metade da informação genética do indivíduo. Quando se unem na
fecundação, os gâmetas formam o zigoto, que contém 46 cromossomas, 23 herdados da progenitora
(óvulo) e 23 herdados do progenitor (espermatozoide). A mitose é o processo de divisão celular que
permite que o zigoto dê origem à formação de um novo organismo e a milhares de milhões de células.
Cada célula copia a informação genética contida nos cromossomas da célula-mãe (zigoto).

8. Como se distingue gene recessivo de gene dominante?


Tal como os cromossomas, também os genes formam pares, reunindo informação de cada um dos
progenitores em alelos. Como existem diferentes versões de um mesmo gene, os pares de alelos podem
incluir genes iguais ou genes diferentes entre si, dominantes ou recessivos. Um gene dominante faz com
que a característica seja revelada sempre que esse gene está presente; um gene recessivo, por sua vez,
só faz refletir a característica quando emparelhado com outro gene recessivo.

9. Que diferenças existem entre genótipo e fenótipo?


O genótipo é o conjunto total de genes de um organismo individual. A combinação de traços poligénicos
(combinações de genes) torna único o nosso genótipo, o que faz de nós seres verdadeiramente únicos.
Está inscrito nos cromossomas e pode ou não expressar-se, dependendo das leis de hereditariedade e
das particularidades do meio. O fenótipo, por seu lado, corresponde à dimensão visível do genótipo, isto
é, às características observáveis no indivíduo.

10. Que relação existe entre genótipo e fenótipo?


O genótipo contém informação que é ativada e se expressa no fenótipo, que corresponde à dimensão
visível do genótipo, e informação que não se manifesta. O fenótipo representa uma parte reduzida do
genótipo, já que grande parte dos genes nos organismos não se traduz em características observáveis.
Depende de fatores hereditários e das condições do meio.

11. Qual o papel dos fatores externos (meio)?


Embora seja provável que o genoma humano esconda uma chave insubstituível para a compreensão de
muitas das nossas características, não será nunca, por si só, suficiente para explicar a origem e a
natureza dos nossos comportamentos. O meio ambiente é tão importante como a herança genética na
definição do que somos e no desenvolvimento de capacidades que nos tornam únicos. Nesse sentido, os
cientistas da genética comportamental exploram as influências que cada uma destas forças tem no ser
humano, recorrendo, essencialmente, a quatro métodos de investigação: estudos de gémeos, estudos
de famílias, estudos de adoção e estudos de anomalias genéticas.

12. Como se distingue hereditariedade específica de hereditariedade individual?


A hereditariedade individual é o património genético que encerra as particularidades de cada indivíduo. É
estudada pela genética comportamental, que se preocupa em estabelecer relações entre o nosso
património genético e as características que exibimos. A hereditariedade específica, por sua vez, é o
conjunto de genes que caracteriza uma determinada espécie. É estudada pela psicologia evolutiva, que
se preocupa em estabelecer relações entre o material genético partilhado pela espécie humana e a sua
evolução.

13. Que diferenças existem entre filogénese e ontogénese?


A filogénese reporta à história da origem e evolução de uma espécie particular e aos mecanismos
adaptativos implícitos à sua sobrevivência e reprodução. A filogénese humana mostra como um conjunto
de mudanças progressivas – desenvolvimento do cérebro (encefalização) e mudanças de
comportamento, por exemplo - permitiram à espécie obter vantagens únicas. A ontogénese designa o
desenvolvimento de um organismo particular, desde a embriogénese até à morte. Tem, pois, como
centro, o desenvolvimento de cada indivíduo concreto.

14. O que são a epigénese e o preformismo?


A epigénese é a teoria segundo a qual as características de um organismo, tanto físicas como
comportamentais, resultam da interação entre influências genéticas (inatas) e ambientais (adquiridas).
Opõe-se às teorias preformistas, hoje em dia desacreditadas, que defendiam que as células reprodutoras
encerravam em si mesmas um organismo completo e acabado, cujo crescimento originaria um indivíduo
adulto. Hoje é consensual que o desenvolvimento compreende a interação entre influências genéticas e
ambientais, embora prossiga o debate a propósito da proporção do contributo de cada um destes
conjuntos de influências.

15. Como se caracteriza biologicamente o ser humano?


Ao nascer, o ser humano é um sistema biologicamente frágil e inacabado. Diz-se, por isso, que o ser
humano tem uma disposição neoténica, no sentido em que, ao contrário de outras espécies, é
extremamente frágil e sem preparação inata para lidar com o mundo no momento em que nasce,
situação que decorre do seu inacabamento biológico. O desenvolvimento humano resulta, pois, das
instruções dos genes e também da influência das interações com o mundo envolvente ao longo do
tempo.

16. Quais as vantagens do inacabamento biológico?


Ao nascer, o ser humano é um sistema biologicamente frágil e inacabado. Diz-se, por isso, que o ser
humano tem uma disposição neoténica, no sentido em que, ao contrário de outras espécies, é
extremamente frágil e sem preparação inata para lidar com o mundo no momento em que nasce,
situação que decorre do seu inacabamento biológico. O desenvolvimento humano resulta, pois, das
instruções dos genes e também da influência das interações com o mundo envolvente ao longo do
tempo.

O CÉREBRO
17. Qual a unidade básica do sistema nervoso?
A unidade básica do sistema nervoso é o neurónio.

18. Que diferenças existem entre os neurónios sensoriais, motores e interneurónios?


Considerando a sua função, os neurónios podem ser sensoriais (ou aferentes), motores (ou eferentes) e
interneurónios (ou de conexão). Os neurónios sensoriais recebem informação do meio interno ou
externo e conduzem-na ao sistema nervoso central. Os neurónios motores transmitem a resposta do
sistema nervoso central aos músculos ou glândulas. Os interneurónios mantêm as associações entre os
neurónios e permitem a interpretação da informação.

19. Qual a constituição do neurónio?


O neurónio é constituído por: corpo celular (ou soma), dendrites e axónio. O corpo celular é o centro
metabólico que contém as estruturas necessárias à subsistência do neurónio, incluindo o núcleo celular
que carrega a informação genética. As dendrites são estruturas ramificadas que recebem informações
dos neurónios vizinhos e a transmitem ao corpo celular. O axónio é um fino filamento que conduz os
impulsos do corpo celular para outros neurónios e que, frequentemente, se encontra revestido por uma
bainha de mielina e por nódulos de Ranvier.

20. Que papel desempenham os neurónios na condução do impulso nervoso?


No interior do neurónio a comunicação é, essencialmente, de natureza elétrica. Já a comunicação entre
diferentes neurónios é de natureza química. No primeiro caso, o potencial de ação, os impulsos elétricos
viajam do corpo celular do neurónio até ao axónio. Ao longo do axónio, estes impulsos elétricos, de tipo
tudo-ou-nada, ganham velocidade na bainha de mielina, saltando pelos nódulos de Ranvier e garantindo
respostas suficientemente rápidas a situações de emergência. No segundo caso, a comunicação entre
neurónios é de natureza química e realiza-se através de sinapses.

21. O que é a sinapse?


Na sinapse, a mensagem de natureza elétrica converte-se em mensagem química, através dos
neurotransmissores libertados na fenda sináptica, permitindo a comunicação entre o neurónio pré-
sináptico (emissor) e o neurónio pós-sináptico (recetor).

22. Qual a composição do sistema nervoso?


O sistema nervoso é composto pelo sistema nervoso central (SNC) e pelo sistema nervoso periférico
(SNP).

23. O que se entende por sistema nervoso central?


O SNC é o núcleo de processamento responsável pelas nossas ações, sensações, sentimentos e
pensamentos. É constituído pelo cérebro e pela medula espinal.

24. Que funções desempenha a medula espinal?


A medula espinal, que se localiza no interior das vértebras, desempenha a função de condução da
informação ao cérebro e de coordenação de respostas elementares.

25. Em que consiste a função coordenadora da medula espinal?


A medula espinal, para além da função de condução de informação ao cérebro, desempenha também a
função de coordenação do ato reflexo, que é uma reação automática do sistema nervoso a um estímulo
que ocorre antes de a informação ser processada pelo cérebro. Nesta função de coordenação, a medula
espinal recebe a informação pela via aferente (neurónios sensoriais), interpretando-a através de
neurónios de conexão (interneurónios) e enviando uma resposta pela via eferente (neurónios motores).

26. Quais as estruturas constituintes do cérebro?


Entre outras, tronco cerebral, cerebelo, estruturas relacionadas com o sistema límbico, formação
reticular, córtex cerebral e corpo caloso.

27. Que funções desempenham, genericamente, as diferentes áreas do córtex?


As áreas do córtex cerebral – anatómicas (lobos) e funcionais (primárias e associativas) -, por
apresentarem um significativo envolvimento em tarefas específicas, permitem-nos falar em
especialização cortical. Por exemplo, o córtex visual (lobo occipital) e o córtex auditivo (lobo temporal)
são responsáveis, respetivamente, pela receção, interpretação e integração de informação visual e de
informação auditiva.

28. Que papel desempenham as áreas pré-frontais?


As áreas pré-frontais, sabe-se hoje, estabelecem relações com todas as restantes áreas, assumindo uma
importante função de integração. São responsáveis por funções superiores, nomeadamente o
pensamento abstrato, a atenção, a imaginação e as capacidades de antecipação e previsão, planificação
e tomada de decisão.

29. Em que regiões do cérebro se produz a linguagem?


No hemisfério esquerdo, nas áreas de Broca e de Wernicke.

30. Como funcionam os hemisférios cerebrais?


Os dois hemisférios cerebrais funcionam segundo o princípio de lateralização, isto é, dependendo da
tarefa, um ou outro hemisfério revela-se mais competente. Por exemplo, as investigações apontam o
hemisfério esquerdo como mais especializado em atividades relacionadas com a linguagem, o discurso, a
leitura, a escrita, enquanto o hemisfério direito se identifica como mais competente em tarefas visuais e
espaciais e na comunicação não verbal. No entanto, devemos pensar sempre que os hemisférios
cerebrais funcionam de forma integrada. Assim, sendo diferentes no modo como processam a
informação, os dois lados do cérebro operam muitas vezes sobre os mesmos conteúdos, comunicando
durante a execução da maioria das tarefas.

31. O que se entende por plasticidade cerebral? Qual a sua importância?


A capacidade de alteração e adaptação das estruturas e funções neurais designa-se plasticidade. Esta
relaciona-se com a capacidade que temos de neurogénese, isto é, de criação de novos neurónios, e de
adaptação. A plasticidade pode distinguir-se entre desenvolvimental e mecanismo de suplência (ou
função vicariante). A plasticidade desenvolvimental ocorre durante o desenvolvimento cerebral normal,
isto é, desde que o cérebro começa a processar informação sensorial até ao período adulto. Relaciona-se
com a adaptação progressiva das estruturas e funções neurais resultantes das experiências e
aprendizagens. O mecanismo de suplência ocorre como mecanismo adaptativo de compensação de
funções perdidas ou de maximização de funções mantidas em caso de lesão cerebral, permitindo que
áreas não danificadas do cérebro assumam as funções perdidas pela destruição de neurónios ou nervos.
Embora o cérebro mantenha a capacidade de se organizar ao longo da vida, a plasticidade diminui
progressivamente com a idade.

32. Como se relacionam plasticidade e capacidade de adaptação?


Através da plasticidade desenvolvimental, as estruturas e funções neurais adaptam-se às novas
informações, resultantes das experiências e aprendizagens, processadas sensorialmente. Através do
mecanismo de suplência, o cérebro compensa funções perdidas ou maximiza funções mantidas em caso
de lesão cerebral. Seja durante o seu desenvolvimento, depois de uma lesão ou em consequência de
cada nova experiência, o cérebro transforma-se e reorganiza-se continuamente.

A CULTURA
33. De que dimensões da nossa humanidade nos ocupámos neste capítulo?
Das dimensões social e cultural do ser humano.

34. O que se entende por cultura e qual o seu papel?


A cultura diz respeito aos valores, crenças, objetos, comportamentos e tradições partilhados por uma
comunidade humana e transmitidos de geração em geração. Estando presente em todas as sociedades,
constitui-se como o mais bem-sucedido mecanismo de ajustamento ao meio. É, pois, um importante
organizador e estabilizador que fornece orientações sobre como nos devemos comportar e pensar e
sobre o que podemos esperar dos outros que connosco partilham a mesma cultura.

35. O que significa afirmar que a cultura unifica e diversifica?


A cultura está presente em todas as sociedades e desempenha um papel decisivo no duplo caráter da
espécie humana: a sua unidade e a sua diversidade. Por um lado, implica um conjunto de elementos
que, no essencial, estão presentes em todas as culturas: um passado histórico, uma religião dominante
ou um conjunto de crenças religiosas, costumes, valores e moral comum, sistemas de organização
social, hábitos alimentares e higiénicos, objetos, entre outros. Por outro lado, a forma como estes
elementos se manifestam diferem de cultura para cultura, espelhando uma enorme diversidade na forma
como são experienciados e valorizados pelas diferentes comunidades humanas, o que nos obriga a falar
de modelos culturais específicos – padrões culturais -, que incluem regras sobre o que é aceitável e
expectável no interior de cada cultura particular.
36. O que se entende por padrão cultural?
Os padrões culturais dizem respeito às maneiras próprias e tipificadas de pensar, sentir e agir de cada
cultura concreta.

37. Como adquirimos cultura?


A socialização é o processo pelo qual o indivíduo interioriza o padrão cultural e o modelo coletivo de agir,
pensar e sentir característicos do(s) seu(s) grupo(s) de pertença. Dela resulta a identidade social de
cada um de nós, assim como o sentimento de pertença.

38. Em que consiste, genericamente, a aprendizagem por modelagem?


Uma boa parte do comportamento humano é aprendido ao longo da vida por observação e imitação
(modelagem). Desde que nascemos, estamos rodeados por pessoas que agem e falam de diferentes
formas: os agentes de socialização. Prestamos atenção ao que dizem e fazem e guardamos as ações que
vamos observando. Depois, ensaiamos e repetimos mentalmente cada um destes gestos e, se motivados
para tal, reproduzimos, isto é, imitamos os modelos.

39. Como se distingue socialização primária de socialização secundária?


A socialização primária ocorre durante a infância e permite a aquisição de um conjunto de saberes
básicos (por exemplo, as regras da linguagem e de relacionamento, de alimentação e de higiene, etc.).
Acontece na interação com os agentes de socialização primária, como a família, os educadores, os pares
e os vizinhos. A socialização secundária acompanha toda a vida adulta e designa ajustamentos do
indivíduo em função de alterações significativas, como, por exemplo, casar, emigrar, etc.

40. O que são agentes de socialização?


Os agentes de socialização são os modelos significativos que observamos e imitamos.

41. Podemos definir o ser humano como produto ou como produtor de cultura?
O indivíduo, ao longo de todo o seu processo de socialização, não se limita a ser um recetor passivo, um
guardião de uma tradição cultural transmitida pelos agentes de socialização. Nesse processo, ele
constrói-se, participa, interpreta, rejeita, recria e renova permanentemente o seu ambiente e património
culturais. O ser humano é, neste sentido, não apenas um produto do seu meio mas também um
produtor de cultura.

42. O ser humano define-se como ser social ou como ser individual?
De ambas as formas, pois a individualidade vai sendo construída ao mesmo tempo que se desenvolve a
sociabilidade.

43. Como se designa o processo que ocorre paralelamente à socialização?


Individuação. Este processo ocorre paralelamente ao processo de socialização e não só não se opõe a ela
como a pressupõe, uma vez que a singularidade se forma nas relações interpessoais.

44. O que são crianças selvagens? És capaz de nomear exemplos?


Criança selvagem é a designação usualmente atribuída a uma criança que cresceu e se desenvolveu fora
da sociedade, da cultura, da civilização, por vezes sozinha, por vezes na companhia de animais, mas
sempre longe dos modelos humanos e das relações sociais.

45. O que mostram os casos de crianças selvagens a propósito da interação social?


As interações que mantemos como os outros, especialmente as que acontecem precocemente, são
indispensáveis para o desenvolvimento social e para a construção da identidade, assim como para a
aprendizagem de saberes básicos e competências linguísticas, afetivas, sociais e culturais. Ora, uma
criança selvagem cresceu e desenvolveu-se longe dos processos de socialização e individuação. Os
relatos sobre si revelam não só como são importantes as relações que mantemos com os outros mas
também como são drásticas as consequências da sua privação precoce. Os reflexos desta privação
repercutem-se na dificuldade ou ausência de capacidade de autorreconhecimento e consciência de si.

46. Qual o papel das relações interpessoais na construção da individualidade?


O processo de desenvolvimento humano requer dois processos simultâneos: socialização e individuação.
Através da socialização cada um de nós estabelece relações com outros e, guiado pela cultura, torna-se
parte integrante da sociedade. A socialização cumpre, assim, uma função integradora. Através da
individuação construímos a nossa identidade e damos sentido à nossa existência, diferenciando-nos dos
outros. A perceção de si como ser único e diferente dos demais só é possível no contexto das relações
interpessoais. A individuação cumpre, pois, uma função diferenciadora. Socialização e individuação
promovem, em conjunto, a formação de uma identidade pessoal coerente e dinâmica, ou seja, da
individualidade.

47. O que caracteriza biológica, cultural e individualmente o ser humano?


A diversidade. Os seres humanos são biológica, cultural e individualmente muito distintos entre si, sendo
a interação entre fatores internos e externos um elemento que contribui para a diversidade dos
percursos que cada um de nós faz.

48. Como devemos olhar para a diversidade e a diferença?


Na diversidade e na diferença reside a riqueza da humanidade, que resulta do constante jogo entre
fatores de ordem interna (genética e cérebro) e fatores de ordem externa (meio e cultura).

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