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2. Genótipo e Fenótipo
Genótipo: conjunto de genes (genes herdados dos nossos progenitores) que
constituem o nosso património/programa genético.
Fenótipo: conjunto de características físicas e comportamentais observáveis no
indivíduo que são, em parte, o resultado do seu genótipo (parte observável do
genótipo). Isto é, aquilo em que nos tornamos ao longo do nosso desenvolvimento.
Nota: A maior parte dos genes existentes nos organismos não se traduz em
características observáveis.
A especificidade genética humana necessita da influência do meio para se manifestar.
Por exemplo, mesmo gémeos monozigóticos (partilham o mesmo genótipo) terão um
fenótipo diferente ao terem uma vida, um conjunto de experiências e uma interação
com o meio diferenciados.
O meio desempenha uma importante influência na transmissão, expressão e mutação
dos nossos genes. A genética comportamental estuda: gémeos, famílias, adoções e
anomalias genéticas.
3. Programa aberto
Todo o ser vivo está geneticamente programado, isto é, todos os animais cumprem um
programa genético que os leva no seu desenvolvimento a exibirem certas
características e certos comportamentos.
Todo o ser vivo é também um sistema aberto, no sentido em que as capacidades e
características que recebeu hereditariamente só se manifestam se o meio for
apropriado.
Em comparação com os outros animais, o programa aberto no ser humano faz-se
sentir de forma significativa.
Programa Aberto: programa em que a definição de uma série de comportamentos é
feita pela interação entre o património genético e o meio ambiente.
Qual é a vantagem do ser humano ter um programa “tão” aberto?
Somos capazes de nos adaptar às diferentes circunstâncias. Temos uma:
Adaptação ativa: quando a natureza muda, o ser humano controla essa mudança;
outros animais “contornam” a mudança. Por exemplo, se a direção de um rio muda, o
ser humano constrói barragens ou pontes, outros animais deslocam-se para um sítio
diferente.
Uma das desvantagens é o caso dos bebés humanos que são completamente
dependentes das comunidades para sobreviverem.
A importante relação entre a abertura da nossa programação genética e a interação
com o meio faz com que a nossa capacidade de adaptação seja muito elevada e
versátil.
5. Filogénese e Ontogénese
O ser humano é um ser em evolução e também o resultado de uma longo processo
evolutivo. A aquisição de estruturas organizacionais e formas de comportamento cada
vez mais complexas e afastadas das dos outros animais foram conquistas progressivas
ao longo da evolução. Dividimos a evolução em:
Filogénese: evolução coletiva das espécies (remete para os processos pelos quais os
seres se foram modificando desde as formas mais elementares até às mais complexas);
diz respeito à história evolutiva da nossa espécie.
Ontogénese: evolução individual; desenvolvimento do indivíduo ao longo da vida,
desde o momento da fecundação até à morte.
A filogénese depende da ontogénese; são as características individuais, de cada um
(ontogenia), que vão determinar as características da espécie (filogenia) – Relação
entre ontogénese e filogénese.
Nota: É o meio que seleciona as características biológicas que, num determinado
ecossistema, se revelam mais favoráveis à sobrevivência da espécie (evolução: seleção
natural).
6. Preformismo vs Epigénese
Duas posições relativamente ao papel da genética na determinação do
desenvolvimento fenotípico dos organismos.
Preformismo: defensores de um determinismo biológico que considera os indivíduos
preformados ao nascer, não considerando o papel da interação com o meio no seu
desenvolvimento; o desenvolvimento segue um curso predeterminado em virtude da
programação inscrita no código genético. Em suma:
- Desenvolvimento = crescimento;
- Recusa o papel do meio;
Epigénese: tese segundo a qual o desenvolvimento se processa através de uma de
uma ação recíproca entre o meio e os genes. Por exemplo, a nossa educação e hábitos
são alguns fatores epigenéticos que vão determinar o nosso desenvolvimento.
Fatores epigenéticos: aspetos do meio (pré fetais, fetais e pós-fetais) que influenciam
o desenvolvimento de um organismo.