Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Curso
De
Biologia
1
Sumá rio
Introduçã o à Biologia - pá ginas: 4 a 13
Bioquímica - pá ginas: 13 a 46
Ecologia - pá ginas: 46 a 105
Citologia - pá ginas: 105 a 139
Respiraçã o Celular - pá ginas: 139 a 164
Citogenética - pá ginas: 164 a 189
Embriologia - pá ginas: 189 a 203
Evoluçã o - pá ginas: 203 a 234
Histologia - pá ginas: 234 a 277
Fisiologia - pá ginas: 277 a 351
Microbiologia - pá ginas: 351 a 394
Zoologia (Invertebrados) - pá ginas: 394 a 462
Zoologia (Vertebrados) - pá ginas: 462 a 501
Botâ nica - pá ginas: 501 a 524
Histologia Vegetal - pá ginas: 524 a 631
2
Genética - pá ginas: 631 a 674
Engenharia Genética - pá ginas: 674 a 683
3
Introduçã o à Biologia
Características dos seres vivos
Os seres vivos apresentam características gerais que permitem diferenciá-los dos seres não vivos.
Costumamos ouvir que os seres vivos nascem, crescem, reproduzem e morrem. Entretanto, existem
características ou funções fundamentais que em conjunto podem definir aquilo que chamamos de vida.
1. Organização celular
Os seres vivos são formados por células. Eles podem apresentar uma célula (seres unicelulares) ou várias
células (seres pluricelulares).
A maioria dos autores indicam que todos os seres vivos são formados por uma unidade funcional e
estrutural: a célula. De acordo com a estrutura celular, os organismos vivos podem ser simples, como
bactérias, ou complexos, como os seres humanos. Os vírus são considerados por muitos estudiosos
como seres vivos, mas são os únicos que não possuem células.
2. Composição química
Os seres vivos são formados basicamente por uma junção de elementos químicos, chamados de
bioelementos ou elementos biogênicos, que constituem a matéria viva.
A tabela periódica agrupa os 118 elementos químicos conhecidos e destes, carbono (C), oxigênio (O),
hidrogênio (H) e nitrogênio (N) são os bioelementos primários.
Os bioelementos primários mais fósforo (P) e enxofre (S) constituem aproximadamente 98% da massa
corporal de um ser vivo.
3. Metabolismo
Todos os seres vivos apresentam metabolismo, que corresponde à junção de todas as reações químicas
interligadas dentro de um organismo.
4
O objetivo do metabolismo é controlar a energia e os recursos materiais para suprir as necessidades de
um ser vivo. As diversas reações em uma célula fazem com que ela se mantenha viva, com capacidade
de crescer e se dividir.
O metabolismo pode ser classificado em dois grandes processos: anabolismo (reações de síntese ou
construção) e catabolismo (reações de degradação ou quebra).
4. Crescimento e desenvolvimento
Os seres vivos crescem ao longo da vida e aumentam de tamanho ou massa seca (sem levar em
consideração a água do organismo). Consequentemente, o número de células no organismo aumenta.
5. Reprodução
Os seres vivos são capazes de reproduzir e aumentar o número de componentes da sua espécie através
de seus descendentes. Essa capacidade de reprodução pode ocorrer de diferentes maneiras,
dependendo do organismo.
Seres unicelulares duplicam seu material genético e dividem-se, originando células novas a partir de
uma célula-mãe. Já os seres pluricelulares apresentam células especializadas em reprodução, que são
chamadas de células germinativas reprodutivas.
A reprodução pode ser classificada em sexuada, pela união de gametas dos progenitores, ou assexuada,
que forma organismos geneticamente idênticos.
6. Hereditariedade
A hereditariedade pode ser definida como a capacidade de transmitir informações genéticas entre os
indivíduos de uma mesma espécie para que suas características sejam mantidas de uma geração para
outra.
Essas informações são transmitidas através de genes, unidades funcionais da hereditariedade, que
consistem em fragmentos sequenciados de DNA.
7. Nutrição
Os organismos vivos precisam se alimentar para adquirir nutrientes e energia para sua sobrevivência. De
acordo com a nutrição, os seres vivos são classificados em autotróficos e heterotróficos.
5
Os seres autotróficos conseguem produzir seu alimento a partir de materiais sem vida através de
processos como, por exemplo, fotossíntese e quimiossíntese. Já os seres heterotróficos são nutridos a
partir de outros seres vivos, retirando moléculas orgânicas.
8. Processamento de energia
Os seres vivos precisam de uma fonte de energia para sobreviver e realizar as atividades celulares.
A respiração celular é uma reação química que ocorre dentro das células e é responsável por liberar a
energia absorvida através dos alimentos.
Nesse processo, ocorre a quebra das moléculas de nutrientes e a energia liberada é aproveitada pela
célula para desempenhar suas funções.
Nas plantas, por exemplo, a energia absorvida do Sol é transformada em alimento através da
fotossíntese.
9. Irritabilidade
Os seres vivos são capazes de reagir a estímulos e detectar alterações no meio em que estão inseridos.
Essa característica recebe o nome de irritabilidade.
As respostas aos estímulos recebidos podem ser positivas, quando a resposta é dada em direção ao
estímulo, ou negativas, para que o ser se afaste do que foi detectado.
Sensibilidade é diferente de irritabilidade. A sensibilidade é uma característica exclusiva dos animais, que
podem responder de diferentes formas a um estímulo.
10. Movimento
Os seres vivos são capazes de se movimentar, sair de um local ou mudar de posição. Por exemplo, os
animais podem percorrer distâncias ao se locomoverem, e as plantas se curvam em direção ao Sol.
O movimento pode ser perceptível pela movimentação externa, como reação aos estímulos, ou pode
ocorrer com as estruturas dentro do próprio organismo. Por isso, o movimento é necessário para a
manutenção da vida.
11. Homeostase
A homeostase, interpretada como “estado estável”, é o mecanismo que garante que as condições
internas necessárias para o funcionamento do organismo sejam mantidas constantes.
6
Temperatura e concentração de substâncias químicas são exemplos de fatores regulados nos seres
vivos.
A evolução está relacionada com a diversidade dos seres vivos, em um processo de desenvolvimento a
partir de um ancestral comum ou de seleção natural. A adaptação pode ser vista como uma estratégia
de defesa para manutenção da espécie, como é o caso da camuflagem.
Dessa forma, sabendo que a Biologia engloba temas muito amplos e complexos, é necessário classificar os objetos
de estudo em níveis de organização, onde cada um se torna um campo a ser estudado dentro dessa ciência.
Os níveis de organização dentro da Biologia podem ser ordenados em uma escala do menor componente para o
maior. É possível, ainda, dividi-los em duas escalas, conforme observado abaixo:
Organização Entre
Indivíduos
Compreende-se aqui toda a escala, desde o átomo como menor elemento até os sistemas, que compõem um único
indivíduo. Essa é a forma hierárquica das estruturas biológicas. Nessa forma de organização, entendemos que
existe uma estrutura base no nível mais baixo (átomo) que segue se organizando até o nível mais elevado
(biosfera).
7
Ao longo de cada um desses níveis observamos as unidades do nível anterior, acrescidas em complexidade
organizacional. A interação aumenta de acordo com o nível. Por conta disso, podemos observar a existência de
diversos campos de estudo na biologia. Algumas das áreas responsáveis por esses campos de estudo são:
Átomo: partícula que forma toda a matéria existente. Composto por prótons, elétrons e nêutrons. No corpo
humano, temos átomos de Carbono, Oxigênio, Hidrogênio, Fósforo etc.
Molécula: formada a partir da junção dos átomos por ligações químicas, garantindo suas características químicas e
formando substâncias constituintes do corpo humano, como água (H2O), Fosfato (PO43-), Metano
(CH4), Proteínas, Carboidratos, etc.
Organóide ou Organela Celular: estruturas que desempenham funções específicas no interior celular,
principalmente eucariontes. Formam compartimentos que garantem uma maior organização intracelular. São
formadas pela união de várias moléculas. Exemplos: ribossomos, presentes em seres eucariontes e procariontes e
que é responsável pela síntese protéica; mitocôndrias, presentes em eucariontes e que realizam a respiração
celular.
Célula: é a menor unidade funcional de um organismo. É composta por moléculas e organelas (no caso dos
eucariontes) diferentes. Há indivíduos inteiros compostos por uma única célula e indivíduos compostos por várias
células. Neste último caso, cada célula desempenha funções diferentes. Existem os mais variados tipos celulares no
organismo humano. Cada um com sua especificidade, como os neurônios (células nervosas), células beta-
pancreáticas (presente no pâncreas responsável pela síntese a insulina), hemácias (células que transportam
oxigênio na corrente sanguínea) etc.
Tecido: várias células semelhantes interagem entre si, formando os tecidos que desempenham uma função
específica no organismo. Os tecidos são visíveis e presentes em organismos vegetais e animais, como
a epiderme (camada da pele), por exemplo.
Órgão: constituído por tecidos, os órgãos realizam funções específicas que garantem o funcionamento do
organismo, como o estômago, que auxilia na digestão e o coração, que bombeia sangue pelo corpo.
Sistema: conjunto de órgãos que, ligados entre si, exercem uma função vital específica, garantindo o equilíbrio do
organismo e a manutenção da vida. Exemplos de sistemas são o Sistema Respiratório, que garante as trocas
gasosas e a obtenção de oxigênio, e o Sistema Nervoso, que é responsável por analisar e estabelecer uma rede de
comunicação dentro do organismo através de estímulos.
Organismo ou Indivíduo: conjunto de sistemas que permite a formação de um indivíduo. Por exemplo, um ser
humano.
8
Organização Dos Seres
Vivos
Níveis de organização entre indivíduos
O modo como os indivíduos, iguais ou não, interagem e causam impacto em determinado ecossistema é o campo
de estudo principal que utiliza essa escala.
Espécie: grupo de organismos biologicamente semelhantes entre si que, em condições naturais, conseguem se
reproduzir e gerar descendentes férteis.
População: é o conjunto de organismos da mesma espécie que habitam, ao mesmo tempo, um mesmo local do
Globo, de forma que interajam entre si. Exemplo: um grupo de nativos indígenas que habitam uma mesma aldeia
na Floresta Amazônica.
Comunidade: conjunto de populações diferentes (espécies diferentes) que habitam uma mesma região (habitat) ao
mesmo tempo, podendo existir uma interação entre essas populações. Também é chamada de fatores bióticos de
uma região ou cenobiose. Exemplo: Os nativos indígenas vivem na Floresta Amazônica, que é um local com várias
árvores e vários animais, como antas, onças etc. São diferentes populações que dividem o mesmo espaço.
Ecossistema: conjunto de comunidades (fatores bióticos) presentes em um local específico, além dos fatores
abióticos desse local (como luz, temperatura, água, nutrientes do solo e outros). Exemplo: a Floresta Amazônica,
com todas as suas comunidades de nativos, animais, vegetais e fatores abióticos como a temperatura, incidência
de chuva, água etc.
Biosfera: conjunto dos ecossistemas presentes no Planeta Terra, onde se encontra e se abriga formas de vida. A
Biosfera não é o planeta Terra, mas uma parte dele.
9
Método Científico da Biologia
Entende-se por método científico o conjunto de normas e técnicas que devem ser empregadas a fim de se
obter resultados mais confiáveis de algum estudo científico.
Alguns cientistas e estudiosos entendem o método científico como uma lógica aplicada à ciência que deve ser
utilizada sempre que se deseja estudar ou comprovar algo.
O que é o método científico?
O método científico é um conjunto sistemático que serve como ferramenta para o progresso em uma pesquisa
específica, a fim de comprovar a veracidade e a reprodutibilidade de algum processo.
É fundamental um método científico bem estruturado para a comprovação ou postulação de teses e leis
científicas.
René Descartes é o principal contribuinte para a metodologia científica com a publicação do “Discurso do
Método”, seguindo a mesma linha de raciocínio de Francis Bacon.
Na obra, ele propôs que a obtenção de um resultado só é possível por meio da dúvida sistemática e da
decomposição do problema em pequenas partes, que podem ser analisadas e estudadas separadamente, fornecendo
material para compreender "o todo".
O método ficou conhecido como Determinismo ou Modelo Cartesiano, e a frase famosa proposta por ele diz que
"para compreender o todo, basta compreender as partes".
Os tipos de método científico variam conforme os materiais que o pesquisador dispõe no momento da análise, o
ramo da ciência estudado e a forma de pensamento empregada:
Método indutivo
Também chamado de indução, esse tipo de raciocínio conclui uma verdade por meio de um número suficiente de
casos particulares observados. Portanto, com a observação, é possível chegar a uma base segura sobre um objeto
ou conhecimento que esteja sendo estudado ou construído. É um tipo de método utilizado nas ciências naturais,
matemática e estatística, por exemplo.
Método dedutivo
Raciocínio que utiliza da dedução para obter a conclusão a respeito de uma determinada hipótese. Resumidamente,
uma conclusão deve ser verdadeira se, e somente se, todas as premissas sejam verdadeiras e o raciocínio obedecer
a uma lógica. Um exemplo é deduzir que determinado peixe respira embaixo d'água, pois parte da premissa
verdadeira de que todo peixe respira debaixo d'água.
Método hipotético-dedutivo
Assim como o método dedutivo, esse tipo de raciocínio também utiliza a dedução para concluir determinado
estudo. A diferença nesse método está ao empregar propostas baseadas em hipóteses. Se as hipóteses são
verdadeiras, a proposta também é. Dessa forma, durante um estudo utilizando esse tipo de lógica, devem ser
realizados diversos testes de hipótese para verificar sua veracidade e confiabilidade.
10
Método dialético
Geralmente empregado nas ciências humanas e na filosofia. O método dialético se desenvolve a partir do diálogo,
cujo foco é a contraposição ou contradição de ideias, levando à obtenção de outras ideias, que por fim, resultam na
conclusão de um estudo ou em sua explicação.
Método fenomenológico
Metodologia e corrente filosófica que se concentra nos fenômenos da consciência e sua importância. É geralmente
empregado na psicologia ou ciências sociais.
O método científico é o passo a passo que deve ser seguido para se comprovar uma lei ou estudo, obedecendo
a uma ordem de sete etapas:
1- Observação
Descrição de um fenômeno por meio de sua quantificação e medição, geralmente sendo necessário o uso de
equipamentos cientificos quando se trata de um estudo das ciências naturais.
Exemplo: observou-se que determinadas plantas crescem mais durante o dia do que durante a noite.
2- Problema
É o item de maior importância daquilo que se deseja estudar. É por meio da determinação do problema que se
elaboram testes e metodologias.
Exemplo: a luz do dia age sobre o vegetal, possibilitando seu maior crescimento?
3- Levantamento de dados
Também chamada de revisão bibliográfica, essa etapa busca levantar informações pertinentes ao assunto estudado:
se essa é a dúvida de outros pesquisadores, se já foi sanada, se existem estudos levantando outra problemática,
entre outras.
Exemplo: estudos mostraram que a luz tem grande influência na formação de compostos orgânicos e,
posteriormente, no crescimento vegetal.
4- Hipótese
É a explicação dedutiva ou indutiva de determinado problema. É uma suposição ou um conjunto de suposições que
precisam ser provadas ou refutadas ao longo do estudo. A hipótese precisa ser testada, ou seja, submetida a
experimentos controlados e descritivos que comprovem a sua veracidade. Uma hipótese falsa é descartada, e uma
hipótese verdadeira pode ser utilizada para comprovar uma nova lei ou estudo.
Exemplo: vários espécimes do mesmo vegetal serão analisados em dias com incidências de luz diferentes
(ausência e presença de luz) e durante a noite, para que seja quantificada sua taxa de crescimento. Alguns desses
espécimes serão colocados sob a incidência de luz (grupo controle), e outros, ao mesmo tempo, serão colocados
em um local de sombra ou ausência de luz (grupo experimental), em todos os dias e noites de análise.
11
6- Resultado
Etapa para verificar se a hipótese é verdadeira ou falsa, por meio da análise dos testes de hipótese.
Exemplo: os testes mostraram que as plantas colocadas sob a incidência de luz durante o dia cresceram mais do
que as plantas colocadas na sombra durante o dia e as plantas analisadas durante a noite.
7- Teoria ou conclusão
As observações da(s) hipótese(s) levantadas, permitindo uma constatação. Lembrando que uma teoria pode ser
refutada posteriormente por meio do emprego de outras hipóteses ou testes.
Exemplo de conclusão do estudo: a luz presente durante o dia age sob o vegetal, promovendo seu crescimento.
12
Bioquímica
Vitaminas
As vitaminas são compostos orgânicos não sintetizados pelo organismo, sendo incorporados através da
alimentação.
As principais fontes de vitaminas são as frutas, verduras, legumes, carne, leite, ovos e cereais.
Existem ainda as pró-vitaminas, substâncias a partir das quais o organismo é capaz de sintetizar
vitaminas. Por exemplo: carotenos (pró-vitamina A) e esteróis (pró-vitamina D).
Tipos
As vitaminas são divididas em dois grupos, conforme a substância na qual se dissolvem:
Vitaminas lipossolúveis: São as vitaminas solúveis em gordura e por isso podem ser armazenadas. Fazem
parte deste grupo as vitaminas A, D, E e K.
13
Vitaminas hidrossolúveis: São as vitaminas do complexo B e a vitamina C, solúveis em água. Elas não podem
ser armazenadas no corpo, tornando raro os casos de hipervitaminose. Também são absorvidas e excretadas
rapidamente.
Vitaminas Lipossolúveis
Vitamina A (Retinol/Beta-Caroteno)
Funções: Crescimento e desenvolvimento dos tecidos; ação antioxidante; funções reprodutivas; integridade dos
epitélios;importante para a visão.
Fontes: Fígado, rim, nata, manteiga, leite integral, gema de ovo, queijo e peixes oleosos. Fontes de carotenos
presentes na cenoura, abobrinha, batata doce, manga, melão, mamão, pimentão vermelho, brócolis, agrião,
espinafre.
Hipovitaminose: Queratinização das membranas de mucosas que revestem o trato respiratório, tubo digestivo
e trato urinário. Queratinização da pele e do epitélio do olho. Alterações na pele, insônia, acne, pele seca com
descamações, diminuição do paladar e apetite, cegueira noturna, úlceras na córnea, perda de apetite, inibição
do crescimento, fadiga, anormalidades ósseas, perda de peso, aumento da incidência de infecções.
Hipervitaminose: Dores nas articulações, afinamento de ossos longos, perda de cabelo e icterícia.
Vitamina D
Funções: Absorção de cálcio e fósforo. Auxilia o crescimento e a resistência dos ossos, dentes, músculos e
nervos;
Fontes: Leite e derivados, margarinas e cereais enriquecidas, peixes gordos, ovos, levedo de cerveja.
Hipovitaminose: Anormalidades ósseas, raquitismo, osteomalácia;
Hipervitaminose: Hipercalemia, dor óssea, enfraquecimento, falhas no desenvolvimento, depósito de cálcio nos
rins;
Vitamina E (Tocoferol)
Funções: Ação antioxidante, protege as células dos danos provocados pelos radicais livres, auxiliando na
prevenção de doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.
Fontes: Óleos vegetais, nozes, amêndoa, avelã, gérmen de trigo, abacate, aveia, batata doce, vegetais verde-
escuros.
Hipovitaminose: Anemia hemolítica, distúrbios neurológicos, neuropatia periférica e miopatia esquelética.
Hipervitaminose: Não existe toxicidade conhecida.
Vitamina K
Funções: Catalisar a síntese dos fatores de coagulação do sangue no fígado. A vitamina K atua na produção de
protrombina, que combina com o cálcio para ajudar a produzir o efeito coagulante, além de ser necessária na
manutenção da saúde dos ossos.
Fontes: Vegetais verdes folhosos, fígado, feijão, ervilha e cenoura.
Hipovitaminose: Tendência a hemorragias.
Hipervitaminose: Dispnéia e Hiperbilirrubinemia.
14
Vitaminas Hidrossolúveis
Vitamina C
Funções: Antioxidante, cicatrizante, atua no crescimento e manutenção dos tecidos corporais, incluindo matriz
óssea, cartilagem, colágeno e tecido conjuntivo.
Fontes alimentares: Frutas cítricas, frutas vermelhas, maçã, tomate, batata inglesa, batata doce, repolho,
brócolis.
Hipovitaminose: Pontos hemorrágicos na pele e nos ossos, capilares fracos, articulações frágeis, dificuldade de
cicatrização de feridas, sangramento de gengivas.
Vitaminas do Complexo B
As vitaminas do complexo B compreendem oito vitaminas, são elas:
Tiamina (B1)
Riboflavina (B2)
Funções: Disponibiliza a energia dos alimentos, crescimento em crianças, restauração e manutenção dos
tecidos.
Fontes: Iogurte, leite, queijo, fígado, rim, coração, gérmen de trigo, cereais matinais vitaminados, grãos, peixes
oleosos, levedura, ovos, siri, amêndoa, semente de abóbora, vegetais.
Hipovitaminose: Queilose (rachaduras nos cantos da boca), glossite (edema e vermelhidão da língua), visão
turva, fotofobia, descamação da pele, dermatite seborréica.
Niacina (B3)
Funções: Necessária para a produção de energia nas células. Desempenha papel nas ações das enzimas no
metabolismo dos ácidos graxos, respiração dos tecidos e eliminação de toxinas.
Fontes: Carnes magras, fígado, peixes oleosos, amendoim, cereais matinais vitaminados, leite, queijo cogumelo,
ervilha, vegetais folhosos verdes, ovos, alcachofra, batata, aspargos.
Hipovitaminose: Fraqueza, pelagra, anorexia, indigestão, erupções na pele, confusão mental, apatia,
desorientação, neurite.
15
Ácido Pantotênico (B5)
Piridoxina (B6)
Funções: Desempenha papel no sistema nervoso central, participa no metabolismo dos lipídios, na estrutura da
fosforilase e no transporte de aminoácidos através da membrana celular.
Fontes: Gérmen de trigo, batata, banana, vegetais crucíferos, castanhas, nozes, peixe, abacate, semente de
gergelim.
Hipovitaminose: Anomalias do sistema nervoso central, desordens da pele, anemia, irritabilidade e convulsões.
Hipervitaminose: Ataxia e neuropatia sensorial.
Biotina (B8)
Funções: Produção de energia através dos alimentos, síntese de gorduras, excreção dos resíduos de proteínas.
Fontes: Gema de ovo, fígado, rim, coração, tomate, levedura, aveia, feijão, soja, nozes, alcachofra, ervilha e
cogumelo.
Hipovitaminose: Alterações cutâneas.
Funções: Atua como coenzima no metabolismo dos carboidratos, mantém a função do sistema imunológico,
juntamente com a vitamina B12, está presente na síntese de DNA e RNA, além de participar na formação e
maturação de células do sangue.
Fontes: Vegetais folhosos verdes, fígado, beterraba, gérmen de trigo, cereais vitaminados, nozes, amendoim,
grãos, leguminosas.
Hipovitaminose: Anemia megaloblástica, lesões de mucosas, má formação do tubo neural, problemas de
crescimento, transtornos gastrointestinais, alterações na morfologia nuclear celular.
Cobalamina (B12)
Funções: Atua como coenzima no metabolismo dos aminoácidos e na formação da porção heme da
hemoglobina; essencial para a síntese de DNA e RNA; participa na formação de células vermelhas do sangue.
Fontes: Alimentos de origem animal, fígado, rim, carne magra, leite, ovos, queijo, leveduras.
Hipovitaminose: Anemia perniciosa, anemia megaloblástica, distúrbios gastrointestinais.
16
Proteínas
As proteínas são as macromoléculas orgânicas mais abundantes das células, fundamentais para a
estrutura e função celular. Elas são encontradas em todos os tipos de células e nos vírus.
Elas são formadas por aminoácidos ligados entre si e unidos através de ligações peptídicas.
Aminoácidos
Os aminoácidos são moléculas orgânicas que possuem, pelo menos, um grupo amina - NH 2 e um grupo
carboxila - COOH em sua estrutura.
Estrutur
a geral do aminoácido
As proteínas são polímeros de aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas. Uma ligação
peptídica é a união do grupo amino (-NH 2) de um aminoácido com o grupo carboxila (-COOH) de outro
aminoácido.
Eles são as unidades fundamentais das proteínas. Todas as proteínas são formadas a partir da ligação
sequencial de 20 aminoácidos. Alguns aminoácidos especiais podem estar presentes em alguns tipos de
proteínas.
17
De peso molecular extremamente elevado, as proteínas são compostas por carbono, hidrogênio,
nitrogênio e oxigênio, sendo que praticamente todas elas possuem enxofre. Elementos como ferro,
zinco e cobre também podem estar presentes.
Tipos de Proteínas
Dependendo da sua função no organismo, as proteínas são classificadas em dois grandes grupos:
Proteínas Dinâmicas: Esse tipo de proteína realiza funções como defesa do organismo, transporte de
substâncias, catálise de reações, controle do metabolismo;
Proteínas Estruturais: Como o próprio nome indica, sua função principal é a estruturação das células e dos
tecidos no corpo humano. O colágeno e a elastina são exemplos desse tipo de proteína.
Quanto à Composição
Quanto à Forma
Proteínas Fibrosas: A maioria das proteínas fibrosas são insolúveis em meio aquosos e possuem pesos
moleculares bastante elevados. Normalmente são formadas por longas moléculas de formato quase retilíneo e
paralelas ao eixo da fibra. Fazem parte deste grupo as proteínas estruturais como o colágeno do tecido
conjuntivo, a queratina do cabelo, a miosina dos músculos, entre outras;
Proteínas Globulares: Possuem estrutura espacial mais complexa e são esféricas. Geralmente são solúveis em
meio aquoso. São exemplos de proteínas globulares as proteínas ativas, como as enzimas, e as transportadoras,
como a hemoglobina.
18
Fornecimento de energia;
Estruturação da célula;
Catalisador de funções biológicas, na forma de enzimas;
Regulação de processo metabólicos;
Armazenamento de substâncias;
Transporte de substâncias;
Construção e reparação dos tecidos e músculos;
Defesa do organismo, na forma de anticorpos;
Produção de hormônios e neurotransmissores.
Alimentos ricos
em proteínas
Os alimentos ricos em proteínas são os de origem animal e em menor quantidade de origem vegetal:
Carboidratos
Carboidrato é um composto formado basicamente por carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O). Por
isso, quimicamente, recebe o nome de hidrato de carbono, cuja fórmula geral é C x(H2O)y.
19
As 3 principais funções dos carboidratos
1. Fornecimento de energia
Os seres humanos obtêm energia através da alimentação. Quando ingerido, o carboidrato é
decomposto por enzimas específicas em unidades menores de açúcares até que se produza a glicose.
Nas células, a energia é obtida a partir da glicose, conforme a equação global a seguir.
Essa energia liberada é utilizada, por exemplo, pelo sistema nervoso, sendo o cérebro o principal
consumidor. A energia dos neurônios é proveniente quase que exclusivamente da glicose.
2. Armazenamento energético
Plantas possuem um pigmento verde chamado de clorofila, que é capaz de absorver a energia luminosa
proveniente do Sol.
Utilizando o gás carbônico do ar e a água captada pelas raízes, as plantas são capazes de converter
energia solar em energia química no processo de fotossíntese.
3. Estruturação celular
A célula vegetal é a unidade formadora do tecido das plantas, sendo constituída de organelas e material
genético, delimitados por uma parede celular.
A celulose faz com que as células dos vegetais possuam uma estrutura fixa, que é responsável pela
proteção, sustentação e resistência. Esse carboidrato também regula o acesso de água na célula e a
interação entre células vizinhas.
Monossacarídeos
Oligossacarídeos
20
Polissacarídeos
Os monossacarídeos, também chamados de oses, são carboidratos mais simples e, por isso, não sofrem
hidrólise. Já os oligossacarídeos e os polissacarídeos correspondem aos osídios, carboidratos
complexos que podem se transformar em moléculas menores quando são hidrolisados.
1. Monossacarídeos
São carboidratos constituídos por aldoses, que possuem o grupo aldeído (-CHO) na cadeia, e cetoses,
que possuem o grupo funcional cetona (C=O).
De acordo com o número de carbonos, os monossacarídeos são classificados em trioses (3C), tetroses
(4C), pentoses (5C), hexoses (6C) e heptoses (7C).
Exemplos:
A glicose é uma aldohexose produzida na fotossíntese. Já a frutose é uma cetohexose encontrada nas
frutas.
2. Oligossacarídeos
Os oligossacarídeos correspondem aos carboidratos solúveis formados por mais de um monossacarídeo
unidos por ligações O-glicosídicas.
Fazem parte desse grupo os dissacarídeos, junção de dois monossacarídeos, e os trissacarídeos, que
correspondem à união de três monossacarídeos em uma molécula.
Exemplos:
21
A maltose é um dissacarídeo que faz parte do malte utilizado na produção de cerveja. A rafinose é um
trissacarídeo encontrado em alimentos, como o feijão.
3. Polissacarídeos
Os polissacarídeos são vários monossacarídeos unidos por ligações glicosídicas em uma longa cadeia
polimérica.
Exemplos:
Os três polissacarídeos acima são polímeros que possuem fórmula molecular (C 6H10O6)n, pois são
formados pela união de várias moléculas de glicose.
Os carboidratos são um dos três grupos de macronutrientes, juntamente com proteínas e gorduras, que
precisam ser inseridos na dieta, já que o organismo não os produz. Independente de sua fonte, a cada 1
g de carboidrato consumido são fornecidos 4,02 kcal.
22
Os carboidratos simples e complexos diferem na estrutura e, por isso, são absorvidos de maneiras
distintas pelo organismo. Os carboidratos simples, formados por um ou dois açúcares, geralmente, são
digeridos rapidamente, enquanto que os complexos levam mais tempo.
Os carboidratos simples estão presentes em alimentos classificados como processados, que não têm
vitaminas, minerais ou fibras. Por isso, são chamados de "calorias vazias" e podem acarretar o aumento
de peso. São eles:
Bolo
Doces
Refrigerante
Sorvete
Batata frita
Os carboidratos complexos possuem mais de três açúcares e são ricos em amidos. Confira abaixo alguns
exemplos.
Feijão
Lentilha
Batata
Milho
Cereais
Vale salientar que, por serem absorvidos rapidamente, os carboidratos simples provocam uma grande
quantidade de energia em pouco tempo, enquanto que os complexos têm a energia liberada
continuamente.
Alimentos encontrados na natureza, como os vegetais, são associados aos carboidratos bons. Produtos
industrializados e ricos em açúcar, como refrigerantes, são classificados como carboidratos ruins.
23
Isso pode se transformar em um ciclo vicioso no organismo, pois é estimulada a produção de insulina
devido à elevação da quantidade de açúcar no sangue. A insulina, por sua vez, diminui o nível de glicose
no sangue de forma rápida, o que pode gerar sensação de fraqueza e ainda mais fome.
Por outro lado, a carência de carboidratos no organismo faz com que a gordura corporal passe a ser
utilizada como fonte de energia.
Outra fonte de energia alternativa aos carboidratos são as proteínas, utilizadas para produção de
músculos. Quando o organismo utiliza as proteínas como combustível, isso pode acarretar em um
estresse nos rins.
Lipídios
Os lipídios ou gorduras são moléculas orgânicas insolúveis em água e solúveis em certas substâncias
orgânicas, tais como álcool, éter e acetona.
Também chamados lípidos ou lipídeos, essas biomoléculas são compostas por carbono, oxigênio e
hidrogênio.
Podem ser encontrados em alimentos de origem vegetal e de origem animal e seu consumo deve ser
feito de forma equilibrada.
Reserva de energia: utilizada pelo organismo em momentos de necessidade, e está presente em animais e
vegetais;
Isolante térmico: nos animais as células gordurosas formam uma camada que atua na manutenção na
temperatura corporal, sendo fundamental para animais que vivem em climas frios;
Ácidos graxos: estão presentes nos óleos vegetais extraídos de sementes, como as de soja, de girassol, de
canola e de milho, que são usados na síntese de moléculas orgânicas e das membranas celulares.
Absorção de vitaminas: auxiliam a absorção das vitaminas A, D, E e K que são lipossolúveis e se dissolvem nos
óleos. Como essas moléculas não são produzidas no corpo humano é importante o consumo desses óleos na
alimentação.
24
São insolúveis em água porque suas moléculas são
apolares, ou seja, não têm carga elétrica e por esse
motivo não possuem afinidade pelas moléculas
polares da água.
Ceras
Estão presentes nas superfícies das folhas de plantas, no corpo de alguns insetos, nas ceras de abelhas e
até mesmo aquela que há dentro do ouvido humano.
Esse tipo de lipídeo é altamente insolúvel e evita a perda de água por transpiração. São constituídas por
uma molécula de álcool (diferente do glicerol) e 1 ou mais ácidos graxos.
Fosfolipídios
São os principais componentes das membranas das células, é um glicerídeo (um glicerol unido a
ácidos graxos) combinado com um fosfato.
Glicerídeos
Podem ter de 1 a 3 ácidos graxos unidos a uma molécula de glicerol (um álcool, com 3 carbonos unidos
a hidroxilas-OH). O exemplo mais conhecido é o triglicerídeo, que é composto por três moléculas de
ácidos graxos.
Esteroides
São compostos por 4 anéis de carbonos interligados, unidos a hidroxilas, oxigênio e cadeias carbônicas.
25
Esquema
representando a estrutura das lipoproteínas HDL e LDL.
As lipoproteínas LDL carregam o colesterol, que se for consumido em excesso se acumula no sangue. Já
as lipoproteínas HDL retiram o excesso de colesterol do sangue e levam até o fígado, onde será
metabolizado. Por fazer esse papel de "limpeza" as HDL são chamadas de bom colesterol.
Carnes vermelhas
Peixes
Ovos
Leite
Manteiga
Coco
Abacate
Oleaginosas como castanhas, nozes, amêndoas e gergelim
26
Azeite de oliva
Eles recebem essa denominação pelo fato de possuírem caráter ácido e por serem encontrados no
núcleo da célula.
Os ácidos nucleicos são essenciais para todas as células, pois é a partir das moléculas de DNA e RNA
que são sintetizadas as proteínas, as células se multiplicam e ainda ocorre o mecanismo de transmissão
das características hereditárias.
Além disso, os nucleotídeos são importantes em diversos processos, como a síntese de alguns
carboidratos e lipídios e a regulação do metabolismo intermediário, ativando ou inibindo enzimas.
Estrutura
Como vimos, os ácidos nucleicos são formados por nucleotídeos, os quais apresentam três
componentes básicos: um grupo fosfato, uma pentose e uma base nitrogenada.
Estrutura do nucleotídeo
27
Os nucleotídeos unem-se através de ligações fosfodiéster entre o açúcar e o grupo fosfato. A pentose é
um açúcar com cinco carbonos, a do DNA é chamada de desoxirribose, enquanto a do RNA denomina-
se ribose.
Quando existe apenas uma base nitrogenada ligada a um carboidrato do grupo das pentoses, forma-se
um nucleosídeo. Graças à adição do grupo fosfato aos nucleosídeos, as moléculas passam a ter cargas
negativas e tornam-se nucleotídios, apresentando o caráter ácido.
As bases nitrogenadas são estruturas cíclicas e existem em dois tipos: as púricas e as pirimídicas. Tanto o
DNA como o RNA possuem as mesmas purinas: a adenina (A) e a guanina (G). A mudança ocorre em
relação às pirimidinas, a citosina (C) é comum entre os dois, mas varia a segunda base, no DNA
há timina (T) e no RNA há uracila (U).
28
Por tanto, existem dois tipos de ácidos nucleicos: o ácido desoxirribonucleico ou
DNA (desoxirribonucleic acid) e o ácido ribonucleico ou RNA (ribonucleic acid). Ambos são
macromoléculas compostas por cadeias de centenas ou milhares de nucleotídios ligados.
Por meio da molécula de DNA, o RNA é produzido no núcleo celular, sendo encontrado também no
citoplasma da célula. A sigla de RNA vem da língua inglesa: RiboNucleic Acid.
29
Estrutura do RNA
A molécula de RNA é composta por ribonucleotídeos, os quais são formados por uma ribose (açúcar),
um fosfato e as bases nitrogenadas.
Tipos de RNA
RNA Ribossômico (RNAr): recebe esse nome pois é o principal constituinte dos ribossomos. Ele possui o maior
peso, sendo o principal responsável pela síntese de proteínas.
RNA Mensageiro (RNAm): junto ao RNA ribossômico, ele auxilia na síntese de proteínas, orientando a ordem
dos aminoácidos para a formação proteica. Ele é responsável por levar do núcleo celular até o citoplasma as
informações genéticas recebidas do DNA. Seu peso é menor que o RNA ribossômico.
RNA Transportador (RNAt): seu nome já indica que sua função é transportar as moléculas de aminoácidos que
serão utilizados na síntese de proteínas. Ele transporta essas moléculas até os ribossomos, local em que se
unem e formam as proteínas. Comparado com os outros, este possui o menor peso.
RNA Polimerase
O RNA polimerase é o nome da enzima que auxilia na catalisação da síntese do RNA. A partir de uma
molécula de DNA ela é formada por um processo chamado de transcrição.
30
Etapas da expressão gênica ou genética
Ribozimas
As proteínas enzimáticas formadas por RNA
são chamadas de ribozimas.
Essas enzimas estão relacionadas com a
síntese de proteínas nas células.
Representação do
processo de síntese proteica que começa no núcleo e depois acontece no citoplasma
31
Diferença entre DNA e RNA
Tanto o DNA quanto o RNA são materiais genéticos responsáveis pela transmissão de caracteres
hereditários.
O DNA (ácido desoxirribonucleico) é uma molécula que carrega toda a informação genética de um
organismo e está presente no núcleo das células de todos os seres vivos.
Tem como função transmitir as informações genéticas para o RNA. Em relação à pentose que contém, o
RNA é formado por uma ribose, enquanto o DNA por uma desoxirribose.
Em relação ao tamanho, o RNA é menor que o DNA. Isso porque o RNA é formado por uma cadeia
simples (ou seja, uma única fita), enquanto o DNA é composto de uma dupla hélice. Assim, o RNA é
formado a partir de uma fita do DNA.
Quanto à estrutura do DNA e do RNA, elas são semelhantes, no entanto, o filamento de DNA é formado
pelas seguintes bases nitrogenadas:
Adenina (A)
Guanina (G)
Citosina (C)
Timina (T)
32
Comparação entre uma molécula de DNA (fita dupla) e
uma de RNA (fita simples)
Você Sabia?
O Retrovírus da Aids, o HIV, é formado por RNA. Sendo
assim, sua informação genética está na forma de RNA.
Síntese Proteica
A síntese proteica é o mecanismo de produção de proteínas determinado pelo DNA, que acontece em
duas fases chamadas transcrição e tradução.
O processo acontece no citoplasma das células e envolve ainda RNA, ribossomos, enzimas específicas e
aminoácidos que auxiliarão na sequência da proteína a ser formada.
33
Em resumo, o DNA é "transcrito" pelo RNA mensageiro (RNAm) e depois a informação é "traduzida"
pelos ribossomos (compostos RNA ribossômico e moléculas de proteínas) e pelo RNA transportador
(RNAt), que transporta os aminoácidos, cuja sequência determinará a proteína a ser formada.
Expressão Gênica
As etapas do processo de síntese das proteínas é regulado pelos genes. Expressão gênica é o nome do
processo pelo qual a informação contida nos genes (a sequência do DNA) gera produtos gênicos, que
são as moléculas de RNA (na etapa de transcrição gênica) e as proteínas (na etapa de tradução gênica).
Transcrição Gênica
Nessa primeira fase a molécula de DNA se abre, e os códigos presentes no gene são transcritos para a
molécula de RNA. A enzima polimerase do RNA se liga a uma das extremidades do gene, separando
as fitas de DNA e os ribonucleotídeos livres se emparelham com a fita de DNA que serve de molde.
A sequência das bases nitrogenadas do RNA seguem exatamente a sequência de bases do DNA,
segundo a seguinte regra:
O que determina o início e o fim do gene que será transcrito são sequências específicas de
nucleotídeos, o início é a região promotora do gene e o fim é a região terminal. A polimerase do RNA
se encaixa na região promotora do gene e vai até a região terminal.
Tradução Gênica
A cadeia polipeptídica é formada pela união de aminoácidos segundo a sequência de nucleotídeos do
RNAm. Essa sequência do RNAm, denominada códon, é determinada pela sequência de bases da fita do
DNA que serviu de molde. Desse modo, a síntese de proteínas é a tradução da informação contida no
gene, por isso se chama tradução gênica.
Veja na figura a seguir o círculo do código genético, que deve ser lido do meio para fora, assim por
exemplo: o códon AAA está associado ao aminoácido lisina (Lys), GGU é glicina (Gly) e UUC é
fenilalanina (Phe).
34
Círculo do Código
Genético. O códon AUG, associado ao aminoácido Metionina é de iniciação e os códons UAA, UAG e
UGA sem aminoácidos associados, são de parada.
Diz-se do código genético que é "degenerado" porque muitos dos aminoácidos podem ser codificados
pelo mesmo códon, como a serina (Ser) associada aos códons UCU, UCC, UCA e UCG. Há no entanto o
aminoácido Metionina associado a apenas um códon AUG, que sinaliza o início da tradução, e
3 códons de parada (UAA, UAG e UGA) não associados a nenhum aminoácido, que sinalizam o fim da
síntese proteica.
35
Formação da Cadeia Polipeptídica
Representação
esquemática da associação entre o ribossomo, o RNAt e o RNAm, para a formação da proteína.
A síntese da proteína começa com a associação entre um RNAt, um ribossomo e um RNAm. Cada RNAt
transporta um aminoácido cuja sequência de bases, chamada anticódon, corresponde ao códon do
RNAm.
O RNAt trazendo uma metionina, orientado pelo ribossomo, se liga ao RNAm onde se encontra o códon
(AUG) correspondente dando início ao processo. Em seguida se desliga e outro RNAt se liga trazendo
outro aminoácido.
Essa operação é repetida várias vezes formando a cadeia polipeptídica, cuja sequência de aminoácidos é
determinada pelo RNAm. Quando enfim o ribossomo chega a região do RNAm onde há um códon de
parada, é determinado o fim do processo.
36
Comparação entre uma moléculas de DNA
(fita dupla) e uma de RNA (fita simples).
DNA
Os genes são partes específicas da
molécula de DNA, que possuem códigos
que serão transcritos para o RNA. Cada
gene determina a produção de uma
molécula específica de RNA.
RNA
As moléculas de RNA são produzidas a partir de um molde de DNA. O DNA é uma fita dupla, sendo que
apenas uma delas é usada para a transcrição do RNA.
No processo de transcrição participa a enzima polimerase do RNA. São produzidos 3 tipos diferentes,
cada qual com função específica: RNAm - RNA mensageiro, RNAt - RNA transportador e RNAr - RNA
ribossômico.
Ribossomos
Os ribossomos são estruturas presentes nas células eucarióticas e procarióticas, cuja função é sintetizar
proteínas. Não são organelas pois não possuem membranas, são espécies de grânulos, cuja estrutura é
composta da molécula de RNA ribossômico dobrado, associado a proteínas.
Sais Minerais
Os Sais Minerais são substâncias inorgânicas essenciais para o bom funcionamento do corpo,
porém, não são produzidas pelo ser humano. Encontrados em diversos alimentos, a ingestão desses
minerais precisa ser em quantidades adequadas.
Na tabela abaixo estão listados os seguintes sais minerais: fósforo, ferro, magnésio, sódio, iodo,
cálcio, flúor, potássio, zinco, selênio, manganês, cobre, enxofre, cromo, além
de suas funções principais e as fontes alimentares onde são encontrados.
37
Importância dos Sais Minerais
SAL
PRINCIPAIS FUNÇÕES ALIMENTOS ONDE É ENCONTRADO
MINERAL
Componente de
alguns hormônios importantes para o Frutos do mar, peixes, sal de cozinha
IODO
organismo, como por exemplo, da iodado.
Tireoide.
38
SAL
PRINCIPAIS FUNÇÕES ALIMENTOS ONDE É ENCONTRADO
MINERAL
do Pará.
MANGANÊS Auxilia nos processos enzimáticos. Cereais integrais, legumes, café, chás.
Á gua
A água é um recurso natural abundante no planeta, essencial para a existência e sobrevivência das
diferentes formas de vida.
Trata-se de uma substância química formada pela junção de dois átomos de hidrogênio (H) e um átomo
de oxigênio (O). Portanto, a fórmula da água é H2O.
A molécula da água é composta por um átomo de oxigênio (O) e dois átomos de hidrogênio (H)
Características da água
A água pode existir na natureza nos três estados físicos (sólido, líquido e gasoso). A mudança de estado
depende do seu aquecimento ou resfriamento.
Essa substância é tida como um solvente universal, capaz de dissolver diferentes materiais, que vão
desde os sais no mar até às moléculas indispensáveis para as atividades no corpo humano.
39
Esse recurso natural é capaz de manter a temperatura estável, pois tem a capacidade de armazenar calor
quando ocorrem mudanças de temperatura.
A forma como as moléculas se arranjam na superfície de uma quantidade de água faz com que se forme
uma película resistente, que é chamada de tensão superficial.
A água potável, que é própria para consumo, apresenta-se inodora, insípida, incolor e livre de
microrganismos prejudiciais à saúde.
Importância da água
A água é importante para manter a vida no planeta. Suas principais funções são: hidratar os seres vivos,
manter o equilíbrio da biodiversidade e permitir o desenvolvimento de atividades pelos seres humanos.
Para o planeta
A água no planeta forma os ecossistemas aquáticos, divididos em oceanos, rios, lagos e pequenos
corpos de água, permitindo a existência de diferentes tipos de animais e viabilizando as relações
ecológicas.
A água que se infiltra no solo é responsável pela sua umidificação. Isso favorece o crescimento e
desenvolvimento da vegetação. No meio ambiente, a água também é capaz de regular a temperatura,
tornando a sensação térmica mais agradável.
A água também faz parte da composição dos seres vivos. Nos alimentos, a quantidade de água pode
variar e alcançar grandes porcentagens, como é o caso do pepino que é formado por 95% de água. A
água-viva é uma espécie animal em que 98% do peso do seu corpo corresponde à água.
Distribuição de água
40
O planeta Terra tem cerca de 70% de sua superfície coberta por água, sendo que 97,5% dessa
quantidade é de água salgada e encontra-se em maior parte nos mares e oceanos.
É preciso lembrar também que a água não é distribuída uniformemente no mundo. Em alguns lugares
da Terra há grande disponibilidade de água doce, em muitos outros, a escassez de água é uma
realidade, como nas regiões semiáridas e nos desertos.
Água no Brasil
O Brasil é o país que possui a maior reserva de água doce do planeta, com aproximadamente 13,7%.
Sobre a hidrografia brasileira podemos destacar o rio Amazonas, maior rio em volume de água do
mundo, e o Aquífero Guarani, que é a maior reserva de água doce subterrânea do mundo.
Usos da água
A maior parte da água disponível para utilização no planeta é utilizada na agricultura. Cerca de 69% da
água é usada na irrigação.
Em torno de 22% do consumo de água é destinado às indústrias. A água faz parte dos produtos, é
utilizada para resfriar e gerar vapor, limpar ambientes, entre outras utilidades.
A água ainda é utilizada para produção de energia elétrica. O potencial hidráulico da água é
aproveitado pelas usinas hidrelétricas para conversão de energia.
A água potável, que representa uma parcela de 8% do consumo, é a que abastece as nossas casas e está
presente no nosso dia a dia. Ela é indispensável, pois usamos para beber, para o preparo das refeições,
para a higiene pessoal e doméstica, etc.
Ciclo da água
O ciclo da água é um ciclo biogeoquímico, onde os materiais são reciclados pelas trocas entre os seres
vivos e o meio ambiente.
O "Ciclo da água" ou "Ciclo Hidrológico" é a transformação e circulação pelas quais a água passa. A
água está em permanente transformação, passando de um estado para outro (sólido, líquido e gasoso):
41
Etapas do ciclo da água
O ciclo da água segue as seguintes etapas:
1. O calor irradiado pelo Sol esquenta a água dos oceanos, mares, rios e lagos. Parte dela transforma-se em vapor
de água, que sobe para a atmosfera;
2. O vapor que se acumula nas partes mais altas da atmosfera, fica tão frio ao ponto de condensar em pequenas
gotinhas de água, flocos de neve e cristais de gelo que formam as nuvens. Se a temperatura atmosférica diminui
ainda mais, ocorrem chuvas, neves e granizo;
3. Parte das chuvas cai sobre os oceanos e mares. Outra parte atinge os continentes, podendo cair sobre o solo,
onde se infiltra e alimenta os lençóis subterrâneos;
4. Parte da água que se infiltrou no solo pode ser absorvida pelas plantas que, depois é devolvida à atmosfera por
meio da transpiração;
5. A água também pode evaporar ou escoar sobre o solo e correr para os rios, mares e oceanos, reiniciando o
ciclo.
Ecossistemas aquáticos são prejudicados pela poluição desenfreada, principalmente pelo lançamento de
substâncias tóxicas nos lençóis freáticos, ainda mais quando se trata de substâncias não biodegradáveis,
que podem permanecer no ambiente por longos períodos.
Os produtos tóxicos ou poluentes mais perigosos contêm metais pesados, como o chumbo em grande
quantidade. Os derivados de petróleo (gasolina óleo e querosene), também poluem a água.
A água potável para o consumo humano deve ser isenta de substâncias e microrganismos prejudiciais à
saúde. Há inúmeras substâncias que podem contaminar a água, tornando-a perigosa para o consumo
dos seres vivos.
Além disso, há também a questão do desperdício. A água está presente em inúmeros processos
industriais e, em muitos casos, pode ocorrer o desperdício. Para se ter uma noção, a produção de
apenas uma calça jeans utiliza cerca de 5 mil litros de água.
O desperdício também pode vir do mau uso pela população. Escovar os dentes com a torneira aberta
ou demorar muito no banho, podem fazer com que uma grande quantidade de água caia pelo ralo sem
ser utilizada.
42
Enzimas
As enzimas são proteínas que catalisam reações químicas as quais ocorrem em seres vivos.
Elas aceleram a velocidade das reações, o que contribui para o metabolismo. Sem as enzimas, muitas
reações seriam extremamente lentas.
Durante a reação, as enzimas não mudam sua composição e também não são consumidas. Assim, elas
podem participar várias vezes do mesmo tipo de reação, em um intervalo de tempo pequeno.
Um exemplo da atividade das enzimas ocorre no processo de digestão. Graças à ação das enzimas
digestivas, as moléculas dos alimentos são quebradas em substâncias mais simples.
A eficiência de uma molécula de enzima é muito grande. Estima-se que, em geral, uma molécula de
enzima seja capaz de converter 1000 moléculas de substrato em seus respectivos produtos, isso em
apenas 1 minuto.
Como funcionam?
Cada enzima é específica para um tipo de reação. Ou seja, elas atuam somente em um determinado
composto e efetuam sempre o mesmo tipo de reação.
A enzima se liga a uma molécula de substrato em uma região específica denominada sítio de ligação.
Para isso, tanto a enzima quanto o substrato sofrem mudança de conformação para o encaixe.
Eles se encaixam perfeitamente como chaves em fechaduras. A esse comportamento damos o nome
de Teoria da Chave-Fechadura.
43
Entre os fatores que alteram a atividade das enzimas estão:
Classificação
As enzimas são classificadas nos seguintes grupos, conforme o tipo de reação química que catalisam:
Exemplos e Tipos
As enzimas são formadas por uma parte protéica, chamada de apoenzima e outra parte não protéica,
chamada de co-fator.
Quando o co-fator é uma molécula orgânica, recebe a denominação de coenzima. Muitas coenzimas
são relacionadas com as vitaminas.
44
Ptialina ou Amilase: atua na degradação do amido na boca, transformando-o em maltose (molécula
de menor tamanho);
Pepsina ou Protease: atua sobre proteínas, degradando-as em moléculas menores;
Tripsina: participa da degradação de proteínas que não foram digeridas no estômago.
Enzimas de Restrição
As enzimas de restrição ou endonucleases de restrição são produzidas por bactérias.
Ribozimas
Ribozimas são moléculas de RNA que atuam como enzimas. Muitas reações químicas que ocorrem
dentro das células são catalisadas pelo RNA.
Assim como as proteínas que atuam como enzimas, essas moléculas de RNA aceleram a velocidade de
certas reações químicas.
Elas também são altamente específicas quanto ao substrato e permanecem quimicamente intactas após
a reação.
A atuação dessas ribozimas está ligada a várias etapas da síntese de proteínas nas células.
Ecologia
Dinâ mica Populacional
As populações possuem diversas características próprias,
mensuráveis.
45
O tamanho de uma população pode ser avaliado pela sua densidade
Curvas de crescimento
Cada membro de uma população pode nascer, crescer e morrer, mas somente uma
população como um todo possui taxas de natalidade e de crescimento específicas,
além de possuir um padrão de dispersão no tempo e no espaço.
Curvas de crescimento
A curva S é a de crescimento populacional padrão, a esperada para a maioria das
populações existentes na natureza. Ela é caracterizada por uma fase inicial de
crescimento lento, em que ocorre o ajuste dos organismos ao meio de vida. A
seguir, ocorre um rápido crescimento, do tipo exponencial, que culmina com uma
fase de estabilização, na qual a população não mais apresenta crescimento.
Pequenas oscilações em torno de um valor numérico máximo acontecem, e a
população, então permanece em estado de equilíbrio.
46
Observe o gráfico abaixo para ententer melhor:
47
A fase geométrica do crescimento tende a ser ilimitada em função do potencial
biótico da espécie, ou seja, da capacidade que possuem os indivíduos de se
reproduzir e gerar descendentes em quantidade ilimitada.
Há porém, barreiras naturais a esse crescimento sem fim.
48
A curva J é típica de populações de algas, por exemplo, na qual há um
crescimento explosivo, geométrico, em função do aumento das
disponibilidades de nutrientes do meio. Esse crescimento explosivo é
seguido de queda brusca do número de indivíduos, pois, em
decorrência do esgotamento dos recursos do meio, a taxa de
mortalidade é alta, podendo, inclusive, acarretar a extinção da
população do local.
49
A curva (a) representa o potencial biótico da espécie; a curva
(b) representa o crescimento populacional padrão; (c) é a capacidade
limite do meio. A área entre (a) e (b) representa a resistência
ambiental.
O potencial biótico pode variar de espécie para espécie, podendo ser elevado para
algumas e baixo para outras. No entanto, as populações estão sujeitas à ação conjunta
dos fatores limitantes do crescimento.
Vamos imaginar uma porção de floresta que foi incendiada e agora está pronta para a
recolonização por certas espécies; dessa maneira, haverá um aumento das populações
50
nesse local. Entretanto, esse crescimento não será exponencial (sem limites, como
observado no gráfico anterior), pois chegará um momento em que os recursos
disponíveis atuarão como limitantes, promovendo uma resistência ao potencial biótico
(crescimento das populações).
51
Esta teia alimentar apresenta quatro cadeias alimentares:
Já em uma teia alimentar, existem várias setas que indicam as interações entre os seres,
ou seja, as conexões entre as cadeias, assim como ocorre em um ecossistema, pois um
ser vivo pode se alimentar de muitos outros.
Por exemplo, um camundongo pode fazer parte de duas cadeias alimentares, pois serve
de alimento para cobras e raposas.
Além disso, a posição de um ser em uma teia alimentar, ao contrário do que acontece em
uma cadeia alimentar, não é fixa. Por exemplo, uma onça e uma raposa podem se
alimentar de um coelho. Nestes casos, as cadeias alimentares seriam:
52
Cadeia com 3 seres: Plantas → coelho → onça
Cadeia com 4 seres: Plantas → coelho → raposa → onça
Note que no primeiro exemplo a onça é um consumidor de segunda ordem e no
segundo exemplo este predador é um consumidor de terceira ordem.
Seres produtores
Os seres produtores são seres autotróficos e estão na base da cadeia alimentar porque
são capazes de produzir seu próprio alimento.
Nas cadeias alimentares terrestres as plantas são seres produtores e nas cadeias
aquáticas existem os fitoplânctons.
Seres consumidores
Os consumidores são seres heterotróficos, pois adquirem nutrientes e energia ao se
alimentarem de outros seres vivos.
Seres decompositores
Quando todos os seres vivos morrem, a matéria orgânica serve de alimento para os seres
decompositores, como os fungos e bactérias presentes no solo.
53
Elas representam o fluxo de energia e matéria entre os níveis tróficos, no decorrer da
cadeia alimentar.
Pirâmide de número
54
Pirâmide de número invertida
Pirâmide de biomassa
Pirâmide de biomassa
Pirâmide de energia
O fluxo de energia, através da cadeia alimentar, diminui em direção aos níveis tróficos
mais altos. Assim, a energia diminui da base para o topo, porque parte da energia é
incorporada por cada nível trófico e outra parte dissipada em forma de calor.
55
Por isso, quanto mais curta for a cadeia alimentar, mais energia será aproveitada.
Pirâmide de Energia
PPL = PPB – R
56
Em ecossistemas estáveis, com frequência a produção de (P) iguala o
consumo de (R). Nesse caso, vale a relação P/R = 1.
Eficiência Ecológica
57
O modo como os indivíduos, iguais ou não, interagem e causam impacto em
determinado ecossistema é o campo de estudo principal que utiliza essa escala.
Mimetismo e Camuflagem
A camuflagem é uma estratégia de defesa na qual os seres vivos assemelham-se com o
ambiente em que vivem.
Porém, o mesmo mecanismo também pode ser utilizado por alguns predadores para
surpreender as suas presas.
58
Existem dois tipos de camuflagem:
Exemplos
Bicho-pau
O bicho-pau é um inseto e representa um exemplo de homotipia. Desse modo, ele pode
passar despercebido entre galhos de árvores.
Pássaro urutau
O pássaro urutau é uma ave noturna e com uma plumagem adaptada para a
camuflagem. Ele costuma ficar paralisado em troncos de árvores para não ser percebido
por seus predadores.
59
O pássaro urutau pode permanecer horas imóvel
sob um tronco de árvore
Camaleão
O camaleão é um lagarto com excelente capacidade de se camuflar, representando um
dos melhores exemplos da natureza.
Eles podem alterar a sua coloração em função de sua temperatura ou de sua interação
com outros indivíduos, além da própria capacidade de camuflagem.
Corujas
As corujas podem facilmente se camuflar em troncos de árvores. O fato da coloração de
suas penas serem parecidas com o ambiente, faz com que a coruja passe despercebida.
60
Diversas espécies de corujas podem se camuflar
Camuflagem e mimetismo
Ciclos Biogeoquímicos
O ciclo da água é o permanente processo de transformação da água na natureza,
passando de um estado para outro (líquido, sólido ou gasoso).
61
A água, indispensável para a manutenção da vida, é encontrada na natureza e está
distribuída nos rios, lagos, mares, oceanos e em camadas subterrâneas do solo ou em
geleiras.
Ciclo da Água
1. O calor irradiado pelo sol aquece a água dos rios, lagos, mares e oceanos ocorrendo o
fenômeno da Evaporação. Nesse momento, ocorre a transformação do estado líquido
da água para o seu estado gasoso, à medida que se desloca da superfície da Terra para
a atmosfera.
2. O vapor da água esfria, se acumula na atmosfera e se condensa na forma de gotículas,
que formarão as nuvens ou nevoeiros. Neste momento, ocorre o processo
de Condensação, ou seja, a transformação do estado gasoso da água para seu estado
líquido, sendo as nuvens, as gotículas de água líquida suspensas no ar.
3. Com muita água condensada na atmosfera, se inicia o processo de Precipitação, onde
as gotículas suspensas no ar se tornam pesadas e caem no solo na forma de chuva. Em
regiões muito frias a água condensada passa do estado gasoso para o líquido e
rapidamente para o estado sólido, formando a neve ou o granizo.
4. Quando o vapor de água condensado cai sobre a superfície terrestre, ocorre
a Infiltração de uma parte dessa água que vai alimentar os lençóis subterrâneos.
62
5. Parte da água que se infiltrou no solo pode ser absorvida pelas plantas que, depois de
utilizá-la a devolvem à atmosfera por meio do processo de Transpiração.
A água também pode evaporar ou escoar sobre o solo e abastecer os rios, que
deságuam em mares e oceanos, reiniciando todo o processo do ciclo da água.
Para que o ciclo hidrológico ocorra uma série de etapas acontecem com o auxílio do
calor do sol, principal fonte de energia, e da força da gravidade.
Evaporação
A primeira etapa do ciclo da água é a evaporação. Nela, a água muda do estado líquido
para o gasoso.
Sublimação
A água no estado sólido também pode ser transferida para atmosfera na forma de vapor,
sem passar pelo estado líquido, e esse processo recebe o nome de sublimação.
Vale lembrar que a sublimação ocorre de maneira muito mais lenta que a evaporação e
geleiras no Polo Norte e Polo Sul são algumas das principais fontes de água em que
ocorre esse fenômeno.
Condensação
Quando o vapor d’água chega à atmosfera ocorre a condensação, ou seja, retorno para o
estado líquido.
63
A formação das nuvens ocorre pela aproximação das gotículas de água, pois em elevadas
altitudes a temperatura é menor. Além disso, as gotículas são tão pequenas que
conseguem flutuar no ar e formam a neblina.
As nuvens são o principal meio para a água retornar para a superfície terrestre. Quando
as gotas de água se juntam, tornando-se maiores e mais pesadas, elas caem como chuva.
Precipitação
A precipitação e a liberação de água pela as nuvens, mais conhecida como chuva. Os
vapores de água condensados na atmosfera retornam para a Terra pelas mudanças de
temperatura e ação do vento.
Quando a chuva cai, a água pode seguir diferentes caminhos dependendo de onde
ocorreu a precipitação. Ela cai diretamente nos recursos hídricos, infiltra-se no solo e em
fendas de rochas, pode ser absorvida pelas plantas, entre outros.
Além da chuva, a água também pode chegar a superfície da Terra na forma de neve ou
granizo. A água percorre o solo em um processo chamado de escoamento.
Infiltração
Quando a água que cai no solo não escoa para algum corpo d'água ela pode ser
absorvida pelo solo.
Transpiração
A água absorvida pelo solo é aproveitada pelas plantas entrando pelas raízes. Assim
como a evaporação, a transpiração é a transformação de água líquida em vapor d’água e
também participa da umidade do ar.
A água sai das plantas pelas folhas, que possuem aberturas muito pequenas e liberam a
água excedente, já que é nessa parte da planta que a água é direcionada para participar
da fotossíntese.
64
O nitrogênio é um gás encontrado em abundância no ar (cerca de 78%) na forma de N 2,
mas por ser pouco reativo quimicamente, permanece livre e não é facilmente assimilado
pelos seres. Também compõe as moléculas de proteína e os ácidos nucleicos das células,
sendo assim muito importante para todos os organismos.
Algumas plantas são capazes de fixar o nitrogênio do ar, através da associação com
algumas espécies de bactérias ditas fixadoras, que vivem em nódulos nas suas raízes.
Essas plantas são do grupo das leguminosas, como feijões, soja, lentilhas. Existem
também bactérias livres no solo que agem na transformação do N 2 em nitratos. Outro
meio de fixação do nitrogênio na natureza é através de raios. Vale ressaltar o papel das
bactérias no ciclo, pois atuam nas várias etapas.
Etapas do Ciclo
65
Fixação
Bactérias fixadoras livres no solo ou associadas a raízes de leguminosas transformam
nitrogênio do ar (N2) em amônia (NH4+) e nitratos (NO3-).
Amonificação
A ureia (NH2)2CO é um dos resíduos do metabolismo dos animais (eliminada pela urina)
é transformada em amônia por bactérias do solo.
Nitrificação
Bactérias nitrificantes do solo transformam a amônia em nitratos.
66
Desnitrificação
O nitrogênio é devolvido à atmosfera através de bactérias desnitrificantes que o
convertem a partir dos nitratos do solo.
Importância
67
No ciclo biológico do Carbono, podemos ter a total renovação do carbono atmosférico
em até vinte anos.
68
Também faz parte do ciclo biológico a remoção de grande parte do carbono da
atmosfera excedendo os limites da respiração, quando a matéria orgânica acumula-se em
depósitos sedimentares que se decompõem em combustíveis fósseis.
Outra forma de acelerar ainda mais o ciclo rápido e adicionar CO 2 na atmosfera são os
incêndios naturais. Eles consomem a biomassa e matéria orgânica, transferindo mais
CO2 num ritmo maior do que aquele que remove naturalmente o Carbono a partir de sua
sedimentação.
Assim, 99% desse carbono está na litosfera, a maior parte sob a forma inorgânica,
armazenada em rochas sedimentares em depósitos de combustíveis fósseis.
As ações humanas influenciam no ciclo global do carbono, uma vez que elas retiram o
carbono armazenado nos depósitos fósseis numa velocidade superior à da absorção do
carbono pelo ciclo.
69
Curiosidades
Os oceanos são grandes depósitos de gás carbônico e realizam uma troca constante de
carbono com a atmosfera.
A concentração do carbono na atmosférica é a menor, pois a maior parte está nos
oceanos e na crosta terrestre.
A vida nos oceanos consome grandes quantidades de CO 2, uma vez que baixas
temperaturas no oceano aumentam a absorção do CO 2 atmosférico, enquanto
temperaturas mais altas podem causar a emissão de CO 2.
O Efeito Estufa é um sintoma do ciclo do carbono, uma forma que a Terra tem para
manter sua temperatura constante.
O oxigênio é um elemento de
extrema importância. Ele está presente na camada de ozônio e é essencial para a
existência da vida na Terra.
Como ocorre o ciclo do oxigênio
70
O ciclo do oxigênio permite que o oxigênio circule entre o meio ambiente e os seres
vivos. A principal forma de produção de oxigênio é a fotossíntese. Os organismos
fotossintetizantes assimilam o gás carbônico para a produção de matéria orgânica e
liberam o oxigênio, em sua forma gasosa (O2), no ambiente como um dos produtos
desse processo. O oxigênio, presente nas moléculas orgânicas produzidas, é transferido
aos demais organismos por meio das cadeias alimentares.
No ciclo do oxigênio, o oxigênio é produzido por meio
da fotossíntese e consumido pelo processo de
respiração.
O oxigênio gasoso da atmosfera (O2) é utilizado por
alguns organismos no processo de respiração
celular, um processo aeróbio de produção de energia.
Nesse processo, o oxigênio liga-se a átomos de
hidrogênio, formando água (H20). Parte dessa água é
utilizada em reações metabólicas e volta ao ambiente
por intermédio dos processos de respiração e
decomposição. Outra parte é eliminada
pela transpiração e excreção. No final da respiração, também se elimina CO 2 (dióxido
de carbono). É por essa razão que os ciclos do oxigênio e do carbono estão
interligados.
Origem do oxigênio
O oxigênio na Terra teve origem a partir da sua produção por organismos que
conseguiam utilizar a energia proveniente da radiação solar para produzir açúcares, a
partir de água e gás carbônico.
Esses organismos, cianobactérias, produziam o oxigênio, o qual reagia com íons de ferro
presentes na água, formando óxidos de ferro. Apenas quando a produção de oxigênio
superou a capacidade de oxidação do ferro, ele passou a se acumular na atmosfera.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
As cianobactérias mais antigas datam de cerca de 3,5 bilhões de anos, no entanto, o
acúmulo de oxigênio na atmosfera, o que levou a uma grande transformação na
atmosfera e permitiu que a vida se desenvolvesse como a conhecemos hoje, data de
cerca de 2 bilhões de anos.
O oxigênio e a camada de ozônio
O oxigênio faz parte da constituição da camada de ozônio, uma camada gasosa que
protege a Terra retendo parte dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol e protegendo os
71
organismos contra seus efeitos nocivos. Na estratosfera, parte do gás oxigênio (O2) é
transformada em ozônio (O3) pela ação de alguns comprimentos de onda (menores que
200 nm) de raios ultravioleta. Uma reação contrária transforma o ozônio em oxigênio,
também por meio da ação de raios ultravioleta, de comprimentos diferentes (entre 200 e
300 nm), o que mantém um equilíbrio na camada.
No entanto, alguns gases lançados na atmosfera, como os clorofluorcarbonos (CFCs),
reagem com essa camada, transformando o ozônio em oxigênio, destruindo-a. A
destruição da camada de ozônio permite a passagem dos raios ultravioleta, o que pode
afetar diversos organismos.
Diante disso, em 1987, foi assinado o Protocolo de Montreal, que impunha algumas
obrigações para que a produção e consumo de produtos que destruíam a camada de
ozônio fossem reduzidos, até sua eliminação. Os países industrializados já reduziram
essas emissões em 97%. Alguns estudos mostram que a destruição da camada de
ozônio está contida, não apresentando expansão no buraco presente na camada.
A camada de
ozônio atua como uma barreira, retendo parte dos raios ultravioleta, que são prejudiciais
aos seres vivos.
Resumo do ciclo do oxigênio
72
O oxigênio é um dos elementos mais abundantes do planeta. Na atmosfera, ele pode ser
encontrado na forma de oxigênio gasoso (O2), ozônio (O3) e dióxido de carbono (CO2);
O oxigênio começou a se acumular na atmosfera há cerca de 2 bilhões de anos;
O oxigênio está presente na constituição da camada de ozônio e participa de importantes
processos, como a fotossíntese, respiração, decomposição e combustão;
O ciclo do oxigênio envolve alguns processos. A sua liberação no ambiente ocorre
principalmente por meio da fotossíntese e sua assimilação pelos organismos ocorre pela
respiração
O ciclo tem início quando as rochas sofrem intemperismo e liberam o íon fosfato no solo.
Assim, esse composto pode ser carregado até os rios, oceanos e lagos ou incorporado
por seres vivos.
Quando são aproveitados pelos seres vivos, podem retornar à natureza durante a
decomposição da matéria orgânica.
73
O fósforo pode ser levado para rios, lagos e mares. Em ambientes aquáticos, o fósforo
pode ser aproveitado pelos seres vivos ou sedimenta-se e ser incorporado às rochas em
formação.
Assim, o ciclo do fósforo pode ser diferenciado em dois aspectos relacionados a escalas
de tempo:
74
Relaçõ es Ecoló gicas
As interações entre as comunidades bióticas que compõem um ecossistema são
chamadas de “Interações Biológicas” ou “Relações Ecológicas”.
Elas determinam as relações dos seres vivos entre si e o meio em que habitam para
sobreviverem e se reproduzirem.
Esta comunidade, formada por todos os indivíduos que fazem parte de um determinado
ecossistema, possui diversas formas de interações entre os seres que a constituem.
Geralmente, estão relacionadas com a obtenção de alimento, abrigo, proteção,
reprodução, etc.
75
Sociedade: indivíduos independentes, organizados e cooperando nos cuidados da prole
e manutenção do grupo. Exemplos: abelhas, formigas e cupins.
Colônia: indivíduos associados anatomicamente e dependentes que repartem funções.
Exemplos: corais.
Desarmônicas:
76
Peixes competindo pelo alimento em aquário
77
Protocooperação: as duas espécies envolvidas obtém benefícios, mas não é uma relação
obrigatória e as espécies podem viver de forma isolada. Exemplo: caranguejo-ermitão e
anêmonas-do-mar.
Desarmônicas:
Predatismo: um animal predador caça e mata uma presa para se alimentar. Exemplo:
leão caça um búfalo.
78
Competição: disputa por recursos entre espécies diferentes, como território, presas e
abrigos. Exemplo: o leão compete por comida como o guepardo e a hiena, que têm
estratégias diferentes de caça.
Durante a sucessão ecológica, as comunidades mais simples vão com o passar do tempo
sendo substituídas por comunidades mais complexas.
79
As fases da sucessão ecológica
Conforme as forças que direcionam o processo, a sucessão pode ser dos seguintes tipos:
Sucessão Primária
A sucessão primária tem início em uma área desabitada.
Ocorre em ambientes que não foram previamente ocupados por seres vivos, como
rochas nuas, lavas solidificadas, depósitos de areia, uma faixa recente de praia.
80
A colonização de espécies pioneiras é importante para o processo de sucessão. A partir
das pioneiras, as condições originais do ambiente começam a ser alteradas.
Como exemplo, a cobertura vegetal das espécies vegetais pioneiras reduz mudanças
bruscas de temperatura do solo e contribuem para sua estabilização. Essas condições
favorecem a chegada de novas espécies para povoar a comunidade.
A sucessão primária é um processo lento. Um solo rochoso pode levar décadas até
abrigar uma vegetação de arbustos e herbáceas.
Sucessão Secundária
A sucessão secundária ocorre em substratos que já foram anteriormente ocupados por
uma comunidade biológica. Por isso, apresentam mais condições para o estabelecimento
de seres vivos.
Biomas Brasileiros
São seis os grandes biomas brasileiros (continentais). Os biomas são conjuntos de
ecossistemas (vegetal e animal) com uma diversidade biológica própria.
Amazônia
Cerrado
Caatinga
Mata Atlântica
81
Pantanal
Pampa
Por suas dimensões continentais, o país abriga biomas tão distintos entre si como
florestas tropicais até a vegetação cerrada. Conheça um pouco mais dessa diversidade:
82
Bioma Amazônia
Abrange os estados brasileiros do: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima; parte de
Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins.
Bioma Cerrado
83
O clima predominante no cerrado é tropical sazonal, com períodos de chuvas e de secas.
Já a sua vegetação, é caracterizada por árvores de troncos retorcidos, gramíneas e
arbustos. Em geral, as árvores são de pequeno porte e esparsas.
Bioma Caatinga
O Xique-xique
é um cacto típico da caatinga nordestina
A Caatinga ocupa grande parte da região nordeste do país. Ela abrange os estados do:
Ceará, Bahia, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe.
Além disso, há presença desse tipo de bioma em pequenas partes dos estados do
Maranhão e de Minas Gerais.
84
Bioma Mata Atlântica
As cachoeiras
e nascentes d'água fazem parte da paisagem das serras da Mata Atlântica
A Mata Atlântica ocupa a faixa litorânea de norte à sul do país. Assim, ela engloba a
totalidade de três estados brasileiros: Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina;
grande parte do Paraná e pequenas porções de onze estados.
85
Bioma Pantanal
O Jaburu é a
árvore-símbolo do Pantanal
86
Bioma Pampa
O Pampa
serve de pastagem natural para milhares de animais
O Pampa é o único bioma brasileiro presente somente numa unidade federativa. Ele
ocupa mais da metade do território do Rio Grande do Sul.
O clima é subtropical com as quatro estações do ano bem definidas e sua vegetação é
marcada pela presença de gramíneas, arbustos e árvores de pequeno porte.
Biomas aquáticos
Os biomas aquáticos correspondem aos ambientes de água doce (lagos, rios, igarapés...)
e salgada (mares e oceanos). Eles são tão ricos em diversidade de espécies quanto os
terrestres e também precisam ser conservados.
87
A maior parte do nosso planeta, mais de 70%, é constituído por água salgada. O bioma
marinho é classificado conforme a profundidade da água e das regiões iluminadas ou
não pelos raios solares.
Curiosidades
Biomas
Confira algumas características dos principais biomas do planeta Terra.
Tundra: bioma mais frio da terra, apresenta animais com densa pelagem e vegetação
esparsa.
Savana: apresenta clima tropical, território geralmente plano, animais de grande porte e
vegetação rasteira.
Pradaria: apresenta clima temperado, em locais úmidos ou mais secos, relevo baixo e
vegetação rasteira.
Floresta Tropical: apresenta clima quente, muitas chuvas durante o ano, vegetação densa
e árvores altas.
88
Floresta Temperada: apresenta clima temperado, com as estações do ano bem definidas,
e vegetação com árvores decíduas, cujas folhas mudam de cor no outono.
Um dos biomas brasileiros mais ameaçados é a Mata Atlântica, que passou por
desmatamentos constantes, perdendo grande parte de sua vegetação original, restando
apenas 8%.
Tipos
89
Ecossistema marinho
Eles podem ser classificados de acordo com a profundidade da água da seguinte forma:
Zona litoral: região entre os limites das marés, ficando exposta periodicamente.
Zona nerítica: região do mar sobre a plataforma continental que se estende até 200 m
de profundidade, sendo iluminada pela luz solar.
Zona oceânica: região entre 200 a 2000 m de profundidade, não há iluminação da luz
solar e os animais tornam-se mais escassos.
Zona bêntica: corresponde ao fundo do mar habitado por algumas espécies.
Os mares e oceanos também são classificados conforme as zonas que recebem ou não
os raios solares:
Zona fótica: região que recebe luz do sol suficiente para a fotossíntese dos seres
produtores aquáticos.
Zona afótica: região sem incidência de raios solares e habitada apenas por seres
heterotróficos.
90
Ecossistema de água doce
Zona úmida ou alagados: áreas de solo saturado com água e que abrigam uma
vegetação característica. São exemplos os pântanos e brejos. Quando associado ao
ambiente marinho temos os manguezais.
Zona lêntica: áreas de água com pouco fluxo ou paradas, como lagos, lagoas, poças e
reservatórios subterrâneos.
Zona lótica: área com água doce corrente a exemplo dos rios, córregos e riachos.
Existem ainda os estuários encontrados na foz dos rios e que unem-se aos mares. Eles
apresentam como característica principal a mistura da água doce com a salgada.
91
O fitoplâncton é um importante produtor primário dos ecossistemas aquáticos,
representando a base da cadeia alimentar e servindo de alimento para outros
organismos.
Importância e Ameaças
Problemas Ambientais
Os problemas ambientais são decorrentes principalmente do crescimento e
desenvolvimento da sociedade.
92
Os principais problemas ambientais que afetam o Brasil e o mundo são:
Desmatamento
Mudanças climáticas
Poluição do ar
Poluição da água
Degradação do solo
Geração de resíduos
Superpopulação
Extinção de espécies
Modificação genética
Desmatamento
A floresta tropical é uma das mais devastadas do mundo. Segundo dados do Global
Forest Watch (GFW), só em 2018 12 milhões de hectares desse tipo de vegetação foram
perdidos.
Mudanças climáticas
93
Causas: as mudanças na órbita da Terra e glaciações são exemplos de causas naturais. Já
a queima de combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural, é uma das principais
fontes de lançamento de gases nocivos ao ambiente.
Poluição do ar
Poluição da água
94
Causas: descarte de produtos e dejetos em corpos d’água, resíduos de atividades
agrícolas, domésticas e industriais lançados na água sem o tratamento adequado.
Degradação do solo
Problema: destruição do solo seja por causas naturais ou decorrente das atividades
humanas, inviabilizando a sua capacidade de produzir.
Geração de resíduos
95
Possíveis soluções: reduzir a produção de lixo, coleta seletiva para destinação correta,
estimular a reutilização e a reciclagem são ações para diminuir a quantidade de resíduos
no ambiente.
Superpopulação
Extinção de espécies
Causas: embora a extinção seja algo que aconteceu em vários momentos no planeta,
outros fatores, como poluição, mudanças climáticas, destruição do habitat, caçadas e
desastres ambientais têm intensificado a ocorrência do fenômeno.
96
Modificação genética
Causas: a busca para desenvolver espécies com características desejáveis, que de forma
natural não aconteceria, levou a criação das plantas transgênicas, cujos efeitos ainda são
difíceis de estimar com a liberação no ambiente.
Como ocorre?
97
A
eutrofização altera as características da água
A matéria orgânica é decomposta naturalmente, o seu excesso, todavia, altera esse
processo fazendo com que as algas se desenvolvam e aumente a quantidade dos seres
decompositores, como as bactérias aeróbicas.
Quais as consequências?
A quantidade de oxigênio consumido pelas algas, bem como pelos decompositores, não
é suficiente para satisfazer os peixes, que acabam por morrer.
98
Com a falta de oxigênio na água, o ecossistema aquático passa a ser habitado por
bactérias anaeróbicas, dado que essas não necessitam de oxigênio. A água fica, deste
modo, contaminada e a sua utilização e consumo provocam doenças.
Representaçã
o dos efeitos da eutrofização
Quais as soluções?
Para isso, o tratamento das águas é fundamental, pois evita o fornecimento de matéria
orgânica aos ambientes aquáticos.
99
Exemplo de bioacumulação / magnificação biológica: água contém 0,10 ppt
(partes por trilhão de mercurio). Esta concentração pode chegar a 4,8
milhões ppt em um ovo de uma ave que se alimenta de peixes.
Ilustração: USGS.gov
O excesso dessas substâncias representa uma ameaça direta para os
organismos vegetais e animais presentes no ambiente. A forma indireta
ocorre por meio da ingestão de alimentos contaminados. Na segunda situação
o homem também é prejudicado.
100
que se dissolvem em gorduras geralmente são mais difíceis de serem
eliminadas do que as que se dissolvem na água.
Biociclos
Biociclo Terrestre ou Epinociclo
101
É constituído por diferentes Biomas que estão na dependência dos fatores
abióticos. Isto significa que dependendo dos fatores abióticos teremos um
tipo de Bioma.
a) Tundra
Recebe pouca energia solar e pouca precipitação. esta ocorre geralmente sob
forma de neve e o solo permanece a maior parte do ano gelado. Durante a
curta estação quente (2 meses) ocorre o degelo da parte superior, rica em
matéria orgânica, permitindo o crescimento dos vegetais. O subsolo fica
permanentemente congelado (permafrost).
b) Taiga
102
Partindo-se da Tundra, à medida que se desloca para o sul a estação
favorável orna-se mais longa e o clima mais ameno.
Os animais são representados por aves, alces, lobos, martas, linces, roedores
etc.
103
Este estrato médio é quente, mais escuro e mais úmido, apresentando
pequena vegetação.
e) Campos
f) Deserto
104
encontrar-se, nos desertos, arbustos distribuídos uniformemente, como se
tivessem sido plantados em espaços regulares. Este fato explica-se como um
caso de amensalismo, isto é, os vegetais produzem substâncias que eliminam
outros indivíduos que crescem ao seu redor.
Citologia
Célula Eucarionte x Procarionte
As células são classificadas basicamente em eucariontes e procariontes. A principal
diferença entre esses dois tipos está na estrutura celular.
Há mais de 3,5 bilhões de anos acredita-se que surgiu a primeira célula procariótica.
Durante muito tempo os organismos existentes foram formados por esse tipo celular até
que a evolução fez surgir a célula eucariótica há 1,7 bilhão de anos.
Entretanto, esses tipos celulares diferem em muitos aspectos. Veja a tabela comparativa
com o resumo das diferenças.
105
Célula procarionte Célula eucarionte
Célula procarionte
A célula procariótica é a célula primitiva. O significado do nome vem do grego pro (antes,
primeiro) e karyon (núcleo). Sendo assim, definição é "antes do núcleo".
106
A reprodução ocorre por meio de um processo chamado de bipartição, onde a divisão
do DNA circular, seguida de um aumento da célula e um processo de dobra da
membrana celular para o interior da célula ocasiona a fissão e formação de duas células.
107
Pilus Microfibrilas para fixar a bactéria ao meio.
Para adquirir mais conhecimento, leia sobre a célula e diferença entre célula animal e
vegetal.
Célula eucarionte
A célula eucariótica é uma célula mais complexa que a célula procariótica. O significado
do nome vem do grego eu (verdadeiro) e karyon (núcleo). Sendo assim, sua definição é
"núcleo verdadeiro".
A dimensão de uma célula eucariótica pode ser até 10 vezes maior que uma célula
procariótica.
Este tipo celular é capaz de originar órgãos e tecidos. Sua estrutura permite a produção
de diversos produtos necessários às atividades celulares.
108
Estrutura da célula eucarionte
109
Retículo endoplasmático
Realiza a síntese de lipídios.
liso
Retículo endoplasmático
Realiza a síntese de proteínas.
rugoso
Principais diferenças
1. Estrutura e forma
A célula animal e vegetal apresentam formato diferenciado. A célula animal possui
formato irregular, enquanto a célula vegetal apresenta uma forma fixa.
As células animais podem apresentam cílios e flagelos, o que não ocorre na célula
vegetal.
110
Podemos observar um grande vacúolo na célula vegetal, que ocupa grande parte do seu
citoplasma. Isso deve-se a função da célula de armazenar seiva e realizar o controle da
entrada e saída de água.
Representaçã
o da célula animal e da célula vegetal
2. Parede Celular
A parede celular é uma estrutura exclusiva das células vegetais. Ela corresponde a um
envoltório externo à membrana plasmática, formado pelo polissacarídeo celulose.
3. Organelas
As organelas celulares são estruturas que realizam as funções essenciais para o
funcionamento das células. A célula animal e vegetal apresentam algumas organelas
específicas, conforme a atividade que realizam.
111
Célula Célula
Organela Função
Vegetal Animal
Retículo
Presente Presente Síntese de lipídios
endoplasmático liso
Retículo
endoplasmático Presente Presente Síntese de proteínas
rugoso
Armazenamento de substâncias
Plastos Presente Ausente
e pigmentos
112
Leucoplastos: Sem pigmento e armazenam amido como forma de reserva energética.
Cromoplastos: Responsáveis pela cor de frutos, flores e folhas.
Cloroplastos: De coloração verde por conta da clorofila, são responsáveis
pela fotossíntese.
Memb
rana Plasmática da célula eucariota
113
Permeabilidade osmótica
A membrana plasmática tem a capacidade de controlar a entrada e saída de água das
células.
O controle da quantidade de água que entra e sai das células é muito importante para a
sobrevivência da célula. Se entrar água demais ela pode explodir, se perder muita água
pode murchar e morrer. A membrana deixa a água entrar e sair livremente por pressão
osmótica que tende a equilibrar com o meio externo. Mas em alguns casos, como seres
que vivem no mar, proteínas de membrana específicas puxam água para dentro e fora
das células.
Permeabilidade Seletiva
A membrana plasmática permite e controla da entrada e saída de outras substâncias,
além da água, da célula.
Algumas células têm que trocar substâncias de modo rápido. Tanto para liberar
hormônios e transmissores para outras células. Mas também bombas de íons que são
proteínas transmembrana. As bombas de íons garantem que células especializadas como
neurônios e células musculares funcionem com precisão.
Destacamos que o núcleo celular, que contém o DNA da célula, possui sua própria
membrana chamada Carioteca. Mas ela tem uma composição diferente da membrana
celular em relação à proteína transmembrana, poros, etc.
O metabolismo na célula tem uma natureza muito diferente do que está acontecendo
fora da célula. Isso vale para organismos unicelulares, mas também para células
corporais. Por exemplo, as células do tecido ósseo estão vivas, funcionando, enquanto
fora delas a matriz extracelular é dura e rígida.
114
Transporte ativo de substâncias
Algumas substâncias são vitais para o funcionamento das células, como a glicose, por
exemplo. Mas quando e quanto dessa substância vai entrar em casa célula é definido por
outras substâncias que "abrem as portas" para coordenar essas entradas. No caso da
glicose, quem permite que entre nas células é a insulina. Se a insulina não funcionar bem,
nossa célula não recebe a glicose que está disponível no sangue e ficamos diabéticos.
O transporte ativo de substâncias que não são naturalmente permeáveis à célula, custa
energia. Tanto para receber substâncias que vêm do meio quanto para expelir
substâncias produzidas pela célula.
Resposta imunológica
A resposta imunológica do corpo, defesa contra parasitas e células estranhas começa
com o reconhecimento das proteínas de membrana plasmática nas células.
Todas as células têm alguma espécie defesa na membrana para evitar a entrada de vírus
ou ataque de bactérias. Mas especialmente as células do sistema imunológico,
macrófagos, por exemplo, têm proteínas de membrana que funcionam como sensores
para reconhecer invasões de parasitas, células ou substâncias estranhas. A partir dessa
resposta imune temos as nossas defesas contra parasitas, rejeição a implantes e até
alergias.
115
Repre
sentação tridimensional de membrana plasmática
Os fosfolipídios apresentam uma porção polar e outra apolar. A porção polar é hidrofílica
(tem afinidade com a água) e volta-se para o exterior. A porção apolar é hidrofóbica
(repele a água) e voltada para o interior da membrana.
116
Ilustra
ção representando as porções polares e apolares de bicamada fosfolipídica e como esta se
organiza em mosaico fluido
O nome "mosaico fluido" deve-se pela presença de estruturas flexíveis e fluidas, com
grande poder de regeneração.
Apenas células dos animais, há o colesterol que compõe e estabiliza sua estrutura. A
vantagem adaptativa do colesterol é manter a membrana fluida e sem congelar mesmo
em baixas temperaturas. Apenas as células animais que possuem colesterol, os outros
grupos de seres vivos não o sintetizam.
Cada uma dessas proteínas vai ter uma função diferente, tanto no transporte quanto ao
enviar e catalisar informações para dentro e para fora da célula.
117
Transporte de Substâncias na membrana plasmática
O transporte ativo ocorre com gasto de energia. Isso significa que moléculas que
conservam a energia celular, conhecidas como ATP (adenosina tri-fosfato), serão
utilizadas no processo. As substâncias deslocam-se de menor para o de maior
concentração. São exemplos:
118
Osmose
A osmose é o movimento de água que ocorre dentro das células através de uma
membrana semipermeável.
Portanto, a osmose serve para equilibrar os dois lados da membrana, fazendo com que o
meio rico em soluto seja diluído pelo solvente, que é a água.
Por isso, a água passa da região menos concentrada para a mais concentrada,
naturalmente.
Esquema
representativo da osmose
119
A passagem da água de um meio para outro é feita nas células com o auxílio de
proteínas transportadoras na membrana, as aquaporinas. Assim, a osmose ocorre sempre
que existe diferença de concentração entre o meio externo e interno da célula.
O resultado da osmose é usado nos processos de troca de nutrientes das células animais
e vegetais.
Exemplos de osmose
Nas células a membrana plasmática é um envoltório formado por uma bicamada lipídica,
o que dificulta o movimento de água na célula. Entretanto, existem proteínas
especializadas em sua estrutura, as aquaporinas, que funcionam como canais que
facilitam a passagem das moléculas de água.
120
Em um meio hipertônico as células tendem a encolher, já que perdem água. Já uma
célula colocada em meio hipotônico pode inchar até romper, pois há movimento de água
para dentro da célula.
121
A célula vegetal apresenta, além da membrana plasmática, uma parede celular muito
resistente, que é formada por celulose.
A perda de água por uma célula vegetal, que está inserida em um meio hipertônico,
recebe o nome de plasmólise. Já a entrada de água no vacúolo quando a célula está em
um meio hipotônico recebe o nome de turgência, quando há o aumento de volume da
célula.
O soluto é qualquer substância que pode ser diluída em um solvente, como o açúcar
dissolvido na água. Enquanto que pressão osmótica é a pressão feita para que a água se
movimente.
122
Portanto, quanto maior a diferença de concentrações entre os meios hipertônico e
hipotônico, maior deverá ser a pressão osmótica aplicada sobre a solução mais
concentrada para evitar a osmose.
A osmose reversa acontece mediante aplicação de uma pressão maior do que a pressão
osmótica natural.
Curiosidade
A expressão "aprender por osmose" é muito utilizada por estudantes que gostariam de
aprender novos conteúdos sem precisar estudar, ou seja, sem fazer esforço.
123
Citoplasma
O citoplasma é a região da célula onde se encontra o núcleo e as organelas, além de
outras estruturas com funções específicas. É constituído de substância fluida
denominada citosol.
Não devemos esquecer que nas células procariontes, típicas de bactérias e arqueas, não
há núcleo e o material genético fica espalhado pelo citoplasma.
124
Citosol e Citoesqueleto
Atualmente, com a evolução da biologia molecular, já se sabe que o citoplasma
de células eucariontes pode conter diversas estruturas com funções específicas. Desse
modo, sabemos que há duas regiões no citoplasma: o citosol e o citoesqueleto.
A região que é mais fluida chamada hialoplasma, é onde ficam mergulhadas muitas
estruturas membranosas chamadas organelas citoplasmáticas, além de grânulos
compostos de RNA e proteínas, os ribossomos.
Funções
Os filamentos do citoesqueleto são uma espécie de armação ou esqueleto que tem como
funções dar forma à célula e permitir movimentos tanto de organelas como
da célula como um todo.
Composição Química
O citoplasma é composto em grande parte por água, mas também por moléculas
orgânicas, em especial macromoléculas como proteínas e enzimas. Além disso, também
estão presentes lipídios e polissacarídios. As enzimas têm papel essencial catalisando
diversas reações que acontecem no citosol.
125
Centríolos, Centrossomo e Citoesqueleto
Os centríolos são pequenas estruturas cilíndricas que estão presentes nas células
eucarióticas.
Trata-se de um tipo de organela citoplasmática que exerce uma função muito importante
nas células animais e em em células de vegetais inferiores (musgos e samambaias).
Função
Os centríolos são estruturas celulares que auxiliam na divisão celular (mitose e meiose).
Estrutura
Representação
dos Centríolos
126
Eles são constituídos de proteínas e estão localizados perto do núcleo, local denominado
centrossomo ou centro celular.
127
no citoplasma. Para que esta organização aconteça, existem proteínas com função
estrutural que irão atuar na ligação física do centrossomo ao núcleo. Esta localização do
centrossomo na célula também interfere na localização das organelas, como o Complexo
de Golgi, que se localiza, na maioria das vezes, no centro da célula, junto ao núcleo e ao
centrossomo.
Para que possa acontecer o crescimento em número de células, é necessário que ocorra
o ciclo celular, onde uma sequência de eventos irá levar à divisão de células. Essas
divisões ocorrem no DNA e no centrossomo que são duplicados uma vez a cada ciclo
celular.
A duplicação do centrossomo ocorre em quarto diferentes etapas: Fase G1, fase S, fase
G2 e no inicio da mitose. Os centrossomos recém-formados são compostos por um
centríolo-mãe e um centríolo-filho.
O citoesqueleto é uma estrutura filamentosa formada por fibras proteicas e que está
presente nas células eucariontes.
Estrutura
O citoesqueleto é uma estrutura dinâmica que está presente no citoplasma das células.
Ele se assemelha a uma rede, sendo formado por microtúbulos e microfilamentos
(intermediários e de actina) constituídos de proteínas.
128
Representação da estrutura do
citoesqueleto
Funções
A principal função do citoesqueleto é dar sustentação e resistência. Além disso, ele está
relacionado com o movimento celular, uma vez que auxilia na locomoção da célula, por
exemplo das amebas (movimentos ameboides).
Quanto à sua função, ele se assemelha aos ossos e músculos do corpo posto que está
relacionado com o deslocamento e a contração muscular. Em outras palavras, ele é o
"esqueleto celular".
129
Retículos, Golgi e Lisossomos
O retículo endoplasmático é uma organela que está relacionada com a síntese de
moléculas orgânicas. Existem 2 tipos de retículo: o liso e o rugoso, que tem formas e
funções diferentes.
Representação
do retículo endoplasmático liso e rugoso. Observe os ribossomos no rugoso e a ligação
com o núcleo celular.
130
Retículo Endoplasmático Rugoso (RER)
Funções do RER
A proximidade com o núcleo torna a síntese de proteínas mais eficiente, uma vez que o
RER pode enviar rapidamente um sinal para o núcleo iniciar o processo de transcrição do
DNA, e ainda quando há proteínas deformadas ou desdobradas (inativas), há um sinal
específico para melhorar o processo, caso contrário, será sinalizado que a célula deve ser
encaminhada para uma morte programada (apoptose).
O Retículo endoplasmático liso não possui ribossomos ligados à sua membrana e por
isso parece liso.
Funções do REL
A sua função é,basicamente, participar da produção de moléculas de lipídios, em
especial fosfolipídios que irão compor a membrana das células. No entanto,
dependendo do tipo de célula em que se encontra, o REL terá funções diferentes.
Assim, por exemplo, ele pode estar mais envolvido na produção dos hormônios
esteroides a partir do colesterol, ou com a regulação dos níveis de cálcio no
citoplasma de células musculares estriadas.
131
Estrutura de um
dictiossoma.
Funções
Na face cis da cisterna as vesículas recebidas do RER contém proteínas (produzidas pelos
ribossomos associados ao retículo) que serão modificadas e dobradas.
Enquanto essas organelas ficam no citoplasma da célula, as proteínas são muitas vezes
enviadas para fora da célula.
132
O acrossomo é o resultado da fusão de vários lisossomos formando uma grande
vesícula, que contem enzimas digestivas para auxiliar na perfuração da membrana do
óvulo.
Estrutura
Essas vesículas saem da célula e atuam em diferentes locais do organismo. Por exemplo,
enzimas usadas na digestão, hormônios e muco são secretadas no Aparelho de Golgi.
A face cis é convexa e está associada com o Retículo Rugoso (RER), de quem
recebe vesículas de transição ou transferência contendo proteínas.
133
As mitocôndrias são organelas celulares
responsáveis pelo processo de respiração celular.
Assim, a quantidade de mitocôndrias na célula, bem
como a sua distribuição dentro dela, está
relacionada ao requerimento energético da célula,
sendo que, em células que há um maior gasto de
energia, essas organelas são encontradas em maior
quantidade e localizadas em regiões específicas,
nas quais ocorre esse gasto energético.
Além da produção de energia, essas organelas são
responsáveis, juntamente ao retículo
endoplasmático liso, pela regulação da concentração de alguns íons no citoplasma
das células.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Constituição das mitocôndrias
As mitocôndrias são organelas membranosas e, assim como os cloroplastos, apresentam
duas características bem peculiares: a presença de dupla membrana e material
genético próprio. Nas mitocôndrias, as membranas externa e interna são separadas
por um espaço denominado de espaço intermembranoso, que apresenta entre 8 nm e
10 nm de espessura.
A membrana externa apresenta algumas enzimas e proteínas transmembranas, estas
permitem a passagem de algumas moléculas para o espaço intermembranoso, tornando
esse meio semelhante ao do citosol. No espaço intramembranoso, são encontrados
também prótons que atuam no transporte iônico através de complexos fosforilativos na
respiração celular.
A membrana interna apresenta cristas, que são projeções da membrana direcionadas
para o interior da organela, aumentando a sua superfície e delimitando esse espaço
interno, denominado de matriz mitocondrial. As cristas apresentam também alguns
componentes, como enzimas, que participam da fosforilação oxidativa e da cadeia
transportadora de elétrons no processo de respiração celular.
Na matriz mitocondrial são encontrados ribossomos, grânulos que armazenam alguns
cátions, RNA, enzimas, como as que participam do ciclo de Krebs (ou ciclo do ácido
cítrico), além de seu material genético.
134
Dentre as características das
mitocôndrias, podemos
destacar sua membrana
dupla e um DNA próprio.
As mitocôndrias apresentam
pequenas moléculas de
DNA, que se apresentam
como filamentos duplos e
circulares, carregando
alguns genes que são
transmitidos para as
organelas filhas após a sua
reprodução (fissão). O
processo de duplicação do DNA mitocondrial é independente da duplicação do DNA
presente no núcleo da célula. O DNA mitocondrial é uma herança materna, pois apenas
as mitocôndrias do gameta feminino são transmitidas ao embrião no processo
de fecundação.
135
independente e tornando-se necessário para a obtenção de energia pela célula
hospedeira.
Respiração celular
Na respiração celular, parte da
energia obtida será armazenada nas
moléculas de ATP.
A respiração celular é um processo
utilizado por alguns organismos para
a obtenção de energia. Esse termo
geralmente se refere ao processo
que ocorre na presença de
oxigênio nas mitocôndrias. O
processo de respiração celular consiste
na oxidação de uma molécula
orgânica, geralmente a glicose, obtida
através dos alimentos, liberando
energia.
Parte da energia obtida nesse
processo é armazenada na forma de
moléculas de Adenosina Trifosfato
(ATP) e será utilizada, posteriormente, nas mais diversas reações do organismo, e a
outra parte é liberada na forma de calor. A respiração celular pode ser dividida em três
etapas: a glicólise, o ciclo do ácido cítrico (ou ciclo de Krebs) e a fosforilação oxidativa.
Resumo sobre mitocôndrias
As mitocôndrias são organelas celulares encontradas na maioria das células eucarióticas.
136
Os cloroplastos são organelas presentes apenas em células de plantas e algas, nas
regiões que ficam iluminadas. Possuem cor verde devido à presença de clorofila e são
responsáveis pela realização da fotossíntese.
Podem ter formas e tamanhos diferentes, além do que, na célula pode haver apenas um
ou uma grande quantidade deles, isso varia de acordo com o tipo de planta.
Funções
Fotossíntese
Durante a fotossíntese ocorrem dezenas de reações químicas que basicamente podem
ser divididas em 2 etapas:
Etapa fotoquímica, ou das reações de claro: como indicado pelo nome na primeira
etapa é necessário que haja a luz do sol, que é absorvida pela clorofila para
a fotofosforilação (produção de ATP) e fotólise da água (decomposição da água em
gás oxigênio e íons de hidrogênio).
Etapa química, ou das reações de escuro: ocorrem diversas reações em que são
produzidos glicídeos a partir de moléculas de CO2 (do ar), de hidrogênio e da energia
fornecida pelo ATP (ambos provenientes da primeira etapa).
Estrutura
137
A etapa clara (conversão da luz em energia) acontece na região das membranas dos
tilacoides, onde está concentrada a clorofila. Entre as membranas dos tilacoides há um
espaço preenchido por um fluido e enzimas, DNA, RNA e ribossomos, sendo
denominado estroma. É no estroma que acontece a etapa escura de produção dos
açucares.
Plastos
Teoria Endossimbiótica
138
Respiraçã o Celular
Glicó lise
A glicólise é um processo que degrada a glicose em duas moléculas menores, sendo
essencial para a produção de energia dos organismos. Ela é dividida em duas fases, uma de
investimento energético e a outra de compensação energética. Ao final das duas etapas, o
saldo é de duas moléculas de ATP e duas moléculas de NADH. Tudo isso é realizado no
citosol das células.
O que é glicólise?
139
citosol dos organismos procarióticos e eucarióticos: a primeira etapa ocorre com gasto de
energia e é denominada de investimento energético; já a segunda, denominada
de compensação energética, repõe o que foi consumido e ainda produz mais duas moléculas
de ATP.
A importância da glicólise
A glicose é produzida pelos organismos autótrofos e transferida aos heterótrofos por meio
das cadeias alimentares. No entanto, para que essa energia seja aproveitada pelos organismos,
essa molécula precisa ser degradada por meio da glicólise, que é a via metabólica comum a
todos os seres vivos, em que ocorre a decomposição parcial dessas moléculas na presença
ou ausência de oxigênio. Ao passo que a molécula de glicose é degradada, a energia liberada
é armazenada nas ligações fosfoanídricas de ATP.
Nos organismos que fazem respiração celular, após a glicólise, ocorrem novas etapas até a
degradação total da glicose e há um maior aproveitamento energético, com a produção de 32
moléculas de ATP.
Etapas da glicólise
A glicólise é um processo que ocorre por meio de uma série de 10 reações divididas em duas
etapas, que serão descritas a seguir:
→ 1ª etapa
Essa etapa, conhecida também por fase preparatória ou fase de investimento, consiste em
cinco reações:
1. Ocorre a fosforilação da molécula de glicose, em que ela recebe fosfato proveniente da
molécula de ATP, formando glicose 6-fosfato;
2. A molécula glicose 6-fosfato sofre um rearranjo e forma frutose 6-fosfato;
3. Outra molécula de ATP fornece fosfato à molécula de frutose 6-fosfato, dando origem à
frutose 1, 6 -difosfato;
140
4. A molécula de frutose 1, 6- difosfato sofre um rearranjo, com a abertura de seu anel
benzeno, originando duas moléculas com três carbonos cada uma: gliceraldeído 3-fosfato e di-
hidroaxetona fosfato;
5. A molécula de di-hidroaxetona sofre um rearranjo dando origem a outra molécula de
gliceraldeído 3-fosfato.
Pode-se observar que ao final dessa primeira fase, houve apenas gasto de energia, com a
conversão de duas moléculas de ATP em ADP.
→ 2ª etapa
Essa etapa, também conhecida como fase de lucro ou compensação energética, ocorre o
ganho energético e também é constituída por cinco etapas, descritas a seguir:
6. Duas moléculas de NAD+ (dinucleotídio nicotinamida e adenina) são reduzidas em duas
moléculas de NADH com os elétrons provenientes da oxidação de gliceraldeído 3-fosfato em
1,3 -difosfoglicerato;
7. Cada molécula de 1,3 – difosfoglicerato cede um fosfato a uma molécula de ADP originando,
assim, duas molécula de ATP e duas molécula de 3 – fosfoglicerato;
8. Ocorre um rearranjo das moléculas de 3 – fosfoglicerato, formando 2 – fosfoglicerato;
9. As moléculas de 2 – fosfoglicerato perdem uma molécula de H 2O, originando o
fosfoenolpiruvato;
10. As moléculas de fosfoenolpiruvato fornecem um fosfato a uma molécula de ADP,
originando duas moléculas de ATP e duas de piruvato.
O saldo energético da segunda fase da glicólise são duas moléculas de NADH e quatro
moléculas de ATP. Assim, o saldo final da glicólise, será de duas moléculas de piruvato, duas
moléculas de NADH e duas moléculas de ATP, produzidas a partir de uma molécula de glicose.
141
O saldo energético final da fermentação é de 2 ATP. Já na respiração celular, um processo
aeróbio (ocorre na presença de oxigênio), o piruvato entra nas mitocôndrias dando sequência a
uma série de reações e apresentará um saldo energético final de 32 moléculas de ATP.
Equação da glicólise
O processo de
respiração celular dá continuidade à degradação da glicose no interior da mitocôndria.
Ciclo de Krebs
O ciclo de Krebs, também chamado de ciclo do ácido cítrico ou ciclo do ácido tricarboxílico, é
uma das etapas da respiração celular, um processo aeróbio para obtenção de energia que
ocorre nas células de diversos organismos. No ciclo de Krebs, ocorre a oxidação completa das
moléculas que são fontes de energia, como carboidratos e ácidos graxos.
142
Na oxidação da glicose, o ciclo de Krebs apresenta, ao final do processo, um saldo de seis
moléculas de NADH (nicotinamida adenina dinucleotídeo reduzido), duas moléculas de
FADH2 (flavina adenina nucleotídeo reduzido), duas moléculas de ATP (adenosina trifosfato) e
quatro moléculas de CO2 (dióxido de carbono). Apresentamos a seguir a importância desse
ciclo no processo de obtenção de energia, detalhando como ocorre cada uma de suas etapas.
Importância e descoberta
143
O ciclo de Krebs é extremamente importante, pois ele é o principal responsável pela oxidação
de carbonos que ocorre na maiorias das células. Assim, alguns de seus produtos podem ser
transferidos ao citosol e ser usados em reações anabólicas, como a síntese de aminoácidos.
Tal ciclo recebe esse nome como uma forma de homenagear o pesquisador Hans Krebs,
chefe do grupo de pesquisa que trabalhou nessa via metabólica, elucidando esse ciclo, nos
anos de 1930. Por essa descoberta, Hans Krebs recebeu, em 1953, o Prêmio Nobel de
Fisiologia ou Medicina.
144
por seis carbonos. A coenzima-A é, então, liberada para se ligar a um novo grupo acetil. A
seguir ocorrem reações que causam a degradação do citrato gradualmente. Nesse processo,
ocorrem a remoção e a oxidação de dois de seus átomos de carbono, formando CO 2. O
oxaloacetato é regenerado e pode reagir com outro acetil-CoA, iniciando novamente o ciclo. É
importante destacar que cada etapa do ciclo de Krebs é catalizada por uma
enzima específica.
Algumas células animais podem formar também GTP (trifosfato de guanosina). Essa molécula
assemelha-se ao ATP, podendo ser utilizada para a produção de ATP ou diretamente pela
célula. Considerando que cada molécula de glicose produz dois acetil-CoA, ao final do ciclo de
Krebs, terão sido produzidos 6 NADH, 2 FADH2 e 2 ATP.
145
À medida que vão sendo transferidos pela cadeia respiratória, os elétrons perdem
energia e, no final da cadeia, conseguem se combinar com o gás oxigênio, formando
água. É importante lembrar que, na respiração celular, o gás oxigênio só participa da
última etapa, mas, embora não esteja envolvido em nenhuma etapa do ciclo de Krebs, se
houver ausência desse gás no ciclo, ele será interrompido.
Fermentaçã o
Fermentação é um processo realizado por alguns organismos para a obtenção de energia.
Esse ocorre na ausência de oxigênio e também não apresenta cadeia receptora de elétrons,
como ocorre na respiração anaeróbica.
O processo de fermentação é utilizado na produção de alimentos e medicamentos. A seguir,
detalharemos como ele ocorre, apresentaremos a sua diferença em relação aos processos
realizados na presença de oxigênio, além de sua importância econômica.
O que é fermentação?
A fermentação é um processo pelo qual a matéria orgânica é parcialmente degradada e a
energia química nela armazenada é liberada e utilizada na produção de moléculas de ATP
(adenosina trifosfato), em que ficará armazenada para ser utilizada posteriormente em diversas
reações do organismo.
Esse processo é realizado por algumas espécies de fungos, bactérias, protistas, bem como
por alguns tecidos animais e vegetais. A fermentação ocorre na ausência de oxigênio, ou
seja, é um processo anaeróbio, e seu saldo energético é menor do que o obtido por meio de
processos aeróbios (que ocorrem na presença de oxigênio), como veremos mais adiante.
146
O processo de fermentação inicia-se com a degradação da molécula de glicose, constituída
por seis carbonos, em duas moléculas contendo três carbonos cada uma, denominadas
piruvatos. Esse processo é conhecido como glicólise, ocorre no citosol das células e consiste
em 10 reações que ocorrem em duas etapas.
A fermentação alcoólica
é utilizada, por exemplo, na fabricação de pães. O dióxido de carbono liberado é o responsável pelo crescimento da massa.
147
Mediante seu produto final, a fermentação pode ser classificada de diversas formas. As
principais formas de fermentação realizadas pelos organismos, sendo também as mais
utilizadas pelas indústrias, são:
Fermentação alcoólica
Nela o piruvato é reduzido a etanol (álcool etílico) num processo constituído por duas etapas.
Na primeira, o piruvato é convertido em acetaldeído (constituído por dois átomos de carbono) e
ocorre a liberação de dióxido de carbono. Em seguida, o acetaldeído é reduzido a etanol
pelo NADH.
A fermentação alcoólica é realizada por algumas bactérias, fungos e células vegetais. A
equação balanceada da fermentação alcoólica é apresentada a seguir:
Glicose + 2ADP + 2Pi → 2 Etanol + 2CO2 + 2ATP + 2H2O
Fermentação láctica
É realizada por algumas espécies de bactérias, fungos, protistas e células animais, por
exemplo, nas células musculares humanas, quando o oxigênio é escasso. Na fermentação
láctica, o piruvato é reduzido a lactato, um composto semelhante a ele. A equação balanceada
da fermentação láctica é apresentada a seguir:
Glicose + 2ADP + 2Pi → 2 Lactato + 2ATP + 2H2O
A fermentação é
utilizada pela indústria para a produção de diversos produtos, como medicamentos.
148
A fermentação é um processo utilizado há milhares de anos pelo ser humano. Mesmo antes da
compreensão de como ele ocorria, já era utilizado para a fabricação de bebidas, como vinho e
cerveja, e alimentos, como o pão.
Atualmente a fermentação ainda é utilizada na produção de alimentos, podemos destacar, por
exemplo, a utilização da fermentação láctica, na produção de iogurtes e queijos, e
a fermentação alcoólica, na fabricação de vinhos, cervejas e pães. A fabricação do vinagre
ocorre pela conversão de etanol em ácido acético e é conhecida como fermentação acética.
Além disso, a fermentação é utilizada também na fabricação de medicamentos, como
antibióticos, entre outros produtos, como etanol (combustível), acetona e butanol (solventes).
149
Quimiossíntese
A Quimiossíntese também é conhecida como "fotossíntese bacteriana". Trata-se da
produção de matéria orgânica por meio da oxidação de substâncias minerais, sem
recorrer à luz solar.
Sem espanto, estas reações fazem parte do metabolismo de bactérias autótrofas que são
classificadas como quimiossintetizantes. Elas podem existir em ambientes totalmente
desprovidos de luz e matéria orgânica.
Isso porque
Quadro comparativo entre os processos de fermentação e respiração
obtêm a energia
celular
necessária para sua
Fermentação Respiração celular
150
Note que esse é um processo pelo qual a produção de matéria orgânica é dada a partir
do gás carbônico, água e outras substâncias inorgânicas.
151
Fotossíntese
A fotossíntese é um processo fotoquímico que consiste na produção de energia através
da luz solar e fixação de carbono proveniente da atmosfera.
Processo da fotossíntese
A fotossíntese ocorre nos cloroplastos, uma organela presente apenas nas células
vegetais, e onde é encontrado o pigmento clorofila, responsável pela cor verde dos
vegetais.
Os pigmentos podem ser definidos como qualquer tipo de substância capaz de absorver
luz. A clorofila é o pigmento mais importante dos vegetais para a absorção da energia
152
dos fótons durante a fotossíntese. Outros pigmentos também participam do processo,
como os carotenoides e as ficobilinas.
Equação da fotossíntese
Em resumo, podemos esclarecer o processo de fotossíntese através da seguinte reação:
Esse processo resulta na equação geral da fotossíntese, a qual representa uma reação de
oxidação-redução. A H2O doa elétrons, como o hidrogênio, para a reduzir o CO 2 até
formar os carboidratos na forma de glicose (C 6H12O6).
Etapas da fotossíntese
Fase clara
A fase clara, fotoquímica ou luminosa, como o próprio nome define, são reações que
ocorrem apenas na presença de luz e acontecem nas lamelas dos tilacoides do
cloroplasto.
Existem dois tipos de fotossistemas, cada um com cerca de 300 moléculas de clorofila:
153
Fotossistema I: Contém um centro de reação P700 e absorve preferencialmente a luz de
comprimento de onda de 700 nm.
Fotossistema II: Contém um centro de reação P680 e absorve a luz preferencialmente de
comprimento de onda em 680 nm.
Os dois fotossistemas estão ligados por uma cadeia transportadora de elétrons e atuam
de forma independente, mas complementar.
Os
fotossistemas são responsáveis pela absorção de luz e transporte de elétrons para a
produção de energia
Fotofosforilação
A fotofosforilação é basicamente a adição de um P (fósforo) ao ADP (Adenosina
difosfato), resultando na formação de ATP.
154
A fotofosforilação pode ser de dois tipos:
Fotofosforilação acíclica: Os elétrons que foram liberam pela clorofila não retornam
para ela e sim para a do outro fotossistema. Produz ATP e NADPH.
Fotofosforilação cíclica: Os elétrons retornam para a mesma clorofila que os liberou.
Forma apenas ATP.
Fotólise da água
A fotólise da água consiste na quebra da molécula de água pela energia da luz do Sol. Os
elétrons liberados no processo são usados para substituir os elétrons perdidos pela
clorofila no fotossistema II e para produzir o oxigênio que respiramos.
Assim, a molécula de água é a doadora final de elétrons. O ATP e NADPH formados serão
aproveitados para a síntese de carboidratos, a partir de CO 2. Porém, isso acontecerá na
etapa seguinte, a fase escura.
Fase escura
A fase escura, ciclo das pentoses ou ciclo de Calvin pode ocorrer na ausência e presença
de luz e acontece no estroma do cloroplasto. Durante essa fase, a glicose será formada a
partir de CO2. Assim, enquanto a fase luminosa fornece energia, na fase escura acontece
a fixação do carbono.
155
Esquema do ciclo de
Calvin
1. Fixação do Carbono
A cada volta do ciclo, uma molécula de CO2 é adicionada. Porém, são necessárias seis
voltas completas para produzir duas moléculas de gliceraldeído 3-fosfato e uma
molécula de glicose.
Seis moléculas de ribulose difosfato (RuDP), com cinco carbonos, unem-se a seis
moléculas de CO2, produzindo 12 moléculas de ácido fosfoglicérico (PGA), com três
carbonos.
156
As duas moléculas de aldeído fosfoglicérico que sobraram servem para dar início a
síntese de amido e outros componentes celulares.
Importância da fotossíntese
Fotossíntese e Quimiossíntese
157
A absorção de dióxido de carbono (CO2) é fundamental para que seja
realizada a fotossíntese – o processo de produção de energia necessária para
o metabolismo e sobrevivência dos vegetais.
Para saber mais sobre fotossíntese, sugiro que leia estes dois posts
(Fotossíntese: fase clara e escura e Fotossíntese: primeira fonte de energia
dos vegetais), pois neste post eu falarei somente sobre os tipos de plantas
C3, C4 e CAM e suas relações com o dióxido de carbono, o que não abrange
exatamente os processos de fotossíntese.
Podemos, ao modo mais simples, dizer que este ciclo coleta moléculas de
CO2 simples e as utilizam para formar moléculas maiores e mais complexas,
como aminoácidos, ácidos graxos e carboidratos. Essas moléculas também
são utilizadas na fotossíntese, na “fase clara”, e originam novos compostos
que serão utilizados pela planta.
PLANTAS C3
158
As taxas de fotossíntese das plantas C3 são elevadas à todo o momento,
tendo em vista que a planta atinge as taxas máximas de fotossíntese (TMF)
em intensidades de radiação solar relativamente baixas. É por isso que são
consideradas espécies esbanjadoras de água. Ainda assim, este grupo vegetal
é altamente produtivo, contribuindo significativamente para o equilíbrio da
biodiversidade terrestre.
PLANTAS C4
As plantas C4 possuem grande afinidade com o CO2. Elas recebem este nome
devido ao fato do ácido oxalacético possuir 4 moléculas de carbono, formado
após o processo de fixação de carbono. Devido à alta afinidade com o CO2,
as plantas C4 apresentam uma grande vantagem em relação às plantas C3:
elas podem sobreviver em ambientes áridos. Isto se dá porque as plantas C4
só atingem as taxas máximas de fotossíntese sob elevadas intensidades de
radiação solar, fazendo com que fixem mais CO2 por unidade de água
perdida. Ou seja, elas são mais econômicas quanto ao uso da água, elas
perdem menos água que as C3 durante a fixação e a fotossíntese.
PLANTAS CAM
As plantas CAM são ainda mais econômicas quanto ao uso da água do que as
plantas C4! Elas ocorrem em áreas desérticas ou intensivamente secas. A
abertura dos estômatos (estruturas que controlam a entrada e saída de gases
nas plantas) durante a noite, evitam a grande perda de água, ao mesmo
tempo em que o CO2 é fixado, por meio do ácido málico. Durante o dia, os
estômatos se fecham (não há grande perda de água) e o CO2 fixado é então
utilizado na realização da fotossíntese sob elevadas intensidades de radiação
solar. São também “plantas de sol”, assim como as C4.
159
Ponto de compensação fótico ocorre quando a taxa de fotossíntese iguala-se a taxa
de respiração. Fotossíntese é a produção de alimento e oxigênio enquanto que
respiração é o consumo desse alimento e desse oxigênio.
160
No ar atmosférico há uma mistura de gases: N2 78%; O2 21%; CO2 0,035%. Essa
concentração de CO2 é bem inferior à que a planta seria capaz de utilizar. Em condições
ideais de luminosidade e de temperatura, a taxa de fotossíntese aumenta
progressivamente em função do aumento na concentração de CO2 no ar, até atingir um
limite.
A construção do gráfico anterior utiliza dados obtidos em condições experimentais de
laboratório. Observa-se que a concentração ótima é atingida em 0,2% de CO2, pois
acima dessa concentração a taxa de fotossíntese já não poderá melhorar.
c) Intensidade luminosa.
161
Sendo a energia luminosa de natureza ondulatória eletromagnética, a frequência (ou
comprimento de onda) determina as diferenças de cores no espectro visível, enquanto a
amplitude é responsável pela intensidade luminosa forte ou fraca.
Respiração:
162
À intensidade luminosa em que a fotossíntese se iguala à respiração, chamaremos
de ponto de compensação fótica (P.C.F.).
Nesse ponto (P.C.F.), o que a planta produz na fotossíntese empata com o que ela
queima através da própria respiração.
Em intensidade luminosa acima do P.C.F. haverá uma produção fotossintética
superior ao que é gasto na respiração. O excesso de produção poderá ser armazenado
em parênquimas de raiz, caule e folhas. Essa reserva será queimada naquela horas do dia
ou do ano em que a planta está abaixo do P.C.F. ou mesmo não estiver realizando a
fotossíntese. Essa mesma reserva deverá ser utilizada para os processos de crescimento,
regeneração e reprodução.
O ponto de compensação fótica varia nas diferentes espécies de plantas. Espécies com
pontos de compensação fóticas elevados só conseguem viver em locais de alta
luminosidade. São por isso chamadas plantas de sol ou heliófilas (do grego helios, sol,
e philos, amigo). Espécies com ponto de compensação fótica baixo necessitam de
intensidades menores de luz e vivem em ambientes sombreados. São chamadas plantas
de sombra ou umbrófilas (do latim umbra, sombra).
163
Algumas considerações ambientais importantes:
1. Nas plantas aquáticas e vegetais dos extratos mais baixos de florestas tropicais,
geralmente a luz é o principal fator limitante.
2. Nas plantas do deserto a água pode ser fator limitante para crescimento ou
germinação.
3. Em plantas terrestres geralmente o CO2 é o maior responsável pela limitação.
Observação:
Além das grandes florestas tropicais (Amazônica, Mata Atlântica), ocorre
no Brasil uma outra formação de vegetação, cuja principal característica é a
presença de árvores baixas e espaçadas, com o predomínio dos arbustos na
paisagem:
- CERRADOS aspecto seco, pela falta de nutrientes no solo.
- CAATINGA aspecto seco, devido à carência de água.
Quem "impede" o desenvolvimento do cerrado para que ele não se torne "mais denso"?
Hipóteses
1) o fogo (em geral provocado por descargas elétricas).
2) o cerrado é vegetação clímax (= hipótese mais aceita), que não se torna floresta
devido às condições de clima e solo (falta de nutrientes essenciais e a grande presença
de alumínio seriam as responsáveis pela fisionomia característica dos cerrados)
existentes, tendo o fogo um papel secundário.
Considerações anatômicas (evolutivas) importantes:
1. As folhas precisam da luz para fazer fotossíntese, mas o excesso de luz pode
destruir a clorofila. Para isso elas contam com "defesas" contra o excesso de iluminação:
parênquima paliçádico, epiderme sem cloroplastos e cutícula brilhante.
2. Os raios solares decores azul e vermelha chegam atenuados à superfície do solo. O
azul é desviado por partículas da atmosfera e espalhado por ela (nossa atmosfera é azul)
e o vermelho é absorvido e refletido por gotículas de água da atmosfera.
3. Os raios solares de cor verde e amarela são radiações diretas e não são desviados na
atmosfera tanto quanto o azul e o vermelho.
Hipótese (análise evolutiva)
Os principais pigmentos fotossintetizantes (= clorofilas) "foram selecionados" ao longo
dos tempos como os mais aptos (eficientes), já que:
1) refletem muito as cores verde e amarela, que poderiam danificar (destruir) as clorofilas.
2) realizam o máximo de absorção para as cores que chegam mais atenuadas: vermelho e
azul.
164
Citogenética
Nú cleo Celular
O núcleo é a região da célula onde se encontra o material genético (DNA) dos
organismos tanto unicelulares como multicelulares.
Função
O núcleo é como o "cérebro" da célula, pois é a partir dele que partem as "decisões". É
onde se localizam os cromossomos compostos de moléculas de ácido
desoxirribonucleico, DNA, que carrega toda a informação sobre as características da
espécie e participa dos mecanismos hereditários.
Cada região do DNA é composto por genes que codificam as informações para a síntese
de proteínas, que ocorre nos ribossomos. De acordo com o gene codificado, será
sintetizada um tipo de proteína, que será usada para fins específicos.
165
Representação
do processo de síntese proteica que começa no núcleo e depois acontece no citoplasma.
Além disso, quando o organismo precisa crescer ou se reproduzir a célula passa por
divisões que acontecem também no núcleo.
Componentes do Núcleo
166
Representação
da estrutura do núcleo e sua ligação com o retículo e os ribossomos.
Carioteca
A membrana que envolve o núcleo é chamada de carioteca, tem natureza semelhante às
restante membranas celulares, ou seja, dupla camada de lipídios e proteínas.
A membrana mais externa está ligada ao retículo endoplasmático e muitas vezes possui
ribossomos aderidos.
No lado interno da membrana interior há uma rede de proteínas (lâmina nuclear) que
ajudam na sustentação da carioteca e participam do processo de divisão celular,
contribuindo para a fragmentação e reconstituição do núcleo.
Existem poros na carioteca que são importantes para controlar a entrada e saída de
substâncias.
Cromatina
As moléculas de DNA associadas às proteínas histonas compõem a cromatina. A
cromatina pode estar mais densa, mais enrolada, sendo chamada heterocromatina que se
diferencia da região de consistência mais frouxa, a eucromatina.
167
O conjuntos dos cromossomos que constituem cada espécie é o cariótipo; no ser
humano, por exemplo, são 22 pares de cromossomos autossômicos e 1 par de
cromossomos sexuais.
Os cromossomos humanos, por exemplo, têm forma e tamanho típicos o que facilita a
sua identificação.
Nucléolos
Os nucléolos são corpos densos e arredondados compostos de proteínas, com RNA e
DNA associados.
É nessa região do núcleo onde são fabricadas as moléculas de RNA ribossômico que se
associam a certas proteínas para formar as subunidades que compõem os ribossomos.
Divisão Celular
168
ser vistos ao microscópio. Depois ocorrem diversas fases: prófase, metáfase, anáfase e
telófase até que são originadas duas novas células.
Cromossomos
Os cromossomos são filamentos de cromatina espiralados, presentes no núcleo de todas
as células.
A cromatina é formada por moléculas de DNA associadas com proteínas de duas classes,
as histonas e cromossômicas não-histonas.
As duas estruturas são compostas por DNA, a diferença entre eles é o estado em que se
encontram.
169
Formação do cromossomo
A função dos cromossomos é controlar as funções das células. Além disso, eles carregam
as informações genéticas de um indivíduo, através dos genes.
Estrutura
170
Partes do Cromossomo
Estrutura do cromossomo
DNA e Histonas
A associação entre DNA e as proteínas histonas é outro aspecto importante na estrutura
dos cromossomos.
Eles formam um complexo, uma vez que as histonas são carregadas positivamente e os
grupos fosfatados do DNA têm cargas negativas.
171
Existem 5 diferentes tipos de histonas (H1, 2 H2A, 2 H2B e 2 H3), que são distinguidas em
função da proporção lisina/arginina.
Por exemplo, a temperatura de fusão, na qual os fios de DNA mudam da forma de dupla
hélice regular para a forma de fio simples, é bastante aumentada devido às histonas.
Tipos de Cromossomos
Tipos de Cromossomos
Cromossomos Humanos
172
Assim, totaliza-se 46 cromossomos recebidos. Destes, 44 são cromossomos
autossomos, encontrados em todas as células somáticas. Enquanto, 2 deles
são cromossomos sexuais, sendo "X" o cromossomo feminino e "Y" o cromossomo
masculino.
173
Cromossomos Homólogos
Número de Cromossomos
Humanos: 46
Cavalo: 66
Gambá: 22
Pepino: 14
Mamão: 18
Aveia: 42
Cão: 78
Batata: 48
174
Interfase
A interfase é uma das principais fases do ciclo celular e ocorre em três etapas: G1, S e G2.
Pode-se dizer que é o estágio de preparação da célula para a divisão, pois ocorre seu
crescimento e a duplicação do DNA.
A célula em interfase
A interfase (do latim inter, que significa no "meio") ocorre antes da divisão celular e, por
isso, é o espaço de tempo em que a célula não está se dividindo. Trata-se do maior
estágio no ciclo celular, que é formado pelo surgimento da célula, preparação para a
divisão e a divisão.
Embora as funções desempenhadas durante a interfase possam variar de uma célula para
outra, podemos destacar que as principais funções nos estágios interfásicos são:
Duplicação do DNA;
Aumento de tamanho e volume da célula;
175
Produção de proteínas e outras moléculas importantes para a divisão celular;
Armazenamento de energia para a divisão celular.
Fase G1 (intervalo 1)
G1 é o período que antecede a duplicação do DNA e é caracterizado pelo aumento do
tamanho da célula e metabolismo celular normal.
Algumas células podem partir da etapa G1 e entrar em uma fase de repouso, chamada
de G0.
Fase S (síntese)
A etapa de síntese, chamada de S, é a que necessita de mais tempo para ocorrer, pois é
responsável pela duplicação semiconservativa do DNA.
A duplicação do material genético é uma importante parte do ciclo celular, pois garante
que na divisão celular as células-filhas sejam idênticas à célula-mãe.
Fase G2 (intervalo 2)
O intervalo G2 ocorre após a duplicação do DNA e antes da divisão celular. Assim como
em G1, há síntese de proteínas e de moléculas que participarão da divisão, além de um
crescimento adicional.
176
Após a interfase no ciclo celular ocorre a divisão celular. Como o material genético
celular foi duplicado na interfase de uma célula inicial, há a formação de duas células-
filhas com o mesmo número de cromossomos.
Mitose
A mitose é um processo de divisão celular onde uma célula dá origem a duas outras
células geneticamente idênticas e ocorre em basicamente quatro etapas: prófase,
metáfase, anáfase e telófase.
1. Prófase
Ocorrem modificações no núcleo e no citoplasma da célula e, por isso, é a fase mais
longa da mitose. As principais alterações são: aumento do volume nuclear, condensação
ou espiralização dos cromossomos e rompimento da carioteca.
2. Metáfase
Na metáfase ocorre a condensação máxima dos cromossomos, e os centrômeros se
alinham na placa equatorial da célula, enquanto os pares de cromátides se separam.
3. Anáfase
Na anáfase ocorre a divisão do centrômero e separação das cromátides-irmãs, que se
deslocam paras os polos opostos da célula com o mesmo material genético.
4. Telófase
A telófase é última etapa da fase mitótica e consiste na reorganização da carioteca,
descondensação dos cromossomos e reaparecimento do núcleo.
Outro processo de divisão celular é a meiose, que difere da mitose por produzir quatro
células geneticamente modificadas.
Mitose
A mitose é um processo de divisão celular contínuo em células eucarióticas, onde uma
célula dá origem a duas outras células idênticas e com o mesmo número de
177
cromossomos porque antes da divisão mitótica o material genético da célula (nos
cromossomos) é duplicado.
A mitose ocorre em células somáticas, ou seja, na maioria das células do nosso corpo e
é um processo importante para regeneração celular, crescimento e desenvolvimento dos
organismos multicelulares e reprodução assexuada de organismos unicelulares.
Além da mitose existe outro processo de divisão celular chamado de meiose. A principal
diferença entre esses dois mecanismos é que a mitose é um processo equacional, que
gera duas células geneticamente idênticas, enquanto na meiose o processo é reducional,
pois as quatro células originadas apresentam metade do número de cromossomos da
célula-mãe.
Fases da Mitose
O ciclo celular corresponde ao período de vida de uma célula em que ocorre diversas
modificações. O período que célula está realizando suas atividades metabólicas e
desempenhando suas funções representa a maior parte do ciclo e recebe o nome de
interfase.
178
Etapa 1: Prófase
De início ocorre uma modificação no núcleo pelo aumento do volume nuclear. Isso
ocorre porque o citoplasma cede água ao núcleo. Esse fato faz com que o citoplasma se
torne mais denso.
179
Ocorrem dois tipos de fibras: as fibras contínuas, que vão de centríolos a centríolos e as
cromossômicas ou cinetocóricas, que só surgirão na prometáfase.
Prometáfase
A prometáfase começa com a desintegração da carioteca. Quando isso acontece, os
cromossomos caem no citoplasma e dirigem-se à região equatorial da célula, aonde vão
se prender as fibras do fuso por meio de centrômero.
Etapa 2: Metáfase
180
Etapa 3: Anáfase
181
Etapa 4: Telófase
Telófase é a última fase da mitose. Nela ocorre praticamente o inverso do que ocorreu
na prófase e início da prometáfase.
Meiose
A meiose é a divisão celular que ocorre na formação dos gametas, reduzindo o número
de cromossomos de uma espécie pela metade.
O processo ocorre por meio de duas etapas de divisões celulares sucessivas, dando
origem a quatro células:
182
A meiose ocorre quando a célula entra em fase de reprodução, sendo o processo
essencial para a formação de gametas, esporos e nas divisões do zigoto.
Fases da meiose
Meiose I
Na interfase os cromossomos são finos e cumpridos. Ocorre a duplicação do DNA e
dos cromossomos, formando assim as cromátides.
Prófase I
A prófase I é uma fase bastante complexa, sendo dividida em cinco sub-fases
consecutivas:
183
dois pedaços podem trocar de lugar, realizando uma permutação ou crossing over.
Como os cromossomos são portadores de genes, ocorre uma recombinação gênica.
Diplóteno: os cromossomos homólogos começam a se afastar, mas permanecem
ligados pelas regiões onde ocorreu a permutação. Tais regiões constituem os quiasmas.
Diacinese:continua ocorrendo condensação e separação dos cromossomos homólogos.
Com isso, os quiasmas vão escorregando para as pontas das cromátides, processo
denominado terminação dos quiasmas. À medida que as fases evoluem, o nucléolo e a
carioteca desaparecem.
Metáfase I
Na metáfase I, a membrana celular desaparece. Os pares de cromossomos homólogos se
organizam no plano equatorial da célula.
Anáfase I
Na anáfase I, não ocorre divisão dos centrômeros. Cada componente do par de
homólogos migra em direção a um dos polos da célula.
184
Telófase I
Na telófase, os cromossomos desespiralizam-se, a carioteca e o nucléolo reorganizam-se
e ocorre a citocinese, divisão do citoplasma. Desse modo, surgem duas novas células
haploides.
Meiose II
A meiose II é extremamente semelhante à mitose. A formação de células haploides a
partir de outras haploides só é possível porque ocorre durante a meiose II, a separação
das cromátides que formam as díades.
Cada cromátide de uma díade dirige-se para um polo diferente e já pode ser chamada
de cromossomo-irmão. As fases da meiose II são as seguintes:
Prófase II
Ocorre a condensação dos cromossomos e a duplicação dos centríolos. O nucléolo e a
carioteca voltam a desaparecer.
Metáfase II
Os centríolos estão prontos para serem duplicados e os cromossomos organizam-se na
região equatorial.
Anáfase II
As cromátides-irmãs separam-se se migram para cada um dos polos da célula, puxadas
pelas fibras do fuso.
Telófase II
As fibras do fuso desaparecem e os cromossomos já encontram-se nos polos da célula. A
carioteca surge novamente e o nucléolo se reorganiza. Por fim, ocorre a citocinese e o
surgimento de 4 células-filhas haploides.
185
Quais as diferenças entre a mitose e a meiose?
A mitose e a meiose correspondem aos dois tipos de divisão celular. Porém, algumas
características diferenciam os dois processos:
186
A mitose origina duas células-filhas idênticas à célula-mãe. Enquanto isso, na meiose
são geradas 4 células-filhas com material genético diferente ao da célula-mãe. Além
disso, as células-filhas ainda apresentam metade do número de cromossomos da
célula-mãe.
A meiose reduz pela metade o número de cromossomos nas células-filhas. Na mitose o
número de cromossomos é mantido entre a célula-mãe e as células-filhas.
A mitose ocorre na maior parte da células somáticas do corpo. Já a meiose ocorre
somente nas células germinativas e esporos.
Espermatogênese
A espermatogênese é o processo pelo qual se formam os gametas masculinos, os
espermatozoides, e que ocorre nos tubos seminíferos dos testículos.
Testículos
187
Após a produção, os espermatozoides migram e ficam armazenados no epidídimo, onde
completam a sua maturação.
Fases da Espermatogênese
Fases da
espermatogênese
As células de Sertoli, localizadas ao redor dos túbulos seminíferos, são responsáveis pela
nutrição e pela sustentação das espermatogônias.
A fase de multiplicação torna-se mais intensa a partir da puberdade e dura toda a vida
do homem.
188
2. Fase de Crescimento
Durante a fase de crescimento as espermatogônias crescem, ou seja, aumentam o
volume do seu citoplasma. A partir daí, se dividem por mitose, originando os
espermatócitos primários (espermatócitos I).
3. Fase de Maturação
Na fase de maturação, os espermatócitos primários sofrem a primeira divisão por meiose,
originando 2 células-filhas haploides (n = 23 pares de cromossomos), chamadas
espermatócitos secundários (espermatócito II).
4. Espermiogênese
Etapas da espermatogênese
189
Fase do Capuz: o acrossoma forma uma capa sobre a porção anterior do núcleo e
inicia-se a projeção do flagelo.
Fase do Acrossoma: acrossoma se redireciona e cobre cerca de 2/3 do núcleo.
Fase de Maturação: condensação do núcleo e descarte de porções do citoplasma não
necessárias. As mitocôndrias se organizam na base do flagelo, garantindo a energia
necessária para movimentação do flagelo.
Espermatozoide
Embriologia
Tipos de Zigoto
A classificação dos óvulos nos organismos animais varia de acordo com a quantidade e a
distribuição de vitelo (substância de reserva energética) presente em seu interior,
190
implicando no padrão de segmentação (ou clivagem) da célula ovo ou zigoto.
Heterolécito (mediolécito ou miolécito) → óvulos com muito vitelo dispersos pela célula,
formando uma região distinguindo o pólo animal (com pouco vitelo, contendo o núcleo)
e o pólo vegetativo (concentrada em vitelo).
- Tipo de segmentação: holoblástica desigual, formando após divisão, dois tipos de
células com tamanhos diferenciados (os micrômeros e os macrômeros).
- Exemplo: moluscos, platelmintos, anelídeos, anfíbios e alguns peixes.
191
Desenvolvimento Embrioná rio
O desenvolvimento do embrião humano começa com a formação do zigoto, que após
passar por muitas divisões celulares (mitoses), as clivagens, vai se fixar nas paredes do
útero (nidação).
Ali se formam novas estruturas (placenta, cordão umbilical, entre outros) e começa
a gestação do feto até o seu nascimento durante o parto.
O processo desde a fecundação até a nidação dura cerca de uma semana, sendo que a
primeira divisão do zigoto ocorre nas primeiras 24 horas a seguir da fertilização. Confira
as etapas a seguir:
Etapas iniciais
do desenvolvimento embrionário.
192
Fertilização: Se durante o período fértil, houver contato sexual e os espermatozoides
encontrarem o óvulo, pode ser que um deles consiga fecundá-lo. Caso contrário, a
mulher irá ter sua menstruação e recomeçará o ciclo menstrual até a nova ovulação;
Formação do Zigoto: Após a fertilização do óvulo há união do núcleos e do conteúdo
genético e a formação do zigoto, que acontece na tuba uterina;
Clivagens do Zigoto: Em seguida, o zigoto passa por muitas divisões (mitoses) e se
encaminha para o útero;
Nidação: Até chegar no estágio chamado blastocisto, quando irá se fixar nas paredes
do endométrio uterino, isso é chamado de nidação. Se a nidação for bem sucedida
iniciará a gestação do embrião. Se não for bem sucedida, o blastocisto será eliminado
na menstruação;
Formação dos Anexos Embrionários: O embrião continua o seu desenvolvimento com
a formação do cório, do âmnio, do alantoide e do saco vitelínico, cujas funções são
proteger, nutrir e realizar as trocas entre o embrião e meio externo, através do corpo
materno;
Organogênese: formam-se os folhetos embrionários, que são camadas de células que
originarão os tecidos e órgãos do embrião. O processo de formação dos órgãos recebe
o nome de organogênese.
Clivagens do Zigoto
193
O zigoto é a primeira célula do novo ser. Ele se forma pouco depois do óvulo ser
fertilizado pelo espermatozoide, quando os núcleos das duas células se fundem no
processo chamado cariogamia.
Em seguida, o zigoto passa por muitas divisões celulares (mitoses), originando muitas
células que permanecem unidas e formarão o embrião.
Detalhe do blastocisto
A mórula passará por novas divisões formando o blastocisto, que se diferencia por
apresentar uma cavidade interna (blastocela).
Anexos Embrionários
194
Depois que o embrião se fixa na parede uterina, as células continuarão a se multiplicar
formando camadas celulares chamadas folhetos embrionários ou germinativos.
A partir das camadas celulares mais externas surgem dobras que formarão estruturas
com importantes funções durante a gestação, são chamadas de anexos embrionários.
São eles: o cório e o âmnio e o saco vitelínico.
Organogênese
195
Os primeiros órgãos que se formam são o encéfalo, a medula espinhal e a coluna
vertebral. Isso ocorre por volta da terceira semana de gestação, quando a mulher ainda
nem sabe que está grávida, há apenas suspeitas devido à falta da menstruação.
Enquanto que a camada mais interna, o endoderma dá origem aos órgãos do sistema
digestivo, fígado, pâncreas, tubo digestivo e aos pulmões.
Organogênese
O processo de formação dos órgãos e demais tecidos que compõem o organismo
ocorre dentro do estágio do desenvolvimento embrionário conhecido
como organogênese.
Na diferenciação celular, sinalizadores são enviados e ativados nas células, de forma que
elas mudem sua morfologia e adquiram funções específicas. Após a diferenciação, as
196
células podem se agrupar para formar tecidos que, por sua vez, formam os órgãos do
indivíduo.
Esquema De Formação Da
Gástrula: 1-Blástula; 2-Gástrula; Laranja: Ectoderma; Vermelho: Endoderma; Marrom:
197
Mesoderma.
Ectoderma
Folheto ou camada em contato com o meio externo e que é responsável por originar:
Mesoderma
Folheto localizado entre o ectoderma e o endoderma, que forma:
Músculo liso;
Cartilagem e ossos;
Tecidos conjuntivos;
Vasos sanguíneos e linfáticos (Sistema Circulatório);
Baço;
Ovários e testículos (Sistema Reprodutor);
Rins, bexiga e uretra (Sistema Excretor);
Grande parte do sistema cardiovascular.
Endoderma
Folheto mais interno, responsável pela formação dos:
198
Embrião De Um Vertebrado, Mostrando O Tubo Neural, Notocorda (Entre O Tubo Neural
E O Tubo Digestivo), Tubo Digestivo, Celoma E Os Folhetos Embrionários.
Quais são os anexos embrionários?
Na organogênese de alguns cordados, a partir dos folhetos embrionários, são finalizadas
as estruturas dos anexos embrionários. São estruturas que não fazem parte do embrião,
mas que possuem a função de auxiliar no seu desenvolvimento.
Esses anexos embrionários começam a ser formados no final da gastrulação, mas só são
finalizados e desempenham suas funções a partir da organogênese:
199
para o desenvolvimento do embrião. É uma estrutura muito desenvolvida
em aves e pouco desenvolvida em mamíferos;
Alantóide: originado no endoderma, tem a função de armazenar as excretas do
embrião, substâncias que precisam ser descartadas;
Âmnio: também semelhante a uma bolsa, mas este é formado a partir do
ectoderma e possui função de hidratar o embrião e de protegê-lo frente a choques
e impactos mecânicos;
Cório: membrana formada a partir do ectoderma, que tem a função de promover
as trocas gasosas, garantindo a respiração do embrião;
Placenta: presente apenas em alguns mamíferos, chamados de placentários. Ela é
responsável por todas as funções dos outros anexos. Por isso, nos mamíferos, os
demais anexos são reduzidos ou atrofiados.
Eles surgem durante a gestação, mas não fazem parte do embrião. Por esse motivo
também são chamados de estruturas extra embrionárias e desaparecem com o
nascimento.
200
Anexos embrionários dos mamíferos
Vesícula Vitelina
A vesícula vitelina, também conhecida como saco vitelínico ou saco vitelino é o primeiro
anexo que é formado.
Pelo fato de surgir da endoderma, que é o folheto embrionário que forma alguns órgãos
do sistema digestório, a vesícula vitelina está ligada ao intestino do embrião.
Dentro dela está o vitelo, que são os nutrientes que alimentam o embrião. A função da
vesícula vitelina é, portanto, nutrir o embrião.
Esse anexo embrionário é muito importante na nutrição das aves, dos peixes e dos
répteis. Nos mamíferos, sua função é reduzida, pelo fato de que nesses casos é a
placenta que assume esse papel.
Alantoide
O alantoide é uma bolsa que surge da endoderma. Logo, seu exterior é revestido de
mesoderma e, tal como a vesícula vitelina, está ligado ao intestino do embrião.
201
A função do alantoide é armazenar as excretas. As excretas surgem das sobras das
substâncias produzidas durante o metabolismo do embrião.
Âmnio
O âmnio tem o aspecto de uma bolsa e envolve todo o embrião. Surge da ectoderma e
da mesoderma.
Cório
Cório, córion ou serosa é o anexo embrionário que se localiza na parte mais exterior do
embrião. É uma membrana que envolve todos os anexos embrionários e que surge da
ectoderma e da mesoderma.
Nas aves, pode ser vista numa espécie de pele presente nos ovos.
A placenta e o cordão umbilical também são anexos embrionários, mas que estão
presentes apenas nos mamíferos.
202
Classificaçã o dos Animais
O metazoários (animais pluricelulares) podem ser classificados e caracterizados em
função dos seguintes critérios:Número de folhetos germinativos;Presença de
celoma;Evolução do blastóporo;Anexos embrionários.
3. Evolução do blastóporo
Com evolução do blastóporo podem ser:Protostômios: animais cuja boca é originada do
blastóporo. Ex: moluscos, artrópodes, anelídeos e asquelmintos.Deuterostômios: animais
que o blastóporo dá origem ao ânus e posteriormente a boca.Ex: equinodermas e
cordados.
203
Tipos de Gêmeos
Tipos de gêmeos
Existem dois tipos diferentes de gêmeos:
Monozigóticos ou idênticos (MZ)
Dizigóticos, fraternais ou não idênticos (DZ)
Gêmeos MZ se desenvolvem quando um óvulo é fertilizado por um único
espermatozoide e durante as duas primeiras semanas após a concepção, o embrião em
desenvolvimento se divide em dois. O resultado é o desenvolvimento de dois bebês
geneticamente idênticos.
Gêmeos DZ ocorrem quando dois óvulos são liberados em uma única ovulação e são
fecundados por dois espermatozoides diferentes. Esses dois óvulos fertilizados se
desenvolvem de forma independente no útero. Os gêmeos DZ possuem a mesma relação
genética que irmãos não gêmeos, por isso a nomenclatura gêmeos fraternos.
Evoluçã o
Lamarck
Jean-Baptiste de Lamarck foi um naturalista francês responsável pelas primeiras teorias
sobre a evolução dos seres vivos.
Lamarck nasceu no dia 1 de agosto de 1744 na cidade de Bazentin, na França. Ele faleceu
em 28 de dezembro de 1829, sem o reconhecimento de suas ideias.
204
Lamarck
Entre as suas ideias evolucionistas, Lamarck considerava que a evolução dos seres vivos
ocorria em decorrência das pressões do ambiente.
Lamarck baseou sua teoria para a evolução dos seres vivos, a partir da seguinte
afirmação:
Biografia
Lamarck é o último de onze filhos. Apesar de nascido em uma família de militares, seus
pais optaram por encaminhá-lo ao sacerdócio.
Assim, frequentou a escola jesuíta até 1759. Com a morte de seu pai e sem a vocação
religiosa, decidiu seguir a carreira militar.
Em 1761, Lamarck iniciou a carreira militar, como Cavaleiro de St. Martin. Ele participou
da Guerra dos Setes Anos e de várias operações nas fronteiras da França, momento em
que despertou seu interesse pela botânica.
205
Em 1768, abandonou o exército por contrair escrófula, um tipo de infecção nos gânglios
linfáticos na região submandibular e cervical. No caso de Lamarck, a infecção acometeu a
região do pescoço.
Após abandonar o exército, mudou-se para Paris, onde vivia com uma modesta pensão
de herança paterna. Começou a trabalhar como bancário e iniciou os seus estudos sobre
medicina e botânica.
Em 1778, publicou o livro “Flora Francesa”, uma obra composta por três volumes em que
descreve sobre as espécies de plantas da França. Com esse livro, Lamarck ganhou grande
notoriedade.
Devido ao prestígio alcançado com o seu livro, Lamarck assumiu o posto de assistente na
área de Botânica da Academia Francesa de Ciências.
Nesse posto, Lamarck alcançou posições mais altas, foi professor, realizou viagens por
várias instituições de pesquisas na Europa e recebeu aumentos salariais.
Após trabalhar vários anos na área da Botânica, em 1793, Lamarck é convidado para
assumir o cargo de professor de zoologia, no Museu Nacional de História Natural.
Em 1809, publica o livro “Filosofia Zoológica”, no qual apresenta suas teorias sobre a
evolução.
Em 1815, Lamarck publicou o livro “História Natural dos Animais Invertebrados”, no qual
apresentou as características gerais dos invertebrados.
Lamarck foi o responsável por introduzir o termo “invertebrados”. Ele também foi o
primeiro a separar os grupos Crustacea, Arachnida e Annelida de Insecta. Antes de
Lamarck, todos eram reconhecidos como insetos.
206
Nos anos finais de sua vida, Lamarck ficou completamente cego, impossibilitando a
escrita.
Após ser viúvo por três vezes e ser pai de oito filhos, Lamarck passou a viver com uma
das filhas e morreu em 28 de dezembro de 1829, em Paris, sem prestígio e pobre.
Charles Darwin na terceira edição de “A Origem das Espécies”, afirmou que Lamarck
contribuiu para a divulgação do conceito de evolução.
Darwin-Wallace
Descoberta de Wallace
Em fevereiro de 1858, durante uma jornada de pesquisa nas ilhas Molucas, Indonésia,
Wallace descobriu a seleção natural e passou suas idéias para o papel. A seguir, resolveu
enviar o manuscrito de sua descoberta para Darwin, naturalista a quem admirava e com
quem já havia trocado correspondência. Juntamente com esse texto, seguia uma carta
pessoal em que ele pedia ao colega uma avaliação do mérito de sua teoria, bem como o
encaminhamento da tese ao geólogo Charles Lyell, um proeminente cientista da época.
Para Darwin, tratava-se de uma surpresa nada agradável. Wallace lhe apresentava uma
teoria praticamente idêntica àquela em que o próprio Darwin vinha trabalhando há duas
décadas, com grande sigilo, pois estava certo do potencial de polêmica e até de
escândalo que ela trazia em si embutida. Desse modo, Darwin passava pelo pior pesadelo
de um cientista, a de ter perdido a precedência no descobrimento. Afinal, para a ciência,
não importa que Darwin estivesse trabalhando durante 20 anos: o crédito da descoberta
seria de quem a publicasse primeiro.
"Toda a minha originalidade será esmagada", escreveu Darwin numa carta a seu amigo
207
Charles Lyell. Para evitar que isso acontecesse, Lyell e o botânico Joseph Hooker -
também amigo de Darwin, além de homem influente no mundo científico - propuseram
que os trabalhos fossem apresentados simultaneamente à Sociedade Lineana, o mais
importante centro de estudos de história natural da Grã-Bretanha, como aconteceu a 1º
de julho.
Originalidade Darwiniana
Vale a pena registrar que os dois estudiosos não puderam comparecer ao prédio da
Sociedade, em Burlington House, Piccadilly, no centro de Londres. Darwin acabara de
perder seu filho mais novo, que morrera de escarlatina dois dias antes. Já Wallace
continuava suas pesquisas, agora na Nova Guiné, e até então não tinha sequer recebido
uma resposta à carta que enviara a Darwin. Isso só aconteceria alguns cerca de três
meses mais tarde, período que uma correspondência levava para chegar da capital do
Império britânico à Oceania.
É importante ressaltar que não faltam documentos ou provas de que Darwin fez a sua
descoberta antes de receber as informações de Wallace. Tudo, por incrível que pareça,
não passou de uma imensa coincidência ("Nunca vi coincidência tão impressionante",
disse Darwin na carta que enviou a Lyell). Portando-se como legítimo cavalheiro
britânico, Darwin dividiu as honras da descoberta com Wallace que, por sua vez, lhe
cedeu a primazia na publicação de "Origem das Espécies".
A história, porém, não foi tão gentil com Alfred Russel Wallace: poucos sabem quem ele
é hoje em dia, ao passo que o nome de Darwin se tornou célebre como o de um dos
maiores cientistas de todos os tempos. 2009 será comemorado como "ano de Darwin"
para lembrar o bicentenário de nascimento do naturalista, assim como os 150 anos de
publicação de sua obra fundamental.
Darwin x Lamarck
Lamarck e o Lamarckismo:
208
Jean-Baptiste de Lamarck, um naturalista francês, foi um dos primeiros cientistas a
propor ideias e teorias coesas sobre a evolução biológica.
Lei do Uso e Desuso: Segundo ela, um órgão pouco usado perde sua
funcionalidade e atrofia, deixando eventualmente de existir. Por outro lado, um
órgão mais usado passa a ser mais desenvolvido. Exemplo: animais de
determinada espécie que vivem entocados debaixo da terra, ou seja, em um
ambiente escuro, não utilizam suas visões e em algum momento, a perderão.
Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos: Com base na Lei do Uso e Desuso,
Lamarck propôs que todas as características adquiridas ou perdidas por uma
espécie seriam passadas adiante para as próximas gerações. Exemplo: os animais
do exemplo acima perderiam a visão e as gerações futuras nasceriam já cegas.
Lamarck dizia, então, que o ambiente induzia transformações nas espécies e essas
mudanças eram passadas adiante. Portanto, mudanças ambientais levariam a uma
necessidade de transformações das espécies. Ou seja, o morcego pela necessidade
de voar, criou asas; a baleia por necessidade de nadar, criou nadadeiras, etc.
Entretanto, hoje sabemos que Lamarck estava errado em muitos pontos, pois suas teorias
possuem vários furos, como por exemplo: se um homem malha muito, ele vai
desenvolver seus músculos e ficar extremamente forte, mas quando ele tiver um filho,
esse não nascerá malhado também, o que contradiz a Lei da Herança dos Caracteres
Adquiridos.
Essa dizia que algumas características de certos indivíduos poderiam ser mais favoráveis
ao ambiente que vivem ou não. Quando elas fossem mais favoráveis, tal indivíduo possui
mais chances de sobreviver no ambiente e se reproduzir, repassando a característica
favorável para as gerações futuras. Em contrapartida, aqueles que possuem a
209
característica menos favorável não seriam capazes de se adaptar ao meio e morreriam,
sem deixar descendentes e diminuindo assim, a frequência de tal característica.
Nem Darwin, nem Lamarck usou exemplo de girafas em seus estudos, entretanto, para
diferenciá-los, é um dos casos mais didáticos. Então, vamos usá-los para acabar com as
dúvidas de uma vez por todas.
210
Vamos imaginar tal situação:
Para Darwin: Existiam as girafas de pescoço curto e longo. Após o desaparecimento dos
arbustos, as girafas de pescoço curto não conseguiriam sobreviver e reproduzir, já as de
pescoço longo, sobreviveriam por serem as mais adaptadas àquela mudança ambiental e
reproduziriam, repassando a característica favorável adiante.
Mendel, ao contrário de Darwin, não era alguém de prestígio reconhecido. Dessa forma,
sua obra permaneceu quase que em anonimato por muito tempo, até ser redescoberta,
no início do século 19.
211
formulada a Teoria sintética da evolução, também conhecida como neodarwinismo, ou
Teoria neodarwinista, relacionando essas duas frentes da Biologia.
Essa teoria considera que as mutações, combinações gênicas, e seleção natural são os
fatores principais que culminam na evolução; sendo as combinações gênicas
consequências da segregação independente dos cromossomos, e permutações que
ocorrem durante a meiose. Tanto ela quanto as mutações estão relacionadas à
variabilidade genética da população.
Essas últimas ocorrem ao acaso, sendo que, por seleção natural, podem ser mantidas,
como características adaptativas; ou causar o fim de determinados indivíduos. Assim,
quando positiva (primeiro caso), este tipo de seleção permitirá que alguns representantes
de uma população tenham mais chances de sobrevivência, reproduzindo e dando origem
a indivíduos também mais bem adaptados, caso este fator seja hereditário.
A seleção natural, desta forma, elimina indivíduos que possuem aspectos desvantajosos
para uma determinada situação, sendo estes, portanto, menos adaptados a ela. Assim,
considerando que ambientes não são sistemas estáveis e constantes, diferentes pressões
seletivas podem ocorrer dentro de uma população, evitando a eliminação de
determinados alelos que não seriam mantidos caso o ambiente fosse homogêneo.
Especiação
212
Dessa forma, a especiação age separando linhagens dentro de uma espécie de modo
que fiquem impossibilitadas de se reproduzirem. Esses fatores de separação podem
ser físicos dentro de um ecossistema ou genéticos, devido a mutações e similares.
Tipos de Especiação
A característica principal que finaliza o evento de especiação é a evolução de diferentes
genéticas de tal forma que o acasalamento entre as linhagens formadas passa a não
ocorrer, não gerar descendentes ou não gerar prole fértil em condições normais.
Os eventos de especiação podem ser classificados quanto ao lugar ocupado pela espécie
inicial dentro de um ecossistema, assim como as alterações ambientais que culminaram
no evento.
213
Comparação Dos Diferentes Tipos De
Especiação.
Especiação Alopátrica
Especiação mais comum e que ocorre devido a isolamento geográfico. Nesse caso, a
espécie inicial se divide em duas populações devido, principalmente, à alterações
ambientais como mudança de cursos de rios ou formação de cadeias montanhosas.
As duas linhagens, uma vez separadas, podem povoar agora locais com condições
ambientais (clima, umidade do ar, alimento, etc.) diferentes e, estando sujeitas aos
processos de seleção natural, podem apresentar alterações genotípicas (no genoma) ou
fenotípicas (de expressão e características) populacionais.
Além das alterações sujeitas a seleção natural, mudanças genéticas podem ocorrer ao
acaso, como na Deriva Genética, quando ocorrem mudanças nas frequências alélicas em
um dado cromossomo. Dessa forma, as duas linhagens separadas acabam se adaptando
aos diferentes ambientes e, mesmo que voltem a ocupar o mesmo habitat, não
conseguem se relacionar para gerar descendentes.
214
Tentilhões Observados Por Darwin Com Seus Diferentes
Bicos.
215
Anthoxanthum Odoratum.
Especiação Simpátrica
216
Mosca Da Fruta.
Lineu – Taxonomia
A taxonomia é o ramo da biologia responsável por descrever, identificar e nomear os
seres vivos de acordo com os critérios estabelecidos, como aspectos morfológicos,
genéticos, fisiológicos e reprodutivos.
As sete categorias taxonômicas são: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie.
O termo taxonomia tem origem grega e é formado pela junção de taxis, que significa
arranjar, e nomos, cujo significado é regra.
Carl von Linné é conhecido como pai da taxonomia moderna, pois seu livro Systema
naturae, publicado em 1735, foi indispensável para a classificação e a nomenclatura dos
seres vivos como conhecemos hoje.
Classificação taxonômica
217
As 7 principais categorias taxonômicas, também chamadas de táxons, dos seres vivos por
ordem decrescente (ou ordem hierárquica) são:
A espécie é a unidade fundamental de classificação dos seres vivos, onde estão inseridos
os seres com características exclusivas e que conseguem se reproduzir entre si gerando
descendentes também férteis em ambiente natural.
Por exemplo, cães e lobos pertencem à mesma espécie. Entretanto, uma classificação
mais específica permite distinguir o cão como uma subespécie do lobo. Por isso, o nome
científico do lobo é Canis lupus e do cão doméstico é Canis lupus familiaris.
Confira a seguir três exemplos de seres que pertencem ao domínio Eukarya, ou seja, são
constituídos de células eucariontes, aquelas que apresentam núcleo separado do
citoplasma celular.
218
Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie
s
O mandacaru é uma planta nativa da Caatinga, apresenta nome científico Cereus
jamacaru e sua classificação taxonômica é:
Gêner
Reino Filo Classe Ordem Família Espécie
o
C.
Planta Magnoliophy Magnoliopsi Caryophyllal Cactacea
Cereus jamacar
e ta da es e
u
O cogumelo shitake é um tipo de fungo muito utilizado na alimentação, apresenta
nome científico Lentinulus edodes e sua classificação biológica é:
Rein Espéc
Filo Classe Ordem Família Gênero
o ie
L.
Fung Basidiomyc Homobasidiomyc Agarical Marasmiace Lentinul
edode
i ota etes es ae us
s
Diferença entre taxonomia, filogenia e sistemática
A filogenia estuda as hipóteses relacionadas com as histórias evolutivas dos seres vivos,
desde os seus ancestrais até os seres recentes.
A sistemática é um ramo que além de estudar a organização dos seres vivos considera a
relação evolutiva entre as espécies.
219
Carl von Linné formulou um método para nomear os seres vivos que ficou conhecido
como sistema binomial, pois é composto por dois nomes.
A língua escolhida para a nomenclatura é o latim, pois se tratando de uma “língua morta”
não sofreria alteração. Além disso, a escrita deve ser feita em itálico ou sublinhado, a fim
de destacá-la no texto.
Portanto, o nome científico de um ser vivo é formado de dois termos: gênero e espécie.
O gênero corresponde ao epíteto geral e sua primeira letra deve ser escrita em
maiúsculo. A espécie vem a seguir e corresponde ao epíteto específico.
Por exemplo, o nome popular do maior felino das Américas é onça-pintada, mas seu
nome científico, segundo a nomenclatura proposta por Lineu, é Panthera
onca, onde Panthera é o gênero e onca é a espécie.
Os primeiros métodos de classificação dos seres vivos têm origem há milhares de anos.
As poucas espécies conhecidas eram divididas em plantas e animais.
220
O filósofo grego Aristóteles há mais de 2000 anos organizou subgrupos que
diferenciavam os animais em com e sem sangue, além de distribuir as plantas existentes
em árvores, arbustos e ervas.
O naturalista Carl von Linné criou um sistema que permitia a classificação de cerca de
100 mil espécies, de acordo com as características anatômicas e morfológicas, e publicou
seu material em 1735 no livro Systema naturae. Entretanto, a organização proposta por
Lineu não levava em consideração as relações evolutivas entre as espécies.
O biólogo alemão Ernst Haeckel em 1894 contribuiu para a organização dos seres vivos
com a criação de mais um reino chamado de Protista para somar aos conhecidos Plantae
e Animalia. Em 1936 o biólogo norte-americano Herbert Copeland propôs também a
inclusão do reino Monera.
Em 1990, Woese ainda apresentou a classificação dos seres vivos em domínios, uma
categoria taxonômica superior ao reino. Portanto, os três domínios dos seres vivos
são: Bacteria, Archaea e Eukarya.
Filogenia e Cladogramas
A filogenia ou filogênese consiste em definir hipóteses sobre as histórias evolutivas das
espécies, desde os seus ancestrais até os seres recentes.
221
Com os princípios da teoria da evolução de Darwin, a determinação da história de vida
dos descendentes e a elaboração de cladogramas são fundamentais para elaborar um
sistema de classificação dos seres vivos. Daí a importância da filogenia.
Filogenia e Cladística
Cladogramas
222
Cladograma
A raiz representa um provável grupo ou espécie ancestral.
223
Grupo polifilético: Aquele formado por mais de uma espécie ancestral e seus respectivos
descendentes.
5 Reinos e 3 Domínios
Tradicionalmente, utilizamos a classificação dos seres vivos em cinco reinos: Reino
Monera, Reino Protista, Reino Fungi, Reino Plantae e Reino Animalia. Essa
classificação, apesar de ser bastante difundida, apresenta alguns problemas, como é o
caso da maioria dos sistemas de classificação. É por isso que novos sistemas são
frequentemente criados, a exemplo da classificação em três domínios, da qual trataremos
a seguir.
Os domínios são uma categoria superior a reino e dividem os seres vivos em três
grupos diferentes: dois grupos de procariontes e um grupo de eucariontes. Essa
classificação em domínios foi proposta por Carl Woese, em 1977, um pesquisador que
utilizava a filogenia molecular para apoiar suas conclusões.
224
encontramos apenas organismos unicelulares e que possuem nutrição autotrófica
ou heterotrófica.
Domínio Eukarya: Nesse domínio, encontramos todos os seres eucariontes, ou
seja, os organismos que apresentam núcleo celular verdadeiro. Todos os
protozoários, algas, fungos, plantas e animais estão incluídos nesse grupo.
Encontramos nesse domínio, portanto, organismos uni ou pluricelulares, e com
nutrição autotrófica ou heterotrófica.
A primeira organização dos seres vivos em reinos foi criada por Aristóteles, dividindo-os
em animais e plantas, o que foi confirmado por Carl von Linnée conforme a análise das
características.
Em 1866, o biólogo alemão Ernst Haeckel foi responsável pela criação do reino Protista e
em 1956 Herbert Copeland organizou o reino Monera. Por fim, em 1969, o biólogo R.H.
Whittaker propôs também a inclusão do reino dos fungos, totalizando cinco reinos.
225
Características dos seres vivos
Os seres vivos apresentam características que em conjunto os diferenciam dos seres não
vivos. Ao organizar os organismos de acordo com as semelhanças podemos agrupá-los
em reinos e, assim, distingui-los uns dos outros.
O tipo de células divide os seres vivos que apresentam células eucariontes, com núcleo
celular bem definido, e células procariontes, onde o material genético fica disperso no
citoplasma.
A organização celular distingue os seres em unicelular, formados por uma única célula,
e pluricelulares, quando são constituídos de inúmeras delas.
A nutrição diferencia os seres autótrofos, capazes de produzir seu próprio alimento, dos
heterótrofos que se alimentam de outros seres.
A reprodução dos seres vivos pode ocorrer de forma sexuada, pela união de dois
membros de uma espécie, ou gerar descendentes por reprodução assexuada, onde um
único organismo é capaz de gerar outros.
A respiração é essencial e pode ser aeróbia para os seres que precisam de oxigênio para
sobreviver ou anaeróbia para os que não necessitam desse elemento.
226
Reino Animal
Em uma cadeia alimentar os animais, que são heterotróficos por ingestão, estão inseridos
como consumidores, podendo se alimentar de seres autótrofos ou de outros animais.
Reino Vegetal
227
Embora os vegetais e animais apresentem o mesmo tipo celular, as células das plantas
apresentam estruturas diferentes, como vacúolos, cloroplastos e celulose na parede
celular.
As plantas avasculares são as briófitas, como os musgos, que são de pequeno porte e
crescem em locais úmidos e sem receber luz direta do Sol.
Existe também as plantas parasitas que apresentam uma nutrição diferente das demais,
pois necessitam de outras plantas para sobreviver e por isso são heterotróficas.
Reino Fungi
228
Bolores: fungos que surgem em matéria orgânica
Líquens: espécies que surgem da associação de fungos com outros organismos, como
algas e cianobactérias.
Reino Monera
Reino Protista
Sarcodíneos: amebas
Ciliados: paramécio
Flagelados: Trypanosoma cruzi
Esporozoários: plasmódios causadores da malária
229
Já as algas são organismos autótrofos fotossintetizantes e por apresentarem estrutura
mais simples foram inseridos neste grupo. Pelo tipo de pigmento, as algas são
classificadas em verdes, vermelhas, pardas ou douradas.
230
Observe a semelhança entre os embriões de diferentes vertebrados
Quando organismos de espécies diferentes apresentam órgãos que possuem a mesma
origem embrionária e desempenham a mesma função ou não, dizemos que os órgãos
são homólogos.
Um exemplo de órgão homólogo é a nadadeira dos golfinhos e as asas dos morcegos.
Apesar de possuírem origem embrionária semelhante e esqueletos com o mesmo plano
estrutural, as duas estruturas apresentam funções bastante distintas. Enquanto a
nadadeira ajuda na natação, as asas auxiliam no voo.
Os órgãos homólogos são bastante usados nos estudos para estabelecer uma relação de
parentesco entre os organismos, uma vez que é sugerido que esses seres apresentam um
ancestral comum. Quando as estruturas acabam assumindo diferentes funções em
resposta ao modo de vida de cada ser vivo, dizemos que houve uma divergência
evolutiva.
Existem ainda órgãos que desempenham a mesma função, mas não possuem a mesma
origem embrionária. Esses órgãos são chamados de análogos. Como exemplo, podemos
citar as asas do morcego em comparação às asas de insetos. Apesar de ambas ajudarem
no voo, as asas citadas apresentam origens embrionárias distintas.
Os órgãos análogos, diferentemente dos homólogos, não são utilizados em estudos que
estabelecem as relações filogenéticas entre os organismos, uma vez que eles não
revelam a descendência desses seres vivos. Eles são resultados de uma pressão evolutiva
similar, que acabou selecionando essas características. Quando isso acontece, dizemos
que ocorreu uma convergência evolutiva.
Resumindo:
Órgãos análogos: Mesma função e diferente origem embrionária.
231
Órgãos homólogos: Mesma função ou não e mesma origem embrionária.
232
Teoria da Biogênese
A teoria da biogênese admite que todos os seres vivos são originados de outros seres
vivos preexistentes.
Vários cientistas provaram que um ser vivo só se origina de outro ser vivo e contestaram
a abiogênese. Os principais defensores da biogênese foram: Ernest Haeckel, Thomas
Henry Hurley, Stanley Miller, Lázzaro Spallanzani, Francesco Redi e Louis Pasteur.
Experimento de Redi
Francesco Redi, médico e biólogo de Florença, por volta de 1660, começou a questionar
a teoria da abiogênese. Para isso, colocou pedaços de carne crua dentro de frascos,
deixando alguns abertos.
Depois de vários dias, as larvas só apareceram na carne do frasco aberto. Redi observou
que as moscas colocavam ovos sobre a carne e concluiu que a geração espontânea não
tinha validade.
Experimento de Pasteur
Por volta de 1860, o cientista francês Louis Pasteur conseguiu provar definitivamente que
os seres vivos se originam de outros seres vivos.
Ele realizou experimentos com balões do tipo pescoço de cisne, que mostrou que um
líquido ao ser fervido, não perde a chamada "força vital", como defendiam os adeptos da
abiogênese, pois quando o pescoço do balão é quebrado, após a fervura do líquido, há o
aparecimento dos seres vivos.
A partir dos experimentos de Pasteur, a teoria da biogênese passou a ter aceitação nos
meios científicos.
Teoria Criacionista
A teoria de que a vida teria sido uma criação divina é embasada por escritos religiosos.
As principais religiões que difundem suas versões criacionistas para explicar a origem dos
seres na Terra são: Cristianismo, Judaísmo e Islamismo.
233
A Bíblia Sagrada, especificamente no livro de Gênesis, explica que o homem, assim como
todas as coisas, foram criados por Deus. Já na mitologia grega o surgimento dos homens
é atribuído aos titãs, moldados no barro, semelhantemente ao que se vê na narrativa
bíblica.
O criacionismo se distingue das demais teorias por ter um caráter religioso, ou seja, está
fundamentado em crenças, embora alguns argumentos apresentem atributos científicos.
Já as demais hipóteses para a origem da vida possuem conclusões provenientes de
pesquisas científicas.
Apesar das hipóteses para o surgimento de vida na Terra estarem relacionadas com a
transferência de matéria-prima, que se desenvolveram pelas condições favoráveis,
existem os que acreditam que a vida tem origem de uma civilização extraterrestre.
Anaxágoras, Jöns Jacob Berzelius, William Thomson e Svante Arrhenius são exemplos de
estudiosos que defenderam essa hipótese. Berzelius, por exemplo, chegou a detectar em
1830 a presença de compostos orgânicos em meteoritos.
Entretanto, essa teoria de propagação da vida não consegue explicar como a vida se
originou no local de onde veio e como sobreviveram até chegar ao planeta Terra.
A evolução química é a hipótese mais aceita para a origem da vida no planeta. Segundo
essa hipótese, associações entre moléculas geraram agrupamentos cada vez mais
complexos até que promoveu o surgimento da vida.
234
Experimento de Miller
Para estudar o surgimento das primeiras moléculas orgânicas, o químico Stanley Miller
realizou um experimento que simulava a atmosfera primitiva e as condições que
permitiram o surgimento das primeiras moléculas orgânicas.
Utilizando materiais que continham os elementos carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio
(O) e nitrogênio (N) e simulando a atmosfera primitiva, com aquecimento e descargas
elétricas, o cientista conseguiu produzir moléculas orgânicas.
Origem do Universo
Acredita-se que toda a matéria que compõe o Universo atual estivesse comprimida em
uma esfera extremamente pequena, que teria explodido, expandindo a matéria e
formado de uma só vez todo o Universo.
As primeiras células
Acredita-se que o primeiro ser vivo, ou seja, a primeira célula, tenha surgido há cerca de
3,5 bilhões de anos.
Essas células tinham estrutura e funcionamento muito simples, sendo formadas por uma
membrana plasmática delimitando um citoplasma, no qual estavam presentes as
moléculas de ácidos nucleicos.
Esses formavam uma estrutura denominada nucleoide. Células assim organizadas são
denominadas células procariotas e os organismos que as apresentam são os
procariontes.
O surgimento dos eucariontes deve ter ocorrido há cerca de 1,5 bilhões de anos. A maior
parte dos organismos que vivem atualmente na Terra apresentam células eucariotas.
235
Histologia
Tecido Epitelial
O tecido epitelial é formado por células justapostas, ou seja, que estão intimamente
unidas umas às outras através de junções intercelulares ou proteínas integrais da
membrana.
A estreita união entre as suas células fazem do tecido epitelial uma barreira eficiente
contra a entrada de agentes invasores e a perda de líquidos corporais.
236
De acordo com a sua função, existem dois tipos de tecido epitelial: de revestimento e
glandular. No entanto, pode haver células com função secretora no epitélio de
revestimento.
Tipos de
tecido epitelial
Porém, todo epitélio está situado sobre uma malha glicoproteica denominada lâmina
basal, que tem a função de promover a troca de nutrientes entre o tecido epitelial e
o tecido conjuntivo adjacente.
237
De acordo com as camadas celulares, os epitélios podem ser classificados em:
O tecido epitelial da pele humana apresenta células bastante unidas, sendo este
um epitélio estratificado.
Já o tecido epitelial que cobre os órgãos é simples, pois o tecido não pode ser tão
espesso devido à necessidade de trocas de substâncias.
Portanto, suas células são muito unidas e geralmente dispostas em um única camada.
Os epitélios glandulares são tecidos com função secretora, que constituem órgãos
especializados chamados glândulas.
238
Formação
do tecido epitelial
239
As glândulas exócrinas são formadas de duas partes: uma parte secretora (formada
pelas células de secreção) e um ducto excretor (composto de células epiteliais de
revestimento).
Tecido Conjuntivo
Tecido Conjuntivo é um tecido de conexão, composto de grande quantidade de matriz
extracelular, células e fibras.
Suas principais funções são fornecer sustentação e preencher espaços entre os tecidos,
além de nutri-los.
Existem tipos especiais de tecido conjuntivo, cada um com função específica. Isso varia,
principalmente, de acordo com a composição da matriz e do tipo de células presentes.
240
Representaçã
o dos tipos de tecidos
A classificação dos diferentes tecidos conjuntivos pode ser feita de acordo com o
material e o tipo de células que o compõem.
A matriz extracelular, que é a substância entre as células, tem consistência variável. Ela
pode ser: gelatinosa (tecido conjuntivo frouxo e denso), líquida (sanguíneo), flexível
(cartilaginoso) ou rígida (ósseo).
Desse modo, pode ser dividido em tecido conjuntivo propriamente dito e em tecidos
conjuntivos de propriedades especiais, a saber: adiposo, cartilaginoso, ósseo e
sanguíneo.
241
Tecido Conjuntivo Propriamente Dito
Tecido
Conjuntivo Propriamente Dito
Esse tecido, como o nome indica, é o típico tecido de ligação. Ele atua na sustentação e
preenchimento dos tecidos e, dessa forma, contribui para que fiquem juntos,
estruturando os órgãos.
Isso torna o tecido flexível e pouco resistente às pressões mecânicas. Algumas células são
residentes, como os fibroblastos e macrófagos e e outras são transitórias, como:
linfócitos, neutrófilos, eosinófilos.
242
É encontrado pelo corpo todo, envolvendo órgãos. Além disso serve de passagem a
vasos sanguíneos, sendo assim importante na nutrição dos tecidos.
243
Tecido Conjuntivo Cartilaginoso
Cartilagem
Elástica
Nas cartilagens, constituídas desse tecido, estão presentes os condrócitos, células que
ficam alojadas dentro de lacunas na matriz.
244
Tecido Conjuntivo Ósseo
Tecido Ósseo
onde estão presentes células jovens (osteoblastos) e maduras (osteócitos)
245
Tecido Conjuntivo Sanguíneo
Células
sanguíneas. A célula diferente é um eosinófilo, um tipo de leucócito entre hemácias
Funções
Cada tipo de tecido conjuntivo possui tipos específicos de células e sua matriz
extracelular contém diferentes moléculas e fibras que determinam sua função.
246
Produz células sanguíneas na medula óssea.
Tecido Adiposo
O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo com propriedades especiais. Possui
muitos adipócitos, células especializadas, que têm função principal de reserva
energética para o organismo, entre outras.
No tecido adiposo
multilocular há várias gotas de gordura no citoplasma celular
Características
A matriz é composta de fibras reticulares (colágeno tipo III) bem finas, que formam redes
e não se observam facilmente ao microscópio. Essa substância intercelular envolve os
inúmeros adipócitos presentes.
247
Os lipídios ali encontrados são especialmente triglicerídeos (moléculas de glicerol
unidas a cadeias de ácidos graxos). Formam gotas suspensas no citoplasma e sem
membrana ao redor.
Funções
Geralmente, quando se fala da “gordura do corpo” é esse tecido que está sendo citado.
Ele é o principal reservatório de lipídios do corpo.
É o mais comumente encontrado, sendo distribuído por regiões como as camadas mais
profundas da pele e ao redor de órgãos da cavidade abdominal. Há diferenças de
distribuição entre homens e mulheres, definindo a forma do corpo.
As gotas de gordura se reúnem formando uma grande gota. Por isso recebe o nome de
unilocular. Também é conhecido como gordura amarela, coloração que se deve à
gordura, que contém pigmentos e vitaminas.
A gota de gordura ocupa quase todo espaço nos adipócitos, com isso o núcleo assume
posição mais periférica e há pouco citoplasma na célula.
Recebe o nome de multilocular por causa das várias gotas de gordura suspensas no
citoplasma dos adipócitos. Eles ficam com aparência esponjosa quando observados ao
microscópio. Também é conhecido como gordura marrom ou parda.
248
As gotas de gordura ocupam quase todo espaço da célula, restando pouco citoplasma ao
redor. O núcleo fica no centro ou na periferia. Também estão presentes muitas
mitocôndrias e capilares.
Tecido Cartilaginoso
A cartilagem ou tecido cartilaginoso é um tipo de tecido conjuntivo de consistência
rígida, mas flexível e elástico.
Esse tipo de tecido não possui vasos sanguíneos, vasos linfáticos ou nervos. Por isso, é
considerado um tecido avascular.
Pelo fato da cartilagem ser um tecido avascular, a nutrição das células cartilaginosas é
realizada por meio dos vasos sanguíneos do tecido conjuntivo adjacente, o pericôndrio,
através de difusão.
Por esse motivo, o tecido cartilaginoso possui uma lenta capacidade de cicatrização e
regeneração.
Funções
249
A presença do tecido cartilaginoso nas articulações responsáveis por sustentar pesos é
fundamental, uma vez que esse tecido admite uma grande quantidade de carga. Essa
situação ocorre nas regiões do quadril, joelhos e tornozelos.
Características
Por possuir vasos sanguíneos, o pericôndrio também auxilia na obtenção e absorção dos
nutrientes trazidos pelo sangue. Eles são recebidos pela matriz e distribuídos entre as
células cartilaginosas.
Tipos de Cartilagem
250
As cartilagens são classificadas de acordo com a textura e quantidade de fibras
presentes. Elas apresentam três tipos:
1. Cartilagem Hialina: É formada por fibras de colágeno tipo II, sendo a cartilagem de
revestimento ósseo mais abundante do corpo humano. É muito resistente e encontrada
na traqueia, na laringe e no septo nasal.
2. Cartilagem Fibrosa: Também chamada de fibrocartilagem, apresenta grande
quantidade de colágeno I e não possui pericôndrio. É encontrada na mandíbula, coluna
vertebral (entre as vértebras nos discos intervertebrais), menisco (joelho) e na
articulação do púbis.
3. Cartilagem Elástica: Cartilagem leve e flexível que apresenta grande quantidade de
fibras elásticas (elastina) e baixa quantidade de colágeno. É encontrada nos ouvidos,
epiglote e laringe.
Histologia
Tecidos do Corpo Humano
251
Ossos do Corpo Humano
Observe que uma vez que a cartilagem não possui nervos, não causa dores. Esse fator
proporciona o avanço de diversas doenças relacionadas ao tecido cartilaginoso, como:
doença de Bessel-Hagem, que consiste no desenvolvimento anormal das cartilagens,
artrite reumatoide, dentre outras.
Tecido Ó sseo
O tecido ósseo é uma forma especializada de tecido conjuntivo, no qual as células ósseas
encontram-se em uma matriz extracelular rica em colágeno, fosfato de cálcio e íons.
Apesar de sua estrutura rígida, os ossos são elementos vivos e dinâmicos que estão em
constante remodelação.
O tecido ósseo pode ser classificado quanto à sua estrutura macroscópica (observada a
olho nu) e microscópica.
Osso Compacto
É formado por partes sem cavidades visíveis.
252
Osso Esponjoso
É formado por partes com muitas cavidades intercomunicantes.
Representa a maior parte do tecido ósseo dos ossos curtos, chatos e irregulares.
A maior parte é encontrada nas epífises (as extremidades alargadas de um osso longo).
253
Tecido ósseo secundário. Os pontos mais claros representam os sistemas de Havers e os
pontos pretos são osteócitos
Composição do Tecido Ósseo
O tecido ósseo é formado por células e material extracelular calcificado, a matriz óssea.
As células deste tecido podem ser de três tipos: osteoblastos, osteócitos e osteoclastos.
São responsáveis pela produção da matriz óssea que se deposita ao seu redor. Quando
aprisionados pela matriz recém-sintetizada, passam a ser chamados de osteócitos.
Também é através desses canais que as substâncias nutritivas e o gás oxigênio chegam
às células ósseas. Os canais ósseos constituem uma complexa rede, responsável pela
manutenção e vitalidade da matriz óssea.
254
Com isto, permitem a atividade dos osteoblastos que continuam a produção da matriz
óssea. A ação dos osteoblastos e osteoclastos faz com que os ossos estejam em contínua
remodelação.
A matriz óssea é composta por uma parte orgânica e inorgânica. A parte orgânica é
constituída por fibras colágenas, proteoglicanos e glicoproteínas. Enquanto, a parte
inorgânica é composta por íons de fosfato e cálcio. Além de outros íons em menor
quantidade, como o bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato.
A superfície externa dos ossos é envolvida por uma camada de tecido conjuntivo, o
periósteo.
A superfície interna dos ossos é revestida pelo endósteo, formado por osteoblastos e
osteoclastos.
Tecido Sanguíneo
O sangue, ou tecido sanguíneo, é formado no tecido hemocitopoético. Mais conhecido
como medula óssea vermelha, ele está localizado no interior de alguns ossos, como os
localizados na região pélvica, esterno, clavícula e costelas.
As funções do tecido sanguíneo incluem o transporte de hormônios até seu local de
atuação; transporte de gás oxigênio e nutrientes às células; captura de gás carbônico e
excreções celulares; e defesa a agentes estranhos. Uma pessoa adulta tem, em média,
cinco litros dessa substância em seu corpo.
255
A porção fluida do sangue é chamada plasma. Essa substância, de cor amarelada, é
responsável por aproximadamente 55% do volume total desse tecido. Ele é constituído
predominantemente por água (cerca de 90%); havendo ali também substâncias que são
transportadas pelo sangue, como hormônios, nutrientes, gases e excretas; além de sais
minerais, proteínas e as células sanguíneas.
As principais proteínas são as albuminas, responsáveis pela pressão osmótica
sanguínea e transporte de ácidos graxos e hormônios; globulinas, capazes de combater
infecções (gamaglobulina) e transportar lipídios (lipoproteínas); e fibrinogênio, que
auxilia no processo de coagulação sanguínea.
Quanto às células sanguíneas, são elas:
HEMÁCIAS
São também chamadas de glóbulos vermelhos, ou eritrócitos. Tais estruturas de forma
discoide, e achatadas no centro, apresentam núcleo – exceto no caso dos mamíferos.
Elas possuem em seu interior moléculas de uma proteína chamada hemoglobina, que é
a responsável pela coloração vermelha do sangue, e também pela captura de oxigênio
nos pulmões, transportando-o para as células do corpo. Quanto ao gás carbônico,
menos de 25% dele se une à hemoglobina, e o restante é transportado pelo plasma.
Em pessoas adultas, há cerca de 4,5 milhões dessas células em cada milímetro cúbico
de sangue. Pouco mais de 40% dele é constituído pelas hemácias.
LEUCÓCITOS
Também chamados de glóbulos brancos, são células de formato circular, dotadas de
núcleo. Desempenham funções de acordo com o tipo celular, embora a função de
defesa seja a principal. Correspondem a pouco mais de 1% do volume total sanguíneo.
Leucócitos podem ser granulosos ou agranulosos, de acordo com a presença ou não de
grânulos em seu citoplasma, ao ser visualizado ao microscópio. Assim, temos:
Leucócitos granulosos:
- Neutrófilos. Núcleo com três lóbulos, geralmente. Fagocitam micro-organismos
invasores e partículas estranhas. São os leucócitos mais abundantes.
- Eosinófilos. Também chamados de acidófilos, o núcleo geralmente se apresenta com
dois lóbulos. Graças principalmente a substâncias tóxicas liberadas por seus grânulos,
são capazes de combater parasitas de maior tamanho, tais como vermes. Além disso,
liberam anti-histamínicos, evitando a manifestação de processos alérgicos.
256
- Basófilos. Possuem núcleo disforme, e seus grânulos se apresentam maiores em
relação aos das duas células já citadas, geralmente mascarando seu núcleo. Ele é
responsável pela liberação de heparina, um anticoagulante; e de histamina: substância
que propicia maior eficiência na resposta dos anticorpos e neutrófilos a infecções, sendo
também responsável pela manifestação de sintomas típicos da alergia, como
vermelhidão e coriza.
Leucócitos agranulosos:
- Monócitos. Possuem tamanho maior que as demais células, apresentando núcleo com
formato semelhante ao de uma ferradura. Ficam por pouco tempo na corrente
sanguínea, migrando para tecidos específicos, como os do baço, pulmões, fígado e
encéfalo. Lá, transformam-se em células denominadas macrófagos, bastante eficientes
no processo fagocitário de agentes invasores, células mortas, e demais resíduos. No
tecido ósseo, os monócitos formam os osteoclastos, responsáveis pela reabsorção de
tecido ósseo, permitindo sua regeneração por células responsáveis por essa função (os
osteoblastos).
- Linfócitos. Essas células responsáveis pela defesa do corpo possuem núcleo muito
grande, quase ocupando todo o seu espaço. Podem ser de dois tipos: linfócitos T ou B.
Estes produzem os anticorpos, capazes de reconhecer e combater substâncias
estranhas e micro-organismos invasores. Já os linfócitos T atacam e destroem células
anormais, como aquelas infectadas por vírus ou cancerosas (linfócitos T citotóxicos, ou
CD8), ou estimulam a ação destes e dos linfócitos B (linfócitos T auxiliadores, ou CD4).
PLAQUETAS
Também chamadas de trombócitos, as plaquetas são fragmentos citoplasmáticos que
compõem menos de 1% do sangue. Elas são muito importantes no que diz respeito ao
processo de coagulação sanguínea, tanto na prevenção quanto na interrupção desses
eventos. Em um ferimento, elas se direcionam ao vaso sanguíneo rompido, formando
um tampão; e também propiciam a atuação de substâncias que auxiliam nesse
processo.
257
É um líquido amarelado que constitui aproximadamente 55% do sangue, enquanto as
hemácias (glóbulos vermelhos) corresponde a 44% e os leucócitos (glóbulos brancos) e
plaquetas compõe 1% de sua totalidade.
Funções do Plasma
O plasma é um tecido especial porque é líquido e graças a isso pode cumprir a função
principal do sangue que é transportar substâncias pelo corpo.
Componentes do Plasma
258
Sais Minerais e Vitaminas.
Sangue
Hemácias
Leucócitos
Plaquetas
Sistema ABO e Fator Rh
Transfusão de Sangue
Dois anos depois, em Paris, o professor Jean Baptiste Denis realiza o procedimento num
ser humano contudo, utilizando o sangue de animal. Dessa maneira, o estudioso
defendia a ideia de que o sangue do animal estaria mais limpo visto que não possuía
vícios.
No entanto, é no século XIX que James Blundell realiza a primeira transfusão de sangue
entre humanos numa mulher que apresentava hemorragia pós parto. Assim, depois de
muitas experimentações, conclui-se que o procedimento seria benéfico uma vez que
poderia salvar vidas.
259
por exemplo, quanto ao sexo: nas mulheres adultas são aproximadamente 4,8 milhões de
hemácias por milímetro cúbico, enquanto nos homens adultos há aproximadamente 5,5
milhões por milímetro cúbico.
Doenças
260
As plaquetas são responsáveis pela coagulação, que envolve uma complexa cadeia de
reações enzimáticas.
Como exemplo, podemos pensar num ferimento que aos poucos vai deixando de liberar
sangue formando o coágulo ou trombo, por isso as plaquetas são também chamadas
trombócitos.
Esse processo de regeneração dos tecidos lesionados é realizado por meio do trabalho
das plaquetas e seus fatores plaquetários e por diversas substâncias chamadas fatores de
coagulação, presentes no plasma sanguíneo e envolvidas na cascata de reações
enzimáticas.
Contagem de Plaquetas
261
Plaquetas Baixas ou Plaquetas Altas: o que pode ser?
Assim, quando há a diminuição das plaquetas na circulação sanguínea, ocorrerá
a plaquetopenia (trombocitopenia) e pode indicar a presença de algumas doenças
como: dengue, anemia perniciosa, lúpus, leucemia, infecção ativa, dentre outras.
Doenças Genéticas
Hemofilia: é uma doença hereditária ligada ao cromossomo X, que ocorre quase que
exclusivamente nos homens, sendo as mulheres portadoras. O tipo mais comum
caracteriza-se pela deficiência no fator de coagulação VIII (hemofilia A), o outro tipo
deve-se à deficiência do fator IX (hemofilia B). O principal sintoma é a hemorragia
causada por traumas, geralmente em regiões cutâneo-mucosas (gengivas), musculares,
de tecidos moles, articulares e viscerais.
Doença de Von Willebrand: disfunção da proteína denominada fator de von
Willebrand (FvW) essa doença é caracterizada por uma deficiência hereditária que
dificulta o estancamento do sangue. Por isso, pacientes que possuem esse tipo de
disfunção sangram demasiado quando apresentam algum ferimento. A doença de von
Willebrand não tem cura, contudo o problema pode ser atenuado com o uso de
medicamentos.
Síndrome de Bernard-Soulier: Doença rara e hereditária causada pela presença de
plaquetas gigantes no sangue. Assim, pessoas que tem essa síndrome apresentam
problemas como o excesso de sangramento (nas mucosas, gengivas, nariz), facilidade
em ter hematomas, menorragia, bem como as hemorragias prolongadas.
Síndrome de Aarskog: Conhecida também pelos nomes "Síndrome de Aarskog-Scott",
"Displasia Faciogenital" e "Síndrome Faciodigitogenital", essa rara doença é
caracterizada por uma síndrome genética recessiva ligada ao cromossomo X, e seus
portadores, em sua maioria homens, podem apresentar problemas como: anomalias
(faciais, esqueléticas, genitais), baixa estatura, déficit de atenção, hiperatividade,
crescimento lento, deficiência mental, dentre outras.
Trombastenia de Glanzmann: Doença genética hemorrágica caracterizada por um
distúrbio de coagulação crônica ocasionado pela deficiência da proteína fibrinogênio
262
responsável pela formação de coagulação sanguínea. O tratamento é feito à base de
medicamentos e transfusão de plaquetas.
A coagulação sanguínea pode ser definida como uma série de eventos que provocam a
formação de um coágulo. Ela é de extrema importância para o funcionamento do
organismo, pois impede, por exemplo, que uma grande quantidade de sangue seja
perdida em hemorragias. Ela contribui, portanto, para a hemostasia (processos que
contribuem para a fluidez do sangue pelo vaso).
De acordo com o modelo clássico, a coagulação ocorre em duas vias: uma que envolve
elementos do sangue e aqueles que não estão presentes no espaço intravascular (via
extrínseca) e outra via que apresenta componentes presentes no espaço intravascular
(via intrínseca). O processo se dá pela ativação de diferentes fatores, que são
representados por algarismos romanos de I a XII.
Inicialmente, na via extrínseca, o fator VII plasmático é ativado pelo cofator FT (fator
tecidual), dando origem ao complexo fator VII ativado/FT. Esse complexo ativa o fator X.
Na via intrínseca, ocorre inicialmente a ativação do fator XII após o contato com
superfícies (ativação por contato). O fator XII ativa o fator XI, que ativa o fator IX. Esse
último, na presença do fator VIII ativado e íons cálcio, ativa o fator X. Após a ativação do
fator X, as duas vias convergem para o mesmo ponto: a ativação do fator X. O fator X
desencadeia a produção de trombina e fibrina.
263
2. Amplificação: A trombina ativa plaquetas, cofatores V e VIII e o fator XI na
superfície das plaquetas. Inicia-se aí o processo que forma o tampão plaquetário
inicial;
3. Propagação: A produção de trombina é aumentada e forma-se um tampão estável
no local da lesão. Essa fase destaca-se pelo acúmulo de plaquetas;
4. Finalização: surgem medidas para evitar a disseminação da ativação da
coagulação. Esse processo de limitação evita a oclusão trombótica do vaso.
→ Hemofilia
Leucó citos
Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, são células sanguíneas
produzidas na medula óssea e nos linfonodos.
São os principais agentes do sistema imunológico do nosso corpo, sendo que seu
número varia entre 4 500 mil a 11 000 mil por milímetro cúbico de sangue em um adulto.
Pela ação dos linfócitos, agentes infecciosos, como as bactérias, os vírus e as substâncias
tóxicas que atacam o nosso corpo, são impedidos de causar infecções e outras doenças.
Os leucócitos são células incolores, que possuem diferentes tipos, distinguidos pela
forma de seus núcleos e modo de atuação.
264
Fagocitose (defesa ativa): captura de partículas identificadas como antígenos (corpos
estranhos). Nesse processo, as células sanguíneas de defesa englobam, digerem e
destroem os microrganismos invasores;
Defesa passiva: fabricação de anticorpos, proteínas especiais, para neutralizar os
antígenos e as substâncias tóxicas produzidas pelos seres invasores ou presentes em
alimentos e substâncias diversas;
Diapedese: propriedade de atravessar os vasos sanguíneos, sair pelas paredes capilares
e migrarem para os tecidos próximos.
Tipos de Leucócitos
Neutrófilos
Eosinófilos
Basófilos
Linfócitos
Monócitos
265
Leucócitos granulares
Fazem parte desse grupo os neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Eles podem ser
reconhecidos pelo uso de microscópio óptico devido à presença de grânulos, fazendo
com que, através de métodos de coloração, esses tipos apresentem cores distintas.
Neutrófilos
São ativos e numerosos (55% a 65%) e, por isso, são os primeiros a agirem quando há
uma infecção. Entretanto, morrem rapidamente após fagocitarem o invasor. São também
chamados de piócitos ou corpúsculos de pus.
Eosinófilos
São comuns na mucosa intestinal (2% a 4%). Seu número aumenta muito no sangue em
processos alérgicos e infecções parasitárias, atuando como uma resposta primária.
Basófilos
São os menos numerosos (1% a 2%) e produzem heparina, um anticoagulante, e
histamina, uma substância vasodilatadora liberada nos estados alérgicos.
Leucócitos agranulares
São os tipos que não apresentam grânulos, ou seja, as vesículas citoplasmáticas
evidentes. Fazem parte desse grupo linfócitos e monócitos, pequenos leucócitos que
não são vistos com uso de microscópio e corantes.
Linfócitos
Os linfócitos são ativos (25% a 35%) nas reações a antígenos, relacionando-se à
produção de anticorpos. Participam também dos mecanismos de rejeição de enxertos,
sendo chamadas de células de rejeição, encontram-se em maior quantidade no sistema
linfático.
Monócitos
São leucócitos grandes, de intensa atividade fagocitária (3% a 5%). Podem concentrar-se
em maior número em regiões de focos infecciosos. A ação é mais demorada que a
resposta dada pelos neutrófilos, porém tem um tempo de vida maior.
266
O leucograma faz parte do hemograma, exame que analisa a composição do sangue. No
leucograma é realizada a contagem de leucócitos e, consequentemente, a avaliação do
sistema imunológico e defesa do organismo.
Leucocitose
Quando os leucócitos estão com níveis aumentados, ou seja, superior a 11 000 chama-se
de leucocitose.
Entende-se que o organismo está atuando, por exemplo, contra algum estresse
provocado por organismos invasores, efeito colateral de um medicamento ou alergia. Em
doenças infecciosas, como pneumonia e meningite, a contagem de glóbulos brancos no
sangue costuma aumentar.
Leucopenia
Quando os níveis de leucócitos estão abaixo de 4 500 no exame de sangue chama-se de
leucopenia.
Essa anormalidade pode ser causada, por exemplo, pelo uso de antibióticos, anemia ou
quimioterapia. Em certas infecções virais, como o sarampo, a contagem de glóbulos
brancos no sangue pode diminuir.
Tecido Muscular
O tecido muscular relaciona-se com a locomoção e outros movimentos do corpo.
Os músculos representam 40% da massa corporal. Por isso, em muitos animais o tecido
muscular é o mais abundante.
267
As células do tecido muscular são alongadas e recebem o nome de fibras musculares ou
miócitos. São ricas em duas proteínas: actina e miosina.
Movimento do corpo
Estabilização e postura
Regulação do volume dos órgãos
Produção de calor
Cada tecido é formado por fibras musculares que possuem características morfológicas e
funcionais particulares, como veremos a seguir:
Cada fibra muscular contém várias miofibrilas, filamentos de proteínas (actina, miosina e
outras).
268
Corte longitudinal das fibras esqueléticas, onde é possível observar suas estriações
A fibra muscular e a contração
A contração muscular permite a locomoção e os demais movimentos do corpo.
Esses filamentos podem ser observados em microscópio óptico, Nele podem ser
observadas a presença de estriações transversais pela alternância de faixas claras (Banda
I, miofilamentos de actina) e faixas escuras (Banda A, miofilamentos de miosina).
269
O sarcômero e sua atuação durante a
contração muscular
As fibras musculares são mantidas unidas devido ao tecido conjuntivo. Este tecido
permite que a força de contração, gerada por cada fibra individualmente, atue sobre o
músculo inteiro.
Além disso, o tecido conjuntivo nutre e oxigena as células musculares e transmite a força
gerada na contração aos tecidos vizinhos.
270
É constituído por células alongadas e ramificadas, dotadas de um núcleo ou dois núcleos
centrais.
Diferencia-se do tecido muscular estriado esquelético por suas estriações serem mais
curtas e não tão evidentes.
As células estão unidas entre si, através de suas extremidades, por estruturas
especializadas: os discos intercalares. Estas junções permitem a adesão entre as fibras e a
passagem de íons ou pequenas moléculas de uma célula a outra.
271
Tecido Muscular Liso ou Não-Estriado
Presente nos órgãos viscerais (estômago, intestino, bexiga, útero, ductos de glândulas e
paredes dos vasos sanguíneos).
Constitui a parede de muitos órgãos, sendo responsável por movimentos internos como
o movimento dos alimentos através do tubo digestivo.
Ao contrário dos tecidos estriado esquelético e cardíaco, o tecido muscular liso não
apresenta estriações. Isto porque, os filamentos de actina e miosina não se organizam no
padrão regular apresentado por células estriadas.
Tecido Nervoso
272
O tecido nervoso é um tecido de comunicação, capaz de receber, interpretar e responder
aos estímulos.
Os neurônios transmitem os impulsos nervosos e as células da glia atuam junto com eles.
Função
Tudo acontece de forma muito rápida. Através dos neurônios, o sistema nervoso recebe
estímulos, decodifica as mensagens e elabora respostas.
Por exemplo: o frio (estímulo externo) é recebido pelos receptores da pele, transmitido
por neurônios sensitivos e interpretado no sistema nervoso central.
Células Nervosas
As células do tecido nervoso podem ser de dois tipos: neurônios e células gliais.
273
Representação de um neurônio e de células da glia. Observe o oligodendrócito que
envolve o axônio neuronal
Neurônios
Os neurônios transmitem informações através de mediadores químicos,
os neurotransmissores, e de impulsos elétricos.
Células da Glia
As células da glia, ou neuróglias, são muito mais numerosas do os neurônios. Sua função
é nutrir e proteger o sistema nervoso.
Além disso, ajudam na regulação das sinapses e transmissão dos impulsos elétricos.
Características
O tecido nervoso constitui os órgãos do sistema nervoso, que pode ser classificado em
dois:
274
Sistema Nervoso Central
Formado pelo encéfalo, que fica dentro da caixa craniana, e pela medula espinhal.
As fibras, por sua vez, são constituídas pelos axônios e pelas células de Schwann, que os
revestem.
Os gânglios são porções dilatadas dos nervos, onde se concentram corpos celulares dos
neurônios.
275
Impulsos Nervosos e Sinapses
A transmissão do impulso nervoso é a forma de comunicação dos neurônios. Os
impulsos são fenômenos de natureza eletroquímica, uma vez que envolvem substâncias
químicas e a propagação de sinais elétricos.
Os sinais elétricos geram um potencial de ação nas membranas dos neurônios, isso quer
dizer, que há mudança de cargas elétricas.
Sinapses
Sinapse é a região localizada entre neurônios onde agem os neurotransmissores
(mediadores químicos), transmitindo o impulso nervoso de um neurônio a outro, ou de
um neurônio para uma célula muscular ou glandular.
276
O que são Sinapses?
Representação da sinapse
277
Os impulsos nervosos são sinais elétricos que afetam os íons da membrana do
neurônio. O estímulo ocorrido em algum ponto do neurônio é transmitido através de
mudanças bruscas de carga elétrica, fenômeno chamado potencial de ação, que
percorre todo o neurônio.
Os neurotransmissores fazem com que íons (partículas com carga elétrica) sejam levados
de uma célula a outra, alterando o potencial elétrico e gerando o potencial de ação.
Tipos de Sinapses
Existem dois tipos de sinapses: química e elétrica. As sinapses químicas são as mais
comuns nos seres humanos e outros mamíferos. As sinapses elétricas são mais comuns
em organismos invertebrados, nos humanos geralmente não ocorrem em neurônios,
apenas nas células gliais ou musculares.
Sinapses Químicas
Essas sinapses iniciam no terminal do axônio (uma região pouco mais alargada formando
um botão) da célula pré-sináptica.
A seguir se fundem com a membrana e liberam o seu conteúdo. A ligação química entre
o neurotransmissor e o receptor do neurônio seguinte gera mudanças que irão fazer com
que o sinal elétrico seja transmitido.
278
Se o sinal produzido na membrana pós-sináptica for de hiperpolarização, a ação
resultante será inibitória do potencial de ação, portanto nesse caso há uma sinapse
inibitória.
Sinapses Elétricas
Nessas sinapses não há participação de neurotransmissores, o sinal elétrico é conduzido
diretamente de uma célula a outra através de junções comunicantes (gap junctions). Essas
junções são canais que conduzem íons, obtendo respostas quase imediatas, isso quer
dizer que o potencial de ação é gerado diretamente.
Fisiologia
Sistema Digestó rio
O Sistema Digestório é também conhecido como Sistema Digestivo ou Aparelho
Digestivo. Ele é formado por um conjunto de órgãos que atuam no corpo humano.
279
Órgãos do
corpo humano relacionado ao sistema digestório
Uma delas é o tubo digestório (propriamente dito), antes conhecido como tubo
digestivo. Ele se divide em três partes: alto, médio e baixo. A outra parte corresponde
aos órgãos anexos.
Veja no quadro abaixo os órgãos que compõem cada parte do Sistema Digestório.
Partes Descrição
280
Partes Descrição
alto
Tubo digestório
Estômago e intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo).
médio
Órgãos e
anexos do trato digestório alto
281
Boca
A boca é a porta de entrada dos alimentos no tubo digestivo. Ela corresponde a uma
cavidade forrada por mucosa, onde os alimentos são umidificados pela saliva, produzida
pelas glândulas salivares.
282
Faringe
A faringe é o
órgão que faz a ligação entre o sistema digestório e o sistema respiratório
Para chegar ao esôfago, o alimento, depois de mastigado, percorre toda a faringe, que é
um canal comum para o sistema digestório e o sistema respiratório.
A penetração do alimento nas vias respiratórias é impedida pela ação da epiglote, que
fecha o orifício de comunicação com a laringe.
283
Esôfago
Movimento
peristálticos do esôfago
284
Estômago
Anatomia do
estômago sadio e de um estômago com úlcera
O estômago é uma grande bolsa que se localiza no abdômen, sendo responsável pela
digestão das proteínas.
A entrada do órgão recebe o nome de cárdia, porque fica muito próxima ao coração,
separada dele somente pelo diafragma.
Ele possui uma pequena curvatura superior e uma grande curvatura inferior. A parte mais
dilatada recebe o nome de "região fúndica", enquanto a parte final, uma região estreita,
recebe o nome de "piloro".
A mucosa gástrica é recoberta por uma camada de muco que a protege de agressões do
suco gástrico, uma vez que ele é bastante corrosivo. Por isso, quando ocorre um
desequilíbrio na proteção, o resultado é uma inflamação da mucosa (gastrite) ou o
surgimento de feridas (úlcera gástrica).
285
A gastrina é produzida no próprio estômago no momento em que moléculas de
proteínas dos alimentos entram em contato com a parede do órgão. Assim, a pepsina
quebra as moléculas grandes de proteína e as transformam em moléculas menores. Estas
são as proteoses e peptonas.
Por fim, a digestão gástrica dura, em média, de duas a quatro horas. Nesse processo, o
estômago sofre contrações que forçam o alimento contra o piloro, que se abre e fecha,
permitindo que, em pequenas porções, o quimo (massa branca e espumosa), chegue ao
intestino delgado.
Intestino delgado
Órgãos
anexos que participam do processo digestivo no intestino
O intestino delgado é revestido por uma mucosa enrugada que apresenta inúmeras
projeções. Está localizado entre o estômago e o intestino grosso e tem a função de
segregar as várias enzimas digestivas. Isto dá origem a moléculas pequenas e solúveis: a
glicose, aminoácidos, glicerol, etc.
286
O duodeno é a primeira porção do intestino delgado a receber o quimo que vem do
estômago, que ainda está muito ácido, sendo irritante à mucosa duodenal.
Logo em seguida, o quimo é banhado pela bile. A bile é secretada pelo fígado e
armazenada na vesícula biliar, contendo bicarbonato de sódio e sais biliares, que
emulsificam os lipídios, fragmentando suas gotas em milhares de micro gotículas.
Além disso, o quimo recebe também o suco pancreático, produzido no pâncreas. Ele
contém enzimas, água e grande quantidade de bicarbonato de sódio, pois dessa forma
favorece a neutralização do quimo.
Por fim, ao longo do intestino delgado, depois que todos os nutrientes foram absorvidos,
sobra uma pasta grossa formada por detritos não assimilados e com bactérias. Esta
pasta, já fermentada, segue para o intestino grosso.
287
Intestino grosso
Ele está dividido em três partes: o ceco, o cólon (que se subdivide em ascendente,
transverso, descendente e a curva sigmoide) e reto.
O reto é a parte final do intestino grosso, que termina com o canal anal e o ânus, por
onde são eliminadas as fezes.
Note que as fibras vegetais não são digeridas nem absorvidas pelo sistema digestivo,
passam por todo tubo digestivo e formam uma porcentagem significativa da massa fecal.
Sendo, portanto, importante incluir as fibras na alimentação para auxiliar a formação das
fezes.
288
Sistema Respirató rio
O sistema respiratório é o conjunto dos órgãos responsáveis pela absorção do oxigênio
do ar pelo organismo e da eliminação do gás carbônico retirado das células.
Ele é formado pelas vias respiratórias e pelos pulmões. Os órgãos que compõem as vias
respiratórias são: cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios.
Órgãos que
compõem o Sistema Respiratório
Troca gasosa
Quando inspiramos o ar atmosférico, que contém oxigênio e outros elementos químicos,
ele passa pelas vias respiratórias e chega aos pulmões.
289
É nos pulmões que acontece a troca do dióxido de carbono pelo oxigênio. E, graças aos
músculos respiratórios que este órgão cria forças para o ar fluir. Tudo isso a partir de
estímulos e comandos emitidos pelo Sistema Nervoso Central.
Equilíbrio ácido-base
O equilíbrio ácido-base corresponde à remoção do excesso de CO 2 do organismo.
Nesta função, novamente temos a atuação do Sistema Nervoso, que é responsável por
enviar informações para os controladores da respiração.
Produção de sons
A produção e emissão de sons é realizada pela ação conjunta do Sistema Nervoso e dos
músculos que trabalham na respiração.
Defesa pulmonar
Ao respirar, é praticamente impossível eliminar as impurezas contidas no ambiente
atmosférico. A inspiração de microrganismos se torna inevitável.
Conheça a seguir quais são os órgãos do Sistema Respiratório e como eles atuam no
nosso corpo.
290
Diversos órgãos
atuam no Sistema Respiratório
Cavidades Nasais
As cavidades nasais são dois condutos paralelos revestidos de mucosa e separados por
um septo cartilaginoso, que começam nas narinas e terminam na faringe.
No interior das cavidades nasais, existem pelos que atuam como filtro de ar, retendo
impurezas e germes, garantindo que o ar chegue limpo aos pulmões.
291
A membrana que reveste as cavidades nasais contém células produtoras de muco que
umidificam o ar. Ela é rica em vasos sanguíneos que aquecem o ar que entra no nariz.
Faringe
A faringe é um tubo que serve de passagem tanto para os alimentos quanto para o ar,
portanto, faz parte do sistema respiratório e do sistema digestório.
Laringe
A laringe é o órgão que liga a faringe à traqueia. Na parte superior da laringe está a
epiglote, a válvula que se fecha durante a deglutição.
Este é também o principal órgão da fala. Nela estão localizadas as cordas vocais.
Traqueia
A traqueia é um tubo situado abaixo da laringe e formado por quinze a vinte anéis
cartilaginosos que a mantêm aberta.
Este órgão é revestido por uma membrana mucosa, e nela o ar é aquecido, umidificado e
filtrado.
292
Brônquios
A traqueia, o
brônquio, os bronquíolos e os alvéolos desempenham importantes funções
Cada brônquio penetra em um dos pulmões e divide-se em diversos ramos menores, que
se distribuem por todo o órgão formando os bronquíolos.
293
Pulmões
Detalhes dos
Brônquios, Bronquíolos e Alvéolos e das trocas gasosas
Cada pulmão é envolvido por uma membrana dupla, chamada pleura. Internamente,
cada pulmão apresenta cerca de 200 milhões de estruturas muito pequenas, em forma
de cacho de uva e que se enche de ar, chamados de alvéolos pulmonares.
294
Doenças do Sistema Respiratório
Os pulmões podem ser atacados por diversas doenças, as quais pode ser infecciosas ou
alérgicas.
O processo infeccioso também pode ser desencadeado por substâncias tóxicas, como a
fumaça tóxica do cigarro, é o que acontece no enfisema, doença degenerativa crônica,
geralmente desencadeada pelo tabagismo.
295
Sistema Circulató rio
O sistema circulatório ou cardiovascular, formado pelo coração e vasos sanguíneos, é
responsável pelo transporte de nutrientes e oxigênio para as diversas partes do corpo.
Pequena circulação
Assim, o sangue venoso é bombeado do ventrículo direito para a artéria pulmonar, que
se ramifica de maneira que uma segue para o pulmão direito e outra para o pulmão
esquerdo.
Já nos pulmões, o sangue presente nos capilares dos alvéolos libera o gás carbônico e
absorve o gás oxigênio. Por fim, o sangue arterial (oxigenado) é levado dos pulmões ao
coração, através das veias pulmonares, que se conectam no átrio esquerdo.
Grande circulação
296
No coração, o sangue arterial vindo dos pulmões, é bombeado do átrio esquerdo para o
ventrículo esquerdo. Do ventrículo passa para a artéria aorta, que é responsável por
transportar esse sangue para os diversos tecidos do corpo.
Assim, quando esse sangue oxigenado chega aos tecidos, os vasos capilares refazem as
trocas dos gases: absorvem o gás oxigênio e liberam o gás carbônico, tornando o sangue
venoso.
Por fim, o sangue venoso faz o caminho de volta ao coração e chega ao átrio direito
pelas veias cavas superiores e inferiores, completando o sistema circulatório.
Componentes
Sangue
O sangue é um tecido líquido e exerce papel fundamental no sistema circulatório. É pela
corrente sanguínea que o oxigênio e nutrientes chegam até as células.
Desse modo, ele retira dos tecidos as sobras das atividades celulares, como o gás
carbônico produzido na respiração celular e conduz os hormônios pelo organismo.
Coração
O coração é um órgão muscular, que se localiza na caixa torácica, entre os pulmões.
Funciona como uma bomba dupla, de modo que o lado esquerdo bombeia o sangue
arterial para as diversas partes do corpo, enquanto o lado direito bombeia o sangue
venoso para os pulmões.
297
Válvula tricúspide: impede o refluxo de sangue do átrio direito para o ventrículo
direito.
Válvula mitral: impede o refluxo de sangue do átrio esquerdo para o ventrículo
esquerdo.
Vasos Sanguíneos
Os vasos sanguíneos são tubos do sistema circulatório, distribuídos por todo o corpo,
por onde circula o sangue. São formados por uma rede de artérias e veias que se
ramificam formado os capilares.
Artérias
As artérias se ramificam pelo corpo, ficam mais finas, formam as arteríolas, que se
ramificam ainda mais, originando os capilares.
Veias
As veias são vasos do sistema circulatório, que transportam o sangue de volta dos
tecidos do corpo para o coração. Suas paredes são mais finas que as artérias.
A maior parte das veias transporta o sangue venoso, ou seja, rico em gás carbônico.
Contudo, as veias pulmonares transportam o sangue arterial, oxigenado, dos pulmões
para o coração.
Capilares
298
Pelo corpo de uma pessoa adulta circula, em média, seis litros de sangue, numa ampla
rede de vasos sanguíneos, bombeados pelo coração.
Tipos
Aves e mamíferos
Nas aves e mamíferos o coração possui quatro câmaras, sendo dois átrios e dois
ventrículos, completamente separados.
299
A circulação sanguínea é assim separada da circulação arterial, não havendo nenhuma
mistura do sangue venoso com o arterial. É uma circulação muito eficiente.
Répteis
Os répteis, em sua maioria, possuem um coração com três câmaras. O ventrículo é
parcialmente dividido, há mistura do sangue, mas em menor quantidade.
Anfíbios
Nos anfíbios há três câmaras no coração: dois átrios e um ventrículo. O sangue venoso
entra pelo átrio direito e o sangue arterial pelo esquerdo, em seguida passam para o
ventrículo, onde ocorre a mistura dos dois tipos de sangue.
Peixes
Nos peixes, o coração tem apenas duas câmaras, um átrio e um ventrículo. O sangue
venoso entra pelo átrio passa ao ventrículo e dali é bombeado para as brânquias, onde
será oxigenado.
Moluscos
Os moluscos possuem um sistema circulatório simples. Em algumas classes é fechado
com um “coração”, situado dentro da cavidade pericárdica, que bombeia o líquido
sanguíneo (hemolinfa), fazendo-o circular das artérias às diversas partes do corpo.
300
Anelídeos
O sistema circulatório dos anelídeos é fechado, com vários "corações" na parte anterior
do corpo, que são vasos cujas paredes musculosas bombeiam o líquido sanguíneo. Há
um pigmento semelhante à hemoglobina, mas que não está dentro de células e sim
dissolvido no líquido sanguíneo.
Artrópodes
Possuem um coração tubular dorsal dividido internamente em câmaras com válvulas que
as separam, chamadas de óstios. Alguns insetos tem corações acessórios.
Sistema Excretor
O sistema excretor tem a função de eliminar os resíduos das reações químicas que
ocorrem dentro das células, no processo de metabolismo.
Importante ressaltar que o sistema excretor é encarregado de muito mais que apenas a
eliminação de resíduos. Trata-se do principal responsável pelo controle da composição
química do ambiente interno.
301
A excreção da
urina é realizada pelos rins
Os produtos da excreção são denominados "excretas", que são lançadas das células para
o líquido que as banha (líquido intersticial), e daí são passadas para a linfa e para o
sangue.
302
Há também a água e os sais minerais, com destaque para o cloreto de sódio (o principal
componente do sal de cozinha).
Excreção da Urina
A excreção através da urina inicia em um processo realizado pelos rins. Eles funcionam
como um filtro que retém as impurezas do sangue e o deixa em condições de circular
pelo organismo.
De acordo com as concentrações no sangue, esses íons podem ser eliminados em maior
ou menor quantidade na urina, através do sistema urinário. As principais substâncias que
formam a urina são ureia, ácido úrico e amônia.
303
Excreção do Gás Carbônico
A respiração
é fundamental para a excreção do gás carbônico
Além disso, a água também é eliminada sob a forma de vapor, por meio da expiração.
304
Excreção do Suor
As glândulas
sudoríparas atuam na excreção do suor
No entanto através do suor são eliminados sais minerais, como o cloreto de sódio, e
água sendo que, devido a sua enorme importância para a célula, ela fica conservada em
grande parte no organismo.
Para eliminar os resíduos das reações químicas que nosso corpo produz, diferentes
órgãos desempenham funções de extrema importância.
Conheça a seguir quais são esses órgãos e como eles atuam no sistema excretor.
Rins
Os rins são órgãos do sistema urinário, porém que atuam diretamente na eliminação de
resíduos que resultam da ação do metabolismo do organismo.
305
Considerando as substâncias eliminadas pelos rins destacam-se a ureia, a creatina e
toxinas do sangue.
Além dessa função, ele também atua na regulação do volume de líquidos do organismo
e no controle da pressão arterial sanguínea.
Néfrons
Os néfrons são estruturas presentes nos rins e que tem como principal ação a formação
da urina. Ele filtra os elementos do plasma sanguíneo para então eliminar na urina.
Localizados nos rins, eles estão presentes em grandes quantidades no corpo humano,
sendo aproximadamente 1.200.000 néfrons em cada rim.
Ureteres
O ureter é um tubo que liga o rim à bexiga, ou seja, ele transporta a urina dos rins para a
bexiga, sendo um ureter para cada rim. Ele é um dos elementos do sistema urinário e que
auxiliam na excreção das substâncias indesejadas.
Para desempenhar sua função, ele realiza movimentos peristálticos que auxiliam a
condução da urina até a bexiga. Para isso, sua parede é formada por três camadas
diferentes, sendo estas formadas por uma camada mucosa, uma muscular e outra
adventícia.
Bexiga urinária
A bexiga urinária é o órgão responsável por armazenar a urina produzida pelos rins e
transportada pelos ureteres. Além do armazenamento é ela quem elimina a urina.
Este é um órgão muscular com alta capacidade elástica, visto que pode armazenar até
800 ml de urina.
Uretra
A uretra é o canal responsável por conduzir o caminho da urina para fora do corpo. Ela
está ligada à bexiga urinária.
306
Sistema Linfá tico
O sistema linfático é o principal sistema de defesa do organismo. Ele é constituído pelos
nódulos linfáticos (linfonodos), ou seja, uma rede complexa de vasos, responsável por
transportar a linfa dos tecidos para o sistema circulatório.
Além disso, ele possui outras funções como a proteção de células imunes, pois atua junto
ao sistema imunológico. Outro importante papel do sistema linfático está na absorção
dos ácidos graxos e no equilíbrio dos fluidos (líquidos) nos tecidos.
Formação do
sistema linfático
307
Para desempenhar sua função de eliminar as impurezas do nosso corpo, o sistema
linfático trabalha junto com o sistema imunológico.
Vasos
linfáticos
308
Componentes
do sistema linfático
O sistema linfático é formado por diferentes componente e órgãos. Veja a seguir quais
são e como cada um deles atua no organismo.
Linfonodos
Os linfonodos (gânglios linfáticos) são chamados de nódulos linfáticos. Eles são
pequenos órgãos (com até 2 cm) presentes no pescoço, no tórax, no abdômen, na axila e
na virilha.
Formados por tecido linfoide e distribuídos pelo corpo, os linfonodos são responsáveis
por filtrarem a linfa antes dela retornar ao sangue. Além disso eles também atuam na
defesa do organismo, impedindo a permanência de partículas estranhas no corpo.
Linfa
A linfa é um líquido transparente e alcalino semelhante ao sangue e que circula pelos
vasos linfáticos. Porém, ele não possui hemácias e, por isso, apresenta um aspecto
esbranquiçado e leitoso.
309
Responsável pela eliminação das impurezas, a linfa é produzida pelo intestino delgado e
fígado. Seu transporte é feito pelos vasos linfáticos num único sentido (unidirecional),
filtrada pelos linfonodos e lançada no sangue.
Vasos linfáticos
Os vasos linfáticos são canais, distribuídos pelo organismo, os quais possuem válvulas
que transportam a linfa na corrente sanguínea num único sentido, impedindo assim o
refluxo.
Eles atuam no sistema de defesa do organismo, visto que retiram células mortas e
transportam os linfócitos (glóbulos brancos) que combatem as infecções no organismo.
Baço
Maior dos órgão linfáticos, o baço é um órgão de ovalado, localizado abaixo do
diafragma e atrás do estômago.
Timo
O timo é um órgão localizado na cavidade torácica, próximo do coração.
É curioso notar que o timo é um órgão que ao longo da vida diminui de tamanho.
Tonsilas palatinas
Popularmente, esses dois órgãos localizados na garganta, são conhecidos como amídalas
ou amígdalas palatinas.
Elas são responsáveis pela seleção dos microrganismos que penetram no corpo,
principalmente pela boca. Nesse caso, auxiliam no processo de defesa do organismo
visto que produzem linfócitos.
310
Elefantíase
A filaríase ou filariose é conhecida como “doença tropical infecciosa” e corresponde à
inflamação dos vasos linfáticos transmitida por inseto (mosquito culex).
Seu nome está associado com a retenção de líquido ou o inchaço dos membros, fazendo
com que as pernas dos doentes tenham aspecto de elefante.
Linfedema
Caracterizada pela inflamação e obstrução dos vasos linfáticos, a linfedema leva ao
inchaço excessivo dos membros.
311
Adenoides e amígdalas. São coleções de tecido linfático localizadas na
parte posterior da garganta. Elas produzem anticorpos contra os germes
que podem ser inalados ou ingeridos.
O Sistema Urinário é composto por dois rins e pelas vias urinárias, formada por dois
ureteres, a bexiga urinária e a uretra.
Rins
Os rins são órgãos que se situam na parte posterior da cavidade abdominal, localizados
um em cada lado da coluna vertebral. São de cor vermelho - escuro e têm o formato
semelhante ao de um grão de feijão e do tamanho aproximado de uma mão fechada.
Os rins se ligam ao sistema circulatório através da artéria renal e da veia renal, e com as
vias urinárias pelos ureteres. As artérias renais são ramificações muito finas que formam
pequenos emaranhados chamados glomérulos. Cada glomérulo é envolvido por uma
estrutura arredondada, chamada cápsula glomerular ou cápsula de Bowman.
312
Detalhe de um
Rim, mostrando em detalhe o Néfron.
Forçado pela pressão sanguínea, parte do plasma (água e partículas pequenas nela
dissolvidas, como sais minerais, ureia, ácido úrico, glicose) sai dos capilares que formam
os glomérulos e cai na cápsula glomerular. Em seguida passa para o túbulo renal.
Substâncias úteis como água, glicose e sais minerais, contidas nesse líquido, atravessam a
parede do túbulo renal e retornam à circulação sanguínea. Assim, o que resta nos túbulos
é uma pequena quantidade de água e resíduos, como a ureia, ácido úrico e amônia: é
a urina, que segue para as vias urinárias. Observe no esquema a seguir as fases de
formação da urina dentro no néfron.
313
Vias Urinárias
314
Bexiga Urinária
Órgão muscular elástico, uma espécie de bolsa, que está situada na parte inferior do
abdome com a função de acumular a urina que chega dos ureteres. Portanto, a bexiga
recebe e armazena temporariamente a urina e quando o volume chega a mais ou menos
300 ml, os sensores nervosos da parede da bexiga enviam mensagens ao sistema
nervoso, fazendo com que tenhamos vontade de urinar.
Ureteres
São dois tubos de aproximadamente 20 cm de comprimento cada, que conduz a urina
dos rins para a bexiga.
Uretra
Tubo muscular, que conduz a urina da bexiga para fora do corpo. A uretra feminina mede
cerca de 5 cm de comprimento e transporta somente a urina. A uretra masculina mede
cerca de 20 cm e transporta a urina para fora do corpo, e também o esperma.
315
Anatomia
Masculina mostrando os órgãos do sistema urinário e reprodutivo.
O sistema urinário masculino, difere do feminino na medida em que a uretra, canal que
conduz a urina da bexiga para o exterior, também é utilizado para liberação do
esperma no ato da ejaculação. Dividida em três partes: prostática, cavernosa e
membranosa, a uretra masculina mede aproximadamente 20 cm e estende-se do orifício
uretral interno na bexiga urinária até o orifício uretral externa na extremidade do pênis.
316
Anatomia
feminina mostrando órgãos do sistema urinário e reprodutivo.
Muitas doenças estão associadas ao sistema urinário seja nos rins ou nas vias urinárias
(ureteres, bexiga e uretra).
Doenças Renais
Nefrite
A nefrite é uma infecção dos néfrons, resultado de diversos fatores, por exemplo, a
superdosagem de medicamentos e a presença no organismo de algumas substâncias
tóxicas, como o mercúrio, o que pode lesar ou destruir os néfrons, causando dores,
redução da produção da urina, aparência turva da urina e o aumento da pressão.
317
Hipertensão Arterial e Problemas Renais
Quando os rins não funcionam de modo eficiente, os sais e a água em excesso se
acumulam no sangue, provocando aumento da pressão arterial. O processo de filtragem
renal nas pessoas hipertensas é deficiente, o que pode resultar no desenvolvimento de
doenças renais.
Infecções Bacterianas
Em especial a bactéria Escherichia coli, que pode penetrar no sistema urinário por meio
da uretra causando infecção bacteriana.
Esquema da
formação e localização de um cálculo no rim.
Popularmente conhecido como "pedra nos rins", os cálculos renais podem se alojar nos
rins, nos ureteres ou na bexiga. São formados na medida em que ocorre alta
318
concentração de cálcio ou de outros tipos de sal contidos nos líquidos do organismo (no
caso a urina).
Cistite
A Cistite é uma infecção ou inflamação na bexiga urinária. O doente sente ardor na uretra
no ato de urinar e por não conseguir reter a urina, libera em pouca quantidade.
Uretite
A Uretite é uma infecção na uretra desenvolvida por bactérias que ocorre normalmente
junto com a cistite.
Sistema Nervoso
O sistema nervoso representa uma rede de comunicações do organismo.
319
Nervos que
compõem o sistema nervoso
O Sistema Nervoso Central é constituído pelo encéfalo e pela medula espinhal, ambos
envolvidos e protegidos por três membranas denominadas meninges.
Encéfalo
O encéfalo, que pesa aproximadamente 1,5 quilo, está localizado na caixa craniana e
apresenta três órgãos principais: o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico;
320
Cérebro
É o órgão mais importante do sistema nervoso. Considerado o órgão mais volumoso,
pois ocupa a maior parte do encéfalo, o cérebro está dividido em duas partes simétricas:
o hemisfério direito e o hemisfério esquerdo.
Cerebelo
Está situado na parte posterior e abaixo do cérebro, o cerebelo coordena os
movimentos precisos do corpo, além de manter o equilíbrio. Além disso, regula o
tônus muscular, ou seja, regula o grau de contração dos músculos em repouso.
Tronco Encefálico
Localizado na parte inferior do encéfalo, o tronco encefálico conduz os impulsos
nervosos do cérebro para a medula espinhal e vice-versa.
Além disso, produz os estímulos nervosos que controlam as atividades vitais como
os movimentos respiratórios, os batimentos cardíacos e os reflexos, como a tosse, o
espirro e a deglutição.
Medula Espinhal
A medula espinhal é um cordão de tecido nervoso situado dentro da coluna vertebral.
Na parte superior está conectada ao tronco encefálico.
Sua função é conectar o sistema nervoso central ao resto do corpo. Importante destacar
que existem dois tipos de nervos: os cranianos e os raquidianos.
321
Nervos Cranianos: distribuem-se em 12 pares que saem do encéfalo, e sua função é
transmitir mensagens sensoriais ou motoras, especialmente para as áreas da cabeça e
do pescoço.
Nervos Raquidianos: são 31 pares de nervos que saem da medula espinhal. São
formados de neurônios sensoriais, que recebem estímulos do ambiente; e neurônios
motores que levam impulsos do sistema nervoso central para os músculos ou para as
glândulas.
De acordo com a sua atuação, o sistema nervoso periférico pode ser dividido
em sistema nervoso somático e sistema nervoso autônomo.
Sistema Nervoso Somático: regula as ações voluntárias, ou seja, que estão sob o
controle da nossa vontade bem como regula a musculatura esquelética de todo o
corpo.
Sistema Nervoso Autônomo: atua de modo integrado com o sistema nervoso central e
apresenta duas subdivisões: o sistema nervoso simpático, que estimula o
funcionamento dos órgãos, e o sistema nervoso parassimpático que inibe o seu
funcionamento.
De maneira geral, esses dois sistemas têm funções contrárias. Enquanto o sistema
nervoso simpático dilata a pupila e aumenta a frequência cardíaca, o parassimpático,
por sua vez, contrai a pupila e diminui os batimentos cardíacos.
Enfim, a função do sistema nervoso autônomo é regular as funções orgânicas, para que
as condições internas do organismo se mantenham constantes.
Esses elementos interagem entre si e têm como objetivo defender o corpo contra
doenças, vírus, bactérias, micróbios e outros.
322
O sistema imunológico humano serve como uma proteção, um escudo ou uma barreira
que nos protege de seres indesejáveis, os antígenos, que tentam invadir o nosso corpo.
Assim, representa a defesa do corpo humano.
Resposta Imune
Tipos de
respostas imunes do organismo
Existem dois tipos de respostas imunes: a inata, natural ou não específica e a adquirida,
adaptativa ou específica. Conheça sobre cada tipo de resposta imune nas explicações
abaixo.
Veja no quadro a seguir quais são e como elas atuam na defesa do nosso organismo.
323
Barreira Ação no organismo
324
Imunidade adquirida, adaptativa ou específica
A imunidade adaptativa é a defesa adquirida ao longo da vida, tais como anticorpos e
vacinas.
Células e órgãos
O sistema imunológico humano é formado por diversos tipos de células e órgãos, que
são divididos da seguinte forma:
Tipos de
células e órgãos do sistema imunológico
Conheça abaixo detalhes como cada uma dessas células e órgãos atuam na defesa do
organismo.
325
Células
As células de defesa do corpo são os leucócitos, linfócitos e macrófagos.
Leucócitos
Os leucócitos ou glóbulos brancos são células produzidas pela medula óssea e
linfonodos. Eles têm a função de produzir anticorpos para proteger o organismo contra
os patógenos.
São leucócitos:
Linfócitos
Os linfócitos são um tipo de leucócito ou glóbulo branco do sangue, responsáveis pelo
reconhecimento e destruição de microrganismos infecciosos como bactérias e vírus.
Macrófagos
Os macrófagos são células derivadas dos monócitos. Sua função principal é fagocitar
partículas, como restos celulares, ou microrganismos.
326
Órgãos
Órgãos do
sistema imunológico
327
Órgãos imunitários primários
Nestes órgãos ocorre a produção dos linfócitos:
Medula óssea: tecido mole que preenche o interior dos ossos. Local de produção dos
elementos figurados do sangue, como hemácias, leucócitos e plaquetas.
Timo: glândula localizada na cavidade torácica, no mediastino. Sua função é o
promover o desenvolvimento dos linfócitos T.
Para fortalecer o sistema imunológico e evitar problemas com baixa imunidade, é preciso
atenção especial com a alimentação. Algumas frutas ajudam no aumento da imunidade,
como a maçã, laranja e kiwi, que são frutas cítricas. A ingestão de ômega 3 também é um
aliado para o sistema imunológico.
É importante, ainda, praticar exercícios, beber água e tomar sol com moderação.
328
Sistema Endó crino
O Sistema Endócrino é o conjunto de glândulas responsáveis pela produção dos
hormônios que são lançados no sangue e percorrem o corpo até chegar aos órgãos-alvo
sobre os quais atuam.
Junto com o sistema nervoso, o sistema endócrino coordena todas as funções do nosso
corpo. O hipotálamo, um grupo de células nervosas localizadas na base do encéfalo, faz a
integração entre esses dois sistemas.
329
Hipófise
A hipófise está localizada no centro da cabeça, logo abaixo do cérebro. Produz diversos
hormônios, entre eles, o hormônio do crescimento.
Tireoide
A tireoide está localizada no pescoço, produz a tiroxina, hormônio que controla a
velocidade do metabolismo celular, na manutenção do peso e do calor corporal, no
crescimento e no ritmo cardíaco.
Paratireoides
As paratireoides são quatro pequenas glândulas, localizadas atrás da tireoide, que
produzem o paratormônio, hormônio que regula a quantidade de cálcio e fósforo no
sangue.
A diminuição desse hormônio reduz a quantidade de cálcio no sangue e faz com que os
músculos se contraiam violentamente.
330
Esse sintoma é chamado de tetania, pois é semelhante ao que ocorre em pessoas com
tétano. Por sua vez, o aumento da produção desse hormônio, transfere parte do cálcio
para o sangue, de modo que enfraquece os ossos, tornando-os quebradiços.
Timo
O timo está situado entre os pulmões. Produz um hormônio que atua na defesa do
organismo do recém-nascido contra infecções.
Suprarrenais
As glândulas suprarrenais situam-se acima dos rins e produzem a adrenalina, hormônio
que prepara o corpo para a ação. Os efeitos da adrenalina no organismo são:
Pâncreas
O pâncreas é uma glândula mista pois além de hormônios (insulina e o glucagon)
produz também o suco pancreático, que é lançado no intestino delgado e desempenha
importante papel na digestão.
A insulina controla a entrada da glicose nas células (onde será utilizada na liberação de
energia) e o armazenamento no fígado, na forma de glicogênio.
331
Nesse caso o pâncreas produz o glucagon, que age no fígado, estimulando a "quebra"
do glicogênio em moléculas de glicose. Por fim, a glicose é enviada para o sangue
normalizando a hipoglicemia.
Glândulas sexuais
As glândulas sexuais são os ovários e os testículos, que fazem parte do sistema
reprodutor feminino e do sistema reprodutor masculino respectivamente.
Sistema Locomotor
O sistema locomotor é formado pelos ossos, articulações e músculos esqueléticos e
representa a integração entre o Sistema Esquelético e o Sistema Muscular.
Sistema Esquelético
O sistema esquelético tem como função a sustentação do corpo, a proteção de órgãos
internos, armazenamento de minerais e íons e produção de células sanguíneas.
Esqueleto
O esqueleto é constituído por diversos ossos e estruturas associadas, como as
cartilagens, tendões e ligamentos.
332
A coluna vertebral dá a sustentação ao corpo. É formada pelas vértebras, que se alternam
com discos intervertebrais.
Quer saber mais sobre o esqueleto e os ossos? Leia também Sistema Esquelético.
As articulações consistem na área de contato entre dois ossos distintos, mediados por
diferentes tipos de tecido conjuntivo.
333
Em uma articulação móvel, os ossos mantêm-se no lugar, devido aos ligamentos,
cordões resistentes, constituídos por tecido conjuntivo fibroso.
Sistema Muscular
334
Uma das principais propriedades dos músculos é a capacidade de se contrair. É isso, que
possibilita os movimentos.
Tipos de Músculos
Os músculos podem ser de três tipos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso.
O músculo liso encontra-se nos órgãos viscerais, como estômago, intestino, bexiga,
útero, entre outros. Possui contração involuntária e lenta.
Audiçã o e Posicionamento
A audição é um dos cinco sentidos do corpo humano e nos permite ouvir. Os
seus principais órgãos são as orelhas (antes designadas “ouvidos”).
O fato de possuirmos uma orelha de cada lado da cabeça, nos ajuda a ter uma melhor
percepção da localização da origem do som.
A Orelha
335
Anatomia da orelha
A orelha humana é dividida em três segmentos: orelha externa, orelha média e orelha
interna. As suas principais partes são:
Pavilhão Auricular: parte mais externa da orelha, formada por cartilagens, por onde as
ondas sonoras entram no canal auditivo.
Canal Auditivo: faz a ligação entre a orelha média e o exterior.
Martelo: pequeno osso localizado na orelha média, que em uma extremidade está
ligado ao tímpano e em outra, à bigorna. Recebe a vibração sonora e a transmite à
orelha interna.
Bigorna: pequeno osso localizado na orelha média que em uma extremidade está
ligado ao martelo e em outra, ao estribo.
Estribo: pequeno osso localizado na orelha média, que em uma extremidade está
ligado à bigorna e em outra à janela oval.
Tímpano: membrana extremamente fina que separa a orelha externa da orelha média.
Transmite a vibração das ondas sonoras aos pequenos ossos localizados na orelha
média (bigorna, estribo e martelo).
Cóclea: também chamada de “caracol”, está localizada na orelha interna. É um órgão
receptor sensível às diferentes alturas de som. É responsável por converter a vibração
das ondas sonoras em impulsos elétricos.
Janela Oval: abertura que liga a orelha média à orelha interna.
Nervo Auditivo: transmite informações ao cérebro que depois de interpretadas
permitem a percepção do som.
336
Orelha externa de mulher
A orelha externa, é a que chamamos comumente de “orelha”. Através dela são captadas
as ondas sonoras do ar, que seguem pelo canal auditivo e logo a seguir passam pela
orelha média, localizada mais internamente, fazendo vibrar o tímpano e os três pequenos
ossos da orelha média: martelo, bigorna e estribo.
Essa vibração chega até a janela oval, que faz a ligação entre a orelha média e a orelha
interna, que como o próprio nome diz, é a que está localizada na parte mais interna do
ouvido.
Na orelha interna, também conhecida como “labirinto”, a vibração chega até a cóclea,
órgão cujo interior possui líquidos e pequenos pelos.
Doenças da Audição
337
Exposição à sons muito altos;
Poluição Sonora;
Perfuração do tímpano;
Otite na orelha média;
Fratura dos ossos da orelha média;
Traumas com ferimentos na cabeça.
Visã o
Um dos cinco sentidos, a visão é a responsável por enxergarmos e tem como órgãos
principais os olhos.
O Olho
Nos seres humanos, o olho é uma esfera com cerca de 3 centímetros de diâmetro, onde
as principais partes são:
Córnea: é uma membrana transparente que está presa à esclera na parte da frente do
olho. Permite a entrada da luz e, juntamente com o cristalino, faz com que ela seja
focada para a retina. A transparência e a curvatura da córnea são essências para
assegurar uma visão nítida.
Coroide: é a camada do meio do olho, formada por um tecido constituído de vasos
sanguíneos e nervos, que tem como funções manter a temperatura do globo ocular,
nutri-lo e conduzir o fluxo sanguíneo.
Cristalino: é uma estrutura de consistência elástica que fica mais espessa para a visão
do que está próximo e mais fina para a visão do que está mais distante, permitindo
assim ajustar o foco do que é visualizado de acordo com a distância. Cresce ao longo de
toda a vida do ser humano e funciona como uma lente que, juntamente com a córnea,
direciona a passagem da luz até a retina.
Esclera: comumente chamada de “branco do olho”, é a camada mais externa do olho,
constituída de um tecido fibroso bastante denso e resistente, e tem como função
proteger o globo ocular. À ela estão ligados os músculos que controlam os movimentos
dos olhos.
Humor aquoso: fluido que está situado entre a córnea e o cristalino, preenchendo
assim a câmara anterior do olho.
338
Humor vítreo: fluido gelatinoso que está situado entre o cristalino e a retina,
preenchendo assim a câmara posterior do olho.
Íris: é a parte colorida do olho e está situada entre a córnea e o cristalino. É uma
musculatura retrátil que se expande e se contrai, regulando a quantidade de luz que
entra no olho através de um orifício designado pupila.
Nervo ótico: está ligado à retina. É através dele que são transmitidos os impulsos
elétricos ao cérebro, que posteriormente os interpreta gerando assim a imagem que
visualizamos.
Pupila: é a parte escura localizada no centro da íris. Apesar de muitos pensarem tratar-
se de um pequeno círculo de pigmentação escura, é na verdade um orifício. A sua
dimensão é aumentada ou reduzida pela íris, consoante a quantidade de luz recebida.
Quando a luminosidade é baixa, a íris dilata a pupila para que seja captada a maior
quantidade de luz possível, e quando a quantidade de luz é muita, a dimensão da
pupila é reduzida pela íris, diminuindo assim a entrada de luz e evitando que o
indivíduo seja ofuscado.
Retina: é camada mais interna do olho, constituída por dois tipos de células
designados bastonetes (células muito sensíveis à luz que permitem a visão em
condições de baixa luminosidade e detectam apenas tonalidades de cinza)
e cones (células menos sensíveis à luz, que distinguem cores e tonalidades.
Quando se olha para algo ou alguém, este objeto ou ser reflete raios de luz. Essa luz
entra nos olhos através da córnea e, chegando ao cristalino, é focada de forma nítida
sobre a retina.
Como resultado desse processo, é formada na retina uma imagem invertida daquilo que
é focado. Neste momento, os cones e os bastonetes enviam mensagens ao cérebro e isso
desencadeia impulsos elétricos que são transmitidos ao cérebro pelo nervo ótico. O
cérebro então interpreta a imagem recebida e está concluído o processo da visão.
Doenças da Visão
339
Glaucoma: aumento da pressão intra-ocular que pode ocasionar a diminuição da
acuidade visual e até mesmo a cegueira.
Estrabismo: desalinhamento ocular que faz com que o indivíduo não consiga direcionar
os dois olhos para um mesmo ponto. Esse desalinhamento pode ser para cima, para
baixo ou para os lados.
Retinopatia: causa alterações nos pequenos vasos sanguíneos da retina, o que pode
interferir com a qualidade visual do indivíduo podendo até mesmo levá-lo à cegueira.
Diabetes.
Pressão arterial elevada.
Uso excessivo de computadores, tablets e videogames.
Tato
O tato é um dos cinco sentidos e é através dele que podemos perceber
texturas, temperaturas e sensações de dor.
Diferentemente dos outros sentidos, que estão concentrados em uma única parte do
corpo, o tato pode ser percebido em todo o corpo humano, visto que o seu órgão
principal é a pele.
A Pele
Além de ser o órgão principal do sentido do tato, a pele é também o maior órgão do
corpo humano. Ela é composta por duas camadas que estão unidas entre si: a epiderme,
que é a camada exterior e a derme, que é a camada interior.
Toda a superfície da pele é coberta por terminações nervosas. Essas terminações são
responsáveis por captar as sensações e transmiti-las aos nervos. No entanto, a maior
parte dessas terminações capta uma sensação específica:
340
Receptores de Meissner: sensibilidade a toques leves
Discos de Merkel: sensibilidade tátil e de pressão
Receptores de Krause: receptores térmicos de frio
Receptores de Ruffini: receptores térmicos de calor
Receptores de Vater Pacini: captam estímulos vibratórios
Terminação nervosa livre: sensibilidade a estímulos mecânicos, térmicos e dolorosos.
O alfabeto Braile foi desenvolvido para possibilitar a experiência de leitura por parte dos
deficientes visuais. Trata-se de um sistema de escrita onde cada conjunto de pontos em
relevo representam um caractere. Esses caracteres podem ser descodificados com a
ponta dos dedos, o que apenas é possível graças ao sentido do tato.
Hanseníase
Lesão na medula espinhal
Micose
Olfato e Paladar
O olfato é um dos cinco sentidos e é através dele que os odores podem ser percebidos e
distinguidos.
O órgão responsável pelo olfato varia de acordo com as espécies. Enquanto os seres
humanos utilizam o nariz para perceber os odores, os insetos utilizam as antenas.
341
Como funciona o olfato?
Olfato
Diferentemente da visão, que consegue notar uma série de cores ao mesmo tempo, o
olfato é capaz de identificar apenas um odor de cada vez, mesmo que esse seja uma
combinação de vários odores.
Mucosa Olfativa
A mucosa olfativa, ou mucosa amarela, está localizada no alto da cavidade nasal e é rica
em terminações nervosas. Essas terminações possuem células olfativas que enviam
342
impulsos ao cérebro para que estes sejam interpretados. O resultado desse processo é a
identificação dos cheiros.
A mucosa amarela é sensível a ponto de ser estimulada a produzir impulsos, mesmo com
uma quantidade muito pequena de moléculas aromáticas.
No entanto, quanto maior for a quantidade dessas moléculas no ar, maior será a
quantidade de estímulos transmitidos ao cérebro e consequentemente, maior a
sensação/percepção do odor.
Essa sensação, mesmo quando muito intensa, é rapidamente assimilada pelo olfato. Ou
seja, ele "acostuma-se" ao odor intenso passado pouco tempo e passa a senti-lo de
forma mais amena.
Mucosa Vermelha
Na parte inferior da cavidade nasal, está localizada a mucosa vermelha, que recebe este
nome por ser composta por diversos vasos sanguíneos.
Além disso, a mucosa vermelha também é formada por glândulas secretoras de muco,
que por sua vez são responsáveis por manter a região úmida.
Durante um resfriado, por exemplo, essas glândulas produzem muco em excesso fazendo
assim com que o nariz fique entupido.
Apesar de ser o sentido relacionado com os odores, o olfato é fundamental também para
o paladar.
343
As papilas gustativas, localizadas majoritariamente na língua e responsáveis pela
percepção dos sabores, identificam os sabores, distinguindo entre doce, salgado, amargo
e ácido.
Os odores, por sua vez, são identificados pelos nervos que estão localizados no nariz.
Dessa forma, as sensações são transmitidas ao cérebro de modo que os sabores possam
ser reconhecidos.
Somente alguns sabores mais complexos, que misturam ácido e doce, por exemplo,
exigem tanto o paladar quanto o olfato.
Muitas vezes os odores são fundamentais para identificar gostos diferentes entre sabores
iguais. É possível diferenciar, por exemplo, o sabor de uma maçã do de uma pera, apesar
de ambas terem sabor doce.
O olfato humano é bem menos desenvolvido que o olfato dos animais. Para se ter uma
ideia, nos seres humanos, as células olfativas cobrem 10 cm 2 do nariz, nos cachorros 25
cm2 e nos tubarões 60 cm2.
Enquanto uma pessoa tem cerca de 20 milhões de células sensoriais, cada uma com 6
pelos sensoriais, um cachorro, por exemplo, possui mais de 100 milhões de células
sensoriais, cada uma com pelo menos 100 pelos sensoriais.
Para um cachorro sentir um determinado cheiro ele necessita de cerca de 200 mil
moléculas de uma substância por metro cúbico do ar. Já para o ser humano, é preciso
mais de 500 milhões de moléculas dessa substância por metro cúbico para que o odor
possa ser sentido.
Isso explica a capacidade que os animais têm de sentir odores imperceptíveis pelos
humanos. Além disso, justifica o fato de sentirem odores que estão a quilômetros de
distância e que as pessoas só conseguem sentir quando já estão mais próximos.
Doenças do olfato
344
O olfato pode apresentar alguns distúrbios que afetam a sensibilidade e capacidade de
percepção de cheiros e odores.
Essa sensibilidade podem ser causadas por algum fator externo ou estarem relacionadas
a algum distúrbio do organismo.
Alzheimer
Doenças endócrinas
Distúrbios neurológicos
Distúrbios nutricionais
Intoxicação por chumbo
Parkinson
Problemas respiratórios
Traqueostomia
Traumatismos da face ou base do crânio
Tumores no nariz ou cérebro
345
É importante destacar que os idosos apresentam diminuição do olfato, pois a a partir dos
50 anos de idade a capacidade de sentir cheiros e sabores passa a decrescer
gradualmente. Essa mudança se justifica pela deterioração dos nervos responsáveis pelo
olfato.
O paladar (ou gustação) é um dos cinco sentidos e é através dele que são percebidos os
sabores.
A língua, órgão principal desse sentido, possui em sua superfície a maior parte
das papilas gustativas ou papilas linguais, que são pequenas elevações repletas de
células sensoriais cujas terminações nervosas recebem os sabores dos alimentos e os
comunicam ao cérebro, desencadeando assim impulsos nervosos que têm como
resultado sensações gustatórias.
As substâncias que não desencadeiam impulsos nervosos que resultam nessas sensações
são consideradas insípidas, como é o caso da água.
Antes, acreditava-se que cada papila era responsável por perceber apenas uma
das sensações gustatórias primárias (doce, salgado, azedo e amargo).
Hoje em dia, sabe-se que essas sensações, bem como centenas de outras derivadas de
combinações entre elas, podem ser percebidas por todas as papilas, variando apenas o
grau de intensidade de percepção de cada uma de acordo com a região da língua.
346
Temperatura: tem influência direta na percepção dos sabores, visto que o sabor azedo
torna-se mais evidente em substâncias frias, assim como o sabor doce é melhor
percebido em substâncias quentes.
Doenças do Paladar
Afta
Deficiência de vitamina B12
Deficiência de zinco
Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)
Herpes
Ingestão de medicamentos
Nariz entupido
Problemas de saúde bucal
Tabagismo
Sistema Sensorial
O sistema sensorial integra uma parte do sistema nervoso e é formado por um conjunto
de órgãos que apresentam receptores sensoriais capazes de identificar e transmitir
estímulos.
Portanto, a função desse sistema é captar estímulos, tanto do ambiente externo quanto
do próprio corpo, e converter em impulsos elétricos que são encaminhados para o
sistema nervoso central. Essas informações são interpretadas e transformadas em
sensações, como resposta após o processamento dos estímulos recebidos.
São exemplos de tipos de estímulos captados pelo sistema sensorial: toque, pressão,
temperatura, substâncias químicas, luz e dor.
347
Órgãos e sentidos do sistema sensorial
Os olhos e a visão
Os olhos são órgãos responsáveis pelo sentido da visão através da recepção de estímulos
luminosos.
A pele e o tato
A pele é o maior órgão do corpo humano e responsável principalmente pelo sentido do
tato através da recepção dos estímulos táteis.
O nariz e o olfato
O nariz é responsável pelo sentido do olfato através da recepção dos estímulos olfativos
e através disso podemos perceber e distinguir os odores.
348
O órgão receptor do olfato pode variar de acordo com a espécie. Insetos, por exemplo,
utilizam suas antenas para captar os estímulos.
A língua e o paladar
A língua é responsável pelo sentido paladar ou gustação através da recepção dos
estímulos que nos fazem diferenciar os sabores.
A água, por exemplo, é considerada uma substância insípida, pois não desencadeia
nenhuma sensação no paladar.
O ouvido e a audição
O ouvido é responsável pelo sentido da audição através da recepção dos estímulos
sonoros.
O sistema nervoso central é formado pela medula espinhal e o encéfalo, este último
recebe as informações captadas de receptores nos órgãos sensoriais.
Os receptores podem ser formados por terminações nervosas dos neurônios, células do
sistema nervoso, ou por células epiteliais especializadas e são classificados em três tipos:
Nos animais, os estímulos que serão transformados em sinais neurais são captados por
receptores, que quanto ao tipo de estímulo podem ser:
349
Mecanorreceptores: ativados por estímulos mecânicos, como a pressão e tato.
Termorreceptores: ativados pela variação de temperatura.
Quimiorreceptores: ativados por substâncias químicas.
Fotorreceptores: ativados pela luz.
Nocirreceptores: ativados pela dor.
Sistema Reprodutor
O Sistema Reprodutor Feminino ou Aparelho Reprodutor Feminino é o sistema
responsável pela reprodução humana.
350
O sistema
reprodutor feminino é composto por diferentes órgãos
Ovários
A ovulação é
o momento que o ovário liberar os óvulos produzidos
351
Os ovários são dois órgãos de forma oval que medem de 3 a 4 cm de comprimento. Eles
são responsáveis pela produção dos hormônios sexuais da mulher, o progesterona e o
estrogênio. Nos ovários também são armazenadas as células sexuais femininas, os
óvulos.
Assim, durante a fase fértil da mulher, aproximadamente uma vez por mês, um dos
ovários lança um óvulo na tuba uterina: é a chamada ovulação.
Tubas Uterinas
Tubas uterinas são dois tubos, com aproximadamente 10 cm de comprimento, que unem
os ovários ao útero. A partir disso, o óvulo amadurecido sai do ovário e penetra na tuba.
352
Útero
Vagina
A vagina é o órgão sexual feminino e atua como o canal que faz a comunicação do útero
com o meio excretor. Ela possui aproximadamente 8 cm de comprimento e 2,5 cm de
diâmetro.
353
Suas paredes são franjadas e com glândulas secretoras de muco. Suas funções estão
relacionadas à passagem do sangue durante a menstruação, a penetração do pênis
durante a relação sexual e o principal canal do parte, sendo este local por onde sai o
bebê.
Menstruação
A menstruação representa o início da vida fértil de uma mulher, isto é, o período em que
a mulher atinge sua maturidade e já pode engravidar.
Ciclo Menstrual
O ciclo menstrual é o período entre o início de uma menstruação e outra. Esse período
dura, em média, 28 dias, mas pode ser mais curto ou mais longo.
Microbiologia
Vírus
Vírus são seres microscópicos constituídos de DNA ou RNA e protegidos por uma capa
formada de proteínas.
São considerados parasitas intracelulares e, por isso, suas funções só podem ser
desempenhadas quando entram em uma célula viva para utilizar todos os seus recursos.
Tipos de Vírus
354
Os vírus são classificados de acordo com o tipo de ácido nucleico, de acordo com a
forma do capsídeo e também pelos organismos que eles são capazes de infectar. Veja os
exemplos a seguir.
Uma informação importante sobre os vírus é que eles podem utilizar agentes
transmissores em uma infecção. Por exemplo, as plantas podem ser infectadas por vírus
através de insetos ou outros organismos que se alimentam delas.
Muito se discute sobre os vírus serem considerados seres vivos ou não. Enquanto para
alguns estudiosos eles são apenas partículas infecciosas, para outros, uma vez que se
reproduzem e sofrem mutações genéticas, estão inclusos na categoria dos seres vivos.
Estrutura do Vírus
Os vírus são formados por ácidos nucleicos, RNA (ácido ribonucleico) ou DNA (ácido
desoxirribonucleico), envolvidos por uma capa proteica chamada de capsídeo. Além
desses componentes, alguns vírus ainda podem ser revestidos por uma película de
gordura e proteína.
355
Estrut
ura do vírus causador da Hepatite C
Ácidos nucleicos (RNA e DNA): são as informações contidas no vírus que deverão ser
utilizadas para sintetizar proteínas na célula invadida;
Capsídeo: envolve e protege o ácido nucleico viral da digestão por enzimas. Além disso,
possui regiões que permitem a passagem do ácido nucleico para injetar no citoplasma
da célula hospedeira;
Envelope de glicoproteínas: revestimento formado por lipídios e proteínas ao redor do
capsídeo, que são utilizadas para invadir a membrana celular e se ligar a ela, facilitando
a fixação do vírus.
Há também os vírus que não precisam entrar em uma célula para se reproduzirem, eles
apenas injetam seu genoma na célula hospedeira.
356
O material genético viral inserido em uma célula é traduzido e replicado à medida que a
célula se multiplica.
Geralmente, os vírus utilizam os ribossomos das células eucarióticas para traduzir o RNA
mensageiro viram e, assim, produzirem proteínas virais dentro da célula.
As doenças causadas por vírus são chamadas de viroses. Confira alguns exemplos a
seguir.
Gripe
Gripe espanhola
Sarampo
Varíola
Rubéola
Meningite
Pneumonia
Poliomielite
AIDS
Note que, os vírus podem infectar tanto as células dos animais, fungos, vegetais
(eucarióticas), quanto das bactérias (procarióticas) e, nesse caso, são chamados de
bacteriófagos.
357
Louis Pasteur (1822 – 1895) foi o primeiro a utilizar o termo vírus para explicar o que seria
o agente causador da doença raiva. A técnica de filtração foi sua aliada nessa descoberta,
pois o filtro utilizado retia bactérias e deixava passar seres ainda menores.
Em 1892, o vírus causador de doenças nas folhas de tabaco foi caracterizado pelo
botânico Dmitry Ivanovski (1864 – 1920). Estudando a mesma planta, em 1899, o
botânico Mariunus Willen Beijerinck (1851 – 1931) conseguiu transmitir a doença para
uma unidade sadia. Entre 1915 e 1917 foram descobertos os vírus que “comem
bactérias”.
Embora tenham ocorrido descobertas importantes, até o século XX a natureza dos vírus
não era compreendida.
O estudo dos seres microscópicos, como os vírus, tornou-se possível com a invenção do
microscópio. Além disso, os avanços na cultura de células em laboratório e os avanços na
área da genética fizeram com que as informações sobre os vírus melhorassem
drasticamente.
Curiosidades
Viroses
As doenças causadas por vírus, também chamadas de viroses, são aquelas que tem
como agente etiológico diversos vírus.
Algumas das doenças virais, se não forem tratadas podem levar o paciente ao óbito.
Geralmente, não possuem um tratamento específico, visto que o corpo produz
anticorpos para combater o vírus.
358
AIDS (SIDA)
Catapora
Caxumba
COVID-19
Dengue
Ebola
Febre amarela
Febre Chikungunya
Febre Zika
Gripe
Hepatites virais
Herpes
HPV
Meningite
Pneumonia
Poliomielite
Raiva
Rubéola
Sarampo
Varíola
1. AIDS (SIDA)
A doença é transmitida pelo contato sexual, pelo sangue e de mãe para filho. Como afeta
o sistema imunológico, outras doenças podem surgir num estágio mais avançado como
câncer, meningite, tuberculose, etc.
2. Catapora
A catapora, também chamada de varicela, é causada pelo vírus varicela zoster (VZV), que
causa uma infecção na pele. A transmissão acontece através do contato com as secreções
dos portadores da doença.
359
3. Caxumba
Embora seja comum o ataque às glândulas salivares, a caxumba pode acometer outras
partes do corpo, como testículos, ovários e pâncreas.
4. COVID-19
Quando o coronavírus ataca o organismo causa manifestações que vão desde uma gripe
comum até uma pneumonia fatal. Outros coronavírus também podem causar doenças
respiratórias, é o caso do vírus SARS-CoV, que causou uma epidemia entre 2002 e 2003.
5. Dengue
A dengue é causada pelos vírus Den I ao IV do gênero Flavivírus, que atacam os sistemas
circulatório e imunológico. A transmissão ocorre através da picada do mosquito Aedes
aegypti, principal vetor.
6. Ebola
A febre hemorrágica é causada pelo vírus ebola, que ataca os sistemas circulatório e
imunológico. Esse vírus pode ser transferido através do contato entre os seres humanos,
animais e materiais infectados.
Acredita-se que os morcegos são o reservatório mais provável da doença do vírus Ebola.
Essa zoonose tornou-se uma epidemia nos países da África Ocidental entre 2014 e 2015.
7. Febre Amarela
360
A febre amarela é causada pelo vírus do gênero Flavivírus, que ataca os sistemas
circulatório e imunológico. A transmissão ocorre pela picada dos mosquitos
vetores Aedes aegypti e Haemogogus.
Trata-se de uma doença infeciosa aguda, que é classificada como silvestre, quando
ocorre em regiões florestais, ou urbana.
8. Febre Chikungunya
A doença é causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), que ataca os sistemas circulatório e
imunológico. A transmissão ocorre pela picada do mosquito Aedes aegypti ou o Aedes
albopictus.
Com o tempo, o nosso sistema imunológico produz anticorpos que combatem o vírus.
Medicamentos como analgésicos e antitérmicos podem ser indicados para aliviar os
sintomas.
9. Febre Zika
O Zika vírus (ZKV) é o vírus causador da febre Zika. A transmissão do agente é feita pela
picada dos mosquitos Aedes aegypti e o Aedes albopictus.
A gripe comum é causada pelo vírus Influenza, que ataca o sistema respiratório. A sua
transmissão ocorre pelo contato direto com os portadores do vírus ou pelo
compartilhamento de objetos.
As hepatites virais são causadas pelos Hepatitis virus (A, B, C, D, E), que atacam o sistema
digestório. A transmissão está relacionada com o consumo excessivo de álcool, consumo
de alimentos contaminados e contato com portadores da doença.
361
As hepatites B e C podem ser transmitidas pelo sangue e contato sexual e, por isso, é
importante usar preservativo durante o ato. No caso da hepatite B, existe uma vacina.
12. Herpes
O herpes é uma doença associada à pele e ao sistema genital. O herpes labial é causada
pelo herpes simplex I e o herpes genital pelo herpes simplex II.
A transmissão ocorre pelo contacto com fluidos corporais ou feridas de uma pessoa
infetada. Além disso, pode ser passada de mãe para filho e pelo contato sexual.
13. HPV
O uso de preservativos é o método mais eficaz contra a doença. Fazer exame de rotina é
muito importante para detectar a doença em sua fase inicial.
14. Meningite
As meningites virais são causadas por diferentes vírus, entre eles, enterovírus, arbovírus,
vírus do sarampo e vírus da caxumba. A transmissão ocorre pelo contato com os
portadores da doença.
Além dos vírus, muitas bactérias podem causar a meningite e, por isso, existe também a
meningite bacteriana.
15. Pneumonia
16. Poliomielite
362
falta de saneamento básico, como água e alimentos contaminados. Pode também ser
transmitida pelas secreções e fezes dos contaminados.
A prevenção é feita por meio da vacinação e evitar contato com as pessoas portadoras
do vírus. Lavar bem as mãos, os alimentos e consumir água tratada também podem
evitar o contágio.
17. Raiva
A doença viral raiva que acomete seres humanos, também chamada de hidrofobia, é
causada pelo Lyssavirus e afeta o sistema nervoso.
18. Rubéola
19. Sarampo
O sarampo é uma doença associada à pele, causada por vírus pertencente ao gênero
Morbillivirus e família Paramyxoviridae. A transmissão ocorre pelo contato com as
secreções do portador da doença, e ainda, pelo compartilhamento de objetos.
Durante a infância, a prevenção da doença é realizada através das vacinas tetra viral e a
tríplice viral.
20. Varíola
A varíola é uma doença associada à pele, causada por vírus do gênero Orthopoxvirus e
família Poxviridae.
363
A transmissão ocorre pelas secreções e saliva da pessoa infectada e, ainda, pelo
compartilhamento de objetos. A prevenção é feita por meio da vacina contra varíola.
Sintomas de viroses
O tratamento das doenças causadas pelos vírus é realizado de acordo com o agente
infecioso e a região do corpo afetada.
Para muitas viroses não existem vacinas e remédios contra ou um tratamento específico.
Sendo assim, o próprio sistema imunológico cria anticorpos para combater o vírus.
Reino Monera
O Reino Monera é um dos reinos dos seres vivos, caracterizado por organismos
procariontes, unicelulares, autótrofos ou heterótrofos.
364
O grupo do monera compreende as bactérias e as cianobactérias (algas azuis ou
cianofíceas).
Bactérias
As bactérias são microrganismos unicelulares que estão entre os menores, mais simples e
mais abundantes organismos do planeta. A maioria não ultrapassa um micrômetro – a
milésima parte do milímetro.
365
Formatos e
organização das bactérias
Muitas bactérias são úteis ao homem, como o ácido acético, usado para a fabricação do
vinagre, os lactobacilos usados na fabricação de iogurtes, queijos e coalhadas, como
também as que vivem no trato digestivo e produzem vitaminas essenciais à saúde.
Cianobactérias
As
cianobactérias apresentam diversos formatos e podem realizar fotossíntese
366
As cianobactérias são organismos unicelulares, que podem viver isoladamente ou em
colônias. Elas medem apenas alguns micrômetros, só podendo ser visualizados com a
ajuda de um microscópio.
Elas realizam fotossíntese, mas a clorofila não está organizada nos cloroplastos como nas
plantas, e sim dispersa pelo citoplasma assim com outros pigmentos.
Os formatos das cianobactérias variam entre esferas, bastões ou filamentos e podem ser
encontradas no solo úmido, na água doce e no mar. O acúmulo de matéria orgânica
nesses ambientes favorece o aparecimento e desenvolvimento das cianobactérias, que se
proliferam rapidamente produzindo um fenômeno chamado de eutrofização.
A classificação dos seres vivos mudou muito ao longo do tempo, e principalmente depois
que se conheceu mais a respeito da estrutura dos organismos, a origem e evolução das
espécies.
Assim, e alguns estudos, o Reino Monera poderia ser substituído por dois grupos:
Como vimos, as bactérias podem causar problemas de saúde. As Doenças Causadas por
Bactérias ocorrem através da transmissão por alimentos contaminados ou contato com
pessoas doentes.
367
Brucelose: infecção causada por bactérias do gênero Brucella.
Clamídia: é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pela
bactéria Chlamydia trachomatis, que afeta os órgãos genitais masculinos e femininos.
Cólera: doença infectocontagiosa causada pela bactéria Vibrio cholerae.
Coqueluche: doença respiratória infectocontagiosa causada pela bactéria Bordetella
pertussis.
Difteria: é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Corynebacterium
diphtheriae.
Febre Tifoide: é uma doença aguda causada pela bactéria Salmonella
enterica sorotipo Typhi.
Hanseníase: doença crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae.
Pneumonia: doença respiratória causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae.
Bacterioses
As doenças causadas por bactérias, também conhecidas por bacterioses, tanto podem
ser facilmente tratadas através de antibióticos, como o seu agravamento pode levar à
morte.
Botulismo
368
Sintomas: prisão de ventre, tontura, visão distorcida e dificuldade de abrir os olhos na
claridade. O agravamento da doença pode levar o doente à morte na sequência da
paralisia dos músculos respiratórios.
Tratamento: o doente deve ser internado para que seja ministrado o tratamento para
eliminação da bactéria.
Prevenção: cuidado na escolha de alimentos enlatados, atentando para que a lata não
tenha ferrugem ou esteja estufada.
Brucelose
Cistite
A cistite é uma doença crônica caracterizada por uma irritação ou inflamação da parede
da bexiga.
Na maioria dos casos, é causada pela bactéria Escherichia coli, naturalmente presente no
intestino.
Transmissão: o fato de beber pouca água pode deixar de limpar as bactérias presentes
na bexiga, tal como o uso de roupas íntimas apertadas.
Sintomas: vontade frequente de urinar, ardor ao urinar, febre.
Tratamento: uso de antibiótico.
Prevenção: beber água muitas vezes, urinar logo que tiver necessidade, evitar roupas
íntimas apertadas.
Clamídia
369
Sintomas: ardor ao urinar; vontade frequente de urinar; testículos doloridos e inchados,
em homens; dor no baixo ventre, no caso das mulheres.
Tratamento: administração de antibióticos para o casal, evitando a reinfecção.
Prevenção: uso de preservativo.
Cólera
A cólera é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Vibrio cholerae. Caso não
seja tratada, pode levar o paciente à morte por conta da intensa desidratação que ela
causa.
Coqueluche
Difteria
370
Sintomas: dor de garganta, aparecimento de placas nas amígdalas, febre e mal-estar,
tosse, febre, calafrios e coriza nasal. O agravamento da doença pode levar à morte por
asfixia.
Tratamento: os doentes devem ser isolados e o controle da doença pode ser feito
através de antibióticos.
Prevenção: vacinação infantil.
Escarlatina
Febre Tifoide
A febre tifoide é uma doença bacteriana aguda causada pela bactéria Salmonella
enterica sorotipo Typhi.
Gonorreia
371
A gonorreia é uma doença sexualmente transmissível, causada pela bactéria Neisseria
gonorrheae.
Hanseníase
A hanseníase é uma doença crônica, conhecida antigamente como lepra. É causada pela
bactéria Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen.
Impetigo
Impetigo é uma infecção da camada mais superficial da pele que atinge sobretudo
crianças, causada por bactérias Staphylococcus aureus e Streptococcus do grupo A.
Transmissão: contato com feridas, através da secreção nasal ou utensílios utilizados dos
doentes.
Sintomas: No caso do impetigo bolhoso: bolhas nos braços, no peito e nas nádegas,
febre e coceira. No impetigo não bolhoso: dor em decorrência do aparecimento de
úlceras com pus, principalmente nas pernas.
Tratamento: deve ser administrado antibiótico aos doentes e pomadas nas feridas.
Prevenção: lavar muito bem as mãos quando estiver próximo ao doente e evitar pegar
em utensílios usados pelo mesmo. Isso porque essa doença tem um nível de contágio
bastante elevado.
372
Leptospirose
A leptospirose é uma doença bacteriana que afeta seres humanos e animais. É causada
por bactérias do gênero Leptospira.
Existe risco de morte em 40% dos casos, caso não seja tratada adequadamente. Isso
porque pode causar danos aos rins, inflamação na membrana que envolve o cérebro,
insuficiência hepática e insuficiência respiratória.
Transmissão: contato com água ou objetos que tenham urina de animais infectados.
Sintomas: febre alta, dor muscular, mal-estar, tosse, olhos vermelhos e manchas
vermelhas pelo corpo.
Tratamento: os doentes devem ser hidratados e tomar antibióticos.
Prevenção: lavar bem os alimentos antes de consumi-los, fechar caixas d’água, vacinar
os animais.
Meningite
A meningite bacteriana pode levar à morte se não for diagnosticada a tempo. Os 3 tipos
de meningites bacterianas mais comuns são causadas pelas bactérias: meningococos,
pneumococos e Haemophylus.
Pneumonia
Pneumonia é uma infecção pulmonar causada por bactérias, vírus, fungos ou outros
parasitas. A forma mais comum ocorre pela bactéria Streptococcus pneumoniae.
373
Tratamento: deve ser administrado antibiótico aos doentes. Com a evolução da
doença, é necessário o internamento.
Prevenção: evitar o excesso de exposição ao ar-condicionado e cuidar adequadamente
dos resfriados para que não evoluam para um quadro mais grave que resulte na
pneumonia.
Salmonelose
Terçol
Terçol ou hordéolo é uma inflamação das glândulas sebáceas de Zeiss e Mol, localizadas
na pálpebra, perto das raízes dos cílios. Ocorre devido a infecção de bactérias,
geralmente estafilococos.
Tétano
O tétano é uma doença infecciosa causada pela bactéria Clostridium tetani. Ataca o
sistema nervoso central.
374
Transmissão: através de pequenos cortes ou feridas que entrem em contato com fezes,
plantas, objetos enferrujados e que podem ter a bactéria.
Sintomas: rigidez dos músculos, febre, dor de cabeça, espasmos musculares e
dificuldade para abrir a boca.
Tratamento: administração de relaxante muscular e antibiótico.
Prevenção: vacinação, limpeza cuidadosa de feridas.
Tracoma
O tracoma é uma doença inflamatória, crônica e recidivante que afeta os olhos. É causada
pela bactéria Chlamydia trachomatis.
Transmissão: contato com pessoas que tenham tracoma ou com objetos utilizados por
elas.
Sintomas: ardor nos olhos, aumento da pupila, coceira e lacrimejamento.
Tratamento: administração de colírio ou pomada à base de antibiótico.
Prevenção: não utilizar utensílios usados pelo doente, lavar bem as mãos.
Tuberculose
Reino Fungi
O Reino Fungi é representado por organismos eucariontes unicelulares ou pluricelulares,
sendo encontrados nos mais diversos tipos de ambientes.
375
Entre os fungos, incluem-se os cogumelos, mofos, orelhas de pau, líquens, entre outros
organismos.
Por algum tempo, os fungos foram classificados no reino vegetal, por possuírem
características semelhantes as das plantas, no entanto diferem fundamentalmente por
não apresentarem clorofila ou qualquer outro pigmento fotossintetizante, portanto são
heterotróficos.
Características gerais
As hifas são filamentos microscópicos onde está contido o material genético dos fungos.
Elas podem ser de dois tipos:
376
Tipos de hifas
Os fungos crescem sobre um substrato que pode ser um pão ou uma fruta podre, um
tronco de madeira, ou até mesmo outro fungo.
Nos organismos mais complexos o micélio forma um talo ou corpo de frutificação com
forma bem definida que caracteriza as diferentes espécies. Quando vemos um cogumelo
ou o mofo nos alimentos, vemos o talo, entretanto, no interior do substrato onde se
encontra, já há uma imensa rede de hifas enraizada.
Os fungos são heterotróficos por absorção, ou seja, eles absorvem os nutrientes que são
difundidos no interior de suas células. Para isso, utilizam enzimas que fazem a digestão
das substâncias encontradas no ambiente.
Reprodução
Em fungos mais simples como a levedura a reprodução acontece
por gemulação ou brotamento. Nesse caso, são originados gêmulas ou brotos que
podem se separar da célula original ou permanecer grudados formando cadeias de
células.
377
Leveduras
realizando brotamento
Em muitos outros fungos a reprodução é feita através dos esporos, que são células
haploides (apenas um cromossomo). Os esporos liberados pelo fungo no ambiente, ao
encontrar condições propícias, germinam e originam um novo micélio, completando o
ciclo assexuado. Essa forma de reprodução assexuada é chamada de esporulação.
378
Ciclo de vida
de um fungo com esporulação
Enquanto isso, os fungos mais complexos fazem reprodução sexuada, que é dividida em
fases.
Exemplos
Dentre as espécies conhecidas muitas afetam a vida humana. Muitas são usadas na
alimentação, como as quase 200 espécies de cogumelos comestíveis, sendo algumas
delas largamente cultivadas, como o shitake, o shimeji e o champignon.
379
Cogumelos
comestíveis
O aspecto negativo dos fungos são as doenças causadas por eles, já que algumas
espécies são parasitas. No ser humano, provocam micoses e candidíase, entre outras e
nas plantas provocam doenças como a ferrugem do cafeeiro.
380
Candida
albicans, fungo causador das candidíases
Associações Mutualísticas
Certas espécies de fungos fazem associações com outros organismos, em que ambos são
beneficiados, sendo essa relação chamada de mutualismo.
Líquens
Quando os fungos (principalmente do grupo ascomiceto) se associam com espécies de
algas ou cianobactérias formam os líquens. A associação é tão íntima que não
conseguem viver separados, e permite que habitem locais onde poucos organismos
conseguiriam como rochas duras.
Micorrizas
Quando associados às raízes de certas plantas, os fungos obtêm nutrientes como
carboidratos e aminoácidos. As plantas, por sua vez, absorvem melhor os sais minerais
do solo graças às hifas que envolvem suas raízes.
Essa associação é chamada micorriza, palavra derivada do grego: mykos, significa fungo
e rhizos é raiz.
381
Importância ecológica
O Reino Fungi é um grupo com ampla distribuição no planeta e ainda pouco conhecido,
já que se estima que haja 1,5 milhão de espécies, das quais menos de 100 mil estão
classificadas e devidamente estudadas.
Protozoários
382
Antigamente eram classificados no reino animal, por realizarem essas funções e serem
heterótrofos, no entanto, por serem unicelulares, alguns taxonomistas criaram o reino
protista para reunir esses filos de organismos mais simples.
Apresentam grande variedade de formas e ocupam ambientes úmidos (os que têm vida
livre) ou o interior de outros organismos. Alguns são parasitas, causadores de doenças.
Classificação
Os protozoários são divididos em quatro grupos, de acordo com as estruturas
locomotoras que apresentam:
Sarcodinos
Os sarcodinos são representados pelas amebas que se locomovem por meio de
pseudópodes.
Mastigóforos
Os mastigóforos locomovem-se por meio de flagelos. Alguns são parasitas, ou seja,
obtêm alimento a partir da associação com outros seres vivos.
Alguns exemplos são: a giardia que parasita o intestino delgado do ser humano e
o Trypanosoma cruzi, que instala-se em tecidos humanos e de outros animais, como na
musculatura do coração ou na parede do tubo digestivo.
Esporozoários
Os esporozoários não possuem estrutura locomotora. Um exemplo é o agente
transmissor da malária.
Ciliados
Os ciliados locomovem-se por meio de cílios. Alguns exemplos
são: Vorticella, Balantidium coli, porém, o mais conhecido é o paramécio, organismo de
vida livre.
Algas
383
Alga verde
As algas são organismos autótrofos, pois têm clorofila, além de outros pigmentos, logo,
realizam fotossíntese.
Por algum tempo, foram classificadas no reino vegetal, pela semelhança com as células
vegetais, mas como são organismos mais simples e não possuem tecidos organizados,
foram reagrupadas no reino protista.
Elas são fundamentais na biosfera, pois constituem a base da cadeia alimentar aquática e
realizam a maior parte da fotossíntese do planeta. Muitas são também utilizadas como
alimento pelo ser humano, pois apresentam alto teor de proteínas, vitaminas e sais
minerais.
As mais abundantes são unicelulares, embora existam algas marinhas com mais de 30
metros de comprimento.
Classificação
As algas são divididas em cinco grupos, de acordo com os pigmentos intracelulares:
384
Algas verdes ou Clorofíceas
As algas verdes se caracterizam pela presença de clorofilas A e B e carotenoides, reservas
de amido, parede celular de celulose. Podem ser uni ou pluricelulares. Há espécies
comestíveis.
Certas algas vermelhas têm nas paredes de suas células, um material de consistência
gelatinosa, denominado ágar, que é acrescentado a vários alimentos, como balas e
doces. Tem ainda grande utilidade em técnicas laboratoriais, sendo empregado como
componente de meios de cultura para microrganismos.
Pirrofíceas
As pirrofíceas são algas unicelulares isoladas ou coloniais. Elas fazem parte
do fitoplâncton e incluem também os dinoflagelados, responsáveis pelo fenômeno da
maré vermelha.
Mixomicetos
385
Mixomicetos
são organismos semelhantes aos fungos e com classificação controversa
Os mixomicetos são organismos que têm aspecto de fungo, e crescem nos solos ricos em
nutrientes orgânicos, sendo comuns em bosques e florestas.
Eles não são parasitas, não produzem toxinas, nem são prejudiciais às plantas ou animais,
mas quando surgem na água é um forte indício de algum desequilíbrio no ambiente,
como excesso de matéria orgânica.
Existem muitas controvérsias sobre esse grupo, que foi durante muito tempo classificado
no reino fungi por sua semelhança externa com aqueles organismos. Os dados ainda não
são conclusivos, alguns classificam no reino protista, enquanto outros consideram que
deveriam compor um reino à parte.
Protozooses
As protozooses são doenças transmitidas por protozoários. Apesar de serem organismos
de vida livre, na maioria dos casos, alguns protozoários são parasitas de animais e dos
386
seres humanos. Amebíase, Giardíase, Malária, Doença de Chagas são algumas dessas
protozooses.
Os parasitos são geralmente transmitidos por água e alimentos contaminados por fezes,
que contém os cistos desses microrganismos.
Os cistos são uma forma inativa, que permite aos protozoários resistir por longos
períodos no ambiente, sendo ativados no corpo do hospedeiro.
Doença de Chagas
387
Estima-se que no Brasil cerca de 3 milhões de pessoas apresentem essa doença. Causada
pelo Trypanossoma cruzi, que é um protozoário flagelado que parasita animais selvagens
como o tatu.
Outra espécie desse protozoário causa a doença do sono, que é muito comum na África.
Cerca de 95% dos casos é provocado pelo Trypanossoma brucei gambiense, que ocorre
nas regiões central e oeste da África. Há também o Trypanosoma brucei rhodesiense, no
leste e sul da África.
Malária
Causada por diferentes espécies de protozoários do tipo plasmódio, sendo mais comum
no Brasil o Plasmodium vivax.
Amebíase
388
A amebíase ou disenteria amebiana é provocada pela forma patogênica da ameba,
chamada Entamoeba histolytica. Ocorre muito em países mais pobres, estimando que
50% das pessoas sejam contaminadas por ano.
Giardíase
Tricomoníase
Toxoplasmose
A doença pode ainda ser congênita, resultado da infecção da mãe durante a gestação.
Algas
As algas são seres protistas, eucariontes e autotróficos fotossintetizantes.
Elas são fundamentais para a manutenção da vida na Terra porque liberam grande
quantidade de oxigênio para a atmosfera.
Além disso, são consideradas como os principais seres produtores dos ambientes
aquáticos.
389
Características
Elas podem viver em ambientes terrestres úmidos e aquáticos de água doce ou salgada.
Apesar de algumas delas se parecerem com plantas, as algas não apresentam folhas,
caules ou raízes. Assim, elas são organismos bem mais simples do que as plantas.
Reprodução
As algas podem se reproduzir de forma assexuada e sexuada.
Porém, a maioria das algas se reproduz de modo sexuado por fusão celular, conjugação
e alternância de gerações.
Tipos de algas
390
Filo Chrysophyta
Algas douradas
Filo Dinophyta
391
O filo Dinophyta abrange os dinoflagelados, algas unicelulares dotadas de dois flagelos.
A maior parte dessas algas são de ambiente marinho e apenas poucas espécies vivem em
água doce.
As algas dinoflageladas são responsáveis pela maré vermelha, um fenômeno natural que
ocorre nos mares e ambientes de água doce.
Filo Euglenophyta
Filo Chlorophyta
Algas verdes
392
O filo Chlorophyta abrange as algas verdes ou clorofíceas, encontradas em ambiente
terrestre úmido ou aquático.
Filo Phaeophyta
Elas ocorrem em maior parte no ambiente marinho e todas são multicelulares. As algas
pardas podem atingir até 60 cm de comprimento e são chamadas de kelp.
393
Filo Rhodophyta
Algas vermelhas
A principal diferença desse grupo com as demais algas multicelulares é que as algas
vermelhas não apresentam células flageladas.
Fitoplâncton
Ele representa a base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos, sendo encontrado
“flutuando” em águas abertas.
Reprodução Assexuada
divisão binária: comum nas formas unicelulares, que ocorrem à mitose para
efetuar a divisão da célula.
394
zoosporia: comum em algas multicelulares aquáticas. Cada zoósporo, dispersando-
se pelo meio, é capaz de gerar nova alga.
Reprodução Sexuada
395
O ciclo é chamado de haplobionte (ou haplonte). A meiose ocorre na fase de zigoto,
sendo chamada zigótica. Também é chamada de meiose inicial, uma vez que cada célula
iniciará a formação de novo organismo adulto.
Em outras algas, a geração adulta é diploide e produz gametas por meiose. Do encontro
de gametas, na fecundação, surge um zigoto que acaba originando um adulto diploide.
O ciclo reprodutivo é diplobionte (ou diplonte). A meiose é gamética, pois serviu para
formar gametas. Também é chamada de meiose final por que ocorre no fim do período
de desenvolvimento do indivíduo adulto diploide.
Alternância de gerações
396
O ciclo haplodiplobionte ocorre também nas algas e pode ser visto na página que trata
de Gimnospermas.
A conjugação
Em algumas algas filamentosos de água doce ocorre pareamento de dois indivíduos com
a passagem, por um canal de comunicação, de células inteiras de um para outro
filamento. As células são haploides e após se juntarem originam zigotos. Os zigotos
dividem-se por meiose e a cada célula formada será capaz de originar novo filamento
haploide. Note que essa conjugação faz parte do ciclo haplobionte e a meiose do zigoto
contribui para o surgimento de variabilidade.
397
Zoologia (Invertebrados)
Poríferos
Os poríferos, também chamados de esponjas ou espongiários, são animais invertebrados
aquáticos e fixos em um substrato. O nome do grupo deve-se pela presença de poros
pelo corpo.
Os poríferos pertencem ao filo Porifera. Eles possuem as mais variadas formas, tamanhos
e cores. Apresentam um padrão corporal básico, em formato de vaso, tubo ou barril.
398
Poríferos
Características
Habitat
O habitat da maioria das espécies é o ambiente marinho, poucas vivem em água doce. As
esponjas são encontradas fixas no fundo do mar, em rochas, conchas e areia. Podem
viver de forma solitária ou em colônias.
Estrutura Corporal
Os poríferos possuem paredes perfuradas por poros e, em seu interior encontra-se uma
cavidade denominada átrio ou espongiocele. Na extremidade oposta à base de seu
corpo, há uma abertura chamada ósculo.
O esqueleto das esponjas é interno e composto por espículas calcárias ou silicosas. Pode
ainda ser orgânico, formado por fibras de colágenos, denominadas de esponginas.
399
Esponjas em forma de vasos
Respiração e Alimentação
Os poríferos são animais filtradores. Eles promovem uma corrente de água que entra
pelos poros, passa pelo átrio e sai pelo ósculo. Ao entrar, a água fornece oxigênio e ao
sair, carrega dióxido de carbono e resíduos. Assim, ocorre a respiração, através das
trocas gasosas por difusão.
Reprodução
Reprodução assexuada
400
Regeneração: as esponjas possuem enorme capacidade de regeneração. Quando
cortadas em vários fragmentos e colocadas em condições favoráveis, cada fragmento
pode originar um novo indivíduo.
Reprodução sexuada
No mesênquima (porção gelatinosa de seu interior) as esponjas podem formar células
reprodutoras.
Forma-se então um zigoto que forma uma larva móvel, que nada até se fixar em um
substrato, dando origem a nova esponja.
Tipos e Classificação
Áscon - São as esponjas mais simples. Apresentam forma semelhante a um cilindro oco,
com uma abertura superior, o ósculo.
Sícon - Esponjas com uma complexidade intermediária. Apresentam o aspecto de um
vaso fixo a um substrato.
Lêucon - É a forma mais complexa. O átrio é reduzido e a parede do corpo apresenta
um sistema de canais e câmaras.
Classe Calcarea - Agrupa as esponjas com espículas calcárias. Podem ser dos tipos
áscon, sícon ou lêucon;
Classe Hexactinellida - Grupo das esponjas com espículas de sílicas. Podem ser sícon
ou lêucon;
Classe Demospongiae - Esponjas com esqueleto de esponjina, silicioso ou misto.
Apenas do tipo lêucon.
Curiosidades
401
Antes da criação das esponjas sintéticas, as esponjas naturais eram usadas no banho;
Alguns tipos de substâncias produzidas pelos poríferos podem ser usadas para
fabricação de antibióticos.
A sobrevivência das esponjas depende do movimento da água em seu interior. Uma
esponja com 10 cm de altura e 1 cm de diâmetro chega a movimentar mais de 20 litros
de água por dia.
Cnidá rios
Cnidários ou celenterados (filo Cnidaria) são organismos pluricelulares que vivem em
ambientes aquáticos, sendo a grande maioria marinha.
Características Gerais
O habitat principal dos cnidários é o ambiente marinho de águas tropicais rasas. Poucas
espécies vivem em água doce. Nenhum é terrestre.
402
Os cnidários não apresentam sistema circulatório, digestório e respiratório.
Alimentação
Os cnidários apresentam sistema digestório incompleto, eles não apresentam ânus.
O sistema digestivo dos cnidários é constituído por uma cavidade dotada de uma única
abertura. Esse local serve tanto para a entrada de alimentos como para a saída de
dejetos.
Respiração
Os cnidários não possuem sistema respiratório. As trocas gasosas ocorrem diretamente
entre cada célula e o meio, através de difusão.
Sistema Nervoso
Os cnidários são os primeiros animais a apresentar neurônios, as células nervosas. Porém,
o seu sistema nervoso é bastante simples. É caracterizado por ser do tipo difuso, as
células nervosas formam uma rede que fica em contato direto com as células sensorias e
contráteis.
Reprodução
Os cnidários podem apresentar reprodução assexuada e sexuada.
403
Nesse tipo de reprodução, há formação de gametas masculinos e femininos. O macho
libera seus espermatozóides na água, os quais fecundam o óvulo feminino, presente na
superfície corporal.
Alguns cnidários podem apresentar alternância de gerações. Eles apresentam uma fase
de pólipo, em que apresentam reprodução assexuada e outra fase de medusa, com
reprodução sexuada.
Classes
Anthozoa
Anêmona-do-mar
A classe Anthozoa é a com o maior número de espécies. Neste grupo só existem pólipos
marinhos. O principal representante do grupo é a anêmona-do-mar, um animal cilíndrico,
cuja base é fixa em algum substrato. Na extremidade oposta fica a boca, rodeada por
tentáculos flexíveis.
Os corais também pertencem a essa classe. Eles são colônias de pólipos que podem
conter até 100 mil indivíduos. Por isso, os corais são caracterizados pela elevada
biodiversidade.
404
Hydrozoa
Hidra
Movimentando seus tentáculos, capturam suas presas, entre elas a pulga d’água. As
poucas espécies de água doce pertencem a classe hydrozoa.
Scyphozoa
Água-viva
405
Apresenta de 2 a 40 cm de diâmetro e as mais variadas cores. É móvel e possui o corpo
bastante mole. Seus tentáculos não devem ser tocados, pois podem causar queimaduras
graves.
Caravela
As caravelas têm uma estrutura flutuante semelhante a uma bolsa de gás, com mais de
20 cm de diâmetro. Os tentáculos podem medir até 9 m de comprimento.
Eles possuem células urticantes, que podem causar uma dolorosa queimadura na pele ou
até provocar a morte de alguns animais.
Cubozoa
Os cubozoários são cnidários na forma de medusas de corpo incolor, altamente
venenosos. São animais predadores e bons nadadores.
406
Chironex fleckeri
Cnidários e Poríferos
Platelmintos
Platelmintos (filo Platyhelminthes) são vermes de corpo achatado e de pouca espessura.
Há diversas espécies de vida livre, que se desenvolvem na água, com poucos centímetros
de comprimento, e outras maiores, de meio terrestre úmido. Muitos deles são parasitas.
407
Estrutura
Os platelmintos são animais dotados de órgãos definidos. Possuem o mesoderma, uma
terceira camada de tecidos localizada entre a epiderme e o revestimento interno do
intestino.
Digestão
Possuem cavidade digestiva dotada de apenas uma abertura – a boca, que serve tanto
para a entrada de alimento como para a eliminação de materiais não digeridos. Trata-se
de um sistema digestivo incompleto.
Reprodução
Entre os platelmintos, encontram-se padrões de reprodução assexuada e sexuada. Além
dos platelmintos, estes tipos de vermes, estão distribuídos ainda entre os anelídeos e
os nematelmintos.
Turbellaria – planárias
Trematoda – esquistossomos
Cestoda – tênia
Planárias
408
A Geoplana é uma planária que alcança 20 centímetros de comprimento, vive sob as
folhas e pedaços de madeira, sendo muitas vezes confundida com uma grande lesma.
Esquistossomos
O macho possui um canal - o canal ginecóforo, onde a fêmea, mais longa e delgada,
permanece alojada. O hospedeiro intermediário é o caramujo, um molusco do
gênero Biomphalaria. Os caramujos vivem em águas de lagoas e de córregos com pouca
correnteza.
O contato das pessoas com águas contaminadas torna a infecção quase obrigatória. O
local da penetração é na pele, podendo apresentar vermelhidão e prurido.
A fase aguda da doença pode evoluir de forma grave, com mau funcionamento do
fígado, estado de coma e morte.
409
Tênia
Parasita do tubo digestivo, conhecida por solitária, uma vez que cada pessoa é parasitada
por apenas um exemplar da tênia. Pode chegar a 15 m de comprimento.
A pessoa parasitada elimina, com as fezes, proglotes grávidas. Essas se rompem no meio
externo, liberando ovos. Em condições favoráveis esses ovos mantêm sua viabilidade por
vários meses.
Teníase e Cisticercose
Ambas as doenças são causadas pelo mesma espécie de parasita: Taenia
solium ou Taenia saginata (apenas teníase).
410
Já a cisticercose é caracterizada pela presença da larva da Taenia solium nos tecidos. Suas
manifestações dependem do local atingido, da quantidade de larvas, da fase de
desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do hospedeiro.
As formas mais graves estão localizadas no sistema nervoso central e se manifestam por
meio de convulsões, distúrbio de comportamento, hipertensão intra-craniana e sintomas
oftalmológicos.
Hospedeiros
Como se adquire
A teníase é adquirida por meio da ingestão de carne bovina ou suína mal cozinha e com
larvas. Enquanto a cisticercose se desenvolve a partir da ingestão de ovos do parasita por
meio, por exemplo, de verduras e legumes mal lavados ou água contaminada.
Possíveis complicações
Diagnóstico
411
Cisticercose: Exames de imagem, como raios X (identifica apenas cisticercos calcificados),
tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética (identificam cisticercos em
várias fases de desenvolvimento) apontam suspeitas de cisticercose, a qual pode ser
confirmada através de estudos sorológicos específicos (fixação do complemento,
imunofluorescência e hemaglutinação) no soro e líquido cefalorraquiano.
Tratamento
Prevenção
• Lavar bem as mãos, principalmente após usar o banheiro e antes das refeições.
• Lavar bem os alimentos, como verduras, frutas e hortaliças, com água limpa.
412
• Irrigar hortas e pastagens com água limpa e não adubar com fezes humanas.
• Realizar o tratamento dos efluentes de esgotos de forma adequada para que estes não
contaminem o solo, a água e os alimentos.
Esquistossomose
É uma doença parasitária, diretamente relacionada ao saneamento
precário, causada pelo Schistosoma mansoni. A pessoa adquire a
infecção quando entra em contato com água doce onde existam
caramujos infectados pelos vermes causadores da
esquistossomose. No Brasil, a esquistossomose é conhecida
popularmente como “xistose”, “barriga d’água” ou “doença dos
caramujos”. O período de incubação, ou seja, tempo que os primeiros
sintomas começam a aparecer a partir da infecção, é de duas a seis
semanas. A magnitude de sua prevalência, associada à severidade das
formas clínicas e a sua evolução, conferem a esquistossomose uma
grande relevância como problema de saúde pública.
A transmissão da esquistossomose ocorre quando o indivíduo,
hospedeiro definitivo, infectado elimina os ovos do verme por meio das
fezes humanas. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam
larvas que infectam os caramujos, hospedeiros intermediários que
vivem nas águas doces. Após quatro semanas, as larvas abandonam o
caramujo na forma de cercarias e ficam livres nas águas naturais. O ser
humano adquire a doença pelo contato com essas águas.
Importante: Destaca-se que a transmissão da esquistossomose não
ocorre por meio do contato direto com o doente. Também não ocorre
“autoinfecção”.
Qualquer pessoa, de qualquer faixa etária e sexo, pode ser infectada
com o parasita da esquistossomose, mas as situações abaixo são
grandes fatores de risco para se contrair a infecção:
Existência do caramujo transmissor;
413
Contato com a água contaminada;
Fazer tarefas domésticas em águas contaminadas, como lavar roupas;
Morar em região onde há falta de saneamento básico;
Morar em regiões onde não há água potável.
Nematelmintos
Nematelmintos ou nematódeos (filo Nematoda) são vermes cilíndricos, não
segmentados, que incluem várias formas de parasitas, como as lombrigas ou Ascaris e os
vermes ancilóstomos, causadores do amarelão e da elefantíase.
Os nematelmintos possuem uma ampla cavidade cheia de líquido entre o tubo digestivo
e a parede corporal.
414
Revestimento do corpo – possuem uma epiderme uni-estratificada, isto é, formada por
uma única camada de células. Tem uma cutícula espessa e pouco distensível, que nos
parasitas, os protege da ação das enzimas digestivas do hospedeiro. Sob a epiderme há
uma camada muscular, cujas fibras se dispõem longitudinalmente.
Sistema nervoso – do tipo ganglionar, é formado por dois cordões longitudinais, um
dorsal e outro ventral.
Sistema excretor – é formado por dois canais longitudinais, dispostos um em cada
lado do tubo digestivo.
Reprodução – na cavidade corporal, alojam-se as gônadas: testículos ou ovários. O
sistema reprodutor da lombriga é bastante desenvolvido, podendo produzir milhões de
óvulos. Não têm nenhum tipo de cílio e os espermatozoides deslocam-se por
movimentos ameboides.
Ascaridíase
415
Ascaridíase é a doença causada pelo verme Ascaris lumbricoides,
mais conhecido como lombriga, que pode chegar a medir até 40 cm.
Ancilostomose
O que é ancilostomose?
A ancilostomose é uma parasitose intestinal, popularmente conhecida como amarelão.
O que causa a ancilostomose?
A ancilostomose pode ser causada por 2 tipos de parasitas: Ancylostoma
duodenale ou Necator americanus. A contração da doença acontece pela penetração do
parasita na pele, ao caminhar descalço em solo contaminado com larvas no estágio
infectante. Países com clima quente e úmido e más condições de saneamento básico e
higiene têm maiores índices de contaminação, já que os ovos deste parasita são
eliminados na evacuação de um organismo contaminado.
416
Quais são os sintomas da ancilostomose?
Um dos primeiros sintomas da ancilostomose é a presença de uma pequena lesão
vermelha, que coça bastante, no local em que o parasita entra na pele. No entanto, este
parasita, ao entrar no organismo, segue pela corrente sanguínea e se espalha para
outros órgãos. Quando isso acontece, outros sinais e sintomas podem aparecer, como:
dor de barriga, diarreia, perda de peso e apetite, tosse, respiração com ruído, cansaço
excessivo, fraqueza, fezes escuras e mais malcheirosas que o normal, febre, anemia e
palidez.
Filariose
A filariose é uma doença parasitária causada por vermes e transmitida através da picada
de insetos. Ela também é conhecida por filariose linfática ou elefantíase.
É reconhecida como uma doença tropical, ou seja, típica das regiões tropicais e
subtropicais do planeta.
Transmissão da filariose
A transmissão não ocorre de pessoa para pessoa, é necessário um vetor, o qual pode ser
um mosquito ou mosca. O vetor mais conhecido no Brasil é o Culex
quiquefasciatus (pernilongo ou muriçoca).
417
Também são vetores da doença a Chrysomya (mosca varejeira) e algumas espécies do
mosquito Anopheles, infectados pelas larvas do verme.
Quando ocorre a picada do mosquito fêmea, as larvas penetram na pele e migram até
os linfonodos, onde ficam até chegar a fase adulta.
Ciclo de
transmissão da filariose
Sintomas da filariose
Em alguns casos a filariose é assintomática, ou seja, não apresenta sintomas. Quando eles
surgem são:
Inchaço na virilha;
418
Febre;
Aumento de tamanho do membro afetado;
Dores musculares;
Mal estar;
Dor de cabeça;
Presença de gordura na urina.
Como os vermes vivem nos vasos linfáticos da pessoa infectada, eles bloqueiam e afetam
a circulação. Tal situação leva ao inchaço dos membros, mamas e testículos. Em casos
mais avançados, pode ocorrer deformação dos membros.
Membros
afetados pela elefantíase
Por isso, a doença também é conhecida como elefantíase, pois os membros inferiores
inchados se assemelham a uma pata de elefante.
Tratamento da filariose
419
Em casos mais avançados não é possível a cura da doença. Entretanto, o tratamento é
fundamental para evitar a proliferação dos vermes e consequentes inchaços e
deformações.
Ainda existem casos em que os vermes adultos precisam ser retirados do organismo
através de cirurgia.
Oxiurose
A oxiurose, também conhecida como enterobiose, enterobíase, oxiuríase, é uma
verminose que atinge o mundo todo e é causada pelo nematódeo Enterobius
vermiculares, a partir da eliminação dos ovos pela fêmea. Esses vermes podem ser
chamados de oxiúros.
Tendo como origem o continente africano, acredita-se que sua dispersão ocorreu a partir
das migrações de pessoas entre os continentes.
Transmissão da oxiurose
420
Ciclo biológico do Enterobius vermicularis
Transmissão de forma direta: quando a pessoa leva o parasita do ânus até a boca, ou
seja, quando surge coceira na região anal e a pessoa leva a mão ao local e depois não
lava as mãos adequadamente.
Transmissão de forma indireta: é quando a água ou alimento ingerido estão
infectados, ou ainda quando uma pessoa que está com os ovos do verme na mão
cumprimenta outra pessoa. Além disso, em locais em que o saneamento básico é
precário ou que existe pouca higiene, os ovos podem ser encontrados nas roupas,
aumentando também esta forma de transmissão.
Transmissão por retro-infestação: é quando as larvas eclodem da região anal e
migram para o ceco, contribuindo assim para que o ciclo reinicie no organismo da
pessoa.
421
Ciclo biológico do agente transmissor da oxiurose
Enterobius
vermiculares
O Enterobius vermicularis apresenta um ciclo biológico que tem início na ingestão do ovo
pela pessoa. Ao ser ingerido, ele segue até o intestino delgado.
Quando alocados no órgão, as larvas eclodem e seguem para o ceco, local utilizado para
reprodução. As larvas podem ter de 2 a 13 milímetros de comprimento quando adultas,
sendo que o macho é sempre maior que a fêmea.
Após a reprodução das larvas, o macho é eliminado nas fezes. Já as fêmeas migram para
a região perianal e morrem logo após colocarem os ovos.
Sintomas da oxiurose
422
Ciclo noturno
do Enterobius vermicularis
A oxiurose pode causar diferentes sintomas que variam de acordo com a intensidade da
doença.
Por atingir a região intestinal, tem-se como sintoma mais comum a coceira anal,
especialmente no período noturno, pois é quando os vermes se movimentam entre o
intestino e a região genital.
Dor na barriga;
Vômito;
Diarreia;
Enjoo;
Cólica intestinal;
Sangue nas fezes.
423
Diagnóstico e tratamento da oxiurose
É feita uma coleta de material no ânus, o qual é realizado o método conhecido como fita
gomada, que consiste na colagem de uma fita celofane adesiva especial.
O tratamento deve ser feito com ingestão oral de vermífugos prescritos por orientação
médica, bem como higienização do ambiente e cuidados pessoais. Além disso, em alguns
casos pode ser indicado o uso de pomadas para potencializar a reação do remédio no
organismo.
A medicação pode variar de acordo com o caso, podendo ser indicado uma dose única
ou por um período pré-definido. Além disso, também pode ser necessário repetir o
tratamento após duas semanas da descoberta da doença.
Prevenção da oxiurose
Moluscos
Os moluscos são animais de corpo mole, geralmente envoltos por uma concha.
As conchas são importantes para proteger o corpo mole dos moluscos e evitar a perda
de água.
424
Os moluscos vivem em ambientes aquáticos marinho ou de água doce e no meio
terrestre úmido.
Características
Esses animais apresentam o corpo dividido em: cabeça, pé e massa visceral. Na cabeça
são encontrados os órgãos dos sentidos.
Respiração
Pelo fato dos moluscos serem encontrados em uma grande variedade de ambientes, eles
apresentam diferentes tipos de respiração.
A respiração branquial é realizada pelos moluscos que vivem na água, como os polvos,
lulas e ostras.
A respiração pulmonar está presente em moluscos que vivem em ambiente terrestre,
como os caracóis.
A respiração cutânea ocorre com as lesmas que também vivem em ambiente terrestre,
sob o solo e em árvores.
Sistema Circulatório
O sistema circulatório distribui os nutrientes e oxigênio dos sistemas digestivo e
respiratório. O sistema excretor retira resíduos metabólicos e os elimina.
425
O sistema circulatório é aberto, e o coração situa-se dorsalmente na massa visceral. As
contrações do coração enviam para o corpo, o sangue que flui para os vasos e depois
por lacunas situadas entre os tecidos.
Reprodução
Os moluscos apresentam reprodução sexuada, com fecundação interna ou externa. A
maioria dos moluscos apresenta sexos separados, com exceção dos bivalves que são
hermafroditas.
Classificação
Gastrópodes
Os gastrópodes são os moluscos que possuem concha em espiral constituída por uma
única peça. São exemplos de gastrópodes os caracóis, caramujos e lesmas. Eles
representam o maior grupo dos moluscos.
A sua massa visceral fica no interior da concha, constituindo uma única peça. Usam os
pés para a locomoção.
426
Bivalves ou Pelecípodes
Os bivalves são moluscos de ambiente marinho, formados por duas conchas articuladas e
unidas por um ligamento. São exemplos de bivalves os mariscos, ostras e vieiras.
Entre as duas conchas fica o corpo do animal, constituído pelo pé e pela massa visceral.
O pé é pequeno ou ausente.
Cefalópodes
Da cabeça partem tentáculos, em número de oito nos polvos e de dez nas lulas. Os
tentáculos têm ventosas que podem servir para capturar uma presa ou prender o animal
a um substrato, como uma rocha.
427
O polvo possui, ligada ao intestino, a glândula de tinta. Quando o animal é atacado, a
glândula expele tinta confundindo o predador e facilitando a fuga do polvo.
Curiosidades
Artró podes
Artrópodes (filo Arthropoda) são animais dotados de patas articuladas e que possuem
esqueleto externo (exoesqueleto) nitidamente segmentado. Entre eles, besouros,
borboletas, aranhas, camarão, centopeia e piolho de cobra.
428
O grupo dos insetos tem a maior diversidade entre os
animais, sendo os besouros os mais comuns. Abaixo, exemplos dos outros grupos:
escorpião (aracnídeos), lagosta (crustáceos), lacraia (quilópodes) e piolho-de-cobra
(diplópodes).
Características Gerais
429
Todos os artrópodes possuem o corpo dotado de vários segmentos e apêndices
articulados, como patas e antenas, que possibilita movimentos. Essa é a
sua característica diagnóstica (identifica e diferencia os artrópodes dos outros) e que dá
o nome ao grupo, do grego arthros: articulação e podos:pés.
Além disso, esses invertebrados tem o exoesqueleto que confere rigidez (permite
sustentar o corpo) e impermeabilidade (tem uma camada de cera em sua superfície, o
que lhe permite viver em locais secos). O exoesqueleto é constituído de quitina, um
polissacarídio nitrogenado, e nos crustáceos recebe deposições de carbonato de cálcio,
tornando-se ainda mais resistente.
Anatomia e Fisiologia
430
Representação do sistema circulatório
aberto de uma barata
431
Classificação dos Artrópodes
Hexápodes – a principal classe desse subfilo é a dos insetos, grupo com maior
diversidade entre os animais, que possui cerca de 900 mil espécies. Possuem 3 pares de
patas e 2 pares de antenas, além de 1 ou 2 pares de asas. Exemplos:abelha, mariposa,
gafanhoto, pulga, traça, barbeiro, mosquito;
Quelicerados – a classe dos aracnídeos é composta de animais com 4 pares de patas e
sem antenas, no lugar de mandíbulas possuem quelíceras e palpos, sendo assim
chamados quelicerados,entre eles, Exemplos: aranha, carrapato, escorpião, ácaro;
Crustáceos – o subfilo é dividido em muitas classes, como a malacostraca, entre eles,
camarão, lagosta e caranguejo e a cirripedia, das cracas. São animais marinhos, na sua
maioria, e possuem geralmente 5 pares de patas e 2 pares de antenas;
Miriápodes – esse grupo é constituído de animais com muitas patas, sendo mais
conhecidas a classe dos diplópodes, entre eles, piolho de cobra ou embuá (animais que
têm entre 25 e 100 patas, sendo duas por segmento), e dos quilópodes (entre 15 e 170
patas ), entre eles, a lacraia ou centopeia.
Crescimento e Mudas
432
Crustá ceos
Os crustáceos são animais invertebrados pertencentes ao filo dos artrópodes.
Exemplos são os camarões, as lagostas, as cracas, os caranguejos e siris, que vivem
em ambiente aquático (água doce ou salgada). Algumas espécies podem viver em
ambiente terrestre como os tatuzinhos-de-jardim ou bichos-de-conta.
Nas fotos a seguir, a partir de cima à esquerda: caranguejo da Indonésia, lagosta, siri e
copépodos (animais microscópicos do plâncton).
São animais invertebrados, ou seja, não possuem coluna vertebral ou crânio, mas sim
um exoesqueleto, que é uma espécie de armadura constituída de proteínas e um
polissacarídeo nitrogenado, a quitina. Nos crustáceos, o exoesqueleto é ainda mais rígido
pois contém substâncias calcárias.
433
Como outros artrópodes possuem o corpo segmentado e apêndices articulados. Por
outro lado, o que diferencia os crustáceos de outros artrópodes é a quantidade de
apêndices: geralmente são cinco pares de patas e dois pares de antenas.
Características Gerais
Classificação
A classificação é uma forma de facilitar a identificação e estudo dos seres vivos. A forma
de classificar tem mudado muito ao longo do tempo, sendo considerado principalmente
o parentesco evolutivo.
434
- Reino Animalia
Filo Arthropoda
o Subfilo Crustacea
O corpo é composto por sistemas simples com órgãos que realizam as funções vitais.
Veja a seguir:
O sistema digestório é completo: começa na boca, segue pelo tubo digestório onde
há uma espécie de estômago com enzimas digestivas que auxiliam na digestão (que
ocorre fora das células). Os restos não aproveitados saem pelo ânus.
O sistema respiratório dos animais aquáticos é composto de brânquias
filamentosas localizadas na base dos apêndices locomotores.
O sistema nervoso é composto de gânglios cerebrais que se conectam através de um
tubo nervoso na região ventral do corpo.
O sistema sensorial é desenvolvido, alguns possuem olhos compostos como os
insetos. Possuem órgãos de equilíbrio, chamados estatocistos que ajudam o animal a
se localizar.
435
O sistema circulatório é aberto, no qual a hemolinfa (líquido sanguíneo) é bombeada
por um coração tubular através dos vasos até os tecidos e depois retorna. A hemolinfa
contém pigmentos respiratórios para o transporte do oxigênio, também transporta
nutrientes e excreções.
Importância Ecológica
436
Eles se alimentam de fitoplâncton e servem de alimento para muitas espécies de animais,
sendo portanto a base da cadeia alimentar nos ecossistemas aquáticos.
Aracnídeos
Aracnídeos são um grupo de animais invertebrados representado pelas aranhas,
escorpiões, opiliões, ácaros e carrapatos. São agrupados na classe Arachnida, pertencente
ao filo Arthropoda, diferindo das outras classes de artrópodes (insetos, crustáceos e etc)
por não apresentarem antenas e mandíbulas e sim quelíceras, sendo assim
chamados quelicerados.
437
As aranhas têm o abdome não segmentado e globuloso. As quelíceras podem ser
formadas por dois artículos paralelos entre si ou formando um ângulo, e associadas a
glândulas de veneno ou não. Apresentam fiandeiras que são apêndices abdominais
modificados que segregam a seda para formar a teia.
438
Os escorpiões são o grupo mais primitivo, tem o abdome segmentado, com estruturas
sensoriais no terceiro segmento, denominadas pentes. Os pedipalpos apresentam
grandes pinças. Possuem pós-abdome articulado, com um ferrão no último articulo que
inocula o veneno nas presas.
Aracnídeos / Ácaros e
Aranhas Escorpiões
Características carrapatos
Pinças ou
Ferrões inoculadores Pequenas pinças
Quelíceras estiletes
de veneno preensoras
perfurantes
Órgãos sensoriais. Nos
Pedipalpos ou Grandes pinças Filamentares,
machos tem função
palpos preensoras simples
copuladora
Patas Quatro pares Quatro pares Quatro pares
Abdome Fiandeiras Pentes Sem apêndices
Pós-abdome Ausente Com seis Ausente
artículos, o último
439
é o ferrão
Respiração
Os aracnídeos respiram por meio de filotraqueias (pulmões foliáceos) que são estruturas
laminares, cuja parte externa está em contato direto com o ar. Através das paredes das
lâminas ocorre a troca dos gases, sendo o oxigênio transportado pelo sangue no interior
de lacunas (isso não ocorre com os insetos que não apresentam o pigmento responsável
pelo transporte de gases no sangue). Aranhas respiram tanto por filotraqueias como por
traqueias como os insetos.
Detalhe da Tarântula
mostrando os pares de olhos e pelos táteis
As aranhas possuem até 8 pares de olhos simples, enquanto os escorpiões têm até 5
pares nas laterais do exoesqueleto, essas estruturas podem perceber movimentos.
Reprodução
440
Ocorre fecundação interna e o desenvolvimento é direto (sem presença de larva e
metamorfose). Logo que nascem os aracnídeos são pequenos e têm o exoesqueleto
menos endurecido, eles passam por diversas mudas para poderem crescer. Há
dimorfismo sexual (sexos diferenciados) e eles podem ser ovíparos ou vivíparos.
Na maioria das espécies de aranha, o macho faz a corte para a fêmea, depois a coloca a
seu lado e transfere para o seu corpo o espermatóforo, que é uma cápsula gelatinosa
onde ficam os espermatozoides. Isso acontece geralmente através dos pedipalpos (já que
o macho não tem pênis) que introduzem o espermatóforo no orifício genital feminino no
momento da cópula. Depois de fertilizados no corpo da fêmea, ela faz a postura dos
ovos que ao eclodir liberam filhotes imaturos.
Nos escorpiões a fêmea é vivípara, ou seja, carrega os ovos fertilizados dentro do seu
corpo. Quando nascem, em alguns casos, os pequenos escorpiões imaturos são
carregados nas costas da mãe até passarem pela primeira muda.
A digestão é extracorpórea, isto é, acontece fora do corpo. Isso porque muitas aranhas
e escorpiões possuem venenos poderosos que paralisam suas presas, em seguida
injetam sucos digestivos nos seus corpos e sugam o conteúdo. O tubo digestivo inicia na
boca, abaixo das quelíceras que atuam como mandíbulas agarrando e destroçando as
presas. O alimento segue pela faringe e esôfago até chegar em um estômago com fortes
músculos. Tal musculatura ajuda a bombear o alimento, já parcialmente digerido por
enzimas até o intestino grosso onde se acumulam os restos não aproveitados, seguindo
depois caminho até o ânus onde os restos serão eliminados.
Excreção
Há duas formas de excreção nos aracnídeos. A mais comum é através dos túbulos de
Malpighi, como ocorre nos insetos, que são finos e longos tubos que enviam os resíduos
ao intestino para serem eliminados junto com as fezes.
441
A outra forma é por meio das glândulas coxais que têm uma abertura na base das
patas. Em ambos os casos são eliminados excretas nitrogenados como guanina e ácido
úrico que evita desperdício de água.
Habitat e Comportamento
A aranha marrom e a viúva-negra (destacadas nas imagens acima) são duas espécies
de aranhas venenosas que temos em território brasileiro. No Brasil são encontradas 5
espécies venenosas:
442
Viúva-negra (Latrodectus): são pequenas com 3 a 5 cm e de hábito diurno, vive em
vegetação rasteira, arbustos e barrancos. Acidentes não são comuns no Brasil.
Aranha de grama, de jardim ou tarantulas (Lycosa): não são agressivas e até correm
quando são perturbadas. Os acidentes são comuns, mas sem gravidade.
Caranguejeiras: são grandes com até 25 cm e temidas, mas não são agressivas, nem
representam risco para as pessoas. Quando ameaçadas lançam cerdas que irritam a
pele, causando reação alérgica.
Insetos
Os insetos são animais invertebrados artrópodes, pertencentes ao Filo Arthropoda e
Classe Insecta.
Eles representam o grupo com a maior diversidade entre todos os animais do planeta.
São cerca de 950 mil espécies conhecidas, das quais mais de 109 mil são encontradas no
Brasil.
Principais características
Estrutura corporal
443
Os insetos possuem corpo dividido em:
cabeça;
tórax e abdome;
um par de antenas;
três pares de patas;
um ou dois pares de asas.
Sistema circulatório
O sistema circulatório dos insetos é aberto.
Alguns insetos têm corações acessórios para ajudar a bombear a hemolinfa até as asas. A
hemolinfa pode conter ou não os pigmentos respiratórios como a hemoglobina ou
hemocianina.
Sistema digestório
O sistema digestório dos insetos é completo. O tubo digestório apresenta glândulas
acessórias (glândula salivar, cecos gástricos) e presença de mandíbulas e peças bucais
para auxiliar a manipular e triturar o alimento.
Sistema respiratório
Os insetos apresentam respiração traqueal. O ar entra no corpo através de espiráculos,
presentes na superfície corporal, e através das traqueias, que são tubos ramificados,
chegando até as células do corpo.
As excretas são eliminadas por meio dos Túbulos de Malpighi. Eles são responsáveis por
retirar as excreções da hemolinfa e liberar na cavidade intestinal, sendo eliminadas juntas
com os restos da digestão pelo ânus.
444
Reprodução e desenvolvimento
A reprodução dos insetos é sexuada, as espécies são dioicas, ou seja, com os dois sexos
separados.
Os holometábolos saem do ovo na forma de larva, que é bastante ativa e voraz. Após
isso, passam pela fase de pupa, também chamada crisálida ou casulo, quando ficam
imóveis e finalmente chegam ao estágio adulto.
445
Desenvolvimento da borboleta, um inseto
hemimetábolo
Classificação
Os nomes das ordem terminam com termo ptera, derivado do grego, e relaciona-se com
o tipo de asas.
Por ser um grupo bastante diversificado, os insetos são bem diferentes. Eles variam os
tipos de asas, mas possuem em comum as características gerais que são: cabeça, tórax e
abdome, um par de antenas e 3 pares de patas. Nem todos os insetos possuem asas.
446
Ordem Coleoptera: besouros e joaninhas
A Ordem Coleoptera é a mais numerosa, com cerca de 400 mil espécies conhecidas.
A Ordem Hymenoptera apresenta cerca de 200 mil espécies, com 2 pares de asas finas e
membranosas, além de algumas que não têm asas.
447
Ordem Lepidoptera: borboletas e mariposas
A Ordem Lepidoptera apresenta mais de 100 mil espécies, com 2 pares de asas
membranosas e aparelho bucal especializado para sugar o néctar das flores.
A Ordem Diptera contém cerca de 95 mil espécies, as quais apresentam um par de asas
finas.
448
Ordem Hemyptera: percevejos
Percevejo
A Ordem Hemyptera apresenta cerca de 50 mil espécies, a maioria com 2 pares de asas,
sendo o par anterior rígido na base e membranoso na extremidade.
Pulgões
A Ordem Homoptera contém cerca de 25 mil espécies, a maioria com dois pares de asas
e algumas sem asas.
449
Ordem Orthoptera: gafanhotos e grilos
Gafanhoto
A Ordem Orthoptera possui mais de 11 mil espécies, sendo a maioria com dois pares de
asas.
A Ordem Odonata apresenta cerca de 5 mil espécies. Possuem olhos grandes, 2 pares de
asas finas e transparentes.
450
Ordem Thysanura: traças-dos-livros
Traça-dos-livros
A Ordem Thysanura possui cerca de 500 espécies sem asas, com um par de antenas
longas e três longas caudas.
Anelídeos
Os anelídeos são animais invertebrados de corpo mole, alongado, cilíndrico e dividido
em anéis, apresentando uma nítida segmentação.
Características Gerais
Estrutura Corporal
O corpo dos anelídeos é composto por anéis (metâmeros) e revestido por celoma.
451
O celoma é uma cavidade corporal que se localiza no interior da mesoderme. É
preenchido por um líquido chamado de fluido celômico, onde se alojam as vísceras do
animal.
Sistema Digestório
Os anelídeos apresentam sistema digestório completo. Os órgãos digestivos em
sequência são: a boca, o papo, a moela, o intestino e o ânus.
O alimento fica armazenado no papo, segue para a moela onde é triturado e no intestino
ocorre a absorção dos nutrientes.
O modo de alimentação varia conforme a espécie, mas podem ser herbívoros, carnívoros
e hematófagos.
O sistema circulatório é composto por dois vasos, um dorsal e outro ventral, além de um
conjunto de vasos contráteis, que podem ser comparados aos corações.
Esses animais apresentam um par de nefrídios por segmento, os quais são responsáveis
por retirar as excretas do sangue e do celoma.
Respiração
A pele fina e úmida dos anelídeos permite as trocas gasosas com o ambiente, o que
caracteriza a respiração cutânea.
Sistema Nervoso
O sistema nervoso é do tipo ganglionar. É composto por um par de gânglios cerebrais,
de onde partem dois cordões nervosos ventrais.
452
Reprodução
A reprodução dos anelídeos pode ser de forma assexuada ou sexuada.
Com exceção dos poliquetos que são dióicos, os demais anelídeos são monóicos
(hermafroditas).
No caso dos monóicos, como a minhoca, existe uma porção do corpo que auxilia na
reprodução, o clitelo.
O clitelo é um anel mais claro que libera um muco que ajuda na fixação de duas
minhocas no momento da fecundação.
Classificação
453
Representantes
Minhoca
As minhocas apresentam pele fina e úmida. Alguns anéis mais próximos da boca
apresentam coloração mais clara e constitui o clitelo, utilizado na reprodução.
A respiração das minhocas é cutânea. Na parte ventral, percebe-se certa aspereza pela
presença de cerdas minúsculas, que servem de ponto de apoio quando o animal se
desloca no solo.
Elas são reconhecidas pela sua importância no solo, pois cavam túneis e galerias que
permitem a penetração do ar e da água no terra. Isso facilita o desenvolvimento das
raízes das plantas.
454
Conheça também os Invertebrados Aquáticos e Invertebrados Terrestres.
Minhocuçu
O minhocuçu é uma espécie de minhoca que pode alcançar até dois metros de
comprimento. Pode-se dizer que é uma minhoca gigante.
Apresenta coloração que varia de preto a vermelho. Na reprodução, cada ovo pode gerar
de dois a três filhotes.
Tubifex
O tubifex é um gênero de anelídeos de água doce, também encontrados em águas
poluídas e pouco oxigenadas. Eles medem em torno de 1 cm e podem formar colônias.
Alimentam-se de detritos que se depositam no fundo dessas águas. Eles são utilizados
como alimento para peixes ornamentais.
455
Sanguessuga
A sanguessuga vive no meio aquático e se alimenta do sangue de outros animais. Pode
alimentar-se por bastante tempo sem ser notada, pois produz uma substância de ação
anestésica.
Possui duas ventosas, uma na região da boca e outra na região anal, que garantem
fixação enquanto se alimenta.
Nereis
O nereis é um predador que se desloca no fundo do mar, por movimentos laterais, a
procura de pequenos animais.
456
Conheça também sobre os Moluscos, outro grupo de animais invertebrados e com corpo
mole.
Miriá podes
Os miriápodes são artrópodes chamados de unirremes, por não possuírem apêndices
ramificados. As mandíbulas não são articuladas. Possui um par de antenas, as trocas
gasosas são feitas pelas traquéias e os órgãos excretores são os túbulos de Malpighi. São
terrestres, não existindo representantes aquáticos.
Os miriápodes possuem uma cabeça e um tronco alongado, com muitos segmentos, que
possuem pernas. Habitam locais terrestres úmidos, pois não possuem cutícula. Vivem
escondidos embaixo de pedras, troncos e rochas. Na cabeça há ocelos, alguns
representantes possuem olhos compostos, peças bucais na região ventral, voltadas para
frente.
Estes animais precisam evitar a perda de água, por isso em seu sistema traqueal os
estigmas ficam fechados. O coração é um tubo dorsal. O sistema nervoso consiste de um
cordão nervoso ventral que tem um gânglio em cada segmento.
457
Nesta classe estão as centopéias, que estão distribuídas por todo o mundo, com cerca de
3000 espécies descritas. A maior centopéia do mundo mede 26 centímetros. Têm o
hábito de viver escondidas, não só de predadores, mas também para evitar a dessecação,
portanto, possuem hábitos noturnos.
As centopéias são adaptadas para correr, sendo as pernas das corredoras mais longas.
Também são adaptadas para cavar, e a força é obtida por contrações do tronco.
Nesta classe estão os piolhos-de-cobra. Possuem 2 pares de patas por segmento, são
animais herbívoros e detritívoros, não possuindo forcípula. Costumam viver escondidos
da luz para evitar dessecação. Existem cerca de 75.000 espécies descritas.
458
O tegumento destes animais está impregnado com sais de cálcio. Normalmente a
superfície é lisa, mas alguns animais têm cristas, tubérculos, cerdas ou espinhos. A
coloração da maioria dos diplópodes é preta e marrom, existindo representantes
vermelhos, alaranjados e até manchados.
Não costumam serem animais ágeis, pois se locomovem lentamente. Porém as pernas
têm força suficiente para abrir caminhos no solo. Como não são ágeis, as espécies mais
frágeis foram sendo eliminadas por seleção natural, restando aquelas que contavam com
mecanismos para sua defesa, como um esqueleto rígido e podem enrolar o corpo, como
um espiral. Algumas espécies possuem glândulas repugnatórias, havendo 1 par de
glândulas por segmento. Esta secreção pode ser tóxica ou repelente.
Em algumas espécies os olhos podem estar ausentes. As antenas possuem pêlos táteis.
ninhos e depois de alguns dias eclodem os jovens. Algumas espécies têm partenogênese.
Equinodermos
Os equinodermos (filo Echinodermata) são animais invertebrados e exclusivamente
marinhos.
Equinodermos
Características Gerais
459
Os equinodermos são triblásticos, celomados e deuterostômios. Durante a fase larval
apresentam simetria bilateral e na fase adulta, a simetria é radial.
São animais de vida livre e isolados, poucas espécies vivem fixas a um substrato. Um
exemplo de equinodermo séssil é o lírio-do-mar.
Ao mesmo tempo, também permite a excreção, pois carrega as substâncias que precisam
ser eliminadas do corpo.
460
O sistema conta com uma placa madrepórica, através da qual a água do mar entra no
corpo do animal.
Para deixar o substrato, a água retorna para as ampolas e relaxa a musculatura do pé,
permitindo que se solte.
Sistema respiratório
A respiração dos equinodermos ocorre através das brânquias que ficam próximas à boca.
O sistema ambulacrário também contribui com a respiração, através de difusão.
Sistema digestório
Os equinodermos apresentam sistema digestório completo com boca, esôfago, intestino
e ânus. O estômago é encontrado apenas em equinodermos carnívoros.
A maioria das espécies alimentam-se de algas marinhas. Para isso, contam com a
lanterna de Aristóteles, que consiste em um aparelho bucal que raspa o alimento.
461
A estrela-do-mar projeta o seu estômago e enzimas digestivas sobre o alimento, que
começa a ser digerido. Somente depois, ele é conduzido para o interior do seu corpo, de
modo a finalizar a digestão.
Reprodução
A reprodução é sexuada. Os equinodermos são, em sua maioria, animais dióicos.
A fecundação externa ocorre através dos orifícios das placas genitais, de onde os
gametas saem para a água.
Os zigotos formados geram larvas, que nadam durante algum tempo, fixando-se a um
substrato e, por meio de metamorfose, originam os adultos. Por isso, o desenvolvimento
é indireto.
Asteroides
Estrela-do-mar
Na parte em contato com o substrato, os braços são formados por duas fileiras de pés
ambulacrários, que permitem a movimentação e fixação.
462
As estrelas do mar podem realizar autotomia, ou seja, a recuperação de um braço
perdido. Além de que a regeneração de um braço cortado pode formar uma nova estrela
do mar.
Ofiuroides
Serpente do mar
Um exemplo é a serpente do mar que possui um disco central do qual partem cinco
braços dotados de movimentos ondulantes, que facilitam o deslocamento.
A serpente do mar tem a boca na parte inferior, que fica em contato com o substrato,
enquanto o ânus se localiza na face oposta.
Crinoides
Lírio do mar
463
Um representante do grupo do crinoides é o lírio do mar. Ele possui uma base presa a
um substrato, de onde saem cinco braços ramificados que dão ao animal o aspecto de
planta.
Utiliza como alimento os detritos que permanentemente caem em seus braços, que são
cobertos por prolongamentos capazes de levar as partículas até a sua boca.
Holoturoides
Pepino do mar
O pepino do mar ou holotúria tem o corpo cilíndrico, dotado de minúsculas placas não
unidas, que lhe dão uma consistência menos rígida.
A maioria tem entre 5 e 30 cm, com alguns exemplares podendo chegar a dois metros de
comprimento.
Quando atacado, pode eliminar parte de suas vísceras, como o intestino e as gônadas. O
predador distraído permite a fuga do pepino do mar, que depois de um tempo tem suas
partes regeneradas.
464
Equinoides
Ouriço do mar
Junto à boca, ele possui uma armação de cinco dentes chamada lanterna de Aristóteles.
Com isso, ele raspa as rochas em busca de algas, formando buracos onde esses animais
se alojam.
Apesar dos espinhos pode ser atacado por diversos predadores como peixes, estrela do
mar e caranguejos.
Bolacha da praia
465
Esse animal enterra-se superficialmente na areia, onde obtém alimento constituído por
partículas orgânicas.
Curiosidades
Zoologia (Vertebrados)
Cordados
Os cordados representam o grupo de animais do filo Chordata. São representados por
alguns invertebrados aquáticos e todos os vertebrados: peixes, anfíbios, répteis, aves e
mamíferos.
A característica principal deste filo é que durante a fase embrionária todos apresentam
tubo nervoso dorsal, notocorda, fendas faringianas e cauda pós-anal.
Os craniatas são todos os vertebrados e representam cerca de 98% das espécies deste
filo.
466
Sub-filo Urochordata (Urocordados)
São animais marinhos sésseis que podem viver isolados ou em colônias. Geralmente, são
encontrados grudados em rochas ou em algas maiores. Seu tamanho pode variar de
alguns milímetros até 10 centímetros.
Salpas
Ascídias
467
Anatomia
O corpo é revestido por um envoltório espesso, denominado de túnica, constituída do
polissacarídeo tunicina. Devido este revestimento também podem ser chamados de
tunicados.
A túnica apresenta duas aberturas: o sifão inalante, por onde a água penetra o corpo do
animal e o sifão exalante, por onde a água retorna ao ambiente.
Alimentação
Para a alimentação filtram plânctons do ambiente, que aderem a um muco produzido em
um sulco da faringe, o endóstilo, e dirigem-se até o estômago e intestino, onde os
nutrientes são absorvidos. Os resíduos são eliminados pelo ânus, que abrem-se no sifão
exalante.
Respiração e Circulação
Através dos sifões a água passa continuamente pelo corpo, transportando oxigênio aos
tecidos corporais e levando o gás carbônico e excreções para o exterior.
Sistema Nervoso
Durante a fase de larva existe o tubo nervoso, localizado dorsalmente, de onde partem
nervos para diversos órgãos. Na fase adulta, esta estrutura reduz-se a um gânglio
nervoso localizado sob a faringe, de onde partem os nervos.
Reprodução
Apresentam reprodução sexuada, sendo a maior parte da espécies monóica
(hermafrodita). Algumas podem ter reprodução assexuada por brotamento.
Em geral, sua anatomia se assemelha a de um peixe. Porém, não possuem uma cabeça
diferenciada.
468
Uma característica marcante deste grupo é a presença de uma boca, rodeada por
filamentos, chamados de cirros bucais.
Anfioxo
Alimentação
Os cefalocordados filtram a água que passa pelo seu corpo através da faringe. As
partículas de alimentos presentes na água aderem ao muco produzido em um sulco da
faringe, o endóstilo. Este muco, com o auxílio de células ciliadas segue até o intestino,
onde ocorre a digestão, já que não existe estômago.
Respiração e Circulação
Os cefalocordados possuem sistema circulatório fechado. A nutrição e oxigenação das
células são garantidas pela presença de um coração na região ventral, dos capilares
sanguíneos juntos aos tecidos e dos sinusóides.
Quando o sangue circula pela rede de capilares ocorrem as trocas gasosas com a água
que passa pelas fendas faringianas. O gás oxigênio e alimentos são distribuídos às células
e o gás carbônico e excreções são recolhidos.
Sistema Nervoso
Consiste em um tubo nervoso dorsal de onde partem ramificações para todo o corpo.
Reprodução
Apresentam reprodução sexuada e são dióicos. As gônadas não possuem ductos, assim,
quando maduras rompem e liberam os gametas em uma cavidade denominada átrio,
entre o tubo digestório e a cavidade do corpo.
469
A partir daí, os gametas saem do corpo e ocorre a fecundação externa.
Subfilo Craniata
A Agnatha (animais sem mandíbula na boca), com poucas espécies e duas classes:
Myxine (peixes-bruxas)
Petromyzontida (lampreias).
Urocordados
Os protocordados são animais cordados invertebrados. O grupo possui poucos
representantes e todos são pequenos animais marinhos.
470
Os protocordados representam os cordados mais primitivos. O termo protocordado
deriva do grego, protos "primeiro, primitivo".
Características Gerais
Urocordados e Cefalocordados
471
Cephalocordata (Cefalocordados)
Peixes
"Os peixes sã o encontrados nos mais variados ambientes aquá ticos e caracterizam-se por
ser o grupo mais numeroso e diversificado nos vertebrados. Nesse grupo de animais, temos
representantes com corpo tipicamente fusiforme; respiraçã o, geralmente, do tipo branquial;
presença de nadadeiras; e ectotermia. Esse grupo inclui peixes cartilaginosos, que possuem
esqueleto formado por cartilagem, e peixes ó sseos, que possuem o esqueleto ó sseo.
Vale salientar que muitas modificaçõ es ocorreram na classificaçã o dos animais apó s adoçã o
da metodologia cladística e aprimoramento das técnicas de aná lise de DNA. Estudos
recentes demonstram, por exemplo, o monofiletismo dos Agnatha e dos Chondrichthyes,
porém nã o a dos Osteichthyes, que se trata de um grupo parafilético.
O significado taxonô mico de Osteichthyes nos dias atuais é bem diferente do que havia no
passado, quando se referia aos peixes ó sseos e excluía o grupo dos tetrá podes. Hoje os
sistematas incluem os tetrá podes no clado Osteichthyes. No nosso texto, no entanto,
optamos por utilizar os termos no seu sentido clá ssico, pois essa forma é a abordada nos
livros didá ticos e a cobrada nos processos seletivos.
472
Os peixes sã o animais de há bitos aquá ticos que apresentam nadadeiras e respiraçã o, na
maioria dos casos, branquial.
Os peixes possuem um sistema digestó rio completo, com intestino terminando em cloaca
nos peixes cartilaginosos e em â nus nos peixes ó sseos. O sistema excretor desses animais é
formado por um par de rins. Nos peixes cartilaginosos, é excretado principalmente ureia, e,
nos peixes ó sseos, observa-se a eliminaçã o de amô nia.
473
Os peixes têm poderosos e eficientes ó rgã os sensoriais, como a linha lateral. Essas
estruturas, localizadas lateralmente no peixe, permitem que o animal consiga captar
movimentos na á gua e, consequentemente, evitar predadores. Além das linhas laterais, os
peixes contam com lobos olfativos desenvolvidos, que permitem a percepçã o de cheiros, e
com as ampolas de Lorenzini, que permitem a captaçã o de correntes elétricas produzidas
por outros animais. Essas ampolas sã o encontradas apenas em peixes cartilaginosos.
A reproduçã o dos peixes varia de grupo para grupo. Nos cartilaginosos, ocorre fecundaçã o
interna; já na maioria dos peixes ó sseos, ocorre fecundaçã o externa. Nos peixes ó sseos,
pode-se observar, em algumas espécies, o desenvolvimento indireto, com a formaçã o de
larvas, e o desenvolvimento de uma fase denominada alevino.
Para viver no meio aquá tico, os peixes apresentam grande quantidade de adaptaçõ es,
destacando-se a presença de brâ nquias.
474
A movimentaçã o conjunta do opérculo e da boca ajuda a garantir que a á gua atinja as
brâ nquias.
Além da presença de brâ nquias, os peixes possuem um corpo com formato hidrodinâ mico,
que auxilia a movimentaçã o na á gua. Normalmente os peixes apresentam o corpo fusiforme,
ou seja, alongado e com as extremidades afiladas, o que possibilita melhor nataçã o. Peixes
com formato fusiforme podem conseguir alta velocidade de nataçã o.
Além do formato característico, os peixes possuem grande quantidade de muco em sua pele,
o que ajuda a diminuir o atrito com a á gua. O muco, assim como as escamas, também possui
papel importante na proteçã o do peixe contra pató genos.
Na figura é possível notar algumas características dos peixes cartilaginosos: boca ventral e
ausência de opérculo.
475
constituído predominantemente de cartilagem. Tubarõ es, arraias e quimeras sã o
representantes desse grupo de peixes, sendo a maior parte das espécies marinhas.
Outra característica desse grupo é a presença de placas semelhantes a dentes que revestem
o corpo desses animais, as chamadas escamas placoides. Nos tubarõ es e arraias, as escamas
placoides revestem grande parte dos seus corpos, nas quimeras, no entanto, elas estã o
presentes em porçõ es específicas.
Os peixes ó sseos, assim como o nome sugere, apresentam um esqueleto ó sseo. Nesses
animais, a brâ nquias estã o cobertas pelo opérculo, uma espécie de aba ó ssea que protege
essas estruturas. Nos peixes ó sseos, observa-se a presença da bexiga natató ria. Outras
características que podem ser citadas sã o: boca na extremidade anterior, intestino
terminado em â nus e excreçã o da amô nia."
Anfíbios
Anfíbios são animais vertebrados que vivem entre o meio aquático e o ambiente
terrestre.
Eles mantêm uma forte vinculação com a água e dela não se afastam, pois precisam
manter a pele úmida.
476
Características gerais dos anfíbios
Os pulmões são formados por dois sacos, sem divisão interna. As narinas abrem-se na
cavidade da boca. Enquanto estão na fase larval, aquática, respiram por meio de
brânquias.
477
Reprodução dos Anfíbios
A reprodução é sexuada, geralmente com fecundação externa, onde a fêmea elimina os
óvulos na água e o macho despeja os espermatozoides sobre eles.
Anuros
Quando adultos, possuem patas e não apresentam cauda: sapos, rãs e pererecas.
478
A perereca tem “ventosas” nos dedos, que facilitam sua adesão a pedras, paredes etc.
Urodelos
Possuem corpo alongado, patas laterais e uma longa cauda: salamandras e tritões.
Ápodes
Têm corpo cilíndrico e não possuem patas. As cobras-cegas, vivem enterradas no solo e
são mais ativas à noite. Com olhos bem reduzidos. Lembram grandes minhocas, mas
possuem osso e cabeça bem delimitada.
Répteis
Os répteis são animais vertebrados que pertencem ao Reino Animalia, Filo Chordata e
Classe Reptilia.
479
São exemplos de répteis: tartaruga, jabuti, cágado, cobra, serpente, jacaré, crocodilo,
camaleão, iguana e lagarto.
Características
Anatomia
Anatomia do crocodilo
Eles possuem dois pares de membros locomotores, cada um com cinco dedos acabados
em garras e pernas reduzidas em alguns lagartos, mas ausentes em outros, como as
cobras.
Eles podem ser animais rastejantes ou nadadores, como as tartarugas marinhas que
possuem patas em forma de remos.
480
Porém, alguns animais, como as tartarugas e jabutis, também podem apresentar placas
ósseas de origem dérmica.
Temperatura corporal
Os répteis são animais pecilotérmicos, ou seja, são incapazes de manter a sua
temperatura corporal constante. Assim, eles necessitam do calor do ambiente para
regulação da temperatura corporal.
Essa condição limita sua localização dos seus habitats aos trópicos e subtrópicos do
planeta, onde as temperaturas favorecem o seu metabolismo. Por isso, não encontramos
répteis na Antártica.
Reprodução
A maior parte dos répteis são ovíparos. Apenas algumas cobras e lagartos
são ovovivíparas.
O desenvolvimento do embrião ocorre dentro dos ovos, os quais são revestidos por
cascas córneas ou calcárias.
481
Quando os filhotes nascem assemelham-se aos adultos, pois o desenvolvimento é direto.
A maioria dos répteis são carnívoros. Algumas poucas espécies são herbívoras e onívoras.
Alguns répteis, como o jacaré e a matamatá, são animais predadores e ocupam o topo da
cadeia alimentar.
Sistema Circulatório
A circulação é fechada, dupla e completa.
Sistema Respiratório
Os répteis apresentam respiração pulmonar. Os pulmões apresentam alvéolos
pulmonares tornando eficiente as trocas gasosas.
Sistema Sensorial
O órgão olfativo dos répteis lhes permite sentir o gosto e o cheiro, sendo que a maioria
dos répteis é capaz de ouvir sons.
A visão não é privilegiada, mas os olhos possuem pálpebras e membrana nictitante para
protegê-los quando submersos.
Quando estão em terra, são hidratados por glândulas lacrimais, dai a expressão “lágrimas
de crocodilo”, uma vez que aqueles animais “choram” com frequência.
As serpentes apresentam a fosseta loreal, um orifício entre o olho e a narina com função
de termorrecepção.
Grupos
482
Ordem Crocodilia
Crocodilo
Ordem Rhynchocephalia
A ordem Rhynchocephalia é o grupo de réptil mais primitivo. Por isso, as tuataras são os
únicos representantes vivos da ordem. Elas são encontradas na Nova Zelândia e podem
habitar ambientes frios.
483
São animais carnívoros, os seus dentes estão fundidos ao maxilar. Os indivíduos de
tuataras podem chegar até aos 100 anos de idade.
Ordem Squamata
Também conhecidos como escamados, pois possuem corpo recoberto por escamas. Eles
são representados pela cobras e lagartos.
Ordem Testudinata
Tartaruga-da-Amazônia
484
Também chamados de quelônios, são representados pelas tartarugas, cágados e jabutis.
As tartarugas vivem em ambiente de água doce e salgada. Os cágados são encontrados
em água doce e os jabutis em terra firme.
Curiosidades
Serpentes
As serpentes pertencem à linhagem Lepidosauria (Lepisidos =
escamas; sayros = lagartos) e à ordem Squamata, uma linhagem irmã
dos crocodilos e aves, assim como os lagartos, e juntos formam a maior
linhagem de répteis não-avianos. Atualmente são conhecidas cerca de 3300
espécies. Possuem ancestralidade em comum com os lagartos, e a hipótese é
de que as cobras descendem de lagartos fossoriais com olhos reduzidos, ou
seja, lagartos que costumavam viver abaixo do nível do solo. Sendo assim,
por viverem abaixo do solo não haveria necessidade aparente de membros,
logo, as linhagens de lagartos com membros cada vez menores foram sendo
selecionadas até que a linhagem sem membros se tornou a predominante. É
importante lembrar, que não é só a ausência de membros que separam as
serpentes do lagartos, até porquê existem lagartos que não possuem
membros e nem por isso são serpentes.
Uma das características mais evidentes das serpentes é ter a pele coberta
de escamas, que podem variar de cor e tamanho dependendo da espécie.
Essas escamas tornam a pele das cobras praticamente impermeável, e
também, confere proteção mecânica.
485
O corpo é alongado e completamente desprovido de membros e o tamanho,
pode variar de 10 cm (Leptotyphlops carlae) à 10 metros. Em tempos pré-
históricos existiram serpentes maiores ainda, como a Titanoboa, com mais de
13 metros e mais de uma tonelada.
486
Comportamento
As serpentes possuem quimiorreceptores, ou seja, conseguem fazer uma
interpretação química do ambientes. Elas movimentam a língua bífida (com
duas pontas) para dentro e para fora da boca coletando moléculas de ar e do
solo. Ao retrair a língua elas levam para os órgãos vomeronasais localizados
no céu da boca (também chamado de órgão de Jacobson) e aí conseguem
avaliar o terreno. Elas também podem se orientar e localizar as presas por
meio da visão, especialmente as serpentes arborícolas. As serpentes
fossoriais, ou seja, as que vivem no subsolo, possuem olhos pouco funcionais
e cabeças adaptadas para escavar.
487
Ondulação lateral: a serpente se locomove movendo a cabeça para os
lados e formando curvas com o corpo, sendo assim as curvas geram
impulso muscular que a projeta para frente.
Locomoção retilínia: a serpente se projeta para frente através
da contração muscular da metade dorsal de seu corpo. Quando os
músculos traseiros relaxam ela contrai os dianteiros para que a onda
muscular gere a movimentação.
Locomoção concertina: usada em passagens estreitas. A serpente faz
alças com o corpo contra as paredes dos buracos e impulsiona a parte
anterior do corpo, criando novas alças.
Locomoção lateral: bastante usada por serpentes do deserto, uma vez
que devido à ação do vento, o ponto de apoio das serpentes, no caso a
areia, muda constantemente. A serpente forma alças com o corpo e as
oscila lateralmente.
Reprodução
Serpentes podem ser ovíparas, o que significa que elas botam ovos e os
filhotes saem dos mesmos. Vivíparas, ou seja, dão à luz à filhotes já
formados e ovovivíparas, nesse caso os ovos são formados mas
permanecem dentro da serpente até que os filhotes rompam a casca e saiam
dos mesmos.
Hábitos alimentares
As serpentes podem matar suas presas por dois métodos: envenenamento e
constrição.
488
Opistóglifas: serpentes cujas presas inoculadoras ficam na parte
posterior da mandíbula, ou seja, atrás dos outros dentes.
Proteróglifas: serpentes cujas presas inoculadoras ficam na parte
frontal da maxila. As presas não se movimentam e são relativamente
pequenas, ainda assim maiores que os outros dentes.
Solenóglifa: serpentes cujas presas inoculadoras se localizam na região
anterior da maxila, mas nesse caso as presas são móveis e de tamanho
muito maior que os outros dentes. Essa mobilidade permite que as
presas dobrem para trás quando a cobra fecha a boca.
Áglifas: serpentes que não possuem presas inoculadores de veneno, ou
seja, toda a dentição é uniforme.
Mitos
As serpentes sempre estiveram presentes na cultura popular, pelo fascínio e
receio que elas geram nos humanos, sendo assim vários mitos foram criados
sobre esses magníficos animais, como os seguintes:
Ameaças
Atualmente, as maiores ameaças às serpentes são o desmatamento e nosso
próprio medo. É importante lembrar que não é necessário temê-las, apenas
respeitá-las. Então, se você ver uma serpente não tente pegá-la ou
incomodá-la, apenas saia do caminho dela e siga o seu. Serpentes tem uma
enorme importância ecológica, principalmente no controle de outras
populações de animais, como roedores, logo, matar uma serpente
simplesmente por medo, pode causar um grande problema à natureza.
489
Aves
As aves são animais vertebrados, de sangue quente (homeotérmicos), que possuem o
corpo revestido de penas.
Com cerca de 9000 espécies conhecidas, elas ocupam vários tipos de ambientes e, de
maneira geral, dominam o ar.
Temperatura corporal
Aves são animais de sangue quente, também
chamados homeotérmicos ou endotérmicos, por sua capacidade de manter a
temperatura corporal constante. Para isso, elas apresentam um metabolismo elevado,
necessitando de muita energia.
Penas
Pavão se exibindo
As penas são uma característica exclusiva das aves. Elas permitem o voo, são isolantes
térmicos (importante para a homeotermia) e funcionam para a camuflagem e como
atrativo sexual. Habitualmente, é o macho que possui uma plumagem exuberante, como
o pavão.
490
Voo
O voo é uma importante adaptação das aves, que lhes permite:
As carinatas são aves que apresentam uma quilha no osso esterno, chamada carena.
Possuem músculos peitorais desenvolvidos que são responsáveis pelo batimento das
asas.
Muitas podem voar, outras fazem apenas voos curtos, como a galinha. Algumas aves
como os pinguins, sofreram modificações em suas asas, que as tornaram aptas apenas
para a natação.
As ratitas são aves que não apresentam carena no esterno, e são incapazes de voar,
como a ema e o avestruz.
491
Pele
Glândula uropigial
Os patos, por exemplo, viram a cabeça até a cauda e esfregam o bico no restante do
corpo, impermeabilizando as penas antes de entrarem nas lagoas, o que facilita a sua
flutuação.
Canto
492
Outra característica das aves é o canto, gerado por um órgão fonador, que é a siringe. O
canto pode servir como elemento de comunicação, envolvendo atração sexual,
advertência, demarcação de território, dentre outros.
Principais
órgãos da galinha
493
Sistema Respiratório das Aves
Sistema
respiratório das aves
A respiração das aves é realizada pelos pulmões, que não possuem alvéolos, são
formados por vários para-bronquíolos, onde ocorrem as trocas gasosas.
Além disso, os pulmões se interligam por projeções chamadas sacos aéreos, que passam
por todo corpo do animal, inclusive no interior dos ossos.
494
Sistema Digestório das Aves
Sistema
digestório das aves
As aves têm bico rígido e devido a ausência de dentes, o alimento não passa por
trituração na boca.
Após passar pelo intestino, as fezes são eliminadas pela cloaca, que faz parte tanto do
sistema digestório, quanto do reprodutivo.
495
Sistema Reprodutivo das Aves
Sistema
reprodutor das aves
As aves são animais ovíparos, ou seja, produzem ovos. A casca é formada por carbonato
de cálcio e por ser porosa permite a troca gasosa entre o embrião e o ambiente. A cloaca
é o órgão responsável pela postura dos ovos.
A fecundação é interna e ocorre antes que o óvulo seja revestido pela casca calcária. No
interior do ovo, há membranas protetoras e reservas alimentares na forma de gema e
clara.
496
Sistema Circulatório das Aves
Sistema
circulatório das aves
O sistema circulatório das aves apresenta um coração com quatro câmaras: dois átrios e
dois ventrículos.
Funciona como duas bombas distintas, onde as câmaras direitas impulsionam sangue
não oxigenado e as da esquerda, sangue oxigenado.
497
Sistema Nervoso das Aves
Estrutura
ocular das aves
O cérebro das aves é responsável pela coordenação e pelo equilíbrio sendo bastante
volumoso, o que permite a movimentação em três dimensões durante o voo.
Algumas aves transmitem doenças aos seres humanos. As fezes dos pombos
transmitem histoplasmose, criptococose (meningite fúngica) e salmonelose; as fezes do
papagaio transmitem psitacose (pneumonia atípica).
Nas florestas da Austrália e da Nova Guiné, vive o “casuar”, ave que tem a altura de uma
pessoa adulta. Apresenta uma crista óssea, que o ajuda a abrir caminho na floresta.
Quando acuado, pode dar coices e causar ferimentos graves.
O peso dos ossos de um albatroz, ave cuja envergadura das asas de um adulto é
superior a 3 metros, é menor que o peso de suas penas.
498
Mamíferos
Os mamíferos são animais vertebrados pertencentes ao Domínio Eukaryota, Reino
Animalia, Filo Chordata, Sub-filo Vertebrata e Classe Mammalia.
Exemplos de
animais mamíferos
499
Habitats
Os mamíferos são seres altamente adaptáveis e podem ser encontrados por todo
planeta.
Isso ocorre porque muitos mamíferos vivem em sociedades e dedicam cuidado aos seus
filhotes até o momento em que se tornam independentes.
Além disso, muitos mamíferos foram domesticados pelo homem e hoje convivem com os
mesmos.
Aspectos corporais
Alguns
mamíferos possuem o corpo coberto por pelos
A quantidade de pelos no corpo varia de espécie para espécie. As baleias, por exemplo,
apresentam pouquíssimos pelos ao redor do focinho, sendo a pele predominantemente
lisa.
500
Eles ainda mantém a sua temperatura corporal constante graças à sua pele, a qual é
formada por duas camadas principais (epiderme e derme), onde se encontram glândulas
sebáceas e sudoríparas que auxiliam a regular a temperatura.
Alimentação
Os mamíferos apresentam uma variedade de modos de alimentação. A presença dos
dentes contribui para que possam explorar diversos tipos de alimentos.
O sistema circulatório é fechado, incluindo o coração com quatro câmaras. Além disso,
não há mistura entre o sangue venoso e arterial.
Sistema Nervoso
O sistema nervoso dos mamíferos é altamente complexo e o mais avançado dentre todos
os vertebrados.
Ademais, o cérebro dos mamíferos é proporcionalmente maior que dos outros animais,
permitindo uma inteligência maior.
501
Reprodução
Os filhotes
são alimentados com leite materno produzido pelas glândulas mamárias
Nos mamíferos os sexos são separados, ou seja, existem machos e fêmeas. Assim, a
reprodução é sexuada.
502
1. Ambiente em que vivem:
Os mamíferos são classificados em aquáticos e terrestres.
São exemplos de mamíferos aquáticos: baleia orca, peixe-boi, golfinho, baleia jubarte,
baleia azul, boto, leão-marinho, lontra e foca.
São exemplos de mamíferos terrestres: ser humano, cachorros, girafa, leão, tigre, macaco,
boi, urso, tamanduá, raposa, gato, onça, camelo, ovelha, jaguatirica.
Existem ainda os morcegos que são animais mamíferos aéreos. O urso polar também é
um mamífero, porém com habilidade de natação.
2. Padrões reprodutivos:
Os mamíferos se diferenciam também pela forma como ocorre o desenvolvimento da
gestação.
503
O
ornitorrinco é um exemplo de mamífero que põe ovos
504
Botâ nica
Brió fitas
As Briófitas são plantas que não possuem vasos condutores de seiva, portanto, são
avasculares. Vivem, geralmente, em ambientes úmidos e formam “tapetes” verdes sobre
rochas, troncos ou outras superfícies. Seus principais representantes são
os Musgos, Hepáticas e Antóceros. Assim como as Pteridófitas, não possuem sementes,
propagando-se por esporos.
Briófit
as: gametófito (verde) e esporófito (marrom / amarelo).
Características Importantes
São plantas avasculares, portanto não possuem vasos condutores de seiva (xilema e
floema);
O transporte de sais minerais, água e seiva ocorre de célula em célula;
Não possuem raiz, caule ou folha e sim estruturas primitivas
chamadas rizoide, cauloide e filoide, respectivamente;
505
Nas Briófitas a reprodução acontece por alternância de geração ou metagênese. Ou
seja, dentro do ciclo reprodutivo ocorrem etapas assexuada e sexuada;
A maioria das Briófitas são dioicas, pois possuem fêmeas e machos, todavia existem
espécies monoicas, isto é, hermafroditas;
Precisam de água para sua reprodução;
Habitam, preferencialmente, ambientes úmidos, todavia existem espécies em locais de
calor e frio extremos;
São plantas de pequeno porte, geralmente atingem entre 5 a 40 centímetros.
Briófit
as: "Tapete" de Musgos em interior de floresta.
Exemplos de Briófitas
506
Briófit
as: Hepáticas.
Os Musgos são os maiores representantes das Briófitas, suas principais Classes
são Sphagnidae, Andreaeidae e Bryidae. Apresentam mais de 10.000 espécies.
Briófit
as: Musgos.
507
Os Antóceros representam um pouco mais de 300 espécies e é o grupo menos
diversificado das Briófitas. O termo antócero significa semelhante a chifres.
Briófit
as: Antóceros.
Reprodução das Briófitas
508
Esque
ma do ciclo reprodutivo das Briófitas.
Em presença de água, o anterídio libera gametas masculinos (anterozoides), que “nadam”
até encontrarem o arquegônio, onde está o gameta feminino (oosfera).
509
Por atração química, o anterozoide se funde à oosfera, gerando um zigoto, ou seja, uma
célula fecundada. O zigoto dará origem ao esporófito.
Briófit
as: esporófitos com gotículas de água.
O esporófito é composto pela seta (haste) e uma bolsa chamada cápsula. Dentro da
cápsula, células nomeadas esporócitos originam esporos por meiose (divisão celular
reducional). Quando maduros, os esporos são liberados no ambiente para originarem
novos indivíduos.
510
Briófit
as: Seta (avermelhada) e cápsula (na extremidade).
Pteridó fitas
As pteridófitas são plantas vasculares ou traqueófitas, ou seja, que possuem tecidos
condutores e criptógamas pois não possuem sementes. Os exemplos mais conhecidos
são as samambaias, avencas e cavalinhas, muito utilizadas como plantas ornamentais.
511
Características Gerais
Samambaias na natureza.
As raízes fixam a planta e absorvem água e sais minerais do solo, em geral são
subterrâneas, mas algumas são aéreas e crescem fora do solo. As folhas são laminares
com células ricas em cloroplastos, cuja função é fazer a fotossíntese, processo pelo qual
são elaborados compostos orgânicos, especialmente açúcares.
O xilema, ou vasos lenhosos, é responsável por transportar a seiva bruta, uma solução
de água e sais minerais, das raízes às folhas. Enquanto que os vasos
liberianos, ou floema, transportam compostos orgânicos (seiva elaborada) produzidos
nas folhas até as outras partes da planta.
512
As pteridófitas se reproduzem assexuadamente por brotamento. Com o
desenvolvimento dos rizomas, se formam brotos em pontos espaçados, são
os estolões ou estolhos. A partir desses pontos crescem folhas e raízes. Ocorre a seguir
a fragmentação ou decomposição do rizoma nos espaços entre os brotos, que torna as
plantas separadas.
Quando o esporo encontra condições favoráveis (solo úmido) origina o prótalo, que é
um gametófito hermafrodita (haploide), pois lá estão as estruturas reprodutivas
masculina (anterídio) e feminina (arquegônio).
513
Ciclo de vida
das samambaias.
O zigoto irá se desenvolver e formar uma nova plantinha, um esporófito jovem (diplóide),
que originará uma pteridófita adulta. O ciclo recomeça quando a planta fica madura e
produz novos esporos.
514
Gimnospermas
As gimnospermas são plantas terrestres que possuem sementes, mas não produzem
frutos.
O nome do grupo deriva das palavras gregas gymmos "nu" e sperma "semente", ou seja,
significa semente nua. Isso porque, as sementes das gimnospermas não encontram-se no
interior dos frutos, ficando expostas ou nuas.
Araucária
Em geral, essas plantas adaptam-se melhor em climas mais frios e temperados. Acredita-
se que existam cerca de 750 espécies de gimnospermas.
Características
As plantas gimnospermas possuem raiz, caule, folhas e sementes. Não existem flores e
frutos. Apresentam, ainda, vasos condutores, xilema e floema.
O desenvolvimento das sementes e do grão de pólen foi uma grande conquista evolutiva
das gimnospermas. Esse fato fez com que as plantas dominassem definitivamente o
ambiente terrestre, pois ficaram independentes da água para a fecundação.
515
Atualmente, esse grupo de plantas pode ser encontrado em vários tipos de ambientes.
Um exemplo é o pinheiro-do-paraná ou araucária, que pode ser encontrado na Mata das
Araucárias, no Sul do Brasil.
Estrutura Reprodutiva
A estrutura reprodutiva das gimnospermas é o estróbilo, também conhecido como cone,
daí a denominação conífera para as gimnospermas.
Os estróbilos são formados por folhas modificadas que se agrupam e formam essa
estrutura. Essas folhas são férteis e não realizam fotossíntese.
Estróbilo
Ciclo de Vida
516
Para compreender o ciclo de vida das gimnospermas, vamos considerar o exemplo de
um pinheiro, um representante típico desse grupo.
Nos megastróbilos são produzidos, por meiose, os megásporos. Eles ficam retidos nos
megasporângios, onde desenvolvem-se no interior do óvulo e originam o gametófito
feminino. A partir do gametófito feminino surgem dois ou mais arquegônios, em cada
um diferencia-se uma oosfera, o gameta feminino.
Angiospermas
As angiospermas também são plantas terrestres. A grande diferença entre as
angiospermas e as gimnospermas é em relação à estrutura. As angiospermas possuem
flor e fruto. Isso faz com que a sua semente seja protegida pelo fruto, o que não ocorre
com as gimnospermas.
Assim, as angiospermas são plantas complexas que apresentam raiz, caule, folhas, flores,
frutos e sementes.
517
Angiospermas
As angiospermas são plantas complexas que apresentam raiz, caule, folhas, flores, frutos
e sementes.
Elas representam o grupo mais diversificado de plantas, com mais de 250 mil espécies. As
angiospermas ocorrem nos mais variados tipos de habitats, desde ambientes aquáticos
até áridos.
Características Gerais
Estrutura
As plantas angiospermas são as mais complexas da natureza. Por isso, elas apresentam
diversas estruturas.
518
As folhas estão envolvidas com os processos de fotossíntese, respiração e transpiração.
As plantas angiospermas apresentam folhas com diversos formatos e tamanhos.
Os principais tipos de caules aéreos das angiospermas são: tronco lenhoso (árvores),
haste (herbáceas), estipe (palmeiras), colmo (bambu) e suculento (cactos).
Flores
A flor é considerada a estrutura reprodutiva da planta.
As flores são formadas por folhas modificadas e especializadas. Elas são compostas por
quatro tipos de estruturas: sépalas, pétalas, estames e carpelos.
519
Estrutura da flor de uma angiosperma
Frutos
O fruto é uma estrutura exclusiva das angiospermas. É uma porção carnosa que
desenvolve-se a partir do ovário, após a fecundação.
Ao se instalar no estigma, o grão de pólen germina e forma o tubo polínico. Este cresce,
através do estilete, até atingir o óvulo, no ovário.
O óvulo apresenta dois tegumentos e uma grande célula-mãe de megásporo (2n) que
sofre meiose e origina quatro células (n), das quais três se degeneram e uma forma o
megásporo funcional (n).
520
O megásporo funcional sofre mitose e origina o saco embrionário com as seguintes
células: uma oosfera, duas sinérgides, três antípodas e uma célula central com dois
núcleos polares.
Enquanto isso, no interior do tubo polínico podem ser encontrados três núcleos: dois são
núcleos espermáticos (gametas) e o outro é o núcleo do tubo que controla o seu
crescimento.
Quando atinge o óvulo, o tubo polínico libera os seus dois núcleos espermáticos. Um
núcleo espermático (n) fecunda a oosfera (gameta feminino - n) e forma um zigoto (2n)
que dará ao embrião.
O outro núcleo espermático se une aos dois núcleos polares do óvulo, formando um
núcleo triploide, que dará origem ao endosperma secundário que irá nutrir o embrião.
Após a fecundação, o saco embrionário é chamado de endosperma secundário.
Enquanto ocorre a dupla fecundação, os tegumentos do óvulo formam uma casca, que
contendo o endosperma secundário e o embrião, formam a semente. Os hormônios
produzidos pelo embrião, estimulam o desenvolvimento do fruto a partir do ovário.
521
Diferenças entre Monocotiledôneas e Dicotiledôneas
Semente
Folhas
Caule
Flores
Raiz
522
O grupo das monocotiledôneas corresponde a cerca de 2% do total das angiospermas,
sendo estes representados por flores como as orquídeas e lírios, além de gramas,
coqueiros e bananeiras.
Flor
A principal característica das flores das monocotiledôneas é que elas são trímeras, ou
seja, apresentam três pétalas ou múltiplas de três.
Um exemplo que ajuda a compreender a divisão das pétalas das monocotiledôneas são
as orquídeas e lírios.
Semente
523
As sementes das plantas monocotiledôneas são caracterizadas pelo fato de possuir
somente um cotilédone. Isso quer dizer que a nutrição do embrião acontece a partir de
uma região única.
Folhas
As folhas das monocotiledôneas são paralelinérveas, pois suas nervuras estão paralelas
entre si.
Raiz
524
A raiz da planta monocotiledônea tem como característica ser fasciculada, que também é
chamada de cabeleira. Esse tipo de raiz forma um conjunto de raízes finas que têm
origem em um único ponto.
Caule
O caule das angiospermas tem como principal característica a distribuição dos vasos de
forma desordenada. Seus feixes vasiculares são dispostos aleatoriamente.
Para compreender como é o caule das planta monocotiledôneas, observe como exemplo
os coqueiros e as palmeiras.
Monocotiledôneas e Dicotiledôneas
525
Características Monocotiledôneas Dicotiledôneas
Grama, cana-de-açúcar,
Eucalipto; abacate; morango;
Exemplos milho, arroz, coqueiros, maçã; pera; feijão; ervilha;
palmeiras mamona; jacarandá; batata
Dicotiledôneas e Eudicotiledôneas
No sistema de classificação antigo, as plantas angiospermas eram divididas em
monocotiledôneas e dicotiledôneas.
526
Flor: Como se diferencia as flores em plantas monocotiledôneas e dicotiledôneas?. As
flores de monocotiledôneas são trímeras. Enquanto, as dicotiledôneas apresentam flores
dímeras, tetrâmeras ou pentâmeras.
Exemplos de Dicotiledôneas
527
Histologia Vegetal
Caule
O caule é uma parte da planta que tem principalmente a função de condução de
substâncias e sustentação. É um órgão que junto com as folhas compõe o sistema
caulinar.
A planta pode crescer por toda sua vida, graças aos meristemas. O crescimento primário
ocorre no sentido longitudinal, alongando a planta, e o crescimento secundário promove
o aumento da largura.
Tipos de Caule
Função
O caule possui duas funções principais: suporte e condução de substâncias, mas também
pode servir como reserva nutritiva.
528
planta, onde serão consumidos. O transporte da seiva bruta (água e sais minerais) é
feito pelo xilema, indo das raízes até as folhas.
Suporte: O caule sustenta as folhas, de modo que elas ficam em condições de receber
mais luz para realizar a fotossíntese.
Armazenagem: alguns caules subterrâneos são adaptados à armazenagem, como é o
caso da batata inglesa.
Estrutura e Desenvolvimento
O meristema é um tecido que produz células indiferenciadas que são usadas para o
crescimento da planta, ele também é chamado gema.
À medida que o caule se alonga, diferenciam-se os nós e entrenós. Os nós são as regiões
do caule de onde saem as folhas. Os espaços entre um nó e outro é chamado entrenó.
Neste ponto, surgem gemas laterais nas axilas das folhas. São protuberâncias que
originarão os ramos laterais do caule.
529
Raiz
As plantas apresentam diferentes tipos de raízes como resultado das mudanças
adaptativas que sofrem para permanecer no ambiente.
Tipos
Raiz subterrânea
As raízes subterrâneas são divididas em fasciculadas e pivotantes:
Raízes fasciculadas
As raízes fasciculadas são encontradas nas plantas monocotiledôneas. Elas originam-se
de um ponto de onde partem ramificações finas e aproximadamente do mesmo
tamanho.
Raízes pivotantes
As raízes pivotantes ou axiais são caracterizadas por uma raiz principal maior, de onde
partem raízes laterais. Elas são encontradas em plantas dicotiledôneas.
530
Adaptações das raízes
As raízes também podem apresentar determinadas especializações que contribuem para
a realização de suas funções.
Raízes tuberosas
Raízes sugadoras
As raízes sugadores ou haustórios ocorrem em plantas parasitas. Elas recebem esse nome
porque penetram no tronco de outra planta para retirar a sua seiva.
531
Exemplos: erva passarinho e cipó-chumbo.
Raízes escoras
As raízes escoras possuem o caule como ponto de partida. Sua estrutura se fixa no solo,
o que facilita o aumento da área de absorção da planta.
Exemplo: figueira.
Raízes tabulares
As raízes tabulares são achatadas e assemelham-se a tábuas. Elas possuem como função
de aumentar a estabilidade da planta no solo e são comuns em árvores de grande porte.
532
Exemplos: chichá do cerrado.
Raiz aquática
As raízes aquáticas são encontradas em plantas que vivem na água. Elas auxiliam na
absorção de nutrientes.
Funções da Raiz
Partes da raiz
533
Coifa: Função de proteger a raiz do atrito com o solo e o ataque de micro-organismos.
É caracterizada pela existência de pequenas células com a capacidade de rápida
multiplicação. Esse é o mecanismo de crescimento da raiz.
Zona lisa: Também denominada zona de crescimento, é a parte onde ocorre o
alongamento vertical e crescimento da raiz.
Zona pilífera: Denominada também como zona de absorção. Tem a função de absorver
água e sais minerais do solo que formarão a seiva da planta. É caracterizada pela
presença de pelos responsáveis pela absorção.
Zona suberosa: É a ramificação da raiz, responsável pelo aumento da área de absorção.
A partir dela são formadas as raízes secundárias, que têm a função de fixar a planta ao
solo.
Coleto ou colo: É a parte de transição da raiz para o caule.
Folha
A folha é um órgão vegetal que faz parte das plantas terrestres. Ela surge do caule e nela
é realizada a fotossíntese, ou seja, onde o alimento para as plantas é produzido.
Além disso, as folhas libertam o oxigênio necessário para a respiração dos seres vivos. É
justamente essa a sua principal função.
As folhas podem ser formadas por 4 partes (limbo, pecíolo, estípula e bainha). Isso quer
dizer que, embora existam 4 partes, nem todas as folhas apresentam a mesma estrutura:
534
Tipos de Folhas
Existem vários tipos de folhas. Além das folhas completas (aquelas que apresentam
limbo, pecíolo e bainha) e das folhas incompletas (as que não apresentam uma destas 3
partes), basicamente elas podem ser simples ou compostas.
Folhas simples - folhas que têm apenas um limbo. São as mais comuns.
Folhas compostas - folhas cujo limbo é dividido. Dessa divisão surgem os folíolos.
Folha simples
Folha composta
535
Na botânica, as folhas podem ser classificadas conforme a forma do limbo. Elas também
podem ser classificadas de acordo com a disposição dos seus folíolos (no caso das
folhas compostas):
Folha imparipenada
Folha paripenada
536
Folha palmada ou digitada
Folha recomposta
No interior das folhas existem nervuras, que são as ramificações que vemos no seu
limbo.
De acordo com o número de nervuras e a sua forma, as folhas podem ser classificadas
em:
Uninérvea - Quando a folha tem apenas uma nervura, tal como a folha da palmeira.
Paralelinérvea - Quando a folha tem várias nervuras dispostas de forma paralela, tal
como a folha de milho.
537
Peninérvea - Quando a folha tem uma nervura principal de onde surgem outras
nervuras, tal como a folha das rosas.
A folha tem a função de produzir o alimento das plantas (fotossíntese), bem como de
libertar oxigênio, o que acontece através do processo de transpiração e respiração.
Além disso, a função das folhas é a de ser alimento para muitos animais e até mesmo de
habitação de outros.
Mas, a utilidade das folhas não para por aí. As folhas são utilizadas também na
farmacologia e na cosmética.
Tecidos de Revestimento
As plantas apresentam os tecidos de revestimento para a proteção de folhas, raízes e
caules.
538
A periderme é um tecido vivo. Representa o revestimento das raízes com crescimento
secundário. É constituída pelos tecidos dérmicos súber, felogênio e feloderme.
Tecidos de Preenchimento
São tecidos formados por células que preenchem os espaços entre os tecidos de
revestimento e os tecidos condutores.
539
Localização do parênquima, procâmbio
e epiderme
540
Esquema da
estrutura interna da folha.
Parênquimas de Preenchimento
Sua função é preencher espaços entre os tecidos internos. As células desse tecido são
grandes, não especializadas e com paredes finas. Estão presentes em grande quantidade
no córtex e na medula de raízes e caules. O
Parênquimas de Assimilação
Também chamados parênquimas clorofilianos ou clorênquima, as células desse tecido
são ricas em cloroplastos e por consequência sua função é realizar a fotossíntese. São
encontrados nas folhas, preenchendo o espaço entre a epiderme superior e inferior.
Existem dois tipos de parênquima clorofilianos: o paliçádico e o lacunoso.
541
formando uma estrutura semelhante à paliçada. O parênquima paliçádico é o principal
responsável pela realização da fotossíntese nas plantas vasculares.
Parênquimas de Reserva
Nos tecidos vegetais cujas células possuem plastos com amido, o parênquima tem a
função de reserva. São chamados amilíferos e encontrados nas raízes e caules
subterrâneos. Os plastos podem conter outras substâncias como proteínas e outros
açúcares.
542
O colênquima pode ser classificado de quatro formas de acordo com o espessamento
tangencial da parede celular:
Colênquima angular: é o tipo mais comum. Apresenta um formato triangular em seção
Colênquima lacunar: apresenta espessamentos nas paredes celulares que delimitam espaços
intercelulares desenvolvidos;
Colênquima anelar: apresenta um espessamento uniforme das paredes celulares.
543
Astroesclereídes: são células que apresentam formato estrelado.
Xilema
As traqueídes não possuem perfurações e sim pontoações, que são regiões mais finas,
sem parede secundária.
Por sua estrutura, os elementos de vaso são mais eficientes pois o fluxo de água através
das perfurações é mais fácil. No entanto, nas traqueídes a passagem da água através da
membrana evita que bolhas circulem pela planta. Sendo assim, é mais segura para a
planta.
544
As células são alongadas, com citoplasma denso e núcleo bem definido. Possuem parede
primária, que é uma camada celulósica que se deposita externamente à parede celular
durante o crescimento.
O xilema primário pode ser de dois tipos: protoxilema (se forma primeiro)
e metaxilema (se diferencia mais tardiamente).
O xilema secundário se origina do câmbio vascular. Isso ocorre quando a planta tem
crescimento secundário, ou seja, quando cresce lateralmente aumentando sua espessura.
XILEMA FLOEMA
545
As células mais importantes do floema são os elementos crivados, que são assim
chamados devido aos poros que se aglomeram especialmente em suas extremidades.
Nas células crivadas os poros são mais estreitos e uniformes do que nos elementos de
tubo crivados. Nesses últimos os poros maiores se localizam numa região da parede
chamada placa crivada.
Corte da raiz de uma planta do gênero Salix. Perceba que houve crescimento secundário,
uma vez que há xilema e floema secundários
546
Organologia da Raiz
A raiz é um órgão vegetativo, aclorofilado, geralmente subterrâneo com fototropismo negativo e
geotropismo positivo. É responsável pela fixação do vegetal, absorção da seiva e armazenamento de
substâncias.
A extremidade da raiz é envolta por um capuz de células denominado coifa, cuja função é proteger o
meristema radicular, um tecido em que as células estão se multiplicando ativamente por mitose.
Logo após a extremidade, localiza-se a zona de distensão, onde as células surgidas por mitose crescem.
Após a zona de distensão, está situada a zona pilífera da raiz, que se caracteriza por apresentar células
epidérmicas dotadas de projeções citoplasmáticas finas e alongadas, os pelos absorventes. É através
desses pelos que a raiz absorve a maior parte da água e dos sais minerais de que precisa.
Já a região de ramos secundário sé aquela que se nota o brotamento de novas raízes que surgem de
regiões internas da raiz principal.
547
Tipos de raízes
Axial (ou pivotante) – possui um eixo principal de onde partem raízes laterais secundárias. É típica das
angiospermas dicotiledôneas e das gimnospermas.
Fasciculada (ou em cabeleira) – não há um eixo principal, apenas raízes secundárias bem desenvolvidas. É
comum em angiospermas monocotiledôneas. É uma raiz ramificada que se fixa bem às camadas
superficiais do solo, evitando erosão.
*Raízes especiais:
Tuberosa – armazenam substância de reserva (amido) e por isso ficam intumescidas. Ex: batata-doce,
mandioca, cenoura, beterraba, nabo, rabanete.
548
Tabular – grandes e bem desenvolvidas. Aumentam a estabilidade da planta e atuam também como raízes
respiratórias. Ex: figueira (plantas de grande porte).
Escora (adventícia) – saem diretamente do caule da planta rizófora e auxiliam a fixação de vegetais de
ambientes lodosos como manguezais.
549
Pneumatóforo (respiratórias) – com geotropismo negativo. Possui orifícios por onde realiza trocas
gasosas. Presente em plantas de locais pobres em oxigênio como terrenos alagadiços (manguezais). Ex:
avicênia.
Haustório (sugadora) – em plantas parasitas, são finas e penetram o caule da hospedeira retirando a seiva.
Ex: erva-de-passarinho suga seiva bruta (Hemiparasita); cipó-chumbo suga seiva elaborada (Holoparasita).
550
Aéreas – encontradas em epífitas, absorvem água e sais minerais através do velame. Podem originar cipós
ou lianas. Ex.: orquídeas e samambaias.
Grampiformes – raízes aéreas em forma de grampos que auxiliam na fixação. Ex.: trepadeiras e heras.
551
Aquáticas – sem zona pilífera, com parênquima aerífero (flutuação), sem coifa. Ex: água-pé.
Organologia do Caule
Geralmente é aéreo com fototropismo positivo e geotropismo negativo. É a parte das plantas que
sustenta a copa (ramos, folhas, flores e frutos). Conduz as seivas que nutrem as plantas, e quando verde
realiza fotossíntese, pode também armazenar substâncias de reserva (amido).
Na extremidade superior do caule, existe a gema apical, formada por meristema primário. Lateralmente
ficam as gemas axilares que originam os galhos. Internamente o caule tem a estrutura parecida com a
da raiz, mas existem diferenças entre caules de plantas herbáceas e lenhosas.
Em corte transversal, o caule apresenta: epiderme na forma de cutícula composta por células revestidas
por cutina; córtex ou casca em camada de colênquima e parênquima; e cilindro vascular central com
vasos liberianos e vasos lenhosos. No caule lenhoso, há formação de madeira comercial a partir do
xilema secundário.
552
Tipos de caules
Aéreos
Tronco – estrutura lenhosa e reta, muito desenvolvido, com crescimento secundário, muito
resistente. Ex: dicotiledônea e gimnosperma.
553
Haste – pequeno, pouco desenvolvido, delgado, muito flexível e clorofilado. Ex: ervas, feijoeiro.
Colmo – cilíndrico, com nós e entrenós bem definidos, sem crescimento secundário e sem
ramificações.
554
Ex. 1: Oco – bambu
Estipe – alongado, lenhoso, cilíndrico, sem crescimento secundário, sem ramificações, com folhas
apenas na ponta. Ex: palmeira.
555
Estolão – rastejante que produz raízes e ramos aéreos a partir dos nós que tocam o solo. Ex:
morangueiro, grama e melancia.
556
Subterrâneos
Tubérculo – armazenam substâncias de reserva (amido) por isso tornam-se intumescidos. Ex:
Batata-inglesa, inhame, cará.
557
Aquáticos – ricos em parênquima aerífero (flutuação). Muitos são verdes e fotossintetizantes. Ex:
vitória-régia, elódia.
Morfoses de Caules
Bulbo – caule corresponde à região basal chamado prato, caule e folhas subterrâneos. Ex: cebola,
alho.
558
Cladódio – caule modificado em forma de folha. Ex: cactos.
559
Morfologia da Folha
As folhas são órgãos e, por isso, apresentam tecidos diferentes com funções específicas. Através de um
corte histológico em uma folha é possível analisar microscopicamente cada estrutura presente:
Epiderme
Composta geralmente por uma camada única de células que oferecem função de revestimento e proteção
dos demais tecidos. Possui geralmente uma fina camada chamada de cutícula que possui função
impermeabilizante, evitando a perda excessiva de água.
Algumas plantas chamadas xerófitas, que vivem em ambiente semiárido, apresentam cutícula espessa e
epiderme formada por várias camadas de células para evitar a perda de água.
A epiderme está nos dois lados da folha. A epiderme superior é chamada de epiderme adaxial e
a epiderme inferior é chamada de epiderme abaxial. Esta última apresenta estruturas especializadas
chamadas estômatos, que se assemelham a dois feijões que podem se fechar e se abrir permitindo assim
as trocas gasosas entre o vegetal e o meio. As células guardas são aquelas localizadas próximas aos
estômatos.
Mesófilo
Localizado abaixo da epiderme, essa região é composta por células parenquimáticas que geralmente são
responsáveis pelo preenchimento de órgãos vegetais. Nesse caso, as células do mesófilo possuem
elevada concentração de cloroplastos, sendo chamadas também de clorênquima, e sua função é
justamente produzir, através da fotossíntese, a matéria orgânica utilizada pelo vegetal nos seus diversos
processos metabólicos.
O mesófilo pode ser dividido em duas camadas. A camada mais próxima da epiderme superior é composta
por células alongadas e justapostas e é chamada de parênquima paliçádico.
Abaixo do parênquima paliçádico e mais próximo da epiderme inferior há uma camada de células mais
arredondadas e separadas uma das outras chamada parênquima lacunoso. Ambas as camadas possuem
função de realizar a fotossíntese.
560
Feixes Vasculares
Compostos pelos tecidos condutores que compõem as nervuras das folhas formando os desenhos da
estrutura foliar.
O xilema se localiza no centro da folha e está voltado para a parte superior da folha. É responsável
pela condução de seiva bruta ou inorgânica que é composta por sais minerais e água que são
absorvidos pela raiz e então transportados para as folhas.
Voltado para a parte inferior da folha está o floema, responsável pela condução de seiva elaborada ou
seiva orgânica. A seiva elaborada carrega os produtos orgânicos produzidos na fotossíntese no sentido
das folhas, onde são produzidos, para o restante do vegetal.
A disposição das nervuras nas folhas é um dos fatores característicos que diferencia as monocotiledôneas
das dicotiledôneas.
Monocotiledôneas: Possuem nervuras dispostas de formas paralela. A folha que apresenta esse tipo de
nervura é chamada de paralelinérveas.
Dicotiledôneas: As nervuras partem de um ponto e vão se ramificando em feixes menores. As folhas com
essa disposição são chamadas de peninérveas ou reticuladas.
Morfologia Externa
Externamente a folha apresenta estruturas visíveis naturalmente.
Limbo: É a folha em si. Região laminar da folha onde estão presentes as nervuras, estômatos, etc. O
formato laminar é para aumentar a eficiência da captação solar;
Pecíolo: O cabo que liga a folha ao caule, dando suporte e sustentação;
Bainha: Encontrada geralmente nas monocotiledôneas. É uma expansão da folha que se liga ao caule
podendo até recobrir o pecíolo.
Estípulas: Projeções do pecíolo presente apenas em alguns vegetais.
561
Morfologia Externa Da Folha Com Limbo, Pecíolo E
Bainha.
Filotaxia
A filotaxia (Filo=folha, taxis=arranjo) refere-se ao arranjo foliar ao longo do eixo caulinar, ou seja, como
essas folhas estão dispostas e são encontradas ao redor do caule.
As folhas nascem a partir das gemas axiais presentes no caule, na região chamada de nó. A forma com
que elas se dispõem nesse nó é determinada para classificar a planta quanto a filotaxia.
Alternada
As folhas vão se alternando ao longo do eixo do caule se projetando a partir dos nós. De cada nó sai uma
única folha. A roseira possui esse tipo de filotaxia.
Oposta
Mais de uma folha se projeta do mesmo nó e se dispõem de forma oposta uma das outras. Subdividem-se
em dois padrões:
Dística: Duas folhas partem do mesmo nó, se dispõem de forma oposta, mas fazendo parte do mesmo
plano. As folhas do araçá se dispõem dessa forma.
Cruzada: Duas folhas partem do mesmo nó e se dispõem de forma oposta, porém quando comparadas com
as folhas projetadas do nó adjacente, elas se cruzam formando um ângulo de 90° entre os pares de folhas.
Portanto, os pares de folhas de um nós não fazem parte do mesmo plano que as os pares de folhas do nó
subseqüente. Um exemplo de plantas com essa disposição é a quaresmeira.
Verticilada
Várias folhas (mais de duas) se projetam de um mesmo nó. A espirradeira é um exemplo de planta
verticilada.
562
Disposição Das Folhas Ao Longo
Do Caule: A) Alternadas;
B) Opostas Cruzadas; C) Opostas Dísticas; D) Verticiladas.
Tipos de Folhas
As folhas apresentam variações de acordo com a espécie e podem ser classificadas em características
diferentes. As folhas inicialmente podem ser classificadas em completas, quando possuem todas as
estruturas foliares (bainha, limbo e pecíolo), ou em incompletas, quando não apresentam alguma das
estruturas.
As folhas simples podem ainda ser subdivididas conforme o formato de alguma estrutura.
563
Formato Foliar.
Forma Da Margem.
As folhas compostas podem ser subdivididas de acordo com a organização dos seus folíolos em:
Imparipenadas: folha composta por um número ímpar de folíolos. Exemplo: Jacarandá (Jacaranda
mimosifolia).
Paripenadas: folha composta por um número par de folíolos, possuindo dois folíolos terminais. Exemplo:
Ingá (Inga edulis).
Palmadas: Também chamadas de Digitadas, nesse tipo de folhas os folíolos partem de uma base comum,
ou seja, possuem um único pecíolo e vários folíolos ligados. Exemplo: Guaraperê (Lamanonia speciosa).
Recompostas: Folha subdividida em folíolos em que cada folíolo também é subdividido em porções
menores, sendo, portanto, uma folha duplamente composta. Exemplo: Flamboyant (Delonix regia).
564
Formato Das Folhas Compostas.
Adaptações Foliares
As folhas podem sofrer processos de diferenciação tornando folhas modificadas que desempenham
funções específicas como atração, proteção ou outras funções que não são encontradas na maioria das
folhas comuns.
Brácteas
Folhas coloridas, às vezes confundidas com as pétalas das flores, presentes na base do receptáculo floral
ou junto de uma inflorescência.
Geralmente estão presentes em plantas que possuem flores pequenas e discretas possuindo a função de
atrair os agentes polinizadores que muitas vezes pode não enxergar as flores pequenas.
A buganvília (Bougainvillea glabra) possui essas folhas modificadas que rodeiam suas flores que são
pequenas e amarelas.
Carnívoras
As plantas carnívoras apresentam folhas modificadas e sensíveis que possuem a função de auxiliar na
alimentação do vegetal, atuando como verdadeiras armadilhas que capturam insetos que servirão de
alimento para a planta.
565
O processo geralmente envolve a exalação de odores atrativos para os insetos que quando pousam nas
folhas ativam o mecanismo sensível das mesmas de modo que elas se fecham ou mudam sua conformação
capturando o inseto;
Espinhos
Folhas modificadas, podendo brotar do caule ou de algumas folhas. Possuem função de defesa ou
auxiliar na fixação de trepadeiras em outras plantas. Os cactos presentes nas regiões semiáridas, ao
longo do processo evolutivo, modificaram suas folhas para diminuir a perda de água, e essas folhas
acabaram se originando em espinhos.
Exemplo De Cactáceas.
Organologia da Flor
A flor é o órgão reprodutivo das plantas gimnospermas e angiospermas, desenvolvido a
partir de folhas modificadas. As flores das diferentes espécies podem ser hermafroditas
ou dióicas. Seu desenvolvimento permitiu a fecundação independente da água e uma
maior atração dos agentes polinizadores. Nas gimnospermas surgiram as flores. Porém,
essas são diferentes das observadas nas angiospermas.
566
Suas “flores” são os estróbilos, conhecidos como pinhas. Já
uma flor hermafrodita de angiosperma geralmente é constituída por quatro conjuntos de
folhas modificadas, os verticilos florais: cálice, corola, androceu e gineceu.
de tépalas.
567
possui: antera, conectivo e filete. Na antera ficam os sacos polínicos
com células-mãe diplóides (2n) que sofrem meiose e originam quatro micrósporos
haplóides (n).
568
Cada carpelo possui: estigma, estilete e ovário.
569
Processo reprodutivo das Angiospermas
Polinização
Germinação do pólen
570
Quando depositado sobre o estigma o grão de pólen germina, isto é, emite um
prolongamento, o tubo polínico, que cresce através do estilete em direção à micrópila do
óvulo. O núcleo vegetativo fica na frente do tubo e orienta o crescimento. O núcleo
reprodutivo fica logo atrás e antes de chegar ao óvulo, dividi-se em dois núcleos
espermáticos haplóides, os gametas masculinos. O tubo polínico constitui o gametófito
masculino.
Fecundação
O tubo polínico penetra no óvulo pela micrópila e chega ao saco embrionário. Neste
momento o núcleo vegetativo já se degenerou e os dois gametas masculinos iniciam o
processo de fertilização. A fertilização ocorre com apenas um dos núcleo espermáticos e
com uma oosfera, resultando em um zigoto (2n).
O zigoto passa por inúmeras mitoses e forma o embrião da nova planta. O outro núcleo
espermático masculino se funde com os núcleos polares femininos e o núcleo triplóide
formado dá origem a um tecido rico em reservas, o endosperma ou albúmen.
571
condições favoráveis o embrião se desenvolve em um novo indivíduo, reiniciando o ciclo
reprodutivo.
Organologia do Fruto
Corresponde ao ovário fecundado e desenvolvido, presente apenas em angiospermas.
Tem como função, proteger, nutrir e auxiliar na disseminação da semente.
572
Os frutos podem ser classificados:
1. Quanto à consistência.
573
2. Quanto à deiscência (como o fruto libera a semente):
574
Tipos de frutos
Baga – semente facilmente destacável do fruto. Ex: laranja, melancia, uva, mamão,
abóbora, tomate.
575
Drupa – tegumento da semente está fundido ao endocarpo do fruto. Semente de
difícil destaque do fruto. Ex: azeitona, manga, pêssego, ameixa, cereja, coco.
576
4. Seco Indeiscente. Ex: grama, trigo, milho, arroz, avelã.
Frutos partenocárpicos
577
578
Pseudofrutos
A parte carnosa, com substância de reserva não é originada em sua maioria do ovário,
mas de outras estruturas florais. Tipos:
579
Pedúnculo. Ex: caju (a castanha é o fruto).
580
c. Múltiplos (Infrutescência) – originado de uma inflorescência. Ex: abacaxi, amora, figo.
581
Semente
Todo o embrião contido em uma semente de angiosperma possui uma radícula que dará
origem à raiz, um caulículo que formará a porção basal do caule, uma gêmula que
origina a porção apical do caule e os cotilédones que são folhas modificadas associadas
à nutrição. Algumas angiospermas possuem dois cotilédones (dicotiledôneas), outras
582
possuem apenas um (monocotiledôneas). A casca é formada pelo espessamento das
camadas mais externas do óvulo após sua fecundação. Possui função protetora.
Dispersão
Formas de dispersão (“coria” não confundir com “filia” que designa polinização):
1. Anemocoria – Vento. Sementes ou frutos leves, com pêlos e expansões aladas que
facilitam o transporte pelo vento. Ex: dente-de-leão.
583
2. Zoocoria – Animais. Podem ser transportadas dentro do trato digestivo do animal (ex:
pitanga), ou podem ir presas no corpo do animal (ex: picão, carrapicho).
584
4. Autocoria – a própria planta dispersa as sementes através da deiscência dos frutos.
Frutos explosivos. Ex: mamona.
Seiva bruta
A seiva bruta (xilémica) é uma solução aquosa de sais minerais e de uma reduzida
quantidade de compostos orgânicos, transportada pelo xilema das raízes para as
partes aéreas da planta.
A água e os sais minerais absorvidos pelo sistema radicular são transportados
radialmente desde os tecidos periféricos da raiz até à zona central onde se encontram
585
os tecidos vasculares (floema e xilema). Este movimento radial da água pode ser
realizado por via apoplástica (por fora das células), simplástica (por dentro das células,
através dos plasmodesmos) ou ainda por uma via transmembranar em que a água tem
que atravessar a membrana plasmática. Para além de sais minerais, alguns
aminoácidos, compostos azotados e hormonas vegetais (e.g. ácido abscísico) podem
também fazer parte da seiva xilémica. Uma vez ultrapassada a endoderme, tecido que
faz uma espécie de fronteira entre os tecidos corticais da raiz e os tecidos vasculares
(Figura 1) e que, pelas características da parede celular das suas células, exerce um
controlo sobre o movimento dos elementos minerais, a água e os minerais atingem as
células condutoras do xilema (elementos de vaso em angiospérmicas, traqueídos em
gimnospérmicas) de onde serão transportados para a parte aérea da planta. Em muitas
espécies arbóreas a distância a ultrapassar atinge proporções consideráveis, pois em
algumas espécies a seiva tem que percorrer no tronco várias dezenas de metros e, em
algumas árvores, como as sequoias e os eucaliptos, a distância pode ser mesmo
superior a 100m. Para que a seiva possa ascender no xilema, a força capaz de provocar
a sua subida tem que ser superior às forças de sinal contrário, nomeadamente a
gravidade e a resistência do xilema. Dados experimentais têm permitido verificar que
a teoria da tensão-coesão, é o único modelo que permite explicar a ascensão da seiva
nas plantas. No entanto, outros processos como a pressão radicular e a capilaridade
contribuem também para a ascensão da água, especialmente quando as distâncias a
percorrer são curtas e quando se verificam determinadas condições ambientais
(humidade atmosférica elevada, solos com muita água), no caso da pressão radicular.
586
Estô mato
Os estômatos são estruturas da epiderme da planta localizadas nas folhas e responsáveis
pelas trocas gasosas e pela transpiração.
587
São aberturas na superfície da epiderme vegetal por onde passam gases e vapor de
água. Eles são formados por duas células alongadas, cujo formato é semelhantes ao grão
de feijão ou aos halteres dependendo da espécie.
Essas células são denominadas células-guarda, e no meio delas há uma fenda
chamada ostíolo.
Abertura e Fechamento
Representação da
abertura e fechamento dos estômatos.
Se a célula vegetal estiver em um meio hipotônico, absorve água por osmose e isso faz
com que aumente de volume. A água entra até que a célula atinja um estado de
equilíbrio, momento em que a pressão da parede celular equivale à quantidade de água
absorvida. Esse equilíbrio é chamado de turgescência, momento em que célula
ficou túrgida.
588
Mecanismo de osmorregulação na
célula. Observe a célula túrgida e flácida
Os estômatos fazem as trocas entre o meio externo e interno da planta. Eles regulam o
tamanho da abertura, assim é possível aumentar ou diminuir a taxa de transpiração da
planta.
Onde se localizam?
589
Esquema de
estrutura da folha. Observe as células-guarda e os ostíolos, localizados na epiderme
inferior.
Seiva elaborada
Seiva Elaborada
Uso da seiva
A seiva de vários vegetais é usada há séculos pelos seres humanos para diversas
funções. A seiva da seringueira, por exemplo, é usada na fabricação de borracha.
590
Curiosidade:
Auxinas
As auxinas são os hormônios vegetais mais importantes. Elas apresentam efeitos em
diversas funções fisiológicas das plantas.
Características da Auxinas
Em geral, a produção de auxinas está associada com os locais de divisão celular rápida. A
maior produção de auxinas ocorre no meristema apical do caule, nas folhas jovens, nos
frutos em desenvolvimento e em sementes.
591
Quanto ao transporte, as auxinas movem-se do ápice para a base dos vegetais, ou seja,
do ápice da parte aérea para a raiz (transporte polar). A auxina é o único hormônio
vegetal transportado desta forma.
O efeito das auxinas depende da sua concentração e do local onde atua. De modo geral,
várias atividades fisiológicas são controladas pelas auxinas. Saiba as principais:
O crescimento dos frutos é estimulado pela auxina liberada pelas sementes em formação.
Essa situação também pode ser realizada artificialmente. Alguns agricultores, retiram os
estames das flores e aplicam auxinas nos ovários. Assim, obtêm frutos sem sementes. É
uma prática comum em uvas, mamão, melancias e tomates.
592
A ação das auxinas nos vegetais é influenciada pela luz. A luz provoca a migração da
auxina para o lado mais escuro ou sombreado da planta. Nessa região, a auxina promove
o alongamento celular e crescimento vegetal.
Giberelinas e Citocinas
A giberelina é um hormônio vegetal que pode ser encontrado nas raízes e folhas jovens,
nas sementes em fase de germinação, nos frutos e meristemas. Foi isolada pela primeira
vez em 1930 por pesquisadores japoneses que estudavam o fungo Gibberella fujikuroi.
Em 1950, descobriu-se que as plantas também produziam esse hormônio, que,
geralmente, atua com a auxina. Entre as suas diversas funções, pode-se destacar o
alongamento do caule, crescimento do fruto e germinação de sementes.
Alongamento do caule
As giberelinas promovem o alongamento e divisão celular. Acredita-se que essa
substância ative enzimas que afrouxam as paredes das células, permitindo, assim, a
entrada de proteínas expansivas.
Observou-se que plantas de variedades anãs apresentaram um maior desenvolvimento
após tratamento com esse hormônio.
Crescimento do fruto
Assim como no alongamento dos caules, as giberelinas atuam nos frutos promovendo o
seu desenvolvimento. Um exemplo é a utilização na produção de uvas Thompson sem
sementes, o que resulta em frutos com bagas maiores.
Germinação de sementes
As giberelinas atuam na germinação das sementes promovendo a quebra
da dormência por intermédio da produção de enzimas que permitem a utilização de
substâncias de reserva. As enzimas hidrolíticas digerem as reservas nutritivas e
deslocam os produtos para regiões de crescimento do embrião. Algumas sementes que
necessitam de condições especiais para a quebra de dormência, como a presença de
luz, quebram a dormência se tratadas com esse hormônio.
As citocininas são hormônios vegetais descobertos na década de 1940 por Johannes van
Overbeek por meio da realização de experimentos em busca de um aditivo químico para
593
aumentar o desenvolvimento de células vegetais. No entanto, sua natureza química só
foi identificada anos mais tarde por Miller e colaboradores.
Esses hormônios têm como função atuar no crescimento de gemas laterais e na
germinação de sementes, retardar o envelhecimento das folhas, entre outras. O nome
citocinina está relacionado com uma de suas funções, que é estimular a citocinese ou
divisão celular.
As citocininas são sintetizadas principalmente no ápice das raízes, embora possam ser
sintetizadas também, mas em menor quantidade, em outros tecidos em crescimento.
São distribuídas pela planta, das raízes até os brotos, pelo xilema.
→ Divisão celular
As citocininas dividem essa função com a auxina, pois, quando as concentrações dos
dois hormônios estão de certa forma balanceadas, pode ocorrer o crescimento da
célula sem que ela se divida. No entanto, quando a concentração
de citocinina aumenta, ocorre o crescimento de gemas na parte aérea; quando
a auxina aumenta, ocorre a formação de raízes.
→ Senescência das folhas
As citocininas atuam retardando o envelhecimento (senescência) das folhas, pois
estimulam a síntese de RNA e de proteínas, além de inibir a degradação destas.
→ Desenvolvimento apical
Diversos hormônios interagem no controle da dominância apical. Acredita-se que a
auxina inibe o crescimento das gemas laterais e estimule o crescimento do eixo principal
do caule. Assim, na ausência desse hormônio e ação das citocininas, ocorre o
crescimento dos ramos laterais. Isso pode ser demonstrado por meio da remoção da
gema apical de uma planta – que é a sua principal fonte de auxina –, o que desencadeia
a ramificação da planta.
594
Esse hormônio é produzido a partir do ácido mevalônico nos cloroplastos e em outros
plastídios. Sua síntese é alta em folhas maduras e sementes, sendo que seu transporte
ocorre normalmente via floema.
O controle da dormência é muito importante, pois evita que uma semente germine em
condições desfavoráveis, como um inverno extremamente rigoroso. Além da dormência
em sementes, o ABA também garante a dormência das gemas.
595
O etileno, um hormônio vegetal (fitormônio) gasoso e incolor, é produzido por diversos
órgãos vegetais e distribuído pela planta por difusão a partir do local onde é produzido.
Pode ser produzido como resposta a fatores de estresse, como a seca, bem como
durante o amadurecimento de frutos.
→ Função do etileno
Alguns efeitos atribuídos à auxina podem estar, na verdade, relacionados com o
aumento da produção do etileno. No entanto, as suas principais ações estão
relacionadas com o amadurecimento de frutos e abscisão de folhas de árvores decíduas
(que perdem a folhagem em determinado período do ano).
Amadurecimento de frutos
O aumento da produção de etileno desencadeia o processo
de amadurecimento de frutos, que se inicia com a digestão enzimática da pectina, um
dos principais componentes da parede celular, amolecendo o fruto. Nesse período,
ocorre também a conversão de grãos de amido e ácidos orgânicos em açúcares,
tornando os frutos doces e palatáveis.
Quanto mais maduras estiverem as células de um fruto, maior será a produção de
etileno, o que causa o amadurecimento dos frutos ao redor.
Abscisão de folhas
596
Tropismos
Tropismos são movimentos de crescimento das plantas em resposta a um estímulo
externo.
Tipos de Tropismo
597
resultado, as células do lado escuro do caule se alongam mais que as do lado claro e, por
isso, o caule se curva.
Movimentos Vegetais
598
Nastismos e Tactismos
Também conhecido como movimento nástico, ocorre em resposta a um estímulo.
Entretanto, sua direção independe da direção do estímulo. Pode ser dividido em:
→ Heliotropismo
599
Esse movimento é conhecido também por rastreamento solar e, como o nome indica, diz
respeito à orientação dos vegetais em relação aos raios solares durante o dia. Esse
mecanismo ainda não é bem explicado.
→ Tactismo
600
O tactismo é um movimento orientado de deslocamento de uma organela, célula ou
organismo unicelular em relação a um agente externo. Podemos observar o tactismo
quando os cloroplastos se deslocam dentro da célula vegetal em direção à luz.
Fitocromos e Germinaçã o
Os fitocromos são pigmentos proteicos responsáveis pela absorção de energia
da luz e influenciam a floração e a germinação das sementes. Existem dois tipos de
fitocromos:
→ Fitocromo FV: absorve comprimentos de ondas de cerca de 660 nanômetros, que
são correspondentes à luz vermelha;
→ Fitocromo FVE: absorve comprimentos de ondas de 730 nanômetros, que são
correspondentes à luz vermelha extrema;
Os fitocromos ocorrem nas plantas em uma quantidade bem inferior em relação a
outros pigmentos, como a clorofila. Eles são sintetizados no escuro na forma FV e
convertem-se em FVE quando expostos à luz vermelha, presente na luz solar.
Reações de fotoconversão
As reações de fotoconversão são as mudanças que ocorrem quando uma molécula
de FV absorve um fóton de luz de 660 nm e é convertida a FVE e quando uma molécula
de FVE absorve um fóton de luz de 730 nm e é convertida a FV.
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Na presença de luz solar, a concentração dos fitocromos tende a manter um equilíbrio,
já que há a presença dos dois comprimentos de onda.
Foi observado em eudicotiledôneas que esse processo de conversão
do FVE em FV também pode ocorrer no escuro. Todavia, no escuro, pode haver também
o processo de destruição do FVE.
A forma FVE é biologicamente ativa e, na concentração adequada, desencadeia
respostas biológicas, como a germinação de sementes e floração de plantas de dia
longo. A forma FV é inativa.
Assim, os fotorreceptores funcionam como interruptores biológicos, ligando e
desligando as respostas biológicas. Quando o FVE retorna à forma FV, as respostas
biológicas que foram induzidas podem ser revertidas.
601
A germinação da semente é o processo de retomada do crescimento do embrião. Para
que esse crescimento ativo volte acontecer, a semente deve ser submetida a alguns
processos, como a embebição, que se caracteriza pela entrada de água na semente. As
sementes estão presentes exclusivamente em gimnospermas e em angiospermas e
consistem basicamente em um embrião, uma reserva nutritiva e um envoltório.
Vale destacar que o termo germinação não é usado apenas para se referir às sementes,
sendo utilizado para se referir ao início ou retomada de crescimento também de gemas
e esporos. Neste texto, porém, trataremos apenas da germinação das sementes.
Resumo sobre germinação
602
embrião quando este retoma seu crescimento. Em outras sementes, os cotilédones são
membranáceos e finos e atuam absorvendo as reservas nutritivas que estão
armazenadas no endosperma.
Ob
serve as principais estruturas presentes em uma semente de feijão.
603
submetida a fatores externos específicos, como água, oxigênio e temperatura em
níveis ideais.
A semente madura apresenta uma pequena quantidade de água, uma vez que durante a
maturação ela sofre dessecação, perdendo cerca de 90% ou mais da água que
possuía. Devido à falta de água, o metabolismo no interior da semente
cai consideravelmente, permitindo que o embrião permaneça viável por um longo
período.
Para que o desenvolvimento seja retomado, no entanto, é necessário que ocorra a
absorção de água (embebição). Essa água será necessária para que as atividades
metabólicas sejam retomadas e as enzimas da semente sejam
ativadas. Enzimas garantirão a digestão e a utilização das reservas
nutritivas necessárias para o crescimento da planta. Além de garantir que a semente
volte a ter um metabolismo ativo, a embebição provoca a expansão da semente e o
rompimento de sua casca.
É necessário também que a semente receba oxigênio. O oxigênio é fundamental para
a quebra da glicose. Em solos pantanosos, por exemplo, a quantidade de oxigênio
disponível pode não ser suficiente para a completa oxidação da glicose e o
desenvolvimento da nova planta. Outro fator importante é a temperatura. Cada
semente apresenta uma faixa de temperatura ideal específica, germinando apenas
dentro desse nível.
Dormência
604
Germinação da semente e início do desenvolvimento da planta
605
Observe a diferença entre as
germinações epígea e hipógea
606
dos cotilédones, estes permanecem no solo. Esse tipo de germinação pode ser
observada na ervilha.
O milho é uma espécie com um embrião muito diferenciado, logo, a estratégia do
milho para atingir a superfície do solo é diferente. Nesse caso, o coleóptilo alonga-se
e rompe a superfície do solo. Após atingir a superfície, ele interrompe seu alongamento,
e as primeiras folhas da plúmula surgem através de uma abertura presente na sua
extremidade.
Fisiologia Animal
Digestã o Comparada
Os mamíferos necessitam de uma dieta nutritiva e abundante pois os
custos metabólicos da manutenção de temperatura são muito
elevados, mas de acordo com o regime alimentar, o tubo digestivo pode
apresentar adaptações específicas.
607
num local seguro, mastiga demoradamente o alimento ingerido
apressadamente;
retículo - igualmente rico em bactérias fermentativas, recebe o
bolo alimentar depois de remastigado na boca, permitindo uma
maior área de ataque às celulases bacterianas;
omaso - a pasta alimentar contendo enorme quantidade de
bactérias fermentativas é "concentrada", devido à reabsorção de
água;
abomaso - compartimento correspondente ao estômago nos
restantes mamíferos, secreta ácidos e proteases que completam a
digestão da forma tradicional.
608
irá então passar pelo estômago e intestino delgado, sendo os seus
nutrientes absorvidos.
609
Além disso, animais com mais de 500 g não conseguiriam recolher uma
quantidade de insetos suficiente durante o dia. A única exceção são os
mamíferos que se alimentam de grandes quantidades de insetos
coloniais (formigas ou térmitas).
Tubo
Tipo de
Animal Habitat digestiv Compartimentos Órgãos anexos
digestão
o
Intra e
Água Incompl
Platelmintes Cavidade gastrovascular - extracelul
doce eto
ar
Aquático Faringe, esôfago, papo,
Complet Extracelul
Anelídeos ou moela, intestino com -
o ar
terrestre tiflosole
Faringe, esôfago, papo, Glândulas
Complet Extracelul
Insetos Terrestre estômago, intestino e salivares,
o ar
reto cecos gástricos
Faringe, esôfago, Glândulas
Peixes
Água Complet estômago, intestino salivares, Extracelul
cartilaginoso
salgada o delgado e intestino fígado e ar
s
grosso pâncreas
Faringe, esôfago,
Peixes Complet estômago, intestino Fígado e Extracelul
Aquático
ósseos o delgado e intestino pâncreas ar
grosso
Anfíbios Água Complet Faringe, esôfago, Fígado e Extracelul
610
estômago, intestino
doce e
o delgado e intestino pâncreas ar
terrestre
grosso
Faringe, esôfago, Glândulas
Complet estômago, intestino salivares, Extracelul
Répteis Terrestre
o delgado e intestino fígado e ar
grosso pâncreas
Glândulas
Faringe, esôfago, papo, salivares,
Complet proventrículo, moela, cecos Extracelul
Aves Terrestre
o intestino delgado e intestinais, ar
intestino grosso fígado e
pâncreas
Glândulas
Faringe, esôfago, salivares,
Aquático
Complet estômago, intestino cecos
Mamíferos ou Extracelul
o delgado e intestino intestinais,
terrestre
grosso fígado e
pâncreas
Respiraçã o Comparada
Entende-se por respiração, o processo de trocas gasosas realizadas por um organismo
vivo com o meio ambiente inalando gases importantes para os seus processos
metabólicos e exalando gases que são subprodutos dos processos fisiológicos realizados
e que precisa ser descartado para o meio externo.
611
Nos seres humanos, o sistema respiratório é composto pelas cavidades nasais e
pela boca, por onde o oxigênio entra no organismo e o dióxido de carbono é exalado
para o meio externo, seguida pela faringe, canal presente tanto no sistema respiratório
quanto no sistema digestório que é por onde o ar ou o alimento passam para serem
conduzidos até o próximo órgão, que no caso do sistema digestório é o estômago, e no
sistema respiratório é a laringe, que impede a entrada de alimento nos órgãos
respiratórios posteriores.
612
carbono, este se liga de forma permanente nas hemoglobinas, não permitindo que as
mesmas se liguem com moléculas de oxigênio para transportá-lo. Um organismo que
não consegue transportar oxigênio no corpo acaba morrendo por asfixia.
Relação entre sistema circulatório e respiratório
Os gases trocados durante a respiração são transportados através do sangue do animal,
seja dentro de vasos ou fora deles. De qualquer forma, isso mostra como os sistemas
respiratório e circulatório estão intimamente relacionados.
Um exemplo dessa relação entre os dois sistemas é com relação às hemácias, células
sanguíneas que possuem a função de transportar oxigênio oriundo da respiração pelos
tecidos do corpo, como já dito.
Respiração Celular
A Respiração Celular é o processo de geração de energia dentro de uma célula através da
formação de ATP em um conjunto de reações dependentes de Oxigênio. A respiração
celular pode ser dividida em três etapas relacionadas que, além da molécula de ATP, gera
também Dióxido de Carbono (CO2) e Água (H2O).
A terceira etapa conhecida como Cadeia Transportadora de Elétrons vai acontecer nas
invaginações contidas na membrana interna da mitocôndria em uma região chamada de
cristas mitocondriais.
613
A respiração celular é, portanto, o processo de obtenção de energia na forma de
ATP que ocorre a nível molecular nas células dos organismos e depende de oxigênio
que pode vir oriundo da respiração sistêmica.
Respiração Cutânea
A respiração cutânea ocorre através da pele de um organismo. No tegumento, região
da pele ou da epiderme, ocorrem as trocas gasosas. Para isso, essa região dos
organismos deve ser preparada e constantemente umedecida para facilitar a entrada do
oxigênio e saída do dióxido de carbono, uma vez que essas substâncias precisam estar
dissolvidas para passar pela membrana.
Esse tipo de respiração está presente nos animais mais primitivos e pode ser classificada
em dois tipos.
Respiração cutânea direta
Também chamada de respiração cutânea simples. É o tipo mais primitivo de processo
de trocas gasosas que ocorre por difusão diretamente na pele do animal em direção às
células. Está presente no filo dos Poríferos, Cnidários, Platelmintos e Nematelmintos.
Respiração cutânea indireta
Respiração que ocorre nos anelídeos, como as minhocas e nos estágios adultos
dos anfíbios. Esse tipo de respiração, embora ocorra também por difusão a partir da pele
do animal, apresenta um transporte de gases mais eficiente, com as substâncias
sendo transportadas a partir do sistema circulatório.
614
anfíbios adultos utilizam a respiração cutânea para complementar a respiração pulmonar
que não é ainda eficiente.
Respiração Traqueal
Ocorre nos artrópodes terrestres. Esse tipo de respiração necessita de um sistema
complexo de túbulos chamados de traqueias, por onde o oxigênio é levado até onde
circula a hemolinfa (substância com a mesma finalidade que o sangue presente nos
demais filos de animais).
Dessa forma, os peixes absorvem a água pela boca que ao fechar, força a saída de água
pelas brânquias, onde ocorrem as trocas gasosas em que o sangue rico em gás carbônico
vindo do coração passa pelas brânquias deixando o CO2 e retirando o O2, este sangue
então rico em oxigênio vai em direção aos tecidos que dependem do O2 para seus
processos fisiológicos, principalmente a Respiração Celular.
Respiração Pulmonar
Os anfíbios apresentam pulmão primitivo na fase adulta que não é eficiente o bastante
para ser a única forma de respiração do animal, que é suprida pela respiração cutânea.
Dessa forma, anfíbios adultos apresentam respiração pulmonar e respiração cutânea.
615
das aves apresenta estruturas chamadas de sacos alveolares que auxiliam na capacidade
de vôo das aves. Dessa forma, o ar vai em direção aos pulmões através da traqueia e
preenchem, além, dos pulmões, esses sacos alveolares, diminuindo assim a densidade
total das aves. A troca gasosa ocorre da mesma forma que as demais classes que
possuem respiração pulmonar, mas ao inspirar o ar, as aves ficam "mais leves" facilitando,
assim, o vôo.
Respiração das Plantas
Nos organismos do reino Vegetal, apenas plantas vasculares apresentam aparelho
respiratório verdadeiro. Esse sistema é formado pelos estômatos, pequenos orifícios
presentes nas folhas que possuem a capacidade de se abrir e fechar, dessa forma,
trocando gases com o meio externo.
Plantas avasculares trocam gases com o meio externo por difusão, seja com o oxigênio
atmosférico, seja com oxigênio dissolvido na água em um processo similar ao dos
organismos que realizam respiração cutânea direta.
616
Tabela Mostrando
Os Filos Do Reino Animal E Sua Respectiva Forma De Respiração.
Circulaçã o Comparada
Introdução
O sistema circulatório, também chamado de sistema cardiovascular, é o conjunto de
órgãos e células que possuem a função de garantir o transporte de substâncias, como
nutrientes e oxigênio, pelos diversos tecidos de um organismo.
Isso ocorre através do sangue, que se desloca ao longo de vasos sanguíneos (veias,
artérias e vasos capilares) seguindo o fluxo a partir do coração, o qual, por sua vez,
funciona como uma bomba que impulsiona o sangue e as substâncias levadas.
617
O sistema circulatório se desenvolveu, portanto, para garantir maior eficiência no
transporte de nutrientes e, principalmente, de oxigênio, através do corpo. Ao longo da
evolução, esse sistema passou por diversas adaptações, de modo que, atualmente,
existem diferentes tipos de circulação e de sistema circulatório, a depender do
organismo.
Sangue venoso: aquele que caminha dos tecidos do corpo para o pulmão. É um
sangue rico em gás carbônico (CO2), pois já depositou o oxigênio necessário para
618
a atividade dos tecidos e agora as hemáceas (células especializadas no transporte
de gases, contendo o complexo proteico hemoglobina) passam a transportar o
CO2 gerado nos tecidos e órgãos para ser exalado do organismo;
Sangue Arterial: Sangue rico em oxigênio (O2) que caminha no sentido dos
pulmões, onde o oxigênio se conecta às hemoglobinas presentes nas hemácias,
para os diversos tecidos e órgãos do corpo.
619
Circulação fechada: Quando o sangue circula somente no interior dos vasos
sanguíneos. O coração bombeia o sangue no interior dos vasos sanguíneos até os
capilares, mas estes se encontram fechados, embora bem próximos das células. A
troca de substâncias ocorre através da parede dos capilares. É um sistema mais
eficiente quando comparado ao sistema de circulação aberta, pois
apresenta maior pressão e velocidade do fluxo
sanguíneo. Anelídeos, Cordados e Moluscos cefalópodes apresentam esse tipo de
circulação.
Anatomia Do
Cephalochordate Amphioxus, Um Cordado. Em Ordem, Tem-Se: 1: Medula Espinhal; 2:
Corda Dorsal; 3: Cordão Nervoso Dorsal; 4: Cauda Pós Anal; 5: Ânus; 6: Aparelho
Digestório; 7: Sistema Circulatório; 8: Atrióporo; 9: Espaço Acima Da Faringe; 10: Fenda
Da Faringe (Brânquia); 11: Faringe; 12: Vestíbulo; 13: Cílio Oral; 14: Abertura Da Boca; 15:
Gônada (Ovário/Testículo); 16: Sensor De Luz; 17: Nervo; 18: Metapleura; 19: Fígado.
Circulação simples e circulação dupla
No filo dos Cordados há, ainda, outras formas de classificar o sistema circulatório, além
de ser um sistema de circulação fechada.
Nos peixes, o sangue passa apenas uma vez pelo coração. A partir do coração, o
sangue é bombeado para as brânquias, onde adquire caráter arterial (com elevada
concentração de O2) e parte para os tecidos para depositar esse O2 transportado. A
partir dos tecidos, o sangue se torna venoso (com elevada concentração de CO2) e parte
para o coração, onde o ciclo se inicia novamente. Esse tipo de circulação, na
qual o sangue passa apenas uma vez pelo coração, é chamada de circulação simples.
Nas demais classes de cordados, como os anfíbios, répteis, aves e mamíferos, o sangue
passa pelo coração duas vezes. O sangue venoso migra dos tecidos em direção ao átrio
direito (uma das cavidades do coração), enquanto o sangue arterial migra dos pulmões
para o átrio esquerdo. Para que ambos os tipos de sangue sejam bombeados e para que
ocorram as trocas gasosas, o sangue arterial segue em direção aos tecidos, e, o sangue
620
venoso, em direção aos pulmões. Esse tipo de circulação, em que o sangue passa pelo
coração duas vezes, uma vinda dos tecidos e outra vinda dos pulmões, é chamada
de circulação dupla.
Circulação completa e circulação incompleta
A circulação nos cordados pode, ainda, ser dividida com relação ao tipo de coração e à
capacidade do sistema circulatório separar o sangue venoso do sangue arterial.
Nos peixes, o coração apresenta apenas duas cavidades (um átrio e um ventrículo),
sendo chamado de coração bicavitário.
Nos anfíbios e répteis, o coração apresenta três cavidades (um átrio direito, um átrio
esquerdo e um único ventrículo), sendo chamado de tricavitário. O sangue venoso que
chega no coração pelo átrio direito e o sangue arterial que chega pelo átrio esquerdo
são bombeados para o ventrículo único, havendo, assim, uma mistura entre sangue
venoso e arterial que compromete a eficiência do transporte de oxigênio e gás
carbônico. Esse tipo de circulação, em que há a mistura entre sangue venoso e arterial,
é chamada de circulação incompleta.
A tabela abaixo mostra os filos e algumas classes do reino animal e suas respectivas
formas de circulação sanguínea:
621
Sistema Excretor Comparado
Tipos de rins
622
Você se lembra que no estudo dos animais dividimos os cordados em protocordados e
eucordados (animais com crânio). Pois bem, dentro dos eucordados (humanos incluídos
aqui), precisamos entender quais animais possuem qual tipo de rim. Os pronefros são
encontrados nos agnatos. Os mesonefros são encontrados em peixes e anfíbios. E, por
último, os metanefros são encontrados em aves, répteis e mamíferos.
Cordados
Tipos de excretas
623
As chamadas excretas nitrogenadas são resíduos da metabolização das proteínas.
Como sabemos, as proteínas são formadas por aminoácidos. Esses aminoácidos, durante
o metabolismo proteico, sofrem uma reação de desaminação, onde perdem o radical
amina, sobrando apenas um composto denominado amônia. A amônia é um composto
extremamente tóxico, que precisa ser excretado imediatamente.
Amônia
A amônia é um composto nitrogenado muito tóxico, que precisa ser excretada com
urgência. A excreção de amônia gasta grande quantidade de água. Para evitar que o
corpo perca grandes quantidades de água na excreção da amônia, o fígado pega esse
composto e o transforma em outras substâncias, menos tóxicas e que são excretadas
com maior facilidade: a uréia e o ácido úrico. Todos os animais produzem amônia,
alguns a transformam em uréia, e alguns a transformam em ácido úrico (ou ambos).
Amônia (NH3)
624
Os animais que excretam amônia são chamados de amoniotélicos. Os amoniotélicos
precisam ingerir muita água, logo, são animais que vivem em ambiente aquático. Como
exemplos de amoniotélicos, temos os agnatos, peixes ósseos e anfíbios em estado
larval.
Uréia
A uréia não é tão tóxica quanto a amônia, porém mais tóxica que o ácido úrico. Necessita
de menos água para ser eliminada, quando comparada à amônia, e de mais água quando
comparada ao ácido úrico.
Uréia
Os animais que excretam ureia são chamados de ureotélicos. Dentre eles, temos
os peixes cartilaginosos (tubarão), mamíferos e anfíbios adultos.
Ácido úrico
O ácido úrico é o composto nitrogenado menos tóxico dos três, e sua eliminação
quase não requer gasto de água, pois se trata de um composto insolúvel em água. Os
animais que excretam ácido úrico são chamados de uricotélicos. São animais que não
podem ter muita água nos tecidos, pois vivem em ambiente terrestre. Como exemplos,
temos as aves e os répteis. As aves, aliás, precisam ser leves para voar, logo, não
poderiam carregar água nos tecidos, e não poderiam excretar outro tipo de substância
que não o ácido úrico.
625
Quando falamos de sistema locomotor, pensamos prontamente em movimento. No
entanto, movimento não significa necessariamente em deslocamento. Alguns animais
sésseis conseguem se movimentar sem se deslocar. Para isso, precisamos voltar às ideias
de metabolismo, alimentação e processos de digestão. É a glicose, transformada em
energia, que se traduz em movimento. Esse movimento pode ser o movimento da célula
ou de estruturas.
Relação superfície-volume
Animais pequenos utilizam cílios e flagelos para se movimentar, estruturas celulares cuja
superfície é maior que o volume. Já os animais grandes precisam de musculatura para se
movimentar.
Movimentação celular
626
Actina e miosina amebas
Algumas células utilizam de cílios e flagelos para se movimentar. Estas são estruturas
internas idênticas, com o objetivo de locomoção celular. A diferença entre ambos está no
tamanho, número de estruturas e padrões de batimentos. Os flagelos geralmente são
maiores e em menor quantidade, dispostos em locais específicos das células. Já
os cílios costumam ser pequenos, em grandes quantidades, dispersos por toda a
extensão da membrana da célula. Além disso, os cílios movem o animal paralelamente à
superfície, enquanto os flagelos ajudam a célula a se movimentar em fluido, como se
estivesse “nadando”. Um belo exemplo de célula flagelada é o espermatozóide, além de
diversos protozoários.
Musculatura
Entrando no estudo dos animais bilaterais, com tecido muscular, precisamos entender
como se dá a contração da célula muscular (miócito). Os grupos musculares
geralmente estão associados a placas nervosas, chamadas de junção neuromuscular.
Essa junção conecta a fibra muscular ao neurônio motor. Quando ocorre um estímulo
nervoso, com liberação de cálcio e ATP, ocorre um deslizamento dos filamentos de actina
sobre os filamentos de miosina, causando a contração da fibra muscular. Essa contração,
627
inclusive, pode ser voluntária ou involuntária. A contração voluntária geralmente se dá
na musculatura estriada esquelética, enquanto a contração involuntária se dá nas
musculaturas lisas.
Contração muscular
Imagem: Infoescola
Musculatura circular
628
Esses animais podem também utilizar-se da musculatura longitudinal, que encurta ou
dobra o próprio corpo, a fim de se locomover em linha reta. É outro tipo de contração
muscular utilizada pelos anelídeos, além de platelmintos, para se movimentar.
Alguns animais conseguiram, por meio dos processo evolutivos, desenvolver um tipo
de esqueleto hidráulico, que permite o movimento por meio de pressões hidráulicas. É
o caso dos cnidários, anelídeos, blastocelomados e moluscos.
629
Outros animais já desenvolveram esqueletos rígidos, geralmente formados a partir de
calcificação de tecidos cartilaginosos. Os artrópodes e alguns moluscos (conchas)
desenvolveram uma forma de exoesqueleto. No entanto, o exoesqueleto, por ser rígido,
muitas vezes não suporta o crescimento do organismo, sendo necessário que esses
bichos realizem mudança de exoesqueleto de tempos em tempos (ecdise). Os cordados
vertebrados possuem esqueletos rígidos internos (endoesqueletos). Esse esqueleto serve
para moldar o corpo e sustentar a musculatura.
630
Sistema Nervoso Comparado
Sistema nervoso e hormonal comparado dos animais
Sistema nervoso
631
Morfologia do neurônio
632
Ilustração de uma sinapse entre dois neurônios
Bainha de Mielina
633
Um conjunto de corpos celulares forma gânglios nervosos. E o conjunto de axônios
forma os nervos. Nosso cérebro, por exemplo, é um “grande gânglio nervoso”.
Poríferos não possuem sistema nervoso, esse sistema só surge nos cnidários.
Os cnidários possuem sistema nervoso difuso em rede, ou seja, seus neurônios são
dispostos em forma de rede, sem formar gânglios. A partir dos platelmintos, até os
cordados, todos possuem um sistema nervoso centralizado, com gânglio cerebral, isto é,
com um agrupamento de neurônios em algum local do corpo, formando um “cérebro”.
634
Adeno-hipófise
635
Hormônios dos invertebrados
Genética
1º Lei de Mendel
A Primeira Lei de Mendel ou Lei da Segregação dos Fatores determina que cada
característica é condicionada por dois fatores que se separam na formação dos gametas.
O monge Gregor Mendel realizou seus estudos com objetivo de compreender como as
diferentes características eram transmitidas de uma geração para outra.
Gregor Mendel conduziu seus experimentos utilizando ervilhas pelos seguintes motivos:
636
Produção de muitas sementes;
Rápido ciclo reprodutivo;
Facilidade de controlar a fecundação das plantas;
Capacidade de realizar autofecundação.
Os seus experimentos analisaram sete características das ervilhas: cor da flor, posição da
flor no caule, cor da semente, textura da semente, forma da vagem, cor da vagem e
altura da planta.
Ervilhas e as
características estudadas por Gregor Mendel em seus experimentos genéticos
Ao observar a cor das sementes, Mendel percebeu que a linhagem de sementes amarelas
sempre produziam 100% dos seus descendentes com sementes amarelas. E o mesmo
acontecia com as sementes verdes.
Cruzamentos
637
Como estava interessado em saber como as características eram passadas de uma
geração para outra, Mendel realizou outro tipo experimento.
Como resultado desse cruzamento, 100% das sementes eram amarelas - Geração F1.
Mendel concluiu que a semente amarela apresentou dominância sobre a semente verde.
Surgia, assim, o conceito de genes dominantes e recessivos na genética.
Como todas as sementes geradas eram amarelas (Geração F1), Mendel realizou a
autofecundação entre elas.
Cruzamento
s da Primeira Lei de Mendel
Mendel concluiu que a cor das sementes era determinada por dois fatores: um fator para
gerar sementes amarelas, que é dominante, e outro fator para gerar sementes verdes,
recessivo.
638
“Todas as características de um indivíduo são determinadas por genes que separam-se,
durante a formação dos gametas, sendo que, assim, pai e mãe transmitem apenas um
gene para seus descendentes”.
A Primeira Lei de Mendel diz que cada característica é condicionada por dois fatores que
se separam na formação dos gametas.
Nesse caso, Mendel estudou apenas a transmissão de uma única característica. Por
exemplo, cruzou sementes amarelas com sementes verdes.
Por meio dos estudos de cruzamento de plantas com características diferentes foi
possível comprovar que as mesmas mantém sua integridade ao longo das gerações.
Heredogramas
Heredogramas são representações do mecanismo de transmissão das características
dentro de uma família. Em outras palavras, são usados diagramas para representar as
relações de parentesco onde cada indivíduo é representado por um símbolo.
Por meio dos heredogramas fica mais fácil identificar os tipos de herança genética e as
probabilidades de uma pessoa apresentar uma característica ou doença hereditária.
639
A partir do heredograma é possível conhecer certos padrões ao longo das gerações,
determinando a probabilidade de uma certa característica se expressar e o tipo de
herança genética que condiciona essa característica.
Exemplo de Heredograma
Nos heredogramas cada linha representa uma geração. No modelo abaixo há três: na
geração I há um casal, na geração II estão os seus filhos e na geração III os seus netos.
640
Modelo de
Heredograma
O filho (nº2) se casou com uma mulher (nº1) que tem lobo da orelha preso e tiveram três
filhos, uma mulher (nº1) e dois homens (nº 2 e nº3). Todos iguais à mãe. Enquanto a filha
(nº4) casou com um homem (nº5) igual a ela com lobo da orelha solto e tiveram 2 filhos
iguais (nº 4 e 5) e 3 filhos diferentes, ou seja, com lobo da orelha preso (nº6,7 e 8).
Uma forma de tentar perceber esse dado é observando se há casais com a mesma
característica que têm filhos diferentes. Isso é um indício de que a característica não
presente no filho é determinada por genes recessivos.
641
Interpretação do
heredograma. Observe os filhos diferentes dos pais
Se observarmos na geração III veremos que há filhos diferentes (nº6,7 e 8) dos pais (II-
nº4 e 5) que são iguais. Portanto, esse é um indício de que esses indivíduos da geração III
sejam homozigotos recessivos, sendo os seus genes representados por aa.
Interpretação do
heredograma. Definição do genótipo da família a partir dos filhos recessivos
642
Interpretação do
heredograma. Definição do genótipo familiar
Alelos Letais
Alguns alelos, formas alternativas de um mesmo gene, causam a morte de seus
portadores e, por isso, são chamados de letais. Os alelos letais podem ser completos,
quando matam seus portadores antes da idade reprodutiva, ou semiletais, quando os
portadores sobrevivem além da idade reprodutiva.
→ Como os alelos letais foram descobertos?
Os alelos letais, como muitas informações importantes das ciências, foram descobertos
ao acaso. Um geneticista, Lucien Cuenot, estudava a cor da pelagem em camundongos
em 1904 quando percebeu que era impossível conseguir linhagem pura desses animais
com fenótipo amarelo.
Diante desses resultados, o geneticista resolveu realizar alguns cruzamentos-teste.
Nesses cruzamentos, ele utilizou dois indivíduos amarelos, e o resultado sempre era 2/3
de camundongos amarelos e 1/3 de camundongos cinza.
643
Ao observar a proporção de 2:1, Cuenot percebeu que indivíduos homozigóticos para a
pelagem amarela não se desenvolviam e que o alelo condicionante provavelmente era
letal. Sendo assim, todo camundongo amarelo deveria ser obrigatoriamente
heterozigoto.
Para ter certeza de sua descoberta, o geneticista resolveu testar sua hipótese. Para isso,
cruzou um camundongo amarelo com um camundongo cinza e obteve metade dos
descendentes amarelos e a outra metade cinza. Esse resultado confirmou, então, sua
teoria.
→ Exemplos de alelos letais
Existem diversos casos de alelos que, em homozigose, causam a morte do indivíduo,
inclusive na espécie humana. Um desses alelos é responsável pela Tay-Sachs, isto é, uma
doença neurodegenerativa que provoca degeneração física e mental intensa e
normalmente ocasiona a morte do indivíduo antes dos cinco anos de vida.
Além da doença de Tay-Sachs, a acondroplasia também é um exemplo de problema
desencadeado por um alelo letal. Se os alelos para acondroplasia, que são dominantes,
aparecerem em homozigose, o embrião morrerá antes mesmo do nascimento. Se o alelo
aparecer em dose simples, ocorrerá o nanismo.
Podemos citar ainda a fibrose cística, que é causada por um gene autossômico recessivo.
O gene causador dessa doença afeta as glândulas exócrinas, o que desencadeia
problemas na produção de secreções, que se tornam espessas e apresentam-se em
maior quantidade, afetando o desenvolvimento de alguns órgãos, como os pulmões.
Podemos citar ainda casos de genes letais que ocorrem em outros organismos, como é o
caso de plantas. No milho, por exemplo, podem nascer plantas homozigóticas recessivas
completamente desprovidas de clorofila. Sem esse pigmento, as plantas não realizam
fotossíntese e, consequentemente, morrem.
644
→ Dominância completa
→ Dominância incompleta
Na planta conhecida como boca de leão, por exemplo, o alelo B determina a cor
vermelha, e o b determina a cor branca. Os indivíduos BB são vermelhos e os indivíduos
bb são brancos. Em organismos Bb, no entanto, não temos indivíduos vermelhos, e sim
indivíduos de coloração rosa, com menos pigmento que os homozigotos dominantes.
→ Codominância
645
Alelos Mú ltiplos
Os alelos múltiplos ou polialelia ocorrem quando os genes apresentam mais de duas
formas alélicas.
No caso dos alelos múltiplos, três ou mais alelos estão presentes na determinação de
um caráter da população.
Lembre-se, um alelo é cada uma das várias formas alternativas do mesmo gene que
ocupa um locus no cromossomos e atuam na determinação do mesmo caráter.
Quando um locus no cromossomo pode ser ocupado por uma série de alelos múltiplos,
aumenta-se a variabilidade genética da população. Isto porque, a quantidade de
combinações possíveis entre os alelos para cada locus passa a ser maior.
Os alelos múltiplos são resultado do processo de mutação que ocorre nos genes.
Como os alelos ocorrem aos pares nos indivíduos, há 10 tipos possíveis de genótipos em
coelhos quanto a esse gene, e 4 tipos de fenótipos:
Genótipos Fenótipos
646
Genótipos e Fenótipos na cor da pelagem em coelhos
Genótipos Fenótipos
cc Albino
Sistema ABO
O Sistema ABO representa um grupo sanguíneo importante na determinação da
compatibilidade entre os tipos de sangue.
Desse modo, foi verificado que existiam alguns tipos sanguíneos, os quais foram
denominados de A, B, AB e O. Daí surgiu o sistema ABO.
Tipos sanguíneos
647
Existem quatro tipos de sangue: A, B, AB e O. Cada um deles é determinado pela
presença ou ausência de aglutinogênios e aglutininas:
Transfusões sanguíneas
As aglutininas reagem com os antígenos, daí a importância de reconhecer os tipos
sanguíneos no momento de uma transfusão. Para que ocorra de forma correta deve
existir compatibilidade entre as hemácias do doador e o plasma do receptor, ou seja, as
aglutininas não devem reagir contra os aglutinogênios.
Por exemplo, uma pessoa com sangue do tipo A ao doar sangue para outra pessoa do
tipo B provoca a aglutinação das hemácias devido a presença do anti-A.
648
O mesmo acontece em um indivíduo com sangue tipo B, ele apresenta hemácias com
antígenos B e anticorpos anti-A, rejeitando o sangue tipo A.
Descoberta do fator Rh
Eles descobriram que ao injetar o sangue do macaco nos coelhos, começava a produção
de anticorpos para combater as hemácias que foram introduzidas. Esses anticorpos
649
foram denominados de anti-Rh e eram os responsáveis por aglutinar as hemácias do
macaco Rhesus.
Descoberta
do fator Rh
Assim, surgiu a classificação como Rh positivas (Rh+), enquanto que as hemácias que não
se aglutinaram, foram classificadas como Rh negativas (Rh-).
Assim, nem todas as pessoas possuem o antígeno Rh. Para saber se uma pessoa possui
Rh+ ou Rh-, é realizado um exame no qual se mistura o amostra de sangue em uma
solução de Rh. Se ocorre aglutinação das hemácias, o sangue é do tipo Rh+, se não
ocorrer é porque a pessoa é Rh-.
Genética do fator Rh
650
Genética do Fator Rh
Rh+ Antígeno Rh RR ou Rr
Fator Rh na gravidez
Eritroblastos
e fetal
Isso ocorre porque o organismo tentará destruir as substâncias não conhecidas presente
no sangue recebido.
651
Essa condição é conhecida por eritroblastose fetal e pode causar a morte do bebê
durante a gestação ou depois do nascimento.
Grupos sanguíneos
Os mais importantes tipos sanguíneos da espécie humana são o Sistema ABO e o Fator
Rh.
652
Eritroblastose Fetal
A eritroblastose fetal, ou doença hemolítica do recém-nascido (DHRN), é causada
pela incompatibilidade sanguínea entre mãe e feto relacionada ao fator Rh, que é
determinado pela presença do antígeno Rh nas hemácias. Essa doença pode ocorrer
quando a mãe não apresenta o fator Rh (nesse caso, chamado de Rh-) e o filho
apresenta o fator Rh (chamado de Rh+).
Eventualmente, pode haver uma pequena passagem de sangue fetal para o organismo
da mãe por causa do rompimento de capilares presentes na placenta, principalmente na
hora do parto, o que estimulará a produção de anticorpos contra o antígeno
Rh presente no sangue do feto. Como essa produção é lenta, no caso de ser uma
primeira gestação, a criança pode não ser afetada.
Em uma segunda gestação de uma criança Rh +, a mãe que já foi sensibilizada ao final da
primeira gravidez apresenta os anticorpos no sangue, que atravessam a placenta,
penetram na circulação fetal e causam a destruição das hemácias. Em seguida, os órgãos
653
produtores de sangue do feto lançam na corrente sanguínea hemácias ainda jovens,
denominadas eritroblastos.
Essa doença também pode ocorrer em casos em que a mãe de fator Rh - recebe sangue
Rh+ em uma transfusão sanguínea. Assim, em gestações de fetos Rh +, há o risco de
desenvolvimento de eritroblastose.
Complicações
Ao nascer, a criança com essa doença apresenta anemia e icterícia. A icterícia é causada
pelo acúmulo de bilirrubina – um pigmento amarelo produzido a partir da hemoglobina
da hemácia destruída – nos tecidos, o que deixa o bebê com a pele amarelada. Esse
pigmento também pode acumular-se no cérebro e, assim, causar surdez e problemas
mentais. A eritroblastose fetal pode levar também ao aborto espontâneo.
Tratamento
Após o nascimento da criança, realiza-se a troca gradativa de seu sangue por sangue
Rh-, pois as hemácias desse tipo de sangue não são destruídas pelos anticorpos da mãe
presentes em seu corpo. Com o passar do tempo, os anticorpos são eliminados e novas
hemácias Rh+ são produzidas, substituindo gradativamente as Rh -.
Prevenção
A prevenção da eritroblastose fetal inicia-se com a realização de exames de tipagem
sanguínea dos pais, antes mesmo do início da gestação, para que se possa verificar a
possibilidade de a mãe de Rh - gerar uma criança de Rh+. Havendo essa possibilidade,
entre a 28ª semana e a 30ª semana de gestação, ou até 72 horas após o parto, a mãe
deve receber injeção de anticorpos anti-Rh. Esses anticorpos destroem
as hemácias Rh+ deixadas pelo feto no organismo materno. Com o passar do tempo,
esses anticorpos também são eliminados, deixando o organismo materno pronto para
uma nova gestação.
2º Lei de Mendel
A Segunda Lei de Mendel ou Lei da Segregação Independente baseia-se na
transmissão combinada de duas ou mais características.
654
Mendel iniciou os estudos com ervilhas acompanhando a expressão de genes de modo
isolado. Esse fato deu origem a Primeira Lei de Mendel.
Para responder essa questão, Mendel realizou cruzamentos para analisar a transmissão
de características relacionadas a cor e a textura das sementes.
A 2ª Lei de Mendel conclui que os genes de dois ou mais caracteres são transmitidos aos
gametas de forma independente.
Mendel realizou o cruzamento entre sementes amarelas e lisas com sementes verdes e
rugosas (Geração Parental). O acompanhamento simultâneo de dois pares de genes
alelos se chama diibridismo.
655
Genótipos do cruzamento entre ervilhas amarelas lisas e verdes rugosas
656
Interaçã o Gênica
A interação gênica ocorre quando dois ou mais genes, localizados ou não no mesmo
cromossomo, interagem e controlam uma característica.
Ocorre quando uma característica é condicionada por dois ou mais genes, mas um dos
alelos impede a expressão de outro.
Neste caso, temos dois tipos de genes: o gene epistático, que exerce a ação inibitória e
o gene hipostático, que sofre a inibição.
Genótipos Fenótipos
C_ii Coloridas
Assim, para apresentar a pelagem colorida, as galinhas não podem apresentar o alelo I.
657
Epistasia Recessiva: quando o alelo que determina a epistasia atuar somente em dose
dupla.
Genótipos Fenótipos
A_P_ Aguti
aaP_ Preto
As combinações entre os diferentes alelos podem produzir quatro tipos de crista: rosa,
ervilha, noz e simples.
Genótipos Fenótipos
R_E_ Noz
R_ee Rosa
rrE_ Ervilha
658
Genótipos e Fenótipos - Cristas de Galinhas
Genótipos Fenótipos
rree Simples
A pleiotropia ocorre quando um único gene tem efeito simultâneo sobre várias
características.
Epistasia
A epistasia ocorre quando um gene inibe a ação de outro, que pode estar ou não no
mesmo cromossomo. Portanto, ocorre quando um gene mascara a ação de outro.
O termo epistasia deriva das palavras gregas epi (sobre) e stasia (inibição), ou seja,
inibição sobre algo.
659
Para que isso ocorra, existem dois tipos de genes:
Epistasia dominante
A epistasia dominante ocorre quando o gene epistático ocorre em forma simples. Desse
modo, apenas um alelo é capaz de causar a inibição.
Assim, para apresentar a pelagem colorida, as galinhas não podem apresentar o alelo I.
A coloração
das galinhas é um caso de epistasia dominante
Epistasia recessiva
660
O alelo que atua na epistasia só se manifesta em forma dupla. Um exemplo é a
determinação da coloração da pelagem de camundongos.
Assim, vemos que somente em dose dupla do alelo a é possível inibir a ação dos outros
alelos.
Outro exemplo é a coloração dos cães labradores, os quais podem apresentar três tipos:
preta, marrom ou dourada. Essas condições são determinadas pelos genes “A” e “B”, da
seguinte forma: o alelo A condiciona cor preta, o alelo B condiciona a cor marrom e os
alelos bb condicionam a cor dourada.
Epistasia
recessiva em cães labradores
661
Herança Quantitativa
A herança quantitativa ou poligênica é um tipo de interação gênica. Ocorre quando dois
ou mais pares de alelos somam ou acumulam seus efeitos, produzindo uma série de
fenótipos diferentes entre si.
A cor da pele classifica as pessoas em cinco fenótipos básicos: negro, mulato escuro,
mulato médio, mulato claro e branco.
Esses fenótipos são controlados por dois pares de alelos (Aa e Bb).
Genótipos Fenótipos
AABB Negro
662
Genótipos Fenótipos
aabb Branco
Usando como exemplo a cor da pele, existem dois fenótipos extremos: o branco e o
negro. Entretanto, entre esses dois extremos existem diversos fenótipos intermediários.
Herança Sexual
A herança ligada ao sexo refere-se aos genes localizados em cromossomos sexuais que
estão envolvidos na determinação de características.
663
Na espécie humana, o cromossomo sexual masculino Y apresenta poucos genes. Já, o
cromossomo sexual feminino X possui grande quantidade de genes envolvidos na
determinação de várias características.
Assim, a herança ligada ao sexo está restrita aos cromossomos sexuais. Enquanto,
a herança autossômica é a que ocorre nos cromossomos autossômicos.
Quando o gene alterado está no cromossomo X. Esse tipo de herança tem o padrão
recessivo.
664
A pessoa daltônica não consegue diferenciar as
cores da imagem
É determinado por um gene recessivo ligado ao sexo, sendo representado pelo alelo X d .
O alelo dominante XD condiciona a visão normal.
Uma mulher só será daltônica se o seu pai for e se a mãe for portadora do alelo
recessivo.
Os homens afetados transmitem o gene a todas as suas filhas, enquanto os filhos não
são afetados.
Existe 50% de chance da mãe portadora passar o gene afetado a um filho ou filha.
Hemofilia
Essa anomalia é condicionada por um gene recessivo X h ligado ao sexo. O seu alelo
dominante XH condiciona a normalidade.
Se um homem hemofílico tiver filhos com uma mulher sem hemofilia (X H XH), os filhos
não terão hemofilia. Porém, as filhas serão portadoras do gene (X H Xh).
665
Esse tipo de herança corresponde aos poucos genes localizados no cromossomo Y,
denominados de genes holândricos. Esses genes são herdados de pai para filho.
Esse tipo de herança ocorre quando alguns genes expressam-se em ambos os sexos, mas
comportam-se de modo diferente em homens e mulheres.
Para a mulher ser calva é necessário que seja homozigota recessiva. Enquanto, o homem
precisa de apenas um alelo dominante.
Linkage
Linkage ou ligação gênica é a presença de dois ou mais genes em um
mesmo cromossomo. A ligação gênica pode ser classificada em total, quando não ocorre
recombinação gênica, e parcial, quando ocorre. A recombinação gênica é responsável
por gerar, naturalmente, variabilidade genética dentro das espécies.
666
recombinação gênica (permutação ou crossing-over). A ligação gênica pode ser
denominada de completa, quando não ocorre recombinação gênica, ou parcial, quando
ocorre a recombinação gênica.
667
Representação de linkage ou ligação gênica
Uma situação em que ocorra linkage pode ser representada basicamente de duas
formas:
Cis
Trans
Nessa forma, também denominada de repulsão, um alelo dominante e um alelo
recessivo, em um indivíduo heterozigoto, encontram-se em um cromossomo, e um alelo
dominante e um alelo recessivo estão no outro cromossomo.
668
Morgan, em seus
estudos, utilizou moscas da Drosophila melanogaster para a realização de experimentos.
669
Equilíbrio de Hardy-Weinberg
670
Uma população em
equilíbrio de Hardy-Weinberg não sofre ação de fatores evolutivos.
Para que ocorra o equilíbrio de Hardy-Weinberg, algumas condições são necessárias, como:
Assim, podemos observar que o equilíbrio de Hardy-Weinberg não ocorre em populações reais,
pois essas são constantemente afetadas por diversos fatores evolutivos, como veremos a
seguir.
Fatores que alteram o equilíbrio de Hardy-Weinberg
O equilíbrio de Hardy-Weinberg não ocorre em populações reais, pois elas são afetadas
constantemente por fatores que influenciam as frequências alélicas e genotípicas, o que altera
o seu equilíbrio. Alterações nas frequências alélicas e genotípicas ao longo do tempo levam
à evolução.
671
As mutações
permitem o surgimento de novos alelos nas populações.
Migração: a chegada e a saída de indivíduos podem provocar mudanças nas frequências alélicas e
genotípicas da população, pois genes estão sendo retirados e introduzidos. Assim, os indivíduos que
estão chegando podem apresentar diferentes taxas de determinados genes e afetar as taxas que
estavam presentes na população original.
Mutação: ocorrem ao acaso, sendo responsáveis pelo surgimento de novos alelos. Por meio delas,
um alelo (A), por exemplo, pode dar origem a um novo alelo (a). Se esse alelo (a) apresentar uma
maior viabilidade, ele será transmitido aos descendentes e se tornará mais frequente na população
que o alelo (A).
Seleção natural: dentro de uma mesma população, os indivíduos apresentam variações nas suas
características herdáveis. Indivíduos que apresentam características mais adequadas ao ambiente
tendem a produzir uma maior prole do que aqueles sem essas características, que tendem a ser
eliminados.
Oscilação gênica ou deriva genética: são alterações nas taxas de genes que ocorrem ao acaso, não
por mutação ou pressão seletiva, em populações pequenas.
672
Equação do equilíbrio de Hardy-Weinberg
As frequências genotípicas dentro de uma população podem ser expressas pelo binômio (p +
q)² = 1, que pode ser desenvolvido e representado pela seguinte equação:
p² + 2pq + q² = 1
p = frequência do alelo dominante;
p = 0,6
Ainda de acordo com a equação apresentada (p² + 2pq + q² = 1), teremos a seguinte
distribuição de genótipos:
673
CC = 0,36 = 36%
Cc = 0,48 = 48%
cc = 0,16 = 16%
Mutaçõ es Gênicas
Mutações gênicas são alterações que acontecem dentro da estrutura
do DNA, o material hereditário da vida. Quando se pensa em mutação
associa-se imediatamente aos aspectos ruins, mas elas também podem
trazer benefícios e favorecer a adaptação e evolução de determinadas
espécies. As mutações gênicas têm origem de forma espontânea ou
induzida. A primeira acontece em todas as células e se desenvolve na
falta de qualquer agente. A segunda, por sua vez, refere-se aos fatores
físicos ou químicos relacionados com a origem das mutações.
Conceito de Mutação
674
Classificação das mutações
Tipos de Mutações
Mutações gênicas
675
- Fibrose Quística: é uma doença hereditária que ocorre pela
deficiência das glândulas exócrinas do organismo.
676
Representação dos três cromossomos presentes no par 21. Essa anomalia é conhecida
como Síndrome de Down. ( Foto: Wikimedia Commons)
677
A Síndrome de Patau consiste na presença de três cromossomos no
par de número treze. Esta anomalia afeta o desenvolvimento do
coração, rins, cérebro, face e membros.
678
Mutaçõ es Cromossô micas
A mutação pode ser definida como qualquer alteração no material genético de um
organismo.
Tipos de Mutação
Mutação Gênica
A mutação gênica é caracterizada por alterações do código de bases nitrogenadas do
DNA, que originam novas versões dos genes. Essa condição pode produzir novas
características nos portadores da mutação.
A mutação gênica pode, ainda, ser do tipo silenciosa. Essa mutação ocorre quando a
substituição de um determinado nucleotídeo do DNA não provoca alterações nos
aminoácidos sintetizados.
679
Mutação Cromossômica
A mutação cromossômica refere-se a qualquer alteração no número ou estrutura
dos cromossomos.
Mutações estruturais: São alterações que afetam a estrutura dos cromossomos, ou seja,
o número ou o arranjo dos genes nos cromossomos.
Engenharia Genética
Transgênicos
Transgênicos são organismos geneticamente modificados, que receberam fragmentos
de material genético de outro organismo, que pode ser da mesma espécie ou até de
680
outra. No entanto, se um organismo tiver modificações em seu genoma, sem
receber material genético de outro organismo, ele é chamado OGM, é um organismo
geneticamente modificado, sem ser um transgênico.
Clonagem
A clonagem é o processo, feito em laboratório, de reprodução de espécies
geneticamente iguais. O primeiro mamífero clonado foi a ovelha Dolly, em 1996, no
Reino Unido, que viveu durante seis anos. No Brasil, o primeiro mamífero clonado foi a
bezerra Vitória, que nasceu em 2001.
Células-Tronco
681
Células-tronco têm a capacidade de originar diferentes células do corpo humano e
portanto, diferentes tecidos. Elas podem ser encontradas em embriões (células-tronco
embrionárias), no cordão umbilical e em vários outros órgãos e tecidos humanos, como
a medula óssea e a pele (células-tronco adultas).
682
O Ácido Desoxirribonucleico (DNA) é encontrado em todos os organismos existentes,
podendo ser localizado no interior do núcleo dos eucariontes, ou no
próprio citoplasma dos procariontes.
683
em uma fita. Nos trechos de DNA, as informações contidas em trechos, chamados de
genes, são reescritas na forma de RNA, através do processo de Transcrição. Após a
síntese de RNA, o mesmo leva a informação aos ribossomos, para a síntese protéica pelo
processo de tradução.
O uso das VNTR diminuiu o tempo de espera para o resultado do exame, já que diminuiu
a quantidade de DNA para ser analisado. Atualmente, não é preciso analisar todo o
genoma dos indivíduos que serão submetidos ao mapeamento genético, mas
apenas as regiões VNTR.
Etapas do Exame de DNA
O processo experimental é chamado de DNA fingerprint. A primeira etapa do exame de
DNA consiste na coleta das amostras de todos os indivíduos relacionados. No caso, de
um exame de paternidade, é preciso coletar não só amostras de material genético do(s)
suposto(s) pai(s) e do(s) filho(s), como também da mãe, já que metade do material
genético do filho é herdado da mãe.
A amostra pode ser sangue, pêlos e fios de cabelo contendo raiz, pedaços de pele,
esperma e todo e qualquer material que contenha células dos indivíduos. Atualmente o
método mais utilizado é o esfregaço da mucosa bucal com uma haste flexível para
coletar células da boca.
684
Uma vez coletadas as amostras, elas passam por processos de extração e purificação do
DNA, a fim de que, ao final dos processos, apenas o DNA dos indivíduos possa ser
submetido às demais etapas.
É muito importante que seja usada a mesma classe de enzimas de restrição em cada
amostra de DNA dos indivíduos. Como metade do material genético é herdado do pai e
metade é herdado da mãe, espera-se que o padrão de fragmentos encontrado na
amostra do(s) suposto(s) filho(s) seja similar aos fragmentos encontrados na amostra de
DNA materno e do(s) suposto(s) pai(s).
Uma vez que o DNA de todos os indivíduos esteja fragmentado, as amostras são
submetidas a um processo de separação chamado eletroforese. A eletroforese faz com
que moléculas carregadas migrem de um pólo a outro dentro um gel de eletroforese
quando submetidas a uma corrente elétrica. Ao longo dessa migração, ou "corrida
eletroforética", as moléculas menores de DNA tendem a "correr" mais rapidamente para
o polo oposto, enquanto as moléculas maiores, devido a dificuldade em se
movimentarem com o pulso elétrico, acabam não correndo tão rapidamente.
685
Equipamento de Eletroforese em Gel.
686
Exemplo De Um Gel De Eletroforese Corado. As Bandas Localizadas Na Parte Superior Do
Gel São Fragmentos Maiores De DNA E As Bandas Localizadas Na Região Inferior Do Gel
São De Fragmentos Menores De DNA.
Interpretação do Exame de DNA
Sabendo que o padrão observado na coluna do DNA do(s) suposto(s) filho(s) deve ser
encontrado do DNA materno e/ou na coluna do DNA do(s) suposto(s) pai(s), os cientistas
analisam banda por banda do gel encontrado.
A banda que não for similar entre a mãe e o filho (a mãe possui uma banda e o filho não
ou o filho possui uma banda e a mãe não) é, então, comparada entre o filho e o suposto
pai. Se as bandas forem semelhantes, isto é, se os indivíduos possuírem o mesmo padrão
(ausência ou presença de banda), significa que o DNA é complementar e, portanto,
apresenta um grau de parentesco.
687
Exemplo De Um Gel De Eletroforese Para Exame De
Paternidade. Nesse Gel O Filho Recebeu Um Alelo Marcado Em Verde Da Mãe E Recebeu
Um Alelo Marcado Em Verde Do Pai.
As faixas observadas são únicas para cada pessoa e são geradas a partir união do DNA
materno presente no óvulo e do DNA paterno presente no espermatozóide no momento
da fecundação, por isso, esse processo também é conhecido como impressão digital
genética.
Caso algum dos indivíduos já tenha feito transfusão de sangue, isso deve ser
avisado no laboratório;
Erros na manipulação da amostra podem acusar falso-negativos (quando o
resultado do teste é negativo, mas deveria ser positivo);
Outro motivo para falso-negativos é a incidência de mutação, mas é um fato muito
raro de ocorrer;
Um resultado falso-positivo (quando o resultado deu positivo, mas não deveria)
ocorre apenas por erros na interpretação ou uso de técnica inadequada, usando
poucos marcadores genéticos.
688
689