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Organismos geneticamente modificados: impacto

ambiental e na saúde humana.

Com este ensaio procurarei discutir o problema “Serão os organismos


geneticamente modificados prejudiciais para o ambiente e para a saúde
humana?”.
Nos últimos anos este tema tem sido altamente discutido por ser alvo de
bastante controvérsia e haver opiniões completamente díspares por envolver
questões políticas, económicas e sociais, daí a importância da análise do
assunto para perceber se serão mais as vantagens ou desvantagens que o
mesmo acarreta.
Os OGMs (organismos geneticamente modificados) são definidos como
organismos (animais ou vegetais) manipulados geneticamente, de modo que
não acontece na natureza seja por reprodução ou recombinação natural, com o
objetivo de alterar características tais como a cor, o tamanho e o valor nutricional
de forma a tornar esses mesmo organismos mais promissores. Estes
organismos podem ser designados transgênicos se o material genético tiver
origem numa espécie diferente que não a sua. A tecnologia usada para estes
processos designa-se por biotecnologia moderna ou engenharia genética.
Na minha opinião a abordagem deste tema é essencial pois os OGMs já
fazem parte do nosso quotidiano sem que se tenha percebido com clareza o
impacto dos mesmos tanto a nível ambiental como na saúde humana, a longo
prazo.
Contudo, pretendo defender a ideia de que estas técnicas de produção
ainda se mostram duvidosas e mesmo defendendo um propósito promissor, se
não é possível assegurar a segurança ambiental e humana, as mesmas não
devem ser colocadas no mercado.
Para defender a minha tese irei me fundamentar em quatro argumentos
que considero serem completamente plausíveis:
Danos involuntários a outros organismos:
O pólen de plantas geneticamente modificadas pode conter toxinas que
coloquem em causa a vida de insetos essenciais para outras culturas.
Eficácia reduzida de pesticidas:
Os apoiantes deste tipo de culturas argumenta que o uso de OGMs
nomeadamente transgênicos são usados com o objetivo de aumentar a
produtividade e reduzir o uso de agrotóxicos, no entanto o que se tem
observado é precisamente o contrário, os insetos ficarão resistentes às plantas
GM (geneticamente modificadas) e aos pesticidas criados especificamente
para estas plantas, o que levou a um aumento exponencial do uso de
herbicidas.
Transmissão de genes para espécies não previstas:
Uma outra preocupação deste tipo de cultura é a transmissão de
genes tolerantes aos herbicidas de plantas GM para ervas indesejáveis
como por exemplo ervas daninhas, potenciando o seu supercrescimento
de forma anormal.
Impacto na saúde Humana:
A disparidade de opiniões quanto à tecnologia não é em vão,
sobretudo quando conhecidos perigos para a saúde humana. Essas
preocupações incluem a potencial alergenicidade e o cruzamento de
genes do nosso organismos e os geneticamente modificados.
A bioética surge no contexto do progresso científico e tecnológico
que se faz sentir no interior das ciências biomédicas, motivada pela
experimentação em seres humanos no período da dominação nazi.
Estuda especialmente a ética humana e ecológica. Debate-se sobre os
“limites” da evolução científica em determinados ramos, e questiona-nos
se a evolução científica não está a extrapolar a ética quer humana ou
ambiental.
Posto isto, a bioética relaciona-se também com os OGMs, no
sentido em que, se não conhecemos a longo prazo as consequências
destes organismos, e já se ter conhecido inúmeros perigos, poderemos
estar a abdicar da saúde humana e ambiental. Será o progresso científico
mais importante do que a saúde? A resposta é bem simples, mas o uso de
OGMs também tem propósitos, mas quando equacionado com as
desvantagens esta evolução científica não se torna tão pertinente.
Penso que as considerações apresentadas demonstram o quão
perigosos estes OGMs podem ser, tanto para a nossa saúde como para a
do planeta, logo não devem ser usados.
Contudo, o uso destes organismos apresenta uma vantagem
incrível, suprimir as necessidades alimentares da população mundial e
melhorar o nível nutricional dos alimentos, no entanto será este um
mecanismo necessário para que possamos suportar as necessidades
alimentares e nutricionais mundiais? Não creio que seja, para além das
inúmeras desvantagens já descritas, segundo a ONU (organização das
nações unidas), temos sim alimentos para todos o problema está na má
gestão do mesmo. Em média, por ano, cada português desperdiça noventa
e sete quilogramas de comida, e globalmente são desperdiçados 30% dos
alimentos produzidos, enquanto que só na África Subsaariana, o número
de pessoas subnutridas aumentou de cerca de 195 milhões, em 2014, para
237 milhões, em 2017, sendo a principal causa de morte entre as crianças.
Então teremos ou não alimentos para todos? Será assim tão necessário
apostar em tecnologias que podem prejudicar a nossa saúde e o ambiente
enquanto que podemos apostar antes numa melhor gestão de recursos?
Posto isto, conclui o este ensaio afirmando que o uso de OGMs não
demonstrando a segurança do homem tal como a do planeta, e havendo
alternativas mais promissoras, ao seu propósito, não deve ser permitido
nem comercializado.
Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Organismos_geneticamente_modificados
https://eg.uc.pt/bitstream/10316/85966/2/tese%20salom%C3%A9%20apitz.pdf
https://www.dgs.pt/paginas-de-sistema/saude-de-a-a-z/organismos-
geneticamente-modificados.aspx
https://www.ktb.pt/pt/mente-corpo-saude/Organismos-Geneticamente-
Modificados-OGMs
https://www.ces.uc.pt/ces/opiniao/investigacoes_debates/028en.php
https://ambitojuridico.com.br/edicoes/revista-140/uma-analise-bioetica-dos-
alimentos-transgenicos-contornos-do-principio-da-precaucao-em-sede-de-
seguranca-alimentar/
Manual “Novos contextos”
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/16298508/
https://unric.org/pt/podemos-alimentar-o-mundo-e-garantir-que-ninguem-passa-
fome/

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