Você está na página 1de 6

“Problemas éticos na manipulação do genoma humano”

Filosofia

Ana Rita Tavares nº1, Daniela Pinto nº4, Eduardo Correia nº5, Simone Lopes nº19 e Vânia
Pinho nº23-11ºA

2023/2024
Escola Básica e Secundária de Búzio

Índice
1. Introdução......................................................................................................................................... 3
2. Genoma Humano.............................................................................................................................. 3
2.1. “O que é o genoma humano”.....................................................................................................3
2.2. Possíveis dilemas éticos............................................................................................................4
3. Manipulação do genoma humano e a filosofia.............................................................................. 4
3.1. Perspetiva Kantiana...................................................................................................................4
3.2. Reflexões................................................................................................................................... 5
3.3. Problemas filosóficos................................................................................................................. 5
4. Conclusão..........................................................................................................................................6
5. Bibliografia/Webgrafia......................................................................................................................6
Escola Básica e Secundária de Búzio

1. Introdução
Neste trabalho, iremos abordar um tema cada vez mais frequente: os problemas éticos da
manipulação do genoma humano.

Na sociedade atual, os avanços da ciência e da tecnologia na área da engenharia


genética (manipulação do DNA, produção de embriões humanos em laboratório, clonagem
de órgãos para transplantes e o diagnóstico precoce de doenças hereditárias) obrigam a
uma reflexão acerca dos limites da sua utilização na transformação do ser humano. É
importante ter consciência dos desafios desta tecnologia com o potencial de alterar o atual
conceito de humanidade.
Qual é o impacto desta tecnologia na adoção de novas práticas com a finalidade de
preservar, prolongar ou alterar a vida humana e quais os seus benefícios e riscos?
Quais são os limites da sua utilização na transformação do ser humano?
O objetivo deste trabalho é mostrar que a manipulação do genoma humano não é
eticamente correta.

2. Genoma Humano
2.1. “O que é o genoma humano?”
O que é o genoma humano e a sua manipulação?

O genoma humano refere-se ao conjunto completo de material genético presente num ser
humano. Esse material genético está contido nos cromossomas - estruturas que residem no
núcleo das células humanas. O genoma humano é composto por ácido desoxirribonucleico
(DNA), uma molécula que contém as instruções genéticas necessárias para o
desenvolvimento, funcionamento e manutenção do organismo.

O DNA é organizado em genes, que são segmentos específicos do genoma que


codificam informações para a produção de proteínas e desempenham papéis cruciais na
determinação das características hereditárias de um indivíduo. As variações no DNA entre
os indivíduos contribuem para a diversidade genética observada na população humana.

A manipulação do genoma humano refere-se à capacidade de alterar, adicionar ou


excluir sequências de DNA de forma controlada. Os avanços tecnológicos na área da
engenharia genética permitiram o desenvolvimento de técnicas que possibilitam a edição
precisa do genoma. Essas técnicas oferecem a capacidade de corrigir mutações genéticas
associadas a doenças, modificar características específicas ou até mesmo criar organismos
geneticamente modificados.

No contexto humano, a manipulação do genoma pode ser realizada em diferentes


estágios, incluindo a manipulação de embriões, células germinativas (células reprodutivas
que dão origem a óvulos e espermatozóides), bem como a edição de células somáticas
(células não reprodutivas). Essa mesma manipulação apresenta possíveis aplicações
terapêuticas, como a correção de doenças genéticas hereditárias, mas também levanta
questões éticas complexas.

Ana Rita Tavares, Daniela Pinto, Eduardo Correia, Simone Lopes e Vânia Pinho
Página 3 de 6
Escola Básica e Secundária de Búzio

2.2. Possíveis dilemas éticos

É importante considerar os dilemas éticos associados à manipulação do genoma,


como a possibilidade de eugenia, a discriminação genética, as implicações intergeracionais
e a preservação da diversidade humana, para garantir que os avanços tecnológicos nessa
área sejam conduzidos de maneira ética e responsável.

3. Manipulação do genoma humano e a filosofia


3.1. Perspetiva Kantiana
Ética Kantiana

O conceito de ética é algo muito difícil de definir sendo, por isso, discutido avidamente
entre filósofos e curiosos. Uma das tentativas de definição de ética mais conhecida é a de
Immanuel Kant: a ética kantiana parte da ideia de que o homem faz parte de um imperativo
categórico, ou seja, uma ordem válida para agir em relação a tudo: devemos sempre agir de
modo a podermos desejar que a regra, a partir da qual agimos, se transforme numa lei
universal.
Na altura de Kant, a ideia de se poder manipular o genoma humano era inexequível,
mas Kant já considerava que um indivíduo nunca pode ser instrumentalizado, ou seja, nunca
poderia ser considerado como um meio, apenas como um fim: “Age de tal forma que uses a
humanidade, tanto na tua pessoa, como na pessoa de qualquer outro, sempre e ao mesmo
tempo como na pessoa de outro qualquer, sempre e ao mesmo tempo como fim e nunca
simplesmente como meio."
O DNA torna cada ser humano único, ao mesmo tempo que o identifica como membro de
um grupo alargado, os seres vivos, onde todos têm identidade universal, que se traduz em
igualdade e dignidade. Esta premissa é a base da maioria dos argumentos apresentados
pelas entidades que são contra a manipulação do genoma, sendo que o principal opositor
desse tipo de procedimentos é a Igreja . A Igreja entende o Homem como algo sagrado e
manipular o seu genoma não é tido como eticamente correto.

Dignidade da pessoa humana segundo Kant


Kant conferiu ao ser humano um valor intrínseco, desprovido de qualquer adereço
que se possa traduzir num preço ou coisificação, oque significa que cada um tem o seu valor
único e evidente.
O ser humano é insubstituível e tem valor em si mesmo, portanto, tem dignidade por
ser racional e capaz de agir segundo os princípios a priori. Isso é o que o difere dos demais
seres. Ora a clonagem transforma o homem num meio e parece atentar contra a sua
dignidade.

Ana Rita Tavares, Daniela Pinto, Eduardo Correia, Simone Lopes e Vânia Pinho
Página 4 de 6
Escola Básica e Secundária de Búzio

3.2. Reflexões
A reflexão sobre a manipulação do genoma humano envolve a discussão de assuntos
interdependentes, relativos aos princípios da liberdade, da autonomia, da dignidade e da
indisponibilidade de genes, órgãos, produtos e funções, uma vez que é o fundamento de um
espaço humano livre e democrático, que clama pelo olhar da ciência jurídica e da bioética,
no sentido de proteção desses princípios éticos e legais.
Os filósofos atribuem à ética a reflexão filosófica da moral - a ética existe para
apresentar vários comportamentos e orientar as pessoas para os seus princípios e ações.
A manipulação do Genoma Humano remete para a observação de três Princípios
éticos:
1-Princípio da Precaução – a manipulação genética só deve existir quando não existir
risco à sua utilização. A precaução como forma de obrigar ao aperfeiçoamento da técnica;
2-Princípio da Transparência – surge para garantir que a população em geral tenha
acesso às informações das pesquisas e decisões políticas do poder governamental;
3-Princípio da Responsabilidade – à medida que o homem adquire mais poder, por
via do conhecimento e da tecnologia, as suas ações podem tornar-se cada vez mais
destruidoras, pelo que é necessário conceber novos direitos e deveres com base no
princípio da responsabilidade.

3.3. Problemas filosóficos

- Será eticamente correto alterar o genoma humano?

Nos tempos atuais o desenvolvimento da ciência tem permitido ao homem controlar


certos aspetos da vida humana, principalmente ao nível da saúde e morfologia. Muitos
problemas ligados às novas descobertas científicas sobre a manipulação do genoma
humano têm causado controvérsias mundialmente, levando a que sejam discutidos, a nível
ético, os benefícios e riscos associados a esta alteração, sendo procuradas respostas às
questões de “se a integridade humana permanece após as alterações” ou “o que distingue
um ser humano que foi geneticamente transformado de um humano comum”.

- Sendo possível alterar o genoma humano, quais serão os limites éticos deste tema?
A engenharia genética tem permitido que pais de crianças que tenham sido
fertilizadas artificialmente possam conhecer com certeza absoluta certas características do
feto, incluindo a existência de defeitos genéticos ou até a própria raça, sendo assim
conhecidas minuciosamente as crianças antes destas terem nascido. Tendo em conta o
exemplo descrito, este problema relaciona-se no limite onde uma alteração genética deixa
de ser ética, procurando distinguir o momento em que um ser humano geneticamente
alterado perde o estatuto de humano comum. Procura-se então o ponto de viragem ético da
alteração do genoma humano e as razões por detrás deste.

- Até que ponto haverá a possibilidade de criar uma raça humana perfeita?
Sendo possível escolher todas as características de um ser humano fertilizado
artificialmente, descobrir, pela genética hereditária, as condições a que um ser pode ser
exposto pelas relações de descendência com a sua família, uma vez que estas podem ser

Ana Rita Tavares, Daniela Pinto, Eduardo Correia, Simone Lopes e Vânia Pinho
Página 5 de 6
Escola Básica e Secundária de Búzio

alteradas de modo a perder esta possibilidade, até que ponto a alteração genética poderia
considerar condições comuns humanas como defeitos pelo passar do tempo, ou até se o ser
humano poderá acabar com todas as irregularidades humanas para se chegar à perfeição?

4. Conclusão
Mas quais seriam os limites da ciência? Seria só para curar doenças? Não, a
manipulação genética iria ser utilizada de forma extrema.
Primeiramente, o ser humano tentaria criar uma raça superior, para tentar alcançar a
tal perfeição, que ao longo dos anos tanto idealizou. Isto poderia causar discórdia entre os
povos e criar problemas como a separação interracial. As duas raças não viveriam em plena
sintonia, na verdade haveria pessoas que poderiam ser discriminadas, maltratadas e etc.
Isto poderia vir a criar uma guerra.
Em segundo lugar, o ser humano tentaria modificar outros seres humanos com o
intuito de os tornar soldados geneticamente perfeitos. Com a ganância e a sede de poder, a
manipulação do genoma nas mãos de pessoas assim, estaríamos todos a correr um grande
risco, pois poderiam vir a ser criados soldados geneticamente alterados, o que conferiria um
grande perigo para a humanidade, para além que seria desumano usar estes soldados em
guerras contra países que nem têm condições para ter sequer um armamento que pudesse
ser usado para contra-atacar.
Concluindo, a ciência nunca se deve sobrepor ou alhear à ética. A manipulação
genética e do genoma em particular só é aceitável e desejável quando os benefícios forem
inequivocamente superiores aos riscos e quando usada para fins terapêuticos. Não estão
em causa as vantagens que a evolução genética trouxe para a saúde dos indivíduos, da
sociedade e do planeta em geral. O que está em causa são os efeitos nefastos que a
utilização desmedida e desprovida de quaisquer princípios pode trazer, nomeadamente o
desrespeito pela dignidade humana. Não terá sido ao acaso que a Declaração Universal do
Genoma Humano e Direitos Humanos declara o genoma humano como “Património da
Humanidade”, salvaguardando assim, que uma pessoa seja reduzida às suas características
genéticas e lhe seja respeitada a sua dignidade. A evolução da ciência deve ser avaliada à
luz dos princípios anteriormente identificados: o princípio da precaução, da prudência e da
responsabilidade, para que se evitem consequências imprevisíveis e catastróficas para a
humanidade.

5. Bibliografia/Webgrafia
Problemas éticos na manipulação do genoma humano - Diogo S e Rafael
(filosofandoblog11e.blogspot.com)

Problemas éticos na manipulação do genoma humano - ” O mapeamento dos genes


contribuiu assim para - Studocu

Problemas éticos na manipulação do genoma humano - Diogo S e Rafael


(filosofandoblog11e.blogspot.com)

Ana Rita Tavares, Daniela Pinto, Eduardo Correia, Simone Lopes e Vânia Pinho
Página 6 de 6

Você também pode gostar