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CURIOSIDADES SOBRE O 25 DE ABRIL

1-A importância da música “E Depois do Adeus”


Esta foi a banda sonora que foi escolhida pelo MFA para dar a conhecer a todos os
militares envolvidos que o golpe estava pronto para arrancar. Esta era a senha que os
militares precisavam de ouvir na rádio: a música de Paulo de Carvalho para o
Eurofestival de 1974, “E Depois do Adeus”. Havia ainda um segundo sinal a ser
transmitido pela Rádio Renascença, caso tudo continuasse como planeado. Era a
afamada música de “Grândola, Vila Morena”, de Zeca Afonso, que se tornou no hino
do 25 de Abril.

2 – Quem eram os líderes do MFA?


A estratégia do MFA estava bem traçada: primeiro iam avançar sobre Lisboa e cercar
os principais postos do Governo. Enquanto isso, outros movimentos “atacavam”
também várias outras cidades pelo país. Em Lisboa, o Regimento de Engenharia 1 era
comandado pelo Capitão Otelo Saraiva de Carvalho, que contava com o apoio de
outros cinco oficiais. Já a Escola Prática de Cavalaria de Santarém era comandada pelo
Capitão Salgueiro Maia e tinha como missão ocupar o Terreiro do Paço. Os planos
acabaram por ser alterados, com parte do movimento a ser desviado para o Largo do
Carmo, onde Marcello Caetano e alguns ministros se tinham refugiado.

3– Abrir fogo sobre o Terreiro do Paço?


A Revolução dos Cravos é conhecida por ter sido uma ação militar pacífica. Com a
queda do Estado Novo e o apoio dos militares, não demorou muito até o Terreiro do
Paço estar cheio de civis que festejavam o fim da ditadura. O que poucos sabem é que
a fragata Almirante Gago Coutinho recebeu ordens do Estado Maior da Armada para
abrir fogo no local, disparando contra civis e militares. A ordem não foi cumprida.
Chegou a haver processos de insubordinação contra aqueles que no dia 25 de abril de
1974 optaram por não disparar contra inocentes. O processo acabou por não avançar
e foi arquivado .

4 – Também a nossa revolução teve derramamento de sangue inocente


A revolução do 25 de abril foi um golpe de Estado, apesar de ter sido levado a cabo
pelos militares, pacífico. No entanto, teve as suas vítimas. Já no final do dia 25, vários
populares encontravam-se junto à sede da Polícia Internacional e de Defesa do Estado
(PIDE), em Lisboa, exigindo o seu fim. Foi nesta altura que os agentes da PIDE
dispararam contra a população sem discriminação. Deste evento resultaram quatro
mortos e vários feridos. Estas foram as únicas vítimas mortais da revolução.

5 – Como é que a população do interior teve acesso às notícias?


Um dos principais objetivos do Movimento das Forças Armadas (MFA) era ocupar as
sedes dos vários meios de comunicação, de forma a controlar o que era emitido sobre
o golpe de Estado. Desta forma conseguiam manter a população informada sobre o
futuro que pretendiam para o país agora livre da ditadura. No entanto, na década de
70 a informação não se espalhava com facilidade. Assim, o MFA decidiu enviar
representantes do movimento para vários pontos de Portugal para que todos
soubessem o que estava a acontecer e quais eram as mudanças.

6 – Vasco Lourenço – um dos protagonistas da Revolução dos Cravos e Presidente da


Associação 25 de Abril – conta que a ideia de um golpe de Estado foi partilhada por si e
Otelo Saraiva de Carvalho às 02h da madrugada,
enquanto trocavam um pneu que havia furado.

7 – A história mais contada sobre o porquê desta revolução ter ficado conhecida como
a revolução dos cravos é a seguinte. Celeste Caeiro era empregada de um restaurante
na zona do Marquês de Pombal, em Lisboa. Na altura do golpe, ela transportava
consigo um molho de cravos vermelhos. Como não tinha comida ou cigarros para
oferecer aos militares, ela partilhou com eles os cravos que os soldados acabaram por
colocar no cano da espingarda.

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