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Otelo Saraiva de Carvalho – Capitão de abril

Bibiografia
Trabalho realizado por Diogo Simões, n.º4, 6º B
Professora Carmen Mesquita
Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho nasceu a 31 de agosto de 1936 em Lourenço
Marques, Moçambique (hoje Maputo). Os seus pais foram Eduardo Saraiva de Carvalho,
funcionário dos CTT em Lourenço Marques, e sua mulher Fernanda Áurea Pegado Romão,
casados em Lourenço Marques, a 7 de Julho de 1934. A mãe adorava teatro, tendo escolhido
o nome do filho da peça Otelo, o Mouro de Veneza de Shakespeare. Tinha uma irmã um ano
mais velha, Maria Manuela Romão Saraiva de Carvalho Velasco e uma irmã quatro anos
mais nova, Maria Gabriela Romão de Carvalho Rebelo.

Casou em Lisboa na Igreja de São João de Brito, a 5 de novembro de 1960, com


Maria Dina Afonso Alambre , filha de Bernardino Mateus Alambre e de sua mulher Aida de
Jesus Afonso, com a qual teve três filhos: Maria Paula Alambre de Carvalho, Cláudia Marina
Alambre de Carvalho e Sérgio Bruno Alambre de Carvalho.

Embora pretendesse abraçar a carreira de teatro, foi seduzido por uma conceção de
honra e lisura militar, baseada na coragem e no mérito, por influência do seu avô materno, a
ingressar no exército.

Iniciou a sua formação como cadete-aluno em 1955, na então Escola do


Exército (mais tarde Academia Militar), embora anteriormente, aos dezoito anos, tivesse sido
reprovado por "não ter qualquer vocação militar" quando integrou as milícias da Mocidade
Portuguesa no Liceu de Lourenço Marques (o que era obrigatório à época). Em 1959 termina
o curso e é promovido a aspirante a oficial.

Foi capitão em Angola de 1961 a 1963 e também na Guiné entre 1970 e 1973, sendo
um dos principais dinamizadores do movimento de contestação ao Decreto Lei nº 353/73,
que deu origem ao Movimento dos Capitães e ao MFA. Em resumo, a contestação foi tal que
esse decreto foi revogado.

Era o responsável pelo sector operacional da Comissão Coordenadora do MFA. O


Movimento ainda tinha como principal objetivo garantir o prestígio das Forças Armadas.

Após o fracasso da conjuração das Caldas de 16 de março de 1974, tomou a seu


cargo desenhar o plano militar de operações que deu origem ao golpe militar de 25 de Abril,
dirigindo as operações a partir do posto de comando clandestino instalado no Quartel da
Pontinha.

Membro do chamado Movimento dos Capitães, foi considerado o estratega do


movimento que derrubou o regime de Marcello Caetano, em 25 de abril de 1974. Após a
revolução dos cravos, foi nomeado comandante do Comando Operacional do Continente, o
COPCON, e integrou o Conselho da Revolução em março de 1975, assumindo o poder de
facto a partir de julho do mesmo ano.

Foi considerado um dos elementos mais carismáticos e extremistas do Movimento


das Forças Armadas.

Após a tentativa de golpe do 11 de Março, durante o Processo Revolucionário em


Curso teve um comportamento polémico, vindo a ser preso e desgraduado, após o 25 de
Novembro de 1975.

Foi candidato à Presidência da República em 1976 e 1980 pela extrema-esquerda,


somando na primeira destas duas tentativas, uma percentagem significativa de votos.

Líder do partido Frente de Unidade Popular, o seu nome surge associado às Forças
Populares 25 de Abril (FP-25), organização terrorista responsável por vários atentados, tendo
sido condenado, em 1986, a 15 anos de prisão por associação terrorista.

Em 1991, recebeu um indulto, e foi amnistiado em 1996, a pedido do Presidente da


República à altura, Dr. Mário Soares. Como a amnistia não perdoava crimes de sangue, Otelo
voltou a tribunal em 2001 para ser julgado por dez homicídios e sete tentativas de homicídio.
A juíza considerou que elementos das FP-25 cometeram os crimes, mas que não podia
determinar quem tinha feito o quê.

Figura controversa, em 2011 foi alvo de um inquérito do MP, arquivado depois, na


sequência de uma queixa alegando que teria cometido o "crime de alteração violenta do Estado
de Direito, de incitamento à guerra civil e à desobediência coletiva". Em causa estavam as
suas declarações a propósito de uma manifestação de militares que estava marcada para dia
12 de novembro desse ano.
Otelo Saraiva de Carvalho morreu a 25 de julho de 2021, aos 84 anos, no Hospital das
Forças Armadas, em Lisboa, onde estava internado há cerca de 15 dias.

Assim, sendo, o percurso de Otelo resume-se da seguinte forma, segundo


o Centro de Documentação 25 de Abril, da Universidade de Coimbra:

- Foi alferes em Angola de 1961 a 1963, capitão de novo em Angola de 1965 a 1967
e também na Guiné entre 1970 e 1973, sendo um dos principais dinamizadores do movimento
de contestação ao Dec. Lei nº 353/73, que deu origem ao Movimento dos Capitães e ao MFA;

- Era o responsável pelo setor operacional da Comissão Coordenadora do MFA e foi


ele quem dirigiu as operações do 25 de Abril, a partir do posto de comando clandestino
instalado no Quartel da Pontinha. Graduado em brigadeiro, foi nomeado Comandante do
COPCON e Comandante da região militar de Lisboa a 13 de Julho de 1975;

- Fez parte do Conselho da Revolução quando este foi criado em 14 de Março de


1975. Em Maio do mesmo ano integra, com Costa Gomes e Vasco Gonçalves, o Directório,
estrutura política de cúpula durante o IV e V Governos Provisórios;

- Conotado com a ala mais radical do MFA, viria a ser preso em consequência dos
acontecimentos do 25 de Novembro.

- Solto três meses mais tarde, foi candidato às eleições presidenciais de 1976. Volta
a concorrer às eleições presidenciais de 1980;

- Em 1985 foi preso na sequência do caso FP-25;

- Foi libertado cinco anos mais tarde, após ter apresentado recurso da sentença
condenatória, ficando a aguardar julgamento em liberdade provisória;

-Em 1996 a Assembleia da República aprovou uma amnistia para os presos do Caso
FP-25.
Pesquisa realizada online:

https://pt.wikipedia.org/

https://www.dn.pt/politica/morreu-otelo-saraiva-de-carvalho-13972428.html

https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$otelo-saraiva-de-carvalho

https://www.wort.lu/pt/portugal/perfil-de-otelo-saraiva-de-carvalho-
60fd3d46de135b92361c6a06

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