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Antigamente, antes do 25 de Abril, as pessoas não podiam falar livremente, não

podiam expressar a sua opinião nem dizer o que pensavam. As pessoas não podiam falar
mal do governo em público senão corriam o risco de serem denunciadas à PIDE,
podendo ser denunciadas, presas ou até mortas. O divórcio era proibido, assim como ler
certos livros e ouvir certas músicas que vão contra o regime em vigor. As raparigas não
podiam usar minissaias e as mulheres não podiam viajar sem uma autorização do
marido. Algumas marcas eram proibidas, como a coca-cola.
Em 1968 Salazar ficou doente e foi substituído por Marcello Caetano, a mando
de Américo Tomaz decide entregar o governo a Marcello Caetano (Período conhecido
como “Primavera Marcelista”). Durante este período houve uma diminuição da censura;
menor atuação da PIDE; regresso de opositores e políticos que não pertencem à União
Nacional. No entanto, continuava um regime opressivo, ou seja, continuava a censura, a
emigração à procura de melhores condições de vida, a guerra colonial; fraudes eleitorais
e os partidos políticos eram proibidos.
A Guerra Colonial, também conhecida como Guerra de Libertação ou Guerra do
Ultramar, foi um conflito militar que ocorreu entre Portugal e vários movimentos de
independência nas suas colônias africanas, principalmente em Angola, Moçambique e
Guiné-Bissau. O conflito durou aproximadamente de 1961 a 1974 e teve um impacto
significativo tanto nas colônias quanto em Portugal. Muitos soldados ficaram feridos e
muitos jovens fugiram para o estrangeiro.
O Estado Novo (1933-1974) foi um regime autoritário e repressivo que vigorou
em Portugal durante cerca de 40 anos. Este regime foi liderado por Salazar até 1968,
retirou direitos e liberdades aos cidadãos, como liberdade de expressão e tornou o país
relativamente pobre e pouco desenvolvido.
A 25 de Abril devido ao aumento da insatisfação, os militares do MFA
promoveram um golpe de estado para derrubar o Estado Novo.
Na noite de 24 de abril de 1974, ouviu-se na rádio a canção “e depois do adeus”
de Paulo de Carvalho, sendo a senha para o início da revolução. Um dos sinais para a
revolução foi dado pela música “Grândola, Vila Morena, de Zeca Afonso, que tocou à
00h20. E, nesse dia, o Capitão Salgueiro Maia, juntamento com outros militares do
MFA, cercaram o Quartel do Carmo, em Lisboa.
Marcello Caetano, sucessor de Salazar como chefe do governo e as restantes
forças do Estado Novo renderam-se rapidamente. Inicialmente, refugiou-se no Quartel
do Carmo, vivendo-se momentos de tensão.
O golpe transformou-se numa revolução, a Revolução dos Cravos, com esse
nome devido aos cravos vermelhos que a população colocou nas armas dos militares do
MFA, por iniciativa de D. Celeste que deu inicialmente um cravo a um soldado.
Com a queda do Estado Novo foram abertas as portas para a instauração da
democracia: um regime político em que a população elege os seus representantes em
eleições livres e que é, até hoje, o regime político existente em Portugal.
Após o 25 de abril um grupo de militares designados para sustentar o governo
juntou-se e criou a Junta de Salvação Nacional, governada por António de Spínola. Até
novembro de 1975, Portugal reconheceu a independência das colónias africanas, mas
por lá ainda há muita agitação política e social e episódios de violência. Perante o clima
de insegurança, milhares de pessoas fogem das colónias onde viviam.
No dia 26 de abril, a Junta de Salvação Nacional apresentou o programa do MFA
com as orientações do governo até à aprovação de uma nova constituição. Iniciou-se a
liberdade e foram soltos os presos políticos.
Após a revolução existiu um período de instabilidade, mas tentaram cumprir os
três D’s: democratizar, descolonizar e desenvolver.
A 25 de abril de 1975 iniciaram-se as primeiras eleições livres para a eleição dos
deputados para a Assembleia constituinte, para redigirem uma nova constituição. A nova
constituição publicada a 2 de abril de 1976 garantia o direito à educação e ao trabalho e
a liberdade de expressão e opinião.
Com a descolonização das colónias, Portugal passou a ser só Portugal
Continental e os Arquipélagos da Madeira e dos Açores e foram criados novos países
independentes de língua oficial portuguesa.
Primeiro presidente após o 25 de abril – Francisco da Costa Gomes e depois
Ramalho Eanes.

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