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A democracia, em Portugal, iniciou-se com a Revolução do 25 de abril de 1974.

As principais causas desta revolução a nível nacional prenderam-se com os grupos


poderosos do capital industrial e financeiro, que ameaçavam as pequenas e médias
empresas, o que colocava a pequena e média burguesia numa posição difícil. A guerra
colonial, que durou até 1961, além de ferir o prestígio das Forças Armadas destruía
também a riqueza do Estado. Com o prejuízo das classes mais desfavorecidas, a inflação
alastrava e a oposição democrática atacava o Estado Novo como causa da crise.
A nível internacional, o capitalismo ocidental atravessava uma crise de grandes
repercussões mundiais que se traduzia na subida dos preços dos combustíveis, no
aumento de desemprego e na crescente inflação. Assim, Portugal era considerado pelos
regimes políticos democráticos ocidentais, como um regime de autoritarismo
ultrapassado.
O golpe militar, conduzido pela MFA, pôs termo ao regime do Estado Novo,
abrindo caminho para a resolução do problema da guerra colonial e para a
democratização e desenvolvimento do país. O programa deste movimento introduzia as
seguintes medidas: a destituição das autoridades do Estado Novo, a extinção da PIDE-
DGS da legião e da mocidade portuguesa, o controlo económico e financeiro, a
libertação dos presos políticos, o saneamento das forças armadas e militarizadas e a
promoção do movimento de descolonização.
Passou a haver liberdade de expressão, a imprensa tal como as pessoas,
ganharam liberdade de expressão, passou a existir um salário mínimo nacional,
formaram-se muitos partidos políticos, adquiriu-se o direito à greve, as mulheres
ganham o direito ao voto, aparece o divórcio, acaba-se o trabalho infantil, iniciando-se a
escolaridade obrigatória. Estes progressos foram especialmente significativos para as
mulheres, pois deixaram de necessitar da autorização do marido para viajar, por
exemplo, e começaram a ingressar cada vez mais nas universidades e mercado de
trabalho, embora ainda se note desigualdade nos ordenados quando comparados com os
homens. Assim, a maior vitória para a sociedade foi a nova liberdade adquirida.
Em termos culturais, o impacto da revolução trouxe a democratização ao acesso
à cultura e arte, mas também contribuiu, em termos artísticos, para a descoberta das
novas expressões artísticas e a manifestação de técnicas, que antes eram controladas
pelo governo. O ambiente revolucionário que se sentia nas ruas incentivou a
participação dos artistas, numa explosão de arte gráfica.
Assim, a pós-revolução é marcante pelas pinturas murais e os cartazes ligados a
esta transformação política. Estes, na altura, foram uma forma de expressão de grande
impacto e força. Com linguagens estéticas distintas, tinham um propósito maior: a
comunicação. Desde modo, os artistas e a população assumiram um papel de
intervenção através da arte, exprimindo a sua voz que antes era calada. Muitos foram os
livros que a PIDE/DGS proibiu em Portugal, antes da revolução de abril. No país de um
prémio nobel da literatura os escritores tiveram um papel decisivo ao retratar a
sociedade portuguesa e a denunciar as dificuldades dos portugueses.
Antes e depois de abril, os livros continuam a ser o espelho da liberdade.
Podemos destacar o escritor José Saramago que ganhou o prémio nobel da paz em 1998.
O cinema foi um dos alvos privilegiados da censura durante a ditadura. Todos os filmes
estrangeiros eram rigorosamente supervisionados e palavras como “revolução”,
“liberdade” ou mesmo “democracia” eram cortadas. Depois do 25 de abril muitos foram
os cineastas que quiseram filmar a liberdade. Durante a época de opressão, muitos
cantores tentaram exprimir a sua oposição ao regime, através da música. No entanto,
muitas das suas obras foram censuradas. Após o 25 de abril isso terminou, deixando de
haver supervisão de letras de músicas e passou a ser tudo aceite.
Esta democratização inicia-se com a tomada de posse, a 15 de maio de 1974, do
General António de Spínola (1.º presidente da República). Seguido do General
Francisco Gomes da Costa, que toma possa a 30 de setembro do mesmo ano,
abandonado o cargo em julho de 1976. Sucede-lhe o General António Ramalho Eanes,
que toma posse a 14 de julho de 1976, cumprindo 2 mandatos presidenciais
consecutivos (termina em março de 1986).
Foi decretado, em abril de 1976, num clima de transição democrática, o processo
constitucional que levou à consolidação do regime democrático, chamado Constituição
de 1976. Tinha um cariz democrático e pluralista e, foi criada para garantir que toda a
população usufrui-se dos direitos sociais fundamentais, tais como a saúde, educação e
um sistema de segurança social. Devia também possibilitar aos cidadãos a opção de
escolher os representantes das instituições de poder, através de eleições livres e
universais, porque alguns dos princípios que esta constituição defendia era a
universalidade, a gratuitidade e a participação, ou seja, todos os cidadãos tinham o
direito de votar e participar, de forma direta e ativa, na vida política, independentemente
da sua condição económica.
Os órgãos de poder estavam organizados em: poder central (Assembleia da
República e Presidente da República), poder regional (Assembleia Regional e Governo
Regional) e poder local (Assembleia Municipal, Câmara Municipal e Assembleia de
Freguesia).
Em 1985, ainda no governo de Ramalho Eanes, foi assinado o tratado de adesão
à CEE (Comunidade Económica Europeia) para fazer frente aos problemas económicos
e sociais. Em 1986 toma posse o 1.º Presidente civil de Portugal, Dr. Mário Soares,
cumprindo dois mandatos consecutivos, e é durante o seu primeiro mandato que
Portugal adere, juntamente com a Espanha, à União Europeia.
Em março de 1996 toma posse o Dr. Jorge Sampaio, cumprindo dois mandatos
consecutivos, terminando em março de 2006. Sucede-lhe o Dr. Aníbal Cavaco Silva,
que toma posse em março de 2006, cumpre dois mandatos consecutivos e termina em
março de 2016.
Atualmente, a hierarquia do Estado tem no topo o Presidente da República (Dr.
Marcelo Rebelo de Sousa), seguido do Presidente da Assembleia da República (Augusto
Santos Silva), o Primeiro-Ministro (António Costa), os Presidentes dos Tribunais de
Justiça (Henrique Araújo) e Constitucional (João Pedro Caupers) e, na base, o
Procurador-Geral da República (Lucília Gago). Portugal encontra-se no seu XXIII
Governo, liderado por António Costa, do Partido Socialista, eleito por maioria absoluta
nas eleições de janeiro de 2022.
O parlamento é formado por 226 deputados, dos quais, foram eleitos 5
deputados do Bloco de Esquerda (BE), 6 deputados do CDU, 1 do Livre, 120 do PS, 1
do PAN, 77 do PSD, 8 da Iniciativa Liberal e 12 do Chega.

Laura Ramos Nº 14
Joana Barros Nº E2
Sara Teixeira Nº 19
Tânia Botelho Nº 27
Joana Corvo Nº 24
Carina Valente Nº 5
Carina Ascensão Nº E1
Madalena Pinto Nº 31
Creusa Paulo Nº 23

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