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Escola Cardeal Costa Nunes

História
2013/14

25 de Abril de 1974

I S
R
CH
Pre-Revolução
Desde o fim do Estado Novo, Portugal foi governado pelo Ministro das
Finanças, Salazar, que mais tarde se tornou Primeiro-Ministro. Ele
acabou por concentrar em si todos os poderes e criar um clima de
pobreza, descontentação e falta de liberdade no País.

Nas escolas adotaram-se livros que transmitiam os valores do Estado


Novo e as crianças entre os 11 e os 14 anos eram obrigados a fazer
parte da Mocidade Portuguesa, que era uma organização juvenil que
pretendia desenvolver a devoção à Pátria, o respeito pela ordem e o
culto ao chefe.
A Legião Portuguesa era uma organização paramilitar que pretendia
defender o regime salazarista e combater o comunismo.
O Salazarismo
Salazar foi Ministro das Finanças e ajudou a manter uma balança comercial favorável
em Portugal, no entanto recorreu ao aumento de impostos e à redução das despesas
públicas.
O sucesso da sua política converteu-o no “Salvador da Nação”, com o intuito de
construir um estado forte, que garantisse ordem e submisso ao governo.
Assim, Salazar torna-se o chefe e substitiu o pluralismo partidário por um só partido,
defendia a preservação dos valores tradicionais (Deus, Pátria e Família) e optou pelo
imperalismo colonial e pelo nacionalismo económico.
Em 1932 torna-se Primeiro-Ministro o que levou-o a preparar uma nova Constituição
basiada nas regras do fascismo impostas por Salazar.
A Censura
Salazar limitou os direitos e liberdades dos cidadãos, instaurando a censura em todo o
país.
A censura instalou-se em todos os meios de comunicação como os jornais, a rádio, a
televisão, teatro e cinema, pois consideravam divulgação perigosa que poderia fazer o
povo revoltar-se.
A partir desta altura ninguém podia contradizer o regime de Salazar senão iam presos
pela PIDE, que era um polícia política que acabava por torturar ou até mesmo matar.
Os informadores da PIDE estavam em todo o lado e nunca se sabiam quem eram.
Estas medidas permitiram a ordem nas ruas e a consolidação do poder de Salazar.
Os Três F’s
Futebol, Fado e Fátima.
Salazar achava que se a população estivesse ocupada a rezar, ver um jogo de futebol
ou a assistir a um concerto não estaria a dizer mal Do regime.

A ideologia salazarista caracterizava-se pelo culto a Deus, a nacionalização e o


repeito pelo chefe de família.
As casas deviam ser simples, arrumadas e com adornos tradicionais como toalhas
bordadas e utensílios feitos de barro e madeira.
O pai deve ser sempre cumprimentado quando chega a casa do trabalho e a comida
deve estar pronta. A comida baseava-se em pão e vinho.
Nas escolas os professores eram extremamente respeitados e rezava-se sempre por
Salazar (havia uma foto sua em todas as salas e ao lado a bandeira portuguesa).
O País
No início dos anos 60, os movimentos defensores da independência das colónias
começaram a fazer ouvir-se o que provocou uma Guerra Colonial, originando
imensos mortos e feridos. No entanto Salazar nunca se atreveu a recuar.
Em Setembro de 1968, Salazar sofre um traumatismo craniano imposibilitando-o
de continuar o governar o país, sendo substituido por Marcelo Caetano.
A partir daí a censura e a PIDE abrandaram e os exilados regressaram aa
Portugal.
Estes acontecimentos possibilitaram a esperança da população para a liberdade.
A Revolução do 25 de
Abril de 1974
A Revolução dos cravos, a 25 de Abril de 1974 iniciou um processo que viria a terminar com a
implantação de um regime democrático e com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de abril de
1976.
No dia 24 de abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala
secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa.
Às 22h 55m é transmitida a canção E depois do Adeus, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores
Associados de Lisboa.
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O segundo sinal é dado às 0h20 m, quando a canção Grândola, Vila Morena de
Zeca Afonso é transmitida pela Rádio Renascença que confirma o golpe e marca o
início das operações.
Na Escola Prática de Cavalaria partem de Santarém as tropas lideradas por
Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço é ocupado às primeiras horas da manhã.
Salgueiro Maia move, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo
onde se encontra o chefe do governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se
rende, deixano António de Spínola encarregue pelo governo. Marcelo Caetano
parte, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.
No rescaldo dos confrontos morrem quatro pessoas, quando elementos da polícia
política (DGS) disparam sobre um grupo que se manifesta à porta das suas
instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa
A liberdade é proclamada com o fim do ditadura salazarista e o povo sai à rua.
A rádio
A revolução que conduziu Portugal à democracia começou com a apropriação dos meios de
comunicação social, Rádio clube Português, Emissora Nacional e RTP, pelos militares do
Movimento das Forças Armadas (MFA).
Tudo começou quando o locutor João Paulo Dinis, dos Emissores Associados de Lisboa, de
acordo com as instruções recebidas de Otelo Saraiva de Carvalho, 5 minutos antes das 23
horas, do dia 24 de Abril de 1974, pôs a tocar a música “E depois do Adeus”, de Paulo de
Carvalho. Era o sinal para as tropas avançarem.
Às 0h25 a Rádio Renascença pôs no ar a canção “Grândola Vila Morena”, da autoria de Zeca
Afonso. Era a confirmação de que tudo estava a correr como o planeado.
Por volta das 3 da madrugada já os outros órgãos de comunicação estavam em poder dos
militares e eram lidos constantemente comunicados que apelavam às pessoas para se manterem
em casa, com calma, à espera de notícias sobre a revolução que tinha sido desencadeada pelos
militares para porem fim ao Regime.
Pos-Revolução
Em 1976 formou-se uma Nova Constituição que garantiu as liberdade de
expressão, opinião e reunião, igualdade perante a lei, direito ao voto, direito à
educação, direito ao trabalho e à greve.
Os órgãos de soberania são o Presidente da República, a Assembleia da
República, o Governo e os Tribunais.
Criaram-se as Juntas de Freguesia e as Câmaras Municipais e as Regiões
Autónomas dos Açores e da Madeira que possuem órgãos de governo próprios.
Portugal adere à Comunidade Económica Europeia que permitiu ao país
modernizar-se após uma crise gerada nos anos 70 e que também contou com a
diminuição da inflação, aumento das exportações e a descida da dívida externa.
Democratização, Descolonização e
Desenvolvimento
No Programa do MFA constava que era necessário descolonizar, o que não era uma solução militar mas política. A partir de Julho de 1974,
iniciaram-se negociações com as colónias para promover a sua independência. Pouco tempo depois a Guiné, Moçambique, Cabo Verde,
Angola e São Tomé e Príncipe tornaram-se 5 países independentes.

Em Maio de 1974 formou-se o primeiro governo provisório que tinha como Presidente da República António de Spínola e Primeiro-Ministro
Palma Carlos. A partir da instauração desta medida houve instabilidade no governo até às eleições. No Verão d 1974 gerou-se um período de
agitação por parte da população e dos comunistas. Com as manifestações e greves os representantes do PS e do PPD abandonaram o governo
dando lugar a um país governado por comunistas.
Apesar da instabilidade, a 25 de Abril de 1975 realizaram-se eleições para a Assembleia Constituinte, acabando por ser feita uma Constituição
Democrática que foi aprovada a 2 de Abril de 1976.
FIM.
Presos Políticos
Os prisioneiros políticos que se destacaram foram Mário Soares e Álvaro Cunhal.
Estes foram detidos porque defendiam ideias contra o regime salazarista e eram
consideradas ameaças para o regime.
Grande parte dos presos políticos viviam na miséria e chegavam mesmo a ser
torturados e mortos.
Havia a Prisão do Aljube, Prisão de Caxias , Prisão de Peniche e a Prisão da PIDE
no Porto.

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