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25 de Abril

O tema que nos propomos apresentar, por considerarmos ser actual e muito enriquecedor
para a formação pessoal e académica é a Revolução de 25 de abril de 1974.

A Revolução de 25 de Abril, também conhecida como  Revolução dos


Cravos ou Revolução de Abril,  refere-se a um evento da história de Portugal,  resultante do
movimento político e social, ocorrido a 25 de abril de 1974, que veio pôr fim ao regime
ditatorial do Estado Novo, que imperava até esse momento.

A Revolução foi liderada por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA),
composto na sua maior parte por capitães como, por exemplo: Salgueiro Maia e Otelo Saraiva
de Carvalho, que tinham participado na Guerra Colonial e que tiveram o apoio da maioria
oficiais.

No dia 25 de Abril de 1974, os militares das Forças Armadas tinham como grande objectivo,
fazer um golpe de Estado e derrubar a ditadura de Marcello Caetano, sucessor de António de
Oliveira Salazar.
Ocuparam, então, a Rádio Clube Português para que pudessem comunicar com todos os
populares as suas intenções: que Portugal voltasse a ser uma democracia, com eleições,
direitos e liberdades que haviam sido retiradas por Salazar.

Assim, o Movimento das Forças Armadas decide confiar a direção do país à Junta de
Salvação Nacional, que assumiu os poderes dos órgãos do Estado. E a 15 de maio de 1974,
o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República.
O cargo de primeiro-ministro foi atribuído a Adelino da Palma Carlos.

Posteriormente, seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido


como o PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado por manifestações, ocupações,
governos provisórios, nacionalizações e confrontos militares que terminaram com o 25 de
novembro de 1975.

Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para


a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de abril de 1976, o mesmo dia
das primeiras eleições legislativas da nova República.
Na sequência destes eventos foi instituído, em Portugal, um feriado nacional, no dia 25 de
abril, denominado como o "Dia da Liberdade".

De facto, o “25 de abril” constitui um marco muito importante no século XX. A vida dos
portugueses transformou-se completamente em todas as vertentes: social, politica, económica
e cultural, recuperando-se o direito à Liberdade.

Neste contexto, muitos poetas têm cantado a Liberdade, por exemplo:

Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'O Nome das Coisas':

25 de Abril
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo

Manuel Alegre, in ´Poemas de Abril´

Abril de Abril
Era um Abril de amigo Abril de trigo
Abril de trevo e trégua e vinho e húmus
Abril de novos ritmos novos rumos.
Era um Abril comigo Abril contigo
ainda só ardor e sem ardil
Abril sem adjectivo Abril de Abril.
Era um Abril na praça Abril de massas
era um Abril na rua Abril a rodos
Abril de sol que nasce para todos.
Abril de vinho e sonho em nossas taças
era um Abril de clava Abril em acto
em mil novecentos e setenta e quatro.
Era um Abril viril Abril tão bravo
Abril de boca a abrir-se, Abril palavra
esse Abril em que Abril se libertava.
Era um Abril de clava Abril de cravo
Abril de mão na mão e sem fantasmas
esse Abril em que Abril floriu nas armas.
De igual modo, este tema tem sido e continua a ser celebrado por muitos artistas (músicos,
pintores, escultores, atores, realizadores…) e até em várias instituições (Câmaras Municipais,
Associações, Escolas e outras colectividades). Contudo, as canções mais marcantes são,
sem dúvida, «Grândola, vila morena», de Zeca Afonso e «E depois do Adeus», de Paulo de
Carvalho, pois enquanto o golpe de estado decorria, os militares, que também tinham
ocupado a Rádio Nacional, punham no ar todas estas músicas que a ditadura não gostava,
nem permitia, devido à censura.

De facto, enquanto os militares ocupavam a rádio, uma coluna militar com tanques,
comandada pelo Capitão Salgueiro Maia, partiu de Santarém e marchou em direcção à
Grande Lisboa. Chegando à Capital, o Capitão e a sua coluna militar circundaram o quartel da
GNR do Carmo, onde se encontrava refugiado Marcello Caetano.

Durante este dia, as tropas foram-se reunindo e, juntamente com os populares, as Forças
Armadas cercaram Marcello Caetano, obrigando-o a render-se!

Nas espingardas, em vez de balas, colocaram cravos vermelhos, que eram as flores da época
que as floristas vendiam pelas ruas da cidade de Lisboa. E é desta forma que, as ruas, a
tristeza dá lugar à alegria! E, em Portugal, em vez de censura, iniciou-se a Liberdade! O
renascer da vida e a mudança!
E ao fim de 48 anos terminava, então, a ditadura mais longa da Europa Ocidental do século
XX.

No trabalho de pesquisa que fizemos para este trabalho, encontrámos a informação de que,
entre 1960 e 1973, mais de um milhão e meio de portugueses abandonou o país, optando
pela emigração sobretudo para França, Suíça e Alemanha, fugindo da guerra e da vida pobre
a que Salazar chamava “humilde”. Portugal ocupava na Europa um lugar cimeiro nos mais
baixos salários. E a guerra absorvia anualmente 30% a 40% do Orçamento do Estado. 

Para ilustrar toda esta realidade, existe o filme Capitães de Abril , que é um  drama e ficção
histórica, realizado pela atriz Maria de Medeiros. A história do filme é baseada no golpe de
estado militar que ocorreu em Portugal no dia 25 de Abril de 1974 e presta homenagem aos
jovens soldados que resgataram a sua pátria desse tempo obscuro, destacando-se Salgueiro
Maia.
Neste trabalho, destacamos, também, uma exposição que ocorreu, em Oeiras, no museu
Palácio do Egito, durante o mês de abril deste ano, 2019, no âmbito das comemorações do
quadragésimo aniversário do 25 de Abril.

A exposição foi promovida pela Câmara Municipal de Oeiras e contou com a curadoria da
historiadora Raquel Varela, que foi responsável pela organização deste evento cultural, o qual
tinha o seguinte mote: ´Quando mudamos um país ele muda-nos com ele’.

A exposição convidava a uma reflexão sobre o 25 de Abril, de cariz popular, social e cultural.
Aqui, foi relembrado um país analfabeto, atrasado e retrógrado, onde as pessoas eram
submissas, medrosas e impotentes. O 25 de Abril abriu as portas a que elas se
transformassem.

Segundo a historiadora, o distanciamento entre gerações é cada vez mais marcante. Os mais
novos, por exemplo, olham como se fosse algo que está lá muito longe no tempo. E, afinal, só
passaram ainda 45 anos.

Nesta exposição, também era possível observar em muitas fotografias o problema social que
Oeiras enfrentou: as barracas. Contudo foi o primeiro concelho a acabar com elas, mas isso
só foi possível ocorrer nos anos 90.

Só por curiosidade, em Oeiras, havia zonas onde não havia saneamento básico. Em muitas
freguesias, havia somente uma torneira de água potável para servir mais de 1500 pessoas.
Isto em 1974, mesmo ao lado de Lisboa.

Outra curiosidade é que vários militares do MFA e do Movimento de Capitães viviam aqui no
concelho de Oeiras, entre eles o comandante operacional Otelo Saraiva de Carvalho.

A exposição contou com a visita de muitos oeirenses e outros cidadãos. Também foram
muitas as escolas e instituições que tiveram a oportunidade de apreciar este evento que
retratou a vida portuguesa nestes últimos 48 anos.
O tema do 25 de Abril faz parte da nossa História e com ele aprendemos que o ser humano é
detentor das suas ideologias, crenças e valores. Tem a livre e plena capacidade de pensar. O
pensamento transforma-se na verdadeira arma para alcançar a liberdade. Aqui, recordamos
os grandes humanistas, onde o Homem passa a ser considerado a medida de todas as
coisas, ou os grandes iluministas, como Kant e John Locke, que defendiam a Liberdade, a
Tolerância, a Fraternidade, o Progresso e um Governo Constitucional.

Hoje é possível viver em plena liberdade e em condições mais dignas e humanas, do que em
74, assistindo a um crescendo na esfera humana, social, cultural, económica e política. As
orientações governamentais dos países da Europa e dos direitos contemplados nas Nações
Unidades e UNICEF apontam neste caminho, na construção de um mundo melhor. No
entanto, não podemos confundir Liberdade com Libertinagem e faltas de respeito.
Relembramos, ainda, a génese do vocábulo, que teve origem no Latim - Libertas –
significando, em geral, a condição daquele que é livre, capacidade de agir de si mesmo,
autodeterminação, independência…

Algumas curiosidades:

Sabias que…

- A Ponte 25 Abril antes da revolução se chamava Ponte de Oliveira Salazar?


- Em Portugal, a escola só era obrigatória até à 4ª classe?
- As aulas iniciavam-se com o Hino Nacional?
- Não se podia pintar, cantar, desenhar de forma livre!
- Foram proibidos pela censura mais de 900 livros!
- A tropa era obrigatória!

Conclusão:
E é desta forma que concluímos a apresentação do nosso trabalho. Esperemos que tenham
aprofundado um pouco mais os vossos conhecimentos sobre o 25 de Abril.

Defendemos ser primordial o conhecimento da história do nosso país.


Neste caso, da história recente, para que a possamos interrogar e aprendermos com os seus
erros, evitando que os mesmos se repitam.

As pessoas são e serão sempre os atores da sua própria história! E é esta a mensagem que
vos deixamos. Obrigada Pela vossa atenção!

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