Reunião realizada entre 22 e 26 de janeiro de 1945 em São Paulo, promovida pela Associação Brasileira de Escritores (ABDE). Teve por objetivo lutar contra a censura e a ditadura varguista do Estado Novo, em prol da redemocratização do país.
Reunião realizada entre 22 e 26 de janeiro de 1945 em São Paulo, promovida pela Associação Brasileira de Escritores (ABDE). Teve por objetivo lutar contra a censura e a ditadura varguista do Estado Novo, em prol da redemocratização do país.
Reunião realizada entre 22 e 26 de janeiro de 1945 em São Paulo, promovida pela Associação Brasileira de Escritores (ABDE). Teve por objetivo lutar contra a censura e a ditadura varguista do Estado Novo, em prol da redemocratização do país.
Reunião realizada entre 22 e 26 de janeiro de 1945 em São Paulo, promovida
pela Associação Brasileira de Escritores (ABDE). Teve por objetivo lutar contra a censura e a ditadura, em prol da redemocratização do país. Em março de 1942, por iniciativa de escritores contrários ao regime instalado em 10 de novembro de 1937, foi fundada no Rio de Janeiro a ABDE. Entre seus fundadores figuravam os escritores Otávio Tarquínio de Sousa (seu primeiro presidente), Sérgio Buarque de Holanda, Astrojildo Pereira, Graciliano Ramos e José Lins do Rego, do Rio de Janeiro; Sérgio Milliet, Mário Neme, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Abguar Bastos, Lourival Machado, Paulo Emílio Sales Gomes e Antônio Cândido de Melo e Sousa, de São Paulo, e Dionélio Machado, Érico Veríssimo, Reinaldo Moura e Raul Riff, do Rio Grande do Sul. Durante o segundo semestre de 1944, a ABDE, incentivada por Jorge Amado, Aníbal Machado, Oswald de Andrade e outros, decidiu realizar seu primeiro congresso. A organização do encontro coube à seção paulista da associação, coordenada por Sérgio Milliet. Propondo como temas de debate “a democratização da cultura”, “a criação literária e a liberdade”, “o escritor e a luta contra o fascismo”, o I Congresso Brasileiro de Escritores teve sua mesa diretora composta por Aníbal Machado (presidente), Sérgio Milliet, Dionélio Machado, Murilo Rubião e Jorge Amado (vice-presidentes), Francisco de Assis Barbosa, Mário Neme, Lia Correia Dutra, Oto Lara Resende, Cristiano Cordeiro, Alberto Passos Guimarães e Justino Martins (secretários). O congresso teve cinco comissões: de assuntos políticos, de direitos autorais, de cultura e assuntos gerais, de teatro, cinema e rádio, e de redação e coordenação. Contou com a participação de mais de duzentos intelectuais representativos dos estados brasileiros, além de convidados estrangeiros, entre os quais se destacaram Pierre Monbeig, Georges Bernanos e Roger Bastide, da França, Jaime Cortesão, de Portugal, e Antonio Picarollo, da Itália. Fizeram-se representar ainda instituições culturais e profissionais como a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais, a Sociedade Amigos de Alberto Torres, o Conselho Bibliotecário de São Paulo, a Academia Carioca de Letras, a Academia Paulista de Letras, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais, a União Nacional dos Estudantes, o Pen Clube do Brasil, o Liceu Literário Português e a Sociedade dos Homens de Letras do Brasil. Durante o conclave foi elaborada uma declaração de princípios, redigida por José Eduardo Prado Kelly, Caio Prado Júnior, Alberto Passos Guimarães e Hermes Lima, na qual eram defendidos os seguintes pontos: 1) a legalidade democrática como garantia da completa liberdade de expressão do pensamento, da liberdade de culto, da segurança contra o temor da violência, e do direito a uma existência digna; 2) a instalação de um governo eleito pelo povo mediante o sufrágio universal direto e secreto; 3) o pleno exercício da soberania popular em todas as nações como forma de garantir a paz e a cooperação internacional, assim como a independência econômica dos povos. O congresso considerou também urgente a necessidade de se ajustar a organização política do Brasil aos princípios democráticos pelos quais lutavam na época as forças armadas brasileiras e os Aliados. O I Congresso Brasileiro de Escritores não só representou uma das primeiras manifestações do processo de redemocratização do país, que então se iniciava, como constituiu um momento significativo da história da cultura brasileira, permitindo o confronto entre as diversas tendências e posições da intelectualidade. A partir da discussão sobre a função social do escritor e seu dever moral perante a sociedade, foi-lhe atribuído um papel importante na luta contra o fascismo, em prol da democracia. Para muitos dos escritores participantes, como Guilherme Figueiredo, Odilo Costa Filho e Mário de Andrade, o papel do escritor era o de “voz de consciência social” e de “captador das aspirações populares”. Durante o congresso, os artistas plásticos Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Oswald de Andrade Filho, Carlos Prado, Lasar Segall, Marcelo Grassmann e Pancetti fizeram uma exposição de seus trabalhos, representativos de uma nova concepção de arte. Alzira Alves de Abreu
FONTES: CARONE, E. Estado; CONG. BRAS. ESCRITORES, I; Diário da Noite,
Recife (23 e 25/1/45); Diário de São Paulo (24/1/45); Folha da Manhã, São Paulo (24/1/45); Folha da Noite (23 e 24/1/45); MOTA, C. Ideologia.
Négritude em Questão: Das Multiplicidades e Conceitualizações Do Movimento Por Ocasião Do Primeiro Congresso Internacional de Escritores e Artistas Negros (1956) - Raissa Brescia Dos Reis
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