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Capacidade Profissional

Normas técnicas de exploração

COMPÊNDIO DE FORMAÇÃO

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Capacidade Profissional Normas técnicas de
exploração
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Índice
Introdução .................................................................................................................................................... 5
Objetivos ...................................................................................................................................................... 6
1. Normas relativas aos pesos e dimensões ............................................................................................. 7
1.1. Pesos e dimensões ...................................................................................................................... 8
1.1.1. Peso máximo autorizado dos veículos. ................................................................................... 8
1.1.2. Transporte de material lenhoso, papel, pasta de papel e produtos cerâmicos ..................... 9
1.1.3. Massa máxima autorizada das máquinas ............................................................................. 11
1.1.4. Massa máxima autorizada rebocável ................................................................................... 11
1.1.5. Massa máxima autorizada rebocável dos tratores agrícolas ................................................ 13
1.2. Dimensões máximas dos veículos ............................................................................................. 15
1.2.1. Largura máxima dos veículos ................................................................................................ 15
1.2.2. Comprimento máximo dos veículos ..................................................................................... 15
1.2.3. Altura máxima dos veículos .................................................................................................. 16
1.2.4. Altura mínima do relevo dos pneus ...................................................................................... 16
1.2.5. Tipos de refletores obrigatórios nos veículos ....................................................................... 16
1.2.6. Marcação de conspicuidade ................................................................................................. 18
1.3. Transportes excecionais ............................................................................................................ 18
1.3.1. Definições ............................................................................................................................. 18
1.3.2. Restrições ............................................................................................................................. 19
1.3.3. Restrições à circulação ......................................................................................................... 21
2. Determinação dos veículos a utilizar .................................................................................................. 23
2.1. Quadro e carroçaria .................................................................................................................. 23
2.2. Motor ........................................................................................................................................ 24
2.3. Transmissão .............................................................................................................................. 25
2.3.1. Embraiagem .......................................................................................................................... 26
2.3.2. Caixa de velocidades............................................................................................................. 26
2.3.3. Diferencial............................................................................................................................. 26
2.4. Sistema de travagem ................................................................................................................ 27
2.4.1. Travão de serviço .................................................................................................................. 27
2.4.2. Travão de estacionamento ................................................................................................... 27
2.4.3. ABS ........................................................................................................................................ 27
2.4.4. ESP (Electronic Stability Program) ........................................................................................ 28
2.4.5. A tecnologia "Bluetec ........................................................................................................... 29
2.4.6. Motoros equipados com Norma Euro .................................................................................. 29
3. Formalidades relativas ao controlo dos veículos ............................................................................... 30

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3.1. Equipamentos ........................................................................................................................... 30


3.1.1. Tacógrafo .............................................................................................................................. 30
3.1.2. Limitador de velocidade ....................................................................................................... 32
3.1.3. INSPEÇÕES TÉCNICAS DOS VEÍCULOS ................................................................................... 33
4. Medidas ambientais ........................................................................................................................... 35
4.1. Resultantes da condução .......................................................................................................... 36
4.2. Medidas legais .......................................................................................................................... 37
4.2.1. GEE – Gases de Efeito de Estufa ........................................................................................... 37
5. Planos de manutenção ....................................................................................................................... 39
6. Dispositivos de movimentação e de carregamento ........................................................................... 40
7. Técnicas de Transporte Intermodal / combinado .............................................................................. 41
7.1. Diferenças da Intermodalidade e da Multimodalidade: ........................................................... 42
8. Transporte de mercadorias perigosas ................................................................................................ 43
Figura: Transporte de gasolina em cisterna ....................................................................................... 43
8.1. Regulamentação do Transporte de Mercadorias Perigosas ..................................................... 43
8.2. Classificação de Embalagens ................................................................................................... 46
8.3. Grandes Recipiente para Granel – GRG .................................................................................. 46
8.4. Prescrições relativas à formação da tripulação dos veículos ................................................ 47
8.5. Conselheiro de segurança ....................................................................................................... 47
8.6. Disposições Gerais relativas à Carga, à Descarga e ao Manuseamento ................................... 49
8.7. Prescrições a cumprir pela tripulação dos veículos .................................................................. 50
8.8. Equipamento ............................................................................................................................. 51
8.9. Deverá existir a bordo da viatura a seguinte documentação: .................................................. 53
8.10. Ficha de segurança (instruções escritas) .................................................................................. 53
8.11. Inspeções .................................................................................................................................. 53
8.12. Obrigações de segurança dos intervenientes ........................................................................... 54
9. Proteção do Ambiente – Controle da Transferência de resíduos....................................................... 54
9.1. Gestão de Resíduos Hospitalares .............................................................................................. 55
10. Transporte de produtos perecíveis ............................................................................................... 56
10.1. Definição de produto perecível ................................................................................................ 56
10.2. Medidas preventivas ................................................................................................................. 56
10.3. Transporte................................................................................................................................. 58
10.3.1. Veículo Refrigerado – R .................................................................................................... 59
10.3.2. Equipamento refrigerado mecanicamente ...................................................................... 59
10.3.3. Identificação de equipamentos ........................................................................................ 60
10.3.4. Identificação no veículo, a título de exemplo: ................................................................. 61
10.3.5. Validade............................................................................................................................ 61

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10.3.6. Temperaturas de transporte ............................................................................................ 61


10.3.7. Ventilação nos Reboques ................................................................................................. 63
11. Transporte de animais vivos .......................................................................................................... 63
11.1. Definições ................................................................................................................................. 63
11.2. Condições de transporte ........................................................................................................... 66
11.3. Transportadores........................................................................................................................ 67
11.4. Transporte rodoviário de animais em território nacional ......................................................... 67
12. Decreto-Lei nº 257/2007 de 16-07-2007 ...................................................................................... 68
13. Inspeções Extraordinárias ............................................................................................................. 69
14. Bibliografia .................................................................................................................................... 70

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Introdução
Tendo o sector dos transportes absorvido uma parte substancial do esforço de investimento nacional
em infraestruturas, tal não pode ser dissociado do fraco desenvolvimento que as redes nacionais de
transportes registavam à data de adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia e que
determinava importantes défices de acessibilidade interna e de conectividade internacional.

Tal é tanto mais significativo quanto a posição periférica do território nacional, relativamente ao centro
económico da Europa fazia (e faz) da melhoria das acessibilidades a esta área um aspeto essencial para a
integração económica e territorial de Portugal no quadro da União Europeia, assim como para valorizar
e efetivar as oportunidades inerentes à posição geoestratégica do País na fachada Oeste-Atlântica do
continente europeu.

Considerando que o bom funcionamento dos sistemas de transporte constitui uma condição necessária,
ainda que não suficiente, para o desenvolvimento económico e social de qualquer território, suportando
os fluxos materiais de pessoas e mercadorias inerentes às atividades que nele se desenvolvem, importa
relevar que as infraestruturas de transportes, ao funcionarem como elementos fundamentais para a
mobilidade de pessoas e mercadorias, contribuem, em diferentes âmbitos espaciais (local, regional,
nacional e internacional), para uma circulação rápida e eficiente entre os territórios crescentemente
globalizados. Tal tende, assim, a induzir a promoção do crescimento económico pela criação de
condições de suporte ao desenvolvimento da atividade económica.

Para exercer a atividade de Capacidade Profissional importa, antes de mais, compreender o contexto
profissional onde esta atividade é desempenhada e como.
O Módulo de Normas Técnicas de Exploração, irá ensinar competências profissionais enriquecidas e
competências transversais amplas, que garantam uma boa informação sobre conhecimentos exigidos
pelas estâncias competentes e boa rentabilidade do sector de transportes.

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Objetivos
As Normas técnicas de exploração, têm como objetivo o seguinte:

Conhecer as regras relativas aos pesos e às dimensões dos veículos nos Estados membros, bem como os
procedimentos relativos aos transportes excecionais que constituem derrogações a essas regras;

Ser capaz de escolher em função das necessidades da empresa os veículos e os seus elementos (quadro,
motor, órgãos de transmissão, sistemas de travagem, etc.);

Conhecer as formalidades relativas à receção, matrícula e controlo técnico dos veículos;

Ser capaz de estudar as medidas a tomar contra a poluição do ar pelas emissões dos veículos a motor e
contra ruído;

Ser capaz de elaborar planos de manutenção periódicos dos veículos e do seu equipamento;

Conhecer os diferentes tipos de dispositivos de movimentação e de carregamento (plataformas


traseiras, contentores, paletas, etc.), procedimentos e instruções relativos às operações de carga e
descarga das mercadorias (distribuição da carga, empilhamento, estiva, fixação, etc.);

Conhecer técnicas do transporte combinado (rodoferroviário ou ro -ro);

Ser capaz de pôr em prática os procedimentos destinados a dar cumprimento às regras relativas ao
transporte de mercadorias perigosas e de resíduos, procedimentos destinados a dar cumprimento às
regras decorrentes das Diretivas n.os 94/55/CE, e 96/35/CE e do Regulamento (CEE) n.º 259/93;

Ser capaz de aplicar os procedimentos destinados a dar cumprimento, nomeadamente, às regras


decorrentes do acordo relativo aos transportes internacionais de produtos alimentares perecíveis e aos
equipamentos especializados a utilizar nestes transportes (ATP);

Ser capaz de aplicar os procedimentos destinados a dar cumprimento à regulamentação relativa ao


transporte de animais vivos.

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1. Normas relativas aos pesos e dimensões


O Decreto-Lei n.o 99/2005, de 21 de Junho, aprovou o Regulamento Que Fixa os Pesos e as Dimensões
Máximos Autorizados para os Veículos em Circulação, transpondo para o ordenamento jurídico interno
a Diretiva n.o 2002/7/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de Fevereiro.

Homologação Veículos

Título
A homologação é o ato através do qual a autoridade nacional competente ou de outro Estado membro
da União Europeia certifica que um modelo de veículo está em conformidade com os requisitos técnicos
estabelecidos na legislação e que foi submetido aos ensaios e controlos exigidos, (Em Portugal a
Autoridade Competente é IMT).

A homologação pode ser:


• De modelo, se for válida para um número ilimitado de veículos do mesmo modelo.
• De pequena série, se for válida para um número limitado de veículos.
• Individual, se for válida apenas para um veículo.

Consoante o respetivo âmbito de validade as homologações de veículos podem ser:


• Nacionais, quando são válidas apenas para o território nacional;
• CE, quando são válidas em toda a União Europeia.

Para efeitos de homologação, a classificação europeia de automóveis é a seguinte:

Categoria Definição
M M1 - Veículos concebidos e construídos para o transporte
de passageiros com oito lugares sentados no máximo, além
Veículos a motor concebidos e do lugar do condutor
construídos para o transporte de M2 - Veículos concebidos e construídos para o transporte
passageiros com, pelo menos, quatro de passageiros, com mais de oito lugares sentados além do
rodas lugar do condutor e uma massa máxima não superior a 5 t
M3 - Veículos concebidos e construídos para o transporte
de passageiros, com mais de oito lugares sentados além do
condutor e uma massa máxima superior a 5 t
N N1 - Veículos concebidos e construídos para o transporte de
mercadorias com massa máxima não superior a 3,5 t
Veículos a motores concebidos e N2 - Veículos concebidos e construídos para o transporte de
construídos para o transporte de mercadorias com massa máxima superior a 3,5 t mas não
mercadorias com, pelo menos, quatro superior a 12 t
rodas N3 - Veículos concebidos e construídos para o transporte de
mercadorias com massa máxima superior a 12 t

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1.1. Pesos e dimensões


1.1.1. Peso máximo autorizado dos veículos.
O peso máximo dos veículos está estabelecido por lei e visa, por um lado, garantir uniformidade dos
veículos em circulação e, por outro lado, criar critérios de circulação perante as infraestruturas físicas
das redes viárias.

Assim estabelece-se o seguinte:


Peso máximo para os diversos veículos:

Tipo de Veículos Limites de Peso

Veículo de 2 eixos 19 toneladas

Veículo de 3 eixos 26 toneladas

Veículo de 4 ou mais eixos 32 toneladas

Conjunto de veículo trator/semirreboque de 3 eixos 29 toneladas

Conjunto de veículo trator/semirreboque de 4 eixos 38 toneladas

Conjunto de veículo trator/semirreboque de 5 ou mais eixos 40 toneladas

Conjunto de veículo trator/semirreboque de 5 ou mais eixos 44 toneladas


transportando 2 contentores ISO de 20 ou uma ISO de 40

Automóveis pesados de passageiros articulados de 3 eixos 28 toneladas

Automóveis pesados de passageiros articulados de 4 ou mais eixos 32 toneladas

Conjunto veículo a motor/reboque de 3 eixos 29 toneladas

Conjunto veículo a motor/reboque de 4 eixos 37 toneladas

Conjunto veículo a motor/reboque de 5 ou mais eixos 40 toneladas

Conjunto veículo a motor/reboque de 5 ou mais eixos, 44 toneladas


transportando 2 contentores ISO de 20

Reboques de 1 eixo 10 toneladas

Reboques de 2 eixos 18 toneladas

Reboques de 3 ou mais eixos 24 toneladas

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Com exceção dos reboques agrícolas, a massa autorizada do reboque não pode ser superior a uma vez e meia a
massa máxima autorizada do veículo trator.

1.1.2. Transporte de material lenhoso, papel, pasta de papel e


produtos cerâmicos
Considerando a grande importância para a economia nacional das atividades ligadas ao transporte de
material lenhoso, o Decreto-Lei n.º 131/2006, de 11 de Julho, procedeu à alteração do citado
Regulamento no sentido de prever a possibilidade de veículos de cinco ou mais eixos que transportem
exclusivamente material lenhoso atinjam o peso bruto máximo, para o conjunto veículo a motor-
reboque, de 60 t.

Podem circular com peso máximo autorizado de 60 toneladas os veículos a motor-reboque com 5 ou
mais eixos que efetuem exclusivamente material lenhoso, nomeadamente toros de madeira e similares,
provenientes de explorações florestais e ainda papel, pasta de papel e produtos cerâmicos, em carga
não contentorizada ou contentorizada em dois contentores ISSO de 20’ ou um contentor ISO de 40’,
desde que tenham origem ou destino num porto nacional.

Os conjuntos a que se refere o número anterior devem obrigatoriamente dispor de sistemas de


travagem ABS, conforme o disposto no Regulamento da Homologação do Sistema de Travagem dos
Automóveis e Seus Reboques, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 195/2000, de22 de Agosto, com a
alteração conferida pelo Decreto- Lei n.º 72-E/2003, de 14 de Abril.

Por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da administração interna e
dos transportes pode ser restringida a circulação dos conjuntos a que se refere o número anterior nas
vias em que devido ao seu traçado a circulação destes conjuntos não se mostre adequada, bem como
nos períodos de maior intensidade de trânsito.

É admitida a circulação de conjuntos formados por um automóvel de mercadorias e um semirreboque,


adaptado por construção ao transporte de material lenhoso, ligados através de um elemento rebocado
(dolly), devendo respeitar-se o seguinte:

• Comprimento máximo do conjunto— 25,25 metros;


• As dimensões máximas do veículo a motor e do semirreboque considerados individualmente
não podem exceder o fixado anteriormente.

«Dolly» dispositivo equipado com um sistema mecânico de engate destinado a converter um


semirreboque num reboque.

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1.1.3. Massa máxima autorizada das máquinas


A massa máxima autorizada das máquinas com motor ou rebocáveis ou ainda seus conjuntos, com 5 ou
mais eixos, quando em circulação é de 60 toneladas.

Peso Bruto (veículo) = Tara (veículo) + Peso da carga transportada

Máximos por eixo das máquinas são os seguintes:

Máximo por eixo das máquinas Limite de Peso

Massa máxima autorizada para um eixo simples da frente 7,5 toneladas

Massa máxima autorizada para um eixo simples não motor 10 toneladas

Massa máxima autorizada para um eixo simples motor 12 toneladas

Massa máxima autorizada para um eixo duplo não motor com 12 toneladas
distância entre eixos inferior a 1 metro

Massa máxima autorizada para um eixo duplo não motor com 17 toneladas
distância entre eixos de 1 a 1,29 metros.

Massa máxima autorizada para um eixo duplo não motor com 19 toneladas
distância entre eixos de 1,3 a 1,79 metros.

Massa máxima autorizada para um eixo duplo não motor com 20 toneladas
distância entre eixos superior a 1,8 metros.

Massa máxima autorizada para um eixo triplo não motor com 21 toneladas
distância entre os dois eixos externos inferior a 2,6 metros.

Massa máxima autorizada para um eixo triplo não motor com 24 toneladas
distância entre os dois eixos externos igual ou superior a 2,6
metros.

1.1.4. Massa máxima autorizada rebocável


A massa máxima rebocável autorizada dos automóveis deve ser a menor das seguintes:

a) A máxima tecnicamente admissível, estabelecida com base na construção e desempenho do


veículo e/ou na resistência do dispositivo mecânico de engate;

b) Metade da tara do automóvel, não podendo exceder 750 Kg nos veículos destinados a atrelar
reboques sem travão de serviço;

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c) O valor da massa máxima autorizada do automóvel, nos veículos ligeiros, destinados a atrelar
reboque, equipados com travão de serviço e uma vez e meia a massa máxima autorizada do
automóvel, até ao limite de 3500 kg para os veículos fora de estrada;

d) 3500 Kg nos veículos com massa máxima autorizada superior a 3500 Kg. Destinados a atrelar
reboques equipados com travão de serviço de inércia;

e) Uma vez e meia a massa máxima autorizada do automóvel, nos veículos ligeiros, destinados a
atrelar reboque com sistema de travagem contínuo.

Para além de outros limites legais, os semirreboques devem respeitar ainda o seguinte:

a) A distância máxima entre o eixo da cavilha de engate e a retaguarda do semirreboque é de


12 m;

b) A distância medida horizontalmente entre o eixo da cavilha de engate e qualquer ponto da


dianteira do semirreboque não deve ser superior a 2,04 m.

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1.1.5. Massa máxima autorizada rebocável dos tratores agrícolas


Categoria O: Reboques (incluindo os semirreboques):

Categoria O1: Reboques com massa máxima não superior a 0,75 t;


Categoria O2: Reboques com massa máxima superior a 0,75 t mas não superior a 3,5 t;
Categoria O3: Reboques com massa máxima superior a 3,5 t mas não superior a 10 t;
Categoria O4: Reboques com massa máxima superior a 10 t.

• Categoria O1: Reboques com massa máxima em carga tecnicamente admissível não superior a 0,75
Ton.

Categoria O2: Reboques com massa máxima em carga tecnicamente admissível superior a 0,75 ton. mas
não superior a 3,5 ton.

Categoria O3: Reboques com massa máxima em carga tecnicamente admissível superior a 3,5 ton. mas
não superior a 10 ton.

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Categoria O4: Reboques com massa máxima em carga tecnicamente admissível superior a 10 ton.

No caso de um semirreboque ou reboque de eixo (s) central (is), a massa máxima a considerar para a
classificação do reboque correspondente à carga vertical estática transmitida ao solo pelo eixo ou eixos
do semi--reboque ou reboque de eixo (s) central (is) quando ligado ao veículo trator e quando sujeito à
sua carga máxima.

A massa máxima rebocável autorizada dos tratores agrícolas deve se a menor das seguintes:

a) A máxima tecnicamente admissível, estabelecida com base na construção e


desempenho do veículo e/ou na resistência do dispositivo de engate;

b) 750 Kg nos veículos destinados a atrelar apenas reboques sem travão de serviço;

c) Três vezes a massa autorizada do trator, não podendo exceder 3500 Kg. Nos veículos
destinados a atrelar apenas reboques equipados com travão de inércia;

d) Quatro vezes a massa autorizada do trator, nos veículos com sistema de travagem
hidráulico ou pneumático destinados a atrelar reboques com travões de serviço de
travagem contínua e ou mecânica;

e) Seis vezes a massa máxima autorizada do trator nos veículos com sistema de travagem
hidráulico ou pneumático destinados a atrelar reboques com travões de serviço de
travagem hidráulica ou pneumática.

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Nos conjuntos formados por um veículo a motor e um reboque ou semirreboque a massa autorizada
máxima pode ter os seguintes valores:

a) O constante no documento de identificação do reboque, se esse valor for menor ou


igual à massa autorizada rebocável constante do Documento de Identificação do
veículo trator;
b) O valor da massa máxima autorizada rebocável do veículo trator, se a massa máxima
autorizada constante do documento de identificação

1.2. Dimensões máximas dos veículos


1.2.1. Largura máxima dos veículos

1.2.2. Comprimento máximo dos veículos

Comprimento
Veículos Pesados
Máximo

Veículos a motor de dois ou mais eixos, com exceção dos automóveis 12,00 metros
pesados dos passageiros

Reboques de um ou mais eixos 12,00 metros

Automóveis pesados de passageiros com 2 eixos 13,50 metros

Automóveis pesados de passageiros com 3 ou mais eixos 15,00 metros

Automóveis pesados articulados de passageiros 18,75 metros

Conjunto veículo trator/semirreboque com 3 ou mais eixos 16,50 metros

Conjunto veículo a motor / reboque 18,75 metros

Comboio turístico 18,75 metros

Máquina rebocável ou com motor de propulsão 20,00 metros

Nos Países membros da União Europeia, são iguais os valores máximos permitidos para o comprimento
de veículos a motor, veículos articulados ou de conjuntos rodoviários (12; 16,50 e 18,75 metros), com a
exceção da Suécia, em que esses valores se situam em 24,00 metros.

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1.2.3. Altura máxima dos veículos

Nos veículos de mercadorias com taipais os mesmos têm uma altura mínima de 20 cm e devem ficar
perpendiculares ao solo.

1.2.4. Altura mínima do relevo dos pneus


O piso de todos os pneus, incluindo o de reserva, tem que apresentar em toda a circunferência da zona
de rodagem, desenhos com uma altura mínima nos relevos principais:

• Ligeiros (incluindo reboques): 1,6 mm;


• Pesados (incluindo reboques): 1 mm.

1.2.5. Tipos de refletores obrigatórios nos veículos


Todos os veículos pesados ou conjunto de veículos cujo peso bruto exceda 3.500Kg, ou cujo
comprimento total seja superior a 12m, têm que ser sinalizados com uma placa (modelo 1) ou conjunto
de duas placas (modelo 2) à retaguarda, com as seguintes características:

Modelo nº 1:

Modelo nº 2:

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Se a utilização dos modelos 1 e 2 for impossível, devido às características do veículo, poderão ser
instaladas placas do modelo n.º 3;

Modelo nº 3:

Os veículos ou conjuntos com comprimento superior a 12 m deverão possuir placas dos modelos n.ºs 4
ou 5;

Modelo nº4:

Modelo nº 5:

Modelos nº1 e 2

Amarelo refletor, combinado com vermelho


fluorescente

Modelos n.ºs 4 e 5

- Fundo amarelo refletor


- Bordo vermelho fluorescente
- Inscrição «veículo longo» a preto

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1.2.6. Marcação de conspicuidade


Para a retaguarda:

Marcação na totalidade do contorno do veículo com largura superior a 2,10m das categorias N2 e com
peso bruto superior a 7,5ton., N3 (exceto os quadros-cabinas, veículos incompletos e os tratores para
semirreboques), O3 e O4 (reboques e semirreboques).

Para o lado:

Marcação do contorno parcial do veículo cujo comprimento seja superior a 6m das categorias N2 com
peso bruto superior a 7,5ton., N3 (exceto os quadros-cabinas, veículos incompletos e os tratores para
semirreboques), O3 e O4 (reboques e semirreboques).

COR DA MARCAÇÃO DE CONSPICUIDADE

Na retaguarda – branca, amarela ou vermelha;


Para o lado – branca ou amarela.

1.3. Transportes excecionais

Os transportes especiais de objetos indivisíveis de grandes


dimensões e que excedam as dimensões antes descritas são
enquadrados pelo Regulamento de Autorizações Especiais de
Trânsito (RAET), aprovado pela portaria nº 387/99, de 26 de
Maio, e obedecem a critérios explícitos que necessitam, para
sua total compreensão das definições que se seguem.

TRANSPORTE INTERNACIONAL DE OBJETOS INDIVISIVEIS POSSUI ALGUMA ESPECIFICIDADE QUANTO À


SUA EXECUÇÃO

O transporte internacional de objetos indivisíveis, carece de tantas autorizações quanto o número de


países a atravessar e as regras quanto à sinalização/iluminação do transporte em causa, podem ser
diferentes.

1.3.1. Definições
a) «Autorização anual» a autorização especial de trânsito emitida para um veículo ou conjunto,
com ou sem carga, e válida por um período máximo de um ano;
b) «Autorização ocasional» a autorização especial de trânsito emitida para um veículo ou
conjunto e válida para um único transporte ou para uma única deslocação;
c) «Autorização de curta duração» a autorização especial de trânsito emitida para um veículo ou
conjunto e válida para vários transportes de objetos indivisíveis com as mesmas dimensões e o
mesmo peso, no mesmo itinerário, por um período máximo de seis meses;

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d) «Carro-piloto» o automóvel ligeiro que tem como finalidade indicar aos utentes da via pública
a circulação de um transporte excecional;
e) «Dimensões totais» as dimensões máximas do veículo ou do conjunto, com carga;
f) «Comprimento total» o comprimento máximo do veículo ou do conjunto, com carga;
g) «Largura total» a largura máxima do veículo ou do conjunto, com carga;
h) «Altura total» a altura máxima que o veículo ou conjunto atinge, com carga, a contar do solo;
i) «Limites regulamentares» os limites de peso, peso bruto, peso por eixo, comprimento, largura
ou altura estabelecidos no regulamento previsto no nº 1 do artigo 57º do Código da Estrada;
j) «Transporte excecional» o transporte realizado em veículo ou conjunto de veículos que, em
virtude do transporte de objetos indivisíveis, excede os limites regulamentares ou cuja carga
excede os limites da respetiva caixa;
l) «Veículo excecional» o veículo ou conjunto de veículos que, por construção, excede os limites
regulamentares;
m) «Ponto extremo do veículo à frente» ponto onde um plano vertical e perpendicular ao eixo
longitudinal do veículo toca a frente deste, com o veículo num pavimento horizontal;
n) «Ponto extremo do veículo à retaguarda» ponto onde um plano vertical e perpendicular ao
eixo longitudinal do veículo toca a retaguarda deste, com o veículo num pavimento horizontal.

1.3.2. Restrições
Os transportes excecionais, com autorização anual, não podem exceder qualquer das seguintes
dimensões e peso:

a) Comprimento total: 25,25 m;


b) Largura total: 4 m;
c) Altura total: 4,60
d) Peso bruto: 60 t.

O trânsito de máquinas matriculadas está sujeito a autorização anual sempre que o respetivo peso bruto
seja igual ou inferior a 60 t e excedam qualquer das seguintes dimensões:

a) Em comprimento, 20 m;
b) Em largura, 3 m;
c) Em altura, 4,60 m a contar do solo.

O trânsito de máquinas agrícolas, florestais e industriais não matriculadas está sujeito autorização anual,
salvo se excederem o peso bruto de 40 t ou qualquer das dimensões fixadas no número anterior.

O trânsito de veículos ao abrigo do presente Regulamento deve ser acompanhado por um carro-piloto,
sempre que as dimensões ou dimensões totais excedam qualquer dos seguintes limites:

a) Em comprimento: 25,25 m;
b) Em largura: 3 m.

Salvo em autoestradas e vias reservadas a automóveis e motociclos, o trânsito de veículos ao abrigo do


presente Regulamento deve ser acompanhado por dois carros-piloto sempre que as dimensões ou
dimensões totais excedam qualquer dos seguintes limites:

a) Em comprimento: 30 m;

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b) Em largura: 4 m.

Quando é exigido apenas um carro-piloto, este:

a) Só pode fazer o acompanhamento de um único veículo ou conjunto, salvo em autoestradas ou


vias reservadas a automóveis e motociclos, caso em que o mesmo carro-piloto pode fazer o
acompanhamento de dois veículos;

b) Deve circular à frente do veículo acompanhado, salvo em autoestradas ou vias reservadas a


automóveis e motociclos, caso em que deve circular atrás.

Quando são exigidos dois carros-piloto, deve circular um à frente e outro atrás do veículo ou conjunto
que acompanham.

Os veículos classificados como pronto-socorro estão dispensados do acompanhamento por carro-piloto.

Quando nos transportes efetuados a carga transportada ultrapasse os contornos envolventes do


veículo, os limites da mesma devem ser sinalizados com luzes delimitadoras, sempre que seja
obrigatória a utilização de dispositivos de sinalização luminosa e de iluminação, nos termos do artigo
61ºdo Código da Estrada.

Sempre que a carga transportada exceda, em largura, o contorno envolvente do veículo, deve ser
sinalizada com o painel P1 ou o painel P2.

Sempre que a carga transportada exceda, para a frente ou para a retaguarda, os pontos extremos do
veículo, deve ser sinalizada com o painel P2.

O painel P1 ou o painel P2, quando utilizados, devem ser colocados à frente e à retaguarda, em ambos
os lados do veículo, o mais próximo possível dos limites laterais da carga e a uma altura do solo, sempre
que possível, de 1,60 m, não podendo, contudo, situar-se a menos de 0,40 m ou a mais de 2,50 m.

O painel P2 deve ser colocado no ponto mais à frente e ou à retaguarda do objeto transportado, de
forma a não prejudicar a visibilidade dos dispositivos de sinalização luminosa e de iluminação do veículo
e da matrícula nem prejudicar o campo de visão do condutor.

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[Escolha a data]

Os painéis previstos nos números anteriores são constituídos por listas alternadas, de cor vermelha e
branca, em material retrorrefletor.

1.3.3. Restrições à circulação


Sem prejuízo do disposto nos nºs 1 e 2 do artigo 10º do Código da Estrada, é proibido o trânsito de
veículos sujeitos a autorização especial de trânsito nos termos do presente Regulamento, nos seguintes
períodos:

a) Das 16 às 22 horas de sextas-feiras e domingos;


b) Das 16 às 22 horas de feriados nacionais e vésperas de feriados nacionais;
c) Das 8 às 12 horas e das 16 às 22 horas no dia 24 de Dezembro;
d) Das 8 às 12 horas no dia 26 de Dezembro;
e) Das 8 às 22 horas da segunda-feira posterior ao domingo de Páscoa.

As restrições estabelecidas no número anterior aplicam-se em autoestradas e vias reservadas a


automóveis e motociclos, bem como em itinerários principais (IP) e itinerários complementares (IC),
como tal identificados, e ainda nos seguintes troços de estradas nacionais:

a) Ponte sobre o Tejo, em Lisboa, e seus acessos (Lisboa — nó


b) de Almada, na A 2) e Ponte Vasco da Gama e seus acessos;
c) EN 1, entre Vila Franca de Xira e Vila Nova de Gaia (SantoOvídio);
d) EN 6, entre Lisboa e Cascais;
e) EN 10, entre o Infantado e o nó de Alverca (EN 116);
f) EN 12, estrada da circunvalação;
g) EN 13, entre Porto e Viana do Castelo;
h) EN 14, entre Porto e Braga;
i) EN 15, entre Porto e Campo (A 4);
j) EN 101, entre Vila Verde e Guimarães;
k) EN 105, entre Porto e Alfena (ligação com o IC 24);
l) EN 108, entre Gondomar (Jovim) e Porto;
m) EN 125, entre Lagos e Vila Real de Santo António;
n) EN 208, entre Alto da Maia e Valongo;
o) EN 209, entre Gondomar e Valongo;
p) EN 222, entre Vila Nova de Gaia e a barragem de Crestuma-
q) Lever;
r) EN 247, entre praia das Maçãs (EN 247-6) e Carvoeira.

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[Escolha a data]

As restrições previstas no presente artigo não se aplicam a veículos pronto-socorro.


É proibido o trânsito de máquinas em autoestradas e vias reservadas a automóveis e motociclos, em
itinerários principais (IP) e itinerários complementares (IC), como tal identificados, e ainda nos seguintes
troços de estradas nacionais:

a) EN 2, entre o IP 3 e a A 25;
b) EN 3, entre Santarém e a ligação ao IP 6;
c) EN 101, entre Braga e a ligação ao IP 4;
d) EN 102, entre a intersecção com o IP 4 e a intersecção como IP 5;
e) EN 103, entre Viana do Castelo e Braga;
f) EN 205, entre o limite do distrito do Porto e Barcelos;
g) Variante à EN 223, entre a A 1 e a A 29;
h) Ponte sobre o Tejo, em Lisboa, e seus acessos (Lisboa — nó de Almada, na A 2) e Ponte Vasco
da Gama e seus acessos.

É proibido o trânsito de máquinas que não possuam sistema de iluminação desde o anoitecer ao
amanhecer e ainda durante o dia sempre que existam condições meteorológicas ou ambientais que
tornem a visibilidade insuficiente.
No estrangeiro existem outras restrições à circulação que se referem seguidamente.

Em França existem restrições à circulação os veículos ou conjunto de veículos com peso bruto superior a
7 500Kg. Estas restrições aplicam-se em toda a rede viária, por regra, entre as 22h00 de sábado ou
véspera de feriado e as 22h00 do domingo ou feriado seguintes. Entre 10 de julho e 7 de agosto a
restrição só se aplica a partir das 0h00 do domingo ou feriado podendo circular-se no sábado ou na
véspera do feriado.

Na Alemanha há restrições à circulação dos veículos de mercadorias com peso bruto superior a
7 500Kg., em toda a rede viária e aplica-se entre as 0h00 e as 22h00 dos domingos e feriados.

No Reino Unido está proibida a circulação na Grande Londres, com exceção das autoestradas e algumas
vias principais, entre 21h00 e as 7h00 da manhã seguinte, durante a semana e, ao fim de semana entre
as 13h00 de sábado e as 7h00 de segunda.

Na Suíça os veículos pesados, tratores e máquinas industriais, e ainda os conjuntos de veículos


articulados e conjuntos de veículos com peso bruto superior a 5 000Kg. Estão proibidos de circular em
todo o território entre a s 0h00 e as 24h00 de domingos e feriados.
Para além destas restrições localizadas existem outras pontuais que obrigam o gestor da empresa ou
dos transportes a uma atualização constante sob pena de penalizações elevadas.

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2. Determinação dos veículos a utilizar


Os veículos a utilizar no transporte quer de passageiros quer de mercadorias obedecem a uma miríade
de requisitos muito diversificados. Uma escolha acertada aumenta a vida útil do veículo, contribui para a
redução do consumo e melhoria do ambiente, torna mais confortável e ergonómica a atividade de
condução e torna mais rentável a sua atividade.

Torna ainda possível cumprir as elevadas exigências legais que informam a atividade tendo em vista a
segurança rodoviária e dos trabalhadores da condução, assim como, ter atenção ao peso máximo total
admissível para o veículo

2.1. Quadro e carroçaria


O quadro ou chassis tem como função suportar esforços mecânicos, apoiar carroçaria e alojar órgãos do
veículo tais como o motor, a suspensão, a direção, e outras.
O chassi tem de ter:

a) Resistência à torção;
b) Resistência à flexão;
c) Resistência ao peso.

Estes três tipos de resistências necessárias


fazem variar a escolha dum quadro consoante o tipo de transportes a efetuar pelo veículo.
Assim para o transporte de volumes pequenos mas muito pesados como, por exemplo a pedra o veículo
terá de ter um quadro curto mas muito compacto.

Se o transportador tiver que efetuar um transporte de embalagens vazias de grandes dimensões, deverá
equacionar máximo volume, para a mesma carga útil.

Deve ainda ter-se em consideração o peso do próprio quadro sob pena de aumentar a tara do veículo
limitando a carga útil, consubstanciada na diferença entre o peso bruto e a tara.

No caso do transporte de passageiros deverá mais uma vez ter-se em conta o tipo de serviço a efetuar e
o ambiente da operação de transporte e ainda a classe do veículo que se pretende pois a
manobrabilidade, as distâncias maiores ou menores, o serviço de carreira, o tipo de cliente e outras
fazem depender a escolha do quadro.

Nos veículos em que o número do quadro original, que por motivos de corrosão, não se apresente
claramente visível ou esteja parcialmente ilegível, deve ser executada uma nova gravação daquele
número, desde que, não exista dúvida quanto a identificação do veículo e do respetivo número de
quadro original

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2.2. Motor

O motor térmico é o órgão do automóvel responsável pela transformação da energia química contida no
combustível em energia cinética, transmitida às rodas de tração através dos diversos órgãos de
transmissão.

Os motores mais comuns distinguem-se em:

a) Motor de Explosão ou de ciclo OTTO;

b) Motor Diesel;

c) Motores elétricos que começam a ser utilizados em automóveis ligeiros.

Os motores térmicos podem dividir-se em motores de dois e quatro tempos.

Nos motores de quatro tempos, de longe os mais comuns, importa distinguir a atuação dos diversos
mecanismos em cada um deles.

No primeiro tempo – ADMISSÃO, o êmbolo encontra-se a afastar-se da válvula de admissão que se


encontra aberta permitindo assim, por vácuo, a entrada dos gases. Ar nos motores diesel e uma mistura
de gasolina e ar mos motores de explosão.

No segundo tempo – COMPRESSÃO, o êmbolo aproxima-se das válvulas de admissão e escape que se
encontram fechadas comprimindo assim a mistura gasosa.

No terceiro tempo – EXPLOSÃO ou COMBUSTÃO, caso seja gasolina ou diesel a mistura no caso da
gasolina ou o diesel finamente injetado, ardem e provocam, pelas elevadas temperaturas atingidas, o
aumento de volume dos casos que afastam o êmbolo em sentido contrário ao das válvulas.

No quarto tempo – ESCAPE a válvula de escape encontra-se aberta permitindo a saída dos gases
empurrados pelo êmbolo que, mais uma vez se aproxima das válvulas.

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2.3. Transmissão
O sistema de transmissão transfere o movimento gerado no motor até às rodas motoras e é composto
pelo próprio motor, pela embraiagem, caixa de velocidades, veio de transmissão, diferencial, semieixos,
cardãs e rodas motoras.

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2.3.1. Embraiagem
A embraiagem, ou união de engate, tem por função interromper ou reatar a transmissão do movimento
entre o motor e a caixa de velocidades.
Esta está montada no volante do motor, recebendo dele o movimento que transmite ao veio primário
da caixa de velocidades.
Em situação de não compressão o movimento do motor está ligado ao veio primário da caixa de
velocidades. Ao carregar no pedal este movimento é interrompido, permitindo assim a imobilização do
veículo ou a mudança de marchas.

2.3.2. Caixa de velocidades


A caixa de velocidades recebe movimento da embraiagem, através do meio primário e transmite-o, com
relações inversamente proporcionais de força ou velocidade ao veio secundário. Com esta
proporcionalidade inversa consegue-se multiplicar as capacidades dos motor que no seu estreito limite
de rotações.

Assim obtém-se, para as mesmas rotações, elevada força com reduzida velocidade ou, no extremo
oposto, elevada velocidade com reduzida força.
Nas relações de marcha intermédias esta proporção vai-se alterando sendo sempre possível, através
dum bom uso da caixa de velocidades, manter a melhor equação possível.

2.3.3. Diferencial
O diferencial tem como função a transmissão de movimento às rodas motoras permitindo que estas
rodam a velocidades diferentes e percorram distâncias também
diferentes.

Assim permite-se que os veículos curvem, com as das de dentro a


percorrerem menores distâncias, sem se perder a transmissão de
movimento e sem se esforçar os elementos da transmissão.

Com o diferencial o movimento de rotação é o necessário em cada


situação.

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2.4. Sistema de travagem


O sistema de travagem tem como função diminuir a velocidade dos veículos, imobilizá-los e mantê-los
imobilizados.

Para isto usa, no caso dos travões de disco e de tambor, o atrito produzido entre uma peça móvel e uma
fixa, criando resistência ao andamento

Outros mecanismos auxiliares de travagem, como o travão de montanha, usam o vácuo provocado pela
descida dos cilindros, impedindo o ar de ocupar esse espaço ou, como o travão de escape, impedem a
saída dos gases de escape, impedindo assim os cilindros de subirem livremente. Outros ainda, caso do
travão elétrico, criam um campo magnético que impede um rotor de girar livremente, limitando a sua
rotação e, por consequência a velocidade do veículo.

2.4.1. Travão de serviço


Entende-se por travão de serviço, ou travão de pé, aquele que é
usado recorrentemente durante a tarefa da condução. Este pode
ser de dois tipos: de disco ou de tambor. É frequente coexistirem
no mesmo veículo estes dois tipos de travão.

O travão de disco tem, em relação ao de tambor, uma maior


capacidade de travagem e de dissipação de calor, tornando-se
mais eficientes. Para além disso tem alguma capacidade de auto
afinação o que contribui para uma travagem mais eficaz e certa
em ambas as rodas de cada eixo. Não obstante pode desafinar
criando situações de perigo que convém corrigir o mais rapidamente possível.

O sistema de travagem exige uma grande pressão pelo que para atingir uma maior eficácia os travões de
serviço são assistidos hidraulicamente ou através de fluxos de ar criando uma grande pressão. Assim
consegue-se uma capacidade de travagem muito superior à força exercida no pedal de travão.
Os travões assistidos necessitam do motor a trabalhar para atuarem pelo que se torna muito perigoso
circular com o motor desligado, ainda que numa pequena extensão.

2.4.2. Travão de estacionamento


O travão de estacionamento destina-se unicamente a manter o veículo imobilizado quando
devidamente estacionado ou parado para cargas e/ou descarga.
Tem de se ter em atenção que este travão de estacionamento pode, por vezes, não ter capacidade
suficiente para a função pelo que outras medidas de segurança devem ser tomadas, algumas delas
obrigatórias mediante o tipo de serviço efetuado.

2.4.3. ABS
O ABS, ou, do inglês, AntiBlockSystem, é um sistema que impede as rodas de bloquearem em caso de
travagem forte.

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Para isso o sistema dispõe de sensores de velocidade de rotação em cada roda que comunicam, em caso
de travagem, essa velocidade de rotação para uma centralina. Em caso de uma das rodas bloquear a
centralina reduz a pressão evitando assim que a roda bloqueie.
O controlo do veículo torna-se assim mais preciso, muito particularmente em curva, evitando desvios na
trajetória potenciadoras de acidente.

O ABS exige, no entanto algum cuidado em situação muito particulares em que a aderência seja mínima,
tais como neve, gelo, piso em condições degradadas ou de “paralelo” locais com vestígios de óleo no
piso ou chuva, em que o veículo pode ter alguma dificuldades em travar. Assim o condutor deve estar
particularmente atento nestas situações.

2.4.4. ESP (Electronic Stability Program)


O ESP é o sistema de controlo de estabilidade dinâmica de um veículo. Corrige situações de subviragem
e sobreviragem assim como problemas de falta de tracção em acelerações ou reduções bruscas. No caso
de subviragem (situação em que o veículo numa curva tende a sair de frente), o ESP aciona
automaticamente o travão da roda traseira interior à curva. Em caso de sobreviragem (situação em que
o veículo tende a fugir de traseira durante a negociação da curva) o ESP aciona momentaneamente o
travão da roda dianteira exterior à curva. Sempre que o ESP entra em funcionamento pisca uma luz
avisadora no painel de instrumentos do veículo. O funcionamento do ESP não depende do condutor. Por
outras palavras, ele funcionará mesmo que o condutor não acione o pedal do travão. Este sistema
tornou-se famoso com o Mercedes Classe A, que, para colmatar os problemas relacionados com o teste
do Alce, passou a vir equipado de série com ESP. Consoante a marca e modelo do automóvel, o ESP
pode (ou não) ser desligado pelo próprio condutor.

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2.4.5. A tecnologia "Bluetec


Os motores Bluetec são motores diesel com ligeiras modificações. Para uma melhor combustão, estes
motores geram uma maior pressão dentro das câmaras dos pistões, o que leva à produção de partículas
mais pequenas e ao aumento da potência com menos quantidade de combustível e usando Redução
Catalítica Seletiva.
Esta tecnologia tem desconto no pagamento das portagens de alguns países europeus

2.4.6. Motoros equipados com Norma Euro


Para lutar contra poluição atmosférica, a União europeia estabeleceu normas estritas relativas às
rejeições dos veículos: as normas europeias de emissão ou normas Euro. Fixam os limites a não exceder
para emissões óxidos de azoto (NOx) e de partículas finas. As normas Euro aplicam-se aos todos os tipos
de veículos, mas com datas diferentes. Para os pesados, a norma Euro 0 é de vigor em 1990:

Norma Entrada e vigor


Euro 0 01/10/1990
Euro 1 01/10/1993
Euro 2 01/10/1996
Euro 3 01/10/2001
Euro 4 01/10/2006
Euro 5 01/10/2009
Euro 6 01/01/2014

As exigências aumentam com cada nova norma: para a passagem à norma Euro 6, a taxa de NOx
admissível diminuiu de 80 %, para atingir 0,4 g/kWh, e a taxa de partículas finas diminuiu de metade (a
taxa de 0,01g/kWh).

Taxa de óxidos de azoto e de partículas finas admitidos em função da norma Euro

Norma Euro NOx Particulas finas


Euro 0 15,8 g/kWh -
Euro 1 9,0 g/kWh 0,4 g/kWh
Euro 2 7,0 g/kWh 0,15 g/kWh
Euro 3 5,0 g/kWh 0,1 g/kWh
Euro 4 3,5 g/kWh 0,02 g/kWh
Euro 5 2,0 g/kWh 0,02 g/kWh
Euro 6 0,4 g/kWh 0,01 g/kWh

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3. Formalidades relativas ao controlo dos veículos


A segurança na estrada é uma preocupação constante das entidades que supervisionam a circulação de
veículos.
Os aspetos técnicos são fundamentais para que os veículos circulem em condições de segurança,
minimizando as possibilidades de ocorrência de acidente.
Para garantir as boas condições técnicas de funcionamento dos veículos estes são sujeitos a inspeções
Técnicas Periódicas e, no caso dos veículos pesados a eventuais Inspeções Técnicas na Estrada.

Estas inspeções visam colmatar uma necessidade sentida de ultrapassar as carências sentidas no
controlo técnico periódico, e vem complementar este na medida em que o seu carater aleatório implica
uma maior atenção constante ao estado das viaturas por parte dos seus proprietários.
A Inspeção Técnica na Estrada cumpre os mesmos critérios da Inspeção Técnica Periódica Obrigatória.

3.1. Equipamentos
3.1.1. Tacógrafo
É um aparelho de controlo que regista e armazena a distância percorrida pelo veículo, a velocidade do
veículo, os tempos de condução, outros grupos de tempo de trabalho e de tempo disponível, as
interrupções de trabalho e os tempos de repouso diários do motorista.
O tacógrafo deve ser sempre de modelo aprovado com homologação e instalado ou reparado em
entidades autorizadas.

TIPOS DE TACÓGRAFOS

• Tacógrafo analógico (mecânico ou eletrónico);


• Tacógrafo digital.

No futuro, de acordo com o Regulamento Comunitário n.º 165/2014, haverá um upgrade do tacógrafo
digital que é o "tacógrafo inteligente" equipado com GPS e que envia dados automaticamente para as
autoridades acederem.

DISCO DO TACÓGRAFO CLÁSSICO (FOLHA DE REGISTO)?

É o documento que recebe e fixa os registos do tacógrafo clássico (mecânico ou eletrónico), ou seja, a
velocidade do veículo, os tempos de condução, outros grupos de tempo de trabalho e de tempo
disponível, as interrupções de trabalho e os tempos de repouso diários do motorista.

Os discos do tacógrafo (folha de registo) devem ser sempre de modelo aprovado e compatível com o
tacógrafo instalado.

CARTÕES DE CONTROLO DO TACÓGRAFO DIGITAL

São 4 tipos de cartões que registam e armazenam os dados do tacógrafo:

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• Cartão do condutor: cartão pessoal e intransmissível, com fotografia e chip incluídos que
permitem a identificação do condutor e registo e armazenamento de dados essenciais à
fiscalização e desempenho da sua função;
• Cartão da empresa: cartão que permite visualizar, descarregar e imprimir os dados
armazenados no tacógrafo;
• Cartão de controlo: cartão das entidades fiscalizadoras, que permite ter acesso aos dados
armazenados na memória de dados ou nos cartões do condutor;
• Cartão do centro de ensaio: cartão dos instaladores e reparadores credenciados, que permite a
realização dos ensaios, a calibração e programação do tacógrafo.

VEÍCULOS DE MERCADORIAS QUE DEVEM POSSUIR TACÓGRAFO

Os veículos com mais de 3,5 toneladas de peso máximo autorizado, incluindo o dos reboques e
semirreboques.

É OBRIGATÓRIA A INSTALAÇÃO DO TACÓGRAFO DIGITAL NOS VEÍCULOS DE MERCADORIAS

Veículos novos: veículos com mais de 3,5 toneladas matriculados a partir de maio de 2006;
Veículos usados: veículos com mais de 12 toneladas matriculados depois de 1 de janeiro de 1996
quando o tacógrafo clássico tiver de ser substituído e desde que os veículos tenham características
técnicas compatíveis com o tacógrafo digital.

QUAIS OS VEÍCULOS EXCLUÍDOS

São excluídos, nomeadamente:

• Veículos cujo peso máximo autorizado, incluindo o dos reboques e semirreboques, não
ultrapasse 3,5ton;

• Veículos de pronto-socorro.

MARCAS QUE O TACÓGRAFO TEM QUE APRESENTAR

• Marca de homologação CE;

• Chapa de instalação (após a verificação aquando da primeira instalação e após cada


intervenção do instalador ou reparador);

• Selagem dos vários componentes essenciais à segurança da informação a prestar.

CASO DE AVARIA OU FUNCIONAMENTO DEFEITUOSO DO TACÓGRAFO

A empresa tem que promover a sua reparação por instaladores ou oficinas aprovadas, que após a sua
reparação e/ou instalação, colocarão no aparelho uma marca especial sobre a selagem a efetuar.

A reparação deverá ser efetuada no percurso, caso o veículo não possa regressar à empresa no prazo
máximo de uma semana, a contar do dia da avaria ou da verificação do funcionamento defeituoso.

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CONDIÇÕES DE INSTALAÇÃO E UTILIZAÇÃO DO TACÓGRAFO

1 — A instalação e utilização de tacógrafo, nos termos previstos no Regulamento (CEE) n.º 3821/85, do
Conselho, de 20 de Dezembro, estão sujeitas às seguintes condições:

a) Só são permitidos tacógrafos devidamente homologados;

b) Os tacógrafos são submetidos a operações de controlo metrológico, nos termos da regulamentação


aplicável, por instaladores ou reparadores reconhecidos.

2 — As verificações para comprovação do bom funcionamento e exatidão do tacógrafo efetuam -se, nos
termos da regulamentação comunitária, nas seguintes situações:

a) Verificação inicial:

i) No momento da instalação de tacógrafo novo e após qualquer reparação do aparelho, no caso de


tacógrafo analógico;

ii) No momento da instalação de tacógrafo novo e após cativação, no caso de tacógrafo digital;

b) As verificações periódicas no tacógrafo, analógico ou digital, têm lugar com o intervalo máximo de
dois anos entre cada verificação, e ainda;

i) Após qualquer reparação do tacógrafo digital;

ii) Sempre que se verifique alteração do coeficiente característico do veículo ou do perímetro efectivo
dos pneus;

iii) Quando a hora do aparelho de controlo apresentar desfasamentos superiores a vinte minutos;

iv) Quando a matrícula do veículo for alterada.

3.1.2. Limitador de velocidade


É um dispositivo cuja principal função consiste em controlar a alimentação de combustível ao motor de
modo a limitar a velocidade do veículo ao valor pretendido

VEÍCULOS DE MERCADORIAS DEVEM POSSUIR LIMITADOR DE VELOCIDADE

Tipo de Veículos Velocidade Máxima Entrada em vigor


(consoante o peso bruto)
Superior a 12 ton 90 km/h • Veículos matriculados a partir
(categoria N3) de 1 de janeiro de 1994: 1 de
janeiro de 1994
• Veículos matriculados entre 1
de janeiro de 1988 e 1 de
janeiro de 1994 afetos ao
transporte internacional: 1 de

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janeiro de 1995
• Veículos matriculados entre 1
de janeiro de 1988 e 1 de
janeiro de 1994 afetos
exclusivamente ao transporte
nacional: 1 de janeiro de 1996

Entre as 3,5 ton e as 12 ton 90 km/h • 1ª Matricula: 1 de janeiro de


(categoria N2) 2005
• Veículos já matriculados afetos
ao transporte internacional: 1
de janeiro de 2006
• Veículos já matriculados afetos
ao transporte nacional: 1 de
janeiro de 2007
• A partir de 1 de janeiro de
2008 todos os veículos
matriculados após 1 de janeiro
de 2005

Nota: Os veículos considerados VEA (Veículo Ecologicamente Avançado), classificados de acordo com o
D.L.13/2002 de 26 de janeiro, são obrigados a possuir Limitador de Velocidade desde 1 de outubro de
2001.

COMO SE SABE, SE É UM VEA?

Pela inscrição no documento de identificação em anotações especiais, fazendo menção ao DL 13/2002,


ou classificando-o como EURO V. ou outro tipo de combustível como exemplo GNC.

Nota: Os veículos a motor de mercadoria que, por construção, não possam ultrapassar os 90 km/h
(por exemplo, veículos afetos aos transportes especiais) estão isentos da instalação de limitadores de
velocidade.

3.1.3. INSPEÇÕES TÉCNICAS DOS VEÍCULOS


TIPOS DE INSPECÇÃO

• A inspeções para aprovação do respetivo modelo (regra geral a cargo das


marcas/importadores);
• As inspeções técnicas de veículos (ITV’s);
• As inspeções extraordinárias:
• Inspeção extraordinária por motivo de acidente;
• Inspeção extraordinária para aprovação de alterações às características construtivas ou
funcionais do veículo;
• Inspeção extraordinária por motivo de identificação ou por motivo de segurança;
• Inspeção extraordinária a veículos apreendidos;
• Inspeção para alteração de combustível alternativo;
• As inspeções param atribuição de nova matrícula;

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• As inspeções técnicas na estrada.


RESPONSÁVEL PELAS INSPEÇÕES TÉCNICAS A VEÍCULOS

O IMT,I.P. e as entidades previamente autorizadas, os centros de inspeções técnicas dos veículos, que
são classificados em:

• Categoria A: centros de inspeção onde se realizam as inspeções periódicas obrigatórias;


• Categoria B: centros de inspeção onde se realizam todos os tipos de inspeção.

RESPONSÁVEL PELA APRESENTAÇÃO DO VEÍCULO À INSPEÇÃO

Com exceção da inspeção técnica na estrada, a inspeção periódica deve ser realizada no mês
equivalente ao mês de matrícula do veículo ou nos 2 meses anteriores e a responsabilidade cabe ao:

• Ao proprietário;
• Ao usufrutuário;
• Ao adquirente com reserva de propriedade;
• Ao locatário financeiro;
• Qualquer outro legítimo possuidor do veículo.

VEÍCULOS SUJEITOS À INSPECÇÃO TÉCNICA DE VEÍCULOS (ITV)

• Os automóveis pesados de mercadorias;


• Os automóveis pesados de passageiros;
• Os reboques e semirreboques com peso bruto superior a 3.500 kg, com exceção dos reboques
agrícolas;
• Os automóveis ligeiros licenciados para transporte público de passageiros e ambulâncias;
• Os automóveis ligeiros de mercadorias;
• Os automóveis ligeiros de passageiros;
• Os automóveis utilizados no transporte escolar e automóveis ligeiros licenciados para a
instrução;
• Os restantes automóveis ligeiros;

Os automóveis pesados e reboques com peso bruto superior a 3.500 kg utilizados por corporações de
bombeiros e suas associações e outros que raramente utilizam a via pública, designadamente os
designadamente os destinados a transporte de material de circo ou de feira, reconhecidos pelo IMT,I.P.

PERIODICIDADE DAS ITV’s PARA OS Periodicidade


VEÍCULOS DE MERCADORIAS
Veículos

Automóveis ligeiros de mercadorias Dois anos após a data da primeira


matrícula e, em seguida anualmente.

Automóveis pesados de mercadorias Um ano após a data da primeira matrícula


e, em seguida, anualmente.

Reboques e semirreboques com peso Um ano após a data da primeira matrícula

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bruto superior a 3.500 kg, com exceção e, em seguida, anualmente.


dos reboques agrícolas

Reboques e semirreboques com peso Dois anos após a data da primeira


bruto superior a 750 kg e inferiores a matrícula e, em seguida anualmente.
3.500kg, com exceção dos reboques
agrícolas

PONTOS DE CONTROLO OBRIGATÓRIOS PARA VEÍCULOS PESADOS DE MERCADORIAS

• Dispositivos de travagem;
• Direção e volante;
• Transmissão;
• Visibilidade;
• Estado de conservação geral;
• Luzes, refletores e equipamento;
• Eixos, rodas, pneumáticos e suspensão;
• Quadro e acessórios do quadro;
• Cabina e carroçaria;
• Sistema de segurança;
• Equipamentos diversos quando obrigatório (nomeadamente tacógrafo, limitador de
velocidade, calços de rodas, extintor, caixa de primeiros socorros, entre outros);
• Perturbações (ruído, emissões de gases de escape e supressão de interferência de rádio);
• Identificação do veículo (chapas de matrícula e número do quadro);
• Triângulo(s) de pré-sinalização homologado;
• Colete refletor, homologado.

Os pontos enumerados atrás referidos, são de grande importância para uma boa gestão da empresa:

- O registo histórico dos veículos é fundamental pois permite a avaliação contínua da situação em quase
encontra o respetivo parque. Deste registo deve constar, relativamente a cada veículo, nomeadamente:
• Informações relativas a sua utilização e as operações de manutenção realizadas
• Periodicidade das itv’s para os veículos de mercadorias
• Veículos sujeitos à inspeção técnica de veículos (itv)
• Responsável pela apresentação do veículo à inspeção
• Inspeções técnicas a veículos
• Tipos de inspeção, etc.

4. Medidas ambientais
As medidas ambientais podem ser divididas entre abordagens individuais/coletivas que resultam quer
do cuidado do condutor quer das normas próprias das empresas e abordagens no plano das nações e da
Comunidade.
Seguidamente abordar-se-ão estas duas diferentes abordagens.

Página 35
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exploração
[Escolha a data]

4.1. Resultantes da condução


A indústria automóvel tem vindo a desenvolver veículos com consumos de combustível e emissões de
gases poluentes e de CO2 cada vez menores.
No entanto o condutor pode aproveitar, ou não, as potencialidades do veículo.

A condução eficiente tem os seguintes objetivos:

a) A promoção e proteção do meio ambiente;

b) A promoção da eficiência da gestão do combustível;

c) A diminuição da emissão de gases com efeito de estufa


(GEE), sobretudo dióxido de carbono (CO2), que contribuem para o aquecimento global;

d) Tirar o maior partido do veículo.

Como conseguir atingir estes objetivos?

a) Executar os planos de manutenção do veículo de acordo com as instruções do seu fabricante;

b) Conduzir por antecipação evitando travagens e acelerações bruscas, poupando, assim, quer
combustível quer os órgãos mecânicos;

c) Evitar circular com muita aceleração pois um uso racional da caixa de velocidades permite
circular com a mesma velocidade e com um consumo consideravelmente menor.

d) Desligar o veículo se for previsível uma imobilização superior a 2 minutos, se o estado da


viatura assim o permitir;

e) Verificar e assegurar-se duma correta pressão dos pneus;

f) Planear antecipadamente a viagem escolhendo, se possível, vias com menos trânsito ou horas
em que o mesmo se processe com mais fluidez;

g) No arranque a frio não espera imobilizado que o motor aqueça pois pode aquecer em
andamento, desde que com rotações limitadas. Deste modo poupa-se tempo, combustível,
limita-se a poluição ao estritamente necessário e, tudo isto, sem prejudicar o desempenho ou a
durabilidade do motor;

h) Usar racionalmente o ar condicionado. A uma velocidade lenta pode-se abrir as janelas


limitando assim o aumento de consumo resultante do uso do ar condicionado. Já a uma
velocidade elevada o aumento da turbulência ao circular com as janelas abertas leva a um
consumo superior que o do ar condicionado ligado.

Além destas ações individuais, os fabricantes de veículos introduzem sistematicamente novas


tecnologias com vista a um menor consumo dos veículos e ao cumprimento de normas ambientais cada
vez mais exigentes.

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4.2. Medidas legais


No que se refere a imposições legais no sentido de e a título de exemplo referem-se as normas EURO
que condicionam a construção e circulação de veículos no que se refere às emissões de CO2, definindo
ainda a obrigatoriedade de afixação de dísticos com dimensões especificas e que identificam o veículo
de acordo com o grupo a que pertence.

Em 2008 foram introduzidas em diversas cidades


zonas de tráfego limitado para a redução da poluição
do ar com poeiras finas. Para circular nestas zonas os
veículos necessitam de ser portadores, na parte
inferior do para brisas, duma plaqueta autocolante.
Estas zonas estão identificadas com sinalização
específica.

O código da estrada define, no seu artigo 80º os


níveis de poluição sonora quer na carga e descarga,
quer no nível de ruido do motor, quer ainda no
volume dos aparelhos radiofónicos instalados.
Existe ainda uma regulamentação específica para a emissão de ruido, consubstanciada no Decreto-Lei nº
259/2002 de 23 de novembro.

4.2.1. GEE – Gases de Efeito de Estufa


Os gases responsáveis pelo aquecimento global da Terra, encontram-se na
combustão de combustíveis fósseis, como o petróleo e seus derivados, e nas
cidades cerca de 40 % deve-se à queima de gasolina, óleo e gasóleo, facto que
se traduz pelo número de veículos automóveis que aí circulam.
Os veículos automóveis são responsáveis pela libertação de monóxido de
carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2), óxidos de azoto (NOx), dióxido de
enxofre (SO2), derivados de chumbo e hidrocarbonetos.

Desequilíbrio no efeito estufa


O problema do efeito estufa começa quando a atmosfera retém mais calor e, como consequência,
aumenta a temperatura da Terra além do normal - é o famoso aquecimento global. Isso acontece por
causa da emissão de gases em excesso, através de indústrias e carros, por exemplo.

O GEE é quando o dióxido de carbono cresce a uma taxa superior a capacidade natural de absorção do
ambiente.

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Limites máximos de ruído emitidos por Veículo em aceleração, conforme NBR - 8433

Nível de Ruído Nível


Categoria
(Db(a)
Descrição Otto Diesel
Injeção Injeção
A Veículos de passageiros até nove lugares e veículo de uso Direta Indireta
A 77
misto derivado de automóvel
78 77
Veículo de passageiros com mais de nove PTB até 2.000 kg 78 79 78
lugares, veículo de carga ou de tração,
B
veículo de uso misto não derivado de PTB acima de 2000 79 80 79
automóvel kg e até 3.500 kg
Potência máxima
abaixo de 150 kW 80 80 80
Veículo de passageiro ou até de uso misto (204 CV)
C
com PTB maior que 3.500 kg Potência máxima
igual ou superior a 83 83 83
150 kW (204 CV)
Potência máxima
abaixo de 75kW 81 81 81
(102 CV)
Potência máxima
Veículo de carga ou de tração com PTB
D entre 75 e 150 kW 83 83 83
acima de 3.500 kg
(102 a 204 CV)
Potência máxima
igual ou superior a 84 84 84
150 kW (204 CV)

Normalmente, os limites consoante a potência do veículo, devem situar-se entre 77 e 80

Em função da classificação de uma zona como mista ou sensível, devem ser respeitados os seguintes
valores limite de exposição:

a) As zonas mistas não devem ficar expostas a ruído ambiente exterior superior a 65 dB(A), expresso
pelo indicador L(índice den), e superior a 55 dB(A), expresso pelo indicador L(índice n);

b) As zonas sensíveis não devem ficar expostas a ruído ambiente exterior superior a 55 dB(A), expresso
pelo indicador L(índice den), e superior a 45 dB(A), expresso pelo indicador L(índice n);

c) As zonas sensíveis em cuja proximidade exista em exploração, à data da entrada em vigor do presente
Regulamento, uma grande infraestrutura de transporte não devem ficar expostas a ruído ambiente
exterior superior a 65 dB(A), expresso pelo indicador L(índice den), e superior a 55 dB(A), expresso pelo
indicador L(índice n);

d) As zonas sensíveis em cuja proximidade esteja projetada, à data de elaboração ou revisão do plano
municipal de ordenamento do território, uma grande infraestrutura de transporte aéreo não devem
ficar expostas a ruído ambiente exterior superior a 65 dB(A), expresso pelo indicador L(índice den), e
superior a 55 dB(A), expresso pelo indicador L(índice n);

Página 38
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e) As zonas sensíveis em cuja proximidade esteja projetada, à data de elaboração ou revisão do plano
municipal de ordenamento do território, uma grande infraestrutura de transporte que não aéreo não
devem ficar expostas a ruído ambiente exterior superior a 60 dB(A), expresso pelo indicador L(índice
den), e superior a 50 dB(A), expresso pelo indicador L(índice n).

5. Planos de manutenção
A manutenção dos veículos assume uma grande
importância dado os problemas associados a uma
imobilização não programada dos mesmos e aos custos que
esta imobilização pode acarretar.

Para minimizar a possibilidade de tais ocorrências, deve


elaborar-se um plano de manutenção das viaturas que
compreenderá a observação dos veículos, a manutenção
preventiva e corretiva.

A observação dos veículos deverá ser implementada e


cumprida diariamente por todos os condutores e consiste numa volta ao veículo verificando os pneus, o
funcionamento dos dispositivos de iluminação, o eventual derrame de óleo e outros fluidos, a limpeza
dos equipamentos e outras situações.

Para além disso, deve ter-se cuidado com aspetos tão simples como não deixar o combustível acabar ou
andar demasiado baixo, verificar frequentemente a pressão dos pneus, usar combustível de boa
qualidade, não deixar a humidade chegar aos circuitos eletrónicos.

A manutenção preventiva, tem como função diminuir as ocorrências que necessitem de manutenção
corretivo e, com esse fim devem ser o mais exaustivas possível.
Esta tem, entre outas, as grandes vantagens de poder ser programada de acordo com as possibilidades
de imobilização dos veículos, ficar mais barata, dar possibilidades de negociar o preço das peças e evitar
quebras de compromissos que podem significar custos elevados.

A manutenção preventiva pode ainda dividir-se em:

a) Manutenção de rotina, habitualmente programada por quilómetros percorridos ou por tempo,


tal como mudança de óleo, filtros, valvulinas e outras que dependem de cada veículo;

b) Manutenção preventiva ocasional, que resulta da constatação de qualquer deficiência


apresentada pelo veículo que, não o imobilizando num primeiro tempo, poderá ocasionar
problemas mais adiante.

Para averiguar a necessidade desta manutenção pode usar-se a experiência do condutor/responsável,


que com o uso do veículo se pode ir apercebendo de qualquer anomalia e procurem detetar a sua
origem ou, dependendo da dimensão da empresa, ter uma pessoa responsável que inquira os
condutores com o fim de detetar estas mesmas anomalias.

c) A manutenção corretiva que deve ser encarada como um incidente e não deveria acontecer,
impõe uma correta manutenção preventiva que deverá reduzir essa possibilidade ao mínimo.
No entanto registam-se falhas quer no material quer por erro humano.

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Ainda assim, existe a possibilidade de minorar as consequências destas quebras ou erros através da
manutenção dum mínimo de acessórios ou peças de reparação mais frequente, do contrato de
assistência rápida com uma oficina especializada ou da disponibilidade de viaturas de substituição
rápida.

A taxa de disponibilidade para um dado período de tempo de um veículo, calcula-se do seguinte


modo:

É relação entre a quantidade de dias em que o veículo esteve disponível e a quantidade total de dias
desse período e em que o seu potencialmente poderia ser utilizado.

A adequada taxa e renovação da frota de uma empresa, permite:

Manter a frota com uma fiabilidade e uma disponibilidade adequadas, menores riscos de manutenções
corretivas.

6. Dispositivos de movimentação e de
carregamento
As operações de carga, descarga e transporte de mercadorias são operações de elevado risco e, como
tal, devem ser encaradas de forma a prevenir a sinistralidade e demais ocorrências.

Segundo a F.E.M. (Fédération Européenne de la Manutention) A


movimentação de cargas compreende as operações de elevação,
transporte e descarga

Estas operações compreendem as seguintes fases:


a) Elevação (ou carga);
b) Manobra livre (ou movimentação);
c) Assentamento (ou descarga).

A F.E.M. classifica os mecanismos de carga, descarga e transporte segundo seguintes Secções:

a) Secção I - Aparelhos pesados de elevação e movimentação


b) Secção II - Transportadores contínuos
c) Secção III - Transportadores aéreos (Teleféricos)
d) Secção IV - Empilhadores
e) Secção V - Gruas móveis
f) Secção VII - Elevadores, escadas rolantes e tapetes rolantes
g) Secção IX - Aparelhos de elevação série

Para os serviços de transporte são particularmente relevantes as condições de operacionalidade dos


empilhadores e da formação dos respetivos condutores.

O Dec. Lei 50/2005 relativo às prescrições mínimas de segurança e de saúde para a utilização pelos
trabalhadores de equipamentos de trabalho regulamenta o uso destes equipamentos.

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Quando é colocada uma carga num veículo, as dimensões, eixos e pesos brutos máximos autorizados
não devem ser excedidos.

As cargas mínimas por eixo devem ser consideradas para garantir estabilidade, viragem e travagem
adequadas.

As cargas e descargas ao longo do percurso no transporte de mercadorias devem ser devidamente


consideradas, pois o efeito no peso bruto, nas cargas por eixo individuais, no acondicionamento e na
estabilidade da carga não devem ser negligenciados. Embora, a remoção de parte da carga reduza o
peso bruto do veículo, pode vir a altera distribuição do peso e a sobrecarregar quer os eixos individuais
quer qualquer um dos lados do veículo.O centro de gravidade veículo/carga será alterado o que pode
provocar grandes desequilíbrios e aumentar o risco de capotamento.

Os diferentes elementos de um carregamento devem ser convenientemente estivados no veículo ou no


contentor e ficar seguros por meios apropriados, de modo a evitar qualquer deslocação significativa
desses elementos, uns em relação aos outros e em relação às paredes do veículo ou contentor.

A carga pode ser protegida por exemplo:


✓ Por meio de cintas fixadas nas paredes laterais (em poliéster)
✓ De travessas corrediças e de suportes reguláveis;
✓ De sacos insufláveis;
✓ Dispositivos de ferrolho anti deslizantes.

A carga é também suficientemente protegida, nos termos da primeira frase, se todo o espaço de
carregamento estiver, em cada camada, completamente preenchido por volumes.

7. Técnicas de Transporte Intermodal / combinado


Transporte Intermodal refere-se a uma mesma operação que
envolve dois ou mais modos de transporte, onde cada transportador
emite um documento e responde individualmente pelo serviço que
presta.

O transporte intermodal representa o movimento de mercadorias


que utiliza dois ou mais modos de transporte, sem manipular a
mercadoria nos intercâmbios de modo. O termo intermodalidade
corresponde a um sistema em que dois ou mais modos de transporte
intervêm no movimento de mercadorias de uma forma integrada.

O transporte combinado é um conceito utilizado para designar o transporte intermodal de mercadorias


onde a maioria do itinerário percorrido se efetua de comboio, ou por via marítima e, o menos possível,
por rodovia, sendo esta utilizada só na etapa inicial e final. As empresas procuram novas soluções que
lhes reduzam os custos, combinando as possibilidades: camião-comboio, barco-comboio, avião-
comboio-camião etc.

O transporte combinado permite coordenar os meios de transporte por estrada, ferrovia, mar e,
recentemente, aéreo, facilitando a sua intermodalidade. Os meios que utiliza são contentores, caixas
móveis, camiões e semirreboques sobre carruagens e barco. Já se utiliza o transporte de camiões TIR
sobre vagões. Em França, esta operação tem o nome de Ferroutage.

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Logística é um termo de origem militar que estava associado à técnica de deslocação e transporte das
tropas e seu abastecimento. É uma atividade ligada ao processo de planeamento e gestão de uma
cadeia de abastecimento. A logística teve um grande desenvolvimento após os anos 70, devido à
globalização da economia e teve como objetivo a redução dos custos de produção, armazenamento e
transporte.

Plataformas logísticas são pontos ou áreas de cadeias de transporte e logística onde se concentram
atividades de carga, descarga, armazenamento, etiquetagem, etc. É uma zona delimitada no interior da
qual se exercem, por diferentes operadores, todas as atividades relativas ao transporte, logística e
distribuição de mercadorias.

Porto seco é um terminal intermodal de mercadorias, rodoferroviário, situado no interior de um país e


que possui uma ligação direta a um porto marítimo.

7.1. Diferenças da Intermodalidade e da


Multimodalidade:
A intermodalidade e a multimodalidade são operações que se realizam pela utilização de mais de um
modal de transporte. Isto quer dizer transportar uma mercadoria do seu ponto de origem até a entrega
no destino final por modalidades diferentes.

A intermodalidade caracteriza-se pela emissão individual de documento de transporte para cada modal,
bem como pela divisão de responsabilidade entre os transportadores. Na multimodalidade, ao
contrário, existe a emissão de apenas um documento de transporte, cobrindo o trajeto total da carga,
do seu ponto de origem até o ponto de destino.

A principal vantagem do transporte intermodal consiste em combinar as potencialidades dos diferentes


modos de transporte. Desta combinação podem resultar importantes reduções dos custos económicos,
segurança rodoviária, poluição, consumo de energia, redução do tráfego rodoviário. Permite, caso seja
utilizado o modo ferroviário ou marítimo, que o transporte seja efetuado ao fim de semana ou de noite,
com segurança.

O transporte intermodal só poderá ser uma realidade se for competitivo perante o transporte rodoviário
(unimodal) e, para que tal aconteça, será decisivo que, no processo de mudança de modo de transporte,
este seja eficaz e de baixo custo; caso contrário, este sistema poderá ser um falhanço.

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O processo de mudança de modo de transporte poderá tornar todo o sistema menos eficiente, implicar
um aumento dos custos, provocar demoras e menor fiabilidade nos prazos de entrega, devido aos
processos administrativos burocráticos. Será necessário reduzir tais custos e apostar numa correta
gestão da armazenagem e da informação. Além disso, será necessário normalizar e unificar as várias
unidades de carga de transporte intermodal dos diferentes países, por exemplo, contentores.

Para que tudo seja um sucesso é necessário possuir uma rede de infraestruturas, novas tecnologias,
simplificação de processos administrativos e redução dos custos na mudança de modo de transporte

8. Transporte de mercadorias perigosas


De todos os segmentos que trabalham com produtos perigosos, as atividades realizadas no transporte
rodoviário são as que mais tem contabilizado ocorrências envolvendo acidentes com derrame de
produtos perigosos para o meio ambiente. Estes veículos circulam ocasionalmente por áreas
densamente povoadas e vulneráveis do ponto de vista ambiental, agravando assim os impactos
causados ao meio ambiente e à comunidade, aquando dessas ocorrências.

Libertações acidentais de produtos químicos no meio ambiente, dependendo das características físicas,
químicas e toxicológicas dessas substâncias, podem originar diferentes tipos de impacto, causando
danos à saúde pública, ao meio ambiente, à segurança da população e ao património, público e privado.
Assim, a legislação vigente determina que todos os veículos que transportam produtos perigosos devem
portar informações que facilitem a identificação dos produtos transportados e de seus respetivos riscos.

Uma das primeiras ações a ser executada em um cenário acidental envolvendo o transporte rodoviário
de produtos perigosos, é o da pronta classificação e identificação dos produtos envolvidos. O acesso às
informações relativas às características físicas e químicas do produto, irá permitir às equipes a imediata
adoção das medidas de controlo, reduzindo os riscos para a comunidade, aos próprios agentes de
socorro da ocorrência e ao meio ambiente.

Figura: Transporte de gasolina em cisterna

8.1. Regulamentação do Transporte de Mercadorias


Perigosas

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O Acordo Europeu relativo ao Transporte Internacional de Mercadorias Perigosas por Estrada (ADR) foi
elaborado pela Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE) em Setembro de 1957,
tendo entrado em vigor em Janeiro de 1968. Este foi alterado através de um protocolo feito em Nova
Iorque em 21 de Agosto de 1957, que entrou em vigor em 19 de Abril de 1985. Portugal aprovou-o para
adesão em 19 de Setembro de 1964.

Atualmente são 47 os países que se constituem como partes contratantes do ADR, os 28 da União
Europeia mais 19 restantes não pertencentes à Comunidade Europeia.

A reestruturação do ADR surgiu como resposta ao objetivo de tornar os requisitos mais acessíveis e mais
aceitáveis para uma aplicação mais fácil. Foram clarificadas as obrigações de cada interessado no
transporte, agrupando os requisitos dos diversos participantes. Esta reestruturação teve, para além
disto, a finalidade de harmonizar o ADR com o Regulamento relativo ao Transporte Internacional
Ferroviário de mercadorias Perigosas (RID), Livro Laranja e Transporte Internacional Marítimo de
Mercadorias Perigosas (IMDG).

A Diretiva 2010/61/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 2 de Setembro, obriga os países da


União Europeia a transporem aquelas disposições.

Decreto-Lei 246-A/2015, de 21 de Outubro, transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º
2014/103/UE, da Comissão, de 21 de novembro de 2014, que adapta pela terceira vez ao progresso
científico e técnico os anexos da Diretiva n.º 2008/68/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa
ao transporte terrestre de mercadorias perigosas.

DL 246-A/2015, de 21 de Outubro
Revoga os anteriores 41-A/2010 de 29 de Abril, DL 206-A/2012, de 31 de Agosto e DL 19-A/2014, de 7
de Fevereiro

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Apresentamos a lista de classes e subclasses de matérias perigosas:


Classificação Subclasse Definições
1.1 Substâncias e artigos com risco de explosão em massa.
Classe 1 1.2 Substâncias e artigos com risco de projeção mas não de explosão em
massa.
Explosivos 1.3 Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de
explosão ou de projeção, ou ambos, mas não de explosão em massa.
1.4 Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo.
1.5 Sustâncias muito sensíveis com risco de explosão em massa
1.6 Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa.
2.1 Gases inflamáveis: Gases que a 200 C e à pressão normal são
inflamáveis
Classe 2 2.2 Gases não inflamáveis e não tóxicos. Gases asfixiantes e oxidantes que
não se encontram em qualquer outra sub-classe.
Gases 2.3 Gases tóxicos: Gás tóxico e corrosivo que constituam risco para a
saúde das pessoas
Classe 3 Líquidos Líquidos inflamáveis: Líquidos, misturas de líquidos ou líquidos que
inflamáveis contenham sólidos em solução ou suspensão, que produzam vapor
inflamável a temperaturas de até 600 C
4.1 Sólidos inflamáveis: substâncias auto reagentes e explosivos; Sólidos
insensibilizados; que em condições de transporte sejam facilmente
combustíveis, ou que, por atrito, possam causar fogo ou contribuir
para tal.
Classe 4 4.2 Substâncias sujeitas à combustão espontânea: Substâncias sujeitas a
aquecimento espontâneo em condições normais de transporte, ou a
aquecimento em contacto com o ar, podendo inflamar-se.
Sólidos 4.3 Substâncias que, em contacto com a água, emitem gases inflamáveis:
Inflamáveis Substâncias que, por interação com, água podem tornar-se
espontaneamente inflamáveis, ou libertar gases inflamáveis em
quantidades perigosas.
Classe 5 5.1 Substâncias oxidantes: são substâncias que podem causar a
Substâncias combustão de outros materiais ou contribuir para isso.
oxidantes e
Peróxidos 5.2 Peróxidos Orgânicos: São fortes agentes oxidantes, periodicamente
orgânicos instáveis, que podem sofrer decomposição.
Classe 6 6.1 Substâncias tóxicas: São substâncias capazes de provocar morte,
Substâncias lesões graves ou danos à saúde humana, se ingeridas ou inaladas, ou
tóxicas e se entrarem em contacto com a pele. (Ex: Pesticidas)
Substâncias 6.2 Substâncias infetantes: são substâncias que podem provocar doenças
infetantes infeciosas em seres humanos ou em animais.
Classe 7 7 Qualquer material ou substância que emita radiação
Material
radioativo
Classe 8 8 Substâncias que, por ação química, causam severos danos quando em
Substâncias contacto com tecidos vivos
corrosivas
Classe 9 9 Aqueles que apresentam, durante o seu transporte, um risco
Substâncias e abrangido por nenhuma das outras classes.
artigos perigosos
diversos

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8.2. Classificação de Embalagens


Para fins de embalagem, certas matérias podem ser afetadas a grupos de embalagem de acordo
com o grau de perigo que elas apresentam para o transporte.

Os grupos de embalagem têm os seguintes significados:


✓ Grupo de embalagem I: matérias muito perigosas;
✓ Grupo de embalagem II: matérias medianamente perigosas;
✓ Grupo de embalagem III: matérias levemente perigosas;

Grupo de embalagem I: líquidos inflamáveis com um ponto de ebulição ou início de ebulição não
ultrapassando os 35 °C, e líquidos inflamáveis com um ponto de inflamação inferior a 23 ºC. (Ex:
Gasolina)

Grupo de embalagem II: líquidos inflamáveis com um ponto de inflamação inferior a 23 ºC que não
são classificados no grupo de embalagem I.

Grupo de embalagem III: líquidos inflamáveis com um ponto de inflamação de 23 °C a 60 ºC, valores
limites incluídos. (Ex: Gasóleo)

8.3. Grandes Recipiente para Granel – GRG


Concebida para um manuseamento mecânico:
Podendo resistir às solicitações produzidas aquando do manuseamento e do transporte, o que deve
ser confirmado pelos ensaios aplicáveis aos GRG.

Os GRG´s podem ser do tipo:


✓ Metálicos;
✓ Flexíveis;
✓ Plástico rígido;
✓ Compósitos;
✓ Cartão;
✓ Madeira.

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8.4. Prescrições relativas à formação da tripulação dos


veículos
A legislação vigente exige que sejam titulares de um Certificado de Formação, redigido em
português e numa outra língua oficial do ADR (inglês, francês ou alemão), os seguintes condutores
de veículos que transportem mercadorias perigosas:

8.5. Conselheiro de segurança


As empresas cuja atividade inclua operações de transporte de mercadorias perigosas por estrada,
ou operações de embalagem, de carga, de enchimento ou de descarga ligadas a esses transportes,
devem nomear um ou vários conselheiros de segurança para o transporte de mercadorias perigosas,
encarregados de colaborar na prevenção de riscos para as pessoas, para os bens ou para o
ambiente, inerentes àquelas operações.

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Empresas que devem nomear o CS

• Empresas que transportam mercadorias perigosas por estrada, por caminho-de-ferro ou por
via fluvial;
• Empresas que procedem a operações de carga e descarga de mercadorias perigosas;
• Empresas que expedem/carregam mercadorias perigosas;
• Empresas que procedem ao enchimento de embalagens ou recipientes.

Empresas que não precisam de Conselheiro de Segurança

• A empresa só transporta ou envia para transporte mercadorias perigosas em situações de


isenção (1.1.3.6. + 3.3. + 3.4. + 3.5)- ADR

• A empresa é apenas destinatária de mercadoria perigosa (a nível nacional);

• A empresa só transporta ocasionalmente mercadoria perigosas e até ao limite de 50


toneladas por ano.

Tarefas do Conselheiro Segurança

Elaborar um relatório anual sobre as atividades da empresa no âmbito do transporte de mercadorias


perigosas

Elaborar, dentro do prazo estipulado, relatórios de acidente ou incidente grave para a ANPC

Aconselhar a empresa nas operações relacionadas com o transporte de mercadorias perigosas;

Identificação das mercadorias perigosas transportadas

Avaliação de requisitos especiais das mercadorias perigosas transportadas quando da aquisição de


meios de transporte.

Os procedimentos que permitam verificarem o material utilizado no transporte de mercadorias


perigosas ou nas operações de carga ou de descarga.

A formação dos trabalhadores da empresa envolvidos e o registo dessa formação

A implementação de procedimentos de emergência apropriados aos eventuais acidentes ou


incidentes que possam afetar a segurança durante o transporte de mercadorias perigosas ou
durante as operações de carga ou de descarga.

A análise e, quando necessário, a elaboração de relatórios sobre os acidentes, os incidentes ou as


infrações graves verificadas durante o transporte de mercadorias perigosas ou durante as operações
de carga ou de descarga

A implementação de medidas apropriadas para evitar a repetição de acidentes, de incidentes ou de


infrações graves.

Verificar o cumprimento da legislação relativa ao transporte de mercadorias perigosas;

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A tomada em conta das prescrições legislativas e dos requisitos especiais relativos ao transporte de
mercadorias perigosas na seleção e utilização de subcontratados ou outros intervenientes.

A verificação de que o pessoal afeto ao transporte de mercadorias perigosas ou à carga ou descarga


dessas mercadorias dispõe de procedimentos de execução e de instruções pormenorizadas.

A implementação de ações de sensibilização aos riscos ligados ao transporte de mercadorias


perigosas ou à carga ou descarga dessas mercadorias.

Estando o transporte de matérias perigosas sujeito a acidentes diversos, entre eles os acidentes
industriais ou rodoviários importa ser fácil e rapidamente interpretável a natureza do produto
trabalhado ou transportado.

Por iniciativa da ONU criou-se uma simbologia universal de identificação do produto, que até mesmo
por um leigo poderá ser comunicada aos serviços de socorros que assim podem ir prevenidos para o
combate ao sinistro

A identificação de produtos perigosos para o transporte rodoviário é realizada por meio da simbologia
de risco, composta por um painel de segurança, de cor laranja, e um rótulo de risco. Estas
informações obedecem aos padrões técnicos definidos na legislação do transporte de produtos
perigosos.

As informações inseridas no painel Laranja e no rótulo de risco, conforme determina a legislação,


abrangem o Número de Risco e o Número ONU, no Painel de Segurança, e o Símbolo de Risco e a
Classe/Subclasse de Risco no Rótulo de Risco, conforme pode ser observado nas seguintes figuras.

O transporte de matérias perigosas só pode ser efetuado por condutor devidamente habilitado com o
certificado ADR, caso não esteja em situação isenção (1.1.3.6. + 3.3. + 3.4. + 3.5)

8.6. Disposições Gerais relativas à Carga, à Descarga e ao


Manuseamento
O carregamento não deve ser efetuado se for verificado por controlo dos documentos e do exame visual
ao veículo e aos seus equipamentos, que o veículo ou o condutor não satisfazem as disposições
regulamentares e se forem reveladas falhas que possam pôr em causa a segurança das operações.

A descarga não deve ser efetuada se o mesmo controlo acima referido revelar falhas que possam pôr
em causa a segurança da descarga.

Os volumes munidos de etiquetas de perigo diferentes não devem ser carregados em comum no mesmo
veículo ou contentor.

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A menos que, o carregamento em comum seja autorizado, de acordo com o seguinte quadro e
fundamentado nas etiquetas de perigo de que estão munidos.

Depois da descarga de um veículo ou de um contentor que tenha contido mercadorias perigosas


embaladas, se for verificado que as embalagens deixaram escapar uma parte do seu conteúdo
(derrame), deve-se, logo que possível e em qualquer caso, antes de efetuar novo carregamento, limpar
o veículo ou o contentor.

Se a limpeza não puder ser efetuada no local, o veículo ou o contentor deve ser transportado, nas
condições de segurança adequadas, para o local mais próximo onde a limpeza pode ser efetuada.

As condições de segurança são adequadas se forem tomadas medidas apropriadas para impedir uma
fuga descontrolada de mercadorias perigosas que se tenham escapado.

O trânsito na Ponte 25 de Abril e viaduto norte apenas é permitido entre as 2 e as 5 horas de todos os
dias úteis, domingos e feriados.

É proibida a circulação dos veículos referidos no túnel da Gardunha, localizado no IP 2, entre


Alpedrinha e Fundão.

8.7. Prescrições a cumprir pela tripulação dos veículos


É proibido transportar quaisquer passageiros, além do pessoal de bordo, em unidades de transporte de
mercadorias perigosas.

A tripulação do veículo deve saber utilizar os aparelhos de extinção de incêndio.

É proibido ao condutor ou ao ajudante abrir volumes que contenham mercadorias perigosas.

Cada membro da tripulação do veículo deve, durante o transporte, ter consigo um documento de
identificação que inclua a sua fotografia.

Cada membro da tripulação do veículo deve possuir uma lanterna de bolso.

Durante as operações de movimentações, é proibido fumar no interior dos veículos e na sua


proximidade. Esta proibição de fumar é também aplicável à utilização de cigarros eletrónicos e
dispositivos similares.

O motor deve estar desligado durante as operações de carga e descarga, exceto se for necessário para o
funcionamento das bombas ou outros mecanismos.

Nenhuma unidade de transporte de mercadorias perigosas deve estacionar sem que o seu travão de
estacionamento tenha sido acionado.

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8.8. Equipamento
Para as unidades de transporte com uma massa máxima admissível superior a 7,5 ton., um ou vários
extintores de incêndio portáteis adaptados às classes de inflamabilidade A, B e C, com capacidade
mínima total de 12 kg de pó (ou com capacidade equivalente, para outros agentes de extinção
aceitáveis), e dos quais pelo menos um extintor tenha uma capacidade mínima de 6 kg;

Para as unidades de transporte com uma massa máxima admissível superior a 3,5 ton. e inferior ou igual
a 7,5 ton., um ou vários extintores de incêndio portáteis adaptados às classes de inflamabilidade A, B e
C, com capacidade mínima total de 8 kg de pó (ou com capacidade equivalente, para outros agentes de
extinção aceitáveis), e dos quais pelo menos um extintor tenha uma capacidade mínima de 6 kg;

Para as unidades de transporte com uma massa máxima admissível inferior ou igual a 3,5 ton., um ou
vários extintores de incêndio portáteis adaptados às classes de inflamabilidade A, B e C, com capacidade
mínima total de 4 kg de pó (ou com capacidade equivalente, para outros agentes de extinção aceitáveis)

Qualquer unidade de transporte que transporte mercadorias perigosas deve estar munida:

Em cada veículo, de pelo menos um calço com dimensões apropriadas ao peso do veículo e ao diâmetro
das rodas;

Uma pá, uma proteção para grelha de esgotos e um recipiente coletor de matéria plástica (prescrito
apenas para os números de etiqueta de perigo 3, 4.1, 4.3, 8 e 9 )

Do equipamento necessário para se tomar as medidas de ordem geral indicadas nas instruções de
segurança, nomeadamente:

Dois sinais de aviso portáteis (por exemplo, cones ou triângulos refletores ou luzes intermitentes cor de
laranja independentes da instalação elétrica do veículo);

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Os condutores de veículos afectos ao transporte de mercadorias perigosas devem transitar


durante o dia com as luzes de cruzamento acesas - €30 a €150.

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8.9. Deverá existir a bordo da viatura a seguinte


documentação:
✓ Documento de transporte para as mercadorias perigosas e informações que lhe dizem
respeito;
✓ Certificado de carregamento do contentor, quando aplicável;
✓ Ficha de segurança (instruções escritas);
✓ Certificado de formação do condutor, quando aplicável;
✓ Certificado de Aprovação da viatura, quando aplicável.

8.10. Ficha de segurança (instruções escritas)


As fichas de Segurança de acordo com o capítulo 5.4.3, tem como finalidade aquando eventualidade de
uma situação de emergência aquando de um acidente que possa ocorrer durante um transporte, as
instruções escritas sob a forma especificada no 5.4.3.4 devem ser guardadas num local acessível, no
interior da cabina da tripulação do veículo.

Estas instruções devem ser facultadas pelo TRANSPORTADOR à tripulação do veiculo, antes da partida,
numa ou mais línguas que cada membro da tripulação possa ler e compreender.

O transportador deve garantir que cada membro da tripulação em causa compreende corretamente
as instruções e é capaz de as aplicar.

Ficha de Segurança (Instruções Escritas)

✓ Medidas a tomar numa situação de emergência


✓ Devem ser guardadas na cabine e facilmente acessíveis pela tripulação
✓ Responsabilidade do TRANSPORTADOR
✓ Deve estar na língua que a tripulação entenda
✓ Deve ser lida e entendida pela tripulação
✓ Devem corresponder ao modelo de 4 págs

8.11. Inspeções
• Qualquer certificado de aprovação emitido pelas autoridades competentes de uma parte
contratante a um veículo matriculado no território do mesmo é aceite durante o seu período
de validade pelas autoridades competentes das outras partes contratantes.

• O mesmo é redigido em português e numa das línguas oficiais do ADR

• A validade dos certificados de aprovação expira, o mais tardar, um ano, após a data da
inspeção técnica do veículo que tenha antecedido a emissão do certificado.

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8.12. Obrigações de segurança dos intervenientes

Fornecer ao transportador as informações e dados sobre as matérias.


Expedidor Utilizar apenas embalagens e recipientes aprovados e aptos para o transporte de
mercadorias perigosas (marcação).

Assegurar que a documentação e equipamentos necessários se encontram a


bordo.
Verificação visual dos veículos e carga.
Transportador ou Assegurar-se da data do próximo ensaio para veículos-cisternas, veículos-baterias,
Proprietário do cisternas fixas, cisternas desmontáveis, CGEM, cisternas móveis e Contentores-
veículo cisternas.
Verificar se os veículos não estão em excesso de carga.
Assegurar-se que as placas-etiquetas e painéis laranjas estão colocados.
Entregar as instruções de segurança (Ficha de Segurança).

Efetuar a limpeza e descontaminação dos veículos e contentores.


Destinatário Garantir que os contentores, uma vez inteiramente descarregados, limpos e
descontaminados deixam de ter a sinalização de perigo.

Verificar se as embalagens estão danificadas.


Carregador
Observar as proibições de carregamento em comum.

Verificar as condições de embalagem em comum.


Embalador Quando prepara volumes para transporte observar as marcações e colocação de
etiquetas.

9. Proteção do Ambiente – Controle da


Transferência de resíduos
Tendo em vista a segurança pessoal e a saúde pública em geral, os resíduos, na recolha, no transporte,
no eventual armazenamento temporário e no destino final em reciclagem ou eliminação e deposição em
local apropriado, todo o processo carece de prévia notificação à Entidade Oficial competente Instituto
dos Resíduos, a qual terão de contar, nomeadamente:
• As indicações relativas ao tipo de resíduo;
• Do percurso a percorrer e intenção (reciclagem ou eliminação);
• Para que possam ser previstas eventuais medidas a tomar; desde interdição ou alternativas
para meios de transporte ou para percursos, ou até adequação da embalagem ou local para
eliminação.

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A Portaria n.º 335/97, de 16 de Maio que fixa as regras de transporte de resíduos, designadamente a
obrigatoriedade do transporte de resíduos se fazer acompanhar da Guia de acompanhamento de
resíduos” (GAR’s)

Apesar da utilização de todos os meios preventivos possíveis para garantir segurança, um acidente
poderá ocorrer, pelo que a regulamentação obriga à celebração de seguros de responsabilidade civil e a
garantias financeiras que cubram os danos eventualmente produzidos, bem como as despesas que
ocorram com alternativas a tomar face à impossibilidade de cumprimento de cenários inicialmente
previstos.

9.1. Gestão de Resíduos Hospitalares


Os resíduos hospitalares, de acordo com a legislação em vigor, são definidos como os resíduos
resultantes de atividades de prestação de cuidados de saúde a seres humanos ou animais, nas áreas da
prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, ou investigação e ensino, bem como em outras
atividades envolvendo procedimentos invasivos, tais como acupuntura, piercings e tatuagens.

Estes resíduos estão classificados de acordo com a legislação em vigor, em quatro grupos:

• Grupo I – Resíduos Equiparados a Urbanos


• Grupo II – Resíduos Hospitalares Não Perigosos
• Grupo III – Resíduos Hospitalares de Risco Biológico
• Grupo IV – Resíduos Hospitalares Específicos

De acordo com a Portaria nº 335/97, o transporte rodoviário de resíduos hospitalares dos Grupos III e IV
deve ser efetuado pelas entidades responsáveis pela gestão desta tipologia de resíduos hospitalares,
não obstante poder também ser realizado pelo próprio produtor ou por empresa licenciada para o
transporte de mercadorias por conta de outrem, no respeito das regras estabelecidas na referida
Portaria.
A guia de acompanhamento de resíduos hospitalares dos Grupos III e IV consiste no Modelo B, do nº
1429 da Imprensa Nacional – Casa da Moeda.

Trata-se de um modelo constituído por um único exemplar que fica na posse do transportador, não
prevendo a referida legislação a existência de outros exemplares nomeadamente para posse do
produtor.

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De salientar que o transporte de resíduos abrangidos pelos critérios de classificação de mercadorias


perigosas deve, igualmente, obedecer à regulamentação nacional de transporte de mercadorias
perigosas (Decreto-Lei nº 206-A/2012, de 31 de agosto, que altera o Decreto-Lei nº 41-A/2010, de 29 de
abril, o qual regula o transporte rodoviário e ferroviário de mercadorias perigosas), devendo
nomeadamente ser dado cumprimento às condições estipuladas para a classe 6.2 desta
regulamentação, bem como às disposições constantes no ponto 6.3 do Despacho nº 242/96, publicado
no Diário da República II Série nº 187, de 13.

10. Transporte de produtos perecíveis


10.1. Definição de produto perecível
Perecível é um adjetivo que qualifica aquilo que dura pouco e que, por conseguinte, acaba por perecer
(deixar de ser ou existir, acabar).

São considerados alimentos perecíveis aqueles que começam a decompor-se rápida e facilmente. Esta
deterioração é determinada por fatores como a temperatura, a pressão ou a humidade.

As carnes, as verduras, as frutas e os lacticínios são alguns dos alimentos perecíveis, que devem ser
conservados ao frio e consumidos antes de uma determinada data (o prazo de validade) para evitar que
se descomponham e se estraguem.

As bactérias e os fungos fazem parte dos microrganismos capazes de destruir os alimentos perecíveis.
Estes alimentos frescos contêm enzimas que favorecem a degradação e que alteram o sabor e a textura,
entre outras características.

Outra categoria de alimentos são os semi-perecíveis, que também se deterioram com relativa facilidade
embora se mantenham ao abrigo dos danos por mais tempo. Desses alimentos, pode-se destacar os
tubérculos e frutos de casa dura.

Para conservar os alimentos perecíveis, a melhor opção é utilizar frigoríficos ou congeladores que
oferecem um ambiente com baixas temperaturas.

Outra possibilidade é incluir aditivos químicos como sais ou ácidos nos alimentos para evitar a formação
de microrganismos. Desta forma, os alimentos poderão conservar as suas propriedades nutricionais
durante mais tempo.

10.2. Medidas preventivas


De forma a minimizar a ocorrência dos perigos enunciados na secção anterior, é também possível
enumerar um conjunto de medidas preventivas que podem ser consideradas no sentido de minimizar a
probabilidade de ocorrência desses perigos:

• Efetuar a carga do produto em condições de temperatura adequadas (e.g. cais de carga refrigerados);

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• Assegurar a estabilização térmica do produto à sua temperatura de conservação antes da expedição


do produto;

• Colocar a carga no veículo/contentor de forma a permitir uma adequada circulação do ar;

• Verificar a temperatura do produto à carga;

• Verificar as temperaturas do veículo/contentor aquando da receção do transporte para carga;

• Verificar a temperatura do veículo/contentor durante o transporte;

• Calibrar as sondas de temperatura utilizadas na monitorização de temperaturas no transporte;

• Assegurar a manutenção do sistema de refrigeração do veículo/contentor;

• Verificar a temperatura do produto à receção;

• Efetuar a descarga do produto em condições de temperatura adequada (e.g. cais de carga


refrigerados);

• Após a descarga, colocar o produto armazenado em câmaras à temperatura correspondente à


conservação

do produto;

• Verificar o estado de manutenção do veículo/contentor aquando da receção para carga;

• Verificar o adequado estado de higiene do veículo/contentor aquando da receção para carga;

• Cumprir as boas práticas de manipulação de forma a assegurar a integridade das embalagens dos
produtos alimentares;

• Utilizar embalagens adequadas para assegurar uma proteção eficaz do produto durante a realização,
em condições normais, das operações de transporte e distribuição;

• Evitar sobrecargas, limitando a altura de sobreposição de embalagens no transporte;

• Assegurar o cumprimento dos programas de limpeza, desinfeção e manutenção dos


veículos/contentores;

• Assegurar o cumprimento dos programas de limpeza, desinfeção e manutenção dos locais de carga e
descarga de produtos alimentares, e de todas as outras áreas onde ocorre a manipulação de produtos
alimentares.

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10.3. Transporte
O transporte de alimentos perecíveis exige medidas de
controlo de temperaturas e a adequação às normas dos
veículos de transporte utilizados. O transporte de alimentos
perecíveis está sujeito a normas muito exigentes que
pretendem preservar a inocuidade dos produtos alimentares,
preservando, desta forma a saúde dos consumidores. O
transporte dos produtos perecíveis tem de cumprir
simultaneamente as normas gerais do transporte de
mercadorias e as normas constantes do "acordo internacional
de transportes-ATP".

ATP é a sigla utilizada para designar o Acordo Relativo aos Transportes Internacionais de Produtos
Perecíveis e aos Equipamentos Especiais a Utilizar nestes Transportes. Este acordo, assinado em
Genebra a 1 de Setembro de 1970, entrou em vigor a 21 de Novembro de 1976, após o que tem vindo a
ser frequentemente retificado por um grupo de trabalho denominado WP.11
(theWorkingPartyontheTransportofPerishableFoodstuffs). Atualmente, 44 países são signatários deste
acordo, que define as características térmicas dos equipamentos de transporte.

O objetivo do ATP é assegurar que as mercadorias perecíveis são transportadas no âmbito internacional
de modo a que sejam garantidas as condições ótimas para o seu consumo, assegurando, do mesmo
modo, que os veículos que realizam o transporte satisfaçam as condições técnicas regulamentadas pelo
próprio acordo.

O equipamento de transporte usado para o transporte de alimentos perecíveis deve ser devidamente
isolado para retardar o fluxo de calor através das paredes. A qualidade de isolamento é mensurável, e a
unidade de medida normalmente usada é o coeficiente de transferência de calor - K - (ver Secção
10.3.1). Para obter um certificado ATP (ver Secção 10.3.1) para o transporte internacional de alimentos
perecíveis congelados e ultracongelados, o valor K do equipamento dever ser igual ou inferior a
0.4w/m2 x °C.
As espumas de poliuretano, são os materiais mais frequentemente utilizados em equipamentos
refrigerados isolados. Esta espuma quase sempre incorpora um gás de baixa condutividade para
melhorar o desempenho.
A espessura do isolamento está, normalmente, entre 70-80 mm para as paredes laterais e de cerca de
100 mm para o chão e o teto. Devido à evolução da tecnologia, a espessura das paredes laterais tem
vindo a reduzir-se, podendo ser mesmo de 60 mm. Este tipo de espumas plásticas permitem obter
coeficientes de transferência de calor pequenos, são leves, resistentes à água e não corrosivas.
Em 1989 a CEE decidiu aumentar a largura máxima dos veículos de estrada da classe FRC, isto é, veículos
capazes de manter -20°C. Para tais veículos, a largura máxima admissível foi alterada de 2500 mm para
2600 mm. Com uma largura máxima de 2500 mm, eram usadas paredes finas. A maior parte dos
veículos novos possuem um corpo construído por painéis sanduíche, com espuma plástica laminada
entre paredes de fibra de vidro, aço inoxidável ou
de alumínio. Estes painéis permitem um valor de K baixo, mesmo para paredes com pouca espessura.
No que se refere às superfícies exteriores, estas devem refletir a radiação do calor. Contudo o efeito de
reflexão é reduzido se a superfície exterior do veículo não for mantida limpa. Os metais polidos, aço ou
alumínio, são normalmente usados como superfície exterior dos contentores ISO. Os materiais de
isolamento de elevada qualidade não conseguem garantir um adequado isolamento se o fecho das
ligações das portas possuir falhas. A espuma de poliuretano deteriora-se com o tempo, devido em parte
à perda do gás e em parte devido à absorção de humidade. A amplitude total do rácio de deterioração
pode atingir 5% por ano, sendo inferior para os novos painéis tipo sanduíche.

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10.3.1. Veículo Refrigerado – R


Denomina-se veículo refrigerado aquele que, com recurso a um equipamento que não seja mecânico ou
de absorção, consiga baixar e, por conseguinte, manter a temperatura no seu interior, para uma
temperatura exterior de 30°C. Assim, consoante a sua temperatura de classe, um veículo irá ser
classificado da seguinte forma: Ex: placas eutécticas

• Classe A - transporte a uma temperatura interior máxima de +7°C


• Classe B - transporte a uma temperatura interior máxima de -10°C
• Classe C - transporte a uma temperatura interior máxima de - 20°C
• Classe D - transporte a uma temperatura interior máxima de 0°C

Para as classes B e C, o coeficiente K terá sempre de ser igual ou inferior a 0.40 W/m2 .K

10.3.2. Equipamento refrigerado mecanicamente


São equipamentos isolados com aplicações próprias de refrigeração, ou juntas a outras unidades do
equipamento de transporte com tais aplicações (e.g. unidades de compressão mecânicas, unidades de
absorção). A aplicação deve ser capaz, com uma temperatura exterior média de +30ºC, diminuir a
temperatura dentro do corpo de carga a, e mantendo-a depois de forma contínua da seguinte maneira:

No caso das classes A, B e C, qualquer valor de temperatura desejado praticamente constante, em


conformidade com as normas definidas para as três classes:

• Classe A: equipamento mecânico refrigerado com uma aplicação tal que a temperatura seja
entre +12ºC e 0ºC inclusive;

• Classe B: equipamento mecânico refrigerado com uma aplicação tal que temperatura seja entre
+12ºC e -10ºC inclusive;

• Classe C: equipamento mecânico refrigerado com uma aplicação tal que temperatura seja entre
+12ºC e -20ºC inclusive.

• No caso das classes D, E e F, um valor de temperatura fixa praticamente constante, em


conformidade com as normas definidas para as três classes:

• Classe D: equipamento mecânico refrigerado com uma aplicação tal que a temperatura é igual
ou menor a 0ºC;

• Classe E: equipamento mecânico refrigerado com uma aplicação tal que temperatura é igual ou
menor a -10ºC;

• Classe F: equipamento mecânico refrigerado com uma aplicação tal que temperatura é igual ou
menor a -20ºC.

• O coeficiente de transferência de calor do equipamento das classes B, C, E e F deve em todas as


situações ser igual ou menor a 0.40 W/m2 °C.

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• Para equipamentos já em uso à data de entrada em vigor do acordo, até que o equipamento
seja completamente retirado do serviço, o coeficiente de transferência de calor dos
equipamentos de refrigeração mecânicos em questão para as classes B, C, E e F podem ser
iguais ou inferiores a 0.70 W/m2ºC (ATP, 2003).

• Os equipamentos de transporte isotérmicos reforçados com largura superior a 2,5m deverão


possuir paredes laterais de espessura mínima de isolamento de 45 mm.

10.3.3. Identificação de equipamentos


Os equipamentos são classificados de acordo com 3 pontos:

• Quanto ao tipo, refrigerado, frigorífico ou calorífico (R, F ou C)

• Quanto à isotérmica da caixa isotérmica: reforçado ou normal (R ou N)

• Quanto à temperatura de classe (A, B, C, D, …)

Para os veículos que realizam esse tipo de transportes apenas no território nacional, a certificação ATP
dos equipamentos é também obrigatória se a respetiva largura for superior a 2,55 m, podendo esta, no
caso de ser obtido o certificado ATP, atingir 2,60m e paredes com espessura de 45 mm. Para a
realização de transportes nacionais, nos casos de veículos cuja largura não exceda 2,55 m, a certificação
ATP tem atualmente caráter voluntário.

Tabela 1 - Classificação de Equipamentos segundo a NP 1524 e o ATP


Designação Isotermia Classe Identificação Coeficiente Temperatur Temperatur
K [W.m2 a interior a exterior
.°C] [°C] [°C]

Isotérmico Normal IN
Reforçado IR

Refrigerado Normal A RNA 0,7 +7 +30


Reforçado A RRA 0,4 +7 +30
Reforçado B RRB 0,4 -10 +30
Reforçado C RRC 0,4 -20 +30
Normal D RND 0,7 0 +30
Reforçado D RRD 0,4 0 +30

Frigorífico Normal A FNA 0,7 +12/0 +30


Reforçado A FRA 0,4 +12/-10 +30
Reforçado B FRB 0,4 +12/-10 +30
Reforçado C FRC 0,4 +12/-20 +30
Normal D FND 0,7 +2 +30
Reforçado D FRD 0,4 0,4 +30
Reforçado E FRE 0,4 -10 +30

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Reforçado F FRF 0,4 -20 +30

Normal A CNA 0,7 +12 -10


Reforçado A CRA 0,4 +12 -10
Calorífico A
Reforçado B CRB 0,4 +12 -20

10.3.4. Identificação no veículo, a título de exemplo:

FRC
12 - 2015

Em que FRC significa Veiculo Frigorifico (F) com caixa reforçada (R) de classe C. No que respeita à data,
esta refere-se à validade do certificado, ou seja, a data a partir da qual o veículo deverá ser novamente
inspeccionado.

10.3.5. Validade
O certificado emitido é válido por 6 anos, período após o qual o veículo terá de ser novamente
submetido a:

• Inspeção visual, válida por mais 3 anos

• Diretamente submetido a um ensaio em laboratório

10.3.6. Temperaturas de transporte


Os transportadores de mercadorias perecíveis devem utilizar veículos isotérmicos, refrigeradores,
frigoríficos ou caloríficos:

• Produtos ultracongelados e congelados (pescado, produtos à base de pescado, moluscos e


crustáceos congelados ou ultracongelados): -18oC
• Manteiga: 6oC
• Produtos de caça: 4oC
• Leite cru ou pasteurizado destinado ao consumo imediato: 4oC
• Leite destinado à indústria: 6oC
• Produtos lácteos (iogurte, kéfir, nata e queijo fresco): 4oC
• Pescado, moluscos e crustáceos (exceto pescado fumado, salgado seco ou vivo, moluscos e
crustáceos vivos): embalados em gelo fundente Produtos preparados à base de carne (exceto
os estabilizados por salga, fumagem, secagem ou esterilização): 6ºC
• Carne: 7ºC
• Aves: 4ºC

Um veículo para cada tipo de produto.

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Os veículos destinados ao transporte de mercadorias perecíveis devem manter a temperatura


estabelecida legalmente para conservar o alimento em condições inócuas e aptas ao seu consumo. A
norma define a seguinte tipologia de veículos de transporte:

a) Veículos isotérmicos: veículo cuja caixa está construída com paredes de material isolante,
incluindo as portas, o solo e teto, limitando a transferência de calor entre o interior e exterior.

b) Veículo refrigerado: veículo isotérmico que possuí uma fonte de frio, permitindo
reduzir a temperatura do interior mantendo-a a uma temperatura aproximada de -
12oC.

c) Veículo frigorífico: veículo isotérmico que possuí um dispositivo de produção de frio,


permitindo, reduzir a temperatura interna mantendo-a de forma permanente entre -
12oC a -20oC.

d) Veículo calorífico: veículo isotérmico que contém um dispositivo de produção de calor


que permite elevar a temperatura e mantê-la, durante pelo menos 12 horas,
praticamente constante e superior a 12oC,

De acordo com o ATP, um grupo de frio de um veículo frigorífico para ser considerado eficiente, terá
de garantir duas condições:

• Para uma temperatura exterior não inferior a 15ºc, o grupo de frio terá de conseguir baixar a
temperatura interior até à temperatura de classe (previamente aquecida até igualar a
temperatura exterior) em pelo menos 6 horas;

• Após ter atingido a temperatura de classe, o grupo de frio deverá mantê-la pelo menos durante
12 horas consecutivas (os períodos de descongelação são descontados).

Os ensaios para o presente trabalho foram realizados no LABET- Laboratório de Ensaios


Termodinâmicos, pertencente ao ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade. Esta entidade é a única
estação acreditada em Portugal para certificações ATP. Localizado em Castelo Branco, o LABET é
essencialmente constituído por dois bancos de ensaio, ou túneis, com FRC 12 – 2008 com dimensões
suficientes para albergar um semirreboque TIR

As temperaturas médias (interior e exterior), obtidas ao longo de um período estabilizado não inferior a
12 horas, não poderão variar mais do que 0,3ºC

Estas mesmas temperaturas não podem variar mais do que +/-1°C nas 6 horas que antecedem o período
das 12 horas.

O valor de K deverá ser obtido a partir dos valores de temperatura obtidos nas últimas 6 horas do
período estabilizado. Nestas 6 horas, os valores das temperaturas (interior e exterior), não deverão
diferir mais do que 0.2°C.

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10.3.7. Ventilação nos Reboques

11. Transporte de animais vivos


O Regulamento (CE) N.o 1/2005 do Conselho de 22 de Dezembro de 2004, articulado com o Decreto-lei
265/2007 de 24 de Julho, regulamentam o transporte de animais vivos.

Para melhor perceção das obrigações referentes ao transporte de animais vivos atenda-se às definições
seguintes:

11.1. Definições
Para efeitos do presente regulamento, entende-se por:

a) «Animais», os animais vertebrados vivos;

b) «Centros de agrupamento», os locais, tais como explorações, centros de recolha e mercados,


nos quais são agrupados conjuntamente, para formar remessas, equídeos domésticos ou animais
domésticos das espécies bovina, ovina, caprina ou suína, provenientes de diferentes explorações;

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c) «Tratador», a pessoa diretamente responsável pelo bem- -estar dos animais que os
acompanha durante a viagem;

d) «Posto de inspeção fronteiriço», qualquer posto de inspeção designado e aprovado, nos


termos do artigo 6.o da Diretiva 91/496/CEE (2), para a realização dos controlos veterinários de
animais que cheguem à fronteira do território da Comunidade provenientes de países terceiros;

a) «Legislação comunitária no domínio veterinário», a legislação enumerada no capítulo I do


anexo A da Diretiva 90/ /425/CEE (3) e quaisquer normas de execução subsequentes;

b) «Autoridade competente», a autoridade central de um Estado-Membro competente para


efetuar controlos do bem-estar dos animais ou qualquer autoridade em que aquela tenha
delegado essa competência;

c) «Contentor», qualquer grade, caixa, recetáculo ou outra estrutura rígida utilizada para o
transporte de animais e que não constitua um meio de transporte;

d) «Postos de controlo», os postos de controlo a que se refere o Regulamento (CE) n.o 1255/97;

e) «Ponto de saída», um posto de inspeção fronteiriço ou qualquer outro local designado por um
Estado-Membro através do qual os animais abandonam o território aduaneiro da Comunidade;

f) «Viagem», a operação de transporte completa desde o local de partida até ao local de destino,
incluindo qualquer descarregamento, acomodamento e carregamento que se verifique em
pontos intermédios da viagem;

g) «Detentor», qualquer pessoa, singular ou coletiva, com exceção dos transportadores,


responsável pelos animais ou que se ocupe destes a título permanente ou temporário;

h) «Navio de transporte de gado», um navio utilizado, ou que se destine a ser utilizado, para o
transporte de equídeos domésticos ou de animais domésticos das espécies bovina, ovina,
caprina ou suína, com exceção dos navios ro-ro e dos navios de transporte de animais em
contentores móveis;

i) «Viagem de longo curso», uma viagem que exceda 8 horas contadas a partir do momento em
que o primeiro animal da remessa é deslocado;

j) «Meio de transporte», os veículos rodoviários ou ferroviários, navios e aeronaves utilizados


para o transporte de animais;

k) «Sistemas de navegação», as infraestruturas por satélite que prestam serviços à escala


mundial, contínuos, exatos e garantidos, de informação temporal e posicional ou qualquer
tecnologia que preste serviços considerados equivalentes
para efeitos do presente regulamento;

l) «Veterinário oficial», o veterinário designado pela


autoridade competente do Estado-Membro;

m) «Organizador»:

i) Um transportador que tenha subcontratado a, pelo menos, outro

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transportador uma parte de uma viagem ou

ii) Uma pessoa singular ou coletiva que tenha contratado mais de um transportador para uma viagem;
ou

iii) Uma pessoa que tenha assinado a secção 1 do diário de viagem previsto no anexo II;

r) «Local de partida», o local onde o animal é carregado pela primeira vez num meio de
transporte, desde que tenha sido alojado nesse local durante, pelo menos, 48 horas antes do
momento da partida.

No entanto, os centros de agrupamento que tenham sido aprovados em conformidade com a legislação
comunitária no domínio veterinário podem ser considerados locais de partida, desde que:

i) A distância percorrida entre o primeiro ponto de carregamento o centro de


agrupamento seja inferior a 100 km; ou

ii) Os animais disponham de material de cama suficiente e tenham sido desamarrados,


se possível, e abeberados durante, pelo menos, 6 horas antes da partida do centro de
agrupamento;

s) «Local de destino», o local onde um animal é descarregado de um meio de transporte e:

i) Alojado durante, pelo menos, 48 horas antes do momento da partida; ou

ii) Abatido;

t) «Local de repouso ou de transferência», qualquer local de paragem durante a viagem que não
seja um local de destino, incluindo um local onde os animais tenham mudado de meio de
transporte, quer tenham ou não sido descarregados;

u) «Equídeos registados», os equídeos registados a que se refere a Diretiva 90/426/CEE (1);

v) «Navio ro-ro», um navio marítimo dotado de equipamentos que permitem o embarque e o


desembarque de veículos rodoviários ou ferroviários;

Abreviatura (ro-ro)

Definição de roll-on roll-off

Transporte numa balsa de passageiros ou outro meio de transporte em que os veículos são
conduzidos diretamente sobre no início da viagem ou viagem e expulsos no final do mesmo.

w) «Transporte», a circulação de animais efetuada por um ou mais meios de transporte e as


operações afins, incluindo o carregamento, o descarregamento, a transferência e o
repouso, até ao final do descarregamento dos animais no local de destino;

x) «Transportador», qualquer pessoa singular ou coletiva que transporte animais por conta
própria ou por conta de terceiros;

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y) «Equídeos não domados», os equídeos que não podem ser amarrados nem conduzidos por
um freio sem que isso lhes cause excitação, dor ou sofrimento evitáveis;

z) «Veículo», um meio de transporte equipado com rodas, propulsado ou rebocado.

11.2. Condições de transporte

Ninguém pode proceder ou mandar proceder ao transporte de animais em condições suscetíveis de lhes
causar lesões ou sofrimentos desnecessários.

Além disso, devem ser cumpridas as seguintes condições:

a) Terem sido previamente tomadas todas as disposições necessárias para minimizar a duração
da viagem e satisfazer as necessidades dos animais durante a mesma;

b) Os animais estarem aptos a efetuar a viagem


prevista;

c) Os meios de transporte serem concebidos,


construídos, mantidos e utilizados por forma a evitar
lesões e sofrimento e a garantir a segurança dos
animais;

d) Os equipamentos de carregamento e
descarregamento serem concebidos, construídos,
mantidos e utilizados adequadamente por forma a evitar lesões e sofrimento e a garantir a
segurança dos animais;

e) O pessoal que manuseia os animais possuir a formação ou competência adequada para este
fim e desempenhar as suas tarefas sem recurso à violência ou a qualquer método suscetível de
provocar medo, lesões ou sofrimento desnecessários;

f) O transporte ser efetuado sem demora para o local de destino e as condições de bem-estar dos
animais serem verificadas regularmente e mantidas de forma adequada;

g) Serem proporcionados aos animais uma área de chão e uma altura suficientes tendo em conta
o seu tamanho e a viagem prevista;

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h) Serem proporcionadas aos animais, em qualidade e quantidade indicadas para a sua espécie e
o seu tamanho, água, alimentos e repouso a intervalos adequados.

11.3. Transportadores
Autorização dos transportadores e meios de transporte para viagens de longo curso:

1. O transporte de animais vivos em viagens de longo curso só pode ser realizado por transportadores e
em meios de transporte com condutores e ou tratadores que estejam autorizados pelo diretor-geral
de Veterinária.

2. A autorização referida no número anterior é solicitada através de requerimento disponibilizado


informaticamente no sítio da Internet da DGV, do qual constem os seguintes elementos:

a) Nome ou designação social e domicílio ou sede do requerente;


b) Contacto telefónico, eletrónico e fax do requerente;
c) Indicação do tipo de meio de transporte utilizado e, no caso do transporte rodoviário, da
matrícula;
d) Indicação das espécies animais transportadas;

Declaração de compromisso relativa ao cumprimento do disposto na alínea b) do artigo 10.º do


capítulo iii do Regulamento (CE) N.o 1/2005 do Conselho de 22 de Dezembro de 2004.

3. O requerimento referido no número anterior é acompanhado pelos seguintes documentos:

a) Certificado de aprovação do meio de transporte para viagens de longo curso, previsto no


capítulo iv do anexo iii do regulamento, o qual é emitido após vistoria, realizada pelo serviço
regional da DGV da área da localização do meio de transporte;

b) Certificado de aptidão profissional para condutores e tratadores, previsto no capítulo iii do


anexo iii do regulamento (CE) Nº 1/2005 do Conselho de 22 de Dezembro de 2004;

c) Plano de emergência previsto na subalínea iv) da alínea b) do n.º 1 do artigo 11.º do


regulamento (CE) N.º 1/2005 do Conselho de 22 de Dezembro de 2004;

d) Documento do qual conste, de forma detalhada, o processo através do qual é realizado o


registo dos movimentos dos veículos rodoviários, bem como o contacto com os condutores
durante as viagens de longa duração e garantida a rastreabilidade dos mesmos.

11.4. Transporte rodoviário de animais em território


nacional
1. Para efeitos do presente artigo entende-se por transporte com fins comerciais todo aquele
transporte que induza ou tenda a produzir direta ou indiretamente um lucro, não se limitando aos
transportes que impliquem uma troca imediata de dinheiro, de bens ou de serviços.

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2. O transporte com fins comerciais realizado pelos agricultores, dos seus animais e nos seus meios de
transporte, em percursos, dentro do território nacional, de distância inferior a 50 km, encontra-se
obrigado a cumprir o seguinte:

a) As condições gerais aplicáveis ao transporte de animais, a que se refere o artigo 3.º do


regulamento;

b) As exigências respeitantes à documentação de transporte, a que se refere o artigo 4.º do


regulamento;

c) As obrigações do transportador, que constam dos n.os 1, 2, 5 e 6 do artigo 6.º do regulamento;

d) Dispor da autorização a que se refere o artigo 10.º do regulamento e o artigo 3.º do presente
decreto-lei;

e) As normas respeitantes à aptidão dos animais para o transporte que constam do n.º 1, das
alíneas a) a d), f) e g) do n.º 2, dos n.os 3 a 5 e do n.º 7 do capítulo i do anexo i ao regulamento;

12. Decreto-Lei nº 257/2007 de 16-07-2007


CAPÍTULO IV - Fiscalização e regime sancionatório

Artigo 31.º - Excesso de carga

1 - A realização de transportes com excesso de carga é punível com coima de € 500 a € 1500, sem
prejuízo do disposto nos números seguintes.

2 - Sempre que o excesso de carga seja igual ou superior a 25 % do peso bruto do veículo, a infração é
punível com coima de € 1250 a € 3740.

3 - No caso da infração a que se refere o número anterior, a entidade fiscalizadora pode ordenar a
imobilização do veículo até que a carga em excesso seja transferida, podendo ainda ordenar a
deslocação e acompanhar o veículo até local apropriado para a descarga, recaindo sobre o infrator o
ónus com as operações de descarga ou transbordo da mercadoria.

4 - Sempre que o excesso de carga se verifique no decurso de um transporte em regime de carga


completa, a infração é imputável ao expedidor e ao transportador, em comparticipação.

5 - Nenhum condutor se pode escusar a levar o veículo à pesagem nas balanças ao serviço das entidades
fiscalizadoras, que se encontrem num raio de 5 km do local onde se verifique a intervenção das mesmas,
sendo punível tal conduta com a coima referida no n.º 2 deste artigo, sem prejuízo da responsabilidade
criminal a que houver lugar.

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13. Inspeções Extraordinárias


As inspeções extraordinárias destinam-se a identificar ou a confirmar ocasionalmente, as condições de
segurança dos veículos ou a reposição das mesmas, em consequência de alteração das suas
características por acidente ou outras causas, cujos elementos do quadro, direção, suspensão ou
travagem, tenham sido gravemente afetados, não permitindo, por este motivo, que os veículos possam
deslocar-se pelos seus próprios meios.
Procede-se às observações e verificações referidas para as inspeções periódicas, com especial incidência
nos elementos a identificar ou a verificar, sempre que possível sem desmontagem, de acordo com o
anexo IV do decreto-lei n.º554/99.
Apenas realizáveis em Centros de Inspeção de categoria B.

As inspeções, serão feitas após a reparação do acidente

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14. Bibliografia
Resumo do Código da estrada, Edições Alves Costa.
Decreto Lei 265/2007 de 24 de Julho;
REGULAMENTO (CE) N.o 1/2005 DO CONSELHO de 22 de Dezembro de 2004
http://www.imtt.pt/sites/IMTT/Portugues/PerguntasFrequentes/TransportesRodoviarios/Paginas/Ques
tao20.aspx
http://www.factor-segur.pt/artigosA/artigos/mov_mecanica_de_cargas.pdf
http://conceito.de/perecivel#ixzz3NJyJb6x7
http://www.qualfood.com/index.php?id=38&option=noticia&task=show

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