Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Máquinas e
Equipamentos Agrícolas
1ª Edição
www.editoraerica.com.br
1
Sumário
2
3.2.2 Tomada de potência .............................................................................................................................52
3.2.3 Sistema de levantamento hidráulico ..................................................................................................52
3.3 Classificação de tratores................................................................................................................................54
3.3.1 Conforme o tipo de rodado.................................................................................................................54
3.3.2 Conforme o chassi................................................................................................................................55
3.3.3 Conforme o tipo de tração ..................................................................................................................56
3.4 Partes do trator...............................................................................................................................................57
3.5 Principais cuidados de manutenção do trator...........................................................................................57
3.5.1 Verificação do funcionamento do sistema elétrico...........................................................................57
3.5.2 Verificação da tensão da correia do ventilador.................................................................................57
3.5.3 Verificação do nível de água do radiador...........................................................................................59
3.5.4 Verificação do nível e troca de óleo ...................................................................................................59
3.5.5 Limpeza e troca do elemento de filtro de ar ou troca do óleo.........................................................62
3.5.6 Limpeza do filtro na entrada da bomba injetora..............................................................................62
3.5.7 Limpeza dos respiros............................................................................................................................62
3.5.8 Limpeza do tanque de combustível....................................................................................................62
3.5.9 Calibragem dos pneus .........................................................................................................................62
3.5.10 Instalação e alinhamento dos pneus.................................................................................................64
3.5.11 Lastro (água e metal)..........................................................................................................................66
3.5.12 Calibragem dos bicos e da bomba injetora......................................................................................66
3.5.13 Troca do filtro de combustível...........................................................................................................66
3.5.14 Drenagem do pré-filtro, do sedimentador e do filtro de combustível.........................................67
3.5.15 Sangria nos filtros e bomba injetora.................................................................................................67
3.5.16 Lubrificação pelos pinos graxeiros...................................................................................................68
3.5.17 Reabastecimento do tanque de combustível no final do dia.........................................................68
3.5.18 Reaperto geral de porcas e parafusos...............................................................................................68
3.5.19 Regulagem dos pedais de freio..........................................................................................................68
3.5.20 Regulagem do pedal de embreagem.................................................................................................68
Agora é com você!................................................................................................................................................70
Capítulo 6 - M
ecânica: Torque, Energia e Mecanismos de Transformação
de Energia em Trabalho........................................................................... 105
6.1 Grandezas físicas e unidades......................................................................................................................105
6.2 Sistema e relação de unidades....................................................................................................................106
4
6.3 Grandezas escalares e vetoriais..................................................................................................................107
6.4 As leis de Newton.........................................................................................................................................108
6.4.1 Inércia...................................................................................................................................................108
6.4.2 Força.....................................................................................................................................................109
6.4.3 Trabalho...............................................................................................................................................110
6.4.4 Torque...................................................................................................................................................110
6.4.5 Peso.......................................................................................................................................................111
6.4.6 Potência................................................................................................................................................111
6.4.7 Força centrífuga (FC).........................................................................................................................112
6.5 Perspectivas agrícolas..................................................................................................................................113
6.6 Atualidade da prática agrícola....................................................................................................................114
Agora é com você!..............................................................................................................................................118
Bibliografia.............................................................................................................. 119
Para começar
6
1.2 Conceitos e normas sobre mecanização agrícola
É preciso esclarecer alguns conceitos relacionados a máquinas e implementos:
»» Máquinas agrícolas: equipamentos que têm a finalidade de executar uma atividade
agrícola para a qual foram projetados com auxilio de outros equipamentos ou não.
As máquinas agrícolas podem realizar uma única tarefa ou varias tarefas conjugadas
(apenas colher o produto ou colher, limpar e ensacar).
»» Equipamentos auxiliares: são normalmente denominados implementos, pois, sozinhos,
não conseguem realizar uma tarefa.
»» Operação agrícola: qualquer atividade relacionada ao trabalho agropecuário.
»» Acessórios: peças ou equipamentos que complementam e aprimoram o trabalho de uma
determinada máquina agrícola. Na falta deles, o trabalho efetuado pode não ser realizado
da maneira adequada.
Hoje as máquinas agrícolas e implementos se relacionam com quase todas as atividades do
setor, desde o pré-plantio até o pós-colheita:
Jay Petersen/Shutterstock.com
Figura 1.1 - O Skidder é um tipo de trator usado em aberturas de novas áreas para plantio. Aberturas de área reque-
rem equipamentos pesados como esse que vemos trabalhando em área de florestas de Connecticut, EUA.
Chukov/Shutterstock.com
Figura 1.2 - Serviço de calcareamento de solo. A aplicação de calcário tem por função a
correção de acidez de solo. A calcareadeira que vemos acoplada ao trator é
denominada calcareadeira a lanço, pois lança o calcário em uma faixa de solo.
gopause/Shutterstock.com
Figura 1.3 - Um dos equipamentos usados em preparo do solo para plantio é o arado,
que efetua o corte de solo com suas lâminas em forma de discos. O arado
acima possui sete discos e esse número varia principalmente conforme
a potência do trator ao qual está ligado.
»» Colheita:
Colhedeiras: executam a colheita do produto. Existem diversos tipos, conforme o produto
a ser colhido.
Trilhadeiras: efetuam a separação do produto colhido, descartando resíduos da cultura.
Em certos casos, podem estar conjugadas à colhedeira.
Segadeiras: efetuam o corte do produto, depositando-o em linhas. São usadas normal-
mente para colheita de forragens.
Arrancadores: arrancam o produto a ser colhido por meio de um sistema de lâminas. É
usado em culturas de batata, cenoura e outras plantas que produzem raízes comestíveis.
Máquinas de colheita florestal: cortam as árvores, descascam os troncos e os picam em
tamanhos predeterminados conforme regulagem.
Fique de olho!
Os modelos de requerimentos e relatórios necessários para exercer a profissão de piloto de aviação agrícola são os seguintes:
1.3.1 Cronologia
As primeiras ferramentas agrícolas para tração animal surgiram trezentos anos antes de Cristo
na região da Mesopotâmia. Eram peças simples e rudimentares, mas permitiram ao homem do
A invenção do motor de combustão interna de ciclo Otto em 1866 foi o ponto crucial para
evolução da mecanização agropecuária. As primeiras colhedeiras tracionadas por animais com auxí-
lio de rodas motrizes (rodas que promovem o movimento) são de 1880.
O motor de combustão interna ciclo Diesel, outro avanço na tecnologia de produção de moto-
res que colaborou imensamente em termos agropecuários, surgiu em 1892.
Denomina-se ferramenta agrícola todo utensílio criado com a finalidade de auxiliar e facilitar
o desempenho do homem no trabalho do campo.
Na história da mecanização agrícola, é possível que o arado tenha sido um dos primeiros equi-
pamentos inventados, segundo vestígios e gravuras encontradas na civilização do antigo Egito
(6000 a.C.). No início, o arado era movido pelo esforço humano e era confeccionado de madeira.
Com o início da Idade do Ferro, o arado tornou-se uma ferramenta mais eficiente. Surgiram
outras ideias sobre utensílios que auxiliaram o ser humano em suas atividades agrícolas e de caça.
Surgiram trenós puxados por animais que facilitaram o transporte de objetos.
A partir da segunda metade do século XIX, além do arado tracionado a animal, começaram a
aparecer equipamentos como grades de tração animal, cultivadores, semeadores, distribuidores de
fertilizantes, ceifadoras e debulhadoras. Posteriormente, com o advento e utilização de motores nos
equipamentos, a agropecuária cresceu ainda mais.
CreativeNature.nl/Shutterstock.com
Hein Nouwens/Shutterstock.com
Figura 1.9 - Arado de aiveca confeccionado em ferro. Ainda hoje esse tipo de equipamento de
tração animal atua em nossos campos de cultivo. (Meyers Konversations-Lexik on 1897).
spirit of america/Shutterstock.com
Figura 1.10 - O trator tinha como função exclusiva a tração de
equipamentos, substituindo de forma mais robusta a tração
animal. Inicialmente possuíam rodas de ferro.
Fique de olho!
É necessário que esses fatores sejam utilizados em forma conjunta para que se possa obter melhoria produtiva, seja de
qualidade, volume a ser produzido ou redução de custos finais dos produtos para uma melhor competitividade no mer-
cado interno ou externo. A tecnologia, planejamento, multidisciplinaridade e gerenciamento são as bases desse modelo de
produção.
Existem várias tendências no que diz respeito à exploração agropecuária. Conforme a escolha
pode-se ter como meta a diversidade de culturas numa única propriedade ou a cultura de uma única
espécie em extensas áreas de plantio.
Todas têm seu espaço e é possível desenvolver suas atividades houver consciência sobre o res-
peito ao meio ambiente e seu frágil equilíbrio. O bom senso deve imperar nas atitudes e na rotina de
trabalho.
Buscar o incremento produtivo e desprezar a qualidade do produto final produzido pode gerar
problemas futuros para todos, sem distinção. É preciso pensar na parte econômica, ou seja, como
adquirir aquilo que não produzimos, mas necessitamos no nosso dia a dia.
Segundo opinião de vários especialistas, acredita-se que a agricultura sofrerá uma grande
transformação nos próximos anos, notadamente no desaparecimento ou agregação de muitas explo-
rações, na redução de mão de obra agrícola, na reconversão e adaptação das novas culturas mais ren-
táveis e no aumento da informática e robótica.
Toda nova tecnologia tem seus prós e contras. Se, por um lado, a mecanização favorece o tra-
balho, diminui o tempo de plantio, os tratos culturais e a colheita, por outro, gera desemprego e
causa êxodo rural. O resultado do processo é o surgimento de favelas e a miséria.
Hoje, o Brasil possui tecnologia de última geração, o que possibilita produtividades agrope-
cuárias semelhantes aos norte-americanos e aos europeus. Contudo, o pequeno agricultor familiar
ainda levanta de madrugada, coloca os arreios sobre a mula e vai para o campo praticar agricultura
rudimentar.
Essa diferença enorme entre o passado e o presente da agricultura preocupa. Se possuímos exten-
são rural, é bom que ela desfaça esse paradigma e mesmo com a sustentabilidade a ser alcançada, per-
mita ao pequeno agricultor desfrutar da mesma tecnologia que o grande produtor utiliza. Se serão
associações ou cooperativas, pouco importa, desde que a tecnologia esteja ao alcance de todos.
A falta de água foi ao longo dos anos um dos principais motivos das constantes mudanças do
homem de um lugar para outro em busca de vegetação verde para o gado, de água fresca para matar
a sede e de água para a prática da agricultura.
O início da utilização da irrigação pelo homem foi um trabalho simples e vagaroso. Ele espe-
rava que, após as enchentes, o rio baixasse seu nível proporcionando margens úmidas e férteis e ali
semeava os grãos para produzir seu sustento, como no rio Nilo no antigo Egito, por exemplo. Mas a
paciência deu lugar à necessidade e ele começou a captar água através de canais e por intermédio da
gravidade (queda-d’água morro abaixo). Depois, começou a distribuir a água pelas suas plantações,
num sistema denominado de irrigação por sulcos. Contudo, a perda de água era muito grande em
razão da infiltração no solo.
Essa forma era demorada e requeria enorme mão de obra para abrir os sulcos, represar e libe-
rar a água e manter os sulcos. Além disso, os sulcos se alargavam em razão da erosão.
Com o passar do tempo, a tecnologia proporcionada pelo motor, acoplado a uma bomba cap-
tando água distante e fazendo-a jorrar onde precisava, poderia impulsionar enormemente a agricul-
tura juntamente com o aspersor (de aspergir, espalhar a água), dispositivo que, ao receber a água, a
espalha ao seu redor, irrigando a terra e a plantação.
Deyan Georgiev/Shutterstock.com
Existem também sistemas fixos supereconômicos em consumo de água e energia. Eles neces-
sitam em média de pressões de dez metros de coluna de água (mca, unidade de pressão usual em
irrigação). Trata-se de dispositivos criados para regiões de alta escassez de água. Regiões desérticas
como Dubai, nos Emirados Árabes, por exemplo, estão criando uma agricultura utilizando esse sis-
tema de gotejamento, que é composto de moto-bomba, filtro, e tubos distribuidores com pequenos
furos por onde a água goteja próxima às plantas.
Vamos recapitular?
Iniciamos nossos estudos tratando dos objetivos da mecanização, como o aumento de produtivi-
dade e a qualidade do serviço.
Mostramos a mecanização agrícola brasileira desde o pós-guerra, com a importação das primeiras
máquinas agrícolas até o início da fabricação dos primeiros tratores comerciais no Brasil (1960) pelas
empresas estrangeiras que aqui se instalaram (Ford Motors, Massey-Ferguson e Valmet).
Fechamos o capítulo com a abordagem de outras tecnologias e a menção aos vários tipos de siste-
mas de irrigação.
2) Que o tipo de operação agrícola que o implemento escolhido por você efetua? E o
que você mudaria nele visando melhorá-lo ainda mais?