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Direito Fiscal
COMPÊNDIO DE FORMAÇÃO
Índice
1. O Conceito de Imposto ......................................................................................................................... 4
1.1 Criação do Imposto ..................................................................................................................... 4
1.2 Distinção entre imposto e taxa ................................................................................................... 5
2. O Sistema Fiscal Português ................................................................................................................... 5
2.1 Os momentos da vida do imposto .............................................................................................. 6
2.2 Caducidade e prescrição ............................................................................................................. 6
2.2.1 Caducidade do direito à liquidação do imposto ..................................................................... 7
2.2.2 Prescrição das dívidas tributárias ........................................................................................... 7
2.3 Formas de reação do contribuinte .............................................................................................. 7
2.3.1 Reclamação graciosa .............................................................................................................. 7
2.3.2 Impugnação judicial (art. 102.º do CPPT) ............................................................................... 8
2.4 A infração à lei fiscal ................................................................................................................... 8
2.4.1 Responsabilidade das pessoas coletivas e equiparadas (art. 7.º do RGIT) ............................. 9
2.4.2 Responsabilidade civil pelas multas e coimas (art. 8.º do RGIT) ............................................ 9
2.4.3 Processo de aplicação das coimas ( Arts. 67.º a 86.º do RGIT) ............................................... 9
3. Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS) ................................................................ 10
3.1 Incidência real (art. 1.º CIRS) .................................................................................................... 10
3.2 Incidência pessoal (art. 13.º e seguintes do CIRS) .................................................................... 10
3.3 Determinação do rendimento coletável (art. 22.º e seguintes do CIRS) .................................. 11
3.3.1 Deduções específicas ............................................................................................................ 11
3.3.2 Algumas considerações sobre os regimes da categoria B .................................................... 12
3.4 Processo de determinação da matéria coletável (arts. 57.º e ss. do CIRS) .............................. 13
4. Imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas (IRC) .................................................................. 16
4.1 Incidência Pessoal ..................................................................................................................... 16
4.2 Incidência Real .......................................................................................................................... 17
4.3 Período de Tributação............................................................................................................... 17
4.4 O Regime de Transparência fiscal ............................................................................................. 17
4.5 Determinação da matéria coletável .......................................................................................... 17
4.5.1 Regime simplificado de determinação da matéria coletável ............................................... 18
4.6 Taxas ......................................................................................................................................... 18
4.7 Pagamento ................................................................................................................................ 18
5. Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) ......................................................................................... 19
5.1 Incidência objetiva (art. 1.º do CIVA) ........................................................................................ 19
5.2 Incidência subjetiva ( art. 2.º do CIVA) ..................................................................................... 19
5.3 Taxas ......................................................................................................................................... 20
5.4 Liquidação e pagamento do imposto ........................................................................................ 20
5.4.1 Deduções (art. 19.º e seguintes do CIVA) ............................................................................. 20
5.4.2 Declaração Periódica ............................................................................................................ 21
5.5 Documentos que devem acompanhar as mercadorias em circulação ..................................... 21
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1. O Conceito de Imposto
O imposto é uma prestação pecuniária, unilateral, definitiva e coativa, exigida a (ou devida por)
detentores (individuais ou coletivos) de capacidade contributiva a favor de entidades que exerçam
funções ou tarefas públicas para a realização dessas funções e sem carácter sancionatório.
Uma prestação exigida (ou devida por) detentores (individuais ou coletivos) de capacidade contributiva
a favor de entidades que exerçam funções ou tarefas públicas.
Traz-se assim para o conceito de imposto o critério material da igualdade ou da justiça fiscal, que
constitui o suporte indiscutível de um Estado fiscal de direito – a capacidade contributiva.
O imposto é exigido pelas entidades que exerçam funções públicas para a realização das suas funções de
carácter não sancionatório, o que significas que o imposto pode ter por finalidade não apenas a
finalidade financeira ou fiscal, mas também outra, excluída naturalmente a função sancionatória.
E porquê?
Se com o imposto se pretendesse aplicar uma sanção, estaríamos diante de uma multa (sanção
pecuniária penal), uma coima (sanção pecuniária contraordenacional), um confisco (sanção penal
traduzida na apreensão e correspondente perda a favor do Estado do produto obtido e dos
instrumentos utilizados na prática de ato ilícito), uma indemnização (reparação do prejuízo ou dano
causado a outrem através de ato ilícito), etc., mas nunca perante um imposto.
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Uma atividade que se vem a concretizar seja na prestação de um serviço público, como as taxas devidas
pelos serviços de registo e notariado (emolumentos), pelos serviços de justiça (taxa de justiça), pelos
serviços de educação pública (propinas),etc.; seja na utilização de bens do domínio público como as
portagens, aterragem de aeronaves nos aeroportos, etc., seja na remoção de um limite jurídico à
atividade dos particulares como as devidas pelas licenças de uso e porte de arma, por exemplo.
Enquanto os impostos obedecem ao exigente princípio da legalidade fiscal e a sua medida tem por base
o princípio da capacidade contributiva, as taxas bastam-se com a reserva à lei parlamentar do seu
regime geral e a sua medida assenta no princípio da proporcionalidade taxa/prestação estadual
proporcionada ou taxa/custos específicos causados à comunidade.
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Impostos
Património
Rendimento Despesa Veículos Outros
(Imposto Local)
Imposto sobre a
Imposto Sobre o álcool e
Pessoas colectivas Transmissão
as bebidas alcoólicas
(IRC) Onerosa de Imóveis
(IABA)
(IMT)
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A entrega de impostos retidos na fonte é suscetível de reclamação graciosa por parte do substituto em
caso de erro na entrega de imposto superior ao retido, no prazo de dois anos a contar do termo do ano
em que foi efetuado o pagamento indevido.
A reclamação graciosa não obriga à constituição de mandatário.
No entanto, os interessados ou os seus representantes legais podem conferir mandato, sob a forma
prevista na lei, para a prática de atos de natureza procedimental ou processual tributária que não tenha
carácter pessoal.
Sempre que o contribuinte tenha constituído mandatário, deve preencher o quadro dos dados do
mandatário uma vez que as notificações serão feitas na pessoa do mandatário e no seu escritório (Artº
40.º do Código de Procedimento e de Processo Tributário - CPPT).
A reclamação graciosa é apresentada por escrito no serviço periférico local da área do domicílio ou sede
do contribuinte, da situação dos bens ou da liquidação, podendo sê-lo oralmente mediante redução a
termo em caso de manifesta simplicidade.
A reclamação graciosa pode igualmente ser enviada por transmissão eletrónica de dados, nos termos
definidos em portaria do Ministro das Finanças.
Do indeferimento total ou parcial da reclamação graciosa cabe recurso hierárquico no prazo de 30 dias a
contar da notificação do ato respetivo. Os recursos hierárquicos são dirigidos ao mais elevado superior
hierárquico do autor do ato.
a) Termo do prazo para pagamento voluntário das prestações tributárias legalmente notificadas
ao contribuinte;
b) Notificação dos restantes atos tributários, mesmo quando não deem origem a qualquer
liquidação;
c) Citação dos responsáveis subsidiários em processo de execução fiscal;
d) Formação da presunção de indeferimento tácito;
e) Notificação dos restantes atos que possam ser objeto de impugnação autónoma nos termos
deste Código;
f) Conhecimento dos atos lesivos dos interesses legalmente protegidos não abrangidos nas
alíneas anteriores.
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Os princípios gerais que o RGIT define e estabelece aplicam-se quer aos crimes, quer às contra- -
ordenações. Podemos definir contraordenação como o facto típico, ilícito e culposo declarado punível
por lei tributária anterior, cujos elementos constitutivos não preenchem um tipo legal de crime. A
contraordenação é, portanto, um ilícito fiscal sem natureza criminal.
Se a multa ou coima for aplicada a uma entidade sem personalidade jurídica, responde por ela o
património comum e, na sua falta ou insuficiência, solidariamente, o património de cada um dos
associados (ver art. 7.º do RGIT).
a) Pelas multas ou coimas aplicadas a infrações por factos praticados no período do exercício do
seu cargo ou por factos anteriores quando tiver sido por culpa sua que o património da
sociedade ou pessoa coletiva se tornou insuficiente para o seu pagamento;
b) b) Pelas multas ou coimas devidas por factos anteriores quando a decisão definitiva que as
aplicar for notificada durante o período do exercício do seu cargo e lhes seja imputável a falta
de pagamento.
A responsabilidade subsidiária prevista no número anterior é solidária se forem várias as pessoas a
praticar os atos ou omissões culposos de que resulte a insuficiência do património das entidades em
causa.
a) Fase Administrativa – O processo é instaurada no serviço tributário da área onde tiver sido
cometida a contraordenação.
O dirigente do serviço tributário competente notifica o arguido do facto ou factos apurados no
processo de contraordenação e da punição em que incorre, comunicando-lhe também que
pode apresentar a sua defesa no prazo de 10 dias. Neste prazo o arguido pode ainda proceder
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b) Fase Judicial – As decisões de aplicação das coimas e sanções acessórias podem ser objeto de
recurso para Tribunal Tributário de 1.º Instância, no prazo de 20 dias após a sua notificação, a
apresentar no serviço tributário onde tiver sido instaurado o processo de contraordenação.
Até ao envio dos autos ao tribunal a autoridade recorrida pode revogar a decisão de aplicação
da coima.
Quando existe agregado familiar, o imposto é apurado individualmente em relação a cada cônjuge ou
unido de facto, a não ser que seja exercida a opção pela tributação conjunta.
No caso de opção por tributação conjunta, o imposto é devido pela soma dos rendimentos das pessoas
que constituem o agregado familiar, considerando-se como sujeitos passivos aquelas a quem incumbe a
sua direção.
Os dependentes dos contribuintes que não optarem pela entrega da declaração conjunta podem
integrar a declaração de cada um dos progenitores, ou seja, podem ser incluídos em mais do que uma
declaração anual de IRS.
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Consideram-se ainda dependentes, desde que devidamente identificados pelo número fiscal de
contribuinte na declaração de rendimentos:
e) Os filhos, adotados e enteados, menores não emancipados, bem como os menores sob
tutela;
f) Os filhos, adotados e enteados, maiores, bem como aqueles que até à maioridade estiveram
sujeitos à tutela de qualquer dos sujeitos a quem incumbe a direção do agregado familiar, que não
tenham mais de 25 anos nem aufiram anualmente rendimentos superiores ao valor da retribuição
mínima mensal garantida;
g) Os filhos, adotados, enteados e os sujeitos a tutela, maiores, inaptos para o trabalho e para
angariar meios de subsistência;
h) Os afilhados civis.
a) Deduções da categoria A
Aos rendimentos brutos da categoria A deduzem-se por cada titular que os tenha auferido, os seguintes
montantes:
i) € 4.104
ii) As indemnizações pagas pelo trabalhador à sua entidade patronal por rescisão unilateral
do contrato individual de trabalho sem aviso prévio em resultado de sentença judicial ou de
acordo judicialmente homologado ou, nos restantes casos, a indemnização de valor não
superior à remuneração de base correspondente ao aviso prévio;
iii) As quotizações sindicais, na parte em que não constituam contrapartida de benefícios de
saúde, educação, apoio à terceira idade, habitação, seguros ou segurança social e desde que
não excedam, em relação a cada sujeito passivo, 1 % do rendimento bruto desta categoria,
sendo acrescidas de 50 %.
Se as contribuições obrigatórias para regimes de proteção social e para subsistemas legais de saúde
excederem o limite de € 4.104, aquela dedução é pelo montante total dessas contribuições.
A dedução prevista na alínea i) pode ser elevada até 75 % de 12 vezes o valor do IAS desde que a
diferença resulte de quotizações para ordens profissionais suportadas pelo próprio sujeito passivo e
indispensáveis ao exercício da respetiva atividade desenvolvida exclusivamente por conta de outrem.
b) Deduções da categoria B
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A determinação do rendimento coletável para efeitos deste regime é feita pela aplicação de
indicadores fixados pelo Ministério das Finanças para cada atividade.
Os sujeitos passivos abrangidos pelo regime simplificado podem optar pela determinação
dos rendimentos com base na contabilidade. Tal opção deve ser formulada pelos sujeitos
passivos:
a) Na declaração de início de atividade;
b) Até ao fim do mês de março do ano em que pretendem alterar a forma de determinação
do rendimento, mediante a apresentação de declaração de alterações.
Esta opção mantém-se válida até que o sujeito passivo proceda à entrega de declaração de
alterações, a qual produz efeitos a partir do próprio ano em que é entregue, desde que seja
efetuada até ao final do mês de março.
b) Contabilidade Organizada
Ficam abrangidos por este regime os sujeitos passivos com rendimentos da Categoria B que:
- Por exigência legal, se encontrem obrigados a possuir contabilidade organizada;
- Sejam sócios ou membros das entidades abrangidas pelo regime de transparência fiscal
definido nos termos do CIRC.
- Optem pelo regime de contabilidade organizada ainda que não atinjam os limites do regime
simplificado.
- Ultrapassem em dois períodos consecutivos, ou num único em montante superior a 25%, os
limites do regime simplificado.
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Como?
As declarações e demais documentos podem ser entregues em qualquer serviço de finanças ou
nos locais que vierem a ser fixados ou, ainda, ser remetidos pelo correio para o serviço de
finanças ou direção de finanças da área do domicílio fiscal do sujeito passivo. O cumprimento
das obrigações declarativas pode ainda ser efetuado através dos meios disponibilizados no
sistema de transmissão eletrónica de dados, para o efeito autorizado.
Quando?
Normalmente o prazo de entrega está dividido em 2 fases e compreendido entre os meses de
Março e Maio.
As datas exatas são disponibilizadas anualmente através do portal da Autoridade Tributária e
Aduaneira.
A declaração pode ainda ser apresentada nos 30 dias imediatos à ocorrência de qualquer facto
que determine a alteração dos rendimentos já declarados.
b) Taxas gerais
Taxas
(em percentagens)
Rendimento Coletável
(em euros)
Normal Média
(A) (B)
Até 7 000 14,50 14,50
De mais de 7 000 até 20 000 28,50 23,60
De mais de 20 000 até 40 000 37 30,30
De mais de 40 000 até 80 000 45 37,65
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Quociente familiar
O Orçamento de Estado para 2015 veio introduzir um novo quociente familiar, de modo a
assegurar a equidade de tributação, nomeadamente, através da opção pela tributação conjunta
ou separada, conjugada com um método de tributação mais correlacionado com o poder de
compra das famílias, nomeadamente em função do número de dependentes e ascendentes que
compõem o agregado.
Assim, a título de exemplo, assumindo um casal com três filhos, anteriormente, este casal era
obrigado a entregar uma declaração anual de IRS conjunta e o seu rendimento coletável anual é
dividido por 2, para efeitos de aplicação das taxas de tributação.
Em 2015, este casal poderá entregar a declaração anual de IRS separadamente, sendo o
rendimento de cada um dos elementos do casal dividido por 1,45 (1+0,15 +0,15 +0,15). Porém,
se o casal optar por entregar a declaração anual de IRS em conjunto, o rendimento anual
coletável será dividido por 2,9 (1 + 1 + 0,3 +0,3 +0,3).
Liquidação
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São ainda deduzidos à coleta os pagamentos por conta do imposto e as importâncias retidas na
fonte que tenham aquela natureza, respeitantes ao mesmo período de tributação, bem como
as retenções efetuadas ao abrigo do artigo 11.º da Diretiva n.º 2003/48/CE, de 3 de junho
(tributação dos rendimentos da poupança sob a forma de juros).
O sistema de cálculo do IRS será então o resultado de:
c) Pagamento
O IRS deve ser pago no ano seguinte àquele a que respeitem os rendimentos e nos seguintes
prazos:
- até 31 de Dezembro, para todas as categorias de rendimentos quando o sujeito passivo não
tiver apresentado a declaração de IRS e a liquidação tiver sido realizada com base nos
elementos de que dispunha a Autoridade Tributária e Aduaneira.
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Os pagamentos por conta podem ser reduzidos pelos sujeitos passivos quando o pagamento
por conta for superior à diferença entre o imposto total que os sujeitos passivos julgarem
devido e os pagamentos já efetuados.
Temos então:
a) Residentes
-As sociedades comerciais ou civis sob forma comercial, as cooperativas, as empresas
públicas
e as demais pessoas coletivas de direito público ou privado, com sede ou direção efetiva em
território português;
- As entidades desprovidas de personalidade jurídica, com sede ou direção efetiva em
território português, como sejam: as sociedades irregulares, as heranças jacentes, as
associações e sociedades civis sem personalidade jurídica e as sociedades comerciais ou
civis sob forma comercial, anteriormente ao registo definitivo.
b) Não residentes
- Entidades, com ou sem personalidade jurídica, que não tenham sede nem direção efetiva
em território português e cujos rendimentos nele obtidos não estejam sujeitos a IRS.
Para efeitos de IRC, serão consideradas residentes as pessoas coletivas que disponham de sede em
território nacional ou direção efetiva.
No caso de entidades sem personalidade jurídica, não basta que estejamos perante um agrupamento de
duas ou mais pessoas para que haja tributação em sede de IRC, é necessário que tal agrupamento
exerça uma atividade económica, e disponha de um património a este afeto.
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Para estes efeitos, pelo n.º 2 do art. 3º do CIRC, o lucro consiste na diferença entre os valores do
património líquido no fim e no início do período de tributação, com as correções estabelecidas neste
Código.
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4.6 Taxas
O art. 87º do CIRC estabelece as taxas de IRC a aplicar aos sujeitos passivos deste imposto.
A taxa do regime geral de IRC é de 21%.
Sobre a parte do lucro tributável superior a €1 500 000 sujeito e não isento de imposto sobre o
rendimento das pessoas coletivas apurado por sujeitos passivos residentes em território português que
exerçam, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e por não
residentes com estabelecimento estável em território português, incidem taxas adicionais denominadas
de “derrama estadual”.
4.7 Pagamento
O pagamento do IRC é efetuado da seguinte forma e dentro dos prazos que se descriminam abaixo:
Se o contribuinte verificar, pelos elementos de que disponha, que o montante do pagamento por conta
já efetuado é igual ou superior ao imposto que será devido com base na matéria coletável do exercício,
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pode deixar de efetuar novo pagamento por conta, sem que seja necessário efetuar qualquer
comunicação desse facto à Administração Fiscal.
Para além dos pagamentos por conta, os sujeitos passivos que exerçam a título principal uma atividade
comercial, industrial ou agrícola e não estejam abrangidos pelo regime simplificado, ficam sujeitos a um
pagamento especial por conta (PEC) a efetuar no mês de Março ou, em duas prestações, durante os
meses de Março e Outubro do ano a que respeita.
Ficam dispensados de efetuar este pagamento, os sujeitos passivos isentos de IRC, os que se encontrem
com processos de falência ou de recuperação de empresas e também, os sujeitos passivos que tenham
deixado de efetuar vendas e prestações de serviços e tenham, para esse efeito, cessado a atividade nos
termos do art. 33.º do CIVA. O pagamento do IRC, quando efetuado no prazo de cobrança voluntária,
pode ser efetuado nos Bancos, correios e secções de cobrança de qualquer serviço de finanças.
Cada operador económico que intervenha no circuito económico do bem é obrigado a liquidar o
imposto, fazendo incidir a taxa devida sobre o preço de venda aos seus clientes.
Quando este operador for calcular o imposto a entregar ao Estado, ao imposto liquidado nas faturas
para os seus clientes, deduzirá o montante de imposto suportado nas suas aquisições e que conste das
faturas dos seus fornecedores.
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A incidência subjetiva ou pessoal, determina quem é que está sujeito a IVA, ou seja, quem é que são os
sujeitos passivos de IVA. O n.º 3 do art. 30.º do CIVA estipula que, caso o sujeito passivo não esteja
estabelecido em território português, será o seu representante o devedor do imposto.
5.3 Taxas
Em cada uma destas etapas, desde o importador ou produtor, passando pelo armazenista e retalhista,
até ao consumidor final, o sujeito passivo está vinculado a certo número de obrigações acessórias que
favorecem o controlo e dificultam a evasão fiscal.
a) O imposto devido ou pago pela aquisição de bens e serviços a outros sujeitos passivos;
b) O imposto devido pela importação de bens;
c) Entre outros
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.
Só confere direito a dedução o imposto mencionado nos seguintes documentos, em nome e na posse do
sujeito passivo:
a) Em faturas passadas na forma legal;
b) No recibo de pagamento do IVA que faz parte das declarações de importação, bem como
em documentos emitidos por via eletrónica pela Autoridade Tributária e Aduaneira, nos
quais constem o número e a data do movimento de caixa.
c) Nos recibos emitidos a sujeitos passivos enquadrados no regime de IVA de caixa,
passados na forma legal prevista neste regime.
Os sujeitos passivos com volume de negócios no ano anterior inferior a € 650.000,00, a declaração
periódica deverá ser enviada até ao dia 15 do 2.º mês seguinte ao trimestre a que respeitem as
operações (periodicidade trimestral).
Guias de transporte – documentos elaborados pelo transportador e que devem acompanhar o veículo
em circulação;
Guias de remessa, faturas, nota de devolução ou documentos equivalentes – emitidos pelos
fornecedores de mercadorias, processados em triplicado pelo sujeito passivo remetente dos bens e
mercadorias antes do início da circulação.
1
http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_mostra_articulado.php?nid=372&tabela=leis
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Por cada prestação de serviço efetuada deve o transportador emitir fatura ou documento equivalente,
nos 5 dias úteis seguintes ao da operação.
É dispensada esta obrigação nas prestações de serviços em que seja habitual a emissão de talão, bilhete,
senha, ou outro documento comprovativo do pagamento.
Apesar desta dispensa, o transportador é obrigado a emitir talões ou bilhetes devidamente numerados
e a ter um registo das operações realizadas diariamente.
O sujeito passivo pode solicitar o reembolso antes do fim do período de 12 meses quando:
a) se verifique a cessação de atividade
b) passe a praticar só operações isentas
c) passe a enquadrar-se no Regime Especial de Isenção ou no Regime Especial dos Pequenos
Retalhistas.
d) o excesso for superior a € 3.000,00
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qualidade perante o expedidor, assume, por sua vez, a qualidade de expedidor perante o terceiro
(transportador), a quem comete a realização do transporte.
Caso a fatura não faça referência ao prazo de pagamento, o imposto ali liquidado presume-se exigível
no termo do prazo de 30 dias após a sua apresentação pelo transportador se, entretanto, não tiver
ocorrido o pagamento total ou parcial da operação. O IVA liquidado nos termos do regime especial deve
ser relevado na declaração do período em que se tiver verificado o respetivo pagamento.
A dedução do imposto suportado nos termos do regime especial deve ser efetuada na declaração do
período em que se tiver verificado a receção do recibo comprovativo do pagamento.
As faturas devem, ainda, conter menção ao prazo de pagamento quando este, resultando de disposição
contratual, seja superior a 30 dias após a sua apresentação pelo transportador.
Nas operações abrangidas pelo regime especial é obrigatória a emissão de recibo, pelo valor do
montante recebido, no momento do pagamento total ou parcial, bem como pelo recebimento, total ou
parcial do preço, que preceda a realização das operações tributáveis.
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Do recibo devem constar a taxa do IVA aplicável e a referência à fatura a que respeita o pagamento,
quando for caso disso, considerando-se o imposto incluído no montante recebido.
Estes recibos devem ser emitidos em duplicado (destinando-se o original ao cliente e a cópia ao
prestador dos serviços) e a sua data deve coincidir com a do pagamento.
À numeração das faturas e recibos previstos no regime especial é aplicável o disposto no artigo 5º do
Decreto-Lei nº 198/90, de 19 de Junho.
Para cumprimento das obrigações contabilísticas, os sujeitos passivos abrangidos pelo regime especial
devem adaptar o plano de contas de acordo com as suas necessidades, criando, para o efeito, sub
contas de IVA, quer do liquidado, quer do dedutível, de forma a evidenciar o IVA liquidado, mas cuja
data de exigibilidade ocorre apenas no momento do recebimento do preço dos serviços, bem como para
o IVA dedutível pelo adquirente, o qual só pode ser deduzido no período de imposto em que ocorrer o
respetivo pagamento das faturas.
Tendo em atenção às normas de conservação a que se refere o artigo 45.ºdo Código do IVA, as faturas e
recibos relativos a operações abrangidas pelo presente regime são numerados seguidamente, em uma
ou mais séries, convenientemente referenciadas, devendo conservar-se na respetiva ordem os seus
duplicados, assim como todos os exemplares dos que tenham sido anulados ou inutilizados, com os
averbamentos indispensáveis à identificação daqueles que os substituíram, se for caso disso.
• Assim, os sujeitos passivos que o pretendam, podem efetuar a opção pelas regras gerais de
exigibilidade do IVA, mediante comunicação eletrónica, devendo, para o efeito, aceder ao site
do Portal das Finanças (www.portaldasfinancas.gov.pt), assinalando em seguida:
SERVIÇOS => ENTREGAR => DECLARAÇÕES => IVA => LEI 15/2009 – OPÇÃO REGIME GERAL.
• Inversamente, os sujeitos passivos que, tendo optado pela aplicação das regras gerais de
exigibilidade do IVA, pretendam retomar a aplicação do regime especial, podem fazê-lo,
mediante comunicação eletrónica nos moldes descritos no parágrafo anterior, decorrido que
seja o período mínimo de permanência de três anos a que se refere o n.º 2 do artigo 7.º do
regime em anexo à Lei n.º 15/2009.
• Para que os adquirentes dos serviços de transporte rodoviário nacional de mercadorias, entre
outros, possam certificar-se do enquadramento do prestador(transportador), assegurando,
deste modo, que as correspondentes operações cumprem as normas de exigibilidade
estabelecidas no regime especial ou no Código do IVA, caso tenha sido exercida a respetiva
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• A Lei foi publicada no passado dia 1 de Abril, produzindo, no entanto, efeitos a 1 de Janeiro,
permitindo que os sujeitos passivos, caso o pretendam, exerçam a opção pelas regras gerais de
exigibilidade previstas no artigo 8.º do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado, desde a
data da entrada em vigor da citada Lei. O respetivo texto prevê, em concreto, que a opção
possa ser exercida até ao final do mês seguinte.
• No entanto, uma vez que o modo de comunicação ali consagrado, “via eletrónica”, revestindo a
forma prevista no n.º 1 do artigo 7.º do regime especial e os condicionalismos constantes do
n.º 2 do mesmo normativo, apenas foi recentemente implementado, o prazo estabelecido no
respetivo artigo 2.º, decorre até ao final do próximo mês de Junho.
6. Impostos rodoviários
6.1 Imposto sobre veículos (Lei n.º 22-A/2007, de 29 de
Junho)
O imposto sobre veículos (ISV) obedece ao princípio da equivalência, procurando onerar os
contribuintes na medida dos custos que estes provocam nos domínios do ambiente, infraestruturas
viárias e sinistralidade rodoviária, em concretização de uma regra geral de igualdade tributária.
6.1.2 Taxas
A tabela A, a seguir indicada, estabelece as taxas de imposto, tendo em conta a componente cilindrada
e ambiental, e é aplicável aos seguintes veículos:
a) Aos automóveis de passageiros;
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b) Aos automóveis ligeiros de utilização mista e aos automóveis ligeiros de mercadorias, que não
sejam tributados pelas taxas reduzidas nem pela taxa intermédia.
TABELA A
Componente cilindrada
Componente ambiental
Veículos a gasolina
Veículos a gasóleo
A tabela B, tem em conta exclusivamente a componente cilindrada, sendo aplicável aos seguintes
veículos:
a) Na totalidade do imposto, aos automóveis ligeiros de mercadorias, de caixa fechada, com
lotação máxima de três lugares, incluindo o do condutor, e altura interior da caixa de carga
inferior a 120 cm;
b) Na totalidade do imposto, aos automóveis ligeiros de mercadorias, de caixa fechada, com
lotação máxima de três lugares, incluindo o do condutor, e tração às quatro rodas, permanente
ou adaptável;
c) Aos automóveis fabricados antes de 1970 e aos automóveis ligeiros de mercadorias, de caixa
aberta, ou sem caixa, com lotação superior a três lugares, incluindo o do condutor, que
apresentem tração às quatro rodas, permanente ou adaptável, nas percentagens previstas no
art. 8.º, n.º 2 e 3 da Lei 22-A/ 2007 de 29 de Junho;
d) Aos automóveis abrangidos pelo artigo 9.º da referida lei, nas percentagens aí previstas.
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Capacidade Profissional Direito Fiscal
[Escolha a data]
TABELA B
Componente cilindrada
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Capacidade Profissional Direito Fiscal
[Escolha a data]
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