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Autor:
Fábio Dutra, Coordenação
19 de Dezembro de 2022
Índice
1) Suspensão da Exigibilidade do Crédito Tributário - Aspectos Gerais
..............................................................................................................................................................................................3
2) Moratória
..............................................................................................................................................................................................7
3) Parcelamento
..............................................................................................................................................................................................
14
8) Isenção
..............................................................................................................................................................................................
38
9) Anistia
..............................................................................................................................................................................................
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Aula 10
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Caro aluno, ao estudarmos o crédito tributário, é essencial conhecer as causas de sua suspensão, extinção e
exclusão. São diversas situações específicas e elencadas no Código Tributário Nacional. Na aula de hoje,
estudaremos minuciosamente as hipóteses de suspensão e exclusão do crédito tributário, deixando o estudo
da extinção para a próxima aula.
É importante ressaltar, contudo, que diversas questões cobram tão somente o conhecimento básico deste
assunto, de forma que o candidato deve conseguir memorizar todas as hipóteses de suspensão, extinção e
exclusão do crédito tributário. Dessa forma, neste momento, acredito que seja essencial visualizarmos de
antemão quais são essas hipóteses, para que você tenha condições de responder a questões desta aula,
ainda que estejam relativamente ligadas à próxima aula. Tudo bem? Vamos lá?
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Portanto, com a notificação ao sujeito passivo do lançamento efetuado, este pode pagar ou impugnar. Mas
o que ocorre caso o sujeito passivo não pague ou mesmo se não lograr êxito na impugnação (decisão
desfavorável) e deixar de pagar?
Da mesma forma que um comerciante não pode obrigar o seu cliente a pagar o carnê vencido, a Fisco
também não pode forçar a cobrança. Nesse caso, a Fazenda Pública deve buscar o adimplemento da
obrigação nas vias do Poder Judiciário, com base na ação de execução fiscal.
Observação: Para o ajuizamento de uma ação de execução fiscal, é necessário que o crédito
tributário tenha sido inscrito em dívida ativa. Trata-se de tema que ainda será estudado em
outra aula.
No entanto, em alguns casos, a Fazenda fica impedida de levar a cabo os atos de cobrança. Isso se dá, pois o
CTN estabeleceu algumas hipóteses, denominadas “Suspensão do Crédito Tributário” pelo Código. A maioria
dos autores prefere denominar suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Tanto faz, pois na prova
isso não muda nada.
I - moratória;
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III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações
assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela
conseqüentes.
Antes de estudarmos cada uma das modalidades de suspensão do crédito tributário, temos de associar ao
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assunto de hoje algo que vimos na aula sobre interpretação e integração da legislação tributária.
Estudamos em aula anterior que a legislação tributária que disponha sobre suspensão do crédito tributário
deve ser interpretada literalmente. Com essa aula, você será capaz de responder com maior segurança as
questões sobre interpretação da legislação tributária.
Nessa linha de entendimento, o art. 141 do CTN estabeleceu que o crédito tributário regularmente
constituído só pode ter sua exigibilidade suspensa nos casos previstos no próprio CTN.
Ademais, também deve ser destacado que o par. único do art. 151 assevera que a suspensão do crédito não
implica dispensa de cumprimento das obrigações acessórias. Logo, ainda que não seja exigida do contribuinte
a obrigação tributária principal, deve continuar cumprindo com as obrigações acessórias estabelecidas na
legislação tributária.
Tanto as pessoas imunes ou isentas, como aquelas que venham a ter a exigibilidade do
crédito tributário suspensa, devem continuar cumprindo com as obrigações acessórias.
Guarde isso!
Por fim, outro ponto relevante é a discussão acerca da possibilidade de o contribuinte tomar alguma medida,
buscando a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, antes mesmo da sua constituição.
Nesse caso, deve ser lembrado que o que se suspende é a exigibilidade do crédito tributário, e não o dever
de lançar. Portanto, a autoridade constitui o crédito, mas fica impedida de realizar a cobrança do tributo
ou penalidade.
Isso é bem lógico, pois se o Fisco ficasse impedido de efetuar o lançamento, correria o risco de ser atingido
pela decadência, perdendo o direito de constituir o crédito tributário.
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Guarde assim:
Suspensão antes do lançamento → É possível constituir o lançamento, mas não pode ser
feita a exigibilidade.
• MORatória
• PARcelamento
MORDER e LIMPAR
Espero que com esse mnemônico não fique difícil memorizar as hipóteses. É claro que decorar por completo
cada hipótese só é possível se você souber o que significa. E é exatamente isso que iremos fazer de agora
em diante.
Vamos lá!
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Moratória
A moratória consiste em nada mais do que a dilatação do prazo para cumprimento da obrigação. Ou seja,
altera-se o prazo para pagamento do tributo ou penalidade.
Com efeito, se houve a dilatação do prazo para pagamento das obrigações, há suspensão temporária da
exigibilidade do crédito tributário. Deve, então, a Fazenda Pública aguardar o prazo previsto na lei que
concedeu a moratória para promover a exigência.
Uma leitura do art. 152 do CTN permite inferir que há dois tipos de moratória: individual e geral. Vejamos:
I - em caráter geral:
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira;
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência
federal e às obrigações de direito privado;
A moratória concedida em caráter individual ocorre quando o benefício é restrito a determinadas pessoas,
que preencham os requisitos estabelecidos pela lei. Dessa forma, para que as pessoas gozem da moratória,
é necessário que comprovem à autoridade administrativa que estão entre aquelas às quais a lei restringiu.
Fica, então, a moratória concedida pelo despacho da autoridade.
A moratória concedida em caráter geral, por outro lado, ocorre quando a lei generaliza os sujeitos passivos
que serão beneficiados. Não há, portanto, necessidade de comprovação, nem despacho individual por
parte da autoridade administrativa.
Em relação à moratória geral, podemos dividi-la em dois tipos: moratória autônoma (ou autonômica) e
moratória heterônoma.
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A moratória autônoma é aquela concedida pelo ente que detém a competência tributária para instituir o
tributo objeto do benefício. Por exemplo: o Município de São Paulo concede moratória sobre o IPTU
referente aos imóveis situados em seu território.
A moratória heterônoma, por seu turno, é aquela concedida pela União, quanto aos tributos de
competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Por exemplo: a União concede moratória
sobre o IPTU referente aos imóveis situados no território do Município de São Paulo.
Há forte controvérsia doutrinária sobre a moratória heterônoma, sob a alegação, em alguns casos, de que
tal medida afetaria a autonomia dos entes federativos. Frise-se que não há registros de que a moratória
heterônoma tenha sido concedida até hoje.
Um dos motivos que podem ter levado à União não conceder a moratória heterênoma é a forte restrição
contida no art. 152, I, b, o qual estabelece que se tal benefício for criado, deve ser concedido
simultaneamente:
O candidato deve ter em mente que há estudiosos do Direito defendendo e atacando a moratória
heterônoma. Nesse sentido, poderia surgir uma questão dissertando sobre a existência da controvérsia
doutrinária, o que está correto. Por outro lado, não há posicionamento dos tribunais sobre o tema. Por
último, caindo a típica questão “segundo o CTN...”, você pode considerar correta.
É relevante também conhecer a redação do parágrafo único do art. 152, do CTN, a seguir transcrito:
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O dispositivo em epígrafe permite que a moratória seja concedida de modo total, isto é, para todo o território
do ente tributante (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), ou parcial, se estendendo apenas a parte
do referido território. Ricardo Lobo Torres 1 explica que a moratória concedida de modo parcial “justifica-se
em casos de calamidade pública, enchentes e catástrofes que dificultem aos contribuintes o pagamento dos
tributos. Também encontra justificativa nas conjunturas desfavoráveis a certos ramos de atividade.”
Cumpre-nos destacar, ainda, que o CTN trouxe uma regra que, de certa forma, restringe os créditos que
serão abrangidos pela moratória. Vejamos:
Art. 154. Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos
definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo
lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito
passivo.
Parágrafo único. A moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou simulação do
sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele.
Em suma, o que se quis dizer no caput do art. 154 foi que a moratória somente abrange os créditos
tributários constituídos (após o lançamento) e aqueles que já estão em fase de lançamento, mas ainda não
concluídos. É claro que, como está estampado no referido dispositivo, tudo isso ocorre “salvo disposição de
lei em contrário”.
Portanto, é possível, por exemplo, que a lei preveja que a moratória abrange também os fatos geradores
ocorridos a pós a data da lei concessória, mas que ainda não tenham sido objeto de lançamento.
Para finalizar, indo ao encontro dos objetivos da moratória, que é ajudar quem realmente precisa, o CTN
inibiu a extensão da benesse aos casos de dolo, fraude ou simulação de sujeito passivo ou terceiros em
benefício daquele.
1
TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário, 12°Edição. Pág. 285.
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Créditos lançados
Salvo disposição
de lei em
contrário
Créditos em fase
MORATÓRIA de lançamento
Não aproveita
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dolo, fraude ou
simulação
No art. 153, o legislador estabeleceu os requisitos que devem estar contidos na lei que venha a conceder a
moratória. Perceba que é uma norma direcionada ao legislador. Vejamos:
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua concessão em
caráter individual especificará, sem prejuízo de outros requisitos:
Os requisitos se referem basicamente aos prazos, tributos a que se aplicam, e condições e garantias em se
tratando de concessão em caráter individual.
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Na concessão da moratória em caráter individual, podem ser exigidas garantidas do sujeito passivo.
Perceba que na alínea “b”, do inciso III, foi mencionado o número de prestações e seus vencimentos. Trata-
se da moratória parcelada, que consiste na quitação da dívida tributária em parcelas.
Alguns entendem que esse é o texto que permite a concessão do parcelamento, como suspensão do crédito
tributário. No entanto, veja que o parcelamento foi inserido, em 2001, como uma modalidade autônoma de
suspensão da exigibilidade do crédito tributário (CTN, art. 151, VI). Portanto, no inciso I, temos a previsão
da moratória e, no inciso VI, a previsão do parcelamento.
Portanto, em termos mais simples, a moratória parcelada não se confunde com o parcelamento.
Os institutos possuem algumas distinções, como o caráter excepcional da moratória, concedida como
medida reparatória de desastres naturais ou mesmo fatores econômicos e sociais. O parcelamento, por sua
vez, é medida comum, destinado aos contribuintes que se encontram inadimplentes (com dívidas
vencidas).
Além disso, o parcelamento, salvo disposição de lei em contrário (SDC), não exclui a incidência de juros e
multas, algo que não condiz com a natureza da moratória, que é concedida em função de fatos alheios à
vontade do contribuinte. Destaque-se que o próprio CTN não mencionou a cobrança de juros na moratória,
como o fez com o parcelamento.
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Moratória individual
Acabamos de estudar os aspectos gerais da moratória. Vimos que existe a moratória concedida em caráter
individual e aquela concedida em caráter geral.
Para a concessão da moratória em caráter individual, como já foi dito, é necessário que beneficiário preencha
as condições e os requisitos estabelecidos pela lei. Caso não sejam cumpridos ou o deixem de ser, as
consequências foram previstas no art. 155 do CTN, cuja redação é a seguinte:
Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e
será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou
de satisfazer as condições ou não cumprira ou deixou de cumprir os requisitos para a
concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora:
Parágrafo único. No caso do inciso I deste artigo, o tempo decorrido entre a concessão da
moratória e sua revogação não se computa para efeito da prescrição do direito à cobrança
do crédito; no caso do inciso II deste artigo, a revogação só pode ocorrer antes de prescrito
o referido direito.
Observação: O art. 155 também se aplica a outros benefícios fiscais previstos no CTN,
quando concedidos de modo individual. São eles: parcelamento (art. 155-A, § 2º), remissão
(art. 172, par. único), isenção (art. 179, § 2º) e anistia (art. 182, par. único). Todos serão
estudados em momento oportuno.
Você deve saber que a moratória individual não gera direito adquirido. Por isso, em alguns casos, basta que
o sujeito passivo comprove que faz parte do rol daqueles alcançados pela moratória. Em outros, no entanto,
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o sujeito passivo pode ter que comprovar sua regularidade durante o prazo em que gozar do benefício
(manter as prestações da moratória parcelada “em dia”).
De qualquer modo, não estando satisfeitos os requisitos ou as condições, a moratória é revogada, ficando
o sujeito passivo obrigado a pagar o crédito tributário acrescido de juros de mora. Caso seja constatado
que houve dolo ou simulação do beneficiado ou de terceiro para se beneficiar ilicitamente da moratória,
haverá, ainda, imposição de penalidade.
Cabe ressaltar também que há outra consequência em se tratando da revogação da moratória: a contagem
do prazo de prescrição. Se houve dolo ou simulação, o tempo decorrido entre a concessão da moratória e
sua revogação não é contado para fins de prescrição. Por outro lado, se não houve dolo ou simulação, a
revogação da moratória só pode ocorrer antes de findar o prazo prescricional.
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Parcelamento
Nós vimos, no tópico anterior, que o parcelamento não se confunde com a moratória parcelada. O
parcelamento é uma medida criada para que os devedores inadimplentes tenham condições de cumprir
com as obrigações tributárias.
Com o advento da Lei Complementar 104/2001, foi incluído o art. 155-A ao CTN, o qual sofreu alterações
com a LC 118/2005. Vamos explicar tudo isso a partir de agora. Vejamos a redação do dispositivo citado:
Em primeiro lugar, deve-se ter em mente que o parcelamento só pode ser concedido com base em lei
específica. Portanto, se o Estado da Bahia desejar conceder parcelamento para os créditos tributários
relativos ao IPVA, deve disciplinar o assunto em lei específica estadual, obedecidas as normas gerais do CTN.
No caso específico do ICMS, com base no art. 10, da LC 24/75, exige-se autorização para
concessão de parcelamento, a ser definida nos convênios realizados no âmbito do CONFAZ.
Além disso, por se tratar de situação corriqueira (não é excepcional, como a moratória), o parcelamento do
crédito tributário, salvo disposição de lei em contrário, não exclui a incidência de juros e multas.
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Destaque-se também que ao parcelamento aplicam-se as disposições do CTN relativas à moratória. Tendo
em vista a semelhança entre os dois institutos, faz muito sentido o legislador não repetir tudo o que disse
em relação à moratória. Lembre-se do mnemônico MARIPA!
Outro aspecto a ser estudado sobre o parcelamento é a previsão contida no § 3º do art. 155, do CTN, para
que cada ente federativo venha criar uma “segunda lei específica”, dispondo sobre as condições de
parcelamento dos créditos tributários do devedor em recuperação judicial. O objetivo é criar meios
diferenciados para que a empresa supere a crise econômico-financeira pela qual está passando.
Desse modo, cada ente terá duas leis específicas, uma versando sobre as regras genéricas do parcelamento,
e outra definindo regras especiais para o parcelamento da dívida tributária das empresas em recuperação
judicial.
Se, porventura, o ente não possuir a lei sobre o parcelamento dos débitos do devedor em recuperação
judicial, prevê o § 4º, do art. 155, aplicam-se as regras genéricas de parcelamento daquele ente, não
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podendo esta ter prazo de parcelamento inferior à lei específica sobre parcelamento em recuperação
judicial.
Vamos exemplificar: imaginemos que o Município de Curitiba não tenha editado lei específica sobre o
parcelamento de crédito tributário para devedores em recuperação judicial. Considere também as seguintes
informações:
Prazo máximo de parcelamento da lei específica de parcelamento para devedores em recuperação judicial
da União: 72 meses.
Pergunta-se: qual o prazo deve ser aplicado ao parcelamento de tributo municipal, quando o devedor se
encontra em recuperação judicial? 72 meses.
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Inicialmente, deve-se entender, grosso modo, o que vem a ser o mandado de segurança. Trata-se de uma
ação judicial, que tem por objetivo defender direito líquido e certo ameaçado, na seara do Direito Tributário,
pela autoridade fiscal. O direito líquido e certo é aquele que pode ser provado sem a necessidade de
produção de provas em juízo.
Ocorre que, em alguns casos, o juiz entende que deve ser tomada alguma medida contra o ato praticado
pela autoridade fiscal, para suspendê-lo até que se decida o mérito da ação judicial. Fica, então, concedida
a medida liminar no mandado de segurança.
Destaque-se que para a concessão da medida liminar são necessários dois requisitos essenciais: o perigo da
demora ou periculum in mora e a relevância do fundamento ou fumus boni juris.Portanto, o juiz somente
deve conceder liminar se ficar claro que o decorrer do tempo pode prejudicar a eficácia da ação, caso seja
concedida no mérito da ação, e se houver fundamento relevante.
Finalmente, concedida a liminar em sede de mandado de segurança, a exigibilidade do crédito tributário fica
suspensa até a decisão. Isso não significa que o contribuinte deixará de pagar o tributo. Caso o juiz venha
decidir que o ato da autoridade administrativa (lançamento, neste caso específico) não descumpriu a lei, o
sujeito passivo deve pagar o tributo. Por outro lado, caso a decisão judicial final seja em favor do
contribuinte, o crédito tributário fica extinto.
Crédito tributário fica suspenso até a decisão final, que pode ser:
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Um típico exemplo que justifica a concessão de medida liminar, deixando clara a existência do fumus bonis
juris e do periculum in moraI (vamos nos acostumando com esses termos), ocorre quando o contribuinte é
alvo de cobrança ilegal de um tributo, ficando impedido de participar de licitações públicas, por estar em
débito com o fisco. Se a medida liminar não for concedida e, ao final da ação, ficar comprovado que a
exigência era mesmo ilegal, de nada adiantou a ação judicial. Ficou claro?
Deve-se destacar também o entendimento do STJ (RMS 3.881/SP), no sentido de que, se o juiz condiciona a
concessão da medida liminar à realização do depósito do montante integral (causa suspensiva a ser
estudada ainda nesta aula) está, na realidade, indeferindo a liminar. A justificativa para esse entendimento
é que o depósito pode ser feito em qualquer caso, sendo direito do contribuinte. Se a liminar fica
condicionada ao depósito, o contribuinte está suspendendo o crédito tributário por outra via.
(STJ, Segunda Turma, RMS 3.881/SP, Rel. Min. Ari Pargendler, Julgamento em 01/09/1997)
A respeito do mandado de segurança, você deve ter percebido que há algumas restrições, como, por
exemplo, a necessidade de comprovar a existência de direito líquido e certo. Ademais, a ação só pode ser
impetrada dentro de 120 dias, a contar da ciência do interessado do ato praticado pela autoridade
(notificação do lançamento, por exemplo).
“E se o contribuinte perder o prazo, por exemplo, o que deve fazer para impugnar judicialmente o ato ilegal?”
Nesse caso, é possível recorrer a outras espécies de ações judiciais diversas do mandado de segurança,
obtendo liminares ou tutelas antecipadas, que, da mesma forma como a liminar no mandado de segurança,
suspendem a exigibilidade do crédito tributário.
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O que você precisa saber sobre este assunto é que a tutela de urgência pode ser dividida
em tutela cautelar e tutela antecipada. Logo, quando o CTN menciona tutela antecipada,
está tratando de uma tutela de urgência. É importante saber também que as duas tutelas
(cautelar e antecipada) ensejam a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Este
é o ponto mais importante para sua prova!
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Diante de lançamento efetuado com o qual não concorda, o sujeito passivo pode impugná-lo tanto na via
administrativa como na via judicial. Ao optar pela via administrativa, o sujeito passivo goza de algumas
vantagens, dentre as quais se destaca a suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
Palavras que podem ser cobradas na prova como causas de suspensão do crédito tributário:
impugnação, processo administrativo, reclamação e recursos administrativos.
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Como ainda será explicado, na via judicial, o mero ajuizamento da ação não suspende, por si só, a exigência
do crédito tributário, sendo necessário que o sujeito passivo tome medidas como o depósito do montante
exigido pelo fisco. Diferentemente, no âmbito administrativo, instaurado o processo administrativo, a
exigência do crédito tributário fica suspensa.
Vale salientar que, anteriormente, o STF possuía o entendimento de ser possível a exigência de depósito
como condição de procedibilidade para recurso interposto em processo administrativo fiscal. Entretanto,
esse entendimento mudou, culminando na edição da seguinte súmula vinculante:
Súmula STJ 373 - É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso
administrativo.
Por fim, deve-se ter em mente que a suspensão do crédito tributária, em se tratando de instauração de
processo administrativo fiscal, é temporária, ocorrendo apenas durante o litígio. Com a decisão
administrativa final favorável ao sujeito passivo, o crédito tributário fica extinto (CTN, art. 156, IX). Por
outro lado, se a decisão for desfavorável, o crédito volta a se tornar exigível.
Vale ressaltar também que, no caso de decisão desfavorável ao sujeito passivo na órbita administrativa,
sempre será possível ingressar com ação judicial, tendo em vista o princípio da inafastabilidade de
jurisdição (CF/88, art. 5º, XXXV).
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O depósito do montante integral é direito subjetivo do contribuinte, podendo ser realizado tanto na via
judicial quanto na administrativa, embora nesta seja bastante atípico.
Como você já deve ter visto, não se inclui nas modalidades de suspensão da exigibilidade do crédito
tributário o ajuizamento de ação judicial. Portanto, se o contribuinte ingressa com uma ação judicial com o
intuito de discutir a legitimidade da cobrança que está sendo feita, nada impede que o fisco, durante o curso
da ação, entre com outra ação de execução fiscal.
Surgem, então, duas opções para o sujeito passivo: tentar obter liminar ou tutela antecipada (CTN, art. 151,
IV e V) ou realizar o depósito do montante integral (CTN, art. 151, II). Como a concessão de uma liminar está
condicionada à comprovação do perigo da demora e da relevância do fundamento, nem sempre resta outra
saída para o sujeito passivo a não ser o depósito do montante integral.
Cabe destacar que o depósito é facultativo, ou seja, mesmo que não efetue o depósito do montante integral,
o sujeito passivo tem o direito de contestar o lançamento no Judiciário. A única diferença, neste caso, é que
não haverá suspensão da exigibilidade do crédito. Vejamos o que diz a Súmula Vinculante 28 do STF:
Ainda que a liminar seja concedida, o sujeito passivo pode efetuar o depósito, com o
objetivo de impedir a fluência dos juros de mora, caso o crédito volte a ser exigível
posteriormente, se a decisão de mérito for favorável à Fazenda Pública.
Sobre o depósito integral, o STJ entende que, para suspender a exigibilidade do crédito tributário, deve ser
feito integralmente e em dinheiro:
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Súmula STJ 112 - O depósito somente suspende a exigibilidade do crédito tributário se for integral
e em dinheiro.
Até aí, tudo bem. Mas o que ocorre posteriormente, no final da decisão judicial?
Sendo a decisão favorável à Fazenda Pública, ou seja, se o lançamento for legítimo, o depósito é convertido
em renda (ver CTN, art. 156, VI), e o crédito tributário é extinto. Nessa linha, de acordo com o STJ (EREsp
767.328/RS), em relação aos tributos lançados por homologação, o depósito judicial em dinheiro equivale
ao recolhimento da exação tributária, ocorrendo o lançamento tácito (constituição do crédito tributário).
Não há que se falar, portanto, em decadência:
(...)
(STJ, Primeira Seção, EREsp 767.328/RS, Rel. Min. Herman Benjamin, Julgamento em 11/04/2007)
Por outro lado, se a decisão de mérito for favorável ao sujeito passivo, ou seja, se o lançamento ou o valor
lançado for ilegítimo, caberá ao sujeito passivo proceder ao levantamento do depósito realizado.
Um questionamento que se faz é quanto ao caso da extinção do processo judicial sem resolução de mérito.
Em tal situação, cabe conversão do depósito em renda ou o levantamento do valor depositado pelo sujeito
passivo?
De acordo com o Superior Tribunal de Justiça (STJ)m haverá conversão do depósito em renda (regra),
ressalvadas apenas as seguintes situações:
I – se o tributo for claramente indevido, como no caso de declaração de inconstitucionalidade com efeito
vinculante;
(...)
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2. Em regra, no caso de extinção do feito sem resolução do mérito, o depósito deve ser repassado
aos cofres públicos, ante o insucesso da pretensão, a menos que se cuide de tributo claramente
indevido, como no caso de declaração de inconstitucionalidade com efeito vinculante, ou ainda,
por não ser a Fazenda Pública litigante o titular do crédito. No caso, cuida-se de mandado de
segurança impetrado contra a exigência da contribuição para o Finsocial, após a instituição da
contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas (CSLL), cuja inconstitucionalidade jamais
foi reconhecida pelo STF.
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a) Do contribuinte devedor, contemplado irregularmente com o benefício da moratória, não serão cobrados
juros de mora e não será aplicada penalidade pecuniária, na hipótese de dolo ou simulação, praticados por
terceiro, em seu benefício.
b) A moratória somente pode ser concedida, em caráter individual ou geral, por despacho da autoridade
administrativa, desde que autorizada por lei ou decreto, expedido pela pessoa jurídica de direito público
competente para instituir o tributo a que se refira.
c) A concessão da moratória em caráter individual gera direito adquirido, garantido pela Constituição
Federal, e, por isso, nenhum motivo justifica sua revogação de ofício, após ser concedida ao contribuinte por
autoridade competente.
d) Salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos definitivamente
constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela
data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo.
e) A moratória suspende a exigibilidade do crédito tributário e dispensa o cumprimento das obrigações
assessórias relacionadas com o tributo, cujo crédito tributário está suspenso.
Comentário:
Alternativa A: Conforme art. 155, I, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora e com imposição da
penalidade cabível, nos casos de dolo ou simulação do beneficiado, ou de terceiro em benefício daquele.
Alternativa errada.
Alternativa B: A assertiva fez uma mistura das características da moratória em caráter individual e em caráter
geral. Na verdade, a moratória somente pode ser concedida em caráter individual, por despacho da
autoridade administrativa, desde que autorizada por lei. A moratória em caráter individual deve ser
concedida por lei. Alternativa errada.
Alternativa C: O art. 155 nos diz que a concessão da moratória em caráter individual não gera direito
adquirido e será revogado de ofício, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de
satisfazer as condições. Alternativa errada.
Alternativa D: Transcrição literal do art. 154 do CTN. Alternativa correta.
Alternativa E: a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, por quaisquer de suas espécies, não
dispensa o cumprimento das obrigações acessórias (art. 151, § único). Alternativa errada.
Gabarito: Letra D
(TJ-BA-Juiz Estadual/2019) De acordo com o CTN, o parcelamento é uma modalidade de
a) suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
b) extinção da obrigação tributária.
c) compensação de créditos e débitos tributários.
d) exclusão do crédito tributário.
e) remissão da obrigação tributária.
Comentário: Aprendemos que o art. 151, VI, do CTN, estabelece que o parcelamento é uma modalidade de
suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
Gabarito: Letra A
(TJ-PR-Juiz Estadual/2019) São modalidades de suspensão do crédito tributário
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a) a remissão e o parcelamento.
b) o parcelamento e a moratória.
c) a anistia e a moratória.
d) a remissão e a anistia.
Comentário: Apontaremos nas alternativas aquelas situações que não constituem hipótese de suspensão do
crédito tributário e, por tal razão, encontram-se incorretas.
Alternativa A: A remissão é hipótese de extinção do crédito tributário. Alternativa errada.
Alternativa B: Tanto o parcelamento como a moratória configuram hipóteses de suspensão da exigibilidade
do crédito tributário. Alternativa correta.
Alternativa C: A anistia configura hipótese de exclusão do crédito tributário. Alternativa errada.
Alternativa D: A remissão configura hipótese de extinção do crédito tributário, e a anistia configura
modalidade de exclusão do crédito tributário. Alternativa errada.
Gabarito: Letra B
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Nesse sentido, veja que o crédito tributário não chega a ser constituído. Ilustrando a situação, conforme a
linha do tempo por nós disponibilizada em aulas anteriores, teríamos algo da seguinte forma:
Estudamos em aula anterior que a legislação tributária que disponha sobre exclusão do crédito
tributário deve ser interpretada literalmente. Reforçamos que, com essa aula, você também será capaz de
responder as questões sobre interpretação da legislação tributária.
Também é verdade que o art. 141 do CTN estabeleceu que o crédito tributário regularmente constituído só
pode ter sua exigibilidade excluída nos casos previstos no próprio CTN.
Vale frisar que a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias. Ou
seja, ainda que se deixe de arcar com a obrigação principal, a obrigação acessória subsiste.
Ainda em relação à exclusão do crédito tributário, o CTN estipulou duas modalidades, quais sejam: a isenção
e a anistia.
A distinção básica entre os institutos gira em torno da obrigação que está sendo excluída. Se a obrigação
excluída se refere a um tributo, temos um caso de isenção; se a obrigação excluída se referir a uma multa,
temos a anistia.
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Daí, podemos concluir que, se o Município deseja isentar certo contribuinte do pagamento do IPTU, deve
editar lei específica que regule exclusivamente sobre a isenção ou sobre o IPTU. O mesmo raciocínio deve
ser aplicado aos tributos federais e estaduais e também às multas (anistia).
Isenção
Como foi visto, a isenção é a dispensa legal do pagamento de tributo devido, sendo considerada uma
decisão política. Portanto, a isenção é um típico benefício ou incentivo fiscal. Lembre-se sempre de que a
lei que concede isenção deve sempre ser específica.
De início, o CTN (art. 176, caput) assevera que a isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre
decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que
se aplica e, sendo o caso, o prazo de sua duração.
O que nos chama atenção nesse momento é a isenção prevista em contrato. O que vem a ser isso? Trata-se
dos casos em que o ente federado celebra contrato, com o intuito de conceder incentivos fiscais para atrair
empresas para o seu território.
No entanto, com base no art. 176, caput, do CTN e no art. 150, § 6º, da CF/88, a isenção deve ser concedida
por lei. Nesse sentido, ainda que seja celebrado contrato, para o Direito Tributário a isenção deve estar
prevista em lei.
Observação: Nada impede que as regras contratuais sejam exigidas pela empresa no
âmbito do Poder Judiciário, caso a lei não venha ser editada. Neste caso, não se trata da
isenção.
Outro aspecto previsto no par. único do art. 176 é a possibilidade de a isenção ser restrita a determinada
região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.
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No que se refere à União, sabemos que, via de regra, é vedado instituir tributo que não seja uniforme em
todo o território nacional, conforme preceitua o princípio da uniformidade geográfica. Contudo, devemos
lembrar que o legislador constituinte permitiu que haja concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
Portanto, no tocante à União, a isenção pode ser restrita a determinada região do País, desde que tenha
como objetivo a promoção do equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões
do País.
A União também não pode instituir isenção relativa aos tributos de competência dos demais entes
federativos (Estados, Distrito Federal e Municípios), por força do art. 151, III, da CF/88:
(...)
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.
Esse dispositivo consagra o Princípio da Vedação às Isenções Heterônomas. O que se veda, com o princípio
em análise, é que um ente político conceda isenção sobre tributo instituído por outro. Tal benefício é
chamado de isenção heterônoma. Assim sendo, não obstante tenha sido vedado apenas à União, a lógica
jurídica deve prevalecer, isto é, também é vedado aos Estados instituir isenções de tributos municipais.
Tal regra, ao que parece, busca evidenciar algo que já se encontrava implícito na rígida repartição de
competência tributária na Constituição Federal de 1988. Ora, o ente competente para isentar, renunciando
receitas, deve ser o que é competente para tributar, forte no argumento de resguardar o pacto federativo.
Dando continuidade ao estudo da isenção, vejamos o que foi estabelecido no art. 177 do CTN:
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Como regra, a isenção não é aplicável às taxas e às contribuições de melhoria, por serem tributos de caráter
contraprestacional, ou seja, há a realização de alguma atividade estatal que justifique a cobrança. Soaria
estranho prestar o serviço e não tributá-lo.
No entanto, veja que tudo isso ocorre, salvo disposição de lei em contrário, o que torna perfeitamente
possível a isenção de taxas, por exemplo, desde que a lei assim preveja.
A restrição do art. 177, II, do CTN, tem por objetivo evitar que a isenção se estenda a tributos que ainda não
foram instituídos (não houve exercício da competência tributária). No entanto, cabe ressaltar que o
dispositivo também é aplicável, salvo disposição de lei em contrário.
Se cair em prova que a isenção nunca é extensiva aos tributos que ainda não foram
instituídos, está errado!
Em relação à isenção, assim como ocorre com os demais incentivos fiscais, esta pode ser concedida em
caráter individual ou em caráter geral.
A isenção concedida em caráter individual ocorre quando o benefício é restrito a determinadas pessoas,
que preencham os requisitos estabelecidos pela lei. Dessa forma, para que as pessoas gozem da isenção, é
necessário que comprovem à autoridade administrativa que estão entre aquelas às quais a lei restringiu.
Fica, então, a isenção efetivada pelo despacho da autoridade (CTN, art. 179, caput).
Exemplo: Isenção de IPI concedida aos deficientes físicos. Deve comprovar que é deficiente.
A isenção concedida em caráter geral, por outro lado, ocorre quando a lei generaliza os sujeitos passivos
que serão beneficiados. Não há, portanto, necessidade de comprovação, nem despacho individual por
parte da autoridade administrativa.
Exemplo: Isenção de IPTU a todos os moradores do Município de Vitória da Conquista. Alcança todos os
proprietários de imóveis urbanos, independentemente de qualquer comprovação.
No que se refere à isenção concedida em caráter individual, quando se tratar de tributos lançados por
período certo de tempo, o despacho que efetivou a isenção deve ser renovado antes da expiração de cada
período. Se não o for, cessam os efeitos da isenção a partir do primeiro dia do período para o qual o
interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção (CTN, art. 179, § 1º).
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Vamos, então, relembrar como funciona: você deve saber que a isenção individual não gera direito
adquirido. Por isso, em alguns casos, basta que o sujeito passivo comprove que faz parte do rol daqueles
alcançados pela isenção. Em outros, no entanto, o sujeito passivo pode ter que comprovar que continua
sendo alcançado pela lei, ou seja, continua isento.
De qualquer modo, não estando satisfeitos os requisitos ou as condições, a isenção é revogada, ficando o
sujeito passivo obrigado a pagar o crédito tributário acrescido de juros de mora. Caso seja constatado que
houve dolo ou simulação do beneficiado ou de terceiro para se beneficiar ilicitamente da isenção, haverá,
ainda, imposição de penalidade. Veja, pois, que será aplicado, quando cabível, o art. 155, que se refere à
moratória individual.
==275324==
Por fim, vamos entender o que diz a texto do art. 178 do CTN, abaixo citado:
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas
condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o
disposto no inciso III do art. 104.
Nós vimos que a isenção decorre de opção política. Portanto, as isenções possuem caráter precário,
permitindo que, a qualquer tempo, novas leis venham revogar as isenções anteriormente concedidas. Essa
é a regra: precariedade.
No entanto, as denominadas isenções onerosas não podem ser livremente suprimidas. As isenções onerosas
são aquelas concedidas com prazo certo e em função de determinadas condições.
As isenções possuem prazo certo quando a lei concessiva estabelece um período para fruição do benefício
fiscal (5 anos, por exemplo). As isenções são concedidas em função de determinadas condições quando se
exige do contribuinte uma contraprestação, como condição para que goze do incentivo fiscal (construção de
uma escola, por exemplo).
Nesse sentido, quem cumpre com as determinações da lei para gozar da isenção, possui direito adquirido
ao benefício, ainda que a lei concessória venha a ser revogada.
Súmula STF 544 - Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser
livremente suprimidas.
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Anistia
Da mesma forma como ocorre com a isenção, por se causa de exclusão do crédito tributário, a anistia impede
a constituição do crédito tributário. No entanto, neste caso, estamos tratando do perdão de infrações.
Ora, a multa é consequência de uma infração à legislação tributária, correto? Sendo assim, somente é
possível conceder anistia em relação às infrações cometidas antes da vigência da lei que a concede. Caso
contrário, se fosse possível perdoar uma infração que ainda poderia ser cometida, certamente seria um
estímulo à sua prática, concorda?
Adotamos a linha doutrinária mais consentânea com a redação do CTN, que seria a anistia
o perdão de infrações cujas penalidades ainda não foram lançadas. Se já houver
constituição do respectivo crédito tributário (via auto de infração, por exemplo), não
haveria que se falar em anistia (exclusão do crédito tributário), mas em remissão
(extinção do crédito tributário).
Ocorre, porém, que a doutrina também considera a anistia como aplicável às penalidades
lançadas ou não, como é o caso de Luciano Amaro1: “e o mesmo se deve dizer da anistia,
que tanto é aplicável às infrações cujas sanções pecuniárias já tenham sido descritas num
auto de infração como àquelas que ainda não foram apuradas pelo Fisco...”.
Vale ressaltar que esta mesma doutrina considera que a remissão seria aplicável tão
somente aos tributos, mas não às multas tributárias.
É importante ressaltar que, em alguns casos, a anistia não se aplica. São eles (CTN, art. 180, I e II):
1
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14ª Ed. Pág. 457.
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• Aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação,
sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício
daquele;
• Salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais
ou jurídicas.
Veja que quando os ilícitos se configuram crimes ou contravenções não é possível conceder anistia, ou seja,
quando, além de infringir a lei tributária, são caracterizados como delitos penais.
Do mesmo modo, também não é possível anistiar os atos que, mesmo não sendo caracterizados como crimes
ou contravenções, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em
benefício daquele.
Destaque-se que as infrações resultantes do conluio entre duas ou mais pessoas, sejam elas naturais ou
jurídicas, também não podem ser anistiadas, salvo disposição de lei em contrário.
Observação: Conluio é o ajuste entre duas ou mais pessoas que praticam atos com o intuito
de ludibriar a Fazenda Pública.
Observe que o legislador comete uma grave imprecisão. Vimos que as infrações cometidas com dolo
(intencionais) não podem ser anistiadas. Contudo, as infrações resultantes de conluio são inegavelmente
infrações dolosas.
Da mesma forma que a isenção, o CTN também previu que a anistia pode ser concedida em caráter geral ou
individual:
I - em caráter geral;
II - limitadamente:
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja
fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.
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Dessa forma, é possível que a anistia se restrinja às infrações relativas a determinado tributo (alínea “a”),
como o imposto de renda. Também podemos ter perdão de infrações até certo montante (alínea “b”), acima
do qual os infratores continuam obrigados a pagar.
A anistia pode se limitar a determinada região do território do ente tributante (alínea “c”) ou mesmo ficar
condicionada ao pagamento do tributo dentro do prazo estabelecido pela lei ou pela autoridade
administrativa se a ela a lei atribuir tal dever (alínea “d”).
Ainda no que concerne à anistia concedida individualmente, lembre-se que, da mesma forma como ocorre
com a isenção, o perdão é concedido por meio de despacho da autoridade administrativa, devendo o
interessado comprovar que preenche as condições legais, formulando o requerimento (CTN, art. 182).
Vamos, novamente, relembrar? Volte ao art. 155 e faça nova leitura, adaptando, é claro, o texto à anistia.
DICA DE PROVA: Para acertar as questões que cobram hipóteses de suspensão, extinção e
exclusão do crédito tributário, o mais simples é memorizar as modalidades de suspensão
(MORDER e LIMPAR) e as de exclusão, isenção e anistia. Feito isso, e tendo uma noção
razoável das hipóteses de extinção, será bem mais simples “matar” a questão.
Embora a doutrina majoritária entenda que, sendo causa de exclusão do crédito tributário,
a anistia é concedida antes do lançamento relativo à aplicação da penalidade, o autor
Luciano Amaro2 deixa claro que o contribuinte pode se beneficiar da anistia mesmo após a
notificação ao contribuinte da infração, isto é, após o lançamento.
2
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14ª Edição. 2008. Págs. 455-457.
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Comentário:
Alternativa A: Realmente, a isenção concedida por prazo certo (a termo) e sujeita a condições, denominada
isenção onerosa, não pode ser livremente suprimida, conforme dispõe o CTN e a jurisprudência do STF.
Alternativa correta.
Alternativa B: A isenção heterônoma é vedada, como regra, pela CF/88 (art. 151, III). Alternativa errada.
Alternativa C: A isenção se refere ao tributo e não à multa tributária. Portanto, esta alternativa está errada.
Alternativa D: A isenção, seja como for, exclui o crédito tributário. É incorreto afirmar que a isenção extingue
o crédito tributário. Alternativa errada.
Alternativa E: A isenção também exclui o crédito tributário. É incorreto afirmar que a anistia extingue o
crédito tributário. Alternativa errada.
Gabarito: Letra A
(TJ-CE-Juiz Substituto/2018) De acordo com o CTN, as hipóteses de exclusão do crédito tributário incluem
a) a isenção e a anistia.
b) o pagamento e a compensação.
c) a prescrição e a decadência.
d) a moratória e o parcelamento.
e) a remissão e o depósito do montante integral.
Comentário: Vimos, pela redação do art. 175, do CTN, que as hipóteses de exclusão do crédito tributário se
resumem na isenção e na anistia.
Gabarito: Letra A
(ISS-Cuiabá-Auditor Fiscal/2016) Caio, visando à suspensão de exigibilidade de crédito objeto de auto de
infração, ajuizou ação anulatória e realizou o depósito do montante integral. As opções a seguir também
apresentam hipóteses de suspensão de exigibilidade do crédito, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Moratória.
b) Impugnação ao auto de infração.
c) Anistia fiscal.
d) Parcelamento do crédito.
e) Concessão de medida liminar em mandado de segurança.
Comentário: As hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário constam no art. 151, do CTN.
Das opções apresentadas, apenas a anistia fiscal não corresponde a uma medida de suspensão da
exigibilidade do crédito tributário, configurando modalidade de exclusão do crédito tributário, como
determina o art. 175, do CTN.
Gabarito: Letra C
(PGE-TO-Procurador do Estado/2018) O art. 35, caput, inciso I da Lei estadual no 1.288/2001, que dispõe
sobre o Contencioso Administrativo-Tributário e os Procedimentos Administrativo-Tributários, estabelece
que o Auto de Infração formaliza a exigência do crédito tributário. Desse modo, o Auto de Infração é o
instrumento legal que materializa o lançamento de ofício do tributo no Estado do Tocantins. Em seu art. 41,
a mesma lei estabelece que a fase contenciosa do procedimento de que trata este Capítulo inicia-se com a
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apresentação de impugnação ao lançamento formalizado por auto de infração. De acordo com o Código
Tributário Nacional, essa impugnação, se apresentada tempestivamente pelo sujeito passivo, suspende
a) o direito de o sujeito passivo extinguir o crédito tributário.
b) a exigibilidade do crédito tributário.
c) o direito de a Fazenda Pública realizar procedimentos de fiscalização no sujeito passivo.
d) a fluência do prazo decadencial, desde que seja efetuado o depósito integral do crédito tributário
questionado.
e) a fluência do prazo decadencial.
Comentário: Embora a questão mencione em seu enunciado dispositivo de lei estadual, você não precisa
conhecê-lo para acertar a questão, pois a resposta é exigida nos termos do CTN.
Alternativa A: O sujeito passivo pode desistir da impugnação a qualquer tempo e efetuar o pagamento,
extinguindo o crédito tributário. Alternativa errada.
Alternativa B: A impugnação do sujeito passivo suspende a exigibilidade do crédito tributário, nos termos
do art. 151, III, do CTN. Alternativa correta.
Alternativa C: A impugnação não suspende o direito de a Fazenda Pública realizar procedimentos de
fiscalização no sujeito passivo. Alternativa errada.
Alternativa D: Como o crédito tributário já foi constituído, não há que se falar em decadência. Alternativa
errada.
Alternativa E: Como o crédito tributário já foi constituído, não há que se falar em decadência. Alternativa
errada.
Gabarito: Letra B
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Isenção
Como foi visto, a isenção é a dispensa legal do pagamento de tributo devido, sendo considerada uma
decisão política. Portanto, a isenção é um típico benefício ou incentivo fiscal. Lembre-se sempre de que a
lei que concede isenção deve sempre ser específica.
De início, o CTN (art. 176, caput) assevera que a isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre
decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que
se aplica e, sendo o caso, o prazo de sua duração.
O que nos chama atenção nesse momento é a isenção prevista em contrato. O que vem a ser isso? Trata-se
dos casos em que o ente federado celebra contrato, com o intuito de conceder incentivos fiscais para atrair
empresas para o seu território.
No entanto, com base no art. 176, caput, do CTN e no art. 150, § 6º, da CF/88, a isenção deve ser concedida
por lei. Nesse sentido, ainda que seja celebrado contrato, para o Direito Tributário a isenção deve estar
prevista em lei.
Observação: Nada impede que as regras contratuais sejam exigidas pela empresa no
âmbito do Poder Judiciário, caso a lei não venha ser editada. Neste caso, não se trata da
isenção.
Outro aspecto previsto no par. único do art. 176 é a possibilidade de a isenção ser restrita a determinada
região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.
No que se refere à União, sabemos que, via de regra, é vedado instituir tributo que não seja uniforme em
todo o território nacional, conforme preceitua o princípio da uniformidade geográfica. Contudo, devemos
lembrar que o legislador constituinte permitiu que haja concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
Portanto, no tocante à União, a isenção pode ser restrita a determinada região do País, desde que tenha
como objetivo a promoção do equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões
do País.
A União também não pode instituir isenção relativa aos tributos de competência dos demais entes
federativos (Estados, Distrito Federal e Municípios), por força do art. 151, III, da CF/88:
(...)
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.
Esse dispositivo consagra o Princípio da Vedação às Isenções Heterônomas. O que se veda, com o princípio
em análise, é que um ente político conceda isenção sobre tributo instituído por outro. Tal benefício é
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chamado de isenção heterônoma. Assim sendo, não obstante tenha sido vedado apenas à União, a lógica
jurídica deve prevalecer, isto é, também é vedado aos Estados instituir isenções de tributos municipais.
Tal regra, ao que parece, busca evidenciar algo que já se encontrava implícito na rígida repartição de
competência tributária na Constituição Federal de 1988. Ora, o ente competente para isentar, renunciando
receitas, deve ser o que é competente para tributar, forte no argumento de resguardar o pacto federativo.
Dando continuidade ao estudo da isenção, vejamos o que foi estabelecido no art. 177 do CTN:
Como regra, a isenção não é aplicável às taxas e às contribuições de melhoria, por serem tributos de caráter
contraprestacional, ou seja, há a realização de alguma atividade estatal que justifique a cobrança. Soaria
estranho prestar o serviço e não tributá-lo.
No entanto, veja que tudo isso ocorre, salvo disposição de lei em contrário, o que torna perfeitamente
possível a isenção de taxas, por exemplo, desde que a lei assim preveja.
A restrição do art. 177, II, do CTN, tem por objetivo evitar que a isenção se estenda a tributos que ainda não
foram instituídos (não houve exercício da competência tributária). No entanto, cabe ressaltar que o
dispositivo também é aplicável, salvo disposição de lei em contrário.
Se cair em prova que a isenção nunca é extensiva aos tributos que ainda não foram
instituídos, está errado!
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Em relação à isenção, assim como ocorre com os demais incentivos fiscais, esta pode ser concedida em
caráter individual ou em caráter geral.
A isenção concedida em caráter individual ocorre quando o benefício é restrito a determinadas pessoas,
que preencham os requisitos estabelecidos pela lei. Dessa forma, para que as pessoas gozem da isenção, é
necessário que comprovem à autoridade administrativa que estão entre aquelas às quais a lei restringiu.
Fica, então, a isenção efetivada pelo despacho da autoridade (CTN, art. 179, caput).
Exemplo: Isenção de IPI concedida aos deficientes físicos. Deve comprovar que é deficiente.
A isenção concedida em caráter geral, por outro lado, ocorre quando a lei generaliza os sujeitos passivos
que serão beneficiados. Não há, portanto, necessidade de comprovação, nem despacho individual por
parte da autoridade administrativa.
Exemplo: Isenção de IPTU a todos os moradores do Município de Vitória da Conquista. Alcança todos os
proprietários de imóveis urbanos, independentemente de qualquer comprovação.
No que se refere à isenção concedida em caráter individual, quando se tratar de tributos lançados por
período certo de tempo, o despacho que efetivou a isenção deve ser renovado antes da expiração de cada
período. Se não o for, cessam os efeitos da isenção a partir do primeiro dia do período para o qual o
interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção (CTN, art. 179, § 1º).
Vamos, então, relembrar como funciona: você deve saber que a isenção individual não gera direito
adquirido. Por isso, em alguns casos, basta que o sujeito passivo comprove que faz parte do rol daqueles
alcançados pela isenção. Em outros, no entanto, o sujeito passivo pode ter que comprovar que continua
sendo alcançado pela lei, ou seja, continua isento.
De qualquer modo, não estando satisfeitos os requisitos ou as condições, a isenção é revogada, ficando o
sujeito passivo obrigado a pagar o crédito tributário acrescido de juros de mora. Caso seja constatado que
houve dolo ou simulação do beneficiado ou de terceiro para se beneficiar ilicitamente da isenção, haverá,
ainda, imposição de penalidade. Veja, pois, que será aplicado, quando cabível, o art. 155, que se refere à
moratória individual.
Por fim, vamos entender o que diz a texto do art. 178 do CTN, abaixo citado:
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas
condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o
disposto no inciso III do art. 104.
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Nós vimos que a isenção decorre de opção política. Portanto, as isenções possuem caráter precário,
permitindo que, a qualquer tempo, novas leis venham revogar as isenções anteriormente concedidas. Essa
é a regra: precariedade.
No entanto, as denominadas isenções onerosas não podem ser livremente suprimidas. As isenções onerosas
são aquelas concedidas com prazo certo e em função de determinadas condições.
As isenções possuem prazo certo quando a lei concessiva estabelece um período para fruição do benefício
fiscal (5 anos, por exemplo). As isenções são concedidas em função de determinadas condições quando se
exige do contribuinte uma contraprestação, como condição para que goze do incentivo fiscal (construção de
uma escola, por exemplo).
Nesse sentido, quem cumpre com as determinações da lei para gozar da isenção, possui direito adquirido
ao benefício, ainda que a lei concessória venha a ser revogada.
Súmula STF 544 - Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser
livremente suprimidas.
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Anistia
Da mesma forma como ocorre com a isenção, por se causa de exclusão do crédito tributário, a anistia impede
a constituição do crédito tributário. No entanto, neste caso, estamos tratando do perdão de infrações.
Ora, a multa é consequência de uma infração à legislação tributária, correto? Sendo assim, somente é
possível conceder anistia em relação às infrações cometidas antes da vigência da lei que a concede. Caso
contrário, se fosse possível perdoar uma infração que ainda poderia ser cometida, certamente seria um
estímulo à sua prática, concorda?
Adotamos a linha doutrinária mais consentânea com a redação do CTN, que seria a anistia
o perdão de infrações cujas penalidades ainda não foram lançadas. Se já houver
constituição do respectivo crédito tributário (via auto de infração, por exemplo), não
haveria que se falar em anistia (exclusão do crédito tributário), mas em remissão
(extinção do crédito tributário).
Ocorre, porém, que a doutrina também considera a anistia como aplicável às penalidades
lançadas ou não, como é o caso de Luciano Amaro1: “e o mesmo se deve dizer da anistia,
que tanto é aplicável às infrações cujas sanções pecuniárias já tenham sido descritas num
auto de infração como àquelas que ainda não foram apuradas pelo Fisco...”.
Vale ressaltar que esta mesma doutrina considera que a remissão seria aplicável tão
somente aos tributos, mas não às multas tributárias.
É importante ressaltar que, em alguns casos, a anistia não se aplica. São eles (CTN, art. 180, I e II):
• Aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação,
sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício
daquele;
• Salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais
ou jurídicas.
1
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 14ª Ed. Pág. 457.
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Veja que quando os ilícitos se configuram crimes ou contravenções não é possível conceder anistia, ou seja,
quando, além de infringir a lei tributária, são caracterizados como delitos penais.
Do mesmo modo, também não é possível anistiar os atos que, mesmo não sendo caracterizados como crimes
ou contravenções, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em
benefício daquele.
Destaque-se que as infrações resultantes do conluio entre duas ou mais pessoas, sejam elas naturais ou
jurídicas, também não podem ser anistiadas, salvo disposição de lei em contrário.
Observação: Conluio é o ajuste entre duas ou mais pessoas que praticam atos com o intuito
de ludibriar a Fazenda Pública.
Observe que o legislador comete uma grave imprecisão. Vimos que as infrações cometidas com dolo
(intencionais) não podem ser anistiadas. Contudo, as infrações resultantes de conluio são inegavelmente
infrações dolosas.
Da mesma forma que a isenção, o CTN também previu que a anistia pode ser concedida em caráter geral ou
individual:
I - em caráter geral;
II - limitadamente:
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja
fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa.
Dessa forma, é possível que a anistia se restrinja às infrações relativas a determinado tributo (alínea “a”),
como o imposto de renda. Também podemos ter perdão de infrações até certo montante (alínea “b”), acima
do qual os infratores continuam obrigados a pagar.
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A anistia pode se limitar a determinada região do território do ente tributante (alínea “c”) ou mesmo ficar
condicionada ao pagamento do tributo dentro do prazo estabelecido pela lei ou pela autoridade
administrativa se a ela a lei atribuir tal dever (alínea “d”).
Ainda no que concerne à anistia concedida individualmente, lembre-se que, da mesma forma como ocorre
com a isenção, o perdão é concedido por meio de despacho da autoridade administrativa, devendo o
interessado comprovar que preenche as condições legais, formulando o requerimento (CTN, art. 182).
Vamos, novamente, relembrar? Volte ao art. 155 e faça nova leitura, adaptando, é claro, o texto à anistia.
DICA DE PROVA: Para acertar as questões que cobram hipóteses de suspensão, extinção e
exclusão do crédito tributário, o mais simples é memorizar as modalidades de suspensão
(MORDER e LIMPAR) e as de exclusão, isenção e anistia. Feito isso, e tendo uma noção
razoável das hipóteses de extinção, será bem mais simples “matar” a questão.
Embora a doutrina majoritária entenda que, sendo causa de exclusão do crédito tributário,
a anistia é concedida antes do lançamento relativo à aplicação da penalidade, o autor
Luciano Amaro2 deixa claro que o contribuinte pode se beneficiar da anistia mesmo após a
notificação ao contribuinte da infração, isto é, após o lançamento.
2
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 14ª Edição. 2008. Págs. 455-457.
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a) deve ser concedida necessariamente em caráter limitado, vedada sua concessão em caráter geral.
b) não se aplica aos atos que sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo.
c) é uma forma de extinção do crédito tributário.
d) abrange exclusivamente as infrações cometidas posteriormente à vigência da lei que a concede.
e) só pode ser concedida por meio de lei ou de decreto.
Comentário:
Alternativa A: Segundo o art. 181, a anistia pode ser concedida em caráter geral ou limitadamente a certas
circunstâncias. Alternativa errada.
Alternativa B: De acordo com o art. 180, a anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas
anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando aos atos qualificados em lei como crimes ou
contravenções e aos que, mesmo sem essa qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação
pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele. Alternativa correta.
Alternativa C: É uma forma de exclusão do crédito tributário, e não de extinção. Alternativa errada.
Alternativa D: A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que
a concede. Alternativa errada.
Alternativa E: Segundo o art. 97, inciso VI, somente a lei pode estabelecer as hipóteses de exclusão,
suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. Logo, não cabe
conceder anistia por meio de decreto. Alternativa errada.
Gabarito: Letra B
(TJ-BA-Juiz Estadual/2019) De acordo com o CTN, o parcelamento é uma modalidade de
a) suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
b) extinção da obrigação tributária.
c) compensação de créditos e débitos tributários.
d) exclusão do crédito tributário.
e) remissão da obrigação tributária.
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Alternativa A: Realmente, a isenção concedida por prazo certo (a termo) e sujeita a condições, denominada
isenção onerosa, não pode ser livremente suprimida, conforme dispõe o CTN e a jurisprudência do STF.
Alternativa correta.
Alternativa B: A isenção heterônoma é vedada, como regra, pela CF/88 (art. 151, III). Alternativa errada.
Alternativa C: A isenção se refere ao tributo e não à multa tributária. Portanto, esta alternativa está errada.
Alternativa D: A isenção, seja como for, exclui o crédito tributário. É incorreto afirmar que a isenção extingue
o crédito tributário. Alternativa errada.
Alternativa E: A isenção também exclui o crédito tributário. É incorreto afirmar que a anistia extingue o
crédito tributário. Alternativa errada.
Gabarito: Letra A
(TJ-CE-Juiz Substituto/2018) De acordo com o CTN, as hipóteses de exclusão do crédito tributário incluem
a) a isenção e a anistia.
b) o pagamento e a compensação.
c) a prescrição e a decadência.
d) a moratória e o parcelamento.
e) a remissão e o depósito do montante integral.
Comentário: Vimos, pela redação do art. 175, do CTN, que as hipóteses de exclusão do crédito tributário se
resumem na isenção e na anistia.
Gabarito: Letra A
(ISS-Cuiabá-Auditor Fiscal/2016) Caio, visando à suspensão de exigibilidade de crédito objeto de auto de
infração, ajuizou ação anulatória e realizou o depósito do montante integral. As opções a seguir também
apresentam hipóteses de suspensão de exigibilidade do crédito, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Moratória.
b) Impugnação ao auto de infração.
c) Anistia fiscal.
d) Parcelamento do crédito.
e) Concessão de medida liminar em mandado de segurança.
Comentário: As hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário constam no art. 151, do CTN.
Das opções apresentadas, apenas a anistia fiscal não corresponde a uma medida de suspensão da
exigibilidade do crédito tributário, configurando modalidade de exclusão do crédito tributário, como
determina o art. 175, do CTN.
Gabarito: Letra C
(PGE-TO-Procurador do Estado/2018) O art. 35, caput, inciso I da Lei estadual no 1.288/2001, que dispõe
sobre o Contencioso Administrativo-Tributário e os Procedimentos Administrativo-Tributários, estabelece
que o Auto de Infração formaliza a exigência do crédito tributário. Desse modo, o Auto de Infração é o
instrumento legal que materializa o lançamento de ofício do tributo no Estado do Tocantins. Em seu art. 41,
a mesma lei estabelece que a fase contenciosa do procedimento de que trata este Capítulo inicia-se com a
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apresentação de impugnação ao lançamento formalizado por auto de infração. De acordo com o Código
Tributário Nacional, essa impugnação, se apresentada tempestivamente pelo sujeito passivo, suspende
a) o direito de o sujeito passivo extinguir o crédito tributário.
b) a exigibilidade do crédito tributário.
c) o direito de a Fazenda Pública realizar procedimentos de fiscalização no sujeito passivo.
d) a fluência do prazo decadencial, desde que seja efetuado o depósito integral do crédito tributário
questionado.
e) a fluência do prazo decadencial.
Comentário: Embora a questão mencione em seu enunciado dispositivo de lei estadual, você não precisa
conhecê-lo para acertar a questão, pois a resposta é exigida nos termos do CTN.
Alternativa A: O sujeito passivo pode desistir da impugnação a qualquer tempo e efetuar o pagamento,
extinguindo o crédito tributário. Alternativa errada.
Alternativa B: A impugnação do sujeito passivo suspende a exigibilidade do crédito tributário, nos termos
do art. 151, III, do CTN. Alternativa correta.
Alternativa C: A impugnação não suspende o direito de a Fazenda Pública realizar procedimentos de
fiscalização no sujeito passivo. Alternativa errada.
Alternativa D: Como o crédito tributário já foi constituído, não há que se falar em decadência. Alternativa
errada.
Alternativa E: Como o crédito tributário já foi constituído, não há que se falar em decadência. Alternativa
errada.
Gabarito: Letra B
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1.(FGV/SEFIN-RO/2018)
e) Suspender a inscrição no CADIN (Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados de Órgãos e Entidades
Federais).
Comentário:
Alternativa A: Com concessão de liminar em mandado de segurança a exigibilidade do crédito tributário fica
suspensa, portanto, a Fazenda Pública fica impedida de praticar atos de cobrança como: propositura de
execução fiscal, inscrição em dívida e até penhora. Alternativa correta.
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de créditos
não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade
esteja suspensa.
Alternativa correta.
Alternativa C: Durante o tempo em que a exigibilidade do tributo estiver suspensa, o Fisco, em linhas gerais,
não pode cobrar o tributo, logo, depreende-se que o prazo prescricional fique suspenso. Alternativa correta.
A suspensão impede que o Fisco exija (cobre) o tributo, contudo ele mantém o dever de lançá-lo (constitui-
lo), de forma a evitar a perda do direito de constituir o crédito tributário. Por conseguinte, a autoridade
constitui o crédito, mas fica impedida de realizar a cobrança do tributo ou penalidade. Alternativa errada.
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Alternativa E: Enquanto o crédito tributário estiver com sua exigibilidade suspensa, o Fisco não pode praticar
qualquer ato contra o contribuinte que vise a cobrança do crédito, tais como a inscrição em dívida,
execução e penhora. Alternativa correta.
Gabarito: Letra D
2.(FGV/ALE-RO/2018)
A sociedade empresária ABC LTDA., para evitar que fosse promovida cobrança judicial de crédito tributário
contra ela, adere a um programa estadual de parcelamento de débitos de ICMS já devidamente constituídos
e inscritos em dívida ativa estadual.
Sobre a eficácia dessa adesão ao parcelamento e à luz do Código Tributário Nacional, analise as afirmativas
a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
( ) A adesão ao programa de parcelamento suspende o prazo prescricional para ajuizar a ação de cobrança
do crédito tributário.
a) V - V - V.
b) F - V - V.
c) F - V - F.
d) V - F - V.
e) V - V - F.
Comentário: Atenção ao caput da questão que pede a resposta correta à luz do CTN. Feito esse alerta vamos
aos comentários.
(...)
VI – o parcelamento.
Ademais, o pedido de parcelamento implica no reconhecimento do débito pelo devedor, e essa hipótese é
prevista como interrupção o prazo prescricional. Confira o CTN.
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(...)
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo
devedor.
Portanto, o item erra ao afirmar que a adesão ao programa de parcelamento suspende o prazo prescricional,
pois na verdade o prazo prescricional se interrompe. Item falso.
Item II, em conformidade ao art. 174, IV, do CTN visto acima. Item verdadeiro.
Gabarito: Letra C
c) A lei concessiva de moratória não pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada
região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir;
d) A moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que
a conceder, não se aplicando àqueles cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato
regularmente notificado ao sujeito passivo.
e) A moratória e o parcelamento não se confundem, razão pela qual as regras da moratória não se aplicam
subsidiariamente ao parcelamento.
Comentário:
Letra A: Errada. A moratória consiste em nada mais do que a dilatação do prazo para cumprimento da
obrigação. Ou seja, altera-se o prazo para pagamento do tributo ou penalidade. Com efeito, se houve a
dilatação do prazo para pagamento das obrigações, há suspensão temporária da exigibilidade do crédito
tributário. Deve, então, a Fazenda Pública aguardar o prazo previsto na lei que concedeu a moratória para
promover a exigência fiscal.
Letra B: Correta. De acordo com o art. 152, do CTN, a moratória pode ser concedida em caráter geral ou
individual.
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A moratória concedida em caráter individual ocorre quando o benefício é restrito a determinadas pessoas,
que preencham os requisitos estabelecidos pela lei. Dessa forma, para que as pessoas gozem da moratória,
é necessário que comprovem à autoridade administrativa que estão entre aquelas às quais a lei restringiu.
Fica, então, a moratória concedida pelo despacho da autoridade.
A moratória concedida em caráter geral, por outro lado, ocorre quando a lei generaliza os sujeitos passivos
que serão beneficiados. Não há, portanto, necessidade de comprovação, nem despacho individual por parte
da autoridade administrativa.
Letra C: Errada. De acordo com o art. 152, par. Único, do CTN, A lei concessiva de moratória pode
circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada região do território da pessoa jurídica de
direito público que a expedir, ou a determinada classe ou categoria de sujeitos passivos.
O dispositivo em epígrafe permite que a moratória seja concedida de modo total, isto é, para todo o território
do ente tributante (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), ou parcial, se estendendo apenas a parte
do referido território.
Letra D: Errada. de acordo com o art. 154, do CTN, salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente
abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que a conceder, ou cujo
lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo.
O que se quis dizer no caput do art. 154 foi que a moratória somente abrange os créditos tributários
constituídos (após o lançamento) e aqueles que já estão em fase de lançamento, mas ainda não concluídos.
É claro que, como está estampado no referido dispositivo, tudo isso ocorre “salvo disposição de lei em
contrário”.
Letra E: Errada. Realmente a moratória e o parcelamento não se confundem. Tais institutos possuem
algumas distinções, como o caráter excepcional da moratória, concedida como medida reparatória de
desastres naturais ou mesmo fatores econômicos e sociais. O parcelamento, por sua vez, é medida comum,
destinado aos contribuintes que se encontram inadimplentes (com dívidas vencidas).
A despeito dessa distinção, o CTN estabelece que as regras da moratória são aplicáveis subsidiariamente ao
parcelamento.
Gabarito: Letra B
4.FGV/CODEMIG-Advogado Societário/2015
a) em caráter geral, por decreto do governador do estado, desde que concedida também em relação a todos
os tributos do estado;
b) em caráter individual, por lei municipal, desde que concedida também em relação a todos os tributos do
Município;
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d) em caráter geral, por lei federal, desde que concedida também em relação aos tributos federais e às
obrigações de direito privado;
e) em caráter geral, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei municipal.
Comentário:
Alternativa A: A moratória deve ser sempre concedida por meio de lei. Alternativa errada.
Alternativa B: O Município não pode conceder moratória de um tributo estadual. Alternativa errada.
Alternativa C: A moratória deve ser sempre concedida por meio de lei. Alternativa errada.
Alternativa D: A denominada moratória heterônoma pode ser concedida, em caráter geral, por lei federal,
desde que concedida também em relação aos tributos federais e às obrigações de direito privado. Alternativa
correta.
Alternativa E: O Município não pode conceder moratória de um tributo estadual. Alternativa errada.
Gabarito: Letra D
Uma sociedade limitada possui débito tributário em razão do não-recolhimento do imposto sobre serviços
(ISS) relativo aos dois últimos anos e promove o parcelamento do valor devido aos cofres municipais. Nessa
situação, o parcelamento:
Comentário: O parcelamento é uma medida que, nos termos do art. 151, VI, do CTN, suspende a exigibilidade
do crédito tributário.
Gabarito: Letra E
6.FGV/COMPESA-Advogado/2016
A Fazenda Nacional lavrou um auto de infração em face de Caio, visando à cobrança de Imposto sobre Renda
Pessoa Física – IRPF. Caio apresentou impugnação ao auto de infração, ainda não julgado.
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a) O crédito está com a exigibilidade ativa e a Fazenda deverá ajuizar execução fiscal para evitar a decadência
do direito de lançar.
b) O crédito está com a exigibilidade ativa e a Fazenda deverá ajuizar execução fiscal para evitar a prescrição
do crédito tributário.
c) O crédito está com a exigibilidade suspensa e, portanto, a Fazenda não pode ajuizar execução fiscal até o
final do processo administrativo.
d) A impugnação do auto de infração extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação.
e) A impugnação do auto de infração exclui o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação.
Comentário: Na situação apresentada, ao impugnar o auto de infração, o crédito tributário passa a ter sua
exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151, III, do CTN. Assim, a Fazenda Pública não pode ajuizar
execução fiscal até o final do processo administrativo.
Gabarito: Letra C
7.FGV/ISS-Cuiabá-Auditor Fiscal/2016
Caio, visando à suspensão de exigibilidade de crédito objeto de auto de infração, ajuizou ação anulatória e
realizou o depósito do montante integral. As opções a seguir também apresentam hipóteses de suspensão
de exigibilidade do crédito, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Moratória.
c) Anistia fiscal.
d) Parcelamento do crédito.
Comentário: As hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário constam no art. 151, do CTN.
Das opções apresentadas, apenas a anistia fiscal não corresponde a uma medida de suspensão da
exigibilidade do crédito tributário, configurando modalidade de exclusão do crédito tributário, como
determina o art. 175, do CTN.
Gabarito: Letra C
8.FGV/CODEBA-Advogado/2016
A pessoa jurídica X deixou de recolher o imposto sobre a renda referente ao ano de 2013. No final do ano de
2014, a pessoa jurídica X requereu o parcelamento do crédito tributário em 60 parcelas, o que foi deferido
pela União. O contribuinte vem pagando tempestivamente as parcelas.
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b) Independente da previsão em lei, o parcelamento requerido pela pessoa jurídica X exclui a incidência de
juros e multa.
d) O crédito tributário foi excluído quando a pessoa jurídica X recolheu a primeira parcela.
Comentário:
Alternativa A: O crédito tributário teve a sua exigibilidade suspensa pelo parcelamento, nos termos do art.
151, VI, do CTN. Alternativa errada.
Alternativa B: De acordo com o art. 155-A, § 1º, do CTN, salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento
do crédito tributário não exclui a incidência de juros e multas. Alternativa errada.
Alternativa C: O crédito tributário teve a sua exigibilidade suspensa pelo parcelamento, nos termos do art.
151, VI, do CTN. Alternativa correta.
Alternativa D: O crédito tributário teve a sua exigibilidade suspensa pelo parcelamento, nos termos do art.
151, VI, do CTN. Alternativa errada.
Alternativa E: O crédito tributário teve a sua exigibilidade suspensa pelo parcelamento, nos termos do art.
151, VI, do CTN. Alternativa errada.
Gabarito: Letra C
9.FGV/Fiscal de Tributos-Niterói/2015
Sobre a moratória e o parcelamento tributários, de acordo com as normas do CTN, analise as afirmativas a
seguir, considerando (V) para a(s) verdadeira(s) e (F) para a(s) falsa(s):
( ) A moratória poderá ser concedida mesmo em casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou
do terceiro em benefício daquele.
( ) A inexistência de lei específica municipal sobre parcelamento para devedor em recuperação judicial impõe
a aplicação das leis gerais de parcelamento do Município, não podendo, neste caso, ser o prazo de
parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica.
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( ) A moratória de tributo municipal poderá ser concedida em caráter geral pela União, desde que
simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado.
A sequência correta é:
a) F, F, V, V;
b) V, F, F, F;
c) F, V, V, V;
d) V, F, V, F;
e) V, V, V, F.
==275324==
Comentário:
Item I: Conforme previsão no art. 154, par. único, a moratória não aproveita aos casos de dolo, fraude ou
simulação do sujeito passivo ou do terceiro em benefício daquele. Item errado.
Item II: É exatamente a redação do art. 155-A, § 4º, do CTN, acrescido pela LC 118/05. Item correto.
Item III: O parcelamento realmente tem como consequência a suspensão do prazo prescricional, uma vez
que suspende a exigibilidade do crédito tributário. Item correto.
Item IV: Trata-se da polêmica previsão de concessão de moratória heterônoma, contida no art. 152, I, “b”,
do CTN. Como o comando da questão solicita que as respostas aos itens sejam dadas com base no CTN, a
assertiva está correta. Item correto.
Gabarito: Letra C
10.FGV/Agente Fazendário-Niterói/2015
A concessão de medida liminar em mandado de segurança que ataca o lançamento tributário é causa de:
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Gabarito: Letra D
11.FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2010
(A) A moratória.
(D) A compensação.
(E) O parcelamento.
Comentário:
Alternativa A: É uma hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, conforme art. 151, I, do
CTN. Alternativa errada.
Alternativa B: É uma hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, conforme art. 151, III, do
CTN. Alternativa errada.
Alternativa C: É uma hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, conforme art. 151, IV, do
CTN. Alternativa errada.
Alternativa D: É uma hipótese de extinção do crédito tributário, conforme art. 156, II, do CTN. Alternativa
correta.
Alternativa E: É uma hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, conforme art. 151,VI, do
CTN. Alternativa errada.
Gabarito: Letra D
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1.(FGV/ALERJ/2017)
Comentário:
Alternativa A: De acordo com a literalidade do CTN, esse tipo de garantia não suspende a exigibilidade do
crédito tributário por falta de previsão legal. Confira:
I - moratória;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;
VI – o parcelamento.
Associe as letras em negrito ao nosso tradicional mnemônico MORDER e LIMPAR. Alternativa errada.
Alternativa B: Por força legal do art. 206 do CTN, o parcelamento, como hipótese de suspensão da
exigibilidade do crédito tributário, pode garantir a expedição de certidão positiva com efeitos de negativa,
não propriamente dita a CND.
Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a existência de
créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada a penhora, ou cuja
exigibilidade esteja suspensa.
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Alternativa errada.
Alternativa C: Conforme o art. 162, I, o pagamento é efetuado em moeda corrente, cheque ou vale postal.
Alternativa errada.
Alternativa D: A isenção é dispensa legal do pagamento de tributo e que deve ser prevista sempre em lei
específica. Como o examinador pediu a resposta conforme o CTN, e a redução de base de cálculo não tem
previsão no normativo como isenção parcial, entendo errado a alternativa.
Mas ressalto que, há leis estaduais que afirmam que a redução de base de cálculo configura isenção parcial.
Exemplo:
Lei 6763/75 de Minas Gerais, art. 8º § 4º. Para os efeitos da legislação tributária, considera-se isenção parcial
o benefício fiscal concedido a título de redução de base de cálculo.
==275324==
Alternativa errada.
I - em caráter geral;
II - limitadamente:
(...)
Alternativa correta.
Gabarito: Letra E
Considerando o tema exclusão do crédito tributário, à luz do que dispõe o Código Tributário Nacional, julgue
as assertivas a seguir, assinalando (V) para verdadeiras e (F) para falsas, e ao final marque a alternativa que
corresponda à sequência correta.
( ) A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade
administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do
cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão.
a) V, F, F
b) F, F, V
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c) V, V, F
d) F, V, V
e) F, V, F
Comentário: De acordo com o art. 111, do CTN, a legislação tributária que disponha sobre exclusão do
crédito tributário deve ser interpretada literalmente.
Também é verdade que o art. 141 do CTN estabeleceu que o crédito tributário regularmente constituído só
pode ter sua exigibilidade excluída nos casos previstos no próprio CTN.
Vale frisar que a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias. Ou
seja, ainda que se deixe de arcar com a obrigação principal, a obrigação acessória subsiste.
Item I: Errado. De acordo com o art. 176, do CTN, a isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre
decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que
se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.
Item II: Correto. A isenção individual é aquela não concedida automaticamente por meio de lei, sendo apenas
autorizada pela norma legal. A concessão na prática ocorre por despacho da autoridade administrativa, em
requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos
requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão (CTN, art. 179).
Item III: Correto. De acordo com o art. 176, par. único, do CTN, a isenção pode ser restrita a determinada
região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.
Gabarito: Letra D
Acerca da anistia, aponte a alternativa correta de acordo com o Código Tributário Nacional:
b) A anistia pode alcançar as infrações cometidas posteriormente à vigência da lei que a concede.
c) A anistia é sempre efetivada por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o
interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei
para sua concessão.
d) Embora não seja regra, é possível que a anistia seja aplicável às infrações resultantes de conluio entre
duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
e) A anistia não pode ser limitada a determinada região do território da entidade tributante.
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Comentário: A anistia impede a constituição do crédito tributário, por ser hipótese de exclusão do crédito
tributário. Trata-se especificamente do perdão de infrações.
Letra A: Errada. A anistia e a remissão não são sinônimos. A anistia é uma hipótese de exclusão do crédito
tributário, e a remissão, uma hipótese de extinção do crédito tributário.
Letra B: Errada. De acordo com o art. 180, do CTN, a anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas
anteriormente à vigência da lei que a concede.
Letra C: Errada. De acordo com o art. 181, do CTN, a anistia pode ser concedida em caráter geral
(automaticamente pela lei) ou em caráter individual, sendo apenas neste caso concedida por despacho da
autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento das
condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão.
Letra D: Correta. Ainda que possa parecer contraditório, o CTN prevê no art. 180, II, que, salvo disposição
em contrário, a anistia não se aplica às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais
ou jurídicas. Ou seja, se a lei assim o permitir, não há vedação no CTN, mas apenas a previsão de uma regra.
Letra E: Errada. De acordo com o art. 181, II, “c”, do CTN, a anistia pode sim ser limitada a determinada região
do território da entidade tributante.
Gabarito: D
4.FGV/Agente Fazendário-Niterói/2015
João, 75 anos, proprietário de imóvel, recebeu uma carta da municipalidade com a comunicação de que,
mesmo tendo ocorrido o fato gerador do IPTU, não haveria necessidade de realização do pagamento, uma
vez que fora aprovada no ano anterior uma lei que isentava os moradores com idade acima de 70 anos.
Nesse caso, a lei estabeleceu uma:
a) imunidade;
b) suspensão;
c) exclusão;
d) compensação;
e) remissão.
Comentário: A lei concessiva da isenção estabeleceu uma hipótese de exclusão do crédito tributário,
consoante previsão no art. 175, I, do CTN.
Gabarito: Letra C
Lei estadual, devidamente aprovada pela respectiva assembleia legislativa, excluiu o crédito tributário dos
taxistas, relativamente ao IPVA. Nessa caso, pode-se dizer que a citada lei estabeleceu uma:
a) anistia;
b) transação;
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c) remissão;
d) imunidade;
e) isenção.
Comentário: O enunciado da questão deixa claro que se trata de exclusão do crédito tributário. Pelo que já
estudamos, só existem duas modalidades de exclusão do crédito tributário: isenção e anistia. Como a isenção
se refere ao tributo, e a anistia se refere às penalidades, a exclusão do imposto (IPVA) configura isenção.
Gabarito: Letra E
a) o pagamento e a anistia;
b) a isenção e o pagamento;
c) o parcelamento e o pagamento;
d) a isenção e a anistia;
e) a prescrição e a decadência.
Comentário:
Alternativa A: O pagamento é uma modalidade de extinção do crédito tributário. A anistia é uma modalidade
de exclusão do crédito tributário. Logo, a alternativa está errada.
Alternativa D: Tanto a isenção como a anistia são hipóteses de exclusão do crédito tributário. Alternativa
correta.
Alternativa E: Tanto a prescrição como a decadência são hipóteses de extinção do crédito tributário.
Alternativa errada.
Gabarito: Letra D
7.FGV/CODEMIG-Advogado Societário/2015
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A norma que impede que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituam e cobrem
mutuamente impostos sobre seus patrimônios, rendas ou serviços é uma espécie de:
a) imunidade;
b) suspensão;
c) isenção;
d) exclusão;
e) extinção.
Comentário: Não podemos confundir isenção com imunidade. Quando uma norma (sempre constitucional)
impede que um ente tributante institua e cobre determinado tributo, como foi o caso relatado no enunciado
desta questão, estamos diante de uma imunidade, configurando uma limitação ao poder de tributar.
A isenção, por outro lado, decorre da lei, e se situa no próprio exercício do poder de tributar, de modo que
o ente tributante, podendo cobrar o tributo, dispensa o seu pagamento por meio de uma lei específica.
Gabarito: Letra A
A respeito das causas de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário, analise as afirmativas a seguir.
II. O pagamento parcial de um crédito tributário importa na presunção do pagamento das demais parcelas
em que se decomponham a obrigação.
III. A exclusão do crédito tributário dispensa o cumprimento das demais obrigações acessórias, dependentes
da obrigação principal.
Assinale:
Comentário:
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Item I: A suspensão da exigibilidade do crédito tributário não impede a realização do seu lançamento, com
vistas a prevenir a decadência. Item errado.
Item II: O art. 158, I, do CTN, estabelece que o pagamento parcial de um crédito tributário não importa na
presunção do pagamento das demais parcelas em que se decomponham a obrigação. Item errado.
Item III: O art. 175, par. único, do CTN, prevê que a exclusão do crédito tributário não dispensa o
cumprimento das demais obrigações acessórias, dependentes da obrigação principal. Item errado.
Gabarito: Letra E
9.FGV/AL-MA-Consultor Legislativo/2013
O Estado Tétis concedeu, por meio da Lei n. 2.222/11, isenção do imposto de transmissão mortis causa para
os herdeiros do falecido que residam no imóvel inventariado, havendo um único imóvel a inventariar, desde
que seu valor não ultrapasse R$ 100.000,00. Aberto o inventário de Cássio, verificou‐se que dois de seus
três herdeiros moram na única casa herdada, que tem o valor de mercado de R$ 95.000,00. O terceiro filho
herdeiro mora em casa própria.
a) Não é possível conceder a isenção aos três filhos de Cássio, por não estarem presentes todos os requisitos
da lei.
b) A isenção deve ser concedida aos três herdeiros de Cássio, já que antes da partilha a herança é tratada
como uma universalidade.
c) A isenção deve ser interpretada, no caso em análise, de forma ampliativa, em função do princípio da
isonomia.
d) A isenção só pode ser concedida aos dois herdeiros que moram no imóvel, uma vez que a interpretação
da lei é literal.
e) Os três herdeiros têm direito à isenção, por estarem na mesma ordem de sucessão, adotando‐se a
interpretação teleológica da lei.
Comentário: A simples leitura das alternativas já permite ao candidato inferir que a banca está sinalizando
que deseja cobrar o conhecimento do art. 111, do CTN, que trata da interpretação da legislação tributária.
O art. 111, II, do CTN, prevê que a interpretação da lei tributária que concede isenção deve ser literal. Assim,
o referido benefício fiscal mencionado no enunciado da questão não pode beneficiar o terceiro filho, pois
este mora em casa própria.
Gabarito: Letra D
Com relação respectivamente à isenção, imunidade e à não incidência, é correto afirmar que
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a) a isenção é norma de exceção; a imunidade é limitação legal à competência tributária; e a não incidência
é zona de liberdade fiscal.
c) a não incidência não é via de regra expressa; a imunidade é tácita; e a isenção é literal.
Comentário:
Alternativa B: A isenção nem sempre materializa o princípio da isonomia, pois este veda o estabelecimento
de tratamento desigual entre contribuintes que estejam em situação equivalente. O referido princípio
também veda distinção em razão de ocupação profissional ou função exercida. A imunidade, normalmente
está relacionada ao princípio da capacidade contributiva, mas não esgota o seu cumprimento, uma vez que
o art. 145, § 1º, do texto constitucional estabelece ao legislador ordinário a necessidade de, sempre que
possível, graduar os impostos dessa forma. A não incidência reflete o não exercício da competência
tributária, que ocorre sempre por meio de lei. Alternativa errada.
Alternativa C: A não incidência não possui norma expressa, mas a imunidade e a isenção sim. Alternativa
errada.
Alternativa D: De fato, a isenção exige interpretação literal, por conta do art. 111, do CTN. A imunidade tem
sua interpretação conforme os fins constitucionais. Por último, a não incidência pura e simples resulta da
própria omissão do legislador em prever determinada situação como hipótese de incidência, desde que não
esteja impedido por uma imunidade tributária. Alternativa correta.
Alternativa E: A não incidência não possui norma expressa, já a imunidade e a isenção são expressas.
Alternativa errada.
Gabarito: Letra D
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1.(FGV/SEFIN-RO/2018)
e) Suspender a inscrição no CADIN (Cadastro Informativo de Créditos Não Quitados de Órgãos e Entidades
Federais).
2.(FGV/ALE-RO/2018)
A sociedade empresária ABC LTDA., para evitar que fosse promovida cobrança judicial de crédito tributário
contra ela, adere a um programa estadual de parcelamento de débitos de ICMS já devidamente constituídos
e inscritos em dívida ativa estadual.
Sobre a eficácia dessa adesão ao parcelamento e à luz do Código Tributário Nacional, analise as afirmativas
a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
( ) A adesão ao programa de parcelamento suspende o prazo prescricional para ajuizar a ação de cobrança
do crédito tributário.
a) V - V - V.
b) F - V - V.
c) F - V - F.
d) V - F - V.
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e) V - V - F.
c) A lei concessiva de moratória não pode circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à determinada
região do território da pessoa jurídica de direito público que a expedir;
d) A moratória somente abrange os créditos definitivamente constituídos à data da lei ou do despacho que
a conceder, não se aplicando àqueles cujo lançamento já tenha sido iniciado àquela data por ato
regularmente notificado ao sujeito passivo.
e) A moratória e o parcelamento não se confundem, razão pela qual as regras da moratória não se aplicam
subsidiariamente ao parcelamento.
4.FGV/CODEMIG-Advogado Societário/2015
a) em caráter geral, por decreto do governador do estado, desde que concedida também em relação a todos
os tributos do estado;
b) em caráter individual, por lei municipal, desde que concedida também em relação a todos os tributos do
Município;
d) em caráter geral, por lei federal, desde que concedida também em relação aos tributos federais e às
obrigações de direito privado;
e) em caráter geral, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei municipal.
Uma sociedade limitada possui débito tributário em razão do não-recolhimento do imposto sobre serviços
(ISS) relativo aos dois últimos anos e promove o parcelamento do valor devido aos cofres municipais. Nessa
situação, o parcelamento:
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6.FGV/COMPESA-Advogado/2016
A Fazenda Nacional lavrou um auto de infração em face de Caio, visando à cobrança de Imposto sobre Renda
Pessoa Física – IRPF. Caio apresentou impugnação ao auto de infração, ainda não julgado.
a) O crédito está com a exigibilidade ativa e a Fazenda deverá ajuizar execução fiscal para evitar a decadência
do direito de lançar.
b) O crédito está com a exigibilidade ativa e a Fazenda deverá ajuizar execução fiscal para evitar a prescrição
do crédito tributário.
c) O crédito está com a exigibilidade suspensa e, portanto, a Fazenda não pode ajuizar execução fiscal até o
final do processo administrativo.
d) A impugnação do auto de infração extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação.
e) A impugnação do auto de infração exclui o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação.
7.FGV/ISS-Cuiabá-Auditor Fiscal/2016
Caio, visando à suspensão de exigibilidade de crédito objeto de auto de infração, ajuizou ação anulatória e
realizou o depósito do montante integral. As opções a seguir também apresentam hipóteses de suspensão
de exigibilidade do crédito, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Moratória.
c) Anistia fiscal.
d) Parcelamento do crédito.
8.FGV/CODEBA-Advogado/2016
A pessoa jurídica X deixou de recolher o imposto sobre a renda referente ao ano de 2013. No final do ano de
2014, a pessoa jurídica X requereu o parcelamento do crédito tributário em 60 parcelas, o que foi deferido
pela União. O contribuinte vem pagando tempestivamente as parcelas.
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b) Independente da previsão em lei, o parcelamento requerido pela pessoa jurídica X exclui a incidência de
juros e multa.
d) O crédito tributário foi excluído quando a pessoa jurídica X recolheu a primeira parcela.
9.FGV/Fiscal de Tributos-Niterói/2015
Sobre a moratória e o parcelamento tributários, de acordo com as normas do CTN, analise as afirmativas a
seguir, considerando (V) para a(s) verdadeira(s) e (F) para a(s) falsa(s):
( ) A moratória poderá ser concedida mesmo em casos de dolo, fraude ou simulação do sujeito passivo ou
do terceiro em benefício daquele.
( ) A inexistência de lei específica municipal sobre parcelamento para devedor em recuperação judicial impõe
a aplicação das leis gerais de parcelamento do Município, não podendo, neste caso, ser o prazo de
parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica.
( ) A moratória de tributo municipal poderá ser concedida em caráter geral pela União, desde que
simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado.
A sequência correta é:
a) F, F, V, V;
b) V, F, F, F;
c) F, V, V, V;
d) V, F, V, F;
e) V, V, V, F.
10.FGV/Agente Fazendário-Niterói/2015
A concessão de medida liminar em mandado de segurança que ataca o lançamento tributário é causa de:
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11.FGV/Fiscal de Rendas-RJ/2010
(A) A moratória.
(D) A compensação.
(E) O parcelamento.
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1. D 5. E 9. C
2. C 6. C 10. D
3. B 7. C 11. D
4. D 8. C
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1.(FGV/ALERJ/2017)
Considerando o tema exclusão do crédito tributário, à luz do que dispõe o Código Tributário Nacional, julgue
as assertivas a seguir, assinalando (V) para verdadeiras e (F) para falsas, e ao final marque a alternativa que
corresponda à sequência correta.
( ) A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade
administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do
cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão.
a) V, F, F
b) F, F, V
c) V, V, F
d) F, V, V
e) F, V, F
Acerca da anistia, aponte a alternativa correta de acordo com o Código Tributário Nacional:
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b) A anistia pode alcançar as infrações cometidas posteriormente à vigência da lei que a concede.
c) A anistia é sempre efetivada por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o
interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei
para sua concessão.
d) Embora não seja regra, é possível que a anistia seja aplicável às infrações resultantes de conluio entre
duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas.
e) A anistia não pode ser limitada a determinada região do território da entidade tributante.
4.FGV/Agente Fazendário-Niterói/2015
João, 75 anos, proprietário de imóvel, recebeu uma carta da municipalidade com a comunicação de que,
mesmo tendo ocorrido o fato gerador do IPTU, não haveria necessidade de realização do pagamento, uma
vez que fora aprovada no ano anterior uma lei que isentava os moradores com idade acima de 70 anos.
Nesse caso, a lei estabeleceu uma:
a) imunidade;
b) suspensão;
c) exclusão;
d) compensação;
e) remissão.
Lei estadual, devidamente aprovada pela respectiva assembleia legislativa, excluiu o crédito tributário dos
taxistas, relativamente ao IPVA. Nessa caso, pode-se dizer que a citada lei estabeleceu uma:
a) anistia;
b) transação;
c) remissão;
d) imunidade;
e) isenção.
a) o pagamento e a anistia;
b) a isenção e o pagamento;
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c) o parcelamento e o pagamento;
d) a isenção e a anistia;
e) a prescrição e a decadência.
7.FGV/CODEMIG-Advogado Societário/2015
A norma que impede que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituam e cobrem
mutuamente impostos sobre seus patrimônios, rendas ou serviços é uma espécie de:
a) imunidade;
b) suspensão;
==275324==
c) isenção;
d) exclusão;
e) extinção.
A respeito das causas de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário, analise as afirmativas a seguir.
II. O pagamento parcial de um crédito tributário importa na presunção do pagamento das demais parcelas
em que se decomponham a obrigação.
III. A exclusão do crédito tributário dispensa o cumprimento das demais obrigações acessórias, dependentes
da obrigação principal.
Assinale:
9.FGV/AL-MA-Consultor Legislativo/2013
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O Estado Tétis concedeu, por meio da Lei n. 2.222/11, isenção do imposto de transmissão mortis causa para
os herdeiros do falecido que residam no imóvel inventariado, havendo um único imóvel a inventariar, desde
que seu valor não ultrapasse R$ 100.000,00. Aberto o inventário de Cássio, verificou‐se que dois de seus
três herdeiros moram na única casa herdada, que tem o valor de mercado de R$ 95.000,00. O terceiro filho
herdeiro mora em casa própria.
a) Não é possível conceder a isenção aos três filhos de Cássio, por não estarem presentes todos os requisitos
da lei.
b) A isenção deve ser concedida aos três herdeiros de Cássio, já que antes da partilha a herança é tratada
como uma universalidade.
c) A isenção deve ser interpretada, no caso em análise, de forma ampliativa, em função do princípio da
isonomia.
d) A isenção só pode ser concedida aos dois herdeiros que moram no imóvel, uma vez que a interpretação
da lei é literal.
e) Os três herdeiros têm direito à isenção, por estarem na mesma ordem de sucessão, adotando‐se a
interpretação teleológica da lei.
Com relação respectivamente à isenção, imunidade e à não incidência, é correto afirmar que
a) a isenção é norma de exceção; a imunidade é limitação legal à competência tributária; e a não incidência
é zona de liberdade fiscal.
c) a não incidência não é via de regra expressa; a imunidade é tácita; e a isenção é literal.
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1. E 5. E 9. D
2. D 6. D 10. D
3. D 7. A
4. C 8. E
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