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Aula 01

Concursos da Área Fiscal - Curso Básico


de Direito Tributário - 2022

Autor:
Fábio Dutra

27 de Novembro de 2021

92908110210 - Lorany Stefany Souza Silva


Fábio Dutra
Aula 01

Índice
1) Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar - Aspectos Gerais
..............................................................................................................................................................................................3

2) Princípio da Legalidade
..............................................................................................................................................................................................6

3) Princípio da Isonomia
..............................................................................................................................................................................................
15

4) Princípio do Não Confisco


..............................................................................................................................................................................................
26

5) Princípio da Anterioridade Anual


..............................................................................................................................................................................................
30

6) Princípio da Noventena
..............................................................................................................................................................................................
37

7) Princípio da Irretroatividade
..............................................................................................................................................................................................
46

8) Princípio da Liberdade de Tráfego


..............................................................................................................................................................................................
52

9) Outros Princípios Constitucionais Tributários


..............................................................................................................................................................................................
54

10) Questões Comentadas - Princípios Tributários - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
64

11) Lista de Questões - Princípios Tributários - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
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LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE


TRIBUTAR
Prezado candidato, vamos manter o foco total a partir de agora, pois este assunto “despenca” em provas
de concurso, e eu tenho certeza de que haverá pelo menos uma questão sobre o tema na sua prova! Por
essa razão, vamos nos aprofundar no ponto certo para que você domine o assunto e seja capaz de “detonar”
a questão que cair! Tudo bem? Vamos lá!

Conforme você já deve ter estudado no Direito Constitucional, para a formação de um Estado são necessários
três elementos: território, povo e governo soberano.

Perceba que é dessa soberania do governo que surge o poder de tributar do Estado. Na aula passada, nós
já havíamos aprendido que o Estado existe para a consecução do bem comum, e é para isso que ele é dotado
de poderes que o colocam em condições de superioridade em relação aos contribuintes. Afinal de contas, se
não houvesse certa coação, ninguém se sentiria obrigado em contribuir.

Assim, os entes federados receberam competência tributária (assunto a ser detalhado em momento
oportuno), que é o poder constitucional para instituir tributos - impostos, taxas, contribuições de melhorias,
por exemplo.

Contudo, precisamos entender que o poder de tributar não é ilimitado, pois se o fosse, a vontade
arrecadatória estatal poderia ser desmedida a ponto de prejudicar a vida financeira dos cidadãos. Muito
lógico, não?!

Nesse rumo, para que tal poder represente a vontade do povo em um Estado democrático de direito, ele
deve estar previsto no texto constitucional. Podemos dizer que o poder de tributar é um poder de direito.
Portanto, a relação entre contribuinte e Estado deve ser dotada de juridicidade, e não simplesmente uma
imposição de poder.

Com isso, nossa Constituição Federal impõe limitações ao poder de tributar, por meio de princípios e de
imunidades tributárias, em seus artigos 150, 151 e 152.

Basicamente, podemos dizer que as limitações ao poder de tributar são constituídas por princípios e regras
que disciplinam o exercício da competência para instituir e modificar tributos.

As limitações constitucionais ao poder de tributar são constituídas por princípios e


imunidades. Guarde isso!

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Há que se ressaltar, no entanto, que nem todas as limitações foram previstas nesse trecho, ou mesmo no
texto constitucional, pois o próprio art. 150 menciona que pode haver outras garantias asseguradas aos
contribuintes, além daquelas previstas naquele texto.

De fato, há limitações previstas em outras partes da CF/88, como a imunidade de pagamento de taxas para
obtenção de certidões na hipótese prevista no art. 5°, XXXIV, b. Além disso, o § 2°do mesmo artigo menciona
que os direitos e garantias expressos na CF não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por
ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

É relevante observar também que cabe à lei complementar regular as limitações constitucionais ao poder de
tributar (art. 146, II, CF/88). Preste atenção, pois isso cai bastante em prova.

==18e1e8==

A lei complementar apenas regula as limitações constitucionais ao poder de tributar, não


tendo autonomia para instituir novas limitações.

Cumpre-nos destacar também a relação entre as limitações ao poder de tributar e as cláusulas pétreas. Você
já ouvir falar sobre isso?

O legislador constituinte determinou – art. 60, § 4°, IV, da CF – que os direitos e garantias individuais não
podem ser abolidos por emendas constitucionais. A essa proibição denominamos cláusula pétrea. Tais
normas são previstas como uma espécie de blindagem para que a Constituição não sofra sucessivas emendas
que a desvirtue dos princípios que foram nela consolidados, quando houve sua promulgação.

Com base no que acabamos de aprender, grande parte das limitações constitucionais ao poder de tributar
podem ser consideradas como direitos individuais do contribuinte, sendo, portanto, cláusulas pétreas.

Não é possível, portanto, que uma emenda constitucional venha reduzir, criar exceções ou mesmo suprimir
uma limitação ao poder de tributar, pois estaria abolindo um direito individual. Note que o contrário não é
proibido, ou seja, é permitido que uma emenda constitucional venha acrescentar novos direitos aos
contribuintes, instituindo outras limitações ao poder de tributar.

Devemos estar atentos também ao fato de que a forma federativa de Estado também é uma cláusula pétrea
(art. 60, §4°, I). Como ainda vamos ver, a imunidade recíproca (imunidade, como vimos, é uma forma de
limitação ao poder de tributar) proíbe que os entes federados instituam impostos sobre o patrimônio, rendas
ou serviços uns dos outros. Nesse contexto, se uma emenda constitucional permite que a União cobre
impostos sobre o patrimônio dos Municípios, por exemplo, estaria violando uma cláusula pétrea também.

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Portanto, não é somente a limitação ao poder de tributar referente aos direitos dos contribuintes que podem
ser caracterizadas como cláusulas pétreas. O exemplo que eu dei em relação à imunidade recíproca ilustra
que devemos analisar cada situação para verificar se a emenda está ferindo ou não o art. 60, § 4° e suas
hipóteses.

Abaixo, vou exemplificar as limitações que já foram consideradas pelo STF como cláusulas pétreas:

•Princípio da anterioridade (previsto no art. 150, III, b, da CF/88);

•Princípio da anterioridade nonagesimal (previsto no art. 195, § 6°, da CF/88)

•Princípio da imunidade tributária recíproca (previsto no art. 150, VI, a, da CF/88);

•Imunidade dos templos de qualquer culto (prevista no art, 150, VI, b, da CF/88);

•Imunidade do patrimônio, renda e serviços dos partidos políticos, entidades sindicais e instituições
de educação e assistência social sem fins lucrativos (prevista no art, 150, VI, c, da CF/88);

•Imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (prevista no art. 150,
VI, d, da CF/88).

Agora que já tivemos uma noção razoável do que são as limitações constitucionais ao poder de tributar,
podemos começar a falar dos princípios tributários.

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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS

Princípio da Legalidade

O princípio da legalidade (art. 150, I, da CF/88) prevê a necessidade de que uma lei seja editada para instituir
ou aumentar um tributo. Trata-se, na verdade, de uma forma de representação popular. Afinal de contas, as
leis são editadas pelo Congresso Nacional, onde estão aqueles que representam a vontade do povo.

De acordo com o art. 5°, II, da CF/88, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei”. Como o tributo é uma prestação pecuniária compulsória (é uma obrigação, portanto),
deve ser instituído em lei, como decorre do seu próprio conceito, estampado no art. 3° do CTN.

Da mesma forma, as multas tributárias, apesar de se distanciarem do conceito de tributo, devem ser
instituídas em lei, pois elas são prestações obrigatórias, assim como aqueles.

Tal princípio também é denominado por alguns estudiosos de princípio da reserva legal. Portanto, caro
candidato, você pode considerar correta a questão que fizer menção tanto à legalidade quanto ao princípio
da reserva legal.

“A instituição dos emolumentos cartorários pelo Tribunal de Justiça afronta o princípio da


reserva legal”. (STF, ADI 1.709)

Obs.: Os emolumentos cartorários são taxas judiciárias.

Embora o dispositivo constitucional apenas se refira à instituição e majoração de tributos, devemos


considerar que a norma que institui ou majora é a mesma que reduz ou extingue o tributo.

Em consonância com o disposto na CF/88 acerca do princípio da legalidade, o art. 97 do CTN ressalta que a
instituição/extinção e a majoração/redução de tributos será realizada somente por lei. Ademais, também
especifica outros aspectos que devem ser legalmente definidos, conforme vemos a seguir:

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

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II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39,
57 e 65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no


inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos


artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos,


ou para outras infrações nela definidas;

Assim, somente a lei pode instituir os tributos, como também somente a lei pode extingui-los. Do mesmo
modo, embora haja algumas exceções (exceções ao princípio da legalidade), somente as leis podem majorar
ou reduzir os tributos.

Observação: Não se preocupe com as exceções citadas no art. 97, do CTN, já que muitas
delas não foram recepcionadas pela CF/88. As exceções ao princípio da legalidade serão
devidamente estudadas adiante.

No que se refere à definição do fato gerador, a fixação da alíquota e a base de cálculo dos tributos, o CTN
também determinou a necessidade de estarem previstos em lei. Trata-se de elementos que são previstos na
própria lei instituidora do tributo, ou em alguma lei que venha alterá-lo.

Destacamos ainda a necessidade de que as multas (cominação de penalidades) sejam estabelecidas apenas
mediante lei. Nesse sentido, atos infralegais (como os decretos, por exemplo) não possuem competência
para criar penalidades.

Outro ponto a ser estudado é a possibilidade de delegação do Congresso Nacional ao Presidente da


República, para editar as chamadas leis delegadas. A princípio, seria estranho dizer que o Presidente da
República poderia editar leis, mas como tal permissão foi prevista no texto da CF/88, não há qualquer vício
nessa norma.

O que você precisa saber sobre o tema é que o Chefe do Executivo (o Presidente da República) pode criar
leis delegadas, inclusive sobre matéria tributária, pois tal assunto não foi proibido no § 1° do art. 68 da
CF/88, o qual elenca as restrições de tais normas. Além disso, saiba que este instrumento normativo foi usado
poucas vezes, por ser mais fácil editar uma medida provisória.

As medidas provisórias (MPs) são atos normativos editados pelo Presidente da República que possuem vida
curta, e devem obedecer aos requisitos constitucionais de urgência e relevância (art. 62, caput). Além disso,
são imediatamente submetidas ao Congresso Nacional, podendo ser ou não convertidas em lei.

Observação: De acordo com o STF (RE 217.162/DF), os requisitos de urgência e relevância


são políticos. Isto é, em princípio, a sua apreciação fica a cargo do Presidente da República.
Contudo, admite-se o controle judicial se houver excesso do poder de legislar.

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Há muitas discussões a respeito da possibilidade de que as medidas provisórias tratem sobre matéria
tributária e se elas seriam capazes de instituir tributos.

O que o aluno deve guardar a respeito do assunto é que as MPs podem tratar, sim, de matéria tributária bem
como instituir tributos, inclusive isso consta na Magna Carta (art. 62, § 2°), quando esta dispõe sobre a
instituição e majoração de impostos por meio de MP, e que, além disso, esse tem sido o entendimento do
STF:

EMENTA: Recurso extraordinário. 2. Medida provisória. Força de lei. 3. A Medida Provisória, tendo
força de lei, é instrumento idôneo para instituir e modificar tributos e contribuições sociais.
Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.

(STF, AI 236.976/MG-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Néri da Silva, Julgamento em 17/08/1999)

Destaque-se que a MP não pode tudo na seara tributária, pois a CF (art. 62, 1°, III) proibiu a edição de MPs
que versem sobre matéria reservada a lei complementar. Há vários temas, em matéria tributária, cujo
tratamento é restrito às leis complementares.

Veremos durante este curso todas as situações em que tal requisito se faz necessário. Vai ser muito
importante gravar todas as hipóteses, pois nem sempre a questão pergunta diretamente se uma MP pode
regulamentar matérias destinadas às LCs. Algumas questões mencionam o assunto e perguntam se é possível
se utilizar de uma MP para regulamentar aquilo.

Grosso modo, você já pode fazer uma leitura nos arts. 146; 146-A; 148; 153, VII; 154, I; 195, § § 4° e 11. Há
ainda outros temas em Direito Tributário que devem ser tratados por lei complementar. Contudo, são bem
específicos de cada tributo, motivo pelo qual deixarei para estudarmos quando estivermos nos
aprofundando sobre cada assunto, ok?

De antemão, podemos memorizar os tributos cuja instituição deve ocorrer por meio de lei
complementar (os quais não podem ser instituídos por meio de medida provisória):

-Imposto sobre Grandes Fortunas;

-Impostos Residuais;

-Contribuições Residuais;

-Empréstimos Compulsórios.

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Exceções ao Princípio da Legalidade

Vimos até aqui que a regra geral é que a instituição/extinção e a majoração/redução devem obedecer ao
princípio da legalidade ou reserva legal, correto?

Para a instituição e extinção, devemos considerar que a regra não possui exceção, ou seja, todos os tributos
são criados e extintos por lei! Contudo, isso não se repete quando o assunto é majoração/redução de
tributos.

No texto constitucional inicial, foram previstas quatro exceções ao princípio da legalidade, no que se refere
à alteração unicamente de alíquotas dentro dos limites legais, quais sejam:

•Imposto de Importação (II);

•Imposto de Exportação (IE);

•Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

•Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Segundo o CTN, é possível a alteração das alíquotas e bases de cálculo. Saiba que isso não deve ser encarado
como verdadeiro, pois a CF recepcionou apenas a alteração de alíquotas como exceção ao princípio da
legalidade. Nesses casos, a alteração das alíquotas não ocorre por lei, mas por atos infralegais (por decreto
do Presidente da República, por exemplo). Mas por que esses tributos gozam de tal privilégio?

Ora, trata-se de tributos extrafiscais, cuja finalidade principal não é arrecadar, mas, sim, regular a economia.
Nós já estudamos as classificações dos tributos na aula anterior, lembra?

Pois bem, para cumprir com os fins que lhes foram propostos é mais do que necessário haver certa
flexibilização para que o Governo intervenha na economia com agilidade e eficácia.

Além dessas exceções ao princípio da legalidade, duas outras surgiram com a Emenda Constitucional
33/2001, tratando sobre a tributação de combustíveis.

A primeira delas se refere à CIDE-Combustíveis, tributo que já foi por nós estudado, também, na aula
anterior. A exceção foi prevista no art. 177, § 4°, I, b, da CF/88, que afirma que a alíquota da referida
contribuição poderá ser reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo.

Caro aluno, entenda que restabelecer a alíquota significa elevá-la ao limite máximo fixado inicialmente pela
lei. Ou seja, a lei, quando cria o tributo, prevê certa alíquota, como, por exemplo, 30%. Com a redução por
ato do Poder Executivo, a alíquota poderia ser reduzida para 10%. Neste caso, para permanecer como
exceção ao princípio da legalidade, as alíquotas só poderiam ser restabelecidas ao que foi inicialmente
previsto, qual seja, 30%.

Caso fosse cobrado algo além desse percentual, estaria caracterizada a majoração de alíquotas, que deverá
ocorrer por meio de uma lei.

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A segunda das exceções que foram criadas pela EC 33/2001 é a referente ao ICMS-Combustíveis, prevista no
art. 155, § 4°, IV, da CF/88. Perceba, pela redação do dispositivo em análise, que as alíquotas serão fixadas
mediante deliberação dos Estados e do DF, por meio de convênios interestaduais, que, hoje, são realizados
no âmbito do Conselho de Política Fazendária (CONFAZ).

Observação: O ICMS-Combustíveis, também denominado ICMS-monofásico, é o imposto


de incidência monofásica (uma incidência em toda etapa de circulação da mercadoria), que
se aplica tão somente aos combustíveis e lubrificantes definidos em lei complementar,
conforme estabelece o art. 155, § 2°, XII, “h”. Por ora, é somente isso que você precisa para
acertar questões relativas ao princípio da legalidade.

Não caia em “pegadinhas”, afirmando que as alíquotas do ICMS podem ser fixadas por
decreto estadual! Não existe essa possibilidade!

Neste caso, a fixação das alíquotas sempre estará excetuada da legalidade, mesmo que haja aumento
superior ao que foi inicialmente previsto, pois isso é o que se extrai da norma constitucional. Na alínea “c”
desse mesmo inciso IV, fala-se sobre o restabelecimento, mas veja que ele se refere a outro princípio, o da
anterioridade, que será posteriormente estudado por nós, ainda nesta aula. Pela riqueza de detalhes,
deixarei abaixo um breve resumo do que estudamos neste último tópico:

•Existem 6 tributos, cuja alteração de alíquotas (e não as bases de cálculos) está excetuada da
legalidade, que são: II, IE, IPI, IOF, CIDE-Combustíveis e ICMS-Combustíveis;

•As exceções da CIDE-Combustíveis e do ICMS-Combustíveis só entraram na CF com a EC 33/2001 e,


são justamente elas, que guardam peculiaridades;

•A CIDE-Combustíveis, embora possa ter sua alíquota alterada por decreto do Poder Executivo, este
somente poderá reduzir e RESTABELECER as alíquotas ao máximo que foi inicialmente previsto.

•O ICMS-Combustíveis se submete à deliberação dos Estados e do DF, mas pode ter a alíquota
livremente fixada, sem se sujeitar ao rito legal.

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Creio que com esse resumo não tenha ficado difícil para ninguém. Afinal, basta que o aluno guarde as 4
exceções que foram incialmente previstas, as duas que vieram depois, e que cada uma dessas duas últimas
possui uma peculiaridade, que as distinguem entre si e das outras 4.

Por fim, eu gostaria de acrescentar algumas situações em matéria tributária que escapam do rigor da lei, ou
seja, são exceções ao princípio da legalidade. Trata-se da atualização do valor monetário da base de cálculo
do tributo e da fixação do prazo para da exação tributária.

A atualização do valor monetário da base de cálculo foi expressamente permitida pelo § 2° do art. 97 do CTN.
Ressalte-se que não se deve confundir atualização com aumento, este está sujeito à edição de lei.

Portanto, os entes federados devem observar o índice oficial de correção monetária para atualizar a base de
cálculo dos tributos. A correção que for realizada em valor superior a tal índice revela aumento de tributo e
isso só é possível por lei, como vimos. Não poderia, portanto, ser realizada por ato do Poder Executivo
(decreto, por exemplo). ==18e1e8==

Nesse sentido, vejamos a seguinte súmula do STJ:

Súmula STJ 160 – É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual
superior ao índice oficial de correção monetária.

No mesmo sentido, é a jurisprudência do STF (Tema 211 de Repercussão Geral):

A majoração do valor venal dos imóveis para efeito da cobrança de IPTU não prescinde da edição
de lei em sentido formal, exigência que somente se pode afastar quando a atualização não excede
os índices inflacionários anuais de correção monetária. (STF, RE 648245)

“Atualizar” IPTU com base na Taxa SELIC configura majoração!

A Taxa SELIC representa não só a correção monetária, mas também os juros moratórios.
Por essa razão, não pode ser considerada apenas como correção monetária.

Desse modo, o ato é inválido, pois configura majoração do imposto, não podendo ser
realizada por ato infralegal (decreto), mas tão somente por meio de lei.

No que se refere ao prazo para recolhimento dos tributos, o STF já se posicionou no sentido de que também
não há motivo para criar tal restrição (obediência ao princípio da legalidade):

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EMENTA: TRIBUTÁRIO. ICMS. MINAS GERAIS. DECRETOS N.ºS 30.087/89 E 32.535/91, QUE
ANTECIPARAM O DIA DE RECOLHIMENTO DO TRIBUTO E DETERMINARAM A INCIDÊNCIA DE
CORREÇÃO MONETÁRIA A PARTIR DE ENTÃO. ALEGADA OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA
LEGALIDADE, DA ANTERIORIDADE E DA NÃO-CUMULATIVIDADE. Improcedência da alegação,
tendo em vista não se encontrar sob o princípio da legalidade estrita e da anterioridade a
fixação do vencimento da obrigação tributária; já se havendo assentado no STF, de outra parte,
o entendimento de que a atualização monetária do débito de ICMS vencido não afronta o
princípio da não-cumulatividade (RE 172.394). Recurso não conhecido.

(STF, Primeira Turma, RE 195.218/MG, Rel. Min. Ilmar Galvão, Julgamento em 28/05/2002)

Observação: Há exceção ao princípio da legalidade, no que se refere à majoração de


alíquotas, não sendo extensível às bases de cálculo (permite-se, neste caso, apenas a
atualização monetária).

Resumindo, além das exceções relativas à alteração de alíquotas dos tributos citados, temos as seguintes
matérias que não necessitam obedecer ao princípio da legalidade:

•Atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo;

•Alteração do prazo para recolhimento dos tributos.

Antes de encerrarmos o assunto, é interessante citarmos o caso julgado no âmbito do Recurso Extraordinário
838.284/SC. No caso concreto, discutiu-se a fixação do valor de uma taxa de polícia (Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART) por meio de ato infralegal, sendo que a norma legal definiu apenas os
limites máximos para cobrança.

Entendendo que o montante cobrado a título de taxas, diferentemente do que acontece com impostos, não
pode variar senão em função do custo da atividade estatal, o STF decidiu que a Administração, por esta
exercer diretamente a atividade ensejadora da taxa, tem maiores condições de estipular o custo dessa
atividade e, por conseguinte, definir o valor da taxa a ser cobrada em cada caso.

Observação: Existe jurisprudência do STF (Tema 692) no sentido de que a ART é


considerada taxa. Ou seja, para sua instituição, é necessário editar lei, apenas a fixação do
seu valor é que foi facultada a definição por ato infralegal.

Evidentemente, o valor definido não fica ao completo arbítrio da Administração, devendo o legislador
estabelecer um limite máximo para cobrança das taxas.

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(ISS-Campinas-Auditor Fiscal/2019) É facultado ao Poder Executivo Federal, atendidas as condições e os


limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos elencados em:
a) imposto de importação, imposto de exportação e imposto sobre renda.
b) imposto sobre exportação, imposto sobre importação e imposto sobre operações financeiras.
c) imposto sobre produtos industrializados, imposto extraordinário e imposto sobre importação.
d) imposto sobre renda, imposto sobre exportação e imposto sobre importação.
e) imposto sobre operações financeiras, imposto sobre produtos industrializados e imposto sobre renda.
Comentário: A atenuação do princípio da legalidade tributária diz respeito aos impostos extrafiscais de
competência da União: II, IE, IPI e IOF.
Gabarito: Letra B
(TJ-SC-Juiz Estadual/2019) Determinada lei tributária prevê o valor do teto para a cobrança de uma taxa de
fiscalização, permitindo que ato do Poder Executivo fixe o valor específico do tributo e autorizando o ministro
da Economia a corrigir monetariamente, a partir de critérios próprios, esse valor.
A respeito dessa lei hipotética, considerando-se a jurisprudência do STF acerca do princípio da legalidade
tributária, é correto afirmar que
a) a delegação do ato infralegal para a fixação do valor da taxa ou determinação dos critérios para a sua
correção é inconstitucional.
b) os índices de correção monetária da taxa podem ser atualizados por ato do Poder Executivo, ainda que
em percentual superior aos índices de correção monetária legalmente previstos.
c) a fixação do valor da taxa por ato normativo infralegal, se em proporção razoável com os custos da atuação
estatal, é permitida, devendo sua correção monetária ser atualizada em percentual não superior aos índices
legalmente previstos.
d) o Poder Executivo tem permissão legal para fixar discricionariamente o valor da correção monetária da
referida taxa, independentemente de previsão legal de índice de correção.
e) a fixação, em atos infralegais, de critérios para a correção monetária de taxas é inconstitucional,
independentemente de observar expressa previsão legal.
Comentário:
Alternativa A: O STF já considerou que a fixação do valor da taxa pode ocorrer por ato infralegal, desde que
atendidos os requisitos previstos em lei, como o seu limite máximo. Alternativa errada.
Alternativa B: A correção do valor monetário do tributo por meio de ato infralegal é ponto pacifico na
jurisprudência, desde que dentro do índice oficial de correção monetária. Alternativa errada.
Alternativa C: Conforme já comentado, a fixação do valor da taxa pode ocorrer por ato infralegal, podendo
haver a correção do valor monetário do tributo também por meio de ato infralegal, desde que dentro do
índice oficial de correção monetária. Alternativa correta.
Alternativa D: Esta alternativa não condiz com o que explicamos no comentário das alternativas anteriores.
Alternativa errada.
Alternativa E: Esta alternativa não condiz com o que explicamos no comentário das alternativas anteriores.
Alternativa errada.
Gabarito: Letra C

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Fábio Dutra
Aula 01

(DPF-Perito Criminal Federal/2018) A majoração de alíquotas do imposto sobre produtos industrializados


depende de lei complementar aprovada pelo Congresso Nacional, sendo vedada sua implementação no
mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada lei que aumentou tal tributo.
Comentário: A majoração de alíquotas do imposto sobre produtos industrializados pode ser realizada pelo
próprio Poder Executivo, dentro dos limites e condições legais, produzindo efeitos dentro do mesmo
exercício financeiro, desde que observada a noventena.
Gabarito: Errada
(Pref. Campinas-SP-Procurador/2016) Acerca dos princípios consagrados pela Constituição Federal, é
correto afirmar: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar
tributo sem lei ou decreto que o estabeleça.
Comentário: Trata-se de uma “pegadinha”. O princípio da legalidade, previsto no art. 150, I, da CF/88,
estabelece que É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar
tributo sem lei que o estabeleça. A inclusão do “decreto” foi apenas para confundir o candidato, já que
decreto não institui tributos.
Gabarito: Errada

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Fábio Dutra
Aula 01

Princípio da Isonomia

O estudo desse princípio exige o conhecimento de diversos entendimentos jurisprudenciais. Veremos todos
os principais que já caíram e que possam vir a cair em provas de concurso. Por isso, vamos fazer da seguinte
forma: estudaremos inicialmente os conceitos básicos do princípio, para, logo em seguida, partir para a
análise dos posicionamentos dos tribunais. Ok?

Precisamos saber, basicamente, que isonomia significa o mesmo que igualdade. Você deve estar pensando
que igualdade seria tributar TODOS os contribuintes igualmente, certo? Entretanto, esse pensamento não
está correto. Vejamos o que a nossa CF fala acerca do princípio da isonomia:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação


equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por
eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos;”

Antes de analisarmos a norma, quero ressaltar que o princípio da isonomia possui como destinatários tanto
o legislador (Poder Legislativo) quanto o aplicador da lei (Poder Executivo e Judiciário). No primeiro caso,
dizemos que se trata da igualdade na lei; no segundo, igualdade perante a lei. Vale dizer, o princípio deve
ser obedecido não só no momento da elaboração das leis, mas também na sua aplicação.

Observe que, segundo o texto constitucional, é vedado a todos os entes federativos conferir tratamento
desigual entre pessoas que se encontram em situação equivalente. Note que isso não significa tratar a todos
igualmente, pois, da mesma forma que é vedado desigualar pessoas que se encontram em situações iguais,
também é proibido tratar igualmente os contribuintes que são financeiramente desiguais.

Com efeito, se “A” aufere maiores rendimentos do que “B”, nada mais justo que “A” tenha que arcar com o
pagamento de valores maiores, a título de tributo. Por outro lado, se duas pessoas podem ser consideradas
iguais, sob a ótica tributária, nada mais injusto do que tributá-las de maneira diferente.

Como já vimos na aula anterior, já foi julgado no STF (HC 77.530/RS) a adoção ao princípio do pecunia non
olet. De acordo com o tribunal, para que não haja ofensa ao princípio da isonomia, os rendimentos auferidos
com atividades ilícitas devem ser tributados. Isso ocorre porque seria injusto tributar quem aufere
rendimentos decorrentes de atividades lícitas e não fazer o mesmo com aqueles que ganham a vida
ilicitamente, concordam?

Outro aspecto curioso, é o parâmetro utilizado para igualar ou desigualar os contribuintes. Trata-se da
capacidade contributiva das pessoas, princípio que guarda íntima relação com a isonomia e que, por tal
motivo, o estudaremos dentro do tópico a seguir.

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Fábio Dutra
Aula 01

O princípio da capacidade contributiva

Primeiramente, devemos ressaltar que o princípio da capacidade contributiva não se limita a um parâmetro
de isonomia tributária. Na verdade, ele existe para a busca da justiça na tributação, que pode ser
considerada, grosso modo, sinônimo de equidade.

Nesse contexto, surgem duas acepções para a equidade na tributação, quais sejam:

•Equidade Vertical: contribuintes que possuem capacidade contributiva diferente, devem


contribuir de forma desigual.

•Equidade Horizontal: contribuintes que possuem igual capacidade contributiva, devem


ser tributados de maneira igual.

Tal princípio foi previsto na CF/88 no art. 145 § 1°, como vemos a seguir:

“Art. 145: (...):

§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo
a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os
direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades
econômicas do contribuinte.”

Embora o dispositivo em análise só faça menção aos impostos, o entendimento que o STF (RE 406.955-AgR)
tem é o de que esse princípio (capacidade contributiva) também pode ser extensível a outras espécies
tributárias, obedecendo, é claro, as singularidades de cada uma delas.

Partindo desse pressuposto, a capacidade contributiva é aferida de várias formas, adequando-se aos diversos
impostos, bem como aos demais tributos, aos quais se aplica o subprincípio.

A aplicação da capacidade contributiva aos tributos ocorre de maneira distinta.

Por exemplo, a progressividade ocorre quando a incidência tributária é mais gravosa sobre aqueles que
possuem maior capacidade contributiva. É o que ocorre com o Imposto de Renda, em que as pessoas que
auferem maiores rendas contribuem com alíquotas maiores.

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Fábio Dutra
Aula 01

Para facilitar o seu entendimento, note a diferença entre a proporcionalidade e a progressividade. Alíquotas
progressivas ocorrem quando o percentual a ser aplicado sobre a renda aumenta, à medida que a renda
aumenta. Já a proporcionalidade está presente quando a mesma alíquota é aplicada sobre qualquer renda.

Digamos que, hipoteticamente, Antônio receba um salário de R$ 5.000,00, e que Beto


receba um salário de R$ 10.000,00. Percebe-se facilmente que o salário de Beto é o dobro
do salário de Antônio, correto? O imposto seria proporcional se incidisse à alíquota de 10%,
por exemplo, independentemente do salário, isto é, da base de cálculo. Assim, o imposto
a ser pago por Beto corresponderia ao dobro do imposto a ser pago por Antônio.
==18e1e8==

Porém, sendo a tributação progressiva, teríamos algo como uma alíquota de 10% para uma
classe de salários (como o de Antônio) e 20% para salários mais altos (como o de Beto).
Nessa linha, Beto acabaria pagando o quadruplo do imposto pago por Antônio, a despeito
de sua renda ser apenas o dobro. Conseguiu perceber a diferença?

Atenção! Vale lembrar que os percentuais utilizados acima não correspondem com as
alíquotas atuais do imposto de renda, e foram utilizados apenas para fins didáticos!

Quanto a este aspecto, é relevante demonstrarmos o entendimento do STF acerca da progressividade dos
impostos. Primeiramente, devemos diferenciar os impostos reais dos impostos pessoais:

Impostos reais → São impostos incidentes sobre o patrimônio, desconsiderando as


características pessoais dos contribuintes.

Impostos pessoais → São os impostos que estabelecem diferenças tributárias em função


das condições pessoais de cada contribuinte.

Com base nessa definição, o STF entendia que a progressividade somente seria aplicável aos impostos
pessoais, já que os impostos reais não consideram as características pessoais dos contribuintes. Em relação
a estes, a progressividade somente seria possível se houvesse norma constitucional dispondo neste
sentido, como atualmente ocorre com o IPTU (imposto municipal) e com o ITR (imposto federal).

Foi com base nesta linha de raciocínio, que o STF editou a Súmula 656, vedando a progressividade das
alíquotas do ITBI e, também, a Súmula 668, vedando a progressividade fiscal do IPTU antes de ter sido
permitida expressamente no texto constitucional, o que só ocorreu com a EC 29/00.

Vejamos as referidas súmulas abaixo:

Súmula STF 656 – É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto
de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel.

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Aula 01

O ITBI, por ser um imposto que incide sobre a transmissão da propriedade, é considerado um imposto real,
e por esse motivo, o STF vedou a sua progressividade.

Súmula STF 668 – É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda
Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o
cumprimento da função social da propriedade urbana.

Em relação ao IPTU, precisamos saber que existe duas formas de progressividade das alíquotas desse
imposto: a progressividade extrafiscal, que tem por finalidade assegurar o cumprimento da função social da
propriedade urbana, e a progressividade fiscal, estabelecida unicamente com base no valor do imóvel.

A progressividade extrafiscal (também conhecida como progressividade em razão do tempo sem que seja
dado o adequado aproveitamento ao imóvel urbano) existe desde a promulgação da CF/88, e você pode
encontrar esta regra no art. 182, § 4º, da CF/88. Já a progressividade fiscal somente foi prevista no texto
constitucional pela Emenda Constitucional 29/2000. Antes disso, só havia a progressividade extrafiscal.

Foi em razão disso que o STF decidiu que, antes da EC 29/00, somente poderia haver progressividade
extrafiscal. Entendido até aqui? O que vimos até o momento é importante, pois tais súmulas não foram
canceladas, razão pela qual, se cobradas na íntegra, devem ser consideradas como corretas.

Contudo, em 2013, o STF demonstrou estar alterando seu entendimento, ao julgar o RE 562.045,
relativamente à progressividade das alíquotas do ITCMD, típico imposto real. Vejamos:

“EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. LEI ESTADUAL:


PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTA DE IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E
DOAÇÃO DE BENS E DIREITOS. CONSTITUCIONALIDADE. ART. 145, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DA
REPÚBLICA. PRINCÍPIO DA IGUALDADE MATERIAL TRIBUTÁRIA. OBSERVÂNCIA DA CAPACIDADE
CONTRIBUTIVA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.”.

(...)

Transcrição parcial do voto da Min. Ellen Gracie:

“Por revelar efetiva e atual capacidade contributiva inerente ao acréscimo patrimonial, o imposto
sobre transmissão “causa mortis”, também conhecido como imposto sobre heranças ou sobre a
sucessão, é um imposto que bem se vocaciona à tributação progressiva.”

(STF, RE 562.045/RS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 06/02/2013, publicado em


27/11/2013)

Ainda sobre a progressividade das alíquotas dos tributos, em 2016, o STF caminhou ainda mais em direção à
progressividade das alíquotas no momento em que, ao julgar as ADIs 4697/DF e 4762/DF, foi observado pelo
relator Min. Edson Fachin, que a progressividade deve incidir sobre todas as espécies tributárias, à luz da
capacidade contributiva do contribuinte. De acordo com o eminente ministro, a progressividade e a
capacidade contributiva são os fundamentos normativos do Sistema Tributário Nacional.

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Aula 01

E a jurisprudência não para por aqui! Precisamos comentar ainda o caso do ITR (Imposto Territorial Rural),
que é um imposto semelhante ao IPTU (Imposto sobre a Propriedade Territorial Urbana), porém incidente
sobre os imóveis rurais.

O caso do ITR tem relação com a redação original da CF/88 só estabelecia que o ITR deveria ter suas
alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas, não fazendo
qualquer referência à progressividade com base na área do imóvel.

Porém, a Lei 9.393/1996, que instituiu o referido imposto (ITR), estabeleceu alíquotas progressivas,
considerando a área do imóvel e o seu grau de utilização. Em termos simplificados, a lei estabeleceu uma
tabela de alíquotas, que prevê maiores alíquotas para imóveis com menor grau de utilização (como já previa
a CF/88, em seu texto original). Mas a referida tabela também considera a área do imóvel, ou seja, imóveis
maiores, são tributados com alíquotas maiores. Basicamente, temos uma relação direta das alíquotas com
a área do imóvel (progressividade), e uma relação inversa das alíquotas do imposto com o grau de
utilização do imóvel (com o objetivo de desestimular as grandes propriedades improdutivas).

Posteriormente, com a EC 42/03, o texto constitucional passou a prever a progressividade expressa para o
ITR, mas o que queremos ressaltar neste ponto da aula é que o STF também apreciou a suposta
inconstitucionalidade da Lei 9.393/96, com base na redação original do texto constitucional (sem
progressividade expressa).

Assim, a Suprema Corte, ao julgar o RE 1.038.357 AgR/SP, decidiu pela constitucionalidade da Lei 9.393/96,
mesmo se considerada a redação originária da CF/88, sustentando a irrelevância da classificação do imposto
como pessoal ou real para ser progressivo.

Em suma, como comentamos, a despeito da evolução no entendimento da Suprema Corte, as súmulas


continuam em vigor, de modo que, recomendamos considerá-las corretas, caso sejam cobradas em prova.
Por outro lado, se a mencionar o caso específico do ITCMD do ITR ou mencionar que a progressividade
alcança outras espécies tributárias, também está correta.

→ Súmulas 656 e 668 – que impedem a progressividade do ITBI e do IPTU (progressividade


fiscal antes da EC 29/00) – ainda estão válidas e devem ser consideradas corretas.

→ Jurisprudência mais recente:

-O ITCMD pode ser progressivo;

-O ITR pode ser progressivo;

-A progressividade pode ser utilizada em todas as espécies tributárias.

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Aula 01

Deve-se considerar também que, para o STF (AI 583.636-MS), a adequação do tributo de acordo com a
capacidade contributiva não é obtida apenas como a alteração de alíquotas, mas, também, pode ser
concretizada por meio do escalonamento das bases de cálculo. Como assim?

A base de cálculo do IPTU, por exemplo, é o valor venal do imóvel. Contudo, para se chegar ao valor venal,
vários critérios são utilizados pelos municípios. Um dos critérios poderia ser o tipo de construção (precário,
popular, médio, fino e luxo). Ou seja, à medida que o padrão da construção aumenta, haverá consequente
escalonamento da base de cálculo. Como o tributo é calculado multiplicando-se a base de cálculo pela
alíquota, de acordo com a Suprema Corte, trata-se de “índice hábil à mensuração da frivolidade ou da
essencialidade do bem, além de lhe conferir mais matizes para definição da capacidade contributiva”.

Observação: Valor venal é o valor pelo qual o imóvel é comercializado, com pagamento à
vista, em condições normais de mercado. Para o estabelecimento desse valor, os
Municípios normalmente consideram os seguintes fatores: tamanho do terreno,
localização do terreno, área construída, tipo de acabamento.

A capacidade contributiva pode ser mensurada não só pela aplicação de diferentes


alíquotas, mas também pelo escalonamento da base de cálculo.

Voltando nossa análise do art. 145, o dispositivo confere alguns poderes à administração tributária para que
ela seja capaz de aplicar o princípio da capacidade contributiva com efetividade. Dessa forma, é facultado a
ela identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Observação: Perceba que tal poder não é ilimitado, já que devem ser respeitados os
direitos individuais dos contribuintes, e nos termos da lei.

Princípio da Isonomia e a Jurisprudência

Agora que já estudamos o princípio da isonomia, vamos trabalhar os entendimentos que os tribunais vêm
adotando acerca desse princípio:

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Aula 01

•Fere o princípio da isonomia a discriminação com base na função ou ocupação exercida (STF, AI
157.871-AgR)

No caso concreto, o contribuinte estava requerendo isenção de IPTU, em decorrência de ser funcionário
público. Note que o próprio art. 150, II, da CF/88, proíbe qualquer distinção em razão da ocupação
profissional ou função exercida.

Nesse rumo, o STF também já considerou inconstitucional lei complementar estadual que isenta os
membros do Ministério Público do pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer taxas
ou emolumentos (ADI 3.260).

•Não fere o princípio da isonomia o tratamento desigual a microempresas (ME) e empresas de


pequeno porte (EPP) cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência
do Estado (ADI 1.643, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 5-12-2002, Plenário, DJ de 14-3-
2003.)

Vejamos inicialmente o que estabelece o art. 179, da CF/88:

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às


microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento
jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução
destas por meio de lei.

Com base na norma constitucional, em 1996, foi editada a Lei 9.317/96, instituindo o Sistema Integrado de
Pagamento de Impostos e Contribuições das microempresas e empresas de pequeno porte (SIMPLES),
conferindo tratamento diferenciado, simplificado e favorecido às ME e EPP.

Contudo, nem todos os micro e pequenos empresários estavam aptos a ingressarem no SIMPLES, haja vista
a vedação do art. 9º, XIII, desta norma, impedindo as empresas de profissionais liberais (corretores, médicos,
dentistas, veterinários, engenheiros etc.) de optarem pelo regime diferenciado.

Esse foi o motivo pelo qual a Confederação Nacional das Profissões Liberais ajuizou ADI perante o STF, com
base na justificativa de que a exclusão dessas empresas estaria ofendendo o princípio da isonomia.

O STF se manifestou no sentido de que tais profissionais têm condições de disputar o mercado de trabalho
sem assistência do Estado, isto é, sem gozarem de tratamento favorecido, como as demais empresas. São
profissionais com preparo científico, técnico e profissional, não sofrendo impacto causado pelas grandes
empresas, tal como ocorre com um pequeno supermercado, por exemplo.

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Aula 01

A Lei 9.317/96 foi revogada pela Lei Complementar 123/2006!

Com o advento da EC 42/03, incluindo a alínea “d” ao inciso III, do caput do art. 146, da
CF/88, passou a ser exigido lei complementar para dispor sobre o tratamento diferenciado
e favorecido às ME e EPP. O objetivo foi estabelecer que uma lei complementar nacional
dispusesse sobre as normas gerais a respeito desse tema, visando conferir uniformidade
ao tratamento diferenciado.

Com isso, em 1º de Julho de 2007, ocorreu a revogação da Lei 9.317/96 pela LC 123/2006,
instituindo o Simples Nacional. Esta lei complementar continuou excluindo os profissionais
liberais da sistemática desse regime tributário diferenciado, com base no seu art. 17, XI.

Foi apenas com a edição da LC 147/2014, responsável por diversas alterações na LC


123/2006, que ocorreu a efetiva revogação do inciso XI, de forma que, atualmente, os
profissionais liberais passaram a poder optar pelo Simples Nacional.

De qualquer modo, a jurisprudência acima pode vir a ser cobrada na sua prova, ao tratar
do princípio da isonomia. Evidentemente, se a questão estiver versando sobre o Simples
Nacional, sua resposta se pautará na mais recente alteração, que permite a opção de tais
empresas pelo Simples Nacional.

•Não fere o princípio da isonomia quando a lei estimula a contratação de empregados com
determinadas características (por exemplo, idade mais elevada), por meio de incentivos fiscais (ADI
1.276, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 28-8-2002.)

No caso concreto, a Assembleia Legislativa de SP, por motivos extrafiscais, criou incentivo fiscal para
estimular a contratação de empregados com mais de quarenta anos de idade. De acordo com a Suprema
Corte, tais normas não ferem o princípio da isonomia.

•Não fere o princípio da isonomia a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades
financeiras, no que se refere à contribuição previdenciária sobre a folha de salários. (AC 1.109-MC,
Rel. p/ o ac. Min. Ayres Britto, julgamento em 31-5-2007, Plenário, DJ de 9-10-2007.)

Realmente, não há que se falar em conflito com o princípio da isonomia neste caso, já que o art. 195, § 9º,
da Constituição prevê que as contribuições sociais a cargo do empregador poderão ter suas alíquotas ou
bases de cálculo diferenciadas, dependendo, entre outras características, do porte da empresa ou da
condição estrutural do mercado de trabalho.

•Não afronta o princípio da isonomia norma que proíbe a adoção do regime de admissão temporária
para as operações de importação amparadas por arrendamento mercantil. (RE 429.306/PR, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 16/3/11)

De acordo com a Lei 6.099/74, “a entrada no território nacional dos bens objeto de arrendamento mercantil,
contratado com entidades arrendadoras domiciliadas no exterior, não se confunde com o regime de admissão
temporária”.

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Consoante a Suprema Corte, “o arrendamento mercantil foi adotado no Brasil para que os interessados
possam usufruir de suas virtudes intrínsecas, mas não para que obtenham tratamento fiscal mais benéfico,
se comparado ao previsto em relação às operações de compra e venda financiada”.

O que seria o arrendamento mercantil e qual a sua relação com o regime de admissão
temporária?

A Lei 6.099/74 vedou as pessoas que estejam realizando operações de arrendamento


mercantil (leasing) se valerem dos benefícios da admissão temporária (suspensão do
pagamento dos tributos na importação temporária de bens do exterior). As operações de
arrendamento mercantil consistem basicamente naquelas em que o bem é "locado" ao
arrendatário, ficando este obrigado ao pagamento de parcelas. Ao final do contrato, o
arrendatário pode devolver o bem, arrendá-lo novamente ou adquiri-lo, pagando apenas
um valor residual (valor este muitas vezes insignificante em relação ao valor do produto).
Então, na prática, os arrendatários acabam por adquirir o bem arrendado ao final do
contrato. Portanto, embora não haja transferência do bem coma realização do contrato de
arrendamento mercantil, o objetivo final é internalizar o produto definitivamente no Brasil.
Entendemos que foi esse o motivo pelo qual o legislador proibiu o regime de admissão
temporária para tais operações.

Dito isso, você precisa entender que o STF decidiu que essa vedação não viola o princípio
da isonomia, já que tem por objetivo evitar que o leasing se torne opção por excelência,
devido às virtudes tributárias, e não em razão da função social e do escopo empresarial
que a avença tem.

•Não afronta o princípio da isonomia a vedação de importação de automóveis usados, sob a alegação
de a União estar atuando contra as pessoas de menor capacidade econômica (STF, RE 312.511, rel.
min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ de 28.06.2002)

A proibição de importação de veículos usados consta na Portaria n° 8/91 do Departamento de Operações de


Comércio Exterior (DECEX) e não pode ser considerada como discriminação, tendo em vista que está de
acordo com os interesses fazendários. Afinal de contas, o art. 237 da CF/88 delega a competência de controle
do comércio exterior ao Ministério da Fazenda.

Princípio da Capacidade Contributiva e o Sigilo Bancário

Na segunda parte do § 1°, do art. 145, da CF/88, ao tratar do princípio da capacidade contributiva, foi dito
que é “facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos,
identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.”

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Com base nesse dispositivo, a LC 105/2001 estabeleceu o seguinte:

Art. 6o As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de
instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações
financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em
curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa
competente.

Isso significa que as autoridades e os agentes fiscais tributários, sejam eles da União, dos Estados, do DF ou
dos Municípios podem examinar as informações bancárias do contribuinte, independentemente de ordem
judicial nesse sentido, bastando que haja processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em
curso e que tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.

Essa previsão foi levada ao Judiciário, tendo em vista que os interesses arrecadatórios parecem suprimir os
direitos individuais relativos à proteção da intimidade e da vida privada das pessoas. O tema gerou forte
controvérsia jurisprudencial.

Somente em fevereiro de 2016, o STF pôs fim às controvérsias. A Suprema Corte concluiu o julgamento de
um conjunto de cinco processos (RE 601.314 e ADIs 2859, 2390, 2386 e 2397) que questionavam dispositivos
da LC 105/01. Por maioria de votos, prevaleceu o entendimento de que a previsão da referida lei
complementar não resulta em quebra de sigilo bancário, mas, sim, na transferência de sigilo da órbita
bancária para a fiscal, ambas protegidas contra o acesso de terceiros. A transferência de informações é feita
dos bancos ao Fisco que tem o dever de preservar o sigilo dos dados. Portanto, não há ofensa à Constituição
Federal.

De acordo com a jurisprudência do STF, as autoridades fiscais podem requisitar aos bancos
as informações financeiras dos contribuintes, sem prévia autorização judicial.

(MPE-CE-Promotor de Justiça/2020) É vedado instituir tratamento desigual entre contribuintes que se


encontrem em situação equivalente, salvo se a distinção se der em razão da sua ocupação profissional.

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Comentário: O princípio da isonomia tributária, previsto no art. 150, II, da CF/88, veda o tratamento desigual
entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, veda, ainda, a distinção em razão da sua
ocupação profissional.
Gabarito: Errada
(Pref. Campinas-SP-Procurador/2016) Acerca dos princípios consagrados pela Constituição Federal, é
correto afirmar: Os entes da Federação não podem instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente, admitindo-se, entretanto, levar em conta a distinção em razão de
ocupação profissional ou função por eles exercida.
Comentário: O que estabelece o princípio da isonomia, consagrado no art. 150, II, da CF/88, é que os entes
federados não podem instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
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correto afirmar: Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio,
os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Comentário: Trata-se do princípio da capacidade contributiva, consignado no art. 145, § 1º, da CF/88:
Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica
do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e
as atividades econômicas do contribuinte. A assertiva cobrou a literalidade do dispositivo e, por tal motivo,
deve ser considerada correta.
Gabarito: Correta

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Aula 01

Princípio do Não Confisco

Dando continuidade ao estudo dos princípios constitucionais tributários, veremos agora o Princípio do Não
Confisco, previsto no art. 150, IV, da CF/88 (acompanhe na sua Constituição Federal). Na realidade, embora
majoritariamente conhecido por princípio do não confisco, o que a Constituição quis proteger foi a
tributação com efeito confiscatório, que é diferente do confisco em si.

Veja que confiscar bens significa aplicar pena de perdimento nos bens dos contribuintes. Tendo em vista que
a perda de bens é considerada uma punição pela própria Magna Carta (art. 5°, XLVI, “b”), o tributo não
poderia ser confiscatório, pois o art. 3° do CTN assevera que o tributo não constitui sanção por ato ilícito.

Então, o que seria a tributação com efeito confiscatório? Ora, seria uma sobrecarga de tributos, de tal forma
que se assemelhe a uma punição, pois o Estado estaria absorvendo boa parte da riqueza gerada pelos
contribuintes.

Destaque-se que, para Luciano Amaro1, o princípio da vedação ao confisco atua em conjunto com o princípio
da capacidade contributiva, pois ambos visam preservar a capacidade econômica do contribuinte.

Agora que já sabemos o que é efeito de confisco, resta-nos saber quando se configura a verdadeira tributação
com efeito confiscatório. A principal informação que temos que gravar aqui é que se trata de um conceito
indeterminado. Diante disso, muitas vezes o Judiciário se vale dos princípios da razoabilidade ou
proporcionalidade para conseguir enquadrar a situação no verdadeiro efeito confiscatório.

De qualquer modo, para o Supremo Tribunal Federal, a caracterização do efeito confiscatório deve ser obtida
analisando a totalidade de tributos a que um contribuinte está submetido, dentro de determinado
período, em relação à mesma pessoa política. Ou seja, se o objetivo é descobrir se determinado imposto
federal está sendo utilizado com efeito de confisco, há que se verificar todo o ônus tributário com que certo
contribuinte arca em relação à União.

Observação:

Princípio do não confisco: Totalidade da carga tributária / Mesma pessoa política (União,
por exemplo).

Em relação aos tributos vinculados, como as taxas, para o STF (ADI-MC-QO 2.551/MG), a análise a ser feita
é entre a relação do custo do serviço prestado ao contribuinte e o que foi efetivamente cobrado dele.
Nesses casos, o princípio objetiva evitar a onerosidade excessiva da atividade prestada pelo Estado.

Foi também considerando essa direção argumentativa que o Supremo (ADI 6211/AP) declarou
inconstitucional uma lei do Estado do Amapá que instituiu a Taxa de Controle, Acompanhamento e
Fiscalização das Atividades de Exploração e Aproveitamento de Recursos Hídricos (TFRH), já que o valor do

1
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 20ª Edição. 2014. Pág. 270.

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Fábio Dutra
Aula 01

tributo cobrado era muito superior ao custo da atividade estatal a ser remunerada (atividade de
fiscalização ou, como sabemos, poder de polícia).

No julgamento da ADI 2.078/PB, o STF também decidiu ser constitucional, não havendo ofensa ao princípio
da vedação ao efeito confiscatório, a utilização do valor da causa como base de cálculo das taxas judiciárias,
havendo a fixação de valores máximos para o tributo cobrado.

Cumpre-nos ressaltar que, embora não se trate de tributo, as multas tributárias também estão sujeitas ao
princípio do não confisco. Esse é o entendimento adotado pelo STF (ADI 551/RJ):

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. §§ 2.º E 3.º DO ART. 57 DO ATO DAS


DOSPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO. FIXAÇÃO DE VALORES MÍNIMOS PARA MULTAS PELO NÃO-RECOLHIMENTO E
SONEGAÇÃO DE TRIBUTOS ESTADUAIS. VIOLAÇÃO AO INCISO IV DO ART. 150 DA CARTA DA
REPÚBLICA. A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e sua conseqüência jurídica,
==18e1e8==

a multa, evidencia o caráter confiscatório desta, atentando contra o patrimônio do


contribuinte, em contrariedade ao mencionado dispositivo do texto constitucional federal.
Ação julgada procedente.

(STF, ADI 551/RJ, Plenário, Rel. Min. Ilmar Galvão, Julgamento em 24/10/2002)

Quanto a este tema, precisamos ressaltar a jurisprudência do STF quanto ao limite da multa em relação ao
valor do tributo:

Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


AGRAVO. MULTA PUNITIVA DE 120% REDUZIDA AO PATAMAR DE 100% DO VALOR DO TRIBUTO.
ADEQUAÇÃO AOS PARÂMETROS DA CORTE.

1. A multa punitiva é aplicada em situações nas quais se verifica o descumprimento voluntário da


obrigação tributária prevista na legislação pertinente. É a sanção prevista para coibir a burla à
atuação da Administração tributária. Nessas circunstâncias, conferindo especial destaque ao
caráter pedagógico da sanção, deve ser reconhecida a possibilidade de aplicação da multa em
percentuais mais rigorosos, respeitados os princípios constitucionais relativos à matéria.

2. A Corte tem firmado entendimento no sentido de que o valor da obrigação principal deve
funcionar como limitador da norma sancionatória, de modo que a abusividade revela-se nas
multas arbitradas acima do montante de 100%. Entendimento que não se aplica às multas
moratórias, que devem ficar circunscritas ao valor de 20%. Precedentes. 3. Agravo interno a que
se nega provimento, com aplicação da multa prevista no art. 557, § 2º, do CPC/1973.

(STF, ARE 938.538 AgR/ES, Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, Julgamento em
30/09/2016)

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Aula 01

O princípio da vedação ao efeito de confisco também é aplicável às multas tributárias


(tanto moratórias como punitivas). No entanto, as multas não se confundem com
tributos (aprendemos isso na aula anterior).

Limite estabelecido pelo STF para a multa punitiva: 100% do valor do tributo

Limite estabelecido pelo STF para a multa moratória: 20% do valor do tributo

Existe ainda outro julgado bastante interessante, envolvendo análise de constitucionalidade de norma que
impôs aplicação de multa de 300% ao contribuinte por descumprimento da legislação tributária:

E M E N T A: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - LEI Nº 8.846/94 EDITADA PELA UNIÃO


FEDERAL(...)

É cabível, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o Supremo Tribunal


Federal examinar se determinado tributo ofende, ou não, o princípio constitucional da não-
confiscatoriedade consagrado no art. 150, IV, da Constituição da República. Hipótese que versa
o exame de diploma legislativo (Lei 8.846/94, art. 3º e seu parágrafo único) que instituiu multa
fiscal de 300% (trezentos por cento). - A proibição constitucional do confisco em matéria tributária
- ainda que se trate de multa fiscal resultante do inadimplemento, pelo contribuinte, de suas
obrigações tributárias - nada mais representa senão a interdição, pela Carta Política, de qualquer
pretensão governamental que possa conduzir, no campo da fiscalidade, à injusta apropriação
estatal, no todo ou em parte, do patrimônio ou dos rendimentos dos contribuintes,
comprometendo-lhes, pela insuportabilidade da carga tributária, o exercício do direito a uma
existência digna, ou a prática de atividade profissional lícita ou, ainda, a regular satisfação de
suas necessidades vitais básicas.

(...)

(STF, ADI 1075 MC/DF, Plenário, Rel. Min. Celso de Mello, Julgamento em 17/06/1998)

Observação: O controle abstrato da constitucionalidade de uma norma considera apenas


o texto da norma, desvinculado de qualquer situação concreta. Assim, cabe ao Supremo
Tribunal Federal verificar se o texto legal está ou não em compatibilidade com a norma
constitucional.

Por último, fique atento ao fato de que a aplicação do princípio do não confisco deve ser atenuada, quando
se trata de tributos extrafiscais. Tais tributos são utilizados como forma de controle e, por isso mesmo, a
doutrina e a jurisprudência aceitam que se estipulem alíquotas elevadas nesses tributos.

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Aula 01

Nesse contexto, as alíquotas do IPI em relação aos cigarros, por exemplo, chegam a 300%, não sendo
caracterizado confisco, haja vista que o interesse do Estado é o de que as pessoas evitem fumar. Portanto, a
sobrecarga tem intuito extrafiscal, qual seja o de inibir certo comportamento das pessoas.

(AGU/2015) O princípio da vedação à utilização de tributo com efeito de confisco, previsto expressamente
na CF, aplica-se igualmente às multas tributárias, de modo a limitar, conforme jurisprudência pacífica do STF,
o poder do Estado na instituição e cobrança de penalidades.
Comentário: O STF tem entendimento pacífico, conforme se demonstra no julgamento da ADI 551/RJ, acerca
da aplicabilidade do princípio da vedação à utilização de tributo com efeito de confisco às multas tributárias.
Gabarito: Correta
(AFRFB/2014) Sobre o entendimento do STF acerca da vedação da utilização, por parte da União, Estados,
Distrito Federal e Municípios, dos tributos com efeitos de confisco, pode-se afirmar que por veicular um
conceito jurídico indeterminado, e não havendo diretriz objetiva e genérica, aplicável a todas as
circunstâncias, é permitido aos Tribunais que procedam à avaliação dos excessos eventualmente praticados
pelo Estado, com apoio no prudente critério do Juiz.
Comentário: Por se tratar de um conceito jurídico indeterminado, cabe ao Juiz determinar quando há ou não
incidência tributária confiscatória.
Gabarito: Correta
(SEFAZ-SP-Agente Fiscal de Rendas/2009) Sobre os princípios que regem nosso Sistema Tributário Nacional
é correto afirmar: o princípio da Vedação de Confisco tem por objetivo estabelecer a tributação justa e livre
de arbitrariedade, não se aplica, porém, a todas as espécies tributárias, mas somente aos tributos de
natureza vinculada à atuação estatal.
Comentário: O princípio da vedação ao efeito de confisco alcança todo e qualquer tributo. Contudo, é
evidente que se trata de um conceito jurídico indeterminado, cabendo ao Juiz decidir em cada caso. O que
temos que memorizar sobre isso é que a jurisprudência do STF entende que o efeito confiscatório deve ser
aferido pela análise da totalidade da carga tributária a que está sujeito o contribuinte em relação ao ente
federado.
Gabarito: Errada

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Aula 01

Princípios da Anterioridade

Como já sabemos, um Estado Democrático de Direito pressupõe a existência de princípios que protejam os
particulares do excesso de poder do Estado.

Nessa concepção, surge o princípio da segurança jurídica relacionado à estabilidade das relações jurídicas,
fornecendo garantia e certeza das consequências dos atos praticados pelo contribuinte, no que concerne às
relações jurídico-tributárias.

Isso significa que uma das vertentes do princípio da segurança jurídica é proteger o contribuinte contra
alterações repentinas que possam trazer prejuízos inesperados ao seu patrimônio. Relativamente à matéria
tributária, a segurança jurídica é concretizada por meio do princípio da não surpresa, embora não se resuma
neste. Mas o que viria a ser tal princípio?

Como o Direito Tributário rege as normas atinentes à instituição, arrecadação e fiscalização tributária, ou
seja, envolve a subtração do patrimônio particular em benefício do Estado, é natural que a Constituição
estabeleça princípios que evitem – ou reduzam – a alteração brusca das normas que venham a prejudicar os
contribuintes.

Portanto, quando se fala em princípios da anterioridade (anual ou nonagesimal) ou princípio da


irretroatividade, lembramo-nos daquilo que alguns doutrinadores denominam como princípio da não
surpresa. Pode-se dizer que o referido princípio é representado, na CF/88, pelos princípios da anterioridade,
noventena e até mesmo o da irretroatividade.

*Princípio da
Irretroatividade

Segurança *Princípio da
Jurídica Anterioridade

*Princípio da
Noventena

Estudaremos, a partir de agora, esses três princípios. Contudo, apesar de a ordem em que inserimos acima
ser a adotada pela CF/88, para fins didáticos, iniciaremos nosso estudo pelo princípio da anterioridade.

Princípio da Anterioridade

De acordo com o que foi previsto no art. 150, III, b, da CF/88, é vedado a qualquer dos entes federativos
(União, Estados, DF e Municípios) cobrar tributos “no mesmo exercício financeiro em que haja sido
publicada a lei que os instituiu ou aumentou”.

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Aula 01

Observação: O princípio da anterioridade também pode vir na prova com os seguintes


títulos: anterioridade anual, de exercício, geral ou, ainda, anterioridade comum.

O que seria “exercício financeiro”?

No Brasil, o denominado exercício financeiro tem início no dia 01 de janeiro e termina em


31 de dezembro. Pode-se dizer, pois, que o exercício financeiro se confunde com o ano
civil.

Isso significa que, como regra, se uma lei institui um tributo, o ente federado que a editou só poderá cobrá-
lo no ano seguinte ao que foi publicada a lei instituidora.

Perceba que a essência do dispositivo é justamente proteger o contribuinte contra surpresas decorrentes de
alterações legislativas que possam vir a prejudicá-lo.

Imagine que uma lei majoradora de determinado tributo seja publicada em 20/02/X1. Esta lei somente
produzirá efeitos no primeiro dia do ano seguinte àquele em que foi publicada:

Publicação da Lei
(20/02/X1) Produção de Efeitos (01/01/X2)

Ano X1 Ano X2

Vale observar que as alterações que venham trazer vantagens para os contribuintes não estão protegidas
por esta norma. Com isso, a redução e extinção de um tributo obviamente não necessitarão aguardar tais
prazos, produzindo efeitos imediatamente.

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Aula 01

Destaque-se que, de acordo com o STF (RE-AgR 274.949/SC), a alteração de prazo para recolhimento de
tributo não prejudica o contribuinte, mesmo que se trate de antecipação do prazo, não se sujeitando, tal
medida, ao princípio da anterioridade.

Vejamos também uma súmula vinculante do STF que corrobora o seu entendimento:

Súmula Vinculante 50 - Norma legal que altera o prazo de recolhimento de obrigação tributária
não se sujeita ao princípio da anterioridade.

Observação: Esta súmula vinculante possui a mesma redação da Súmula 669 do STF. Isso
significa que já se tratava de entendimento pacífico no STF.

Ademais, de acordo com a Corte Suprema (RE-AgR 200.844/PR), a atualização do valor monetário do tributo
também não constitui majoração de tributo, não sendo necessário que se submeta ao princípio da
anterioridade.

Observação: Lembre-se de que tanto a alteração do prazo para recolhimento, como a


atualização monetária também são exceções ao princípio da legalidade.

Nessa linha, o STF (RE 204.062) já considerou que a revogação de isenção anteriormente concedida não se
equipara à majoração de tributo, não se sujeitando ao princípio da anterioridade. Portanto, esta revogação
produz efeitos imediatamente. Acompanhe a ementa do citado recurso extraordinário:

EMENTA: - CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO: REVOGAÇÃO. PRINCÍPIO DA


ANTERIORIDADE. I. - Revogada a isenção, o tributo torna-se imediatamente exigível. Em caso
assim, não há que se observar o princípio da anterioridade, dado que o tributo já é existente.
II. - Precedentes do Supremo Tribunal Federal. III. - R.E. conhecido e provido.

(RE 204.062/ES, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 19/12/1996)

Veja que o STF entendia, nos idos de 1996, que a revogação de isenção não configuraria majoração de
tributo, não havendo porque observar o princípio da anterioridade. Contudo, é muito importante
considerarmos a decisão mais recente da Primeira Turma da Suprema Corte, no sentido da necessidade de
observância do princípio da anterioridade:

(...) REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – DEVER DE


OBSERVÂNCIA – PRECEDENTES.

Promovido aumento indireto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS por
meio da revogação de benefício fiscal, surge o dever de observância ao princípio da
anterioridade, geral e nonagesimal, constante das alíneas “b” e “c” do inciso III do artigo 150,
da Carta. Precedente – Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.325/DF, de
minha relatoria, julgada em 23 de setembro de 2004. (...)

(STF, RE 564.225-AgR/RS, Primeira Turma, Rel. Min. Marco Aurélio, Julgamento em 02/09/2014)

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Aula 01

Veja que, atualmente, o STF entende que a redução de benefício fiscal caracteriza aumento indireto de
tributo, atraindo a aplicação do princípio da anterioridade anual e nonagesimal, sendo que esta será
estudada adiante. Ademais, entende a Corte que o prévio conhecimento da carga tributária tem como base
a segurança jurídica e, como conteúdo, a garantia da certeza do direito.

Leve isto para a sua prova: A majoração indireta de tributo, levada a cabo por meio de
redução de benefício fiscal, atrai a aplicação do princípio da anterioridade (anual e
nonagesimal, sendo que este será estudado adiante).

Acrescentamos, ainda, um interessante dispositivo do CTN, acerca da revogação de isenções, a saber:

Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a
sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:

I - que instituem ou majoram tais impostos;

II - que definem novas hipóteses de incidência;

III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável
ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.

O art. 104 do CTN foi elaborado à luz da Emenda Constitucional nº 18, de 1965. Importa-nos, neste momento,
verificar as distinções entre os regramentos dos incisos I e II do art. 104 e o que estabelece o princípio da
anterioridade, consignado no art. 150, III, “b”, da Constituição Federal de 1988:

CTN, art. 104 CF/88, art. 150, III, “b”


Aplica-se apenas aos impostos sobre patrimônio ou Aplica-se aos tributos em geral
renda
Refere-se à entrada em vigor da lei Refere-se à eficácia da lei

Justamente por conta dessas divergências é que boa parte da doutrina defende que os incisos I e II não se
compatibilizam com a CF/88, não tendo sido recepcionados por esta. De qualquer modo, a transcrição literal
dos dispositivos em questões de concursos públicos deve ser analisada com cautela, pois as bancas podem
considerá-las corretas!

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Aula 01

No que se refere ao art. 104, III, do CTN, a revogação ou redução de isenção deve obedecer ao princípio da
anterioridade, mas esta lei só faz essa restrição em relação aos impostos sobre o patrimônio ou renda.
Observe que para o STF, como já foi explicado, não houve tal restrição. Da mesma forma, é recomendável
ao candidato que procure entender qual é a fonte utilizada para elaboração da questão, lembrando-se das
palavras-chave do art. 104, do CTN: “vigor” e “impostos sobre o patrimônio ou a renda”.

Observação: O art. 178, do CTN, refere-se à revogação de isenções onerosas (concedidas


por prazo certo e sob determinadas condições). Tais isenções são irrevogáveis. Este assunto
não será estudado nesta aula.

Observação: O princípio da anterioridade não se confunde com o da anualidade (não


existente na CF/88). Este exigia prévia autorização orçamentária para que fosse feita sua
==18e1e8==

cobrança.

Alteração de
Prazo
Não se aplica o Recolhimento
princípio da Exceção ao Princípio da
anterioridade... Legalidade
Atualização
Monetária

STF: Anterioridade Anual


e Nonagesimal.

Revogação de Isenções
CTN: Entra em vigor no 1º
dia do exercício seguinte
(apenas para impostos
sobre patr./renda).

Vamos ver agora os tributos que constituem exceções ao princípio da anterioridade.

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Aula 01

Tributos que Constituem Exceções ao Princípio da Anterioridade

Os tributos que constituem exceções ao princípio ora estudado são os seguintes:

II/IE/IPI/IOF • Tributos Extrafiscais

● Impostos Extraordinários de Guerra


• Situações que demandam
● Empréstimos Compulsórios (somente para urgência
guerra e calamidade)

Contribuições para Financiamento da • Seguem regra específica do


Seguridade Social art. 195, § 6°

● ICMS-Combustíveis ● • Apenas para redução e


CIDE - Combustíveis restabelecimento

Com esse esquema, não vai ficar difícil decorar, já que eu associei o tributo a algo que o faça lembrar das
exceções. Vamos entender melhor esse esquema, correto?

Perceba que todos os tributos considerados extrafiscais (Imposto de Importação e Exportação, Imposto
sobre Produtos Industrializados e Imposto sobre Operações Financeiras) foram excepcionados para
conceder plena eficácia aos fins que lhes foram propostos.

Além disso, os impostos extraordinários de guerra e os empréstimos compulsórios (guerra e calamidade)


foram excluídos da aplicação do princípio, por conta da situação urgente a que se referem.

Os empréstimos compulsórios, instituídos com base na hipótese de investimento público


de caráter urgente, não foram excepcionados da anterioridade. Então, a princípio, os
investimentos não são tão urgentes assim!

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Aula 01

No que se refere às contribuições destinadas ao financiamento da seguridade social, vale ressaltar que,
desde a promulgação da CF/88, elas estiveram sujeitas apenas ao princípio da noventena (será visto a seguir),
constituindo, portanto, exceção ao princípio da anterioridade.

Há ainda os casos específicos do ICMS-Combustíveis (também denominado ICMS-monofásico-Combustíveis)


e da CIDE-Combustíveis, que são exceção à anterioridade apenas em caso de redução (dedução óbvia do
próprio princípio) e do restabelecimento. Se houver majoração das alíquotas, portanto, haverá a
consequente sujeição ao princípio estudado.

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Aula 01

Princípio da Noventena (Anterioridade Nonagesimal)

O princípio da noventena (também denominado anterioridade nonagesimal) estabelece que a cobrança de


tributos deve ocorrer apenas 90 dias após a publicação de uma lei que institua ou majore tributos.

Observação: Não caia em “pegadinhas” de prova, dizendo que o prazo é de 3 MESES. São
90 dias!

O princípio da noventena também pode vir na prova com os seguintes títulos:


anterioridade nonagesimal, privilegiada, qualificada ou até mesmo mitigada.

Conforme explicamos no tópico anterior, as contribuições para o financiamento da seguridade social estão
sujeitas apenas ao princípio da noventena. Aliás, elas são a única hipótese prevista no texto constitucional,
na data da sua promulgação, em 1988.

Contudo, ficou provado que o princípio da anterioridade, na verdade, não protegia de forma efetiva os
contribuintes, tendo em vista que se uma lei que torne um tributo mais oneroso seja publicada no dia 31 de
dezembro de determinado ano, no dia seguinte tal lei já estaria surtindo efeitos.

Diante do exposto, a Emenda Constitucional 42/2003 trouxe uma alteração, ampliando o rol de tributos que
estariam sujeitos ao princípio da noventena. Portanto, agora a regra é a aplicação desse princípio, ficando
excetuadas apenas as hipóteses previstas no art. 150, § 1°, da CF/88.

A única diferença entre o dispositivo supra mencionado e o § 6° do art. 195 (princípio da noventena aplicável
às contribuições para seguridade social) é que o primeiro fala em instituição ou aumento, e o segundo,
instituição ou modificação, o que, para o STF, não há nenhuma diferença, pois o objetivo é proteger o
contribuinte de normas que o onerem.

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Aula 01

Parte da doutrina confere denominações distintas ao princípio previsto no art. 150, III,
“c” e aquele consignado no art. 195, § 6º, da CF/88.

Você pode encontrar em provas a referência ao princípio da anterioridade previsto no art.


150, III, “c”, incluído na Carta Magna pela EC 42/03 e aplicável aos tributos de um modo
geral, como princípio da anterioridade mínima, e a referência ao disposto no art. 195, § 6º,
da CF/88, aplicável apenas às contribuições para a seguridade social, como princípio da
anterioridade especial. Essa diferenciação não é comum, mas pode ocorrer! ☺

O grande detalhe é que, regra geral, o princípio da anterioridade nonagesimal deve ser aplicado juntamente
com o princípio da anterioridade anual. Isso mesmo! A partir da publicação da lei, devem ser observados
esses dois princípios, prevalecendo aquele que tiver o prazo mais longo. Vamos a um exemplo, para facilitar
nosso estudo!

Imagine aquela lei, do nosso exemplo anterior, majorando o tributo e sendo publicada em 20/02/X1. Esta lei
somente produzirá efeitos no primeiro dia do ano seguinte àquele em que foi publicada, do mesmo modo,
visto que o prazo de 90 dias a ser contado a partir da data da publicação da lei certamente faria com que a
norma produzisse efeitos ainda no ano X1. Porém, em observância ao princípio da anterioridade anual, a
produção de efeitos deve ser postergada para, no mínimo, até 01/01/X2.

Vamos repetir a ilustração:

Publicação da Lei
(20/02/X1) Produção de Efeitos (01/01/X2)

Ano X1 Ano X2
Caso, porém, tal lei fosse publicada no fim do ano X1, prevaleceria o princípio da anterioridade nonagesimal,
haja vista que, cumprido o prazo anual, não necessariamente já teria sido cumprido o prazo nonagesimal.
Isso ocorreria, por exemplo, se a lei fosse publicada em dezembro de X1. Entendido até aqui? ☺

Um detalhe a ser guardado é que, no entendimento do STF (RE 584.100), a simples prorrogação de alíquota
já aplicada anteriormente não está sujeita ao prazo nonagesimal, tendo em vista que não há nenhuma
surpresa para o contribuinte.

Vejamos, a partir de agora, os tributos que constituem exceções ao princípio da noventena.

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Fábio Dutra
Aula 01

Tributos que Constituem Exceções ao Princípio da Noventena

Com algumas diferenças e semelhanças em relação ao princípio da anterioridade, os tributos que constituem
exceções ao princípio ora estudado são os seguintes:

• Tributos Extrafiscais (IPI


II/IE/IOF
não é exceção)

● Impostos Extraordinários de Guerra


• Situações que demandam
● Empréstimos Compulsórios (somente para urgência
guerra e calamidade)

• Memorize: ocorre o oposto em


Imposto de Renda
relação ao IPI

● Base de Cálculo do IPTU ● • Características específicas


Base de Cálculo do IPVA (somente para base de cálculo)

Observe que, dos impostos extrafiscais, apenas o IPI está sujeito à noventena. Essa opção pode ter sido
feita, pois o IPI já é considerado por parte da doutrina como tributo com finalidade fiscal.

No que se refere ao IEG e aos empréstimos compulsórios, segue-se a mesma regra aplicável ao princípio
da anterioridade. Trata-se de tributos que se referem a situações de urgência.

No tocante ao Imposto de Renda, percebe-se que há sujeição apenas ao princípio da anterioridade, o que
torna a proteção ao contribuinte bastante insignificante, pois uma majoração no dia 31/12/13, por
exemplo, pode repercutir efeitos no dia 01/01/14.

Já as exceções referentes à fixação das bases de cálculo do IPVA e do IPTU foram estabelecidas para facilitar
que os entes competentes para instituir tais tributos possam promover alterações nos valores dos bens
imóveis e veículos sobre os quais tais impostos incidem. Se tivessem que aguardar 90 dias, não seria possível
fazer tais revisões com precisão.

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Aula 01

Por fim, eu gostaria de auxiliá-los a guardar tais minúcias deste ponto da matéria. Observem que o II, IE, IOF,
IEG e Empréstimos compulsórios decorrentes de guerra ou calamidade constituem exceções aos dois
princípios.

Além disso, todos os demais tributos que não constam nas exceções estudadas ficam sujeitos aos dois
princípios. Ou seja, a instituição de uma contribuição de melhoria, por exemplo, fica sujeita aos dois
princípios constitucionais tributários.

Portanto, se tal tributo for instituído em 2 janeiro, terá que aguardar até o próximo ano para produzir efeitos
(prevalece, neste caso, o princípio da anterioridade, tendo em vista que faltam mais do que 90 dias para o
próximo ano). Por outro lado, se a instituição ocorrer em 15 de novembro, há que se aguardar 90 dias, pois
este prazo superará o intervalo entre a data da publicação da lei e o primeiro dia do ano subsequente.
Compreendido?

Os Princípios da Anterioridade e Noventena e as Medidas Provisórias

Estudamos em aula anterior que as medidas provisórias são atos normativos com força de lei e, por isso
mesmo, podem instituir tributos, desde que observados os requisitos de urgência e relevância, expressos no
caput do art. 62, da CF/88.

O § 2° do referido dispositivo menciona que a medida provisória, que implique instituição ou majoração de
impostos, só produzirá efeitos no exercício seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia
daquele em que foi editada. Destaque-se que nem todos os impostos estão sujeitos a essa regra, pois o II,
IE, IPI, IOF e IEG constituem exceções estampadas na própria norma.

A regra só vale para a espécie IMPOSTO, estando excepcionados os seguintes impostos:


II, IE, IPI, IOF e IEG.

Temos que entender que o que foi dito acima é uma exigência restrita às medidas provisórias, como meio
de forçar a sua conversão em lei antes da produção de efeitos no ano seguinte.

Eu acredito que pode ter surgido alguma dúvida na sua cabeça. Portanto, vamos abordar o assunto devagar,
dando dicas que irão ajudá-lo a matar qualquer questão que venha a incidir sobre o assunto que, por sinal,
é bastante cobrado em provas de concurso público.

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Aula 01

Em primeiro lugar, fiquemos atentos, pois, a partir da EC 32/2001, as medidas provisórias passaram a ter
vigência de 60 dias prorrogáveis por igual período (mais 60 dias).

A regra geral que temos de observar são os princípios da anterioridade e noventena em se tratando de uma
norma que institua ou majore tributos, considerando as exceções. Isso é o que é aplicável, ainda que tais
tributos sejam instituídos ou majorados por MPs.

No entanto, quando se tratar de impostos, que não sejam aqueles excepcionados pelo próprio § 2º do art.
62 da CF (II, IE, IPI, IOF e IEG), há que se obedecer a regra segundo a qual só haverá produção de efeitos no
exercício financeiro seguinte, se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que a MP foi
editada.

Seguindo essa linha, a majoração do IPI não fica sujeita a essa regra, mas um aumento nas alíquotas do ITR
sujeita-se, além da anterioridade e noventena, também à regra do art. 62, § 2º.
==18e1e8==

Vejamos um caso hipotético do ICMS (comum, não específico sobre combustíveis), sujeito à regra do art. 62,
§ 2º, bem como aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal.

Digamos que uma MP estadual, majoradora da alíquota desse imposto, tenha sido publicada em meados de
novembro de 2014, sendo que a conversão desta MP em lei ocorreu apenas em janeiro de 2015. A partir de
quando essa majoração produziu efeitos?

Ora, como neste caso o ICMS está sujeito à anterioridade e à noventena, a regra seria a MP produzir efeitos
após 90 dias (já que também seria obedecido o princípio da anterioridade). Isso faria com que a MP
produzisse efeitos ainda em 2015.

Contudo, com a aplicação dessa regra que estamos estudando, somente haverá produção de efeitos a partir
do dia 1º de janeiro de 2016, pelo fato de a MP não ter sido convertida até o último dia em que foi editada
(31/12/2014).

Por fim, vale destacar o entendimento do STF no que se concerne ao termo inicial de contagem do prazo
nonagesimal, referente à majoração de contribuições sociais destinadas à seguridade social por meio de MP.
Pergunto: caso a MP venha a ser convertida em lei, tal prazo é contado da edição da MP ou da sua conversão
em lei?

Como tais contribuições somente se submetem ao princípio da anterioridade nonagesimal (ou anterioridade
especial, neste caso), após o término do prazo de 90 dias, a MP produziria efeitos por 30 dias. Se, dentro
desse período, a MP for convertida em lei sem alterações substanciais em tal conversão, a cobrança continua.
De outra forma, se houver alterações substanciais (conversão parcial da MP em lei) no texto originário da
MP, reinicia-se o prazo de contagem a partir da publicação da lei de conversão. Esse é o entendimento do
STF.

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Aula 01

Se a questão não fizer nenhuma ressalva quanto às alterações substanciais,


consideraremos que o prazo se conta a partir da publicação da medida provisória.

Há, ainda, a hipótese de a MP ser rejeitada no Congresso Nacional (CN) ou vir a perder sua eficácia por
decurso do prazo de 120 dias. Nestes casos, o tributo deixa de ser cobrado. Contudo, cabe ao Congresso
Nacional disciplinar as relações jurídicas que foram geradas nesses 30 dias de cobrança do tributo, por
meio de decreto legislativo. Vale dizer, o CN decidirá se haverá ou não a devolução dos valores pagos pelos
contribuintes.

Se o CN não deliberar sobre isso no prazo de 60 dias após a rejeição ou perda de eficácia, as relações jurídicas
(os valores pagos) são mantidas, valendo-se o que foi disposto na MP.

(SEFAZ-AM/2022) Na Constituição Federal de 1988, muitos princípios em matéria tributária garantem que
os contribuintes não serão surpreendidos pelo Fisco com novas cobranças e venham a ter problemas com
seu planejamento financeiro.
Assim, o princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena não se aplica
A) ao Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana, ao Imposto sobre a Renda e ao Imposto de
Importação.
B) ao Imposto de Propriedade Territorial Rural, ao Imposto sobre a Renda e ao Imposto de Exportação.
C) ao Imposto de Importação, ao Imposto sobre a Renda e ao Imposto de Exportação.
D) aos Impostos Extraordinários no caso de guerra externa, ao Imposto de Propriedade Territorial Rural e ao
Imposto de Importação.
E) ao Imposto sobre Produtos Industrializados, ao Imposto sobre a Renda e ao Imposto sobre Propriedade
Predial e Territorial Urbana.
Comentário: A Constituição Federal estabelece diversas limitações ao Poder de Tributar e, entre elas, está o
princípio da anterioridade previsto no art. 150, III, alíneas “b” e “c”, confira.
E seguindo, os demais §§ do art. 150, trazem as exceções a esses princípios.
Exceção (não se aplica) a anterioridade anual e nonagesimal: II, IE, IOF, IEG e EC.
Exceção (não se aplica) APENAS à anterioridade anual: CIDE combustível quando for caso de
reestabelecimento das alíquotas, ICMS combustível, IPI e Contribuições da Seguridade Social.

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Exceção (não se aplica) APENAS à anterioridade nonagesimal: Base de cálculo IPTU, base de cálculo IPVA e
IR.
Feita essa introdução vamos aos comentários das alternativas.
Alternativa A: Ao IPTU não se aplica a noventena apenas em relação a sua base de cálculo, então tenha
atenção quando a banca trouxer o termo geral.
Por força constitucional o princípio da anterioridade nonagesimal não se aplica ao Imposto de Renda e ao
Imposto de Importação. Alternativa errada.
Alternativa B: O ITR se submete tanto ao princípio da anterioridade anual quanto à nonagesimal. Alternativa
errada.
Alternativa C: O II, IR e IE realmente são exceções à noventena. Alternativa correta.
Alternativa D: Como visto na alternativa b, o ITR se submete à noventena. Alternativa errada.
Alternativa E: O IPI se submete à noventena, e o IPTU é exceção apenas na hipótese da base de cálculo.
Alternativa errada.
Gabarito: Letra C
(SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020) A majoração de qualquer tributo por medida provisória somente produzirá
efeitos no exercício financeiro seguinte se for convertida em lei até o último dia do exercício em que tiver
sido editada.
Comentário: A referida regra é aplicável apenas aos impostos, estando excepcionados os seguintes
impostos: II, IE, IPI, IOF, IEG.
Gabarito: Errada
(MPE-CE-Promotor de Justiça/2020) A fixação da base de cálculo do IPVA está sujeita à anterioridade anual,
mas não à anterioridade nonagesimal.
Comentário: Realmente, A fixação da base de cálculo especificamente do IPVA (e do IPTU) está sujeita à
anterioridade anual, mas não se sujeita ao prazo de 90 dias (noventena).
Gabarito: Correta
(ISS-Campinas-Auditor Fiscal/2019) O Município X, com o objetivo de reduzir o déficit do seu regime
previdenciário, resolve aumentar, mediante lei própria, a alíquota da contribuição previdenciária cobrada de
seus servidores de 11% para 14%, que se situa acima da alíquota cobrada pela União de seus próprios
servidores.
A esse respeito, é correto afirmar que
a) os Municípios não têm competência para a modificação da legislação previdenciária, que é de
competência da União Federal, motivo pelo qual deve ser suspensa a cobrança até que sobrevenha lei federal
com ela compatível.
b) as espécies tributárias previstas pela Constituição na competência dos Municípios são apenas os impostos,
as taxas e as contribuições de melhoria, motivo pelo qual deve ser considerada como inconstitucional a
modificação realizada por lei municipal.
c) a cobrança da alíquota majorada deverá aguardar necessariamente ao menos noventa dias após a entrada
em vigor da lei para ser cobrada em virtude da chamada anterioridade nonagesimal.

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Aula 01

d) o aumento da alíquota é inconstitucional, pois os Municípios não podem estabelecer alíquotas de


contribuição previdenciária dos servidores públicos acima do fixado pela União para seus próprios
servidores.
e) não se trata de contribuição de natureza tributária, motivo pelo qual não se aplicam as regras de direito
tributário aos créditos decorrentes da cobrança de contribuições para o regime próprio de previdência.
Comentário: Esta questão trata também do assunto competência tributária dos Municípios. Vamos lá!
Alternativa A: Em se tratando de suas próprias contribuições, não há qualquer vedação quanto á alteração
da legislação. Alternativa errada.
Alternativa B: Os Municípios podem instituir, além do que foi mencionado na alternativa, as contribuições
para o regime próprio de previdência bem como a contribuição de iluminação pública. Alternativa errada.
Alternativa C: Deve-se aguardar o prazo nonagesimal para sua cobrança, em razão do disposto no art. 195,
§ 6º, da CF/88. Alternativa correta.
Alternativa D: A única vedação existe é que os Municípios não podem estabelecer uma alíquota inferior
àquela cobrada pela União de seus próprios servidores. Ademais, deve-se aguardar o prazo nonagesimal para
sua cobrança. Alternativa errada.
Alternativa E: As contribuições para o regime próprio de previdência possuem natureza tributária, logo a
alternativa está errada.
Gabarito: Letra C
(Pref. Campinas-SP-Procurador/2016) O chefe do poder executivo, por meio de medida provisória aprovada
no Congresso Nacional, majorou a alíquota do imposto sobre a renda das pessoas físicas. A nova lei,
decorrente da medida provisória aprovada, produzirá efeitos
a) no exercício financeiro seguinte àquele em que a nova lei foi publicada, respeitando-se, também, o
princípio nonagesimal (noventena), por se tratar do imposto sobre a renda, o qual deve observar as duas
anterioridades constitucionais, ou seja, a anual e a noventena.
b) no exercício financeiro seguinte àquele em que a nova lei, decorrente da medida provisória aprovada, foi
publicada.
c) imediatamente, desde que seja promulgada e publicada de acordo com o processo legislativo previsto na
Constituição Federal.
d) após o prazo de noventa dias da data em que haja sido publicada a nova lei que majorou o imposto sobre
a renda.
e) no mesmo dia da publicação da lei, tendo em vista a exceção prevista na Constituição Federal, ao tratar
das regras sobre medida provisória.
Comentário: Como se trata de medida provisória majorando IR, devemos considerar, além do princípio da
anterioridade anual (O IR constitui exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal), a regra contida no
art. 62, § 2º, da CF/88, ou seja, a nova lei publicada fruto da conversão da medida provisória só produzirá
efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi
editada. Assim sendo, analisemos as alternativas da questão:
Alternativa A: Como o IR não se submete ao princípio da anterioridade nonagesimal, está assertiva já pode
ser descartada. Alternativa errada.

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Alternativa B: Esta assertiva está correta, já que, ao considerarmos que a lei produzirá efeitos no exercício
financeiro seguinte àquele em que a nova lei decorrente da medida provisória aprovada foi publicada, já se
considera a regra do art. 62, § 2º, da CF/88. Afinal, por exemplo, se a MP foi publicada em 2015 e convertida
em lei ainda em 2015, produzirá efeitos em 2016. Se, por outro lado, a medida provisória foi publicada no
fim do ano 2015, e só convertida em lei em 2016, a produção de efeitos será também no exercício financeiro
seguinte àquele em que a nova lei foi publicada, isto é, em 2017. Alternativa correta.
Alternativa C: Em razão da regra prevista no art. 62, § 2º, e considerando que o IR se submete ao princípio
da anterioridade anual, a referida lei não produzirá efeitos imediatamente. Alternativa errada.
Alternativa D: Como o IR não se submete ao princípio da anterioridade nonagesimal, está assertiva já pode
ser descartada. Alternativa errada.
Alternativa E: Na realidade, em razão da regra prevista no art. 62, § 2º, e considerando que o IR se submete
ao princípio da anterioridade anual, a referida lei não produzirá efeitos no dia de sua publicação. Alternativa
errada.
Gabarito: Letra B

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Aula 01

Princípio da Irretroatividade

Este princípio foi disposto no art. 150, III, “a”, o qual assevera que é vedado a todos os entes federativos
cobrar tributos “em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado”.

Não há exceções ao princípio da irretroatividade na CF/88. Contudo, o CTN previu


situações em que a norma pode retroagir, desde que seja expressamente interpretativa
ou, tratando de infração, que venha a beneficiar os infratores.

Veja que a proibição tem, por objetivo, evitar que uma lei seja instituída hoje e venha a instituir ou aumentar
tributos cujos fatos geradores ocorreram antes do início da vigência desta lei. Por exemplo, seria
inconstitucional se uma lei fosse editada hoje, afirmando que o IPTU seria majorado e que todos aqueles que
possuíssem imóveis urbanos a partir de 2012 sofreriam tal ônus.

Além disso, perceba a diferença entre esse princípio e os princípios da anterioridade anual e nonagesimal.
Nesses, o marco temporal utilizado para vedar a cobrança de tributos é a publicação da lei; naquele, trata-
se da vigência da lei.

Repare, então, que o objetivo do princípio da irretroatividade está diretamente interligado à segurança
jurídica, pois o objetivo é proteger as relações constituídas de novos efeitos tributários. Ou seja, quando se
praticou o fato gerador (uma importação, por exemplo), o contribuinte havia levado em consideração a
legislação em vigor naquela data.

Observação: Segurança jurídica, em termos simples, significa certeza do direito, ou seja, ao


praticar um ato, o contribuinte deve ter a garantia dos efeitos dele decorrentes.

Levando em consideração que, somente podem ser cobrados tributos cujos fatos geradores tenham ocorrido
após a vigência da lei que os instituiu ou majorou, o CTN assim dispôs:

“Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos
pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja
completa nos termos do artigo 116.”

Observação: Não se preocupe com os detalhes deste dispositivo, por enquanto.


Estudaremos isso em momento oportuno.

Por ora, precisamos entender um pouco sobre temas abordados nas próximas aulas. Quando uma lei institui
um tributo, prevê-se na norma um fato que, ocorrido, faz surgir o vínculo entre o contribuinte e o fisco. A

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Aula 01

essa previsão na norma denominamos hipótese de incidência. Ao fato ocorrido no mundo real, chamamos
de fato gerador. Por fim, denomina-se obrigação tributária a relação jurídica constituída entre o fisco e o
contribuinte, quando da ocorrência do fato gerador.

Para a doutrina, a hipótese de incidência (previsão do fato gerador na lei) é estruturada em 5 aspectos:
material, temporal, espacial, pessoal e quantitativo.

O aspecto material se refere ao fato descrito na norma como ensejador do surgimento da obrigação
tributária. Por exemplo, o fato de auferir rendas faz com que a pessoa se sujeite à tributação pelo Imposto
de Renda. Já o aspecto temporal da hipótese de incidência diz respeito ao momento em que a lei considerar
consumado o fato gerador da obrigação tributária. Por exemplo, o Imposto de Renda Pessoa Física tem o seu
fato gerador ocorrido em 31 de dezembro de cada ano, muito embora decorra de vários fatos isolados ao
longo do ano-calendário.

Com base no exposto, vamos analisar a aplicação da irretroatividade a dois tributos que possuem
jurisprudência importante para provas de concurso. Trata-se da CSLL e do IR.

A CSLL é uma contribuição para a seguridade social, estando sujeita apenas ao princípio da noventena (art.
195, § 6°, da CF/88). Além disso, considera-se que o fato gerador deste tributo ocorre no dia 31 de dezembro,
embora ele decorra de vários eventos surgidos durante todo o ano.

Surge, portanto, a seguinte dúvida: se uma lei editada no dia 2 de outubro majorar o tributo, em 31 de
dezembro (após 90 dias), ela produzirá efeitos sobre o fato gerador? Para o STF (AI-AgR-ED 333.209/PR), a
resposta é positiva.

Ainda que nos pareça injusto, pois o contribuinte havia planejado certa carga de tributação sobre seus lucros,
quando uma alteração no final do ano repercutiu sobre todas as suas atividades durante todo o exercício
financeiro. Devemos considerar o posicionamento do STF acerca do tema.

Ainda nesse contexto, há que se observar que o STF tem como referência, para análise da irretroatividade,
o aspecto temporal da hipótese de incidência. Ou seja, para a Corte, o que importa é o momento definido
na lei como ocorrido o fato gerador do tributo. Registre-se, contudo, que há indícios de que a Suprema Corte
(RE 587.008) esteja alterando o seu posicionamento, adotando como referência o aspecto material da
hipótese de incidência, conforme se vê na ementa desse Recurso Extraordinário:

“É o aspecto material – e não o aspecto temporal da norma – que deve ser considerado para fins
de resguardo da irretroatividade e da anterioridade da lei tributária (...). Havendo afirmação
constitucional expressa da irretroatividade da lei ao fato gerador, bem como da anterioridade da
lei tributária, e considerando-se que tais garantias constituem desdobramentos inequívocos do
princípio da segurança jurídica, pode-se concluir que não tem lugar, no direito tributário
brasileiro, a chamada retroatividade imprópria.”

(STF, RE 587.008; Voto da Min. Ellen Gracie, Relator: Dias Toffoli, J. 02/02/2011, DJ 05/05/2011)

No que se refere ao IR, a problemática é ainda maior. Como sabemos, o Imposto de Renda está sujeito
unicamente ao princípio da anterioridade. Portanto, uma lei que majore este tributo começa a produzir
efeitos no primeiro dia do exercício seguinte ao que foi editada.

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Imposto de Renda

Irretroatividade → SIM

Anterioridade Anual → SIM

Anterioridade Nonagesimal → NÃO

==18e1e8==

Agora que você já sabe distinguir os princípios, e sabe também os que se aplicam e os que não se aplicam ao
IR, vamos entender como funciona o fato gerador desse imposto.

O fato gerador do IR é denominado periódico, tendo em vista que se prolonga durante um período
estabelecido em lei, sendo considerado ocorrido no final deste período. Ademais, diferentemente do que
ocorre com o IPVA ou IPTU, o fato gerador do IR é composto de diversos eventos ocorridos dentro do período
citado, fazendo com que seja chamado de fato gerador período composto (ou complexivo).

Observação: O IPTU e o IPVA possuem fatos geradores periódicos simples, pois são
constituídos de um único evento no período, qual seja a propriedade de veículo automotor
ou de imóvel urbano.

Assim, por exemplo, no regime de tributação anual do IRPF, o imposto é apurado com base nos rendimentos
recebidos pelo contribuinte no decorrer do exercício financeiro. O fato gerador considera-se ocorrido no dia
31 de dezembro, embora seja constituído do conjunto de fatos isolados durante o ano. No ano seguinte, o
contribuinte tem um prazo para entregar a declaração à Receita Federal, demonstrando a apuração do IRPF
anual e o pagamento, se houver, do imposto.

Vamos ilustrar para facilitar:

Fato Gerador

Entrega da
Salário Salário Salário Salário Salário Salário Declaração

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Ano 2020 Ano 2021


31/12/20

Você já deve estar se perguntando onde os princípios estudados neste tópico entram em toda essa
explicação. Ora, foi necessário te fornecer toda essa explicação, para que você seja capaz de responder a
seguinte pergunta: caso uma lei que majore o IR seja publicada no meio do ano de 2020, essa lei produziria
efeitos sobre todo o IR apurado em 2020?

Não poderia, pois se assim o fosse, a lei acabaria produzindo efeitos sobre rendimentos anteriores ao início
da sua vigência (afinal, há rendimentos auferidos desde o início do ano 2020). Isso, por si só, já violaria o
princípio da irretroatividade. Ademais, essa aplicação também violaria o princípio da anterioridade anual,
pois a lei produziria efeitos sobre o fato gerador ocorrido no mesmo exercício de sua publicação, isto é,
dentro do próprio ano 2020.

Estamos explicando com detalhes essa situação, pois havia uma súmula do STF (Súmula 584), que previa que
a lei vigente no ano da declaração do imposto de renda (2021), poderia se aplicada aos rendimentos do ano-
base (2020). A Súmula era bastante antiga (de 1976) e não guardava mais contabilidade com a sistemática
de apresentação de declaração de imposto de renda atual, que sempre se refere ao ano anterior, e por isso,
violaria o princípio da anterioridade anual e também da irretroatividade.

Atualmente, você pode considerar incorreta a questão que afirma a redação da Súmula
584, que foi cancelada:

Súmula STF 584 – Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos do ano base aplica-
se a lei vigente no exercício financeiro em que deve ser apresentada a declaração.

(SEFIN-RO-Auditor Fiscal/2018) A Lei Z, do estado Delta, publicada no dia 31 de dezembro de 2016, alterou,
em seu Art. 1º, a data de recolhimento do imposto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens
e direitos, e, em seu Art. 2º, aumentou a respectiva alíquota. O Art. 3º, por sua vez, dispôs que a Lei Z entraria
em vigor no dia 1º de janeiro de 2017.
À luz da sistemática constitucional afeta ao sistema tributário nacional, o Art. 3º da Lei Z
a) é totalmente inconstitucional, sob o prisma material.
b) é totalmente constitucional, sob os prismas formal e material.
c) é parcialmente inconstitucional, sob o prisma material, em relação à entrada em vigor do Art. 1º.

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d) é parcialmente inconstitucional, sob o prisma material, em relação à entrada em vigor do Art. 2º.
e) é totalmente constitucional, apenas sob o prisma material.
Comentário: A inconstitucionalidade do art. 3º, da Lei Z, diz respeito ao art. 2º, que aumentou a alíquota do
ITCD, não respeitando o princípio da anterioridade nonagesimal. Quanto ao art. 1º, não há qualquer ressalva,
tendo em vista que a alteração na data de recolhimento do imposto não configura sua majoração, razão pela
qual o STF já decidiu ser inaplicável o princípio da anterioridade.
Gabarito: Letra D
(SEFAZ-MA-Auditor Fiscal/2016) De acordo com a Constituição Federal, as limitações ao poder de tributar,
descritas nos princípios da anterioridade, da irretroatividade, da anterioridade nonagesimal (noventena) e
da legalidade aplicam-se à instituição de empréstimos compulsórios com a finalidade de
a) realizar investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
b) atender a despesas extraordinárias, decorrentes de guerra externa.
c) atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública iminente.
d) realizar parceria público privada de caráter urgente e de relevante interesse regional.
e) atender a despesas extraordinárias, decorrentes de iminência de guerra externa.
Comentário: Os princípios da legalidade tributária e irretroatividade aplicam-se a todo e qualquer tributo.
Contudo, em relação aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal, há diversas exceções.
Em relação aos empréstimos compulsórios, tais princípios aplicam-se no caso de instituição em razão de
investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, e são excepcionados no caso de
empréstimos compulsórios instituídos para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade
pública, de guerra externa ou sua iminência.
Gabarito: Letra A
(SEFAZ-MA-Auditor Fiscal/2016) A Constituição Federal, em seu art. 150, trata das limitações do poder de
tributar, consagrando, nesse artigo, vários princípios relacionados com essas limitações. De acordo com o
texto constitucional, estão EXCLUÍDOS do princípio da
(A) anterioridade, o IR, o ITR, o ITCMD e o ITBI.
(B) legalidade, o IPI, o IOF e o aumento da base de cálculo do ICMS e do ISS.
(C) anterioridade nonagesimal (noventena), o II, o IE, o IR e o IOF.
(D) legalidade, o aumento da base de cálculo do IR, o aumento da alíquota do IPVA e do IPTU.
(E) irretroatividade, o IR, o IOF, o IPVA e o IPTU.
Comentário:
Alternativa A: Todos os impostos citados estão submetidos ao princípio da anterioridade. Alternativa errada.
Alternativa B: Em relação ao princípio da legalidade, o IPI e o IOF constituem exceções, relativamente à
alteração de suas alíquotas. Contudo, quando ao aumento da base de cálculo do ICMS e do ISS, não há
exceção ao princípio da legalidade. Alternativa errada.
Alternativa C: Todos os impostos citados constituem exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal.
Alternativa correta.

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Aula 01

Alternativa D: O aumento da base de cálculo do IR não constitui exceção ao princípio da legalidade, assim
como o aumento da alíquota do IPVA e do IPTU. Alternativa errada.
Alternativa E: Nenhum desses impostos constitui exceção ao princípio da irretroatividade. Alternativa
errada.
Gabarito: Letra C
(SEFIN-RO-Auditor Fiscal/2018) A Lei Z, do estado Delta, publicada no dia 31 de dezembro de 2016, alterou,
em seu Art. 1º, a data de recolhimento do imposto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens
e direitos, e, em seu Art. 2º, aumentou a respectiva alíquota. O Art. 3º, por sua vez, dispôs que a Lei Z entraria
em vigor no dia 1º de janeiro de 2017.
À luz da sistemática constitucional afeta ao sistema tributário nacional, o Art. 3º da Lei Z
a) é totalmente inconstitucional, sob o prisma material.
b) é totalmente constitucional, sob os prismas formal e material.
c) é parcialmente inconstitucional, sob o prisma material, em relação à entrada em vigor do Art. 1º.
d) é parcialmente inconstitucional, sob o prisma material, em relação à entrada em vigor do Art. 2º.
e) é totalmente constitucional, apenas sob o prisma material.
Comentário: A inconstitucionalidade do art. 3º, da Lei Z, diz respeito ao art. 2º, que aumentou a alíquota do
ITCD, não respeitando o princípio da anterioridade nonagesimal. Quanto ao art. 1º, não há qualquer ressalva,
tendo em vista que a alteração na data de recolhimento do imposto não configura sua majoração, razão pela
qual o STF já decidiu ser inaplicável o princípio da anterioridade.
Gabarito: Letra D

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Aula 01

Princípio da Liberdade de Tráfego

De acordo com o texto constitucional (art. 150, V), temos que é vedado aos entes federados “estabelecer
limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada
a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público”.

Amigo, perceba que o que se quis proteger com esse dispositivo foi a liberdade de tráfego das pessoas e
seus bens dentro do território nacional, direito individual expressamente previsto no art. 5°, XV, da própria
CF.

Sobre o tema, é relevante citarmos a decisão unânime do STF, no sentido de que o pedágio cobrado pela
utilização das vias conservadas pelo Poder Público não possui natureza tributária:

Ementa: TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. PEDÁGIO. NATUREZA JURÍDICA DE PREÇO PÚBLICO.


==18e1e8==

DECRETO 34.417/92, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. CONSTITUCIONALIDADE. 1. O pedágio


cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja cobrança está
autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza
jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição, consequentemente,
sujeita ao princípio da legalidade estrita. 2. Ação direta de inconstitucionalidade julgada
improcedente.

(STF, Plenário, ADI 800/RS, Rel. Min. Teori Zavascki, Julgamento em 11/06/2014)

Podemos acrescentar outra exceção, que, embora não prevista no dispositivo em análise, encontra-se no
corpo da Magna Carta: a incidência de ICMS sobre operações de circulação de bens e sobre a prestação de
determinados serviços.

Perceba que o ICMS incide sobre a circulação de bens bem como a prestação de serviços com destino a outro
Estado. Portanto, na prática, acaba se tornando outra limitação ao tráfego de bens. Entretanto, como há
previsão na própria CF/88, é constitucional!

(ISS-Campinas-Auditor Fiscal/2019) Corresponde à previsão constitucional do princípio da irretroatividade


em matéria tributária a vedação a
a) cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou.
b) tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente.
c) utilização de tributo com efeito de confisco.
d) cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado.

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Aula 01

e) estabelecimento de limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou


intermunicipais.
Comentário: O princípio da irretroatividade da lei tributária, previsto no art. 150, III, “a”, da CF/88, veda a
cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado.
Gabarito: Letra D
(Pref. Campinas-SP-Procurador/2016) Acerca dos princípios consagrados pela Constituição Federal, é
correto afirmar: Somente a União poderá instituir tributo para estabelecer limitações ao tráfego de pessoas
ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, sem qualquer ressalva.
Comentário: Na verdade, de acordo com o art. 150, V, da CF/88, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos
interestaduais ou intermunicipais. Assim, a União não pode instituir tributo para estabelecer limitações ao
tráfego de pessoas ou bens.
Gabarito: Errada
(MPOG-APO/2015) Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que o princípio
constitucional tributário da liberdade de tráfego de pessoas ou bens apenas obsta a cobrança de pedágio
pela utilização de vias conservadas por empresas privadas concessionárias de serviço público outorgado pelo
Distrito Federal.
Comentário: De acordo com o art. 150, V, da CF/88, é vedado aos entes federados estabelecer limitações ao
tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança
de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. Ou seja, não há óbice à cobrança de
pedágio.
Gabarito: Errada

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Outros Princípios Constitucionais Tributários

Os princípios que vamos estudar neste tópico não são aplicáveis a todos os entes federativos. Alguns são
aplicáveis exclusivamente à União; outros têm sua aplicação destinada unicamente aos Estados, Distrito
Federal e Municípios. Portanto, antes de partirmos para o estudo de cada um deles, vamos dividi-los
conforme os entes a que se destinam:

Princípio da Uniformidade
Geográfica da Tributação

Aplicáveis Exclusivamente Princípio da Uniformidade da


à União Tributação da Renda

Princípio da Vedação às
Isenções Heterônomas

Princípio da não discriminação


Aplicável aos Estados, DF e
baseada na procedência ou
Municípios destino

Destaque-se que os princípios aplicáveis à União se traduzem em garantias da Federação, sendo protegidos,
portanto, por cláusulas pétreas (art. 60, § 4°, I, da CF/88).

Além dos referidos princípios, estudaremos também, ao final, o princípio da transparência tributária.

Princípio da Uniformidade Geográfica da Tributação

O texto constitucional veda, no seu art. 151, I, que a União institua tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional ou que venha implicar em distinção em relação a outro ente federativo, em detrimento
dos demais.

Contudo, é permitida a concessão de incentivos fiscais para promover o desenvolvimento socioeconômico


de determinadas regiões do país.

Ressalte-se que tal princípio encontra respaldo no art. 3° da CF/88, segundo o qual é objetivo da República
Federativa do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Então, entenda que, se a União majorar as alíquotas de tributos federais, tal aumento deverá ser uniforme
em todo o território nacional.

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“Mas, professor, e a exceção?”

A única exceção é a que vimos, permitindo-se a concessão de incentivos fiscais para que se promova o
desenvolvimento de determinadas regiões do país.

Observe que não é qualquer incentivo fiscal que justifica a tributação diferenciada. Deve
haver um elemento finalístico que justifique tal distinção!

Há que se destacar, ainda, o posicionamento do STF (RE 344.331/PR) acerca da abrangência dos incentivos
fiscais àqueles que não foram objeto da benesse. De acordo com a Corte, não cabe ao Judiciário substituir
o legislador, estendendo a isenção (incentivo fiscal) a contribuintes que não foram contemplados pela lei,
a título de isonomia.

Princípio da Uniformidade da Tributação da Renda

De acordo com o art. 151, II, é vedado à União

“tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos,
em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes”.

Ao analisar a própria nomenclatura conferida pela doutrina a esse princípio, percebemos que o que se busca
é a tributação uniforme da renda, sem privilegiar o seu ente instituidor – que é a União.

Perceba que o dispositivo menciona que tanto o rendimento decorrente dos investimentos em títulos
públicos estaduais, distritais e municipais como a remuneração dos servidores de tais entes não podem ser
tributados em níveis superiores ao que foi fixado para a própria União.

O princípio é de fácil entendimento, pois, partindo-se para uma análise lógica, caso a União tribute os
rendimentos gerados pelos seus títulos públicos de forma menos onerosa do que os títulos dos demais entes,
certamente haveria uma forte tendência de que os investidores demonstrassem grande interesse pelos
títulos federais em detrimento dos demais.

De maneira análoga, se a remuneração dos servidores federais sofresse menor carga tributária do que os
servidores pertencentes às carreiras dos demais entes federativos, seria natural que houvesse migração para
os cargos públicos federais.

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Aula 01

Ante o exposto, creio que entender a essência do princípio da uniformidade da tributação da renda não foi
nem um pouco difícil. O segredo é sempre tentar analisar a situação com base na lógica, e não simplesmente
decorar os dispositivos constitucionais.

Princípio da Vedação às Isenções Heterônomas

Primeiramente, precisamos entender que as isenções são concedidas pelos entes políticos. Ou seja, o ente
é capaz de tributar, mas opta por conceder esse benefício fiscal, que deve ser criado exclusivamente por lei.

Quando um ente federado competente para instituir determinado tributo concede isenção
sobre tal exação, este benefício é denominado isenção autônoma.

Tendo em vista a autonomia de todos os entes federados, é certo que cabe a cada um deles decidir a forma
e o momento em que concederão isenções fiscais, correto?

Com base nessas explicações, vejamos o que foi consignado no art. 151, III, da CF/88:

Art. 151. É vedado à União:

III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.

Esse dispositivo consagra o Princípio da Vedação às Isenções Heterônomas. O que se veda, com o princípio
em análise, é que um ente político conceda isenção sobre tributo instituído por outro. Tal benefício é
chamado de isenção heterônoma. Assim sendo, não obstante tenha sido vedado apenas à União, a lógica
jurídica deve prevalecer, isto é, também é vedado aos Estados instituir isenções de tributos municipais.

Tal regra, ao que parece, busca evidenciar algo que já se encontrava implícito na rígida repartição de
competência tributária na Constituição Federal de 1988. Ora, o ente competente para isentar, renunciando
receitas, deve ser o que é competente para tributar, forte no argumento de resguardar o pacto federativo.

Contudo, temos que saber também que este princípio comporta algumas exceções. Ou seja, se a questão
disser que a isenção heterônoma é proibida, podemos dizer que está correta, pois esta é a regra geral.
Contudo, se a banca disser que a isenção heterônoma não possui exceção, podemos considerá-la incorreta.
Ok?

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A vedação à isenção heterônoma é novidade na CF/88. Na CF de 1967, era possível, em


certas ocasiões, à União conceder isenção de impostos estaduais e municipais.

A primeira exceção diz respeito à incidência do ICMS sobre exportações, e está prevista no art. 155, § 2°, XII,
e, da CF/88. Esse dispositivo permite que uma lei complementar federal exclua da incidência do ICMS
(imposto estadual) as operações com mercadorias e prestação de serviços, destinados ao exterior.

Cabe observar, no entanto, que esta previsão de isenção heterônoma deixou de ter utilidade após a EC
42/2003, pois tal emenda criou a imunidade do ICMS decorrente de operações que destinem quaisquer
mercadorias para o exterior e sobre os serviços prestados a destinatários no exterior. Aprenderemos,
com detalhes, a diferença entre as isenções e as imunidades em momento oportuno.

A segunda exceção se refere à possibilidade de a União conceder, mediante lei complementar, isenção
heterônoma sobre o ISS (tributo de competência dos municípios) nas exportações de serviços para o exterior.
Tal permissão está prevista no art, 156, § 3°, II, da CF/88.

Não podemos deixar de comentar ainda sobre a possibilidade de tratado internacional conceder isenção
sobre tributos estaduais e municipais. Em princípio, não seria possível tal hipótese, tendo em vista que não
há nada expresso sobre o tema na Constituição de 1988. Além disso, pelo fato de o tratado internacional ser
produzido por órgãos pertencentes à União (Presidente da República e Congresso Nacional), haveria a
proteção do princípio que estamos estudando neste tópico.

Contudo, há que se observar que, de acordo com o STF (RE 229.096), o Presidente da República, ao celebrar
tratados internacionais, não estaria agindo em nome da União, mas, sim, em nome da República Federativa
do Brasil, atuando como Chefe de Estado, e não Chefe de Governo. Pela relevância do assunto, transcreve-
se a ementa do referido julgado:

EMENTA: “(...) 1. A isenção de tributos estaduais prevista no Acordo Geral de Tarifas e Comércio
para as mercadorias importadas dos países signatários quando o similar nacional tiver o mesmo
benefício foi recepcionada pela Constituição da República de 1988. 2. O artigo 98 do Código
Tributário Nacional "possui caráter nacional, com eficácia para a União, os Estados e os
Municípios" (voto do eminente Ministro Ilmar Galvão). 3. No direito internacional apenas a
República Federativa do Brasil tem competência para firmar tratados (art. 52, § 2º, da
Constituição da República), dela não dispondo a União, os Estados-membros ou os Municípios. O
Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de Governo, mas como Chefe de
Estado, o que descaracteriza a existência de uma isenção heterônoma, vedada pelo art. 151,
inc. III, da Constituição. 4. Recurso extraordinário conhecido e provido.”

(STF, Pleno, RE 229.096/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia, Julgado em 16/08/2007)

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Aula 01

Que tal entendermos a que se refere a decisão do STF?

Em termos práticos, no Acordo Geral Sobre Tarifas e Comércio (GATT), tratado


internacional do qual o Brasil é signatário, há um princípio denominado “Princípio do
Tratamento Nacional”, segundo o qual os produtos importados não devem ser mais
onerados que os produtos nacionais. Neste contexto, se as isenções forem inicialmente
concedidas aos produtos nacionais, seus similares importados também receberão os
privilégios decorrentes do benefício, em virtude do princípio que consta no GATT.

Veja que na ementa do julgado ficou expresso o entendimento da Suprema Corte, no sentido de que a
isenção relativa a tributos estaduais e municipais concedida por tratado internacional não configura uma
isenção heterônoma.

Seguindo essa linha de entendimento, Sacha Calmon1 diferencia a isenção heterônoma (concedida por lei)
da isenção convencional (derivada de tratado internacional). Destacamos, entretanto, que há outros autores
que defendem haver uma terceira exceção ao princípio da vedação às isenções heterônomas, que seria a
situação exposta acima.

Exceções ao Princípio da Vedação às Isenções


Heterônomas

Não Caracteriza
Previstos na CF/88 Isenção Heterônoma

ISS sobre ICMS sobre Tratados


exportações exportações Internacionais

Princípio da Não Discriminação Baseada em Procedência ou Destino

Você se lembra que eu fiz um esquema, mencionando que este princípio é aplicável exclusivamente aos
Estados, DF e Municípios? Pois bem, o art. 152 tem o intuito de proibir que tais entes federados criem

1
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 14ª Edição. 2015. Pág. 557.

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diferenças tributárias em razão da procedência ou destino dos bens e serviços. Esse princípio é ratificado
pelo Princípio do Tratamento Nacional, previsto no GATT.

Não confunda a aplicação deste raciocínio com o que foi visto no tópico anterior. Lá, mencionamos que os
tratados internacionais podem conceder isenções heterônomas. Aqui, estamos estudando que os entes
federados (a União não está entre eles) devem tratar igualmente o produto importado e o produto nacional,
com base no GATT e no art. 152, pois diferenciar bem nacional de importado é uma distinção com base em
procedência.

Cumpre-nos ressaltar que tal princípio não é aplicável apenas em relação a bens trazidos do exterior, mas
também aos que circulam entre diferentes estados ou municípios brasileiros.

Na esteira desse entendimento, cabe dizer que à União é permitido criar distinções entre as regiões do país,
pois o art. 151, I, permite a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento socioeconômico.

Princípio da Transparência Tributária

De acordo com o art. 150, § 5º, da CF/88, “a lei determinará medidas para que os consumidores sejam
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços”. Tal disposição prevê o
princípio da transparência tributária.

O objetivo precípuo desse postulado é promover transparência ao contribuinte quanto à carga tributária
resultante da incidência de impostos a que está submetido, quando do consumo de mercadorias e serviços.
Trata-se, portanto, de uma norma direcionada ao legislador ordinário.

Atualmente, temos a Lei Federal 12.741/2012, que dispõe basicamente sobre medidas de esclarecimento ao
consumidor, em cumprimento ao disposto na CF/88 e no Código de Defesa do Consumidor.

É interessante observamos a redação do art. 1º desta norma para compreendermos melhor qual seria
exatamente a medida para esclarecer os contribuintes sobre a incidência dos impostos:

Art. 1º Emitidos por ocasião da venda ao consumidor de mercadorias e serviços, em todo


território nacional, deverá constar, dos documentos fiscais ou equivalentes, a informação
do valor aproximado correspondente à totalidade dos tributos federais, estaduais e
municipais, cuja incidência influi na formação dos respectivos preços de venda.

Talvez agora você já seja capaz de se lembrar daquele campo no cupom fiscal destinado ao esclarecimento
do montante de tributos incidentes sobre aquela operação. Cabe ressaltarmos que, não obstante o
dispositivo constitucional exigir apenas o esclarecimento quanto aos impostos incidentes sobre
mercadorias e serviços, o legislador ordinário foi além, definindo que deverá constar a informação do valor
aproximado correspondente à totalidade dos tributos federais, estaduais e municipais, cuja incidência influi
na formação dos respectivos preços de venda.

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Princípio da Segurança Jurídica

De acordo com Paulo de Barros Carvalho2, o princípio da segurança jurídica é decorrência de fatores
sistêmicos que utilizam o a certeza do direito de modo racional e objetivo, com o objetivo de propagar o
sentimento de previsibilidade quanto aos efeitos jurídicos da regulação da conduta.

Encontrando previsão expressa no preâmbulo da CF/88, o princípio da segurança jurídica permite que as
pessoas saibam a consequência jurídica dos atos por ela praticados. Por exemplo, quando determinado
contribuinte vende sua casa, sabe exatamente qual será a alíquota do imposto de renda aplicável pelo ganho
de capital apurado pela diferença positiva entre o valor do imóvel por ele adquirido e o valor que conseguiu
obter com a venda desse bem imóvel.

Leandro Paulsen3, em sua precisa análise, discrimina os conteúdos do princípio da segurança jurídica:

1 – certeza do direito (legalidade, irretroatividade, anterioridade) → A compreensão desses


princípios constitucionais como realizadoras da certeza do direito no que diz respeito à instituição
e à majoração de tributos permite que se perceba mais adequadamente o alcance de cada um e
o acréscimo de proteção que representam relativamente às garantias gerais da legalidade
relativa (art. 5º, II, da CF), do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (art. 5º,
XXXVIII, da CF).

2 – intangibilidade das posições jurídicas (proteção ao direito adquirido e ao ato jurídico perfeito)
→ pode ser vislumbrado, por exemplo, no que diz respeito à consideração da formalização de um
parcelamento de dívida tributária como ato jurídico perfeito, a vincular o contribuinte e o ente
tributante, gerando todos os efeitos previstos nas normas gerais de Direito Tributário, como a
suspensão da exigibilidade do crédito tributário (art. 151, VI, do CTN) e o consequente direito a
certidões negativas de débito (art. 206 do CTN).

3 – estabilidade das situações jurídicas (decadência, prescrição extintiva e aquisitiva) →


evidencia-se nos arts. 150, § 4º, 173 e 174 do CTN, que estabelecem prazos decadenciais (para a
constituição de créditos tributários) e prescricionais (para a cobrança judicial desses créditos
tributários).

4 – confiança no tráfego jurídico (cláusula geral da boa-fé, teoria da aparência, princípio da


confiança) → este conteúdo fundamenta, por exemplo, o art. 100 do CTN, que estabelece que a
observância das normas complementares das leis e dos decretos (atos normativos, decisões
administrativas com eficácia normativa, práticas reiteradamente observadas pelas autoridades
administrativas e convênios entre os entes políticos) exclui a imposição de penalidades e a
cobrança de juros de mora e inclusive a atualização do valor monetária da base de cálculo do
tributo.

5 – devido processo legal (direito à ampla defesa inclusive no processo administrativo, direito de
acesso ao Judiciário e garantias específicas como o mandado de segurança) → nota-se na ampla

2
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 25ª Edição. 2013. Pág. 160.
3
PAULSEN, Leandro. Direito Tributário. 3ª Edição. 2010. Pág. 105.

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gama de instrumentos processuais colocados à disposição do contribuinte para o questionamento


de créditos tributários, tanto na esfera administrativa como na esfera judicial.

(SEFAZ-ES/2021) No Estado X, foi decretado pelo Governador o estado de calamidade pública referente às
áreas fortemente afetadas por chuvas torrenciais. O Governador, por Medida Provisória (MP) estadual,
também concedeu isenção de IPTU referente às áreas afetadas.
Diante desse cenário, assinale a afirmativa correta.
A) Tal isenção é heterônoma, sendo vedada pela Constituição.
==18e1e8==

B) Tal isenção não poderia ser concedida por medida provisória.


C) Tal isenção poderia ser concedida por decreto dos prefeitos dos municípios afetados, mas não por ato do
Governador.
D) Para que a isenção concedida por MP estadual tivesse validade seria necessário o prévio reconhecimento
da calamidade pública pela Assembleia Legislativa.
E) Para que a isenção concedida por MP estadual tivesse validade seria necessário o prévio reconhecimento
da calamidade pública pelas Câmaras de Vereadores dos municípios afetados.
Comentário: A isenção heterônoma é quando um ente federativo concede isenção em relação a um tributo
que não possui competência para institui-lo. Exemplo, o Estado X conceder isenção sobre IPTU. E esse
instituto, em regra, é vedado pela Constituição Federal (CF), salvo a União na concessão, por meio lei
complementar federal, acerca do ICMS-exportação, ISSQN-exportação e em tratados internacionais.
Alternativa A: Confira a previsão constitucional.
Art. 151. É vedado à União:
(...)
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
Por conseguinte, o Estado X concedeu uma isenção heterônoma, ademais, uma isenção só pode ser
concedida por lei, e como uma MP tem força de lei não houve problema aqui. Alternativa correta.
Alternativa B: Conforme art. 150, § 6º da CF, qualquer isenção só poderá ser concedida mediante lei
específica, contudo uma MP tem força de lei, então um Estado pode conceder uma isenção, desde que não
seja heterônoma, pode ser por meio de MP. Alternativa errada.
Alternativa C: Um decreto municipal não possui força de lei, portanto não é o instituto adequado para
concessão de isenção, que em regra deve ser mediante lei específica. Alternativa errada.
Alternativa D: Não há essa previsão legal de que a calamidade pública deve ser reconhecida previamente
pela Assembleia Legislativa. Alternativa errada.
Alternativa E: Conforme explicação o item anterior. Alternativa errada.
Gabarito: Letra A

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(TCE-RO-Procurador/2019) A respeito dos princípios tributários, assinale a opção correta.


a) De acordo com o princípio da legalidade tributária, em sua vertente reserva legal, o imposto sobre grandes
fortunas (IGF), os empréstimos compulsórios e os impostos e contribuições residuais devem ser instituídos
por lei complementar.
b) A instituição de imposto que incidirá sobre o transporte interestadual viola o princípio da liberdade de
tráfego.
c) Conforme o princípio da retroatividade in bonam partem, por meio de ato infralegal é possível reduzir
tributo ou penalidade.
d) Em atenção ao princípio da progressividade tributária, é constitucional lei que estabelece alíquotas
progressivas para o imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI) com base no valor venal do imóvel.
e) O princípio da anterioridade tributária aplica-se à revogação de tributos ou diminuição de alíquotas.
Comentário:
Alternativa A: Como regra, os tributos são instituídos por meio de lei ordinária. Porém, alguns casos foram
reservados expressamente à lei complementar. São eles: o imposto sobre grandes fortunas (IGF), os
empréstimos compulsórios e os impostos e contribuições residuais. Alternativa correta.
Alternativa B: O ICMS está previsto no texto constitucional assim como o princípio da liberdade de tráfego.
Logo, o ICMS não pode ser considerado como violador do referido princípio. Alternativa errada.
Alternativa C: A instituição de tributos, assim como a sua extinção, e também a imposição e redução de
penalidades dependem de lei.
Alternativa D: De acordo com a Súmula 656 do STF, é inconstitucional lei que estabelece alíquotas
progressivas para o imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI) com base no valor venal do imóvel.
Alternativa errada.
Alternativa E: O princípio da anterioridade tributária não se aplica à revogação de tributos ou diminuição de
alíquotas, pois o seu objetivo é apenas trazer garantias ao contribuinte contra situações que poderiam
prejudicá-los. Alternativa errada.
Gabarito: Letra A
(Pref. Teresina-Analista Administrativo/2016) O dispositivo constitucional previsto no art. 151, I, da Carta
Magna, que veda à União ao instituir tributo a distinção em relação a um Estado, ao Distrito Federal ou a um
Município, em prejuízo dos demais, adota o princípio da
a) vinculabilidade da tributação.
b) indelegabilidade da competência tributária.
c) uniformidade geográfica.
d) tipologia tributária.
e) anterioridade vinculada.
Comentário: O princípio tributário em questão é o princípio da uniformidade geográfica da tributação.
Gabarito: Letra C
(ISS-Cuiabá-Auditor Fiscal/2016) A União Federal estabeleceu, por meio de lei ordinária, alíquotas
progressivas aplicáveis ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Físicas (IRPF). Segundo a referida lei ordinária,
sobre a renda dos contribuintes localizados nos Estados da região Sudeste, incidiria a alíquota máxima de

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10% (dez por cento) e, sobre a renda dos contribuintes localizados no restante do país, incidiria a alíquota
máxima de 20% (vinte por cento). Assinale a opção que indica o princípio constitucional violado na hipótese
apresentada.
a) Legalidade, uma vez que competiria à lei complementar a fixação de alíquotas do IRPF.
b) Capacidade contributiva, no que se refere à alíquota máxima de 20%, pois a referida legislação afetaria de
maneira desproporcional a renda do contribuinte.
c) Uniformidade geográfica da tributação, visto que a legislação fixaria alíquotas diversas no território
nacional.
d) Não-confisco, uma vez que a União está utilizando o IRPF com fins confiscatórios.
e) Imunidade tributária recíproca, uma vez que os contribuintes dos Estados da região Sudeste irão pagar
menos tributos que os demais Estados da Federação.
Comentário: De acordo com o art. 151, I, é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme em todo
o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País. Portanto, a medida
adotada pela União violou o princípio da uniformidade geográfica da tributação.
Gabarito: Letra C
(TCE-PR-Analista de Controle/2016) É vedado aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios estabelecer
diferença tributária de qualquer natureza entre bens e serviços em razão de sua procedência ou destino.
Comentário: É o que estabelece o princípio da não discriminação baseada em procedência ou destino,
previsto no art. 152, da CF/88.
Gabarito: Correta

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QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS

Princípio da Legalidade

1. CESPE/DPF-Perito Criminal Federal/2018


A majoração de alíquotas do imposto sobre produtos industrializados depende de lei complementar
aprovada pelo Congresso Nacional, sendo vedada sua implementação no mesmo exercício financeiro em que
tenha sido publicada lei que aumentou tal tributo.

Comentário: A majoração de alíquotas do imposto sobre produtos industrializados pode ser realizada pelo
próprio Poder Executivo, dentro dos limites e condições legais, produzindo efeitos dentro do mesmo
exercício financeiro, desde que observada a noventena.

Gabarito: Errada

2.VUNESP/ Prefeitura de Alumínio - SP- Procurador Jurídico/2016


De acordo com o princípio da legalidade tributária previsto na Constituição Federal do Brasil (CFB), assinale
a alternativa a seguir que apresenta uma espécie tributária não passível de instituição por Medida Provisória.
a) Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza.
b) Imposto sobre importação de produtos estrangeiros.
c) Contribuição social sobre o lucro líquido.
d) Contribuição de iluminação pública.
e) Empréstimos compulsórios.

Comentário: Podem ser instituídos por medida provisória os tributos que dependem de lei ordinária para
serem instituídos ou majorados. Pelo rol apresentado na questão, a única opção que expressa a espécie
tributária que precisa de lei complementar é a assertiva “E”, empréstimos compulsórios, conforme
determina o art. 148, CF. Os demais podem ser instituídos por Medida Provisória, desde obedecidos os
comandos do art. 62, § 2.º, CF.

Gabarito: Letra E

3. FCC - Juiz Estadual (TJ CE)/2014


Atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, o IPI, o ICMS, as taxas municipais pelo poder de
polícia, as contribuições de melhoria e o Imposto de Exportação podem ter suas alíquotas aumentadas,
respectivamente, por:
a) lei ordinária, decreto, lei ordinária, decreto e lei ordinária.
b) lei complementar, lei ordinária, decreto, decreto e lei complementar.
c) decreto, lei ordinária, lei ordinária, lei ordinária e decreto.

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d) lei ordinária, decreto, lei ordinária, lei ordinária e lei complementar.


e) decreto, lei ordinária, decreto, decreto e lei ordinária.

Comentário: O IPI e IE são exceções ao princípio da legalidade tributária, podendo ter suas alíquotas
aumentadas por ato do Poder Executivo, conforme §1º do art. 153 da CF/88

Os demais tributos citados obedecem ao princípio da Legalidade.

Gabarito: Letra C

4. FCC/ICMS-PE-Auditor-Fiscal/2014
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que a instituição dos emolumentos
cartorários pelo Tribunal de Justiça, por não possuir natureza tributária, não viola o princípio da legalidade
tributária.

Comentário: Sabe-se que os emolumentos cartorários são tributos da espécie taxa. Portanto, sua instituição
deve ocorrer por meio de lei, em obediência ao princípio da legalidade tributária.

Gabarito: Errada

5. FCC/ICMS-PE-Auditor-Fiscal/2014
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que a definição de vencimento das
obrigações tributárias sujeita-se ao princípio da legalidade tributária.

Comentário: A definição da data de vencimentos das obrigações tributárias não se sujeita ao princípio da
legalidade tributária.

Gabarito: Errada

6. CESPE/TJ-AM-Juiz/2016
Por decreto do prefeito, de agosto de 2014, o município de Manaus atualizou a base de cálculo do IPTU e
sua planta de valores imobiliários, para a cobrança do tributo em 2015. Na atualização, foi usada como
referência a taxa SELIC para títulos federais, índice oficial para cálculo dos encargos pela mora dos tributos
federais.
Nessa situação hipotética,
a) o ato é válido, pois, tendo o decreto sido editado no ano de 2014 para surtir efeitos em 2015, foi observado
o princípio da anterioridade.
b) o ato é inválido, pois apenas lei municipal poderia indicar a SELIC como índice de correção monetária no
município.
c) o ato é inválido, por implicar acréscimo real, e não mera correção.
d) o ato é válido, pois sendo o IPTU um tributo extrafiscal, a ele não se aplica o princípio da legalidade.
e) o ato é válido, pois a taxa SELIC é índice oficial, não constituindo a sua aplicação, para correção da base de
cálculo do IPTU, majoração de tributo.

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Comentário: A Taxa SELIC representa não só a correção monetária mas também os juros moratórios. Por
essa razão, não pode ser considerada apenas como correção monetária. Desse modo, o ato é inválido, pois
configura majoração do imposto, não podendo ser realizada por ato infralegal (decreto), mas tão somente
por meio de lei.

Gabarito: Letra C

7. CESPE/CGE-PI-Auditor Governamental/2015
As limitações ao poder de tributar podem ser reguladas, em âmbito legislativo, tanto por lei complementar
quanto por lei ordinária.

Comentário: Cabe à lei complementar, e não ordinária, regular as limitações constitucionais ao poder de
tributar (art. 146, II, CF/88).

Gabarito: Errada

8. CESPE/CGE-PI-Auditor Governamental/2015
São limitações ao poder de tributar as imunidades, os princípios de direito tributário e as anistias.

Comentário: De fato, tanto os princípios tributários como as imunidades tributárias constituem limitações
ao poder de tributar. Porém, a anistia não é uma limitação do poder de tributar, e sim o próprio exercício do
poder de tributar, que também permite ao ente federado anistiar determinadas infrações à legislação
tributária.

Gabarito: Errada

9. CESPE/AGU/2015
De acordo com o princípio da legalidade, fica vedada a criação ou a majoração de tributos, bem como a
cominação de penalidades em caso de violação da legislação tributária, salvo por meio de lei.

Comentário: Deveras, a instituição e majoração de tributos bem como a cominação de penalidades devem
sempre ocorrer mediante edição de lei.

Gabarito: Correta

10.FGV/CODEBA-Analista Portuário/2016
A União instituiu, por meio de lei ordinária, empréstimo compulsório para atender a despesa extraordinária
decorrente de calamidade pública. Sobre essa lei, assinale a afirmativa correta.
a) Ela é inconstitucional, pois a União não é competente para a instituição de empréstimos compulsórios.
b) Ela é inconstitucional, pois a CRFB/88 não autoriza a instituição de empréstimos compulsórios para
atender despesa extraordinária, decorrente de calamidade pública.
c) Ela, ao instituir o empréstimo compulsório, é constitucional e entrará em vigor no exercício seguinte ao
da sua publicação, uma vez que é necessária a observância do princípio da anterioridade de exercício.
ld) Ela é constitucional e entrará em vigor no dia seguinte ao da sua publicação, em razão da relevância e
urgência da medida.

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e) Ela é inconstitucional, uma vez que os empréstimos compulsórios devem ser instituídos por meio de lei
complementar e não lei ordinária.

Comentário: O empréstimo compulsório deve sempre ser instituído por meio de lei complementar. Quanto
a esse ponto, a lei em questão é inconstitucional. Por outro lado, admite-se a sua instituição para atender a
despesa extraordinária decorrente de calamidade pública. Assim, a única alternativa que responde a questão
é a Letra E.

Gabarito: Letra E

11.FGV/CODEMIG-Advogado Societário/2015
De acordo com os princípios constitucionais tributários, pode ser previsto em norma infralegal:
a) o aumento do percentual das multas por descumprimento de obrigação acessória;
b) a causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário;
c) a redução da base de cálculo do IOF;
d) a modificação da data do vencimento da obrigação tributária principal;
e) a remissão do crédito tributário.

Comentário:

Alternativa A: A imposição de multas ou até mesmo o aumento do percentual das multas por
descumprimento de obrigação acessória deve ocorrer por meio de lei, nos termos do art. 97, V, do CTN.
Alternativa errada.

Alternativa B: A causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário deve ser prevista em lei, nos
termos do art. 97, VI, do CTN. Alternativa errada.

Alternativa C: Apenas a alteração da alíquota do IOF é que pode ser alterada por meio de norma infralegal.
Quanto à sua base de cálculo, há necessidade de lei. Alternativa errada.

Alternativa D: A modificação da data do vencimento da obrigação tributária principal não configura


majoração do tributo, não havendo necessidade de previsão em lei. Alternativa correta.

Alternativa E: A remissão do crédito tributário configura uma extinção do crédito tributário, devendo estar
prevista em lei, nos termos do art. 97, VI, do CTN. Alternativa errada.

Gabarito: Letra D

12. ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre as limitações constitucionais ao poder de tributar, é incorreto afirmar que, no vigente sistema
tributário nacional, as limitações constitucionais ao poder de tributar estão configuradas como princípios
constitucionais tributários, imunidades tributárias e normas reguladoras do exercício da competência
tributária.

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Comentário: Tanto os princípios tributários como as imunidades tributárias constituem limitações ao poder
de tributar. Ademais, conforme defende parte da doutrina, qualquer norma que regule o exercício da
competência tributária, ou até mesmo a própria repartição de competência tributária, configura limitação
ao poder de tributar.

Gabarito: Errada

13. ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que o princípio constitucional da legalidade
tributária exige necessariamente lei em sentido estrito/formal tanto para a instituição quanto para a
majoração de tributo.

Comentário: A instituição de tributos não comporta exceção, no que diz respeito ao princípio da legalidade
tributária. Contudo, pode-se, em alguns casos, majorar tributos por meio de ato infralegal, como é o caso do
Imposto de Importação. ==18e1e8==

Gabarito: Errada

Princípio da Isonomia

14.CESPE/TJ-SC-Juiz Estadual/2019
O § 1.º do art. 145 da Constituição Federal de 1988 dispõe que “Sempre que possível, os impostos terão
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados
os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte”.
O princípio do direito tributário relacionado à norma constitucional transcrita anteriormente é o
a) princípio da capacidade contributiva.
b) princípio da igualdade tributária.
c) princípio da irretroatividade tributária.
d) princípio da não cumulatividade.
e) princípio da benignidade.

Comentário: Esta questão é bastante simples e direta! O § 1.º do art. 145 da Constituição Federal de 1988
trata do princípio da capacidade contributiva.

Gabarito: Letra A

15. FCC/SEMPLAN Teresina - Técnico de Nível Superior/Analista em Gestão Pública/2016


A respeito dos Princípios Gerais Tributários,

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a) a instituição de tributo através de Decreto não fere o princípio da legalidade.


b) a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro sem que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou fere especificamente o princípio da competência.
c) a instituição de tributo fora da matéria que foi destinada constitucionalmente à entidade tributante fere
especificamente o princípio da anterioridade.
d) a graduação dos tributos fora da capacidade econômica de contribuir não fere o princípio da capacidade
contributiva.
e) o imposto progressivo não fere o princípio da igualdade.

Comentário:

Alternativa A: Tributo deve ser instituído por meio de Lei. Alternativa errada.

Alternativa B: O princípio violado é o Princípio da Anterioridade Anual. Alternativa errada.

Alternativa C: No caso, fere à competência tributária, estabelecida na Constituição Federal. Alternativa


errada.

Alternativa D: A tributação deve, em tese, ser de tal modo que cada um seja tributado proporcionalmente a
sua capacidade econômica. Logo, a graduação de tributos fora da capacidade econômica do contribuinte
fera a capacidade contributiva. Alternativa errada.

Alternativa E: Exatamente! O imposto progressivo na verdade consubstancia o Princípio da Isonomia por


“tratar igual os desiguais, e desigual os desiguais, na medida de suas desigualdades”. Alternativa correta.

Gabarito: Letra E

16. FCC/Assembleia Legislativa do PE - Analista Legislativo/2014


Respeita o princípio da isonomia
a) a concessão de isenção, em favor do Ministério Público e aos membros e servidores do Poder Judiciário,
inclusive inativos, de custas processuais, notariais, cartorárias, e quaisquer taxas e emolumentos.
b) a isenção de imposto de renda sobre a verba de representação percebida especificamente pelos
magistrados.
c) o regime diferenciado, e mais benéfico, em relação ao IPVA relativo a veículos de propriedade de
motoristas cooperados a cooperativas de trabalho contratadas pela Administração Municipal para o
transporte público de escolares.
d) o regime de recolhimento diferenciado a determinadas categorias de profissionais liberais, em relação ao
ISSQN, para o fim de aproximar suas condições de trabalho e competitividade às das empresas de maior
porte.
e) a isenção do IPVA em favor de proprietários de veículos que se mantêm associados a determinadas
associações de interesse público. de cálculo do ICMS.

Comentário:

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Alternativa A: Tal benefício, instituído tão somente em razão do cargo que o servidor ocupa, fere o Princípio
da Isonomia. Alternativa errada.

Alternativa B: Tal como a assertiva anterior, há violação do Princípio da Igualdade. Alternativa errada

Alternativa C: Tal benefício fere o Princípio da Isonomia, na medida em que aqueles não contratados serem
mais onerados por não terem vínculo com a Administração Pública. Alternativa errada.

Alternativa D: Segundo o STF:” Não se trata de isenção, sequer parcial: não ofende a igualdade, na medida
em que o tratamento peculiar que se lhes deu pretende fundar-se me características gerais e próprias das
sociedades de profissionais liberais, especificamente dos que trabalham sob a responsabilidade pessoal do
executante do trabalho e não da pessoa jurídica, seja qual for a profissão das enumeradas na lista que tem,
todas, esses características; finalmente, a organização em sociedade não autoriza presumir maior
capacidade contributiva (RE 236.604-7/PR).” Alternativa correta.

Alternativa E: Tal benefício fere o Princípio da Isonomia. Alternativa errada.

Gabarito: Letra D

17.CESPE/PGE-PE-Procurador/2018
A técnica de tributação que observa o princípio da capacidade contributiva consiste em
a) diminuir a alíquota na proporção da ampliação da base de cálculo.
b) majorar a carga tributária conforme a essencialidade do produto tributado.
c) estabelecer teto máximo de valor para o pagamento de determinados tributos, mantendo-se a modicidade
tributária.
d) fixar alíquotas percentualmente menores para os contribuintes que tenham menor patrimônio pessoal.
e) confiscar bens considerados supérfluos em relação aos contribuintes que apresentem sinais externos de
riqueza excessiva.

Comentário:

Alternativa A: Ao diminuir a alíquota na proporção da ampliação da base de cálculo, confere-se o efeito


regressivo ao tributo, contrariando o princípio da capacidade contributiva. Alternativa errada.

Alternativa B: O fato de majorar a carga tributária conforme a essencialidade do produto tributado torna os
tributos essenciais mais onerados, contrariando o princípio da capacidade contributiva. Alternativa errada.

Alternativa C: O estabelecimento de teto máximo de valor para o pagamento de determinados tributos não
necessariamente atenderá ao princípio da capacidade contributiva, pois dentro do teto, podemos ter uma
grande variação de pessoas com capacidade econômicas distintas. Alternativa errada.

Alternativa D: Ao fixar alíquotas percentualmente menores para os contribuintes que tenham menor
patrimônio pessoal, as pessoas com menor capacidade contributiva se submeterão a uma tributação mais
branda. Logo, atende ao princípio da capacidade contributiva. Alternativa correta.

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Alternativa E: O confisco de bens não atende o princípio da capacidade contributiva, uma vez que estar-se-
ia penalizando a aquisição de capacidade contributiva, e o tributo não possui natureza punitiva. Alternativa
errada.

Gabarito: Letra D

18. CESPE/PC-PE-Delegado/2016
Sempre que for possível, os impostos terão caráter pessoal, facultado à administração tributária identificar
o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

Comentário: Foi cobrada a previsão contida no art. 145, § 1º, da CF/88: sempre que possível, os impostos
terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados
os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte.

Gabarito: Correta

19.FGV/COMPESA-Analista de Gestão-Advogado/2016
Sobre o princípio da isonomia no direito tributário e sua efetividade, analise as afirmativas a seguir.
I. Viola o princípio da isonomia a instituição de isenção de custas e emolumentos para membros do Poder
Judiciário.
II. O tratamento diferenciado e favorecido a empresas de acordo com o seu porte, não viola o princípio da
isonomia.
III. Viola o princípio da isonomia a concessão de privilégios fiscais às empresas públicas e às sociedades de
economia mista, não extensivos às empresas do setor privado.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

Comentário:

Item I: Ao estabelecer distinção na tributação em razão da ocupação, há violação ao princípio da isonomia.


Item correto.

Item II: Como microempresas e empresas de pequeno porte possuem capacidade contributiva distinta das
grandes empresas, o tratamento diferenciado não viola o princípio da isonomia. Item correto.

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Item III: Ao se conceder privilégios fiscais às empresas públicas e às sociedades de economia mista, não
extensivos às empresas do setor privado, há violação ao princípio da isonomia, por gerar concorrência desleal
no mercado em benefício de entidades estatais. Item correto.

Gabarito: Letra E

20. ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que o princípio constitucional da igualdade
tributária exige idêntico tratamento tributário para contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, permitindo-se porém tratamento diferenciado em razão da ocupação profissional destes
mesmos contribuintes.

Comentário: De acordo com a jurisprudência do STF, não se admite tratamento diferenciado em razão da
ocupação profissional dos contribuintes.

Gabarito: Errada

21.VUNESP/ Prefeitura de São José dos Campos - SP- Procurador/2017


Consiste em corolário do princípio da igualdade tributária e aplica-se na ordem jurídica tributária, na busca
de uma sociedade mais igualitária em termos da exação de tributos. O trecho trata do princípio da
a) seletividade.
b) uniformidade jurídica da tributação.
c) vedação do confisco.
d) capacidade contributiva.
e) generalidade.

Comentário:

A situação narrada pelo enunciado da questão retrata aquilo que o princípio da capacidade contributiva
prega. Este princípio é a coroa do princípio da igualdade na seara tributária, pois serve como mecanismo de
justiça fiscal consistente na tributação conforme a capacidade que os sujeitos têm de suportar o ônus
financeiro. Assim, a premissa básica é: quem tem mais riqueza, deve pagar mais tributo. Tal princípio visa a
diminuição das desigualdades do nosso país.

Gabarito: Letra D

Princípio do Não Confisco

22. CESPE/CAGE-RS-Auditor/2018
Após regular processo administrativo, determinado auditor tributário aplicou multa a contribuinte, em
decorrência do não recolhimento de imposto. O valor da multa corresponde ao dobro do montante não
recolhido com base em previsão legal.

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Nessa situação hipotética,


A) não é possível a redução do valor da multa por decisão judicial.
B) houve violação do princípio do não confisco, dado o valor da multa aplicada.
C) não se aplica o princípio do não confisco, porque não se pode confundir multa com tributo.
D) não se aplicará o princípio do não confisco caso haja previsão legal nesse sentido.
E) a redução da multa é condicionada à anulação do processo administrativo.

Comentário: O STF (ADI 551/RJ) já considerou inconstitucional norma que estabelecia que multa exigida pelo
não recolhimento de impostos ou taxas não poderia ser inferior a duas vezes o valor destes.

Gabarito: Letra B

23. CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2013


Configura-se o caráter confiscatório de determinado tributo sempre que o efeito cumulativo, resultante das
múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal, afetar, substancialmente e de
maneira irrazoável, o patrimônio ou os rendimentos do contribuinte.

Comentário: A questão traz a definição perfeita do efeito confiscatório causado pelo excesso de tributação
por parte do Fisco.

Gabarito: Correta

24. CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012
A vedação do efeito confiscatório aplica-se tanto aos tributos propriamente ditos quanto às multas pelo
descumprimento da legislação tributária.

Comentário: Para o STF, realmente o princípio do não confisco aplica-se também às multas pelo
descumprimento da legislação tributária.

Gabarito: Correta

Princípio da Anterioridade

25. FCC/Defensoria Pública do Estado de SP - Defensor Público do Estado de São Paulo/2019


Acerca do regime dos princípios tributários, considere as assertivas abaixo:
I. o princípio da capacidade contributiva autoriza a graduação dos impostos de caráter pessoal, segundo a
capacidade econômica do contribuinte.
II. o princípio da igualdade tributária, que se encontra expressamente previsto na Constituição Federal de
1988, permite ao legislador ordinário estabelecer critérios de diferenciação entre contribuintes, com a
finalidade de promover a igualdade material.
III. o princípio da anterioridade da lei tributária, implícito na Constituição Federal de 1988, veda a cobrança
de tributos cujos fatos geradores ocorreram antes do início da vigência da lei que os criou ou aumentou.

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IV. o princípio do não-confisco, implícito no texto constitucional, veda o emprego da tributação com
finalidade extrafiscal.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I e III.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) II e III.
e) I e II.

Comentário:

Item I: É o que informa o art. 145, §1º da CF/88: “§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal
e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária,
especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e
nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.” Item correto.

Item II: O art. 150 II da CF/88 veda que haja tratamento diferenciado entre contribuintes que se encontram
em idêntica situação.

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;” Item correto.

Item III: O princípio da anterioridade encontra-se expresso na CF/88 no art. 150, III, alíneas “b” e “c”: “Art.
150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios:

III - cobrar tributos:

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea b;” Item errado.

Item IV: O princípio do não- confisco encontra previsão expressa na CF/88 Art. 150, IV:

“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:

IV - utilizar tributo com efeito de confisco;” Item errado.

Gabarito: Letra E

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26. FCC/Prefeitura de Manaus - Assistente Técnico Fazendário/2019


A Constituição Federal contempla várias regras que limitam o poder de tributar da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios. De acordo com o texto constitucional,
a) o IPVA, taxa municipal, deve ser lançado e cobrado pelo Município em que o veículo está licenciado.
b) o ITBI, imposto municipal, está sujeito aos princípios da anterioridade de exercício, da anterioridade
nonagesimal (noventena) e da irretroatividade.
c) as taxas instituídas pelos Municípios não estão sujeitas ao princípio da legalidade.
d) o IPVA, tributo municipal, deve ser lançado e cobrado pelo Município em que o veículo efetivamente
circula.
e) as contribuições de melhoria instituídas pelos Municípios não estão sujeitas ao princípio da legalidade.

Comentário:

Alternativa A: IPVA é tributo, da espécie imposto, de competência dos Estados e DF, e não dos Municípios.
Ademais sua receita é dividida entre 50% para o Estado e 50% para o Município em relação aos veículos
licenciados em seu território. Alternativa errada.

Alternativa B: Exatamente! O ITBI é tributo municipal da espécie imposto, sujeito às anterioridades e


irretroatividade. Alternativa correta.

Alternativa C: Taxas não são exceções ao Princípio da Legalidade. Alternativa errada.

Alternativa D: IPVA é tributo, da espécie imposto, de competência dos Estados e DF, e não dos Municípios.
Ademais sua receita é dividida entre 50% para o Estado e 50% para o Município em relação aos veículos
licenciados em seu território. Alternativa errada.

Alternativa E: Contribuições de melhoria se sujeitam sim ao Princípio da Legalidade. Alternativa errada.

Gabarito: Letra B

27. FCC/Prefeitura de Manaus - Auditor Fiscal de Tributos Municipais/2019


A Constituição Federal estabelece diversas limitações ao Poder de Tributar. De acordo com estas limitações,
os Municípios podem alterar a
a) alíquota do ITBI, aumentando-a, e cobrar este imposto calculado com a nova alíquota, antes mesmo de
decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que a aumentou.
b) base de cálculo do IPTU, aumentando-a, e cobrar este imposto calculado com a nova base de cálculo,
antes mesmo de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que a aumentou.
c) base de cálculo e a alíquota do ITBI, aumentando-as, e cobrar este imposto calculado com as novas alíquota
e base de cálculo, antes mesmo de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que as
aumentou.
d) alíquota do ISSQN, aumentando-a, e cobrar este imposto calculado com a nova alíquota, antes mesmo de
decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que a aumentou, desde que o faça por meio de
alteração em sua lei orgânica.

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e) base de cálculo e a alíquota do IPTU, aumentando-as, e cobrar este imposto calculado com as novas
alíquota e base de cálculo, antes mesmo de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que
as aumentou.

Comentário:

Alternativa A: O ITBI sujeita-se ao Princípio da Noventena. Ao ser majorado, deve-se observar o prazo de 90
dias da Lei que o aumentou, não se podendo fazer qualquer cobrança com a alíquota majorada durante esse
período.

Alternativa B: Exatamente. É o que informa o art. 150, §1º da CF/88 : a BC do IPTU não se sujeita a
anterioridade nonagesimal, apenas a anual. Alternativa correta.

Alternativa C: A BC do ITBI e a sua alíquota sujeitam-se tanto à anterioridade anual como à anterioridade
nonagesimal. Alternativa errada.

Alternativa D: A BC e a alíquota do ISS também se sujeitam a ambas as anterioridades, anual e nonagesimal.


Alternativa errada.

Alternativa E: De fato a BC do IPTU é exceção à garantia nonagesimal. Já a sua alíquota obedece a tal
princípio. Alternativa errada.

Gabarito: Letra B

28. FCC/SEFAZ BA - Auditor Fiscal/2019


A Constituição Federal consagra o princípio da anterioridade anual, ou seja, a proibição de a Administração
Fiscal cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou e consagra, também, o princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena, que veda a
cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou.
Sobre este tema, a Constituição vigente estabelece que
a) o imposto sobre a renda deve observar os princípios constitucionais da anterioridade anual e da
anterioridade nonagesimal (noventena).
b) a anterioridade nonagesimal (noventena), prevista na Constituição Federal, aplica-se à fixação da base de
cálculo do imposto sobre propriedade de veículos automotores e do imposto sobre propriedade predial e
territorial urbana.
c) o imposto sobre produtos industrializados observa o princípio da anterioridade nonagesimal (noventena),
mas não observa o princípio da anterioridade anual.
d) os empréstimos compulsórios instituídos para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, e no caso de investimento público de caráter
urgente e de relevante interesse nacional devem observar a anterioridade anual.
e) os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o
custeio do serviço de iluminação pública, observando o princípio da anterioridade nonagesimal, não
precisando observar a anterioridade anual, por expressa autorização constitucional.

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Comentário:

Alternativa A: O IR obedece apenas ao princípio da anterioridade anual, sendo exceção ao princípio da


anterioridade nonagesimal. Alternativa errada.

Alternativa B: A majoração da BC do IPTU e IPVA são exceções ao princípio da anterioridade nonagesimal,


apesar de respeitarem o princípio da anterioridade anual. Alternativa errada.

Alternativa C: Exatamente. O IPI é exceção ao princípio da anterioridade naual, mas obedece à noventena.
Alternativa correta.

Alternativa D: Os empréstimos compulsórios instituídos para atender a despesas extraordinárias,


decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, são exceções aos princípios da
anterioridade anual e nonagesimal. Já os empréstimos compulsórios no caso de investimento público de
caráter urgente e de relevante interesse nacional devem observar a ambas as anterioridades. Alternativa
errada.

Alternativa E: De fato, a competência para a COSIP é dos Municípios e do DF. Contudo tal tributo sujeita-se
a ambas as anterioridades. Alternativa errada.

Gabarito: Letra C

29. FCC/Procuradoria do Estado do Tocantins - Procurador do Estado do Tocantins/2018


Em 16 de novembro de 2016 foi publicada lei estadual, que produziu efeitos a partir da data de sua
publicação, e que alterou a lei do IPVA de um determinado Estado brasileiro. As alterações promovidas
implicaram a fixação da
I. alíquota das motocicletas em percentual superior ao anteriormente fixado.
II. alíquota dos veículos de carga, tipo caminhão, em percentual inferior ao anteriormente fixado.
III. base de cálculo de veículos de passeio importados do exterior, em valor superior ao anteriormente fixado.
De acordo com a disciplina constitucional, a norma relacionada com a situação mencionada acima, no item
a) I já pôde ser aplicada desde 1º de janeiro de 2017.
b) II só pôde ser aplicada a partir de 1º de janeiro de 2017.
c) III só pôde ser aplicada a partir de 1º de janeiro de 2017.
d) III só pôde ser aplicada a partir de 15 de fevereiro de 2017.
e) I já pôde ser aplicada desde 16 de novembro de 2016.

Comentário: A questão cobra conhecimentos do princípio da anterioridade anual e nonagesimal acerca do


IPVA. As alíquotas do IPVA obedecem a ambas as anterioridades, mas a fixação da Base de Cálculo deste
Imposto é exceção ao Princípio da Garantia Nonagesimal.

Item I: A majoração de alíquota só obedece a ambas as anterioridades, e assim só entrará em vigor 15 de


fevereiro de 2017.

Item II: A diminuição de alíquotas não se sujeita às anterioridades. Veja o art. 150, III, alíneas “b” e “c”:

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“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios:

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

III - cobrar tributos:

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou,
observado o disposto na alínea b; “

Veja que as anterioridades se limitam a instituição ou aumento de tributo, mas não a sua diminuição. Assim
a diminuição pode ser aplicada imediatamente, da data da publicação da Lei.

Item III: Exatamente o que informa o § 1º do art. 150. A BC do IPVA é exceção somente ao princípio da
anterioridade nonagesimal. Dessa forma o imposto só poderá ser cobrado a partir de 1º de janeiro de 2017.

Gabarito: Letra C

30. FCC/Defensoria Pública do Amapá - Defensor Público/2018


À luz das normas constitucionais sobre as limitações do poder de tributar e da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal,
a) a multa moratória, embora não seja tributo, não pode ter um importe que lhe confira característica
confiscatória, inviabilizando inclusive o recolhimento de futuros tributos.
b) o imposto sobre grandes fortunas, caso instituído por lei complementar federal, poderá assumir efeito
confiscatório, tendo em vista os princípios da função social da propriedade e da redução das desigualdades
regionais e sociais.
c) a taxa judiciária, devida em razão do acionamento do serviço prestado pelo Poder Judiciário, poderá ter
sua alíquota majorada por Decreto editado pelo Governador, observado o limite máximo fixado em lei, dada
sua natureza de preço público.
d) a prestação de serviços públicos pelos Municípios aos Estados e à União não poderá ser tributada por
meio de taxa, tendo em vista o princípio da imunidade recíproca, que decorre do princípio federativo.
e) as taxas instituídas em razão do exercício do poder de polícia poderão ser cobradas no mesmo exercício
financeiro em que haja sido publicada a lei que as instituiu ou aumentou.

Comentário:

Alternativa A: É exatamente este o posicionamento do STF acerca do tema. As multas moratórias e punitivas
não podem ter efeito de confisco. Alternativa correta.

Alternativa B: Nem impostos e nem multas podem ter efeitos confiscatórios. Alternativa errada.

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Alternativa C: Preços públicos possuem natureza contratual; taxas natureza jurídica tributária, sendo esta
confusão entre os conceitos a incorreção da alternativa. Alternativa errada.

Alternativa D: A imunidade recíproca é para IMPOSTOS. Taxas, contribuições de melhoria, empréstimos


compulsórios e contribuições especiais podem sim ser cobradas de um ente federativo pelo outro.
Alternativa errada.

Alternativa E: As taxas se submetem a ambas as anterioridades – anual e nonagesimal. Alternativa incorreta.

Gabarito: Letra A

31. FCC/Câmara Legislativa do DF - Procurador Legislativo/2018


De acordo com a Constituição Federal, não está sujeita ao princípio constitucional da anterioridade
nonagesimal (noventena), a fixação da base de cálculo dos seguintes tributos de competência do Distrito
Federal:
a) ISSQN e ICMS.
b) taxa pela prestação de serviços e taxa pelo exercício do poder de polícia.
c) IPVA e IPTU.
d) ITCD e ITBI.
e) contribuição de melhoria e empréstimo compulsório.

Comentário: São tributos de competência do DF: todos os impostos municipais, todos os impostos estaduais,
taxas, contribuições de melhoria, COSIP e a contribuição previdenciária cobrada de seus servidores para o
Regime Próprio de Previdência.

Desse tributos, os únicos que a fixação da BC não está sujeito a garantia nonagesimal são o IPTU e IPVA.

Todos os demais se submetem a ambas as anterioridades. Além disso, os empréstimos compulsórios são de
competência da União, e não do DF.

Gabarito: Letra C

32. FCC/Procuradoria do Estado do Mato Grosso - Procurador do Estado do Mato Grosso/2016


Tendo em vista calamidade pública, regularmente decretada pelo Governador do Estado, e a necessidade de
elevação dos níveis de arrecadação de Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação − ICMS, Imposto sobre
a propriedade de veículos automotores − IPVA e Imposto sobre transmissão causa mortis e doação − ITD, é
INCORRETA a adoção da seguinte medida:
a) aumento do ICMS sobre bens supérfluos, mediante lei estadual, para vigência após decorridos noventa
dias da edição da lei correspondente.
b) revisão, mediante os atos infralegais pertinentes, das margens de valor adicionado utilizadas para o cálculo
do ICMS devido no regime de antecipação tributária, para vigência imediata.
c) aumento, por meio de lei editada no mês de julho do ano corrente, das bases de cálculo do IPVA, para
vigência no ano seguinte ao de sua edição.

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d) antecipação dos prazos de recolhimento dos impostos estaduais, para vigência imediata.
e) elevação, por meio de lei, das alíquotas do ITD aplicáveis a partir dos fatos geradores ocorridos durante o
ano-calendário 2017, respeitando-se o prazo mínimo de noventa dias contados da edição da lei.

Comentário:

Alternativa A: O ICMS obedece tanto a anterioridade anual como a nonagesimal. Alternativa errada.

Alternativa B: Ao mencionar “revisão”, poderia causar dúvidas ao candidato. Contudo trata-se de revisão no
sentido de atualização monetária. É verdade que tal assertiva causa estranheza a primeira vista, razão pela
qual em questões assim devemos comparar assertiva a assertiva para achar aquela que é indubitavelmente
incorreta, certeza que só temos quando comparamos com a alternativa anterior. Alternativa correta.

Alternativa C: O aumento da BC do IPVA, por meio de Lei, para ter vigência no ano seguinte, obedece o
Princípio da Anterioridade Anual. Obs.: a fixação da BC do IPVA e o IPTU são exceções ao Princípio da
Anterioridade Nonagesimal. Alternativa correta.

Alternativa D: Prazo de recolhimento de tributos não se sujeita ao Princípio da Anterioridade Anual ou


Nonagesimal. Alternativa correta.

Alternativa E: Ocorrendo a elevação das alíquotas do ITCMD , por meio de Lei publicada em 2016, em 2017
tal elevação já surtirá efeitos, devendo contudo respeitar também a Garantia Nonagesimal. Alternativa
correta.

Gabarito: Letra A

33. FCC/Pref. Teresina-PI-Advogado/2016


A câmara municipal de um Município brasileiro aprovou lei aumentando a alíquota do ISS. Sancionada pelo
prefeito daquele Município, o texto dessa lei foi publicado em 12 de novembro de 2014, uma quarta-feira.
O último artigo dessa lei estabeleceu que ela entraria em vigor na data de sua publicação.
Com fundamento no que disciplina a Constituição Federal a respeito dessa matéria, essa alíquota majorada
poderia ser aplicada a fatos geradores ocorridos a partir de
a) 12 de novembro de 2014.
b) 1º de janeiro de 2014.
c) 1º de janeiro de 2015.
d) 13 de novembro de 2014
e) 11 de fevereiro de 2015.

Comentário: A majoração da alíquota do ISS submete-se aos princípios da anterioridade anual e


nonagesimal. Assim, o ISS só poderia ser cobrado após a contagem do prazo de 90 dias da data de publicação
da lei, isto é, em 11 de fevereiro de 2015.

Gabarito: Letra E

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34. FCC/TRT-20ª Região-Analista Judiciário/2016


É da União a competência para instituir o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. De
acordo com as regras que disciplinam as limitações do poder de tributar, insculpidas na Constituição Federal,
a exigência, aumento e cobrança deste imposto estão sujeitos à observância de vários princípios, dentre os
quais se encontram os da
a) anterioridade, legalidade e irretroatividade.
b) anterioridade nonagesimal (noventena), legalidade e rentabilidade tributável.
c) legalidade, rentabilidade tributável e alcance tributável.
d) anterioridade, anterioridade nonagesimal (noventena) e irretroatividade.
e) alcance tributável, anterioridade nonagesimal (noventena) e irretroatividade.

Comentário:

Alternativa A: De fato, a exigência e aumento do IR está sujeita tanto ao princípio da anterioridade (anual),
legalidade e irretroatividade. Alternativa correta.

Alternativa B: O IR não está sujeito ao princípio da anterioridade nonagesimal. Além disso, não há que se
falar em princípio da rentabilidade tributável. Alternativa errada.

Alternativa C: O IR não está sujeito ao princípio da anterioridade nonagesimal. Alternativa errada.

Alternativa D: O IR não está sujeito ao princípio da anterioridade nonagesimal. Alternativa errada.

Alternativa E: O IR não está sujeito ao princípio da anterioridade nonagesimal. Alternativa errada.

Gabarito: Letra A

35. FCC/Pref. Teresina-PI-Auditor Fiscal/2016


Determinado Município brasileiro decidiu adotar as seguintes medidas, no exercício de 2014:
(I) lançou e promoveu a cobrança do IPTU em relação ao terreno em que se localiza um cemitério que é
comprovadamente extensão de entidade de cunho religioso, e cuja doutrina não aceita o sepultamento dos
fiéis falecidos em cemitérios que não sejam esses;
(II) concedeu isenção desse mesmo imposto a um grupo limitado de munícipes, exclusivamente em razão de
sua condição de servidores públicos municipais;
(III) editou decreto, no mês de novembro de 2014, para vigorar a partir do exercício seguinte, majorando a
base de cálculo do IPTU, redundando esse fato, inclusive, em aumento superior à variação dos índices oficiais
de inflação.
Considerando as limitações ao poder de tributar, arroladas no texto da Constituição Federal, a medida
a) III violou o princípio da anterioridade.
b) II violou o princípio da isonomia tributária.
c) I não violou qualquer regra constitucional limitadora do poder de tributar.
d) III violou o princípio da anterioridade nonagesimal (noventena).

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e) II não violou qualquer regra constitucional limitadora do poder de tributar, mas a medida I violou o
princípio da irretroatividade.

Comentário:

Item I: Embora não se tenha estudado imunidades tributárias, neste caso houve uma violação à imunidade
tributária dos templos de qualquer culto, considerando a jurisprudência do STF de que não se pode cobrar
impostos sobre o patrimônio das entidades religiosas, estando incluído nessa vedação o imóvel onde esteja
localizado um cemitério que seja comprovadamente extensão de entidade de cunho religioso.

Item II: Esta isenção viola o princípio da isonomia tributária, que veda o tratamento distinto em razão da
ocupação profissional ou função exercida por determinados contribuintes.

Item III: Não houve violação ao princípio da anterioridade nonagesimal, já que há exceção no que se refere
à fixação da base de cálculo do IPTU. Porém, tal medida violou o princípio da legalidade tributária.

Gabarito: Letra B

36. FCC/AL-MS-Consultor de Processo Legislativo/2016


Observam os princípios da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal (noventena), os impostos
sobre
a) produtos industrializados e sobre a renda, respectivamente.
b) produtos industrializados e à fixação da base de cálculo do imposto sobre propriedade predial e territorial
urbana, respectivamente.
c) a renda e à fixação da base de cálculo do imposto sobre propriedade de veículos automotores,
respectivamente.
d) importação de produtos estrangeiros e sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados, respectivamente.
e) a renda e sobre produtos industrializados, respectivamente.

Comentário:

Alternativa A: O IPI obedece ao princípio da anterioridade nonagesimal, e o IR, ao princípio da anterioridade


anual. Alternativa errada.

Alternativa B: O IPI obedece ao princípio da anterioridade nonagesimal apenas, e fixação da base de cálculo
do IPTU observa apenas o princípio anterioridade anual. Alternativa errada.

Alternativa C: O IR obedece apenas ao princípio da anterioridade anual e a base de cálculo do IPVA observa
a anterioridade anual apenas. Alternativa errada.

Alternativa D: Tanto o II como o IE não observam nenhum desses dois princípios. Alternativa errada.

Alternativa E: Tal como afirmado, o IPI obedece ao princípio da anterioridade nonagesimal, e o IR, ao
princípio da anterioridade anual. Alternativa correta.

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Gabarito: Letra E

37. FCC/TRT-3ª Região-Analista Judiciário/2015


Pode ter alíquotas majoradas por ato do Poder Executivo e, ao mesmo tempo, se submete à anterioridade
nonagesimal, mas não se submete à regra da anterioridade anual é
a) o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.
b) o Imposto Sobre Produtos Industrializados.
c) a contribuição social para a Seguridade Social.
d) a taxa.
e) o Imposto Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.

Comentário: Das alternativas apresentadas, o único tributo que pode ter alíquotas majoradas por ato do
Poder Executivo e, ao mesmo tempo, se submete à anterioridade nonagesimal, mas não se submete à regra
da anterioridade anual é o IPI.

Gabarito: Letra B

38. FCC/TJ-RR-Juiz Substituto/2015


O Município de Manaus, desejando promover o aumento da base de cálculo do IPTU incidente sobre a
propriedade de imóveis localizados em seu território, deverá elaborar norma jurídica que atenda, dentre
outros, aos princípios constitucionais da
a) legalidade, anterioridade e irretroatividade.
b) legalidade, anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
c) legalidade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
d) legalidade, anterioridade e noventena (ou anterioridade nonagesimal).
e) anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.

Comentário: Como a majoração da base de cálculo do IPTU constitui exceção ao princípio da noventena, o
Município de Manaus deve elaborar norma jurídica que atenda aos princípios constitucionais da legalidade,
anterioridade e irretroatividade.

Gabarito: Letra A

39. FCC/MANAUSPREV - Procurador Autárquico/2015


A seguridade social será financiada mediante recursos provenientes dos poderes públicos e de algumas
contribuições sociais de particulares. Sobre estas últimas, após a criação por lei, somente poderão ser
exigidas:
a) após decorridos 120 dias.
b) no dia seguinte da sua criação.
c) no exercício financeiro seguinte ao ano da criação.
d) após decorridos 45 dias.

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e) após decorridos 90 dias.

Comentário: As contribuições à seguridade social devem necessariamente obedecer à noventena, nos


termos do art. 195, §6º da CF/88:

“Art. 195§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o
disposto no art. 150, III, "b”

Gabarito: Letra E

40. FCC/ CGM São Luís - Auditor de Controle Interno/2015


Considere as seguintes ocorrências tributárias hipotéticas no ano de 2013.
A União, por meio de lei ordinária, criou mais uma alíquota para tributar o Imposto de Renda, no percentual
de 35%, e publicou essa lei em 18 de dezembro de 2013.
Por meio de decreto do Poder Executivo, publicado em 10 de junho de 2013, a União também aumentou a
alíquota do IPI de determinados produtos, de 10% para 20%.
Um Estado brasileiro aumentou a alíquota do ITCMD, nas transmissões causa mortis, de 5% para 6%, e
publicou a respectiva lei ordinária em 10 de setembro de 2013.
Um Município brasileiro aumentou a base de cálculo do IPTU, mediante atualização da tabela de valores
venais dos imóveis, e publicou essa lei ordinária em 11 de novembro de 2013.
Considerando especificamente os princípios constitucionais da anterioridade e da noventena (anterioridade
nonagesimal), é correto afirmar que a cobrança majorada do IR, do IPI, do ITCMD e do IPTU poderá ser feita,
respectivamente, a partir do dia:
a) 19 de março de 2014; 09 de setembro de 2013; 10 de dezembro de 2013; 10 de fevereiro de 2014.
b) 19 de março de 2014; 1º de janeiro de 2014; 10 de dezembro de 2013; 1º de janeiro de 2014.
c) 1º de janeiro de 2014; 09 de setembro de 2013; 1º de janeiro de 2014; 1º de janeiro de 2014.
d) 1º de janeiro de 2014; 1º de janeiro de 2014; 1º de janeiro de 2014; 10 de fevereiro de 2014.
e) 19 de março de 2014; 1º de janeiro de 2014; 1º de janeiro de 2014; 10 de fevereiro de 2014.

Comentário: A questão pede conhecimento dos princípios da anterioridade e noventena acerca. Vejamos:

O IR se submete apenas a anterioridade anual; assim a lei publicada em 18/12/2013 já produz efeitos em
01/01/2014

O IPI, que pode ter suas alíquotas aumentadas por Ato do Poder Executivo Federal, obedece apenas à
garantia nonagesimal. Logo, se publicado tal ato em 10/06/2013 produzirá efeitos em 09/09/2013.

O ITCMD obedece a ambas as anterioridades. Assim, majorado em 10/09/2013, produzirá efeitos em


01/01/2014.

A Base de Cálculo do IPTU obedece apenas a garantia anual, sendo exceção à garantia nonagesimal.
Publicada a Lei em 11/11/2013 majorando sua base de cálculo, tal lei produzirá efeitos em 01/01/2014.

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Fábio Dutra
Aula 01

Gabarito: Letra C

41. FCC/TCE-AM - Auditor/2015


O prefeito de um Município brasileiro publicou decreto, em 1º de novembro de 2014, aumentando a alíquota
do IPTU em um ponto percentual e estabeleceu o início da vigência dessa regra para 1º de dezembro de
2014. Caso o proprietário do imóvel fosse engenheiro ou arquiteto e, concomitantemente, funcionário
público daquele Município, o percentual de aumento seria de apenas meio ponto percentual.
Com base no que dispõe a Constituição Federal, esse diploma legislativo municipal
a) não ofendeu princípio constitucional algum.
b) ofendeu os princípios da legalidade e da noventena (anterioridade nonagesimal), apenas.
c) ofendeu os princípios da legalidade, da anterioridade, da noventena (anterioridade nonagesimal) e da
isonomia.
d) ofendeu os princípios da anterioridade, da noventena (anterioridade nonagesimal) e da isonomia, apenas.
e) ofendeu os princípios da legalidade, da anterioridade e da isonomia, apenas.

Comentário: As alíquotas do IPTU sujeitam-se a ambas as anterioridades e ao princípio da legalidade, isto é,


devem ser majoradas tais alíquotas por Lei. Além disso, em decorrência do Princípio da Isonomia, é vedado
tal tratamento desigual, sendo permitido apenas que a diferenciação de alíquota seja progressiva em razão
do valor do imóvel ou de acordo com a localização e uso do imóvel conforme art. 156, §1º da CF/88.

Gabarito: Letra C

42. CESPE/TJ-BA-Juiz Estadual/2019


De acordo com as limitações constitucionais ao poder de tributar, a fixação da base de cálculo do IPVA se
submete à
a) anterioridade nonagesimal, sem necessidade de observância da anterioridade anual.
b) anterioridade anual, sem necessidade de observância da anterioridade nonagesimal.
c) anualidade, sem necessidade de observância da anterioridade nonagesimal.
d) anualidade e à anterioridade anual, sem necessidade de observância da anterioridade nonagesimal.
e) anterioridade anual e à anterioridade nonagesimal, sem necessidade de observância da anualidade.

Comentário: A fixação da base de cálculo do IPVA se submete apenas ao princípio da anterioridade anual,
sem necessidade de observância da anterioridade nonagesimal.

Gabarito: Letra B

43.CESPE/TJ-PR-Juiz Estadual/2019
A Constituição Federal de 1988 prevê exceções ao princípio tributário da anterioridade, como ocorre nos
casos dos impostos sobre importação e sobre exportação. Nesses casos, a exceção é justificada pela
necessidade de ajuste do tributo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.

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Fábio Dutra
Aula 01

De acordo com a doutrina majoritária, a referida hipótese de exceção ao princípio tributário da anterioridade
é explicada em razão de os tributos citados terem finalidade
a) parafiscal.
b) parafiscal e extrafiscal.
c) extrafiscal.
d) exclusivamente fiscal.

Comentário: Trata-se dos impostos com nítida finalidade extrafiscal, ou interventiva. Isso significa que o
objetivo precípuo não é arrecadar, mas sim influenciar no comportamento das pessoas, seja em relação ao
comércio exterior, ou em relação ao consumo interno, como no caso do IPI.

Porém, não há qualquer relação com a finalidade parafiscal, que inclui a atribuição da arrecadação a outra
pessoa diversa do ente instituidor, e que se torna destinatária dos recursos.

Gabarito: Letra C

44.CESPE/EBSERH-Analista Administrativo/2018
A majoração de alíquota do imposto de renda deve seguir o princípio da anterioridade do exercício
financeiro, mas não o princípio da anterioridade nonagesimal.

Comentário: Exatamente! Tanto a instituição como a majoração do imposto de renda se submete ao


princípio da anterioridade do exercício financeiro, mas não ao princípio da anterioridade nonagesimal.

Gabarito: Correta

45.CESPE/EMAP-Analista Portuário/2018
O princípio da carência tributária proíbe a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios de cobrar
tributos antes de transcorridos noventa dias da data da publicação da lei que os instituir ou aumentar.

Comentário: A denominação “princípio da carência tributária” é atípica e foi abordada pela banca CESPE
nesta prova, fazendo referência ao princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena. Por essa razão, a
questão está correta.

Gabarito: Correta

46.CESPE/DPF-Delegado de Polícia Federal/2018


A empresa XZY Ltda., contribuinte do ICMS, pagava mensalmente esse tributo a determinado estado da
Federação, no dia 15 de cada mês. No dia 30/6/2017, esse estado editou ato normativo que alterava a data
do pagamento do referido tributo para o dia 10 de cada mês, entrando tal ato em vigor no dia 1.º/7/2017.
Sem saber da alteração, a empresa XZY Ltda. pagou o tributo no dia 15/7/2017, o que acarretou multa e
juros de mora pelo pagamento com atraso.
Nessa situação hipotética, a antecipação do prazo para o pagamento do ICMS só poderia ter sido feita por
lei e somente poderia ter entrado em vigor no exercício financeiro seguinte.

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Fábio Dutra
Aula 01

Comentário: De acordo com a jurisprudência pacífica do STF, a mera alteração no prazo para recolhimento
do tributo não implica sua majoração, razão pela qual não se submete ao princípio da anterioridade.

Gabarito: Errada

47.CESPE/SEFAZ-RS-Técnico Tributário/2018
Assinale a opção que indica o princípio tributário segundo o qual o cidadão brasileiro tem o direito de não
ser surpreendido com a criação de novo tributo.
a) princípio da vedação ao confisco
b) princípio da isonomia
c) princípio da anterioridade nonagesimal
d) princípio da capacidade contributiva
e) princípio da irretroatividade

Comentário: O princípio da anterioridade anual e nonagesimal vedam a incidência tributária repentina da


norma instituidora ou majoradora de determinado tributo. Alguns chegam a denominá-los princípio da não
surpresa.

Gabarito: Letra C

48. CESPE/STJ-Analista Judiciário/2018


De acordo com o Supremo Tribunal Federal, a norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação
tributária deve observar o princípio da anterioridade que for aplicável ao respectivo tributo.

Comentário: Na realidade, de acordo com a Súmula Vinculante 50, norma legal que altera o prazo de
recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. Afinal, alterar o prazo de
recolhimento do tributo não configura uma majoração.

Gabarito: Errada

49. CESPE/TCE-PA-Auditor de Controle Externo/2016


Qualificado como garantia individual do contribuinte e, por conseguinte, como cláusula pétrea da
Constituição Federal de 1988, o princípio da anterioridade não se aplica à norma jurídica que altera o prazo
de recolhimento da obrigação tributária.

Comentário: É a jurisprudência pacífica do STF, qualificando o princípio da anterioridade como garantia


individual do contribuinte. A Súmula Vinculante 50 prevê que Norma legal que altera o prazo de
recolhimento de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.

Gabarito: Correta

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Fábio Dutra
Aula 01

50. CESPE/DPU-Defensor Público Federal/2015


A União pode instituir uma contribuição social cobrada do empregador e incidente sobre as aplicações
financeiras da empresa, desde que se submeta ao princípio da anterioridade nonagesimal.

Comentário: A CF/88 (art. 195, § 4°) permite que o legislador institua outras fontes destinadas a garantir a
manutenção ou expansão da seguridade social, desde que obedecidos os requisitos previstos no art. 154, I.
Desse modo, em se tratando de contribuição social, deve haver obediência ao princípio da anterioridade
nonagesimal.

Gabarito: Correta

51. CESPE/TRF-1ª REGIÃO-Juiz Federal/2015


Lei federal referente ao imposto de renda publicada em 25/11/2014 introduziu majoração da alíquota do
imposto, entretanto não dispôs sobre o início de sua vigência.
Nessa situação hipotética, a nova norma teria eficácia a partir de
a) 23/2/2015, aplicando-se os princípios da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal.
b) 9/1/2015, aplicando-se o princípio da anterioridade anual e desconsiderando-se o princípio da
anterioridade nonagesimal.
c) 1.º/1/2016, aplicando-se o princípio da anterioridade anual a partir do início da vigência da norma.
d) 1.º/1/2015, aplicando-se o princípio da anterioridade anual e sem se considerar o princípio da
anterioridade nonagesimal.
e) 23/2/2015, aplicando-se o princípio da anterioridade nonagesimal e desconsiderado o princípio da
anterioridade anual.

Comentário: Como se trata do Imposto de Renda, imposto que deve obediência ao princípio da anterioridade
anual, mas é excepcionado do princípio da anterioridade nonagesimal, a lei federal majoradora terá eficácia
a partir de 01/01/2015.

Gabarito: Letra D

52. CESPE/AGU/2015
Pela aplicação do princípio da anterioridade tributária, quaisquer modificações na base de cálculo ou na
alíquota dos tributos terão sua eficácia suspensa até o primeiro dia do exercício financeiro seguinte à
publicação da lei que promoveu a alteração.

Comentário: Primeiramente, devemos nos lembrar de que tal princípio não se aplica a quaisquer alterações,
mas tão somente à instituição ou majoração de tributos. Em segundo lugar, há diversas exceções, no que diz
respeito à alteração das alíquotas. Portanto, não se pode afirmar que quaisquer modificações na alíquota
dos tributos terão sua eficácia suspensa até o primeiro dia do exercício financeiro seguinte à publicação da
lei que promoveu a alteração. Questão errada.

Gabarito: Errada

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Fábio Dutra
Aula 01

53.FGV/SEFIN-RO-Auditor Fiscal/2018
A Lei Z, do estado Delta, publicada no dia 31 de dezembro de 2016, alterou, em seu Art. 1º, a data de
recolhimento do imposto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens e direitos, e, em seu Art.
2º, aumentou a respectiva alíquota. O Art. 3º, por sua vez, dispôs que a Lei Z entraria em vigor no dia 1º de
janeiro de 2017.
À luz da sistemática constitucional afeta ao sistema tributário nacional, o Art. 3º da Lei Z
a) é totalmente inconstitucional, sob o prisma material.
b) é totalmente constitucional, sob os prismas formal e material.
c) é parcialmente inconstitucional, sob o prisma material, em relação à entrada em vigor do Art. 1º.
d) é parcialmente inconstitucional, sob o prisma material, em relação à entrada em vigor do Art. 2º.
e) é totalmente constitucional, apenas sob o prisma material.

Comentário: A inconstitucionalidade do art. 3º, da Lei Z, diz respeito ao art. 2º, que aumentou a alíquota do
ITCD, não respeitando o princípio da anterioridade nonagesimal. Quanto ao art. 1º, não há qualquer ressalva,
tendo em vista que a alteração na data de recolhimento do imposto não configura sua majoração, razão pela
qual o STF já decidiu ser inaplicável o princípio da anterioridade.

Gabarito: Letra D

54.FGV/Câmara Municipal de Salvador – Advogado Legislativo/2018


Conforme previsto na Constituição da República de 1988, deve obediência integral aos princípios da
legalidade, anterioridade anual e anterioridade nonagesimal, o imposto sobre:
a) a propriedade de veículos automotores;
b) a renda e proventos de qualquer natureza;
c) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos
ou valores mobiliários;
d) serviços de qualquer natureza;
e) a propriedade territorial urbana.

Comentário:

Alternativa A: O IPVA deve obediência à legalidade, anterioridade anual, mas a fixação da sua base de cálculo
constitui exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal. Alternativa errada.

Alternativa B: O IR constitui exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal, devendo obediência apenas


aos princípios da anterioridade anual e legalidade. Alternativa errada.

Alternativa C: O IOF constitui exceção aos princípios da anterioridade anual, nonagesimal e legalidade, sendo
que, quanto a este último, apenas em relação à alteração de suas alíquotas dentro dos limites e condições
legais. Alternativa errada.

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Fábio Dutra
Aula 01

Alternativa D: O ISS deve obediência aos três princípios constitucionais mencionados no enunciado da
questão. Alternativa correta.

Alternativa E: O IPTU deve obediência à legalidade, anterioridade anual, mas a fixação da sua base de cálculo
constitui exceção ao princípio da anterioridade nonagesimal. Alternativa errada.

Gabarito: Letra D

55.FGV/CODEBA-Analista Portuário/2016
Em maio de 2015, a União aumentou, por meio de lei, as alíquotas do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) de itens de alimentação e higiene. Sobre essa lei, assinale a afirmativa correta.
a) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor imediatamente após a sua publicação, uma vez que
o IPI não está sujeito ao princípio da anterioridade.
b) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor 90 (noventa) dias após a sua publicação, uma vez
que o IPI não está sujeito ao princípio da anterioridade de exercício.
c) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor no primeiro dia do exercício financeiro de 2016,
uma vez que o IPI se submete apenas ao princípio da anterioridade de exercício.
d) A lei que majorou as alíquotas do IPI poderá ser aplicada a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que as aumentou, uma vez que o IPI não se submete ao princípio da irretroatividade.
e) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor no primeiro dia do exercício de 2016, uma vez que
o IPI se submete ao princípio da anterioridade de exercício e ao princípio da anterioridade nonagesimal.

Comentário: Como o IPI é imposto que se submete ao princípio da anterioridade nonagesimal, mas foi
excepcionado do princípio da anterioridade anual, a lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor 90
dias após a sua publicação.

Gabarito: Letra B

56.FGV/Pref. Niterói-RJ-Agente Fazendário/2015


De acordo com as normas do Sistema Tributário Nacional previstas na Constituição de 1988, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
a) exigir ou aumentar imposto conforme disposto em lei ordinária;
b) cobrar tributos do exercício financeiro seguinte àquele em que haja sido publicada a lei que o instituiu;
c) instituir, através de lei, impostos sobre a renda ou serviços uns dos outros;
d) instituir, através de lei, contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas;
e) instituir taxa pelo exercício de poder de polícia dentro de sua competência material.

Comentário:

Alternativa A: Na realidade, o que se veda é a exigência ou amento de tributo sem lei que o estabeleça.
Alternativa errada.

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Fábio Dutra
Aula 01

Alternativa B: A CF/88 vedou a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro àquele em que haja sido
publicada a lei que o instituiu. Alternativa errada.

Alternativa C: De fato, embora ainda não tenhamos estudado, a imunidade recíproca impede a instituição
de impostos sobre a renda ou serviços uns dos outros. Alternativa correta.

Alternativa D: Trata-se exatamente do contrário: a CF autorizou os entes tributantes a instituírem


contribuição de melhoria decorrente de obras públicas das quais decorra valorização imobiliária. Alternativa
errada.

Alternativa E: Não é vedado instituir taxa pelo exercício de poder de polícia, conforme prevê o art. 145, II,
da CF/88. Alternativa errada.

Gabarito: Letra C

57. ESAF/PGFN-Procurador da Fazenda Nacional/2015


A Lei que diminui o prazo de recolhimento de tributo
a) submete-se ao principio da anterioridade nonagesimal.
b) somente se aplica no exercício financeiro seguinte àquele em que foi publicada.
c) não se submete ao princípio da anterioridade.
d) somente se aplica no exercício financeiro seguinte ao da data de sua vigência.
e) somente gera efeitos normativos 30 (trinta) dias após a data da sua publicação.

Comentário: De acordo com a Súmula Vinculante 50 do STF, norma legal que altera o prazo de recolhimento
de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. Portanto, o gabarito desta questão é a
Letra C.

Gabarito: Letra C

58.VUNESP/ Prefeitura de São José dos Campos - SP- Procurador/2017


A Constituição Federal impõe aos entes tributantes a vedação de cobrar tributos no mesmo exercício
financeiro e antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou. A exigência da observância do prazo de noventa dias não se aplica à fixação da base de cálculo
do
a) ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis).
b) IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana).
c) ISS (Imposto sobre Serviços).
d) ITR (Imposto Territorial Rural).
e) ITCMD (Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis ou Doação).

Comentário:

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Aula 01

Questão simples, basta o candidato conhecer o art. 150, § 1.º, CF, que determina que o princípio da
anterioridade nonagesimal não será observado quando se tratar de fixação da base de cálculo do IPTU e
IPVA. Assim, é possível que o Município majore a base de cálculo do IPTU em 31 de dezembro para que a
referida alteração seja aplicável já no ano seguinte.

Gabarito: Letra B

Princípio da Irretroatividade

59. FCC/Procuradoria de São Luís - Procurador do Município de São Luís/2016


Um Município brasileiro, que nunca havia instituído o IPTU em seu território, decidiu fazê-lo em novembro
de 2013, de modo que ainda houvesse tempo de lançá-lo e cobrá-lo, no próprio exercício de 2013,
relativamente aos exercícios de 2009 a 2013. Ocorre, porém, que o referido imposto teve de ser instituído
por decreto, pois a Câmara Municipal local, por esmagadora maioria de votos, não aprovou o projeto de lei
relativo a sua criação.
De acordo com as normas da Constituição Federal,
a) se esse imposto tivesse sido instituído por lei, ele poderia ter sido lançado e cobrado em relação aos
exercícios de 2009 a 2013.
b) se esse imposto tivesse sido instituído por lei, ele poderia ter sido lançado e cobrado apenas em relação
ao exercício de 2013.
c) esse imposto poderia ser exigido, lançado e cobrado a partir de 1º de janeiro de 2014.
d) esse imposto seria inexigível mesmo no exercício de 2015.
e) se esse imposto tivesse sido instituído por lei, ele poderia ter sido exigido, lançado e cobrado a partir de
1º de janeiro de 2014.

Comentário:

Alternativa A: Ainda que instituído por Lei, o imposto não poderia ser cobrado em relação aos exercícios
anteriores, por causa do Princípio da Irretroatividade (Art. 150, III, “a” da CF/88). Alternativa errada.

Alternativa B: Como o fato gerador do IPTU se dá no 1º dia do ano civil, em relação a 2013, o fato gerador já
teria ocorrido, não sendo possível a sua exigência em razão do Princípio da Irretroatividade. Alternativa
errada.

Alternativa C: Não poderia ser exigido, lançado e cobrado uma vez que o tributo foi instituído por Ato do
Executivo Municipal. Alternativa errada

Alternativa D: Por não ter sido instituído por Lei, mesmo em 2015, o tributo não poderia ser exigido dos
contribuintes. Alternativa correta.

Alternativa E: Veja que o tributo foi instituído em novembro de 2013 e a assertiva informa que poderia ser
cobrado em 1º/01/14. Mas o IPTU deve obedecer também à anterioridade nonagesimal, razão pela qual não

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Aula 01

poderia ser exigido, lançado e cobrado a partir de 1º/01/2014 por ter transcorrido os 90 dias da data da
publicação da Lei. Alternativa errada.

Gabarito: Letra D

60. FCC/Prefeitura de Teresina - Assistente Técnico Administrativo/Técnico do Tesouro Municipal/2016


Entende-se por Limitações do Poder de Tributar
a) toda e qualquer restrição imposta pelo sistema jurídico às entidades dotadas desse poder.
b) as normas jurídicas que estabelecem os tributos que podem ser cobrados pelas pessoas jurídicas de direito
público.
c) somente as regras decorrentes do princípio da legalidade.
d) apenas as restrições decorrentes dos princípios da irretroatividade e da anterioridade da lei tributária.
e) somente as restrições decorrentes dos princípios da legalidade, da irretroatividade e da anterioridade da
lei tributária.

Comentário: Limitações ao Poder de Tributar são todas aquelas trazidas pela Constituição Federal,
especialmente aquelas insculpidas nos art. 150 e 151 (mas não apenas nestes), que versam sobre restrições
constitucionais aos entes federados no exercício de sua competência tributária.

Gabarito: Letra A

61. FCC/Pref. Campinas-SP-Procurador/2016


Acerca dos princípios consagrados pela Constituição Federal, é correto afirmar: Os entes políticos tributantes
não podem cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos após o início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado.

Comentário: Ora, o que se veda pelo princípio da irretroatividade é a cobrança de tributos em relação a fatos
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Após o início
da vigência da lei, não há qualquer ofensa ao referido princípio, haja vista não estar a lei retroagindo a fatos
passados.

Gabarito: Errada

62. FCC/TCM-GO - Procurador do Ministério Público de Contas/2015


De acordo com a Constituição Federal, é VEDADO à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I. Cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado.
II. Instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
III. Cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou.
IV. Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
V. Cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou.

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As vedações citadas acima correspondem, correta e respectivamente, aos denominados princípios da


a) anterioridade; imunidade recíproca; imediatibilidade; legalidade; trimestralidade.
b) irretroatividade; imunidade recíproca; anterioridade; legalidade; anterioridade nonagesimal ou
noventena.
c) trimestralidade; intributabilidade mútua; anterioridade; inexigibilidade tributária; anterioridade nonagesi
mal ou noventena.
d) intributabilidade mútua; anterioridade; legalidade; tri mestralidade; imediatibilidade.
e) anterioridade nonagesimal ou noventena; imunidade recíproca; legalidade; inexigibilidade tributária;
trimestralidade.

Comentário:

Item I: Trata-se do princípio da irretroatividade.

Item II: Os entes federados são impedidos de cobrar IMPOSTOS uns dos outros.

Item III: É o princípio da anterioridade anual.

Item IV: É o princípio da legalidade.

Item V: Trata-se do princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena.

Gabarito: Letra B

63. FCC/MANAUSPREV - Procurador Autárquico/2015


O Município de Manaus, desejando promover o aumento da base de cálculo do IPTU incidente sobre a
propriedade de imóveis localizados em seu território, deverá elaborar norma jurídica que atenda, dentre
outros, aos princípios constitucionais da
a) legalidade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
b) legalidade, anterioridade e noventena (ou anterioridade nonagesimal).
c) anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
d) legalidade, anterioridade e irretroatividade.
e) legalidade, anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.

Comentário: A fixação da BC do IPVA e IPTU e IPVA são exceções à noventena (Art. 150, §1º parte final). A
partir daí já podemos excluir todas as letras que trazem a noventena como requisito, isto é, as letras A, B, C
e E.

Ademais o IPTU se sujeita aos princípio da legalidade, anterioridade e irretroatividade.

Gabarito: Letra D

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64. FCC/TJRR - Juiz Estadual (TJ RR)/2015


Autoridades judiciais, estaduais e federais, conforme o caso, exercendo jurisdição no Estado de Roraima, e
tendo de proferir decisões em cinco processos judiciais distintos, pronunciaram-se das seguintes maneiras:
I. O Imposto de Renda está sujeito ao princípio da anterioridade, mas não ao princípio da noventena
(anterioridade nonagesimal).
II. A instituição, pelos Estados e pelo Distrito Federal, da contribuição para o custeio do serviço de iluminação
pública está sujeita ao princípio da irretroatividade, mas não ao da anterioridade.
III. A majoração da base de cálculo do IPVA não está sujeita ao princípio da noventena (anterioridade
nonagesimal), mas a majoração de sua alíquota está.
Com base no que dispõe a Constituição Federal acerca dessa matéria, as autoridades judiciais decidiram
corretamente em relação às situações descritas nos itens:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) III, apenas.
e) I, II e III.

Comentário: Vejamos item a item:

Item I: Exatamente isso! O IR é exceção à garantia nonagesimal, mas cumpria a garantia anual. Item correto.

Item II: A COSIP se sujeita a ambas as anterioridades e ao princípio da irretroatividade. Ademais, esta
contribuição não pode ser instituída pelos Estados. Item errado.

Item III: Correto, conforme o art. 150, §1º da CF/88 Item correto.

Gabarito: Letra C

Princípio da Liberdade de Tráfego

65. FCC/PGE-MT-Analista/2016
Um determinado Estado brasileiro, famoso pelas lindas paisagens que ornamentam muitas de suas cidades,
estava passando por severa crise econômica. Decidiu, em razão disso, investir fortemente no turismo destas
cidades, com a finalidade de atrair pessoas com alto poder aquisitivo e que estivessem predispostas a gastar
neste “Estado paradisíaco”. Paralelamente, com o intuito de evitar a afluência e o tráfego de turistas
provenientes de unidades federadas com baixo ou nenhum poder aquisitivo, o governo deste “Estado
paradisíaco” criou uma exação que denominou de “Taxa Interestadual de Compensação Financeira”, e que
tinha o intuito específico de impedir, ou, pelo menos, de reduzir o tráfego de pessoas provenientes de outros
Estados sem poder aquisitivo naquelas cidades turísticas do Estado.
De acordo com a Constituição Federal, essa taxa

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a) poderia ser cobrada, desde que obedecido o princípio da anterioridade.


b) poderia ser cobrada, desde que obedecidos os princípios da anterioridade e da anterioridade nonagesimal
(noventena).
c) não poderia ser cobrada.
d) poderia ser cobrada, desde que obedecidos os princípios da anterioridade e da irretroatividade.
e) não poderia ser cobrada pelo Estado em que se localizam essas cidades, pois a competência para instituir
essa taxa é do Estado de proveniência dos turistas.

Comentário: De acordo com o art. 150, V, da CF/88, é vedado aos entes federados estabelecer limitações ao
tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. No caso em comento,
ficou muito claro que o objetivo da exação era limitar o tráfego de determinadas pessoas. Logo, a taxa em
questão não poderia ser cobrada.

Gabarito: Letra C

66. FCC/TCE-SP-Auditor do Tribunal de Contas/2013


É vedada a limitação ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais.
A proibição refere-se ao princípio da
a) não discriminação em razão da procedência ou destino, que deve ser observado por todos os entes
federados, tendo como exceção a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder
público.
b) liberdade do tráfego de pessoas e bens, que deve ser observado por todos os entes federados, tendo
como exceção a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público.
c) liberdade do tráfego de pessoas e bens, sendo direcionado unicamente à União, Estados e Distrito Federal,
tendo como exceção a cobrança do pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público.
d) não discriminação em razão da procedência ou destino, que deve ser observado por todos os entes
federados, não contemplando exceção.
e) não discriminação em razão da procedência ou destino, que deve ser observado pela União, Estados e
Distrito Federal, tendo como exceção a cobrança do pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder
público.

Comentário: Trata-se do princípio da liberdade do tráfego de pessoas e bens, que deve ser observado por
todos os entes federados, tendo como exceção a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas
pelo poder público.

Gabarito: Letra B

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Outros Princípios Constitucionais Tributários

67. FCC/PGM Teresina - Técnico de Nível Superior/Analista Administrativo/2016


O dispositivo constitucional previsto no art. 151, I, da Carta Magna, que veda à União ao instituir tributo a
distinção em relação a um Estado, ao Distrito Federal ou a um Município, em prejuízo dos demais, adota o
princípio da
a) vinculabilidade da tributação.
b) indelegabilidade da competência tributária.
c) uniformidade geográfica.
d) tipologia tributária.
e) anterioridade vinculada.

Comentário: Vejamos o art. 151, I da CF/88:

“Art. 151. É vedado à União:

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico
entre as diferentes regiões do País;”

Trata-se do princípio da uniformidade geográfica.

Gabarito: Letra C

68. FCC/PGE-MT-Procurador do Estado/2016


Considere o seguinte princípio constitucional:
“Art. 152 É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.”
Os Estados e o Distrito Federal estão impedidos de
a) cobrar o ICMS sobre a entrada de mercadorias oriundas de determinado país, em operação de importação,
mas desonerar por completo esse imposto na saída de mercadorias tendo como destinatário o mesmo país.
b) exigir o ICMS pelas alíquotas interestaduais variáveis conforme o Estado de destino dos bens ou serviços,
diferentemente das alíquotas praticadas às operações internas.
c) instituir isenções ou alíquotas diferenciadas do ITD tendo como fator de discriminação o domicílio do
respectivo donatário dos bens doados.
d) estabelecer a não incidência do ITD sobre doações de imóveis situados em outras Unidades da Federação.
e) exigir o ICMS por alíquotas diferenciadas para mercadorias ou serviços diferentes.

Comentário:

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Alternativa A: O ICMS já incide sobre as importações e não incide sobre as exportações, por determinação
constitucional. Alternativa errada.

Alternativa B: A própria CF/88 autoriza a exigência de alíquotas diferenciadas, dentro das regras nela
previstas. Alternativa errada.

Alternativa C: O que se veda com o referido princípio é o tratamento tributário distinto, em razão da
procedência ou destino de bens e serviços. Assim, veda-se a instituição de isenções ou alíquotas
diferenciadas do ITD tendo como fator de discriminação o domicílio do respectivo donatário dos bens
doados. Alternativa correta.

Alternativa D: Embora você não tenha estudado o ITCMD (ou ITD), cabe ressaltar que tal imposto é devido
ao Estado onde está localizado o imóvel. Logo, não há como estabelecer a não incidência de algo que já não
incide por determinação constitucional. Alternativa errada.

Alternativa E: O princípio da seletividade pode ser aplicável ao ICMS, e neste caso o imposto incidirá com
alíquotas diferenciadas para mercadorias ou serviços diferentes.

Gabarito: Letra C

69. FCC/SEFAZ PE - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual/2014


De acordo com a Constituição Federal,
a) é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributos sobre patrimônio,
renda ou serviços, uns dos outros.
b) a União poderá instituir taxa, mediante lei complementar, com base de cálculo própria de imposto, desde
que compreendido em sua competência tributária.
c) é vedado à União conceder incentivos fiscais em favor de Estado, Distrito Federal ou Município, ainda que
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
d) é vedado aos Estados e ao Distrito Federal instituir tratamento tributário diferenciado entre bens e
serviços, em razão de sua procedência ou destino, salvo nos casos em que tenha por propósito a redução
das desigualdades econômicas das entidades políticas, ou mediante convênio firmado entre as Unidades da
Federação.
e) é vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.

Comentário:

Alternativa A: Embora não seja assunto desta aula, a imunidade recíproca é para IMPOSTOS e não para
TRIBUTOS. Alternativa errada.

Alternativa B: É vedado que as taxas tenham base de cálculo própria dos impostos. Alternativa errada.

Alternativa C: A Constituição Federal permite tais incentivos, conforme art. 151, I da CF/88 Alternativa
errada.

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Alternativa D: O Princípio da Não-Discriminação baseada procedência ou destino, disposto no art. 152 da


CF/88, não possui tal ressalva. Na verdade, a alternativa tentou induzir o candidato a confundir tal princípio
com o Princípio da Uniformidade Geográfica, previsto no art. 151, I da CF/88 Alternativa errada.

Alternativa E: É exatamente o que dispõe o art. 151, III da CF/88 Alternativa correta

Gabarito: Letra E

70.CESPE/CGM-João Pessoa-Auditor Municipal/2018


É vedado à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios.

Comentário: O que se veda no art. 151, II, da CF/88, é que a União tribute a renda das obrigações da dívida
pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos
respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes.

Gabarito: Errada

71. CESPE/PC-GO-Delegado/2017
Sabendo que, por disposição constitucional expressa, em regra, os princípios tributários e as limitações ao
poder de tributar não se aplicam de forma idêntica a todas as espécies tributárias, assinale a opção correta
a respeito da aplicação desses institutos.
a) Apenas aos impostos estaduais aplica-se o princípio que proíbe o estabelecimento de diferença tributária
entre bens e serviços de qualquer natureza em razão de sua procedência ou seu destino.
b) A aplicação do princípio da não vinculação de receita a despesa específica é limitada aos impostos.
c) Em regra, o princípio da anterioridade do exercício aplica-se da mesma forma aos impostos e às
contribuições sociais da seguridade social.
d) O princípio da capacidade contributiva aplica-se sempre e necessariamente aos impostos.
e) O princípio da anterioridade do exercício atinge, de forma ampla, as hipóteses de empréstimos
compulsórios previstas no texto constitucional.

Comentário:

Alternativa A: De acordo com o art. 152, da CF/88, é vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência
ou destino. Portanto, a regra não é restrita aos impostos estaduais. Alternativa errada.

Alternativa B: Realmente, o princípio da não afetação ou não vinculação de receita a despesa específica é
limitado aos impostos, nos termos do art. 167, IV, da CF/88. Alternativa correta.

Alternativa C: O princípio da anterioridade do exercício não se aplica às contribuições sociais da seguridade


social. Alternativa errada.

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Alternativa D: O princípio da capacidade contributiva foi mencionado no art. foi mencionado no art. 145, §
1º, da CF/88, fazendo referência aos impostos. Porém, o entendimento do STF é o de que também se aplica
às demais espécies tributárias. Alternativa errada.

Alternativa E: O princípio da anterioridade do exercício atinge apenas a hipótese de empréstimo compulsório


relativa aos investimentos públicos de caráter urgente e de relevante interesse nacional, nos termos do art.
148, II, da CF/88. Alternativa errada.

Gabarito: Letra B

72. CESPE/TCE-PR-Analista de Controle/2016


É vedado à União conceder incentivos que visem à promoção do equilíbrio socioeconômico a determinadas
áreas do país.

Comentário: De acordo com o art. 151, I, da CF/88, que prevê o princípio da uniformidade geográfica da
tributação, admite-se a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do
desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.

Gabarito: Errada

73. VUNESP/ISS-Campinas-Auditor Fiscal/2019


É vedado à União Federal:
a) instituir impostos sobre empresas públicas estaduais ou municipais que se dediquem a atividades
econômicas e destinem o produto das suas receitas às finalidades estipuladas na lei de sua criação.
b) tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em
níveis inferiores aos que fixar para suas obrigações.
c) instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro.-
d) estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência.
e) conceder de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico
entre as diferentes regiões do País.

Comentário: De acordo com o art. 151, I, da CF/88, é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme
em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito
Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País.

Gabarito: Letra C

74. VUNESP/ISS-Guarulhos-Inspetor Fiscal de Rendas/2019


De acordo com a Constituição Federal, é vedado à União
a) conceder incentivos fiscais destinados a promover o desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes
regiões do País, em respeito ao princípio da isonomia.

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b) tributar a remuneração e os proventos dos agentes públicos estaduais, distritais e municipais em níveis
inferiores aos que fixar para seus agentes, em respeito ao princípio da isonomia.
c) estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência
ou destino.
d) instituir tributo uniforme em todo o território nacional em razão do seu dever de eliminar desigualdades
regionais.
e) instituir isenções de tributos de competência dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios.

Comentário:

Alternativa A: O art. 151, I, da CF/88, estabelece que é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme
em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito
Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País. Alternativa
errada.

Alternativa B: O art. 151, II, da CF/88, estabelece que é vedado à União tributar a renda das obrigações da
dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos
dos respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus
agentes. Alternativa errada.

Alternativa C: O art. 152, da CF/88, estabelece que é vedado aos Estados, ao DF e aos Municípios estabelecer
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
Alternativa errada.

Alternativa D: O art. 151, I, da CF/88, estabelece que é vedado à União instituir tributo que não seja uniforme
em todo o território nacional, admitindo-se a concessão de de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País. Alternativa errada.

Alternativa E: De fato, o art. 151, III, da CF/88, estabelece que é vedado à União instituir isenções de tributos
da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Alternativa correta.

Gabarito: Letra E

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LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES

Princípio da Legalidade

1. CESPE/DPF-Perito Criminal Federal/2018


A majoração de alíquotas do imposto sobre produtos industrializados depende de lei complementar
aprovada pelo Congresso Nacional, sendo vedada sua implementação no mesmo exercício financeiro em que
tenha sido publicada lei que aumentou tal tributo.

2.VUNESP/ Prefeitura de Alumínio - SP- Procurador Jurídico/2016


De acordo com o princípio da legalidade tributária previsto na Constituição Federal do Brasil (CFB), assinale
a alternativa a seguir que apresenta uma espécie tributária não passível de instituição por Medida Provisória.
a) Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza.
b) Imposto sobre importação de produtos estrangeiros.
c) Contribuição social sobre o lucro líquido.
d) Contribuição de iluminação pública.
e) Empréstimos compulsórios.

3. FCC - Juiz Estadual (TJ CE)/2014


Atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, o IPI, o ICMS, as taxas municipais pelo poder de
polícia, as contribuições de melhoria e o Imposto de Exportação podem ter suas alíquotas aumentadas,
respectivamente, por:
a) lei ordinária, decreto, lei ordinária, decreto e lei ordinária.
b) lei complementar, lei ordinária, decreto, decreto e lei complementar.
c) decreto, lei ordinária, lei ordinária, lei ordinária e decreto.
d) lei ordinária, decreto, lei ordinária, lei ordinária e lei complementar.
e) decreto, lei ordinária, decreto, decreto e lei ordinária.

4. FCC/ICMS-PE-Auditor-Fiscal/2014
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que a instituição dos emolumentos
cartorários pelo Tribunal de Justiça, por não possuir natureza tributária, não viola o princípio da legalidade
tributária.

5. FCC/ICMS-PE-Auditor-Fiscal/2014

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Aula 01

Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que a definição de vencimento das
obrigações tributárias sujeita-se ao princípio da legalidade tributária.

6. CESPE/TJ-AM-Juiz/2016
Por decreto do prefeito, de agosto de 2014, o município de Manaus atualizou a base de cálculo do IPTU e
sua planta de valores imobiliários, para a cobrança do tributo em 2015. Na atualização, foi usada como
referência a taxa SELIC para títulos federais, índice oficial para cálculo dos encargos pela mora dos tributos
federais.
Nessa situação hipotética,
a) o ato é válido, pois, tendo o decreto sido editado no ano de 2014 para surtir efeitos em 2015, foi observado
o princípio da anterioridade.
b) o ato é inválido, pois apenas lei municipal poderia indicar a SELIC como índice de correção monetária no
município.
==18e1e8==

c) o ato é inválido, por implicar acréscimo real, e não mera correção.


d) o ato é válido, pois sendo o IPTU um tributo extrafiscal, a ele não se aplica o princípio da legalidade.
e) o ato é válido, pois a taxa SELIC é índice oficial, não constituindo a sua aplicação, para correção da base de
cálculo do IPTU, majoração de tributo.

7. CESPE/CGE-PI-Auditor Governamental/2015
As limitações ao poder de tributar podem ser reguladas, em âmbito legislativo, tanto por lei complementar
quanto por lei ordinária.

8. CESPE/CGE-PI-Auditor Governamental/2015
São limitações ao poder de tributar as imunidades, os princípios de direito tributário e as anistias.

9. CESPE/AGU/2015
De acordo com o princípio da legalidade, fica vedada a criação ou a majoração de tributos, bem como a
cominação de penalidades em caso de violação da legislação tributária, salvo por meio de lei.

10.FGV/CODEBA-Analista Portuário/2016
A União instituiu, por meio de lei ordinária, empréstimo compulsório para atender a despesa extraordinária
decorrente de calamidade pública. Sobre essa lei, assinale a afirmativa correta.
a) Ela é inconstitucional, pois a União não é competente para a instituição de empréstimos compulsórios.
b) Ela é inconstitucional, pois a CRFB/88 não autoriza a instituição de empréstimos compulsórios para
atender despesa extraordinária, decorrente de calamidade pública.
c) Ela, ao instituir o empréstimo compulsório, é constitucional e entrará em vigor no exercício seguinte ao
da sua publicação, uma vez que é necessária a observância do princípio da anterioridade de exercício.

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Aula 01

ld) Ela é constitucional e entrará em vigor no dia seguinte ao da sua publicação, em razão da relevância e
urgência da medida.
e) Ela é inconstitucional, uma vez que os empréstimos compulsórios devem ser instituídos por meio de lei
complementar e não lei ordinária.

11.FGV/CODEMIG-Advogado Societário/2015
De acordo com os princípios constitucionais tributários, pode ser previsto em norma infralegal:
a) o aumento do percentual das multas por descumprimento de obrigação acessória;
b) a causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário;
c) a redução da base de cálculo do IOF;
d) a modificação da data do vencimento da obrigação tributária principal;
e) a remissão do crédito tributário.

12. ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre as limitações constitucionais ao poder de tributar, é incorreto afirmar que, no vigente sistema
tributário nacional, as limitações constitucionais ao poder de tributar estão configuradas como princípios
constitucionais tributários, imunidades tributárias e normas reguladoras do exercício da competência
tributária.

13. ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que o princípio constitucional da legalidade
tributária exige necessariamente lei em sentido estrito/formal tanto para a instituição quanto para a
majoração de tributo.

Princípio da Isonomia

14.CESPE/TJ-SC-Juiz Estadual/2019
O § 1.º do art. 145 da Constituição Federal de 1988 dispõe que “Sempre que possível, os impostos terão
caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados
os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte”.
O princípio do direito tributário relacionado à norma constitucional transcrita anteriormente é o
a) princípio da capacidade contributiva.
b) princípio da igualdade tributária.

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c) princípio da irretroatividade tributária.


d) princípio da não cumulatividade.
e) princípio da benignidade.

15. FCC/SEMPLAN Teresina - Técnico de Nível Superior/Analista em Gestão Pública/2016


A respeito dos Princípios Gerais Tributários,
a) a instituição de tributo através de Decreto não fere o princípio da legalidade.
b) a cobrança de tributos no mesmo exercício financeiro sem que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou fere especificamente o princípio da competência.
c) a instituição de tributo fora da matéria que foi destinada constitucionalmente à entidade tributante fere
especificamente o princípio da anterioridade.
d) a graduação dos tributos fora da capacidade econômica de contribuir não fere o princípio da capacidade
contributiva.
e) o imposto progressivo não fere o princípio da igualdade.

16. FCC/Assembleia Legislativa do PE - Analista Legislativo/2014


Respeita o princípio da isonomia
a) a concessão de isenção, em favor do Ministério Público e aos membros e servidores do Poder Judiciário,
inclusive inativos, de custas processuais, notariais, cartorárias, e quaisquer taxas e emolumentos.
b) a isenção de imposto de renda sobre a verba de representação percebida especificamente pelos
magistrados.
c) o regime diferenciado, e mais benéfico, em relação ao IPVA relativo a veículos de propriedade de
motoristas cooperados a cooperativas de trabalho contratadas pela Administração Municipal para o
transporte público de escolares.
d) o regime de recolhimento diferenciado a determinadas categorias de profissionais liberais, em relação ao
ISSQN, para o fim de aproximar suas condições de trabalho e competitividade às das empresas de maior
porte.
e) a isenção do IPVA em favor de proprietários de veículos que se mantêm associados a determinadas
associações de interesse público. de cálculo do ICMS.

17.CESPE/PGE-PE-Procurador/2018
A técnica de tributação que observa o princípio da capacidade contributiva consiste em
a) diminuir a alíquota na proporção da ampliação da base de cálculo.
b) majorar a carga tributária conforme a essencialidade do produto tributado.
c) estabelecer teto máximo de valor para o pagamento de determinados tributos, mantendo-se a modicidade
tributária.
d) fixar alíquotas percentualmente menores para os contribuintes que tenham menor patrimônio pessoal.

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e) confiscar bens considerados supérfluos em relação aos contribuintes que apresentem sinais externos de
riqueza excessiva.

18. CESPE/PC-PE-Delegado/2016
Sempre que for possível, os impostos terão caráter pessoal, facultado à administração tributária identificar
o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

19.FGV/COMPESA-Analista de Gestão-Advogado/2016
Sobre o princípio da isonomia no direito tributário e sua efetividade, analise as afirmativas a seguir.
I. Viola o princípio da isonomia a instituição de isenção de custas e emolumentos para membros do Poder
Judiciário.
II. O tratamento diferenciado e favorecido a empresas de acordo com o seu porte, não viola o princípio da
isonomia.
III. Viola o princípio da isonomia a concessão de privilégios fiscais às empresas públicas e às sociedades de
economia mista, não extensivos às empresas do setor privado.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

20. ESAF/MPOG-APO/2015
Sobre os princípios constitucionais tributários, é correto afirmar que o princípio constitucional da igualdade
tributária exige idêntico tratamento tributário para contribuintes que se encontrem em situação
equivalente, permitindo-se porém tratamento diferenciado em razão da ocupação profissional destes
mesmos contribuintes.

21.VUNESP/ Prefeitura de São José dos Campos - SP- Procurador/2017


Consiste em corolário do princípio da igualdade tributária e aplica-se na ordem jurídica tributária, na busca
de uma sociedade mais igualitária em termos da exação de tributos. O trecho trata do princípio da
a) seletividade.
b) uniformidade jurídica da tributação.
c) vedação do confisco.
d) capacidade contributiva.
e) generalidade.

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Princípio do Não Confisco

22. CESPE/CAGE-RS-Auditor/2018
Após regular processo administrativo, determinado auditor tributário aplicou multa a contribuinte, em
decorrência do não recolhimento de imposto. O valor da multa corresponde ao dobro do montante não
recolhido com base em previsão legal.
Nessa situação hipotética,
A) não é possível a redução do valor da multa por decisão judicial.
B) houve violação do princípio do não confisco, dado o valor da multa aplicada.
C) não se aplica o princípio do não confisco, porque não se pode confundir multa com tributo.
D) não se aplicará o princípio do não confisco caso haja previsão legal nesse sentido.
E) a redução da multa é condicionada à anulação do processo administrativo.

23. CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2013


Configura-se o caráter confiscatório de determinado tributo sempre que o efeito cumulativo, resultante das
múltiplas incidências tributárias estabelecidas pela mesma entidade estatal, afetar, substancialmente e de
maneira irrazoável, o patrimônio ou os rendimentos do contribuinte.

24. CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012
A vedação do efeito confiscatório aplica-se tanto aos tributos propriamente ditos quanto às multas pelo
descumprimento da legislação tributária.

Princípio da Anterioridade

25. FCC/Defensoria Pública do Estado de SP - Defensor Público do Estado de São Paulo/2019


Acerca do regime dos princípios tributários, considere as assertivas abaixo:
I. o princípio da capacidade contributiva autoriza a graduação dos impostos de caráter pessoal, segundo a
capacidade econômica do contribuinte.
II. o princípio da igualdade tributária, que se encontra expressamente previsto na Constituição Federal de
1988, permite ao legislador ordinário estabelecer critérios de diferenciação entre contribuintes, com a
finalidade de promover a igualdade material.
III. o princípio da anterioridade da lei tributária, implícito na Constituição Federal de 1988, veda a cobrança
de tributos cujos fatos geradores ocorreram antes do início da vigência da lei que os criou ou aumentou.
IV. o princípio do não-confisco, implícito no texto constitucional, veda o emprego da tributação com
finalidade extrafiscal.

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Fábio Dutra
Aula 01

Está correto o que se afirma APENAS em:


a) I e III.
b) I e IV.
c) III e IV.
d) II e III.
e) I e II.

26. FCC/Prefeitura de Manaus - Assistente Técnico Fazendário/2019


A Constituição Federal contempla várias regras que limitam o poder de tributar da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios. De acordo com o texto constitucional,
a) o IPVA, taxa municipal, deve ser lançado e cobrado pelo Município em que o veículo está licenciado.
b) o ITBI, imposto municipal, está sujeito aos princípios da anterioridade de exercício, da anterioridade
nonagesimal (noventena) e da irretroatividade.
c) as taxas instituídas pelos Municípios não estão sujeitas ao princípio da legalidade.
d) o IPVA, tributo municipal, deve ser lançado e cobrado pelo Município em que o veículo efetivamente
circula.
e) as contribuições de melhoria instituídas pelos Municípios não estão sujeitas ao princípio da legalidade.

27. FCC/Prefeitura de Manaus - Auditor Fiscal de Tributos Municipais/2019


A Constituição Federal estabelece diversas limitações ao Poder de Tributar. De acordo com estas limitações,
os Municípios podem alterar a
a) alíquota do ITBI, aumentando-a, e cobrar este imposto calculado com a nova alíquota, antes mesmo de
decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que a aumentou.
b) base de cálculo do IPTU, aumentando-a, e cobrar este imposto calculado com a nova base de cálculo,
antes mesmo de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que a aumentou.
c) base de cálculo e a alíquota do ITBI, aumentando-as, e cobrar este imposto calculado com as novas alíquota
e base de cálculo, antes mesmo de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que as
aumentou.
d) alíquota do ISSQN, aumentando-a, e cobrar este imposto calculado com a nova alíquota, antes mesmo de
decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que a aumentou, desde que o faça por meio de
alteração em sua lei orgânica.
e) base de cálculo e a alíquota do IPTU, aumentando-as, e cobrar este imposto calculado com as novas
alíquota e base de cálculo, antes mesmo de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que
as aumentou.

28. FCC/SEFAZ BA - Auditor Fiscal/2019

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Fábio Dutra
Aula 01

A Constituição Federal consagra o princípio da anterioridade anual, ou seja, a proibição de a Administração


Fiscal cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou e consagra, também, o princípio da anterioridade nonagesimal ou noventena, que veda a
cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou.
Sobre este tema, a Constituição vigente estabelece que
a) o imposto sobre a renda deve observar os princípios constitucionais da anterioridade anual e da
anterioridade nonagesimal (noventena).
b) a anterioridade nonagesimal (noventena), prevista na Constituição Federal, aplica-se à fixação da base de
cálculo do imposto sobre propriedade de veículos automotores e do imposto sobre propriedade predial e
territorial urbana.
c) o imposto sobre produtos industrializados observa o princípio da anterioridade nonagesimal (noventena),
mas não observa o princípio da anterioridade anual.
d) os empréstimos compulsórios instituídos para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, e no caso de investimento público de caráter
urgente e de relevante interesse nacional devem observar a anterioridade anual.
e) os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o
custeio do serviço de iluminação pública, observando o princípio da anterioridade nonagesimal, não
precisando observar a anterioridade anual, por expressa autorização constitucional.

29. FCC/Procuradoria do Estado do Tocantins - Procurador do Estado do Tocantins/2018


Em 16 de novembro de 2016 foi publicada lei estadual, que produziu efeitos a partir da data de sua
publicação, e que alterou a lei do IPVA de um determinado Estado brasileiro. As alterações promovidas
implicaram a fixação da
I. alíquota das motocicletas em percentual superior ao anteriormente fixado.
II. alíquota dos veículos de carga, tipo caminhão, em percentual inferior ao anteriormente fixado.
III. base de cálculo de veículos de passeio importados do exterior, em valor superior ao anteriormente fixado.
De acordo com a disciplina constitucional, a norma relacionada com a situação mencionada acima, no item
a) I já pôde ser aplicada desde 1º de janeiro de 2017.
b) II só pôde ser aplicada a partir de 1º de janeiro de 2017.
c) III só pôde ser aplicada a partir de 1º de janeiro de 2017.
d) III só pôde ser aplicada a partir de 15 de fevereiro de 2017.
e) I já pôde ser aplicada desde 16 de novembro de 2016.

30. FCC/Defensoria Pública do Amapá - Defensor Público/2018


À luz das normas constitucionais sobre as limitações do poder de tributar e da jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal,

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Aula 01

a) a multa moratória, embora não seja tributo, não pode ter um importe que lhe confira característica
confiscatória, inviabilizando inclusive o recolhimento de futuros tributos.
b) o imposto sobre grandes fortunas, caso instituído por lei complementar federal, poderá assumir efeito
confiscatório, tendo em vista os princípios da função social da propriedade e da redução das desigualdades
regionais e sociais.
c) a taxa judiciária, devida em razão do acionamento do serviço prestado pelo Poder Judiciário, poderá ter
sua alíquota majorada por Decreto editado pelo Governador, observado o limite máximo fixado em lei, dada
sua natureza de preço público.
d) a prestação de serviços públicos pelos Municípios aos Estados e à União não poderá ser tributada por
meio de taxa, tendo em vista o princípio da imunidade recíproca, que decorre do princípio federativo.
e) as taxas instituídas em razão do exercício do poder de polícia poderão ser cobradas no mesmo exercício
financeiro em que haja sido publicada a lei que as instituiu ou aumentou.

31. FCC/Câmara Legislativa do DF - Procurador Legislativo/2018


De acordo com a Constituição Federal, não está sujeita ao princípio constitucional da anterioridade
nonagesimal (noventena), a fixação da base de cálculo dos seguintes tributos de competência do Distrito
Federal:
a) ISSQN e ICMS.
b) taxa pela prestação de serviços e taxa pelo exercício do poder de polícia.
c) IPVA e IPTU.
d) ITCD e ITBI.
e) contribuição de melhoria e empréstimo compulsório.

32. FCC/Procuradoria do Estado do Mato Grosso - Procurador do Estado do Mato Grosso/2016


Tendo em vista calamidade pública, regularmente decretada pelo Governador do Estado, e a necessidade de
elevação dos níveis de arrecadação de Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação − ICMS, Imposto sobre
a propriedade de veículos automotores − IPVA e Imposto sobre transmissão causa mortis e doação − ITD, é
INCORRETA a adoção da seguinte medida:
a) aumento do ICMS sobre bens supérfluos, mediante lei estadual, para vigência após decorridos noventa
dias da edição da lei correspondente.
b) revisão, mediante os atos infralegais pertinentes, das margens de valor adicionado utilizadas para o cálculo
do ICMS devido no regime de antecipação tributária, para vigência imediata.
c) aumento, por meio de lei editada no mês de julho do ano corrente, das bases de cálculo do IPVA, para
vigência no ano seguinte ao de sua edição.
d) antecipação dos prazos de recolhimento dos impostos estaduais, para vigência imediata.
e) elevação, por meio de lei, das alíquotas do ITD aplicáveis a partir dos fatos geradores ocorridos durante o
ano-calendário 2017, respeitando-se o prazo mínimo de noventa dias contados da edição da lei.

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Aula 01

33. FCC/Pref. Teresina-PI-Advogado/2016


A câmara municipal de um Município brasileiro aprovou lei aumentando a alíquota do ISS. Sancionada pelo
prefeito daquele Município, o texto dessa lei foi publicado em 12 de novembro de 2014, uma quarta-feira.
O último artigo dessa lei estabeleceu que ela entraria em vigor na data de sua publicação.
Com fundamento no que disciplina a Constituição Federal a respeito dessa matéria, essa alíquota majorada
poderia ser aplicada a fatos geradores ocorridos a partir de
a) 12 de novembro de 2014.
b) 1º de janeiro de 2014.
c) 1º de janeiro de 2015.
d) 13 de novembro de 2014
e) 11 de fevereiro de 2015.

34. FCC/TRT-20ª Região-Analista Judiciário/2016


É da União a competência para instituir o Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. De
acordo com as regras que disciplinam as limitações do poder de tributar, insculpidas na Constituição Federal,
a exigência, aumento e cobrança deste imposto estão sujeitos à observância de vários princípios, dentre os
quais se encontram os da
a) anterioridade, legalidade e irretroatividade.
b) anterioridade nonagesimal (noventena), legalidade e rentabilidade tributável.
c) legalidade, rentabilidade tributável e alcance tributável.
d) anterioridade, anterioridade nonagesimal (noventena) e irretroatividade.
e) alcance tributável, anterioridade nonagesimal (noventena) e irretroatividade.

35. FCC/Pref. Teresina-PI-Auditor Fiscal/2016


Determinado Município brasileiro decidiu adotar as seguintes medidas, no exercício de 2014:
(I) lançou e promoveu a cobrança do IPTU em relação ao terreno em que se localiza um cemitério que é
comprovadamente extensão de entidade de cunho religioso, e cuja doutrina não aceita o sepultamento dos
fiéis falecidos em cemitérios que não sejam esses;
(II) concedeu isenção desse mesmo imposto a um grupo limitado de munícipes, exclusivamente em razão de
sua condição de servidores públicos municipais;
(III) editou decreto, no mês de novembro de 2014, para vigorar a partir do exercício seguinte, majorando a
base de cálculo do IPTU, redundando esse fato, inclusive, em aumento superior à variação dos índices oficiais
de inflação.
Considerando as limitações ao poder de tributar, arroladas no texto da Constituição Federal, a medida
a) III violou o princípio da anterioridade.
b) II violou o princípio da isonomia tributária.
c) I não violou qualquer regra constitucional limitadora do poder de tributar.

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Fábio Dutra
Aula 01

d) III violou o princípio da anterioridade nonagesimal (noventena).


e) II não violou qualquer regra constitucional limitadora do poder de tributar, mas a medida I violou o
princípio da irretroatividade.

36. FCC/AL-MS-Consultor de Processo Legislativo/2016


Observam os princípios da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal (noventena), os impostos
sobre
a) produtos industrializados e sobre a renda, respectivamente.
b) produtos industrializados e à fixação da base de cálculo do imposto sobre propriedade predial e territorial
urbana, respectivamente.
c) a renda e à fixação da base de cálculo do imposto sobre propriedade de veículos automotores,
respectivamente.
d) importação de produtos estrangeiros e sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou
nacionalizados, respectivamente.
e) a renda e sobre produtos industrializados, respectivamente.

37. FCC/TRT-3ª Região-Analista Judiciário/2015


Pode ter alíquotas majoradas por ato do Poder Executivo e, ao mesmo tempo, se submete à anterioridade
nonagesimal, mas não se submete à regra da anterioridade anual é
a) o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza.
b) o Imposto Sobre Produtos Industrializados.
c) a contribuição social para a Seguridade Social.
d) a taxa.
e) o Imposto Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza.

38. FCC/TJ-RR-Juiz Substituto/2015


O Município de Manaus, desejando promover o aumento da base de cálculo do IPTU incidente sobre a
propriedade de imóveis localizados em seu território, deverá elaborar norma jurídica que atenda, dentre
outros, aos princípios constitucionais da
a) legalidade, anterioridade e irretroatividade.
b) legalidade, anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
c) legalidade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
d) legalidade, anterioridade e noventena (ou anterioridade nonagesimal).
e) anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.

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Aula 01

39. FCC/MANAUSPREV - Procurador Autárquico/2015


A seguridade social será financiada mediante recursos provenientes dos poderes públicos e de algumas
contribuições sociais de particulares. Sobre estas últimas, após a criação por lei, somente poderão ser
exigidas:
a) após decorridos 120 dias.
b) no dia seguinte da sua criação.
c) no exercício financeiro seguinte ao ano da criação.
d) após decorridos 45 dias.
e) após decorridos 90 dias.

40. FCC/ CGM São Luís - Auditor de Controle Interno/2015


Considere as seguintes ocorrências tributárias hipotéticas no ano de 2013.
A União, por meio de lei ordinária, criou mais uma alíquota para tributar o Imposto de Renda, no percentual
de 35%, e publicou essa lei em 18 de dezembro de 2013.
Por meio de decreto do Poder Executivo, publicado em 10 de junho de 2013, a União também aumentou a
alíquota do IPI de determinados produtos, de 10% para 20%.
Um Estado brasileiro aumentou a alíquota do ITCMD, nas transmissões causa mortis, de 5% para 6%, e
publicou a respectiva lei ordinária em 10 de setembro de 2013.
Um Município brasileiro aumentou a base de cálculo do IPTU, mediante atualização da tabela de valores
venais dos imóveis, e publicou essa lei ordinária em 11 de novembro de 2013.
Considerando especificamente os princípios constitucionais da anterioridade e da noventena (anterioridade
nonagesimal), é correto afirmar que a cobrança majorada do IR, do IPI, do ITCMD e do IPTU poderá ser feita,
respectivamente, a partir do dia:
a) 19 de março de 2014; 09 de setembro de 2013; 10 de dezembro de 2013; 10 de fevereiro de 2014.
b) 19 de março de 2014; 1º de janeiro de 2014; 10 de dezembro de 2013; 1º de janeiro de 2014.
c) 1º de janeiro de 2014; 09 de setembro de 2013; 1º de janeiro de 2014; 1º de janeiro de 2014.
d) 1º de janeiro de 2014; 1º de janeiro de 2014; 1º de janeiro de 2014; 10 de fevereiro de 2014.
e) 19 de março de 2014; 1º de janeiro de 2014; 1º de janeiro de 2014; 10 de fevereiro de 2014.

41. FCC/TCE-AM - Auditor/2015


O prefeito de um Município brasileiro publicou decreto, em 1º de novembro de 2014, aumentando a alíquota
do IPTU em um ponto percentual e estabeleceu o início da vigência dessa regra para 1º de dezembro de
2014. Caso o proprietário do imóvel fosse engenheiro ou arquiteto e, concomitantemente, funcionário
público daquele Município, o percentual de aumento seria de apenas meio ponto percentual.
Com base no que dispõe a Constituição Federal, esse diploma legislativo municipal
a) não ofendeu princípio constitucional algum.
b) ofendeu os princípios da legalidade e da noventena (anterioridade nonagesimal), apenas.

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Aula 01

c) ofendeu os princípios da legalidade, da anterioridade, da noventena (anterioridade nonagesimal) e da


isonomia.
d) ofendeu os princípios da anterioridade, da noventena (anterioridade nonagesimal) e da isonomia, apenas.
e) ofendeu os princípios da legalidade, da anterioridade e da isonomia, apenas.

42. CESPE/TJ-BA-Juiz Estadual/2019


De acordo com as limitações constitucionais ao poder de tributar, a fixação da base de cálculo do IPVA se
submete à
a) anterioridade nonagesimal, sem necessidade de observância da anterioridade anual.
b) anterioridade anual, sem necessidade de observância da anterioridade nonagesimal.
c) anualidade, sem necessidade de observância da anterioridade nonagesimal.
d) anualidade e à anterioridade anual, sem necessidade de observância da anterioridade nonagesimal.
e) anterioridade anual e à anterioridade nonagesimal, sem necessidade de observância da anualidade.

43.CESPE/TJ-PR-Juiz Estadual/2019
A Constituição Federal de 1988 prevê exceções ao princípio tributário da anterioridade, como ocorre nos
casos dos impostos sobre importação e sobre exportação. Nesses casos, a exceção é justificada pela
necessidade de ajuste do tributo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior.
De acordo com a doutrina majoritária, a referida hipótese de exceção ao princípio tributário da anterioridade
é explicada em razão de os tributos citados terem finalidade
a) parafiscal.
b) parafiscal e extrafiscal.
c) extrafiscal.
d) exclusivamente fiscal.

44.CESPE/EBSERH-Analista Administrativo/2018
A majoração de alíquota do imposto de renda deve seguir o princípio da anterioridade do exercício
financeiro, mas não o princípio da anterioridade nonagesimal.

45.CESPE/EMAP-Analista Portuário/2018
O princípio da carência tributária proíbe a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios de cobrar
tributos antes de transcorridos noventa dias da data da publicação da lei que os instituir ou aumentar.

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Aula 01

46.CESPE/DPF-Delegado de Polícia Federal/2018


A empresa XZY Ltda., contribuinte do ICMS, pagava mensalmente esse tributo a determinado estado da
Federação, no dia 15 de cada mês. No dia 30/6/2017, esse estado editou ato normativo que alterava a data
do pagamento do referido tributo para o dia 10 de cada mês, entrando tal ato em vigor no dia 1.º/7/2017.
Sem saber da alteração, a empresa XZY Ltda. pagou o tributo no dia 15/7/2017, o que acarretou multa e
juros de mora pelo pagamento com atraso.
Nessa situação hipotética, a antecipação do prazo para o pagamento do ICMS só poderia ter sido feita por
lei e somente poderia ter entrado em vigor no exercício financeiro seguinte.

47.CESPE/SEFAZ-RS-Técnico Tributário/2018
Assinale a opção que indica o princípio tributário segundo o qual o cidadão brasileiro tem o direito de não
ser surpreendido com a criação de novo tributo.
a) princípio da vedação ao confisco
b) princípio da isonomia
c) princípio da anterioridade nonagesimal
d) princípio da capacidade contributiva
e) princípio da irretroatividade

48. CESPE/STJ-Analista Judiciário/2018


De acordo com o Supremo Tribunal Federal, a norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação
tributária deve observar o princípio da anterioridade que for aplicável ao respectivo tributo.

49. CESPE/TCE-PA-Auditor de Controle Externo/2016


Qualificado como garantia individual do contribuinte e, por conseguinte, como cláusula pétrea da
Constituição Federal de 1988, o princípio da anterioridade não se aplica à norma jurídica que altera o prazo
de recolhimento da obrigação tributária.

50. CESPE/DPU-Defensor Público Federal/2015


A União pode instituir uma contribuição social cobrada do empregador e incidente sobre as aplicações
financeiras da empresa, desde que se submeta ao princípio da anterioridade nonagesimal.

51. CESPE/TRF-1ª REGIÃO-Juiz Federal/2015


Lei federal referente ao imposto de renda publicada em 25/11/2014 introduziu majoração da alíquota do
imposto, entretanto não dispôs sobre o início de sua vigência.
Nessa situação hipotética, a nova norma teria eficácia a partir de
a) 23/2/2015, aplicando-se os princípios da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal.

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Aula 01

b) 9/1/2015, aplicando-se o princípio da anterioridade anual e desconsiderando-se o princípio da


anterioridade nonagesimal.
c) 1.º/1/2016, aplicando-se o princípio da anterioridade anual a partir do início da vigência da norma.
d) 1.º/1/2015, aplicando-se o princípio da anterioridade anual e sem se considerar o princípio da
anterioridade nonagesimal.
e) 23/2/2015, aplicando-se o princípio da anterioridade nonagesimal e desconsiderado o princípio da
anterioridade anual.

52. CESPE/AGU/2015
Pela aplicação do princípio da anterioridade tributária, quaisquer modificações na base de cálculo ou na
alíquota dos tributos terão sua eficácia suspensa até o primeiro dia do exercício financeiro seguinte à
publicação da lei que promoveu a alteração.

53.FGV/SEFIN-RO-Auditor Fiscal/2018
A Lei Z, do estado Delta, publicada no dia 31 de dezembro de 2016, alterou, em seu Art. 1º, a data de
recolhimento do imposto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens e direitos, e, em seu Art.
2º, aumentou a respectiva alíquota. O Art. 3º, por sua vez, dispôs que a Lei Z entraria em vigor no dia 1º de
janeiro de 2017.
À luz da sistemática constitucional afeta ao sistema tributário nacional, o Art. 3º da Lei Z
a) é totalmente inconstitucional, sob o prisma material.
b) é totalmente constitucional, sob os prismas formal e material.
c) é parcialmente inconstitucional, sob o prisma material, em relação à entrada em vigor do Art. 1º.
d) é parcialmente inconstitucional, sob o prisma material, em relação à entrada em vigor do Art. 2º.
e) é totalmente constitucional, apenas sob o prisma material.

54.FGV/Câmara Municipal de Salvador – Advogado Legislativo/2018


Conforme previsto na Constituição da República de 1988, deve obediência integral aos princípios da
legalidade, anterioridade anual e anterioridade nonagesimal, o imposto sobre:
a) a propriedade de veículos automotores;
b) a renda e proventos de qualquer natureza;
c) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos
ou valores mobiliários;
d) serviços de qualquer natureza;
e) a propriedade territorial urbana.

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55.FGV/CODEBA-Analista Portuário/2016
Em maio de 2015, a União aumentou, por meio de lei, as alíquotas do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) de itens de alimentação e higiene. Sobre essa lei, assinale a afirmativa correta.
a) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor imediatamente após a sua publicação, uma vez que
o IPI não está sujeito ao princípio da anterioridade.
b) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor 90 (noventa) dias após a sua publicação, uma vez
que o IPI não está sujeito ao princípio da anterioridade de exercício.
c) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor no primeiro dia do exercício financeiro de 2016,
uma vez que o IPI se submete apenas ao princípio da anterioridade de exercício.
d) A lei que majorou as alíquotas do IPI poderá ser aplicada a fatos geradores ocorridos antes do início da
vigência da lei que as aumentou, uma vez que o IPI não se submete ao princípio da irretroatividade.
e) A lei que majorou as alíquotas do IPI entrará em vigor no primeiro dia do exercício de 2016, uma vez que
o IPI se submete ao princípio da anterioridade de exercício e ao princípio da anterioridade nonagesimal.

56.FGV/Pref. Niterói-RJ-Agente Fazendário/2015


De acordo com as normas do Sistema Tributário Nacional previstas na Constituição de 1988, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
a) exigir ou aumentar imposto conforme disposto em lei ordinária;
b) cobrar tributos do exercício financeiro seguinte àquele em que haja sido publicada a lei que o instituiu;
c) instituir, através de lei, impostos sobre a renda ou serviços uns dos outros;
d) instituir, através de lei, contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas;
e) instituir taxa pelo exercício de poder de polícia dentro de sua competência material.

57. ESAF/PGFN-Procurador da Fazenda Nacional/2015


A Lei que diminui o prazo de recolhimento de tributo
a) submete-se ao principio da anterioridade nonagesimal.
b) somente se aplica no exercício financeiro seguinte àquele em que foi publicada.
c) não se submete ao princípio da anterioridade.
d) somente se aplica no exercício financeiro seguinte ao da data de sua vigência.
e) somente gera efeitos normativos 30 (trinta) dias após a data da sua publicação.

58.VUNESP/ Prefeitura de São José dos Campos - SP- Procurador/2017


A Constituição Federal impõe aos entes tributantes a vedação de cobrar tributos no mesmo exercício
financeiro e antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou. A exigência da observância do prazo de noventa dias não se aplica à fixação da base de cálculo
do

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Aula 01

a) ITBI (Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis).


b) IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana).
c) ISS (Imposto sobre Serviços).
d) ITR (Imposto Territorial Rural).
e) ITCMD (Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis ou Doação).

Princípio da Irretroatividade

59. FCC/Procuradoria de São Luís - Procurador do Município de São Luís/2016


Um Município brasileiro, que nunca havia instituído o IPTU em seu território, decidiu fazê-lo em novembro
de 2013, de modo que ainda houvesse tempo de lançá-lo e cobrá-lo, no próprio exercício de 2013,
relativamente aos exercícios de 2009 a 2013. Ocorre, porém, que o referido imposto teve de ser instituído
por decreto, pois a Câmara Municipal local, por esmagadora maioria de votos, não aprovou o projeto de lei
relativo a sua criação.
De acordo com as normas da Constituição Federal,
a) se esse imposto tivesse sido instituído por lei, ele poderia ter sido lançado e cobrado em relação aos
exercícios de 2009 a 2013.
b) se esse imposto tivesse sido instituído por lei, ele poderia ter sido lançado e cobrado apenas em relação
ao exercício de 2013.
c) esse imposto poderia ser exigido, lançado e cobrado a partir de 1º de janeiro de 2014.
d) esse imposto seria inexigível mesmo no exercício de 2015.
e) se esse imposto tivesse sido instituído por lei, ele poderia ter sido exigido, lançado e cobrado a partir de
1º de janeiro de 2014.

60. FCC/Prefeitura de Teresina - Assistente Técnico Administrativo/Técnico do Tesouro Municipal/2016


Entende-se por Limitações do Poder de Tributar
a) toda e qualquer restrição imposta pelo sistema jurídico às entidades dotadas desse poder.
b) as normas jurídicas que estabelecem os tributos que podem ser cobrados pelas pessoas jurídicas de direito
público.
c) somente as regras decorrentes do princípio da legalidade.
d) apenas as restrições decorrentes dos princípios da irretroatividade e da anterioridade da lei tributária.
e) somente as restrições decorrentes dos princípios da legalidade, da irretroatividade e da anterioridade da
lei tributária.

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Aula 01

61. FCC/Pref. Campinas-SP-Procurador/2016


Acerca dos princípios consagrados pela Constituição Federal, é correto afirmar: Os entes políticos tributantes
não podem cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos após o início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado.

62. FCC/TCM-GO - Procurador do Ministério Público de Contas/2015


De acordo com a Constituição Federal, é VEDADO à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I. Cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado.
II. Instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
III. Cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou.
IV. Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
V. Cobrar tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu
ou aumentou.
As vedações citadas acima correspondem, correta e respectivamente, aos denominados princípios da
a) anterioridade; imunidade recíproca; imediatibilidade; legalidade; trimestralidade.
b) irretroatividade; imunidade recíproca; anterioridade; legalidade; anterioridade nonagesimal ou
noventena.
c) trimestralidade; intributabilidade mútua; anterioridade; inexigibilidade tributária; anterioridade nonagesi
mal ou noventena.
d) intributabilidade mútua; anterioridade; legalidade; tri mestralidade; imediatibilidade.
e) anterioridade nonagesimal ou noventena; imunidade recíproca; legalidade; inexigibilidade tributária;
trimestralidade.

63. FCC/MANAUSPREV - Procurador Autárquico/2015


O Município de Manaus, desejando promover o aumento da base de cálculo do IPTU incidente sobre a
propriedade de imóveis localizados em seu território, deverá elaborar norma jurídica que atenda, dentre
outros, aos princípios constitucionais da
a) legalidade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
b) legalidade, anterioridade e noventena (ou anterioridade nonagesimal).
c) anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.
d) legalidade, anterioridade e irretroatividade.
e) legalidade, anterioridade, noventena (ou anterioridade nonagesimal) e irretroatividade.

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64. FCC/TJRR - Juiz Estadual (TJ RR)/2015


Autoridades judiciais, estaduais e federais, conforme o caso, exercendo jurisdição no Estado de Roraima, e
tendo de proferir decisões em cinco processos judiciais distintos, pronunciaram-se das seguintes maneiras:
I. O Imposto de Renda está sujeito ao princípio da anterioridade, mas não ao princípio da noventena
(anterioridade nonagesimal).
II. A instituição, pelos Estados e pelo Distrito Federal, da contribuição para o custeio do serviço de iluminação
pública está sujeita ao princípio da irretroatividade, mas não ao da anterioridade.
III. A majoração da base de cálculo do IPVA não está sujeita ao princípio da noventena (anterioridade
nonagesimal), mas a majoração de sua alíquota está.
Com base no que dispõe a Constituição Federal acerca dessa matéria, as autoridades judiciais decidiram
corretamente em relação às situações descritas nos itens:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) III, apenas.
e) I, II e III.

Princípio da Liberdade de Tráfego

65. FCC/PGE-MT-Analista/2016
Um determinado Estado brasileiro, famoso pelas lindas paisagens que ornamentam muitas de suas cidades,
estava passando por severa crise econômica. Decidiu, em razão disso, investir fortemente no turismo destas
cidades, com a finalidade de atrair pessoas com alto poder aquisitivo e que estivessem predispostas a gastar
neste “Estado paradisíaco”. Paralelamente, com o intuito de evitar a afluência e o tráfego de turistas
provenientes de unidades federadas com baixo ou nenhum poder aquisitivo, o governo deste “Estado
paradisíaco” criou uma exação que denominou de “Taxa Interestadual de Compensação Financeira”, e que
tinha o intuito específico de impedir, ou, pelo menos, de reduzir o tráfego de pessoas provenientes de outros
Estados sem poder aquisitivo naquelas cidades turísticas do Estado.
De acordo com a Constituição Federal, essa taxa
a) poderia ser cobrada, desde que obedecido o princípio da anterioridade.
b) poderia ser cobrada, desde que obedecidos os princípios da anterioridade e da anterioridade nonagesimal
(noventena).
c) não poderia ser cobrada.
d) poderia ser cobrada, desde que obedecidos os princípios da anterioridade e da irretroatividade.
e) não poderia ser cobrada pelo Estado em que se localizam essas cidades, pois a competência para instituir
essa taxa é do Estado de proveniência dos turistas.

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66. FCC/TCE-SP-Auditor do Tribunal de Contas/2013


É vedada a limitação ao tráfego de pessoas ou bens por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais.
A proibição refere-se ao princípio da
a) não discriminação em razão da procedência ou destino, que deve ser observado por todos os entes
federados, tendo como exceção a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder
público.
b) liberdade do tráfego de pessoas e bens, que deve ser observado por todos os entes federados, tendo
como exceção a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público.
c) liberdade do tráfego de pessoas e bens, sendo direcionado unicamente à União, Estados e Distrito Federal,
tendo como exceção a cobrança do pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder público.
d) não discriminação em razão da procedência ou destino, que deve ser observado por todos os entes
federados, não contemplando exceção.
e) não discriminação em razão da procedência ou destino, que deve ser observado pela União, Estados e
Distrito Federal, tendo como exceção a cobrança do pedágio pela utilização de vias conservadas pelo poder
público.

Outros Princípios Constitucionais Tributários

67. FCC/PGM Teresina - Técnico de Nível Superior/Analista Administrativo/2016


O dispositivo constitucional previsto no art. 151, I, da Carta Magna, que veda à União ao instituir tributo a
distinção em relação a um Estado, ao Distrito Federal ou a um Município, em prejuízo dos demais, adota o
princípio da
a) vinculabilidade da tributação.
b) indelegabilidade da competência tributária.
c) uniformidade geográfica.
d) tipologia tributária.
e) anterioridade vinculada.

68. FCC/PGE-MT-Procurador do Estado/2016


Considere o seguinte princípio constitucional:
“Art. 152 É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre
bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.”
Os Estados e o Distrito Federal estão impedidos de
a) cobrar o ICMS sobre a entrada de mercadorias oriundas de determinado país, em operação de importação,
mas desonerar por completo esse imposto na saída de mercadorias tendo como destinatário o mesmo país.
b) exigir o ICMS pelas alíquotas interestaduais variáveis conforme o Estado de destino dos bens ou serviços,
diferentemente das alíquotas praticadas às operações internas.

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c) instituir isenções ou alíquotas diferenciadas do ITD tendo como fator de discriminação o domicílio do
respectivo donatário dos bens doados.
d) estabelecer a não incidência do ITD sobre doações de imóveis situados em outras Unidades da Federação.
e) exigir o ICMS por alíquotas diferenciadas para mercadorias ou serviços diferentes.

69. FCC/SEFAZ PE - Auditor Fiscal do Tesouro Estadual/2014


De acordo com a Constituição Federal,
a) é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tributos sobre patrimônio,
renda ou serviços, uns dos outros.
b) a União poderá instituir taxa, mediante lei complementar, com base de cálculo própria de imposto, desde
que compreendido em sua competência tributária.
c) é vedado à União conceder incentivos fiscais em favor de Estado, Distrito Federal ou Município, ainda que
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País.
d) é vedado aos Estados e ao Distrito Federal instituir tratamento tributário diferenciado entre bens e
serviços, em razão de sua procedência ou destino, salvo nos casos em que tenha por propósito a redução
das desigualdades econômicas das entidades políticas, ou mediante convênio firmado entre as Unidades da
Federação.
e) é vedado à União instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.

70.CESPE/CGM-João Pessoa-Auditor Municipal/2018


É vedado à União tributar a renda das obrigações da dívida pública dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios.

71. CESPE/PC-GO-Delegado/2017
Sabendo que, por disposição constitucional expressa, em regra, os princípios tributários e as limitações ao
poder de tributar não se aplicam de forma idêntica a todas as espécies tributárias, assinale a opção correta
a respeito da aplicação desses institutos.
a) Apenas aos impostos estaduais aplica-se o princípio que proíbe o estabelecimento de diferença tributária
entre bens e serviços de qualquer natureza em razão de sua procedência ou seu destino.
b) A aplicação do princípio da não vinculação de receita a despesa específica é limitada aos impostos.
c) Em regra, o princípio da anterioridade do exercício aplica-se da mesma forma aos impostos e às
contribuições sociais da seguridade social.
d) O princípio da capacidade contributiva aplica-se sempre e necessariamente aos impostos.
e) O princípio da anterioridade do exercício atinge, de forma ampla, as hipóteses de empréstimos
compulsórios previstas no texto constitucional.

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72. CESPE/TCE-PR-Analista de Controle/2016


É vedado à União conceder incentivos que visem à promoção do equilíbrio socioeconômico a determinadas
áreas do país.

73. VUNESP/ISS-Campinas-Auditor Fiscal/2019


É vedado à União Federal:
a) instituir impostos sobre empresas públicas estaduais ou municipais que se dediquem a atividades
econômicas e destinem o produto das suas receitas às finalidades estipuladas na lei de sua criação.
b) tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios em
níveis inferiores aos que fixar para suas obrigações.
c) instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro.-
d) estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência.
e) conceder de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico
entre as diferentes regiões do País.

74. VUNESP/ISS-Guarulhos-Inspetor Fiscal de Rendas/2019


De acordo com a Constituição Federal, é vedado à União
a) conceder incentivos fiscais destinados a promover o desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes
regiões do País, em respeito ao princípio da isonomia.
b) tributar a remuneração e os proventos dos agentes públicos estaduais, distritais e municipais em níveis
inferiores aos que fixar para seus agentes, em respeito ao princípio da isonomia.
c) estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência
ou destino.
d) instituir tributo uniforme em todo o território nacional em razão do seu dever de eliminar desigualdades
regionais.
e) instituir isenções de tributos de competência dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios.

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GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES

1. E 26. B 51. D
2. E 27. B 52. E
3. C 28. C 53. D
4. E 29. C 54. D
5. E 30. A 55. B
6. C 31. C 56. C
7. E 32. A 57. C
8. E 33. E 58. B
9. C 34. A 59. D
10. E 35. B 60. A
11. D 36. E 61. E
12. E 37. B 62. B
13. E 38. A 63. D
14. A 39. E 64. C
15. E 40. C 65. C
16. D 41. C 66. B
17. D 42. B 67. C
18. C 43. C 68. C
19. E 44. C 69. E
20. E 45. C 70. E
21. D 46. E 71. B
22. B 47. C 72. E
23. C 48. E 73. C
24. C 49. C 74. E
25. E 50. C

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