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Aula 20 - Prof.

Fábio
Dutra
SEFAZ-AC - Legislação Tributária do
Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital)

Autor:
Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra,
Rafael Rocha (Caverna) , Equipe
Legislação Específica Estratégia
Concursos
03 de Janeiro de 2024

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


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Aula 20 - Prof. Fábio Dutra

Índice
1) Garantias e Privilégios do Crédito Tributário - Aspectos Gerais
..............................................................................................................................................................................................3

2) Universalidade da Cobrança do Crédito Tributário


..............................................................................................................................................................................................6

3) Presunção de Fraude na Execução Fiscal


..............................................................................................................................................................................................8

4) Indisponibilidade de Bens na Execução Fiscal


..............................................................................................................................................................................................
10

5) Prova de Quitação dos Tributos


..............................................................................................................................................................................................
13

6) Privilégios ou Garantias do Crédito Tributário


..............................................................................................................................................................................................
15

7) Administração Tributária - Aspectos Gerais


..............................................................................................................................................................................................
24

8) Fiscalização
..............................................................................................................................................................................................
25

9) Dívida Ativa
..............................................................................................................................................................................................
37

10) Certidões Negativas


..............................................................................................................................................................................................
41

11) Disposições Finais e Transitórias


..............................................................................................................................................................................................
51

12) Questões Comentadas - Garantias e Privilégios do Crédito Tributário - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
53

13) Questões Comentadas - Administração Tributária - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
56

14) Lista de Questões - Garantias e Privilégios do Crédito Tributário - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
64

15) Lista de Questões - Administração Tributária - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
67

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GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO


TRIBUTÁRIO
A partir do art. 183, o CTN cuida das garantias e dos privilégios relativos ao crédito tributário. Mas o que vem
a ser garantia e privilégio, em se tratando de crédito tributário?

As garantias dizem respeito aos mecanismos criados pelo legislador para facilitar a cobrança do crédito
tributário. Os privilégios ou preferências têm como objetivo conferir ao crédito tributário prioridade de
pagamento em relação às demais dívida que o devedor possa ter.

De acordo com o ilustre professor Paulo de Barros Carvalho,

Por garantias devemos entender os meios jurídicos assecuratórios que cercam o direito subjetivo do Estado de receber a
prestação do tributo. E por privilégios, a posição de superioridade de que desfruta o crédito tributário, com relação aos
demais (...)”
(CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 25ª Edição. 2013. Pág. 511)

Observação: Há créditos que preferem ao crédito tributário. Isso será visto em tópico
específico desta aula.

Garantias → facilitação da cobrança

Privilégios → prioridade de pagamento em relação aos demais créditos

Garantias do crédito tributário

O CTN previu, em seu art. 183, que as garantias do crédito tributário não são taxativas. Ou seja, leis ordinárias
podem vir a prever expressamente outras garantias ao crédito tributário, conforme dispõe o dispositivo:

Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não
exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das
características do tributo a que se refiram.

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Para sua prova, guarde o seguinte:

Taxativo = Exaustivo = Numerus Clausus

Exemplificativo = Numeros Apertus

==590be==

Assim, embora o CTN já tenha previsto algumas garantias ao crédito tributário, nada impede que outras leis
venham prever outras. Isso pode ocorrer em função das características de cada tributo. Há tributos cujas
características intrínsecas oferecem maior risco de não recebimento ao ente tributante.

Sendo assim, cada ente federativo pode criar leis com o objetivo de assegurar o recebimento do tributo
devido pelo sujeito passivo.

Por exemplo, quando determinados bens entram em regime de admissão temporária (ingresso temporário
de bens no território nacional, que retornarão ao país de origem) pode ser exigido do contribuinte uma
garantia de que, se o bem não retornar ao país de origem, haverá o pagamento do imposto de importação.

Portanto, o importador pode ter que realizar depósito em dinheiro, entre outras garantias previstas na
legislação aduaneira, para garantir o pagamento do tributo. Trata-se, pois, de uma garantia prevista
expressamente em lei para assegurar o recebimento do crédito tributário.

Observação: Tome cuidado com a palavra “expressamente”. O examinador pode armar


uma pegadinha, afirmando que outras garantias podem ser implicitamente previstas em
lei, o que não é verdade.

Contudo, as garantias atribuídas ao crédito tributário não têm o condão de alterar a natureza do crédito
tributário, muito menos da obrigação tributária a ele relativa. É isso o que dispõe o par. único do art. 183,
do CTN.

A título de exemplo, a União pode exigir o oferecimento de uma garantia real, como condição para fruição
de determinado benefício fiscal. Assim, se o contribuinte agir em desacordo com a legislação que regula o
benefício, podem lhe ser exigidos os tributos devidos, que foram garantidos pela constituição de uma
hipoteca.

Observação: Garantias reais são aquelas que asseguram o cumprimento de uma obrigação
por meio de bens móveis e imóveis. No caso da hipoteca, trata-se de uma garantia real de
bem imóvel. Ou seja, o devedor continua tendo a posse e propriedade do bem imóvel, mas,

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em caso de inadimplência, o credor pode executar a hipoteca do imóvel como pagamento


da dívida.

Pois bem, a hipoteca, por óbvio, não é um crédito tributário, mas sim um crédito hipotecário. Isso não
significa que, se o crédito tributário tiver sido garantido por uma hipoteca, se transformará em crédito
hipotecário. O mesmo se pode dizer em relação à obrigação tributária correspondente.

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Universalidade da cobrança do crédito tributário

O art. 184 do CTN estabelece o seguinte:

Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam
previstos em lei, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e
das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa
falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou
impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados
unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

O dispositivo em análise teve por objetivo favorecer o Fisco, em relação aos bens e rendas sujeitos à
penhora, em caso de inadimplemento. Assim, respondem pelo pagamento do crédito tributário todos os
bens e rendas do sujeito passivo, espólio ou massa falida.
==590be==

Nessa linha, se o sujeito passivo possui um imóvel urbano, com dívidas de IPTU que superem o valor do
respectivo imóvel (embora seja de difícil aplicação prática, serve-nos como exemplo), pode ter de cumprir a
obrigação com outros bens que possua. Por isso é que se diz que a responsabilidade é pessoal, respondendo
pela dívida a totalidade dos bens do devedor.

Portanto, ainda que os bens tenham sido gravados por ônus real (hipoteca, por exemplo), ou tenham sido
declarados impenhoráveis ou inalienáveis, por ato de vontade do particular, respondem pelo crédito
tributário. Ou seja, até mesmo aqueles bens que não podem ser objeto de cobrança de créditos de outra
natureza, ficam submetidos à cobrança do crédito tributário.

A exceção diz respeito aos bens e rendas declarados pela lei como absolutamente impenhoráveis. Sendo
assim, os bens voluntariamente declarados como impenhoráveis continuam sujeitos ao crédito tributário.
Em outros termos, o que restringe o acesso do fisco a determinados bens é a disposição legal no sentido
da impenhorabilidade.

Observação: Os bens impenhoráveis foram previstos no art. 833, do NCPC.

Cabe destacar que até mesmo o bem de família é penhorável para a cobrança de tributos, desde que
relativos ao próprio bem imóvel familiar (Lei 8.009/1990, art. 3º, IV).

Bens e rendas absolutamente impenhoráveis por disposição legal → Não respondem pelo crédito
tributário.

Bens e rendas declarados impenhoráveis por ato voluntário → Respondem pelo crédito tributário.

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Além dos bens e rendas declarados pela lei como absolutamente impenhoráveis, o art. 184, na sua parte
inicial, afirma também que a lei pode determinar privilégios especiais sobre determinados bens.

Dessa forma, com o advento da LC 118/05, foi incluído o art. 186, par. único, I, o qual estabelece que o
crédito tributário não prefere (não tem preferência) sobre os créditos com garantia real, nos processos de
falência. Isso será entendido por completo, quando estudarmos os privilégios do crédito tributário.

Por ora, o que deve ser entendido é que, em processo de falência, os créditos gravados por garantia real
gozam de prioridade em relação ao crédito tributário. Portanto, por serem utilizados como meio de
pagamento aos com prioridade, os imóveis hipotecados (garantia real), por exemplo, nem sempre
respondem pelas dívidas tributárias, pois podem ser entregues aos respectivos credores antes que se
proceda ao pagamento do crédito tributário.

Bens e rendas
absolutamente
impenhoráveis pela lei
Não respondem pelo
pagamento do crédito
tributário
Bens gravados por
garantia real, nos
processos de falência

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Presunção de fraude à execução fiscal

Com o intuito de fornecer maior proteção e garantia ao crédito tributário, o legislador do CTN estabeleceu
um momento a partir do qual se considera fraude à execução fiscal a alienação de bens pelo devedor, quando
este não mantiver outros bens suficientes para a quitação da obrigação tributária.

Vejamos o que diz o art. 185 do CTN:

Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu


começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário
regularmente inscrito como dívida ativa.(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido
reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida
inscrita. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Observação: Para o ajuizamento de uma ação de execução fiscal, é necessário que o crédito
tributário tenha sido inscrito em dívida ativa. Trata-se de tema que ainda será estudado
nesta aula.

Com base no que foi visto no art. 185, o momento estabelecido pelo legislador como marco para a
presunção de fraude à execução é o da inscrição do crédito tributário em dívida ativa. A inscrição em dívida
ativa ocorre quando não há pagamento do crédito tributário dentro do prazo de vencimento. Portanto,
ocorre em momento posterior ao do lançamento e, consequentemente, do fato gerador.

Destaque-se que a presunção prevista no caput do art. 185 é puramente objetiva, ou seja, não se considera
a intenção do devedor, mas unicamente a sua atuação no sentido de alienar seus bens sem deixar saldo
suficiente para pagamento de crédito inscrito em dívida ativa.

Em decorrência do exposto, também não se admite prova em contrário pelo sujeito passivo. Ou seja,
constatada a situação prevista em lei, há presunção absoluta de alienação fraudulenta. Assim entende a
doutrina dominante.

Entenda-se como momento de inscrição em dívida ativa aquele em que o sujeito passivo
tiver sido comunicado formalmente a respeito da inscrição.

Sendo assim, podemos afirmar que, antes da inscrição do crédito em dívida ativa, o devedor pode dispor
de seus bens, sem que fique configurado qualquer ato lesivo ao Fisco.

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Aliás, conforme mencionado acima, ainda que tenha alienado os bens após a inscrição em dívida ativa, se o
devedor tiver reservado bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita, não há que se
falar em alienação fraudulenta (CTN, art. 185, par. único).

Em síntese, pode-se dizer que, para que fique presumida a alienação fraudulenta, é necessário que ocorram
cumulativamente as seguintes situações:

• Crédito tributário inscrito em dívida ativa (após comunicação oficial);


• Alienação de bens ou seu começo;
• Não houver reserva de bens ou rendas para quitar o crédito inscrito.

==590be==

Alienação ou oneração
de bens ou rendas
Presunção de fraude à
execução fiscal
Crédito tributário
inscrito em dívida ativa

Devedor reservou
recursos para
Não se aplica:
pagamento TOTAL da
dívida inscrita

Observação: Tudo o que foi explicado neste tópico também se aplica à “oneração de bens”.
Ou seja, quando o devedor oferece bens como garantia de outro crédito (constitui uma
hipoteca, por exemplo), após a inscrição do crédito tributário em dívida ativa, e não reserva
bens e rendas suficientes para quitação do crédito inscrito, a oneração também é
considerada fraudulenta!

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Indisponibilidade de Bens na Execução Fiscal

No tópico anterior, nós falamos da alienação fraudulenta, que é aquela realizada após a inscrição do crédito
em dívida ativa. Veja que, para ser considerada fraudulenta, não é necessário que o devedor já tenha sido
executado, bastando a inscrição em dívida ativa. Correto?

Neste momento, porém, analisaremos o art. 185-A, uma garantia do crédito tributário incluída na redação
do CTN pela LC 118/05 e referente ao crédito já em execução fiscal, isto é, já encerrada a fase de inscrição
em dívida ativa e já em curso de cobrança judicial.

Para entendermos com clareza o que será exposto a seguir, faremos, antes, uma breve exposição sobre o
processo de execução fiscal.

O processo de execução fiscal nunca se inicia de ofício, sendo sempre desencadeado por uma petição
inicial, formulada pelo autor da ação que, no nosso caso específico, é a Fazenda Pública. Esta petição inicial
será instruída com a Certidão da Dívida Ativa.

Admitida a ação proposta pela Fazenda Pública, o despacho do juiz ordenará a citação do executado (sujeito
passivo) para que este, no prazo de 05 dias, pague a dívida ou garanta a execução (efetuar depósito em
dinheiro, oferecer fiança bancária, nomear bens à penhora, etc.)

Assim, veja que o devedor tem a opção de ele mesmo indicar os bens que ele prefere que sejam penhorados.
Contudo, se não ocorrer o pagamento da dívida nem a garantia da execução, a penhora poderá recair em
qualquer bem do executado, exceto os que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

Ocorrendo essa situação (omissão do executado), a Fazenda Pública poderia realizar diligências na busca de
bens a serem penhorados, que seriam demonstradas diante do seguinte:

I - pedido de acionamento do Bacen Jud e consequente determinação pelo magistrado e

II - expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado e ao Departamento Nacional ou


Estadual de Trânsito - DENATRAN ou DETRAN.

Observação:

Acionamento do Bacen Jud → Trata-se da denominada penhora on-line, medida prevista


no art. 854, do NCPC: “para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação
financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao
executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido
pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos
financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor
indicado na execução.”

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Expedição de ofícios (registros públicos e DENATRAN ou DETRAN) → Trata-se de um meio


para verificar se existem bens móveis ou automóveis em nome do devedor, para que sejam
indicados à penhora.

Diante de todo o exposto, mostrando-se infrutíferas tais medidas, isto é, não tendo sido localizados os bens
penhoráveis, o juiz poderá determinar a indisponibilidade dos bens e direitos do sujeito passivo, medida
prevista no art. 185-A, do CTN:

Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem
apresentar bens à penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o
juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão,
preferencialmente por meio eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros
de transferência de bens, especialmente ao registro público de imóveis e às autoridades
supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, a fim de que, no âmbito de
==590be==

suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

Veja que, para que o juiz determine a indisponibilidade dos bens e direitos do executado, são necessários
três requisitos:

1) devedor (executado) devidamente citado;


2) inexistência de pagamento ou apresentação de bens à penhora;
3) exaurimento de diligências na busca pelos bens penhoráveis;

Requisitos para indisponibilidade dos bens e direitos do executado:

-Não pagou;

-Não apresentou bens à penhora no prazo legal;

-Não foram encontrados bens penhoráveis.

Essas diligências na busca pelos bens penhorados, a que me refiro neste momento, são exatamente aquelas
já citadas acima, e encontram amparo na jurisprudência do STJ, sumulada nos seguintes termos:

Súmula STJ 560 - A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 185-A do
CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o qual fica
caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros e a expedição
de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou Detran.

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Veja que se trata de uma medida extrema, havendo certos requisitos a serem cumpridos, para que se torne
cabível. Exatamente por esse motivo, o legislador traçou algumas limitações ao juiz da execução:

• a indisponibilidade limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o juiz determinar o imediato


levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite; (CTN, art. 185-A,
§ 1º)
• os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação enviarão imediatamente ao juízo a relação
discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem promovido. (CTN, art. 185-A, §
2º)

Uma observação importante é que, como o juiz determina a indisponibilidade dos bens ou direitos no valor
da dívida ou até o esgotamento dos recursos e, considerando que são vários órgãos que recebem a ordem
judicial, a medida pode resultar no bloqueio de valores muito superiores ao da dívida, cabendo ao juiz,
então, proceder ao desbloqueio do valor excedente.

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Prova de quitação dos tributos

O legislador determinou que, para a prática de certos atos jurídicos, é necessário haver a prova de quitação
dos tributos. Isso é feito por meio da certidão negativa, tema a ser visto adiante, mas que, por ora, é bom
saber que se trata de documento capaz de comprovar a inexistência de débitos em nome do sujeito
passivo.

A prova de quitação dos tributos não deixa de ser uma garantia do crédito tributário, tendo em vista que
se impõe o pagamento dos tributos como condição para os atos que serão descritos a seguir.

==590be==

Parte da doutrina considera que, ao exigir a prova de quitação dos tributos, concede-se ao
crédito tributário um sistema adicional de garantias, pois são meios de assegurar
indiretamente o recebimento dos tributos.

Em primeiro lugar, o art. 191 do CTN determinou que, para se obter a declaração judicial da extinção das
obrigações do falido, ao final do processo de falência deve ser comprovada a quitação de todos os tributos
devidos.

A redação do art. 191 antes da LC 118/05 exigia apenas prova da quitação de todos os
tributos relativos à atividade mercantil do falido. Cuidado! Atualmente, exige-se a quitação
se todos os tributos devidos!

Além disso, de acordo com o art. 191-A, a concessão da recuperação judicial também está condicionada à
comprovação da quitação de todos os tributos, observados os arts. 151, 205 e 206 do CTN.

O art. 151, como já estudamos, refere-se à suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Estudaremos
mais à frente que, quando um crédito tributário está com sua exigibilidade suspensa, é possível a emissão
da certidão positiva com efeitos de negativa (art. 206). Ou seja, embora exista a dívida, os efeitos da certidão
positiva são os mesmos da certidão negativa, podendo ser utilizada para a concessão da recuperação judicial.

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Já o art. 192 do CTN, ao tratar dos processos de inventário ou arrolamento, estabelece que nenhuma
sentença de partilha (vários herdeiros) ou adjudicação (único herdeiro) será proferida sem prova da
quitação de todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas.

Por último, o art. 193 do CTN proíbe que os departamentos da administração pública da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios, ou suas autarquias, celebrem contrato ou aceitem proposta em licitação
pública, sem que o contratante ou proponente faça prova de quitação de todos os tributos devidos à
Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício contrata ou concorre.

O que se pode interpretar da redação do dispositivo? Ora, o contratante ou proponente só precisa


demonstrar quitação dos tributos relativos ao ente federativo com o qual está celebrando o contrato. Vamos
ver um exemplo?

Se determinada pessoa deseja celebrar um contrato de prestação de serviços de guincho com o Município
de São Paulo, deve comprovar apenas a quitação de ISS, relativo ao Município de São Paulo. Não é necessário
comprovar, pois, a quitação de tributos estaduais.

Observação: Esse raciocínio é o que deve ser levado para a prova de Direito Tributário.
Contudo, devemos deixar claro que existem outras restrições mais severas, que fazem com
que o contribuinte tenha que acabar comprovando a quitação de todos os tributos devidos.
É o caso da Lei 8.666/93 (Lei das Licitações).

Em suma, são as seguintes situações que exigem do sujeito passivo a apresentação de certidão negativa,
comprovando a quitação de tributos:

• Declaração judicial da extinção das obrigações do devedor falido (CTN, art. 191);
• Concessão de recuperação judicial (CTN, art. 191-A);
• Prolação de sentença judicial de partilha ou adjudicação (CTN, art. 192)*;
• Participação em contrato ou licitação da Administração Pública (CTN, art. 193)**;

Observação:

* - Todos os tributos relativos aos bens do espólio, ou às suas rendas.

** - Todos os tributos devidos à Fazenda Pública interessada, relativos à atividade em cujo exercício
contrata ou concorre.

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Os privilégios ou preferências do crédito tributário

Os privilégios ou preferências dos créditos se aplicam diante da pluralidade de credores como nos processos
de falência, recuperação judicial ou inventário, por exemplo. O objetivo é estabelecer uma relação
hierárquica entre as classes de créditos que serão pagas em primeiro lugar, em segundo e assim
sucessivamente.

Observação: Somente se passa para a segunda classe de créditos após se esgotarem


aqueles créditos que pertencem à primeira classe, conforme estabelecido pela lei.

No que se refere aos privilégios do crédito tributário, o caput art. 186 do CTN estabelece o seguinte:

Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o
tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho
ou do acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Veja, então, que o crédito tributário tem preferência quase que absoluta sobre os demais, não prevalecendo
apenas sobre os créditos decorrentes da legislação do trabalho e de acidente de trabalho.

Nesse sentido, primeiramente são pagos os créditos trabalhistas e acidentários. Logo em seguida, procede-
se ao pagamento dos créditos tributários. Posteriormente, se ainda houver saldo remanescente, as demais
classes legais são pagas.

Deve-se ter em mente que o caput art. 186 se refere aos privilégios do crédito tributário nos processos em
geral. No parágrafo único, o legislador estipulou regras especiais para o crédito tributário nos processos de
falência. Vamos ver quais são elas?

Regras relativas aos processos de falência

De início, faz-se necessário transcrever as palavras do par. único do art. 186, do CTN:

Art. 186 - (...):

Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias


passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real,
no limite do valor do bem gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes
da legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. (Incluído pela Lcp nº 118,
de 2005)

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Em primeiro lugar, saiba que, mesmo nos processos de falência, os créditos trabalhistas e acidentários
precedem ao crédito tributário.

Além dessa prioridade, outras foram incluídas pelo par. único do art. 186. Assim, pode-se dizer que o crédito
tributário perdeu espaço na preferência entre os demais nos processos de falência. Ou seja, além da
preferência dos créditos trabalhistas e acidentários, precedem ao crédito tributário os créditos
extraconcursais, as importâncias passíveis de restituição e os créditos com garantia real (exemplo: penhor
e hipoteca).

Quando não se tratar de processo de falência, os créditos com garantia real não possuem
==590be==

prioridade sobre o crédito tributário.

De acordo com o art. 188, do CTN, são créditos extraconcursais aqueles cujos fatos geradores ocorrem após
a decretação da falência, como fruto da administração da massa falida. Podem ser de várias espécies,
inclusive tributária (quando os fatos geradores ocorrerem após a decretação falência), ou trabalhista
(quando os serviços tiverem sido prestados após a decretação da falência). Senão, vejamos:

Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores


ocorridos no curso do processo de falência. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Portanto, podemos dizer que os créditos tributários extraconcursais preferem aos créditos tributários não
extraconcursais, cujos fatos geradores tenham ocorrido antes da falência.

Quanto a este ponto, porém, é importante destacarmos que a Lei das Falências (Lei 11.101/2005, com
redação dada pela 14.112/2020) definiu em seu art. 84 outros créditos também como extraconcursais, como
é o caso da remunerações devidas ao administrador judicial e aos seus auxiliares, aos reembolsos devidos a
membros do Comitê de Credores e até mesmo e aos créditos derivados da legislação trabalhista ou
decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência.

Veja que o art. 188 do CTN se refere aos créditos tributários extraconcursais, os quais também foram
referenciados na Lei das Falências (inciso V, do art. 84). Contudo, como observamos, os créditos
extraconcursais não se resumem a créditos tributários, podendo haver outros, como as remunerações
devidas ao administrador judicial, por exemplo.

No que concerne às importâncias passíveis de restituição, são aqueles bens ou valores que pertencem a
terceiros, mas foram arrecadados no processo falimentar, ou que, na data da decretação da falência,
estavam em poder do devedor falido. Nesse rumo, é passível de restituição os bens vendidos a crédito e
entregues ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada,
conforme estabelece o art. 85, par. único, da Lei 11.101/2005. O objetivo dessa prioridade é proteger
aqueles que, de boa-fé, vendem a prazo para os devedores, desconhecendo a crítica situação financeira
destes.

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Nessa mesma linha, o STJ considerou como importância passível de restituição, os valores adiantados pelos
clientes da empresa falida para realização de contrato de câmbio (esta súmula é anterior às alterações
promovidas no CTN pela LC 118/2005):

Súmula STJ 307 - A restituição de adiantamento de contrato de câmbio, na falência, deve ser
atendida antes de qualquer crédito.

Também existe jurisprudência do STJ acerca da contribuições previdenciárias descontadas dos salários dos
empregados pela massa falida e não recolhidas, as quais devem ser restituídas à Previdência:

As contribuições previdenciárias descontadas pela massa falida, dos salários dos empregados, e
não repassadas aos cofres previdenciários, devem ser restituídas antes do pagamento de
qualquer crédito, ainda que trabalhista, porque se trata de bens que não integram o patrimônio
do falido. Incidência da Súmula nº 417 do STF.

(STJ, REsp 1.183.383/RS, Primeira Turma, Rel. Min Luiz Fux, Julgamento em 05/10/2010)

A decisão do Superior Tribunal de Justiça toma como base a Súmula nº 417 do STF, cuja
redação é a seguinte: "Pode ser objeto de restituição, na falência, dinheiro em poder do
falido, recebido em nome de outrem, ou do qual, por lei ou contrato, não tivesse ele a
disponibilidade."

As contribuições previdenciárias descontadas não pertencem à empresa falida, atuando


esta apenas como mera depositária.

Relativamente aos créditos com garantia real, há que se destacar que preferem ao crédito tributário até o
limite de valor do bem, gravado com garantia real. Na prática, isso se refere, por exemplo, aos casos em
que uma empresa toma um empréstimo bancário e oferece imóveis como garantia. O “valor do bem” é
aquele efetivamente arrecadado com a sua venda. Assim, caso a empresa não pague a dívida, o banco pode
vender o imóvel e receber esse valor com prioridade sobre o crédito tributário.

Lembre-se de que a oneração de bens (garantia real, por exemplo), após a inscrição do crédito tributário,
desde que não tenham sido reservados bens suficientes para a quitação do crédito inscrito, é considerada
fraudulenta (CTN, art. 185), não gozando da preferência estabelecida no CTN.

Outro aspecto a ser destacado é o art. 186, II, do CTN, o qual afirma que a lei poderá estabelecer limites e
condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. Foi nesse rumo que a Lei
11.101/2005 estipulou como limite o valor de 150 salários-mínimos por credor. Destaque-se que esse limite
não se aplica aos créditos decorrentes de acidentes de trabalho.

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Ademais, prescreve o art. 186, III, do CTN, que, na falência, a multa tributária não tem a mesma preferência
do crédito tributário, preferindo apenas aos créditos subordinados. O objetivo é que, se as multas tivessem
maior prioridade, muitos credores deixariam de receber seus créditos, havendo verdadeira punição aos
credores, pela infração cometida pelos devedores (afinal, quem fez surgir a penalidade foram estes).

Vamos resumir a ordem de pagamento dos créditos na falência:

ORDEM CRÉDITOS OBSERVAÇÕES


Podem ser tributários ou
1º Créditos Extraconcursais não (até mesmo
trabalhistas)
Créditos derivados da legislação trabalhista e decorrentes Limite p/ créd. Leg. Trab.:

de acidente de trabalho 150 salários-mínimos

3º Créditos gravados com direito real de garantia Até o limite do bem gravado

1ª Obs.: Não são


extraconcursais.
Créditos tributários, seja qual for sua natureza ou tempo

de constituição
2ª Obs.: As multas não se
incluem nesta classe

5º Créditos quirografários -

Multas contratuais e as penas pecuniárias por infração


6º das leis penais ou administrativas, incluídas as multas -
tributárias

7º Créditos subordinados -

8º Os juros vencidos após a decretação da falência -

Observação:

1) Para as provas de Direito Tributário, não é necessário estudar as características de cada


classe. O tema é detalhadamente estudado no Direito Empresarial.

2) Não incluímos as importâncias passíveis de restituição na tabela acima, pois, como regra,
são valores restituídos aos próprios credores, não integrando, como regra, o acervo que

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será usado para pagamento dos demais credores, e por não constar da relação dos arts. 83
e 84, da Lei 11.101/2005. Na prova, é importante saber apenas o seu conceito e que
possuem prioridade sobre o crédito tributário.

3) A Lei 14.112/2020 retirou a preferência dos créditos com privilégio especial e com
privilégio geral, os quais passam a ser classificados como créditos quirografários (para a sua
prova, isso não tem relevância)

DICA DE PROVA: Se a questão cobrar privilégios do crédito tributário, a primeira atitude a


ser tomada é verificar se a questão menciona “processo de falência”, situação em que você
deverá utilizar as regras específicas do par. único, do art. 186, do CTN. Caso contrário,
utilize o que foi estabelecido no caput do referido artigo.

Autonomia da execução fiscal

Este tópico, na realidade, trata especificamente de processo tributário, ou seja, a maneira como deve ser
feita a cobrança do crédito tributário.

Quando se instaura processo de cobrança coletiva, como na falência, concordata ou inventário, os credores
devem se habilitar no respectivo juízo para receberem seus créditos. Não é possível, portanto, ajuizar ação
individual em tais casos. Essa é a regra para todos, com exceção do Fisco.

Veja o que diz o caput do art. 187, do CTN:

Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou
habilitação em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento.
(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)

Portanto, a execução fiscal não é obrigatoriamente habilitada no juízo universal (onde estão os demais
credores). No entanto, nada impede que a cobrança do crédito tributário seja feita juntamente aos demais
credores.

A ação de execução fiscal não está sujeita ao concurso de credores.

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Neste ponto, pode suscitar algumas dúvidas, como a seguinte: se o crédito tributário não possui prioridade
absoluta (sobre todos os demais), será respeitada a preferência dos demais créditos (como os trabalhistas,
por exemplo), se a ação é ajuizada individualmente?

Sim, será! Se houver, por exemplo, penhora de bem na ação de execução fiscal, o montante arrecadado com
a alienação do referido bem deve ser remetido ao juízo falimentar (onde estão os demais credores), para
que seja distribuído conforme a ordem.

Destaque-se que, se a cobrança do crédito tributário fosse feita no juízo universal, se houvesse contestação
do devedor acerca da legitimidade do crédito tributário, não competiria ao juiz da falência decidir sobre o
assunto. Neste caso, a controvérsia deverá ser remetida ao juízo competente:

Art. 188 - (...):

§ 1º Contestado o crédito tributário, o juiz remeterá as partes ao processo competente,


mandando reservar bens suficientes à extinção total do crédito e seus acrescidos, se a
massa não puder efetuar a garantia da instância por outra forma, ouvido, quanto à
natureza e valor dos bens reservados, o representante da Fazenda Pública interessada.

Por fim, destaque-se que as mesmas regras previstas no art. 188 são aplicáveis aos processos de concordada,
conforme preceitua o § 2º, do art. 188, do CTN. Embora não tenha aplicação prática, o dispositivo deve estar
sempre na memória dos candidatos que se preparam para provas de Direito Tributário.

O crédito tributário nos processos de inventário e arrolamento e na


liquidação judicial ou voluntária

No que se refere aos processos de inventário ou arrolamento, o art. 189 do CTN estabelece o seguinte:

Art. 189. São pagos preferencialmente a quaisquer créditos habilitados em inventário ou


arrolamento, ou a outros encargos do monte, os créditos tributários vencidos ou
vincendos, a cargo do de cujus ou de seu espólio, exigíveis no decurso do processo de
inventário ou arrolamento.

Dessa forma, os créditos tributários exigíveis no decurso do processo de inventário ou arrolamento são
pagos preferencialmente a qualquer encargo do monte.

Observação: Encargo do monte são as dívidas deixadas pelo de cujus.

Da mesma forma como ocorre no juízo falimentar, no processo de inventário ou arrolamento, se for
contestado o crédito tributário, o juiz deve remeter as partes ao processo competente, adotando os
mesmos procedimentos previstos no § 1º do art. 188 (CTN, art. 189, par. único).

Semelhantemente, nos processos de liquidação judicial ou voluntária, os créditos tributários vencidos ou


vincendos são pagos preferencialmente a quaisquer outros créditos. Vejamos o que diz o art. 190 do CTN:

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Art. 190. São pagos preferencialmente a quaisquer outros os créditos tributários vencidos
ou vincendos, a cargo de pessoas jurídicas de direito privado em liquidação judicial ou
voluntária, exigíveis no decurso da liquidação.

Observação: A liquidação consiste no levantamento do patrimônio da sociedade,


realizando (venda) o ativo, e pagando o passivo. Trata-se de procedimento com a finalidade
de extinguir a sociedade, após decisão societária.

DICA DE PROVA: Se a questão cobrar privilégios ou preferências do crédito tributário, em


processo de inventário ou arrolamento, ou mesmo em processo de liquidação, lembre-se
que o crédito tributário prefere a quaisquer outros.

Concurso de preferência entre as Fazendas Públicas

Vimos que o crédito tributário não se sujeita ao concurso de credores, ou seja, é possível que a ação de
execução fiscal tramite individualmente. O CTN até prevê o concurso de preferência entre as pessoas
jurídicas de direito público, quando mais de uma for credora. Faça a leitura do dispositivo abaixo e, logo em
seguida, explicaremos o que você deve levar para a prova sobre este tema, que foi julgado em 2021 pelo
STF:

Art. 187 - (...):

Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de


direito público, na seguinte ordem:

I - União;

II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;

III - Municípios, conjuntamente e pró rata.

Veja que o CTN estabelece uma prioridade do recebimento dos créditos em relação para a União, em
detrimento dos demais entes tributantes. Este tema foi objeto de julgamento pela Suprema Corte, no âmbito
da ADPF 357, no qual decidiu-se pela não recepção do parágrafo único do art. 187 do CTN. Isto é, não é
mais considerado válido, assim como vários outros dispositivos deste Código.

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Nessa esteira, o STF também decidiu pela não recepção do art. 29, parágrafo único, da Lei 6.830/1980, e
cancelou a Súmula 563, que dispunham sobre a matéria.

De acordo com o STF:

A autonomia dos entes federados e a isonomia que deve prevalecer entre eles, respeitadas as
competências estabelecidas pela Constituição, é fundamento da Federação. O federalismo de
cooperação e de equilíbrio posto na Constituição da República de 1988 não legitima distinções
entre os entes federados por norma infraconstitucional. 3. A definição de hierarquia na cobrança
judicial dos créditos da dívida pública da União aos Estados e Distrito Federal e esses aos
Municípios descumpre o princípio federativo e contraria o inc. III do art. 19 da Constituição da
República de 1988.

(STF, ADPF 357, Plenário, Rel. Ministra Carmem Lúcia, Julgamento em 24/06/2021)

Atenção!

Atualmente, não há preferência dos créditos da União em relação aos créditos dos
demais entes. Portanto, art. 187, par. único, do CTN não foi recepcionado.

(Pref. Paulínia-Auditor/2021) A sociedade empresária ABC Serviços de Informática Ltda. teve sua falência
decretada, tendo ainda dívidas referentes a obrigações principais de ISS.
A massa falida possui, também, entre seus débitos, as seguintes dívidas:
I. créditos com garantia real;
II. créditos quirografários;
III. créditos extraconcursais;
IV. créditos decorrentes da legislação do trabalho;
V. créditos decorrentes de acidentes de trabalho.

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À luz do Código Tributário Nacional, na falência, os créditos tributários referentes a obrigações principais de
ISS têm preferência sobre os créditos
A) com garantia real, no limite do valor do bem gravado.
B) quirografários.
C) extraconcursais.
D) decorrentes da legislação do trabalho, nos limites e condições estabelecidos em lei.
E) decorrentes de acidentes de trabalho.
Comentário: A questão solicita a alternativa correta à luz do CTN.
Ademais, a Lei 14.112/2020 retirou a preferência dos créditos com privilégio especial e com privilégio geral,
os quais passam a ser classificados como créditos quirografários (para a sua prova, isso não tem relevância).
Alternativa A: Perceba pelo quadro acima que os créditos tributários estão em 4ª na ordem de preferência,
os de garantia real em 3º, portanto estes possuem preferência àqueles. Alternativa errada.
Alternativa B: Os créditos quirografários estão em 5º na ordem de preferência, então os créditos tributários
(4º) têm preferência. Alternativa correta.
Alternativa C: Os extraconcursais estão em 1º, os tributários em 4º. Alternativa errada.
Alternativa D: Os derivados da legislação trabalhista estão em 2º na ordem preferencial. Alternativa errada.
Alternativa E: Assim como os derivados da legislação trabalhista, os derivados de acidente de trabalho
também estão em 2º na ordem preferencial. Alternativa errada.
Gabarito: Letra B
(SEFAZ-RS-Auditor Fiscal/2019) Um contribuinte está em débito para com a fazenda pública em razão de um
crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.
Com relação a essa situação hipotética, é correto afirmar que, em regra, presume-se lícita a conduta do
contribuinte mesmo que ele promova
a) a alienação de seus bens.
b) a alienação de suas rendas.
c) a oneração de seus bens, desde que reserve rendas suficientes para o pagamento total da dívida.
d) a oneração de suas rendas, desde que reserve bens suficientes para o pagamento de mais de 80% do total
da dívida.
e) a oneração de rendas em um procedimento com esse objetivo ainda em estágio inicial.
Comentário: O art. 185, do CTN, prevê que se presume fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou
rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário
regularmente inscrito como dívida ativa. Assim, descartamos as Letras A, B e E.
Porém, se o contribuinte onera seus bens ou os aliena, mas ainda assim reserva recursos suficientes para o
pagamento total da dívida inscrita, não se presume a fraude à execução fiscal. Dessa forma, descartamos a
Letra D, e ficamos com a Letra C, gabarito da questão.
Gabarito: Letra C

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ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
A partir do art. 194, o CTN cuidou do tema “Administração Tributária”. Foram estabelecidas algumas regras
para nortear os procedimentos a serem adotados pelos órgãos e agentes fazendários.

Conforme foi visto no início do nosso curso, os tributos são a principal fonte de receita do Estado. É por isso
que a administração tributária é, em termos simples, a sustentação do Estado, conforme está previsto no
art. 37, XXII, da CF/88:

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de
==590be==

informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

Destaque-se que, em compatibilidade com a previsão acima, no sentido de que as administrações tributárias
terão recursos prioritários, o art. 167, IV, da própria CF/88, permitiu a excepcional vinculação da receita dos
impostos para realização das atividades da administração tributária.

Em suma, o que nos importa nesse momento é saber que o CTN dividiu o tema em três capítulos, quais
sejam: Fiscalização, Dívida Ativa e Certidões Negativas.

Vamos estudar cada um deles a partir de agora!

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Fiscalização

O capítulo que trata da fiscalização diz respeito aos poderes e deveres das autoridades administrativas.
Também trata das restrições quanto à divulgação de informações relativas à situação econômica dos
contribuintes.

Poderes das autoridades administrativas

Em primeiro lugar, cabe relembrar que o CTN é uma norma geral em matéria tributária. Por conseguinte,
há outras regras atinentes à fiscalização tributária, previstas em leis ordinárias de cada ente federativo.

Sendo assim, em cada esfera, podem ser criadas normas regulamentando as prerrogativas das autoridades
fiscais a ela vinculadas. Tais normas podem ser tanto em caráter geral, aplicando-se à fiscalização de todos
os tributos de competência do ente, ou em caráter especial, aplicando-se a um tributo especificamente.

Vejamos o que estabelece o art. 194 do CTN:

Art. 194. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral,
ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e
os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação.

Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas naturais ou
jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade tributária ou de
isenção de caráter pessoal.

Neste ponto, é muito importante que o aluno perceba que, ainda que o contribuinte esteja imune ou isento,
deve ser fiscalizado. Isso ocorre porque a imunidade e a isenção exoneram o contribuinte da obrigação de
pagar, mas não da possibilidade de vir a ser fiscalizado.

Ademais, há casos de imunidade ou isenção em que o contribuinte fica sujeito a alguns requisitos, e só há
um meio de verificar se estão sendo realmente cumpridos: fiscalização.

Nesse rumo, o art. 195 dispõe sobre os poderes das autoridades fiscais:

Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições
legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos,
documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou
produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.

Sendo assim, as autoridades fiscais têm o direito de examinar os livros, arquivos e documentos do sujeito
passivo, e este tem o dever de exibi-los, ainda que haja lei excluindo ou limitando essa prerrogativa fiscal.
É claro que a fiscalização deve se limitar ao objeto da investigação, conforme se extrai do entendimento
sumulado do STF:

Súmula STF 439 - Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros
comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação.

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Repare que o STF deixa claro que quaisquer livros comerciais estão submetidos à fiscalização tributária ou
previdenciária. O que isso quer dizer? Ora, até mesmo aqueles livros que não são de escrituração
obrigatória (não constituem obrigações acessórias) submetem-se ao exame do Fisco.

Relativamente aos livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e aos comprovantes dos
lançamentos neles efetuados, o par. único do art. 195, do CTN, assevera que devem ser conservados até
que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.

Tenha muito cuidado em relação a esse dispositivo. O legislador não previu um prazo fixo (5 anos, por
exemplo), até porque o prazo prescricional, como foi visto no nosso curso, está submetido à interrupção,
hipótese em que é reiniciado. Sendo assim, o prazo para ocorrer a prescrição do crédito tributário pode ser
bastante superior aos 5 anos.

Conservação de livros obrigatórios e comprovantes de lançamentos = até ocorrer


prescrição.

De qualquer modo, é sempre importante ter em mente que os poderes das autoridades administrativas não
são ilimitados. No caso do exame dos livros comerciais, vimos que o STF entende que o exame fica limitado
ao ponto objeto da investigação. Seguindo raciocínio semelhante, a autoridade fiscal também não pode
apreender as mercadorias do sujeito passivo como meio coercitivo para pagamento dos tributos. Vejamos a
redação da Súmula 323 do STF:

Súmula STF 323 - É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para
pagamento de tributos.

Retornando nossa análise sobre o Código Tributário Nacional, o art. 197 prevê que a autoridade fiscal tem a
prerrogativa de requisitar informações a terceiros, no interesse da fiscalização, conforme se expõe a seguir:

Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa
todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de
terceiros:

I - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício;

II - os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;

III - as empresas de administração de bens;

IV - os corretores, leiloeiros e despachantes oficiais;

V - os inventariantes;

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VI - os síndicos, comissários e liquidatários;

VII - quaisquer outras entidades ou pessoas que a lei designe, em razão de seu cargo,
ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

Parágrafo único. A obrigação prevista neste artigo não abrange a prestação de


informações quanto a fatos sobre os quais o informante esteja legalmente obrigado a
observar segredo em razão de cargo, ofício, função, ministério, atividade ou profissão.

Deve ficar claro que não são apenas as pessoas listadas no art. 197 do CTN que estão obrigadas a prestar
informações ao Fisco. Veja que o inciso VII abrange quaisquer outras pessoas ou entidades que a lei designe.
O objetivo é abranger todas as pessoas que, de alguma forma, possam ter conhecimento de informações
necessárias à atividade de fiscalização.

A lista, prevista no CTN, de pessoas obrigadas a prestar informações sobre bens, negócios
ou atividades de terceiros não é taxativa. Lei ordinária pode estendê-la.

As pessoas já citadas nos incisos I a VI do art. 197, do CTN, não dependem de lei ordinária
para estarem obrigadas a prestar informações, por já se encontrar expresso no próprio
CTN.

Fica ressalvado, no entanto, os casos em que a lei reguladora da profissão determine o dever de sigilo. Por
exemplo, o advogado, impedido de prestar informações relativas aos seus clientes, em decorrência da lei
regulamentadora da sua profissão, não fica obrigado a fornecê-las diante da intimação recebida.

No que concerne à possibilidade de a autoridade fiscal requisitar informações protegidas por sigilo bancário
(art. 197, II), com o advento da LC 105/2001, foi previsto o seguinte:

Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de
instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações
financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal

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em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade


administrativa competente.

O tema foi recorrentemente submetido ao STF, questionando-se a constitucionalidade do dispositivo da LC


105/2001, que garante o acesso do Fisco aos dados bancários, independentemente de autorização judicial.
A alegação era a de que o referido dispositivo contrariava o art. 5º, incisos X (princípio da inviolabilidade da
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas) e XII (princípio da inviolabilidade do sigilo
da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas), da CF/88.

Tal tema é objeto de forte controvérsia jurisprudencial ao longo de anos. O STF já chegou a decidir que não
se coaduna com os preceitos da CF/88 norma legal que atribua à autoridade administrativa, que constitui
uma das partes na relação jurídico-tributária (sujeito ativo), o afastamento do sigilo dos dados referentes ao
sujeito passivo.

Somente em fevereiro de 2016, o STF pôs fim às controvérsias. A Suprema Corte concluiu o julgamento de
um conjunto de cinco processos (RE 601.314 e ADIs 2859, 2390, 2386 e 2397) que questionavam dispositivos
da LC 105/01. Por maioria de votos, prevaleceu o entendimento de que a previsão da referida lei
complementar não resulta em quebra de sigilo bancário, mas, sim, na transferência de sigilo da órbita
bancária para a fiscal, ambas protegidas contra o acesso de terceiros. A transferência de informações é feita
dos bancos ao Fisco, que tem o dever de preservar o sigilo dos dados, portanto não há ofensa à Constituição
Federal.

De acordo com a jurisprudência do STF, as autoridades fiscais podem requisitar aos bancos
as informações financeiras dos contribuintes, sem prévia autorização judicial.

Prezado aluno(a), repare que não estamos falando de divulgação das informações protegidas pelo sigilo
bancário, mas, sim, do acesso às informações pertinentes ao processo administrativo fiscal instaurado
contra o sujeito passivo, sem ordem judicial para tanto.

Destaque-se que, a autoridade administrativa também possui o poder de requisitar (e não apenas solicitar)
o auxílio da força pública, ou seja, das autoridades policiais, quando vítimas de embaraço ou desacato no
exercício de suas funções, ou quando necessário à efetivação de medida prevista na legislação aduaneira
(CTN, art. 200). Isso se aplica, mesmo que o obstáculo imposto pelo sujeito passivo não se configure fato
definido em lei como crime ou contravenção.

Outro detalhe previsto no art. 200 do CTN é o fato de a autoridade fiscal poder requisitar a força pública
vinculada a outro ente federado. Por exemplo, o Auditor-Fiscal da Receita Federal, embora esteja vinculado
à União, pode requisitar a Polícia Militar, órgão vinculado a determinado estado-membro.

Observação: Lembre-se de que a administração fazendária e seus servidores fiscais têm,


dentro de suas áreas de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores
administrativos, na forma da lei (CF/88, art. 37, XVIII).

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Entretanto, cabe destacar que o acesso ao estabelecimento do contribuinte nem sempre é possível, já que
devem ser levadas em consideração as garantias individuais, previstas no art. 5º, XI, da CF/88 (inviolabilidade
domiciliar).

Citamos, abaixo, as palavras do ilustre Leandro Paulsen a respeito desse assunto (grifamos):

O STF tem entendido que, inobstante a prerrogativa do Fisco de solicitar e analisar documentos, os agentes fiscais só podem
ingressar em escritório de empresa quando autorizados (pelo proprietário, gerente ou preposto). Em caso de recusa,
não podem os agentes simplesmente requerer auxílio de força policial, eis que, forte na garantia de
inviolabilidade do domicílio, oponível também ao Fisco, a medida dependerá de autorização judicial .
(PAULSEN, Leandro. Direito tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 16 Ed. Pág.
1391)

A autoridade responsável pela fiscalização é sempre a fiscal, e não a policial.

Deveres das autoridades administrativas

Termo de Início de Fiscalização

No que se refere à atividade de fiscalização, o CTN não só previu prerrogativas à autoridade administrativa,
como também estabeleceu alguns deveres. O primeiro deles é o dever de lavrar o Termo de Início de
Fiscalização.

Vamos ver o que está previsto no art. 196 do CTN:

Art. 196. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de


fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do
procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão
daquelas.

Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que possível,
em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se entregará, à
pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que se refere este artigo.

Basicamente, o Termo de Início de Fiscalização possui três efeitos relevantes: determina a data inicial para
contagem do prazo máximo para conclusão das diligências, antecipa a contagem do prazo decadencial e
afasta a espontaneidade do sujeito passivo.

O Termo de Início de Fiscalização estabelece a data em que a atividade fiscalizatória teve início. Com isso, é
possível fixar o prazo máximo para a conclusão das diligências de fiscalização.

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Ademais, nós aprendemos que a regra geral de contagem do prazo decadencial ocorre no primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, correto?

Vimos também que, se entre a data do fato gerador e o primeiro dia do exercício seguinte, houver a
notificação do sujeito passivo de qualquer procedimento de fiscalização, antecipa-se o início da contagem
do prazo decadencial para este dia (data do Termo de Início de Fiscalização). Este é, portanto, o segundo
efeito da lavratura do referido termo.

Responda-me, então: sempre há antecipação do prazo de contagem do prazo decadencial? Não! Se o


procedimento de fiscalização for iniciado após o primeiro dia do exercício seguinte à data do fato gerador, o
prazo decadencial já teria iniciado o seu curso, não havendo qualquer impacto na sua contagem.

==590be==

Se a notificação do início de procedimento fiscal ocorrer após o “primeiro dia do exercício


seguinte”, não haverá impacto sobre o curso do prazo decadencial.

O terceiro efeito está relacionado ao estudo da responsabilidade tributária. Você se lembra de quando
estudamos a denúncia espontânea? Naquele momento, foi dito que o sujeito passivo só fica livre das
penalidades se agir espontaneamente, antes de qualquer procedimento de fiscalização.

Sendo assim, lavrado o Termo de Início de Fiscalização, o sujeito passivo perde o direito à denúncia
espontânea, tornando-se responsável pelos tributos devidos bem como pelas penalidades cabíveis.

TERMO DE INÍCIO DE
FISCALIZAÇÃO

Fixa data inicial Antecipa a Afasta


para contagem de contagem do espontaneidade
prazo máximo prazo decadencial do sujeito passivo

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Em relação às formalidades do termo ora estudado, o par. único do art. 196 estabelece que, sempre que
possível, deve ser lavrado em algum dos livros obrigatórios da pessoa fiscalizada. Se tal medida não se fizer
possível, lavra-se o termo em papel separado, entregando cópia autenticada ao sujeito passivo.

O dever de sigilo por parte da autoridade administrativa

No exercício da atividade de fiscalização, a autoridade administrativa obtém as informações necessárias para


efetuar o lançamento tributário. A maioria dessas informações está relacionada à situação econômica do
sujeito passivo, motivo pelo qual a autoridade fiscal tem o dever de mantê-las em sigilo. Trata-se do sigilo
fiscal.

Se não houvesse tal sigilo, uma empresa em crise financeira, por exemplo, teria sua situação ainda mais
agravada à medida que os seus fornecedores e clientes tomassem conhecimento das suas condições
financeiras.

Vejamos o que diz o caput do art. 198 do CTN:

Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte
da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre
a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza
e o estado de seus negócios ou atividades.

Observação: Pela redação do art. 198, não se proíbe a divulgação de informações


cadastrais, mas, sim, daquelas que retratem a situação econômica ou financeira e a
natureza e o estado de seus negócios.

Destaque-se que o CTN previu duas possibilidades em que, embora seja mantido o sigilo das informações,
é possível transferi-las a outros órgãos, do Poder Judiciário ou da própria administração pública:

Art. 198 - (...):

§ 1o Excetuam-se do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os
seguintes: (Redação dada pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; (Incluído pela Lcp nº 104,


de 10.1.2001)

II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública,


desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão
ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere
a informação, por prática de infração administrativa. (Incluído pela Lcp nº 104, de
10.1.2001)

Desse modo, o juiz pode requisitar as informações de que o Fisco dispõe para instruir processos judiciais,
sejam eles de natureza civil ou penal. A requisição é feita no interesse da justiça.

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Destaque-se que as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) também podem solicitar informações ao
Fisco, já que a CF/88 conferiu àquelas poderes de investigação próprios das autoridades judiciais (CF/88,
art. 58, § 3º).

No que se refere às solicitações administrativas, a transferência das informações é mais restrita, já que se
exige, no momento da solicitação, processo administrativo regularmente instaurado no âmbito do órgão
ou entidade solicitante, com o objetivo de investigar sujeito passivo por prática de infração administrativa.

Vale ressaltar que sempre devem ser considerados os procedimentos previstos no § 2º, do art. 198:

Art. 198 - (...):

§ 2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será


realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita
pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e
assegure a preservação do sigilo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Pela redação do dispositivo, percebe-se que o objetivo é sempre preservar o sigilo fiscal. Por isso, lembre-se
de que as requisições promovidas pelo Judiciário e as solicitações administrativas não autorizam a
divulgação de informações, mas apenas o seu uso no interesse da justiça ou da Administração Pública,
respectivamente.

“Professor, existe alguma exceção em que se permite a divulgação de informações?”

Sim! Vamos ver o que prevê o § 3º do art. 198:

Art. 198 - (...):

§ 3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído pela Lcp nº 104, de


10.1.2001)

I – representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

III – parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

IV - incentivo, renúncia, benefício ou imunidade de natureza tributária cujo beneficiário


seja pessoa jurídica. (Incluído pela Lei Complementar nº 187, de 2021)

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Representações fiscais para fins penais

parcelamento ou moratória
Não é vedada a
divulgação de
inscrições na dívida ativa da fazenda pública

Benefícios fiscais cujo beneficiário seja pessoa


jurídica.

Observação: Como este dispositivo foi alterado pela LC 187/21, com a inclusão do último
item acima, a probabilidade de cobrança deste assunto é maior.

Em primeiro lugar, você deve estar se perguntando: o que vem a ser a representação fiscal para fins penais?

Se um sujeito passivo pratica ilícito administrativo, fica sujeito ao lançamento da respectiva multa, ou da
aplicação de outra penalidade, como a pena de perdimento de mercadorias, por exemplo. Em se tratando
de atos que configurem ilícito penal, cabe ao Poder Judiciário a aplicação da penalidade cabível. Sendo assim,
a autoridade fiscal deve representar à autoridade competente para propor a ação penal, ou seja, o
representante do Ministério Público.

Observação: O representante do Ministério Público é o titular exclusivo para propor a ação


penal pública.

Portanto, a representação fiscal, para fins penais, se trata de uma representação elaborada pela autoridade
fiscal, com intuito de responsabilizar o infrator penalmente, isto é, com fins penais.

Cabe ressaltar que, nos crimes contra a ordem tributária (Lei 8.137/1990, arts. 1º e 2º), crime de
apropriação indébita previdenciária (Código Penal, art. 168-A) e crime de sonegação de contribuição
previdenciária (Código Penal, art. 337-A), a configuração do crime está condicionada à existência do crédito
tributário. Logo, se não há crédito tributário, não há crime.

O grande problema é que, com o lançamento, o crédito tributário está constituído, mas não definitivamente
constituído, pois pode ser impugnado pelo sujeito passivo. E se pode ser impugnado, pode, por conseguinte,
ser alterado. Está lembrado?

Sendo assim, só temos certeza da existência do crédito tributário, quando este estiver definitivamente
constituído, isto é, depois de proferida a decisão final na esfera administrativa. Portanto, é, somente a partir
de então, que pode ser formulada a representação fiscal para fins penais (RFFP), a ser encaminhada ao
Ministério Público.

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Nessa linha, é válido citar o art. 83 da Lei 9.430/1996:

Art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem
tributária previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e aos
crimes contra a Previdência Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), será encaminhada ao Ministério Público
depois de proferida a decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do
crédito tributário correspondente. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010)

Demonstrando entendimento nessa mesma linha, o STF editou a seguinte súmula vinculante:

Súmula Vinculante 24 – Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, previsto no art.
1.º, incisos I a IV, da Lei n.º 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo.

Saiba que, após a constituição definitiva do crédito tributário, o MP pode oferecer a denúncia (propor a
ação penal), independentemente do recebimento da RFFP. Assim, tomando conhecimento do crime, o MP
pode oferecer a denúncia, mesmo que não tenha sido realizada qualquer representação fiscal.

Somente com a constituição definitiva do crédito tributário é que se configuram os crimes


acima estudados.

O MP não depende de RFFP para oferecer a denúncia.

Deve-se destacar também que, em casos excepcionais, o STF (HC 95.443/SC) permite a instauração de
inquérito policial antes do encerramento do processo administrativo fiscal, quando for imprescindível para
viabilizar a fiscalização. Vejamos um pouco mais sobre o caso concreto:

HABEAS CORPUS. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL


ANTES DO ENCERRAMENTO DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO-FISCAL. POSSIBILIDADE
QUANDO SE MOSTRAR IMPRESCINDÍVEL PARA VIABILIZAR A FISCALIZAÇÃO. ORDEM DENEGADA.
1. A questão posta no presente writ diz respeito à possibilidade de instauração de inquérito
policial para apuração de crime contra a ordem tributária, antes do encerramento do
procedimento administrativo-fiscal. 2. O tema relacionado à necessidade do prévio encerramento
do procedimento administrativo-fiscal para configuração dos crimes contra a ordem tributária,
previstos no art. 1°, da Lei n° 8.137/90, já foi objeto de aceso debate perante esta Corte, sendo o
precedente mais conhecido o HC n° 81.611 (Min. Sepúlveda Pertence, Pleno, julg. 10.12.2003).

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(...)

4. Entretanto, o caso concreto apresenta uma particularidade que afasta a aplicação dos
precedentes mencionados. 5. Diante da recusa da empresa em fornecer documentos
indispensáveis à fiscalização da Fazenda estadual, tornou-se necessária a instauração de
inquérito policial para formalizar e instrumentalizar o pedido de quebra do sigilo bancário,
diligência imprescindível para a conclusão da fiscalização e, conseqüentemente, para a apuração
de eventual débito tributário. 6. Deste modo, entendo possível a instauração de inquérito
policial para apuração de crime contra a ordem tributária, antes do encerramento do processo
administrativo-fiscal, quando for imprescindível para viabilizar a fiscalização. 7. Ante o exposto,
denego a ordem de habeas corpus.

(STF, Segunda Turma, HC 95.443/SC, Rel. Min. Ellen Gracie, Julgamento 02/02/2010)

Embora essa jurisprudência possa cair em prova, é preciso se lembrar de algo que já foi comentado nesta
aula: não é necessária autorização judicial para que a autoridade fiscal tenha acesso aos dados protegidos
por sigilo bancário, conforme previsão na LC 105/01.

Além da RFFP, a Fazenda Pública também não está proibida de divulgar as informações relativas às inscrições
na Dívida Ativa da Fazenda Pública, bem como em relação ao deferimento do parcelamento e da moratória.

Observação: Não se esqueça de que o marco para a caracterização da alienação


fraudulenta (CTN, art. 185) é a regular inscrição do crédito tributário em dívida ativa.

Por último, a LC 187/2021, que trata dos requisitos para o gozo da imunidade prevista no art. 195, § 7º, da
CF/88, previu a possibilidade de divulgação das informações referentes a incentivo, renúncia, benefício ou
imunidade de natureza tributária cujo beneficiário seja pessoa jurídica.

Antes de finalizarmos o estudo dos deveres das autoridades administrativas, não podemos nos esquecer do
importante art. 199 do CTN, cuja redação é a seguinte:

Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e
permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou
convênio.

Parágrafo único. A Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em tratados, acordos


ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da
arrecadação e da fiscalização de tributos. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

O fato de cada ente federativo dispor de um banco de dados próprio, em função das características
peculiares dos tributos de sua competência, torna-se muito proveitoso o compartilhamento de tais
informações com os demais entes, no sentido de promover uma fiscalização mais efetiva.

Observação: Trata-se de mais um caso de transferência de informações sigilosas.

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Novamente, vamos destacar o que foi estabelecido no próprio texto constitucional, ao tratar das
administrações tributárias:

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e
atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de
informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

Veja que existe previsão na CF/88 para o compartilhamento de cadastros e informações fiscais, como
também há previsão no CTN nesse sentido. Contudo, o compartilhamento de fato só ocorre mediante a
edição de lei ou convênio. Ou seja, não é autoaplicável.

A possibilidade de permuta de informações prevista no art. 199 do CTN é norma de eficácia


limitada.

Do mesmo modo, a Fazenda Pública da União também está autorizada a firmar tratados, acordos ou
convênios, com o intuito de permutar informações com Estados estrangeiros, sempre no interesse da
arrecadação e da fiscalização dos tributos.

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Dívida Ativa

Para entender com clareza o que será visto neste tópico, é importante relembrarmos como ocorre a
constituição definitiva do crédito tributário. Vamos lá: ao ser notificado do lançamento, o sujeito passivo tem
um prazo fixado em lei para pagar ou impugnar o lançamento.

Caso o sujeito passivo cumpra com a obrigação tributária, pagando o tributo contra ele lançado, o crédito
tributário é extinto pelo próprio pagamento (CTN, art. 156, I).

Se, por outro lado, o sujeito passivo impugnar o lançamento, instaura-se um litígio entre a Fazenda Pública
e o contribuinte ou responsável, em que se discute o crédito tributário. Ao final, caso a decisão seja
desfavorável ao sujeito passivo, mantendo o crédito lançado, ocorre a constituição definitiva do crédito
tributário.

No curso do processo administrativo instaurado a partir da impugnação do contribuinte, a


Administração Tributária exerce controle interno de legalidade.

Imaginemos, ainda que, o sujeito passivo, notificado do lançamento, não toma qualquer medida para efetuar
o pagamento ou impugnar o lançamento. Nesse caso, também haverá a constituição definitiva do crédito
tributário.

Nesse sentido, estabelece o art. 201 do CTN o seguinte:

Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza,
regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o
prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular.

Veja, então, que, após a constituição definitiva do crédito tributário, e não havendo pagamento por parte
do sujeito passivo ou qualquer medida, judicial ou administrativa, que suspenda a exigibilidade do crédito
tributário, cabe à Fazenda Pública proceder à inscrição do crédito tributário em dívida ativa. Em se tratando
de tributos de competência da União, a inscrição compete à Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN).

É de se destacar que, embora já possa ter havido controle de legalidade pela Fazenda Pública (no curso do
processo administrativo) em face do julgamento em processo administrativo, a inscrição em dívida ativa é
o último controle de legalidade do crédito tributário constituído. Podemos dizer, ainda, que é o único
controle de legalidade realizado pela apreciação crítica de profissionais legalmente competentes 1: os
Procuradores da Fazenda Nacional, relativamente aos tributos federais. Destacamos que se trata apenas de
exemplo, citando o que ocorre na esfera federal.

1
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 25ª Edição. 2013 Pág. 534.

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Observação: É evidente que o Poder Judiciário, quando provocado, pode efetuar o controle
da legalidade do lançamento, devendo anular o ato praticado pela autoridade
administrativa, quando estiver em desacordo com a lei. Contudo, nossa abordagem se
restringe ao controle administrativo da legalidade.

Nesse sentido, acrescentamos as lições de Geraldo Ataliba e Cleber Giardino2:

“A inscrição evita a propositura pela Fazenda de execuções indevidas, resguarda os direitos individuais, protege o cidadão;
faz valer o princípio da reserva legal e da propriedade privada. Instituída a inscrição como controle de legalidade,
fundamentalmente com essas qualidades, apresenta ainda várias vantagens marginais, tais como desonerar o judiciário de
causas temerárias e livrar a administração de condenações moral e patrimonialmente lesivas”.

Mas, afinal de contas, em que consiste a inscrição em dívida ativa? Trata-se de inclusão do nome do sujeito
passivo no cadastro de devedores inadimplentes, mediante a lavratura de termo no livro da dívida ativa do
respectivo ente federado. Atualmente, tal procedimento é realizado de forma eletrônica.

O objetivo da inscrição do crédito tributário em dívida ativa é extrair a Certidão de Dívida Ativa (CDA),
título executivo extrajudicial, que viabiliza a posterior propositura da ação de execução fiscal.

Estando a dívida regularmente inscrita, goza de presunção relativa de certeza e liquidez, admitindo,
obviamente, prova em contrário por parte do sujeito passivo:

Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o
efeito de prova pré-constituída.

Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por
prova inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.

Como exemplo, se o contribuinte realizar o pagamento de determinado tributo, como o IR, por exemplo, e
o sistema da RFB não detectá-lo, certamente o contribuinte terá o seu débito inscrito em dívida ativa.
Tomando ciência do fato, pode imediatamente apresentar suas provas inequívocas de que houve o correto
pagamento.

Destaque-se que o par. único do art. 201, do CTN, estabelece que a fluência de juros de mora não exclui a
liquidez do crédito. Portanto, ainda que os juros de mora sejam acrescentados ao valor total da dívida, a
liquidez (o valor exato) do crédito tributário não deixa de existir, pois sempre será possível calcular o
montante devido, a título de tributo.

O CTN também previu os requisitos do termo de inscrição da dívida ativa:

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente,
indicará obrigatoriamente:

2
ATALIBA, Geraldo. GIARDINO, Cleber. Inscrição de dívida ativa – Função Privativa dos
Advogados
Públicos. Revista de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Jul/Set. de 1982, p. 340.

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I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que
possível, o domicílio ou a residência de um e de outros;

II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;

III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em


que seja fundado;

IV - a data em que foi inscrita;

V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.

Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro
e da folha da inscrição.
==590be==

Observação: Já vi questões cobrando tais requisitos. Portanto, nesse caso, é muito


importante que você memorize todo o conteúdo do art. 202, do CTN.

Não é difícil de decorar tais requisitos. Em primeiro lugar, deve-se lembrar de que, é mais do que básico, que
o termo de inscrição contenha a quantidade devida, o nome do devedor e o fundamento legal (natureza e
origem do crédito tributário). Isso é básico, para que o contribuinte tenha condições de apresentar provas
em contrário.

Lembre-se também de que, sendo o caso (nem sempre, portanto), deve haver o número do processo
administrativo. Em qualquer caso, a certidão deverá conter a indicação do livro e da folha de inscrição.

Cumpre-nos ressaltar que a omissão ou erro relativamente aos requisitos previstos no art. 202 do CTN são
causas de nulidade da inscrição em dívida ativa, bem como do respectivo processo de cobrança dela
decorrente, conforme se expõe abaixo:

Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior (202), ou o erro
a eles relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela
decorrente, mas a nulidade poderá ser sanada até a decisão de primeira instância,
mediante substituição da certidão nula, devolvido ao sujeito passivo, acusado ou
interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte modificada.

Contudo, o STF (AI-AgR 81.681/MG) entende que “há de atentar-se para a substância e não para os defeitos
formais que não comprometem o essencial do documento tributário”.

Havendo erros ou omissão dos requisitos estabelecidos, será nula a inscrição e o processo de cobrança dela
decorrente. No entanto, a nulidade pode ser sanada até a decisão de primeira instância, substituindo-se a
certidão nula e devolvendo ao sujeito passivo o prazo para defesa, que somente versará sobre a parte
modificada.

A fim de que seja possível entender o que viria a ser a “decisão de primeira instância”, vamos estudar em
termos simples a ação de execução fiscal.

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Após a inscrição em dívida ativa, a Fazenda Pública pode ajuizar a ação de execução fiscal. Admitida a ação,
o juiz realiza o despacho que ordena a citação do devedor para pagar o valor devido (tributo, juros e multa
de mora e os encargos indicados na CDA) ou garantir a execução, mediante depósito em dinheiro, fiança
bancária ou indicação de bens à penhora.

Observação: Lembre-se de que o despacho do juiz que ordenar citação em execução fiscal
faz interromper o curso do prazo prescricional.

Se o sujeito passivo reconhece a dívida, ele realiza o pagamento integral. Caso contrário, pode garantir a
execução, podendo-se defender mediante interposição de embargos à execução. Até que o juiz julgue em
primeira instância os embargos interpostos, a Fazenda pode substituir a CDA nula.

Opa! A inscrição em dívida ativa é o último controle de legalidade sobre o crédito


tributário, no âmbito administrativo. Contudo, é possível alterar a CDA até a decisão de
primeira instância.

Na linha do que acabamos de explicar, segue o entendimento do STJ:

Súmula STJ 392 - A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa (CDA) até a prolação
da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou formal, vedada a
modificação do sujeito passivo da execução.

O que o STJ deixou claro, e que tem sido demonstrado pela jurisprudência deste Tribunal, é que só se admite
substituição de CDA para corrigir erro material ou formal relativos à inscrição e à certidão, mas não se
estendendo ao lançamento propriamente dito. Portanto, não é possível substituir a CDA como meio de
alterar o próprio lançamento anteriormente realizado.

Se o vício diz respeito à constituição do crédito tributário, deve-se realizar outro


lançamento, e não a simples substituição de CDA.

Nesse mesmo sentido, o STJ (REsp 87.768/SP) já determinou que é inadmissível substituição de CDA para
alteração do valor do débito de IPTU, já que se constitui modificação do próprio lançamento.

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Certidões Negativas

As certidões negativas de débitos (CND) são os documentos capazes de comprovar a inexistência de débito
de determinado contribuinte, de determinado tributo ou relativo a determinado período. Trata-se, então,
do documento que comprova a quitação dos tributos devidos.

De acordo com o art. 5º, XXXIV, b, da CF/88, é a todos assegurado, independentemente do pagamento de
taxas, a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal. Trata-se de imunidade aplicável às taxas.

Observe o que diz o art. 205 do CTN:

Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando
exigível, seja feita por certidão negativa, expedida à vista de requerimento do interessado,
que contenha todas as informações necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio
fiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o pedido.

Parágrafo único. A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido
requerida e será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do requerimento na
repartição.

Pela redação do par. único do art. 205, a Fazenda tem o prazo de 10 dias para expedir a certidão negativa
requerida pelo sujeito passivo. Normalmente, a emissão da certidão é imediata.

O prazo é de 10 dias, e não 10 dias úteis! Grave isso!

Devemos nos atentar para o fato de que é possível que o sujeito passivo tenha débitos, mas esteja em
situação regular perante o Fisco. É o caso, por exemplo, dos créditos tributários cuja exigibilidade tenha sido
suspensa (CTN, art. 151).

Em casos como esse, expede-se, em vez de certidão negativa, a certidão positiva com efeitos de negativa.
Ou seja, a certidão é positiva, pois o sujeito passivo possui débito. No entanto, a certidão possui efeitos de
negativa, já que é como se fosse esta, ou seja, o sujeito passivo está em situação regular.

Nessa esteira, vejamos quais as situações que ensejam a expedição de certidão positiva com efeitos de
negativa:

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Art. 206. Tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a certidão de que conste a
existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido
efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

Quando os créditos tributários não estão vencidos → Se há créditos tributários já


constituídos contra o sujeito passivo, mas não se esgotou o prazo para o adimplemento da
obrigação tributária (créditos vincendos), este encontra-se em situação regular.

Quando os créditos estejam garantidos por penhora → No curso da ação de execução


fiscal, se tiverem sido penhorados bens suficientes para extinção total dos créditos, o
sujeito passivo encontra-se em situação regular, já que o recebimento daqueles está
garantido pelos bens penhorados.

Quando os créditos estejam com a exigibilidade suspensa → Suspender a exigibilidade


significa impedir que o Fisco promova os atos de cobrança do crédito tributário. Sendo
assim, o sujeito passivo não deixa de estar em situação regular.

Observação: Para responder questões que cobrem esse assunto, é bom você estar com as
causas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário na “ponta da língua”. Lembre-
se: MORDER e LIMPAR.

Neste ponto, é importante relembrarmos da redação da Súmula 436, do STJ, que define que “a entrega de
declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer
providência por parte do Fisco”. Por conseguinte, se o contribuinte realizou a confissão de dívida e o crédito
tributário foi constituído, caso este não seja pago, é legítima a recusa de expedição de certidão negativa ou
positiva com efeito de negativa:

Súmula STJ 446 - Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa
de expedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa.

Agora preste atenção na pergunta: determinada Câmara Municipal de um Município possui débitos com a
Fazenda Nacional. Poderia o Poder Executivo Municipal pleitear uma certidão positiva com efeitos de
negativa junto ao Fisco Federal? A resposta é sim, de acordo com o STF (Tema 743)

É possível ao Município obter certidão positiva de débitos com efeito de negativa quando a
Câmara Municipal do mesmo ente possui débitos com a Fazenda Nacional, tendo em conta
o princípio da intranscendência subjetiva das sanções financeiras. (STF, RE 770149)

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Créditos
garantidos
por penhora
Créditos com
Créditos
exigibilidade
Vincendos
suspensa

Certidão
positiva com
efeitos de
negativa

Certidão Inexistência
negativa de débitos

Dispensa da apresentação de certidão negativa

Em alguns casos, o sujeito passivo está dispensado de apresentar a certidão negativa, ou seja, não será
necessário fazer prova da quitação dos tributos.

Acompanhe o art. 207 do CTN:

Art. 207. Independentemente de disposição legal permissiva, será dispensada a prova de


quitação de tributos, ou o seu suprimento, quando se tratar de prática de ato
indispensável para evitar a caducidade de direito, respondendo, porém, todos os
participantes no ato pelo tributo porventura devido, juros de mora e penalidades cabíveis,
exceto as relativas a infrações cuja responsabilidade seja pessoal ao infrator.

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Imagine que determinada empresa, participante de processo licitatório, tenha que apresentar com urgência
os comprovantes de quitação de tributos. Considere, ainda, que os servidores responsáveis pela emissão da
CND estejam em greve. Como o sujeito passivo deve proceder para não ser desabilitado?

O art. 207 do CTN prevê que, independentemente da existência de lei permissiva, o sujeito passivo fica
dispensado da prova da quitação dos tributos, quando se tratar de ato indispensável para evitar a perda do
direito.

É errado afirmar que:

-Nunca se dispensa a apresentação de CND;

-A dispensa de apresentação de CND depende de lei autorizativa de cada ente.

Destaque-se que todos os participantes respondem pelo tributo porventura devido, bem como os juros de
mora e as penalidades cabíveis, com exceção daquelas cuja responsabilidade seja pessoal do infrator.

Observação: Os contratantes são a pessoa jurídica e as pessoas físicas que atuaram em


nome daquela. Não se incluem entre os contratantes, para fins de responsabilidade, as
testemunhas e os membros da comissão de licitação.

Responsabilidade por expedição de certidão com erro

Se o servidor público expede certidão negativa, quando na verdade deveria expedir certidão positiva, a
certidão contém erro contra a Fazenda Pública. É o caso, por exemplo, daquele servidor que deseja ajudar
um amigo, alterando as informações, para que a certidão negativa seja expedida.

Com o objetivo de punir os servidores públicos, responsáveis pela expedição de certidões negativas, por
atuação dolosa ou fraudulenta, o art. 208 do CTN estabeleceu a seguinte regra:

Art. 208. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a
Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo crédito
tributário e juros de mora acrescidos.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade criminal e funcional
que no caso couber.

Repare que o dispositivo prevê que o servidor público será pessoalmente responsável pelo crédito
tributário (aquele que deixou de constar na certidão “negativa” expedida) e pelos juros de mora acrescidos.
Ademais, fica o servidor sujeito às sanções penais e administrativas cabíveis.

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Além de responder pessoal pelo crédito tributário e pelos juros de mora, o servidor pode
sofrer responsabilização criminal e funcional.

Quando estudamos para concurso público, não devemos “brigar” com a lei, já que ela é muitas vezes cobrada
literalmente. Contudo, muitos autores questionam a responsabilização pessoal do servidor pelo crédito
tributário, haja vista que, dessa forma, o contribuinte, que se beneficiou da fraude, fica dispensado do
pagamento dos tributos.

Imagine, agora, que o crédito tributário tenha sido de R$ 1.000.000,00, e que a empresa beneficiada seja
uma multinacional. Como o servidor iria arcar com tudo isso sozinho? Seria justo? Vamos deixar a discussão
para outro momento, correto? O que nos importa é saber como está previsto no CTN!

(SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020) Independentemente da inscrição em dívida ativa, pode-se presumir como


fraudulenta a alienação de bens realizada pelo sujeito passivo que esteja em débito com a fazenda pública,
desde que exista o crédito tributário.
Comentário: De acordo com o art. 185, do CTN, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens
ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário
regularmente inscrito como dívida ativa.
Gabarito: Errada
(SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020) À administração tributária, no exercício da fiscalização, não será oponível
norma estadual que limite o direito de examinar livros e documentos comerciais ou fiscais dos comerciantes.
Comentário: De acordo com o art. 195, do CTN, para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação
quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos,
documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da
obrigação destes de exibi-los. Portanto, a norma estadual não será oponível no caso.
Gabarito: Correta
(SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020) É facultativo constar no termo de inscrição da dívida ativa a maneira de
calcular os juros de mora acrescidos à quantia devida.
Comentário: De acordo com o art. 202, II, do CTN, a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora
acrescidos são elementos obrigatórios no termo de inscrição em dívida ativa.

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Gabarito: Errada
(SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020) Auditor fiscal que, com o intuito de beneficiar terceiro devedor de tributos,
expedir certidão negativa ignorando os débitos fiscais devidos será responsabilizado pessoalmente pelo
crédito tributário e pelos juros de mora acrescidos.
Comentário: É o que prevê o art. 208, do CTN: A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que
contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo
crédito tributário e juros de mora acrescidos.
Gabarito: Correta
(TRF4-Analista Judiciário/2019) No que se refere à Administração Tributária, o Código Tributário Nacional
(CTN) prevê que:
A) a Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na forma estabelecida em
tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros, Organizações
Internacionais e Agencias de avaliação de risco, no interesse da arrecadação, da fiscalização de tributos e da
==590be==

melhoria do ambiente econômico.


B) é vedada a divulgação, por parte dos servidores da Fazenda Pública, de informação obtida em razão do
ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros, exceto ao que se refere
ao estado de seus negócios ou atividades, e as dívidas existentes perante a Fazenda Pública, escritas ou a
inscrever na Dívida Pública.
C) mediante ordem judicial, emitida pelo Juiz de Vara Civil ou Criminal da respectiva comarca, os bancos e
demais instituições financeiras, são obrigados a prestar todas as informações de que disponham com relação
aos bens, negócios ou atividades de terceiros, sendo vedado prestar tais informações mediante solicitação
ou intimação escrita da autoridade administrativa tributária.
D) os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles
efetuados serão conservados, pelo Estado, em arquivo público, até que ocorra a caducidade das
informações, a suspensão da exigência ou a extinção dos créditos tributários decorrentes das operações a
que se refiram.
E) para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou
limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou
fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.
Comentário:
Alternativa A: A previsão para permuta de informação neste caso existe apenas entre a União e Estados
estrangeiros, conforme art. 199, par. único, do CTN: a Fazenda Pública da União, na forma estabelecida em
tratados, acordos ou convênios, poderá permutar informações com Estados estrangeiros no interesse da
arrecadação e da fiscalização de tributos. Alternativa errada.
Alternativa B: O sigilo fiscal abrange a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros,
bem como o estado de seus negócios ou atividades, exceto as débitos inscritos em dívida ativa, ou objeto de
parcelamento ou moratória. Alternativa errada.
Alternativa C: O art. 197, II, estabelece a obrigatoriedade dos bancos e demais instituições financeiras a
prestar informações de que disponham em relação aos bens negócios ou atividades de terceiros,
independentemente de ordem judicial. Alternativa errada.

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Alternativa D: O CTN determina que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os


comprovantes dos lançamentos neles efetuados sejam conservados até que ocorra a prescrição dos créditos
tributários decorrentes das operações a que se refiram. Alternativa errada.
Alternativa E: É o que estabelece o caput do art. 195, do CTN: para os efeitos da legislação tributária, não
têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias,
livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou
produtores, ou da obrigação destes de exibi-los. Alternativa correta.
Gabarito: Letra E
(SEFAZ-RS-Auditor-Fiscal/2019) A atuação da administração tributária deve garantir a fiscalização, o
lançamento e a cobrança dos tributos, de forma a preservar a igualdade entre os administrados, sem prejuízo
da responsabilidade fiscal do sujeito ativo. Considerando-se a legislação pertinente a esse assunto, é correto
afirmar que
a) as autoridades fiscais devem restringir-se à avaliação do acervo material e documental disponibilizado
espontaneamente pelo administrado.
b) o procedimento de fiscalização tributária deve ser documentado mediante termo específico que lavre o
início do procedimento e que fixe prazo máximo de conclusão.
c) os tabeliães, escrivães e serventuários de ofício são obrigados a prestar informações exigidas pela
autoridade administrativa, salvo quando se tratar de bens, negócios ou atividades de terceiros.
d) informações obtidas em razão do ofício pelo fisco e que antes eram protegidas por sigilo bancário deixam
de ser confidenciais e passam a ser públicas.
e) é vedada a troca de informações entre administrações tributárias de diferentes entes federados.
Comentário:
Alternativa A: Na realidade, para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições
legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e
efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-
los. Alternativa errada.
Alternativa B: O art. 196, do CTN, prevê que a autoridade administrativa que proceder ou presidir a
quaisquer diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do
procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas.
Alternativa correta.
Alternativa C: A prestação de informações abrange especialmente as informações relativas a bens, negócios
ou atividades de terceiros. Alternativa errada.
Alternativa D: As informações financeiras e econômicas do sujeito passivo continuam ao abrigo do sigilo
fiscal. Alternativa errada.
Alternativa E: O CTN previu a troca de informações entre administrações tributárias de diferentes entes
federados, situação em que o sigilo é mantido, havendo apenas a sua transferência. Alternativa errada.
Gabarito: Letra B
(ISS-Campinas-Auditor Fiscal/2019) O auditor fiscal municipal X está sendo investigado pela corregedoria do
Município por possível prática de infração administrativa gravíssima. A investigação começou após denúncia
anônima que mencionou o crescimento exponencial do patrimônio pessoal do auditor e de sua família, assim
como o seu consumo supostamente incompatível com a sua renda. Para esclarecimento das denúncias, a

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corregedoria solicitou à administração tributária deste Município, mediante processo administrativo, cópia
de notas fiscais de serviços emitidas em favor do auditor fiscal, assim como relação dos imóveis em nome do
referido auditor constantes do cadastro imobiliário para fins de IPTU.
Diante dessa situação, com base na legislação nacional, é correto afirmar que
a) as informações solicitadas apenas poderiam ser compartilhadas mediante decisão judicial, no interesse de
investigação criminal, não sendo possível a sua transmissão para fins de apuração de infração administrativa.
b) a autoridade administrativa poderá compartilhar apenas as informações relativas ao cadastro imobiliário,
por se tratar de informação que já consta publicamente nos cartórios de registro imobiliário.
c) a autoridade administrativa deve guardar sigilo completo das informações solicitadas, por se tratar de
informações relativas à situação econômica ou financeira de sujeito passivo, detidas em razão do ofício
fazendário.
d) desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo no órgão correicional, é
possível o compartilhamento das informações solicitadas mediante recibo que formalize a transferência e
assegure a preservação do sigilo.
e) a autoridade administrativa poderá compartilhar apenas as notas fiscais de serviços, por se tratar de
informação parcial relativa a outros sujeitos passivos que não ao auditor fiscal, sem a possibilidade de
revelação da situação econômica desses sujeitos.
Comentário: O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado
mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante,
mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo.
Gabarito: Letra D
(SEFAZ-RS-Técnico Tributário/2018) A prestação de informações tributárias relativas a bens, negócios ou
atividades de terceiros, quando de intimação por escrito pela autoridade administrativa,
independentemente de arguição do dever de sigilo, é obrigação de
a) psicólogos.
b) advogados.
c) médicos.
d) empresas de administração de bens.
e) microempresas optantes pelo Simples Nacional.
Comentário: Como existe sigilo para médicos, advogados e psicólogos, e considerando que tais profissões
podem, a depender da situação, ser exercidas por meio de empresas optantes pelo Simples Nacional, resta-
nos a empresa de administração de bens como gabarito da questão. Dessa forma, das opções relacionadas
acima, a única que não tem obrigação legal de guardar sigilo seria a empresa de administração de bens.
Gabarito: Letra D
(ISS-São Luís-Auditor Fiscal/2018) Relativamente às diligências de fiscalização, a autoridade que as realizar
ou as presidir deverá, segundo o Código Tributário Nacional, lavrar os termos fiscais necessários para
documentá-las. Estes termos, de acordo com este mesmo Código, deverão
I. ser lavrados, necessariamente, em um dos livros contábeis exibidos, se exibidos.
II. documentar o início do procedimento, na forma da legislação aplicável, sendo que esse termo fixará prazo
máximo para a conclusão das referidas diligências.

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III. quando lavrados em separado, ser entregues, por cópia autenticada, pela autoridade que proceder ou
presidir as referidas diligências, à pessoa sujeita a fiscalização.
IV. ser firmados por, no mínimo, três autoridades, de diferentes níveis hierárquicos.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) II e III.
(B) III.
(C) I e IV.
(D) I, II e IV.
(E) III e IV.
Comentário:
Item I: Tais termos serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados
em separado deles se entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade
competente. Item errado.
Item II: De acordo com o art. 196, do CTN, a autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer
diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do procedimento,
na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a conclusão daquelas. Item correto.
Item III: Conforme comentamos, quando os termos forem lavrados em separado deles se entregará, à pessoa
sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade competente. Item correto.
Item IV: Não há qualquer regra nesse sentido no texto do CTN. Item errado.
Gabarito: Letra A
(SEFAZ-GO-Auditor Fiscal da Receita Estadual/2018) Relativamente à fiscalização tributária, notadamente
no que diz respeito aos impostos de competência das diversas pessoas jurídicas de direito público interno, o
Código Tributário Nacional estabelece que às Fazendas Públicas é permitida a prestação de assistência mútua
a) entre todas elas, para a fiscalização dos tributos respectivos e para a permuta de informações, na forma
estabelecida por lei ou convênio, em caráter geral ou específico.
b) apenas para a permuta de informações, desde que restrita ao âmbito dos Estados e do Distrito Federal,
relativamente aos impostos de sua competência comum, e ao âmbito dos Municípios e do Distrito Federal,
relativamente aos impostos de competência comum destes.
c) entre todas elas, para a permuta de informações e para a fiscalização de tributos, na forma estabelecida,
por lei ou convênio, vedada a prestação de informações pela Fazenda Pública da União, que, no entanto,
poderá recebê-las das Fazendas Públicas estaduais e municipais.
d) para a permuta de informações de caráter tributário, mas vedada para fiscalização dos tributos
respectivos, pois a fiscalização é atividade indelegável.
e) apenas para a fiscalização de tributos respectivos, desde que restrita ao âmbito dos Estados e do Distrito
Federal, relativamente aos impostos de sua competência comum, e ao âmbito dos Municípios, relativamente
aos impostos de competência comum destes.
Comentário: De acordo com art. 199 do CTN, a Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e

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permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio. A única
resposta correta é, portanto, a alternativa A.
Gabarito: Letra A

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CTN - DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS


Como se sabe, o CTN é uma norma bastante antiga (1966), sendo vários de seus dispositivos inaplicáveis no
atual ordenamento jurídico. Portanto, considerando o que costuma ser cobrado em provas, dos arts. 209 a
218, apenas são relevantes e merecem comentários os arts. 209 e 210.

O art. 209 apenas esclarece que a expressão “Fazenda Pública”, quando empregada no CTN sem qualificação,
abrange a Fazenda Pública de todos os entes, ou seja, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios. Senão, vejamos:

Art. 209. A expressão "Fazenda Pública", quando empregada nesta Lei sem qualificação, abrange a Fazenda
Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

O art. 210 refere-se à contagem dos prazos fixados tanto no CTN como na legislação tributária, a qual, como
==590be==

vimos no art. 96, abrange os mais diversos atos normativos que disponham sobre tributos e relações jurídicas
a eles pertinentes. A regra dispõe que o início do prazo é contado no dia útil seguinte ao do início do prazo
e termina no dia de expediente normal na repartição em que o processo corra ou o ato deva ser praticado.
Sendo o caso de dia não útil, o vencimento deve ser no dia útil seguinte. Por fim, a contagem do referido
prazo é contínua, ou seja, não se suspende em finais de semana e feriados. Vejamos a sua redação:

Art. 210. Os prazos fixados nesta Lei ou legislação tributária serão contínuos, excluindo-se na sua contagem
o dia de início e incluindo-se o de vencimento.

Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na repartição em


que corra o processo ou deva ser praticado o ato.

Vamos verificar um caso prático sobre isso!

Sr. Tributino recebe em 13/04/2017 (quinta-feira, véspera de feriado) pela via postal um
auto de infração, no qual consta o prazo de 30 dias para pagar ou impugnar o crédito
tributário contra ele lançado.

Quando se dará o termo inicial e final do referido prazo?

Resposta: Neste caso, o prazo inicial seria o dia 17/04/2017 (segunda-feira), e o


vencimento se daria em 17/05/2017 (excluindo o dia de início da contagem e incluindo o
dia de vencimento). Como neste caso, o vencimento se dá em uma quarta-feira, será esta
o termo final para pagamento ou impugnação.

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Caso o dia de vencimento caísse em outro feriado ou sábado ou domingo, o termo final se
daria no próximo dia útil, seguindo o mesmo raciocínio utilizado para cálculo do termo
inicial.

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QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS

Garantias e Privilégios do Crédito Tributário

1. CESPE/STJ-Analista Judiciário/2018
As garantias do crédito tributário estão taxativamente previstas no CTN.

Comentário: O art. 183, do CTN, estabelece que as garantias enumeradas no texto do CTN não excluem
outras que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a
que se refiram.

Gabarito: Errada

2. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014
Suponha que Franco, após ter recebido notificação de lançamento para pagamento voluntário, antes da
inscrição do débito em dívida ativa, tenha alienado, pela metade do valor de mercado, barco de sua
propriedade a Alemão. Nesse caso, está configurada fraude à execução fiscal.

Comentário: De acordo com o art. 185, caput, do CTN, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de
bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito
tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Como o crédito ainda não havia sido inscrito em dívida
ativa, não há que se falar em fraude à execução fiscal.

Gabarito: Errada

3. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014
O crédito trabalhista prefere ao crédito tributário quando aquele for inferior a duzentos e cinquenta salários
mínimos.

Comentário: De acordo com o CTN, na falência, a lei poderá estabelecer limites e condições para a
preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho. Com base nisso, a Lei 11.101/2005 estipulou
como limite o valor de 150 salários-mínimos por credor.

Gabarito: Errada

4. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014
Para a extinção das obrigações do falido e a concessão de recuperação judicial, exige-se prévia quitação dos
tributos devidos, sendo possível, nesse último caso, a concessão da recuperação se o devedor obtiver a
suspensão da exigibilidade do crédito devido.

Comentário: De acordo com o art. 191-A, do CTN, a concessão de recuperação judicial depende da
apresentação da prova de quitação de todos os tributos. Vale lembrar que, quando um crédito tributário
está com sua exigibilidade suspensa, é possível a emissão da certidão positiva com efeitos de negativa (CTN,

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art. 206). Ou seja, embora exista a dívida, os efeitos da certidão positiva são os mesmos da certidão negativa,
podendo ser utilizada para a concessão da recuperação judicial.

Gabarito: Correta

5. CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011
O bem de família, instituído por lei, pode ser penhorado em execução fiscal, independentemente da natureza
do tributo cobrado em juízo.

Comentário: O bem de família somente pode ser penhorado em execução fiscal, se os tributos objetos de
cobrança forem relativos ao bem imóvel. Portanto, a questão está errada.

Gabarito: Errada

6. CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011 ==590be==

A fraude à execução fiscal ocorre com a alienação de bens pelo sujeito passivo em débito tributário para com
a fazenda pública, após a regular inscrição do crédito tributário na dívida ativa, tornando-o insolvente.

Comentário: De acordo com o caput do art. 185, do CTN, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração
de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito
tributário regularmente inscrito como dívida ativa.

Gabarito: Correta

7. CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011
Os créditos tributários gozam de preferência em relação a quaisquer outros, incluindo-se os decorrentes da
legislação trabalhista.

Comentário: Os créditos tributários não preferem aos decorrentes da legislação trabalhista.

Gabarito: Errada

8. CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011
Respondem pelo pagamento do crédito tributário todos os bens, presentes e futuros, do sujeito passivo,
salvo os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade.

Comentário: De acordo com o art. 184 do CTN, responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade
dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida,
inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade.

Gabarito: Errada

9. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
As garantias atribuídas ao crédito tributário estão previstas no CTN, não se admitindo outras oriundas de
outras fontes legislativas, ainda que de maneira subsidiária.

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Comentário: De fato, a enumeração das garantias atribuídas ao crédito tributário pelo CTN não é exaustiva.
No entanto, de acordo com o caput do art. 183 do CTN, somente previsão expressa em lei pode atribuir
outras garantias ao crédito tributário.

Gabarito: Errada

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QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS

Administração Tributária

1. CESPE/SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020
Independentemente da inscrição em dívida ativa, pode-se presumir como fraudulenta a alienação de bens
realizada pelo sujeito passivo que esteja em débito com a fazenda pública, desde que exista o crédito
tributário.

Comentário: De acordo com o art. 185, do CTN, presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens
ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário
regularmente inscrito como dívida ativa.

Gabarito: Errada

2. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
À administração tributária, no exercício da fiscalização, não será oponível norma estadual que limite o direito
de examinar livros e documentos comerciais ou fiscais dos comerciantes.

Comentário: De acordo com o art. 195, do CTN, para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação
quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos,
documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da
obrigação destes de exibi-los. Portanto, a norma estadual não será oponível no caso.

Gabarito: Correta

3. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal, bem como os comprovantes dos lançamentos neles
efetuados, deverão ser conservados pelo prazo de cinco anos, independentemente de estarem ou não
prescritos os créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.

Comentário: De acordo com o art. 195, par. único, do CTN, os livros obrigatórios de escrituração comercial
e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição
dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. Logo, o prazo de cinco anos não é
referência para a conservação dos referidos documentos.

Gabarito: Errada

4. CESPE/SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020
Não há presunção de fraude na alienação de bens feita por sujeito passivo se o devedor reservar bens ou
rendas suficientes ao pagamento da dívida regularmente inscrita.

Comentário: O CTN prevê que não há presunção de fraude na alienação de bens feita por sujeito passivo se
o devedor reservar bens ou rendas suficientes ao pagamento da dívida regularmente inscrita.

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Gabarito: Correta

5. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
Independentemente da natureza ou do tempo de sua constituição, o crédito tributário tem preferência sobre
qualquer outro, inclusive sobre os créditos decorrentes da legislação trabalhista ou de acidentes de trabalho.

Comentário: O art. 186, do CTN, prevê que o crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua
natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou
do acidente de trabalho.

Gabarito: Errada

6. CESPE/SEFAZ-RS-Auditor Fiscal/2019
Conforme o CTN, com o objetivo de aprimorar a fiscalização tributária, a permuta de informações entre a
fazenda pública da União e determinada secretaria de fazenda estadual é permitida
==590be==

a) se houver previsão em lei ou convênio e desde que não inclua informações sigilosas.
b) independentemente da existência de lei, convênio ou processo administrativo, e pode incluir
qualquer tipo de informação.
c) se houver previsão legal e desde que inclua apenas informações não sigilosas.
d) se houver previsão em lei ou convênio e pode incluir informações sigilosas.
e) se houver previsão legal e deve restringir-se a informações estritamente sigilosas.

Comentário: De acordo com o art. 199, do CTN, a Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos
e permuta de informações, na forma estabelecida, em caráter geral ou específico, por lei ou convênio. Logo,
pode abranger informações sigilosas e não depende necessariamente de lei.

Gabarito: Letra D

7. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
É facultativo constar no termo de inscrição da dívida ativa a maneira de calcular os juros de mora acrescidos
à quantia devida.

Comentário: De acordo com o art. 202, II, do CTN, a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora
acrescidos são elementos obrigatórios no termo de inscrição em dívida ativa.

Gabarito: Errada

8. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
É obrigatório constar no termo de inscrição da dívida ativa o número do processo administrativo de que se
origina o crédito tributário.

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Comentário: De acordo com o art. 202, V, do CTN, sendo caso, o número do processo administrativo de que
se originar o crédito é um elemento obrigatório no termo de inscrição em dívida ativa. Esta questão gerou
muita polêmica, afinal, como o próprio CTN relata, nem sempre existirá um processo administrativo. A banca,
porém, entendeu que, havendo o número do processo, a sua inclusão se torna obrigatória. Este é um
indicativo do entendimento da banca CESPE/CEBRASPE.

Gabarito: Correta

9. CESPE/SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020
Eventual nulidade do termo de inscrição da dívida ativa poderá ser sanada até a decisão de primeira
instância, mediante a substituição da certidão nula, devolvendo-se o prazo de defesa.

Comentário: O art. 202 do CTN elenca os elementos obrigatórios no termo de inscrição em dívida ativa. Já o
art. 203 impõe que a omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles
relativo, são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade
poderá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao
sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte
modificada.

Gabarito: Correta

10. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020


Auditor fiscal que, com o intuito de beneficiar terceiro devedor de tributos, expedir certidão negativa
ignorando os débitos fiscais devidos será responsabilizado pessoalmente pelo crédito tributário e pelos juros
de mora acrescidos.

Comentário: É o que prevê o art. 208, do CTN: A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que
contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo
crédito tributário e juros de mora acrescidos.

Gabarito: Correta

11. CESPE/CAGE-RS-Auditor/2018
Autoridade fazendária lavrou termo de inscrição de dívida ativa contendo apenas os seguintes dados: nome
do devedor, quantia devida, data da inscrição e número do processo administrativo do qual se originou.
De acordo com o CTN, o termo deveria conter, ainda, obrigatoriamente,
a) os responsáveis tributários.
b) o endereço do devedor.
c) o CPF e o RG do devedor.
d) a previsão legal do crédito.
e) a memória de cálculo detalhada dos juros de mora.

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Comentário: De acordo com o art. 202, do CTN, o termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela
autoridade competente, indicará obrigatoriamente:

I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o domicílio ou
a residência de um e de outros;

II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;

III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja fundado;

IV - a data em que foi inscrita;

V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.

Gabarito: Letra D

12. CESPE/PGM-Fortaleza-Procurador/2017
Caso o contribuinte tenha créditos inscritos em dívida ativa integralmente garantidos por penhora ou
créditos com a exigibilidade suspensa, é admitido que lhe seja expedida certidão de regularidade fiscal.

Comentário: De fato, tem os mesmos efeitos de certidão negativa (regularidade fiscal) a certidão de que
conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha sido efetivada
a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa.

Gabarito: Correta

13. CESPE/TCE-PA-Auditor de Controle Externo/2016


A administração tributária poderá fornecer certidão positiva com os mesmos efeitos da certidão negativa na
hipótese de créditos tributários com exigibilidade suspensa ou de créditos objeto de execução fiscal
garantidos por penhora.

Comentário: É o que estabelece o art. 206, do CTN: tem os mesmos efeitos previstos no artigo anterior a
certidão de que conste a existência de créditos não vencidos, em curso de cobrança executiva em que tenha
sido efetivada a penhora, ou cuja exigibilidade esteja suspensa. Portanto, nas hipóteses citadas na questão,
é possível a emissão de certidão positiva com os mesmos efeitos da certidão negativa.

Gabarito: Correta

14. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015


Um contribuinte deixou de recolher determinado tributo no prazo previsto em lei e, por isso, foi alvo de ação
do fisco, que procedeu à lavratura de auto de infração cobrando o valor original do referido tributo com
juros, correção monetária e multa pecuniária. No referido auto de infração, ficou concedido o prazo de vinte
dias para que o contribuinte efetuasse o pagamento ou o impugnasse.
Nessa situação hipotética,
a) o valor cobrado pelo auto de infração constitui dívida ativa não tributária até a inscrição da referida dívida,
na forma da lei.

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b) o valor cobrado pelo fisco constitui dívida ativa não tributária, visto que admite prova em contrário.
c) o débito constituído por meio de auto de infração corresponde a crédito público, no sentido que o direito
financeiro dá a essa expressão, podendo, por isso, ser cobrado judicialmente.
d) durante o referido prazo de vinte dias, a inscrição de dívida ativa tributária estaria impossibilitada, haja
vista que o prazo para pagamento ou impugnação não se teria esgotado.
e) o débito apurado contra o contribuinte consolidou-se com a lavratura do auto de infração em dívida ativa
tributária.

Comentário: A inscrição em dívida ativa só pode ocorrer após o decurso do prazo para pagamento ou
impugnação do auto de infração. Portanto, na situação apresentada, durante o referido prazo de vinte dias,
a inscrição de dívida ativa tributária estaria impossibilitada, haja vista que o prazo para pagamento ou
impugnação não se teria esgotado.

Gabarito: Letra D

15. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015


De acordo com o Código Tributário Nacional, admite-se a transferência de dados fiscais sigilosos obtidos em
razão do exercício dos poderes de fiscalização, se solicitada por outros entes da administração pública. Nessa
hipótese, a entrega dos dados, ainda que constitua exceção à regra de preservação do sigilo, deverá ser feita
pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo.

Comentário: Não se trata, neste caso, de exceção à regra de preservação do sigilo, pois o art. 198, § 2º, do
CTN, dispõe que o intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado
mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante,
mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo.

Gabarito: Errada

16. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015


A apreensão de mercadorias até o pagamento do tributo devido inclui-se entre os poderes de fiscalização
tributária do fisco.

Comentário: De acordo com a Súmula 323 do STF, é inadmissível a apreensão de mercadorias como meio
coercitivo para pagamento de tributos.

Gabarito: Errada

17. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015


Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal devem ser conservados por cinco anos, a contar da
data das operações a que se refiram, ainda que o prazo prescricional da pretensão tributária venha a ser
interrompido.

Comentário: Na realidade, de acordo com o par. único, do art. 195, do CTN, os livros obrigatórios de
escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até
que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.

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Gabarito: Errada

18. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014


É expressamente prevista na legislação tributária a responsabilidade tributária pessoal de servidor público
que, por dolo ou fraude, expeça certidão negativa de crédito tributário.

Comentário: Conforme prevê o art. 208, do CTN, a certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que
contenha erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo
crédito tributário e juros de mora acrescidos.

Gabarito: Correta

19. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014


É legalmente admissível que prestador de serviço de telecomunicação negue a entrega de seus livros à
fiscalização tributária, sob o argumento de sigilo empresarial.

Comentário: De acordo com o art. 195, caput, do CTN, não têm aplicação quaisquer disposições legais
excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos
comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los.
Portanto, não se admite que prestador de serviço de telecomunicação negue a entrega de seus livros à
fiscalização tributária, sob o argumento de sigilo empresarial.

Gabarito: Errada

20. CESPE/DELEGADO-PF/2013
A administração tributária poderá requisitar o auxílio da força policial para garantir, em caso de oposição, o
direito de fiscalizar todos os livros e documentos das referidas empresas.

Comentário: Prevê o art. 200 do CTN que a autoridade administrativa pode requisitar auxílio de força pública
(policial) quando vítimas de embaraço ou desacato no exercício de suas funções, ou quando necessário à
efetivação dê medida prevista na legislação tributária.

Gabarito: Correta

21. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
É vedada a divulgação, pela administração tributária, de informações relativas a representações para fins
penais.

Comentário: De acordo com o exposto no art. 198, § 3º, I, do CTN, não é vedada a divulgação de informações
relativas a representações fiscais para fins penais.

Gabarito: Errada

22. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
Até que ocorra a prescrição dos créditos tributários, os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal
devem ser conservados.

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Comentário: O art. 195, par. único, do CTN, preceitua que os livros obrigatórios de escrituração comercial e
fiscal, bem como os comprovantes de lançamentos neles efetuados, devem ser conservados até que ocorra
a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações às quais se refiram.

Gabarito: Correta

23. CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012
Em regra, é dispensável o exaurimento do processo administrativo-fiscal para a caracterização do crime
contra a ordem tributária.

Comentário: Para a caracterização do crime contra a ordem tributária, é necessário que ocorra a constituição
definitiva do crédito tributário. Isso somente se dá com o exaurimento do processo administrativo-fiscal.

Gabarito: Errada

24. CESPE/PROMOTOR-MP-SE/2010
Em recente decisão, o STF entendeu que é possível a instauração de inquérito policial para apuração de crime
contra a ordem tributária, antes do encerramento do processo administrativo-fiscal, quando isso for
imprescindível para viabilizar a fiscalização.

Comentário: Como vimos, esse tem sido o entendimento do STF acerca da possibilidade de instauração de
inquérito policial, antes do encerramento do processo administrativo-fiscal.

Gabarito: Correta

25. CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2013


A fazenda pública pode substituir a certidão de dívida ativa até a prolação da sentença de embargos, em
caso de correção de erro material ou formal. Nessa situação, pode-se modificar o sujeito passivo da
execução.

Comentário: De acordo com a Súmula 392 do STJ, a Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida
ativa (CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de erro material ou
formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução.

Gabarito: Errada

26. CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011
O lançamento substitui a inscrição na dívida ativa tributária, para todos os efeitos legais.

Comentário: A inscrição na dívida ativa somente ocorre após o lançamento definitivo. Sendo assim, não faz
o menor sentido dizer que o lançamento substitui a inscrição na dívida ativa. O que se pode dizer é que nem
sempre o crédito lançado é inscrito na dívida ativa, já que o sujeito passivo pode promover o pagamento,
extinguindo o crédito.

Gabarito: Errada

27. CESPE/PGM-RR/2010

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Qualquer omissão de requisito legal previsto para constar no termo de inscrição de dívida ativa causa a sua
nulidade absoluta, caso a omissão não seja sanada até a decisão de primeira instância.

Comentário: A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no art. 202 do CTN causa a nulidade da CDA.
Contudo, a nulidade pode ser sanada até a decisão de primeira instância. Se não o for, certamente haverá
nulidade absoluta.

Gabarito: Correta

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LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES

Garantias e Privilégios do Crédito Tributário

1. CESPE/STJ-Analista Judiciário/2018
As garantias do crédito tributário estão taxativamente previstas no CTN.

2. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014
Suponha que Franco, após ter recebido notificação de lançamento para pagamento voluntário, antes da
inscrição do débito em dívida ativa, tenha alienado, pela metade do valor de mercado, barco de sua
propriedade a Alemão. Nesse caso, está configurada fraude à execução fiscal.

3. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014
O crédito trabalhista prefere ao crédito tributário quando aquele for inferior a duzentos e cinquenta salários
mínimos.

4. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014
Para a extinção das obrigações do falido e a concessão de recuperação judicial, exige-se prévia quitação dos
tributos devidos, sendo possível, nesse último caso, a concessão da recuperação se o devedor obtiver a
suspensão da exigibilidade do crédito devido.

5. CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011
O bem de família, instituído por lei, pode ser penhorado em execução fiscal, independentemente da natureza
do tributo cobrado em juízo.

6. CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011
A fraude à execução fiscal ocorre com a alienação de bens pelo sujeito passivo em débito tributário para com
a fazenda pública, após a regular inscrição do crédito tributário na dívida ativa, tornando-o insolvente.

7. CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011
Os créditos tributários gozam de preferência em relação a quaisquer outros, incluindo-se os decorrentes da
legislação trabalhista.

8. CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

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Respondem pelo pagamento do crédito tributário todos os bens, presentes e futuros, do sujeito passivo,
salvo os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade.

9. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
As garantias atribuídas ao crédito tributário estão previstas no CTN, não se admitindo outras oriundas de
outras fontes legislativas, ainda que de maneira subsidiária.

==590be==

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GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES

4. C 8. E
1. E
5. E 9. E
2. E 6. C
3. E 7. E

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LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES

Administração Tributária

1. CESPE/SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020

Independentemente da inscrição em dívida ativa, pode-se presumir como fraudulenta a alienação de bens
realizada pelo sujeito passivo que esteja em débito com a fazenda pública, desde que exista o crédito
tributário.

2. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
À administração tributária, no exercício da fiscalização, não será oponível norma estadual que limite o direito
de examinar livros e documentos comerciais ou fiscais dos comerciantes.

3. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal, bem como os comprovantes dos lançamentos neles
efetuados, deverão ser conservados pelo prazo de cinco anos, independentemente de estarem ou não
prescritos os créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram.

4. CESPE/SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020
Não há presunção de fraude na alienação de bens feita por sujeito passivo se o devedor reservar bens ou
rendas suficientes ao pagamento da dívida regularmente inscrita.

5. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
Independentemente da natureza ou do tempo de sua constituição, o crédito tributário tem preferência sobre
qualquer outro, inclusive sobre os créditos decorrentes da legislação trabalhista ou de acidentes de trabalho.
6. CESPE/SEFAZ-RS-Auditor Fiscal/2019
Conforme o CTN, com o objetivo de aprimorar a fiscalização tributária, a permuta de informações entre a
fazenda pública da União e determinada secretaria de fazenda estadual é permitida
a) se houver previsão em lei ou convênio e desde que não inclua informações sigilosas.
b) independentemente da existência de lei, convênio ou processo administrativo, e pode incluir
qualquer tipo de informação.
c) se houver previsão legal e desde que inclua apenas informações não sigilosas.
d) se houver previsão em lei ou convênio e pode incluir informações sigilosas.
e) se houver previsão legal e deve restringir-se a informações estritamente sigilosas.

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7. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
É facultativo constar no termo de inscrição da dívida ativa a maneira de calcular os juros de mora acrescidos
à quantia devida.

8. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020
É obrigatório constar no termo de inscrição da dívida ativa o número do processo administrativo de que se
origina o crédito tributário.

9. CESPE/SEFAZ-DF-Auditor Fiscal/2020
Eventual nulidade do termo de inscrição da dívida ativa poderá ser sanada até a decisão de primeira
instância, mediante a substituição da certidão nula, devolvendo-se o prazo de defesa.

10. CESPE/SEFAZ-AL-Auditor Fiscal/2020


Auditor fiscal que, com o intuito de beneficiar terceiro devedor de tributos, expedir certidão negativa
ignorando os débitos fiscais devidos será responsabilizado pessoalmente pelo crédito tributário e pelos juros
de mora acrescidos.

11. CESPE/CAGE-RS-Auditor/2018
Autoridade fazendária lavrou termo de inscrição de dívida ativa contendo apenas os seguintes dados: nome
do devedor, quantia devida, data da inscrição e número do processo administrativo do qual se originou.
De acordo com o CTN, o termo deveria conter, ainda, obrigatoriamente,
a) os responsáveis tributários.
b) o endereço do devedor.
c) o CPF e o RG do devedor.
d) a previsão legal do crédito.
e) a memória de cálculo detalhada dos juros de mora.

12. CESPE/PGM-Fortaleza-Procurador/2017
Caso o contribuinte tenha créditos inscritos em dívida ativa integralmente garantidos por penhora ou
créditos com a exigibilidade suspensa, é admitido que lhe seja expedida certidão de regularidade fiscal.

13. CESPE/TCE-PA-Auditor de Controle Externo/2016


A administração tributária poderá fornecer certidão positiva com os mesmos efeitos da certidão negativa na
hipótese de créditos tributários com exigibilidade suspensa ou de créditos objeto de execução fiscal
garantidos por penhora.

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14. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015


Um contribuinte deixou de recolher determinado tributo no prazo previsto em lei e, por isso, foi alvo de ação
do fisco, que procedeu à lavratura de auto de infração cobrando o valor original do referido tributo com
juros, correção monetária e multa pecuniária. No referido auto de infração, ficou concedido o prazo de vinte
dias para que o contribuinte efetuasse o pagamento ou o impugnasse.
Nessa situação hipotética,
a) o valor cobrado pelo auto de infração constitui dívida ativa não tributária até a inscrição da referida dívida,
na forma da lei.
b) o valor cobrado pelo fisco constitui dívida ativa não tributária, visto que admite prova em contrário.
c) o débito constituído por meio de auto de infração corresponde a crédito público, no sentido que o direito
financeiro dá a essa expressão, podendo, por isso, ser cobrado judicialmente.
d) durante o referido prazo de vinte dias, a inscrição de dívida ativa tributária estaria impossibilitada, haja
vista que o prazo para pagamento ou impugnação não se teria esgotado.
e) o débito apurado contra o contribuinte consolidou-se com a lavratura do auto de infração em dívida ativa
tributária.

15. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015


De acordo com o Código Tributário Nacional, admite-se a transferência de dados fiscais sigilosos obtidos em
razão do exercício dos poderes de fiscalização, se solicitada por outros entes da administração pública. Nessa
hipótese, a entrega dos dados, ainda que constitua exceção à regra de preservação do sigilo, deverá ser feita
pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo.

16. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015


A apreensão de mercadorias até o pagamento do tributo devido inclui-se entre os poderes de fiscalização
tributária do fisco.
17. CESPE/TRF-Juiz Federal Substituto/2015
Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal devem ser conservados por cinco anos, a contar da
data das operações a que se refiram, ainda que o prazo prescricional da pretensão tributária venha a ser
interrompido.

18. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014


É expressamente prevista na legislação tributária a responsabilidade tributária pessoal de servidor público
que, por dolo ou fraude, expeça certidão negativa de crédito tributário.

19. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014

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É legalmente admissível que prestador de serviço de telecomunicação negue a entrega de seus livros à
fiscalização tributária, sob o argumento de sigilo empresarial.

20. CESPE/DELEGADO-PF/2013
A administração tributária poderá requisitar o auxílio da força policial para garantir, em caso de oposição, o
direito de fiscalizar todos os livros e documentos das referidas empresas.

21. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
É vedada a divulgação, pela administração tributária, de informações relativas a representações para fins
penais.

22. CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
Até que ocorra a prescrição dos créditos tributários, os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal
devem ser conservados.

23. CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012
Em regra, é dispensável o exaurimento do processo administrativo-fiscal para a caracterização do crime
contra a ordem tributária.

24. CESPE/PROMOTOR-MP-SE/2010
Em recente decisão, o STF entendeu que é possível a instauração de inquérito policial para apuração de crime
contra a ordem tributária, antes do encerramento do processo administrativo-fiscal, quando isso for
imprescindível para viabilizar a fiscalização.

25. CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2013


A fazenda pública pode substituir a certidão de dívida ativa até a prolação da sentença de embargos, em
caso de correção de erro material ou formal. Nessa situação, pode-se modificar o sujeito passivo da
execução.

26. CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011
O lançamento substitui a inscrição na dívida ativa tributária, para todos os efeitos legais.

27. CESPE/PGM-RR/2010

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Qualquer omissão de requisito legal previsto para constar no termo de inscrição de dívida ativa causa a sua
nulidade absoluta, caso a omissão não seja sanada até a decisão de primeira instância.

==590be==

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GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES

1. E 10. C 19. E
2. C 11. D 20. C
3. E 12. C 21. E
4. C 13. C 22. C
5. E 14. D 23. E
6. D 15. E 24. C
7. E 16. E 25. E
8. C 17. E 26. E
9. C 18. C 27. C

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