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JURIS EM DIA

QUESTÕES
RODADA 2
Bloco I - Direito Civil, Processo Civil, Direito da
Criança e do Adolescente, Direito do Consumidor

*Este infoproduto foi criado e desenvolvido por


Mariana David Ferreira Machado
JURIS EM DIA – FGV
Questões de Fixação – Rodada 2
Olá, querido(a) aluno(a)!

Sou a Mariana Machado, advogada e responsável pelo projeto @jurisemdia, e elaborei esse material
especialmente para você que fará os concursos para Juiz de Direito Substituto do Tribunal de Justiça
do Estado do Paraná e do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, ambos da banca FGV (Fundação
Getúlio Vargas), cujas provas serão realizadas, respectivamente, nos dias 03/12/2023 e 17/12/2023.

Você já recebeu o 1º e-book do material de revisão, com julgados importantes referentes às


disciplinas do Bloco I da sua prova, são elas: a) Direito Civil; b) Direito Processual Civil; c) Direito do
Consumidor; e d) Direito da Criança e do Adolescente.

Você também já recebeu a Rodada 1 de Questões de Fixação e, agora, você está diante da Rodada 2
de Questões de Fixação, conforme disposto no nosso calendário. No total, serão 8 (oito) rodadas,
todas compostas de 30 (trinta) questões de “certo/errado”.

Se tiver alguma dúvida, entre em contato pelo nosso perfil do Instagram (@jurisemdia) ou pelo e-
mail: jurisemdia@gmail.com

Vá fundo em sua preparação e bons estudos!

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ATENÇÃO! NÃO DEIXE DE LER:

• Você vai receber um material separado com os julgados em destaque do ano de 2023.

• Atenção ao cronograma de liberação dos materiais incluídos nesta revisão:

DATA DE LIBERAÇÃO MATERIAL


07/09/2023 Material de Jurisprudência – Bloco I
14/09/2023 Rodada 1 – Questões de fixação – Bloco I
21/09/2023 Rodada 2 – Questões de fixação – Bloco I
25/09/2023 Material de Jurisprudência – Bloco II
02/10/2023 Rodada 3 – Questões de fixação – Bloco II
09/10/2023 Rodada 4 – Questões de fixação – Bloco II
16/10/2023 Material de Jurisprudência – Bloco III
23/10/2023 Rodada 5 – Questões de fixação – Bloco III
30/10/2023 Rodada 6 – Questões de fixação – Bloco III
06/11/2023 Material de Jurisprudência 2023
13/11/2023 Rodada 7 – Questões de fixação – todas as disciplinas
20/11/2023 Rodada 8 – Questões de fixação – todas as disciplinas

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Sumário

DIREITO CIVIL .............................................................................................................................. 4

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................................. 5

DIREITO DO CONSUMIDOR ......................................................................................................... 6

PROCESSO CIVIL .......................................................................................................................... 7

GABARITO.................................................................................................................................. 10

DIREITO CIVIL ............................................................................................................................ 11

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ............................................................................... 16

DIREITO DO CONSUMIDOR ....................................................................................................... 19

PROCESSO CIVIL ........................................................................................................................ 21

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5. Em contrato de compra e venda de imóvel,
DIREITO CIVIL celebrado entre Silvia e a construtora Diniz
Engenharia, havia cláusula fixando a data de
1. Após divergência entre as turmas do STJ, entrega do bem, que poderia ser prorrogada até
pacificou-se o entendimento de que o termo inicial determinada data. Mesmo passada a data da
do prazo prescricional da pretensão de petição de prorrogação, Diniz Engenharia, por mora imputável
herança é a data do trânsito em julgado da ação de exclusivamente a ela, não entregou o bem,
investigação de paternidade, pois esta constitui totalizando, ao final, um atraso de mais de 5 meses
óbice para o ajuizamento da ação de petição de após o prazo de tolerância. Em razão disso, Silvia
herança e, consequentemente, para o início da ajuizou uma ação pugnando pela condenação de
contagem do prazo prescricional. Diniz Engenharia ao pagamento de multa
contratual e de lucros cessantes correspondentes
( ) CERTO à quantia que poderia ter obtido se, durante o
( ) ERRADO atraso perpetrado, estivesse alugando o imóvel.
Nessa situação hipotética, mesmo com o atraso
superior ao prazo de tolerância para entrega do
2. Se um imóvel qualificado como bem de família imóvel, Silvia não terá direito à cumulação da
for dado como hipoteca (garantia real) de uma cláusula penal moratória com a indenização por
dívida em favor da entidade familiar e esta dívida, lucros cessantes.
posteriormente, for frustrada, tal imóvel poderá
ser penhorado, desde que a hipoteca tenha sido ( ) CERTO
registrada em cartório de Registro de Imóveis. ( ) ERRADO

( ) CERTO
( ) ERRADO 6. Paula celebrou contrato de arrendamento
mercantil com um banco para aquisição de um
automóvel no ano 2000. Ocorre que Paula deixou
3. O rito excepcional da prisão civil do devedor de pagar as prestações do financiamento e o banco
como meio coercitivo para o adimplemento de não tomou nenhuma providência para a cobrança
alimentos não se aplica quando a fixação de da dívida. Paula continuou utilizando o automóvel
alimentos tiver se originado da prática de ato por anos sem que houvesse a regularização do
ilícito. veículo, tendo ajuizado em 2008 ação de usucapião
do bem. Nessa hipótese, é possível o
( ) CERTO reconhecimento da usucapião de bem móvel em
( ) ERRADO favor de Paula, uma vez que, mesmo não
possuindo justo título, manteve-se na posse do
bem por mais de 5 (cinco) anos.
4. Nas controvérsias relacionadas à
responsabilidade contratual, aplica-se a regra geral ( ) CERTO
do Código Civil, que prevê prazo prescricional de 10 ( ) ERRADO
anos, e, tratando-se de responsabilidade
extracontratual, aplicar-se-á o prazo de 3 anos.
7. Após o fim do relacionamento de Miguel e Taís,
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( ) CERTO Miguel expôs em redes sociais fotografias de Taís


( ) ERRADO em roupa de banho e poses sensuais, porém sem a

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exibição de seu rosto, como forma de vingança. 10. Em um grupo de WhatsApp, integrado por
Taís, então, requereu à plataforma que o conteúdo membros da diretoria, sócios e funcionários de
fosse retirado, o que lhe fora negado sob o determinado clube de futebol, discutia-se diversos
argumento de que não se tratava de conteúdo assuntos relacionados ao clube. Romário, Vice-
pornográfico, bem como não havia como ser Presidente do clube fazia parte do grupo e, junto
identificada a pessoa fotografada, já que não aos demais integrantes, tecia duras críticas contra
exibido o seu rosto. Ajuizada demanda em face da Edmundo, o Presidente do clube. Roger, um dos
plataforma, o juiz determinou a retirada das funcionários que também integrava o grupo de
imagens da rede social, mas julgou improcedente o WhatsApp, decidiu sair do grupo e, sem o
pedido de indenização por danos morais, consentimento dos demais, divulgou nas redes
acolhendo o argumento de que, como o rosto da sociais e na imprensa várias das conversas em que
pessoa não é evidenciado nas fotos, não havendo a gestão do time era duramente criticada. Em face
como identifica-la, não há que se falar em violação do ocorrido, Romário propôs ação de indenização
de intimidade. Na hipótese narrada, o contra Roger, por ter divulgado conversas que
entendimento do magistrado está em harmonia seriam privadas, alegando que tal fato lhe
com a jurisprudência do Superior Tribunal de prejudicou a honra e a imagem, de modo que,
Justiça. devido à repercussão, ele teve que deixar o cargo
que ocupava no clube. Nessa situação hipotética,
( ) CERTO em que pese os prejuízos narrados por Roger, não
( ) ERRADO há que se falar em indenização por danos morais,
tendo em vista que a conversa não tinha natureza
privada, já que não era somente entre ele e
8. Em regra, a escolha do regime de bens na união Romário, mas, sim, dentro de um grupo com
estável por contrato escrito produzirá efeitos ex diversos integrantes, não sendo, pois, protegida
nunc, sendo inválidas cláusulas que estabeleçam a pela inviolabilidade das comunicações.
retroatividade. Excepcionalmente se admite a
cláusula retroativa nesse sentido, desde que haja ( ) CERTO
expressa autorização judicial. ( ) ERRADO

( ) CERTO
( ) ERRADO DIREITO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE
9. O transgênero tem direito fundamental
subjetivo à alteração de seu prenome e de sua 11. Maya é filha de Paula e Marcelo, mas desde os
classificação de gênero no registro civil, não se 2 (dois) anos de idade é criada por sua tia Valéria,
exigindo, para tanto, nada além da manifestação sua guardiã legal. Aos 14 anos Maya descobriu, por
de vontade do indivíduo, que poderá exercer essa confissão de sua mãe, que Marcelo não é seu pai
faculdade tanto pela via judicial quanto pela via biológico. Em razão desta revelação e
administrativa, sendo vedada a inclusão do termo considerando o fato de não ter qualquer relação
“transgênero” e devendo constar nas certidões de com o pai desde que passou a ser criada por sua
registro a origem do ato. tia, Maya decide ajuizar ação negatória de
paternidade, para extinguir seu vínculo jurídico
5

com Marcelo, sendo representada na ação por sua


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( ) CERTO
( ) ERRADO tia e guardiã, Valéria. Nesta hipótese, entende-se

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correta a representação judicial de Maya por sua Pública, pois a intervenção da FUNAI, que, de fato,
tia, uma vez que guardiã legal, e não meramente atrai a competência da Justiça Federal, é
de fato, de Maya. meramente recomendável nos casos que
envolvam criança cujos pais possuem origem
( ) CERTO indígena.
( ) ERRADO
( ) CERTO
( ) ERRADO
12. A jurisprudência do STJ reconhece a
possibilidade de a criança que se encontra sob
guarda provisória dos adotantes, deferida em ação 15. A guarda compartilhada é a modalidade de
de adoção ainda não sentenciada, utilizar o nome guarda mais adequada para preservar os interesses
afetivo que é utilizado pelos seus pretensos do menor, quando ambos os genitores estiverem
adotantes, no lugar do nome registrado em sua aptos para tanto. Desse modo, o fato de os
certidão de nascimento. genitores possuírem domicílio em cidades
diversas, desde que dentro do mesmo país, por si
( ) CERTO só, não representa óbice à fixação de guarda
( ) ERRADO compartilhada.

( ) CERTO
13. Assim como o STJ admite flexibilização da ( ) ERRADO
regra, estabelecida no Estatuto da Criança e do
Adolescente, de diferença etária mínima de 16
anos entre adotante e adotado, bem como da DIREITO DO CONSUMIDOR
proibição de adoção avoenga, também já admitiu
a rescisão de sentença concessiva da adoção, na 16. Apesar de se aplicar aos médicos, em regra, a
hipótese em que a pessoa não desejava responsabilidade subjetiva por danos aos
verdadeiramente ter sido adotada e, após atingir a pacientes, os hospitais, clínicas e casas de saúde,
maioridade, se manifestou nesse sentido. respondem de forma objetiva sempre que o dano
se originar da prestação defeituosa dos serviços
( ) CERTO relacionados ao exercício da sua própria atividade.
( ) ERRADO
( ) CERTO
( ) ERRADO
14. Foi ajuizada ação de destituição de poder
familiar pelo Ministério Público estadual, na Justiça
Estadual, com o objetivo de que a criança fosse, 17. O parto de urgência, oriundo de complicações
após a procedência da demanda, encaminhada à no processo gestacional, deve ser coberto pelo
adoção. A defesa da parte ré, genitora, foi feita plano de saúde, ainda que o plano tenha sido
pela Defensoria Pública estadual que alegou, contratado na segmentação hospitalar sem
preliminarmente, incompetência do juízo, pois a obstetrícia.
genitora é indígena o que obriga a intervenção da
no feito da Fundação Nacional do Índio – FUNAI, o
6

( ) CERTO
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que implica competência da Justiça Federal. Na ( ) ERRADO


hipótese narrada, não assiste razão à Defensoria

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18. A notificação do consumidor acerca da PROCESSO CIVIL
inscrição de seu nome em cadastro restritivo de
crédito exige o prévio envio de correspondência ao
21. No ordenamento jurídico pátrio, há dois
seu endereço, permitindo-se também que essa
sistemas para aplicação do instituto da
comunicação seja feita exclusivamente por e-mail
desconsideração da personalidade jurídica: teoria
ou mensagem de texto de celular.
menor e teoria maior. Para os casos em que
aplicável a teoria menor, é suficiente que se
( ) CERTO
demonstre o estado de insolvência do fornecedor
( ) ERRADO
ou o fato de a personalidade jurídica representar
um obstáculo ao ressarcimento dos prejuízos
causados. Apesar disso, entende-se que, ainda que
19. Carla, enquanto aguardava a chegada no metrô
incida à espécie a teoria menor, não se admite a
na plataforma, teve um mal súbito e acabou caindo
responsabilização pessoal de quem não integra o
sobre os trilhos no instante em que o trem se
quadro societário da pessoa jurídica, como no caso
aproximava, o que acabou a levando a óbito.
do administrador não sócio.
Rogerio, marido de Carla e agora viúvo, ajuizou
ação indenizatória em face da Companhia do
( ) CERTO
Metrô, com base na responsabilidade objetiva
( ) ERRADO
decorrente do Código de Defesa do Consumidor,
por falha de segurança na prestação do serviço.
Nessa hipótese, assiste razão a Rogerio, uma vez
22. Foi ajuizada ação civil pública, pelo Ministério
que a Companhia do Metrô não adotou as cautelas
Público para tutela de direitos individuais
e procedimentos de segurança necessários a evitar
homogêneos, a qual foi julgada procedente e teve
esse tipo de acidente, configurada, assim, a falha
seu trânsito em julgado. Em seguida, foi instaurado
na prestação do serviço, o que implica o dever de
cumprimento de sentença pelo próprio Ministério
indenizar.
Público, a fim de que a parte ré fosse intimada a
cumprir a sentença, comprovando nos autos a
( ) CERTO
restituição do indébito aos consumidores – objeto
( ) ERRADO
da ação –, sob pena de pagamento de multa. Nessa
situação, não há legitimidade do Ministério Público
para o cumprimento de sentença, uma vez que
20. Pacificou-se no âmbito do STJ o entendimento
essa legitimidade pertence, em verdade, aos
de que é válida a contratação de empréstimo
consumidores lesados.
consignado por analfabeto, desde que mediante a
assinatura a rogo ou pela aposição de digital ao
( ) CERTO
contrato escrito.
( ) ERRADO

( ) CERTO
( ) ERRADO
23. Aos fundos de investimento, tanto em suas
relações internas quanto externas, são estipulados
direitos e deveres, de modo que os fundos podem
ser titulares, em nome próprio, de direitos e
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obrigações. Apesar disso, os fundos de


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investimento são destituídos de personalidade

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jurídico, motivo pelo qual se entende que não instrumento, deverá incidir o princípio da
podem sofrer os efeitos da desconsideração da fungibilidade recursal, para que haja seu
personalidade jurídica. processamento e julgamento como se apelação
fosse.
( ) CERTO
( ) ERRADO ( ) CERTO
( ) ERRADO

24. Não há que se falar na exclusão da sucessão do


herdeiro que seja autor, coautor ou partícipe de 27. Ação coletiva envolvendo diversos servidores
ato infracional análogo ao homicídio doloso públicos estaduais foi julgada procedente, sendo
praticado contra os ascendentes, uma vez que as Guilherme um dos beneficiários da sentença
hipóteses de indignidade são taxativamente coletiva. O crédito individual de Guilherme,
estabelecidas pelo Código Civil, estando prevista oriundo da mencionada sentença, era inferior a 60
apenas a hipótese de homicídio, que não pode salários-mínimos, razão pela qual ele propôs sua
abranger o ato infracional análogo ao referido execução perante o Juizado Especial da Fazenda
delito. Pública. Segundo o entendimento que prevalece
no âmbito do STJ, Guilherme agiu incorretamente,
( ) CERTO pois não se admite a propositura, perante os
( ) ERRADO Juizados Especiais da Fazenda Pública, de execução
de título formado em ação coletiva que tramitou
sob o rito ordinário, ainda que o valor se amolde ao
25. A jurisprudência do STJ tem adotado a tese da rito sumaríssimo dos Juizados.
autonomia das pretensões executórias, no sentido
de que o ajuizamento de execução da obrigação de ( ) CERTO
fazer não interrompe o prazo para a execução da ( ) ERRADO
obrigação de pagar, exceto nos casos em que a
própria decisão transitada em julgado ou o juízo da
execução, dentro do prazo prescricional, reco- 28. João, credor de André, deu inicio ao
nhecer que a execução de um tipo de obrigação cumprimento de sentença, sendo André intimado
dependa necessariamente da prévia execução da para efetuar o pagamento por ele devido. Durante
outra espécie de obrigação. o prazo para pagamento, André depositou em juízo
o valor da condenação apenas para fins de
( ) CERTO garantia, para obter efeito suspensivo em sua
( ) ERRADO impugnação. Nessa hipótese, em que o depósito
para garantia do juízo é feito antes do término do
prazo para pagamento, entende a jurisprudência
26. Em ação de exclusão de sócio, foi homologada do STJ que o prazo para impugnação se inicia na
transação quanto à saída da sociedade, fixando-se data em que realizado depósito.
critérios para a apuração dos haveres. Segundo o
entendimento do STJ, esse pronunciamento ( ) CERTO
judicial pode, a depender do caso, possuir natureza ( ) ERRADO
de sentença ou de decisão parcial de mérito.
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Assim, considerando ser a hipótese de dúvida


razoável, caso seja interposto recurso de agravo de

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29. A Fazenda Pública, nos autos de cumprimento
de sentença em que figurava como devedora,
apresentou impugnação, sustentando, como único
argumento, o excesso de execução, sem
apresentar, contudo, a memória de cálculos
indicando o valor que entendia devido. Nesse caso,
considerando que o excesso de execução era o
único fundamento, a ausência da memória de
cálculo com a indicação do valor devido é fato que
acarreta o não conhecimento da arguição.

( ) CERTO
( ) ERRADO

30. Consolidou-se no âmbito do STJ o


entendimento de que a técnica de julgamento
ampliado deve ser aplicada em sede de embargos
de declaração toda vez que o voto divergente
possuir aptidão para alterar o resultado unânime
do acórdão de apelação.

( ) CERTO
( ) ERRADO

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GABARITO

1. ERRADO 2. ERRADO 3. CERTO

4. CERTO 5. CERTO 6. ERRADO

7. ERRADO 8. CERTO 9. ERRADO

10. ERRADO 11. ERRADO 12. CERTO

13. CERTO 14. ERRADO 15. ERRADO

16. CERTO 17. CERTO 18. ERRADO

19. ERRADO 20. ERRADO 21. CERTO

22. CERTO 23. ERRADO 24. ERRADO

25. CERTO 26. ERRADO 27. CERTO

28. ERRADO 29. ERRADO 30. CERTO

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DIREITO CIVIL Raul Araújo, DJe 06/03/2020, e AgInt no AREsp
479.648/MS, Rel. Min. Raul Araújo, DJe
06/03/2020).
31.Após divergência entre as turmas do STJ,
O princípio da actio nata (actione non nata non
pacificou-se o entendimento de que o termo inicial
praescribitur - ação não nascida não prescreve),
do prazo prescricional da pretensão de petição de
aplicado nos acórdãos confrontados, encontra-se
herança é a data do trânsito em julgado da ação de
disciplinado na parte final do art. 177 do CC/1916
investigação de paternidade, pois esta constitui
e no art. 189 do CC/2002. Segundo tais normas,
óbice para o ajuizamento da ação de petição de
vinculadas ao princípio da actio nata, o prazo
herança e, consequentemente, para o início da
prescricional correrá a partir do momento em que
contagem do prazo prescricional.
for possível, em tese, propor a ação, qual seja, a
data em que afrontado o direito. Referidas normas
( ) CERTO
não exigem que o titular do direito tenha ciência da
( ) ERRADO
respectiva lesão.
Atualmente admite-se que a regra geral, que
GABARITO: ERRADO.
adota a vertente objetiva na aplicação do princípio
da actio nata, comporta exceções, em decorrência
O prazo prescricional para propor ação de
ora de lei específica ora de circunstâncias
petição de herança conta-se da abertura da
extremamente relevantes verificadas no caso
sucessão.
concreto.
➢ STJ, 2ª S., EAREsp 1.260.418/MG, Info. 757
No presente caso, efetivamente inexistem
circunstâncias específicas que impliquem
Eu sei que a explicação desse julgado já está no
afastamento da regra geral (corrente objetiva),
seu material de jurisprudência do bloco I, mas o
sobretudo diante das demais normas que
tema está sendo SUPER ventilado nas provas,
disciplinam a sucessão, aplicáveis mesmo nos
então vale a pena ler mais uma vez sobre o
casos em que a condição de herdeiro ainda não
assunto:
tenha sido reconhecida oficialmente.
Quanto ao termo inicial do prazo prescricional
Destaca-se que, pelo princípio da saisine, a
para a ação de petição de herança, a 3ª Turma
herança transmite-se no momento da abertura da
concluiu no acórdão embargado que "o termo
sucessão (art. 1.572 do CC/1916 e 1.784 do
inicial para o ajuizamento da ação de petição de
CC/2002). Ademais, havendo questionamento de
herança é a data do trânsito em julgado da ação de
alta indagação acerca da condição de herdeiro, tal
investigação de paternidade". Tal orientação,
matéria será remetida às instâncias ordinárias,
vinculada à teoria da actio nata, decorre do
reservando-se o respectivo quinhão até a solução
fundamento "de que antes do conhecimento da
do caso (arts. 1.000, parte final do parágrafo único,
lesão ao direito subjetivo pelo seu titular, não se
e 1.001 do CPC/1973 e arts. 627, § 3º, e 628, § 2º,
pode considerar iniciado o cômputo do prazo
do CPC/2015)
prescricional".
Portanto, aberta a sucessão, o herdeiro,
No entanto, na 4ª Turma, ficou decidido que "o
independentemente do reconhecimento oficial de
termo inicial do prazo prescricional da pretensão
tal condição, poderá imediatamente postular seus
de petição de herança conta-se da abertura da
direitos hereditários nas vias ordinárias, cabendo-
sucessão [...], momento em que [...] nasce para o
lhe as seguintes opções: (i) propor ação de
11

herdeiro, ainda que não legalmente reconhecido, o


investigação de paternidade cumulada com
direito de reivindicar os direitos sucessórios (actio
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petição de herança; (ii) propor


nata)" (AgInt no AREsp 1.430.937/SP, Rel. Min.
concomitantemente, mas em processos distintos,

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ação de investigação de paternidade e ação de Vale ressaltar que não é necessário que a
petição de herança. Em tal caso, ambas poderão hipoteca esteja registrada no cartório de Registro
tramitar simultaneamente, ou se poderá de Imóveis. Assim, a ausência de registro da
suspender a petição de herança até o julgamento hipoteca em cartório de registro de imóveis não
da investigatória; (iii) propor ação de petição de afasta a exceção à regra de impenhorabilidade
herança, na qual deverão ser discutidas, na esfera prevista no art. 3º, V, da Lei nº 8.009/90.
das causas de pedir, a efetiva paternidade do Em outras palavras, o fato de a hipoteca
falecido e a violação do direito hereditário. Tal não ter sido registrada não pode ser utilizado como
opção, na prática, revela causas de pedir e pedidos argumento pelo devedor para evitar a penhora do
semelhantes aos deduzidos no item "i". bem de família.
Enfim, a defesa do direito hereditário pode ser ➢ STJ, 3ª T., REsp 1.455.554/RN, Info. 585
exercida de imediato, logo após a abertura da
sucessão, devendo prevalecer o entendimento
firmado nos paradigmas da 4ª Turma. 33.O rito excepcional da prisão civil do devedor
A ausência de prévia propositura de ação de como meio coercitivo para o adimplemento de
investigação de paternidade, imprescritível, e de alimentos não se aplica quando a fixação de
seu julgamento definitivo não constitui óbice para alimentos tiver se originado da prática de ato
o ajuizamento de ação de petição de herança e ilícito.
para o início da contagem do prazo prescricional. A
definição da paternidade e da afronta ao direito ( ) CERTO
hereditário, na verdade, apenas interfere na ( ) ERRADO
procedência da ação de petição de herança.
GABARITO: CERTO.

32.Se um imóvel qualificado como bem de família Não se aplica o rito excepcional da prisão
for dado como hipoteca (garantia real) de uma civil como meio coercitivo para o adimplemento
dívida em favor da entidade familiar e esta dívida, dos alimentos devidos em razão da prática de ato
posteriormente, for frustrada, tal imóvel poderá ilícito.
ser penhorado, desde que a hipoteca tenha sido ➢ STJ, 4ª T., HC 523.357/MG, Info. 681
registrada em cartório de Registro de Imóveis.

( ) CERTO 34.Nas controvérsias relacionadas à


( ) ERRADO responsabilidade contratual, aplica-se a regra geral
do Código Civil, que prevê prazo prescricional de 10
GABARITO: ERRADO. anos, e, tratando-se de responsabilidade
extracontratual, aplicar-se-á o prazo de 3 anos.
O art. 3º da Lei nº 8.009/90 traz as
hipóteses em que o bem de família legal pode ser ( ) CERTO
penhorado. O inciso V afirma que o imóvel poderá ( ) ERRADO
ser penhorado, mesmo sendo bem de família, se
ele foi dado como hipoteca (garantia real) de uma GABARITO: CERTO.
dívida em favor da entidade familiar e esta,
12

posteriormente, não foi paga. Neste caso, o bem Nas controvérsias relacionadas à
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de família poderá ser alienado e seu produto responsabilidade contratual, aplica-se a regra
utilizado para satisfazer o credor. geral do art. 205 do CC/2002, que prevê prazo

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prescricional de 10 (dez) anos, e, quando se tratar A cláusula penal moratória é estipulada
de responsabilidade extracontratual, aplica-se o com o objetivo de desestimular o devedor a
prazo de 3 (três) anos estabelecido no art. 206, § incorrer em mora ou para evitar que ele
3º, CC, do CC/2002. descumpra outra cláusula contratual que tenha
➢ STJ, 2ª S., EREsp 1.280.825/RJ, Info. 632. sido pactuada. Ou seja, é uma hipótese de multa
para o caso de mora (atraso), e é aplicada em caso
35.Em contrato de compra e venda de imóvel, de inadimplemento relativo (CC, art. 411).
celebrado entre Silvia e a construtora Diniz A cláusula penal compensatória, por outro
Engenharia, havia cláusula fixando a data de lado, serve como indenização para o caso de total
entrega do bem, que poderia ser prorrogada até (absoluto) inadimplemento da obrigação principal,
determinada data. Mesmo passada a data da funcionando, verdadeiramente, como uma
prorrogação, Diniz Engenharia, por mora imputável prefixação das perdas e danos (CC, art. 410).
exclusivamente a ela, não entregou o bem, Para o STJ, a cláusula penal moratória tem
totalizando, ao final, um atraso de mais de 5 meses natureza reparatória (indenizatória) e, justamente
após o prazo de tolerância. Em razão disso, Silvia por isso, não pode ser cumulada com lucros
ajuizou uma ação pugnando pela condenação de cessantes, que também consistem em uma forma
Diniz Engenharia ao pagamento de multa de ressarcimento (indenização). Por isso é que, em
contratual e de lucros cessantes correspondentes regra, não se admite a cumulação de cláusula penal
à quantia que poderia ter obtido se, durante o moratória com lucros cessantes.
atraso perpetrado, estivesse alugando o imóvel. Três pontos que você ainda precisa saber:
Nessa situação hipotética, mesmo com o atraso • Se o contrato não possuir cláusula penal
superior ao prazo de tolerância para entrega do moratória, ou seja, se não se estipular
imóvel, Silvia não terá direito à cumulação da qualquer espécie de multa para o
cláusula penal moratória com a indenização por inadimplemento relativo, poderá haver,
lucros cessantes. em tese, a condenação da construtora por
lucros cessantes em caso de atraso que
( ) CERTO supere o prazo de tolerância (STJ, 2ª S.,
( ) ERRADO EREsp 1.341.138/SP, Info. 626).
• A depender do caso concreto, se a parte
GABARITO: CERTO. demonstrar que sofreu alguma espécie de
dano especial, ou seja, um dano muito
Em regra, a cláusula penal moratória não além daqueles regularmente esperados
pode ser cumulada com indenização por lucros pela inadimplência, demonstrando a
cessantes. A cláusula penal moratória tem a insuficiência da cláusula penal moratória
finalidade de indenizar pelo adimplemento tardio para reparar o dano, será possível sua
da obrigação e, em regra, estabelecida em valor cumulação com indenização por lucros
equivalente ao locativo, afasta-se sua cumulação cessantes.
com lucros cessantes. • A cláusula penal compensatória também
➢ STJ, 2ª S., REsp 1.498.484/DF (Recurso não pode ser cumulada com indenização
Repetitivo - Tema 970), Info. 651. por perdas e danos decorrentes do
inadimplemento total da obrigação. Isso
#JURISEXPLICA – Vamos entender, de uma vez por porque a sua finalidade é recompor a parte
13

todas, a diferença entre cláusula penal moratória e pelos prejuízos que eventualmente
Página

cláusula penal compensatória? decorram do inadimplemento, logo,


entende-se que as partes, ao pactuarem a

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cláusula penal compensatória, já A existência de contrato de arrendamento
acordaram previamente sobre o valor que mercantil do bem móvel impede a aquisição de sua
entendem suficiente para recompor os propriedade pela usucapião, contudo, verificada a
prejuízos oriundos da hipótese de prescrição da dívida, inexiste óbice legal para
inadimplemento. Assim, não se pode prescrição aquisitiva.
admitir que, além desse valor – que foi ➢ STJ, 4ª T., REsp 1.528.626/RS, Info. 667.
livremente pactuado pelas partes – seja
ainda acrescido outro, com fundamento na
mesma justificativa. 37.Após o fim do relacionamento de Miguel e Taís,
Miguel expôs em redes sociais fotografias de Taís
em roupa de banho e poses sensuais, porém sem a
36.Paula celebrou contrato de arrendamento exibição de seu rosto, como forma de vingança.
mercantil com um banco para aquisição de um Taís, então, requereu à plataforma que o conteúdo
automóvel no ano 2000. Ocorre que Paula deixou fosse retirado, o que lhe fora negado sob o
de pagar as prestações do financiamento e o banco argumento de que não se tratava de conteúdo
não tomou nenhuma providência para a cobrança pornográfico, bem como não havia como ser
da dívida. Paula continuou utilizando o automóvel identificada a pessoa fotografada, já que não
por anos sem que houvesse a regularização do exibido o seu rosto. Ajuizada demanda em face da
veículo, tendo ajuizado em 2008 ação de usucapião plataforma, o juiz determinou a retirada das
do bem. Nessa hipótese, é possível o imagens da rede social, mas julgou improcedente o
reconhecimento da usucapião de bem móvel em pedido de indenização por danos morais,
favor de Paula, uma vez que, mesmo não acolhendo o argumento de que, como o rosto da
possuindo justo título, manteve-se na posse do pessoa não é evidenciado nas fotos, não havendo
bem por mais de 5 (cinco) anos. como identifica-la, não há que se falar em violação
de intimidade. Na hipótese narrada, o
( ) CERTO entendimento do magistrado está em harmonia
( ) ERRADO com a jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça.
GABARITO: ERRADO.
( ) CERTO
No caso concreto narrado, Paula até ( ) ERRADO
poderia ter reconhecido seu direito à usucapião,
porém, o prazo de 5 (cinco) anos exigido pelo art. GABARITO: ERRADO.
1.261, do Código Civil, apenas tem início depois de
esgotado o prazo prescricional do arrendador para Na exposição pornográfica não consentida,
cobrança da dívida. Ou seja, como o o fato de o rosto da vítima não estar evidenciado
inadimplemento ocorreu em 2000, o banco tinha de maneira flagrante é irrelevante para a
até 2005 para ajuizar a ação, o que significa que até configuração dos danos morais.
o ano de 2005 não se poderia falar em usucapião. No caso concreto, restou comprovado que
A partir de 2005, no entanto, como o arrendador já a mulher – vítima da chamada pornografia de
não mais poderia ajuizar a ação de cobrança, inicia- vingança – sabia que sua intimidade havia sido
se o prazo de usucapião extraordinário de bem indevidamente desrespeitada e, igualmente, sua
14

móvel, que é de 5 anos, passando Paula a ter exposição não autorizada causou-lhe humilhação,
Página

direito à aquisição da propriedade apenas a partir violando, assim, seus direitos da personalidade.
de 2010. Confira o entendimento do STJ: ➢ STJ, 3ª T., REsp 1.735.712/SP, Info. 672.

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38.Em regra, a escolha do regime de bens na união das garantias patrimoniais. Assim,
estável por contrato escrito produzirá efeitos ex concluiu-se que: Os efeitos da modificação
nunc, sendo inválidas cláusulas que estabeleçam a do regime de separação total para o de
retroatividade. Excepcionalmente se admite a comunhão universal de bens, na
cláusula retroativa nesse sentido, desde que haja constância do casamento, retroagem à
expressa autorização judicial. data do matrimônio (eficácia ex tunc).
(STJ, 4ª T., REsp 1.671.422/SP, Info. 772).
( ) CERTO
( ) ERRADO
39.O transgênero tem direito fundamental
GABARITO: CERTO. subjetivo à alteração de seu prenome e de sua
classificação de gênero no registro civil, não se
A eleição do regime de bens da união exigindo, para tanto, nada além da manifestação
estável por contrato escrito é dotada de de vontade do indivíduo, que poderá exercer essa
efetividade ex nunc, sendo inválidas cláusulas que faculdade tanto pela via judicial quanto pela via
estabeleçam a retroatividade dos efeitos administrativa, sendo vedada a inclusão do termo
patrimoniais do pacto sem expressa autorização “transgênero” e devendo constar nas certidões de
judicial, nos termos do art. 1.639, § 2º, do CC/2002. registro a origem do ato.
➢ STJ, 4ª T., AREsp 1.631.112/MT, Info. 715.
( ) CERTO
#JURISDICA ( ) ERRADO
Alguns pontos devem ser esclarecidos
sobre esse tema. Vamos lá: GABARITO: ERRADO.
• Preste muita atenção, porque a regra é
que a escolha do regime de bens na união O transgênero tem direito fundamental
estável por contrato escrito produza subjetivo à alteração de seu prenome e de sua
efeitos ex nunc, ou seja, para frente, sendo classificação de gênero no registro civil, não se
inválidas cláusulas que estabeleçam a exigindo, para tanto, nada além da manifestação
retroatividade. Contudo, de vontade do indivíduo, o qual poderá exercer tal
excepcionalmente, é possível cláusula faculdade tanto pela via judicial como diretamente
retroativa sobre o regime de bens, DESDE pela via administrativa.
QUE HAJA EXPRESSA AUTORIZAÇÃO Essa alteração deve ser averbada à
JUDICIAL. margem do assento de nascimento, vedada a
• Não confunda com os efeitos da inclusão do termo “transgênero”.
modificação do regime de bens durante a Nas certidões do registro não constará
constância do casamento! Como regra, a nenhuma observação sobre a origem do ato,
mudança de regime de bens valerá apenas vedada a expedição de certidão de inteiro teor,
para o futuro, não prejudicando atos salvo a requerimento do próprio interessado ou
jurídicos perfeitos. Contudo, a 4ª Turma do por determinação judicial.
STJ decidiu recentemente que a Efetuando-se o procedimento pela via
modificação poderá alcançar os atos judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício
passados se o regime adotado (como, por ou a requerimento do interessado a expedição de
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exemplo, alteração de separação mandados específicos para a alteração dos demais


Página

convencional para comunhão universal) registros nos órgãos públicos ou privados


beneficiar terceiro credor pela ampliação

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pertinentes, os quais deverão preservar o sigilo WhatsApp, o emissor tem a expectativa de que ela
sobre a origem dos atos. não será lida por terceiros e muito menos que
➢ STF, Plenário, RE 670.422/RS, Info. 911. serão divulgadas ao público, seja por meio de rede
social ou da mídia.
Essa expectativa advém não só do fato de
40. Em um grupo de WhatsApp, integrado por ter o indivíduo escolhido a quem enviar a
membros da diretoria, sócios e funcionários de mensagem, como também da própria encriptação
determinado clube de futebol, discutia-se diversos a que estão sujeitas as conversas (criptografia
assuntos relacionados ao clube. Romário, Vice- ponta-a-ponta).
Presidente do clube fazia parte do grupo e, junto Assim, se o indivíduo divulga ao público
aos demais integrantes, tecia duras críticas contra uma conversa privada, além de estar quebrando o
Edmundo, o Presidente do clube. Roger, um dos dever de confidencialidade, está também violando
funcionários que também integrava o grupo de legítima expectativa, a privacidade e a intimidade
WhatsApp, decidiu sair do grupo e, sem o do emissor. Justamente por isso, esse indivíduo
consentimento dos demais, divulgou nas redes pode ser responsabilizado por essa divulgação caso
sociais e na imprensa várias das conversas em que se configure o dano.
a gestão do time era duramente criticada. Em face ➢ STJ, 3ª T., REsp 1.903.273/PR, Info. 706.
do ocorrido, Romário propôs ação de indenização
contra Roger, por ter divulgado conversas que #JURISDICA
seriam privadas, alegando que tal fato lhe A ilicitude da divulgação poderá ser
prejudicou a honra e a imagem, de modo que, descaracterizada (afastada) quando a exposição
devido à repercussão, ele teve que deixar o cargo das mensagens tiver como objetivo resguardar um
que ocupava no clube. Nessa situação hipotética, direito próprio do receptor. Nesse caso, será
em que pese os prejuízos narrados por Roger, não necessário avaliar as peculiaridades concretas para
há que se falar em indenização por danos morais, fins de decidir qual dos direitos em conflito deverá
tendo em vista que a conversa não tinha natureza prevalecer.
privada, já que não era somente entre ele e
Romário, mas, sim, dentro de um grupo com
diversos integrantes, não sendo, pois, protegida DIREITO DA CRIANÇA E DO
pela inviolabilidade das comunicações.
ADOLESCENTE
( ) CERTO
( ) ERRADO 41. Maya é filha de Paula e Marcelo, mas desde os
2 (dois) anos de idade é criada por sua tia Valéria,
GABARITO: ERRADO. sua guardiã legal. Aos 14 anos Maya descobriu, por
confissão de sua mãe, que Marcelo não é seu pai
A divulgação pelos interlocutores ou por biológico. Em razão desta revelação e
terceiros de mensagens trocadas via WhatsApp considerando o fato de não ter qualquer relação
pode ensejar a responsabilização por eventuais com o pai desde que passou a ser criada por sua
danos decorrentes da difusão do conteúdo. tia, Maya decide ajuizar ação negatória de
As mensagens eletrônicas estão protegidas paternidade, para extinguir seu vínculo jurídico
pelo sigilo em razão de o seu conteúdo ser privado; com Marcelo, sendo representada na ação por sua
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isto é, restrito aos interlocutores. tia e guardiã, Valéria. Nesta hipótese, entende-se
correta a representação judicial de Maya por sua
Página

Dessa forma, ao enviar mensagem a


determinado ou a determinados destinatários via

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tia, uma vez que guardiã legal, e não meramente #JURISEXPLICA
de fato, de Maya. O art. 47, § 5º, do ECA, prevê o direito à
modificação do nome e do prenome do adotando,
( ) CERTO após a prolação de sentença em processo de
( ) ERRADO adoção, com a respetiva oitiva e consentimento da
criança ou adolescente, conforme art. 28, § 2º do
GABARITO: ERRADO. mesmo diploma legal.
O nome afetivo já utilizado pela família
A representação legal do filho menor é adotiva no convívio decorrente da guarda
uma das vertentes do poder familiar e deverá ser provisória impacta diretamente a noção de
exercida, em regra, pelos pais, conforme prevê o pertencimento social da criança, bem como influi
art. 1.634, VII, do Código Civil. no processo de reconstrução de sua identidade e
Assim, somente em algumas hipóteses é da dupla parental que se revela mesmo antes da
que o menor poderá deixar de ser representado sentença definitiva.
pelos seus pais. Ao longo da experiência da guarda
O fato de ter sido concedida a guarda do provisória, os laços afetivos da filiação adotiva já
menor para uma outra pessoa que não compõe o começam a ser tecidos e, caso presentes os
núcleo familiar não significa que tenha havido a requisitos para o deferimento da antecipação de
destituição automática do poder familiar. tutela, o uso – nas demais instituições em que a
Logo, mesmo em tais casos, a competência criança convive – do nome já utilizado pelos
para representar este menor em juízo é do pai ou adotantes no seio familiar tende a, ao menos em
da mãe, e não da guardiã. tese, facilitar a adaptação, a constrição das novas
➢ STJ, 3ª T., REsp 1.761.274/DF, Info. 664. identidades em curso.
Dessa forma, concluiu a 3ª Turma no
sentido de que, constatada a presença dos
42. A jurisprudência do STJ reconhece a requisitos autorizadores da tutela e respeitada a
possibilidade de a criança que se encontra sob escuta da criança e do adolescente nos moldes
guarda provisória dos adotantes, deferida em ação previstos em lei, é cabível a inclusão de
de adoção ainda não sentenciada, utilizar o nome informações adicionais, em via administrativa,
afetivo que é utilizado pelos seus pretensos relativas ao nome afetivo do adotando que se
adotantes, no lugar do nome registrado em sua encontra ainda sob a guarda provisória.
certidão de nascimento.

( ) CERTO 43. Assim como o STJ admite flexibilização da


( ) ERRADO regra, estabelecida no Estatuto da Criança e do
Adolescente, de diferença etária mínima de 16
GABARITO: CERTO. anos entre adotante e adotado, bem como da
proibição de adoção avoenga, também já admitiu
Presentes os requisitos autorizadores da a rescisão de sentença concessiva da adoção, na
tutela antecipada, é cabível a inclusão de hipótese em que a pessoa não desejava
informações adicionais, para uso administrativo verdadeiramente ter sido adotada e, após atingir a
em instituições escolares, de saúde, cultura e lazer, maioridade, se manifestou nesse sentido.
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relativas ao nome afetivo do adotando que se


Página

encontra sob guarda provisória. ( ) CERTO


➢ STJ, 3ª T., REsp 1.878.298/MG, Info. 687. ( ) ERRADO

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Pública, pois a intervenção da FUNAI, que, de fato,
GABARITO: CERTO. atrai a competência da Justiça Federal, é
meramente recomendável nos casos que
A regra que estabelece a diferença mínima envolvam criança cujos pais possuem origem
de 16 (dezesseis) anos de idade entre adotante e indígena.
adotando (art. 42, § 3º do ECA) pode, dada as
peculiaridades do caso concreto, ser relativizada ( ) CERTO
no interesse do adotando. ( ) ERRADO
➢ STJ, 4ª T., REsp 1.338.616/DF, Info. 701.
GABARITO: ERRADO.
É possível a mitigação da norma geral
impeditiva contida no § 1º o art. 42 do ECA, de É obrigatória a intervenção da FUNAI em
modo a se autorizar a adoção avoenga em ação de destituição de poder familiar que envolva
situações excepcionais. criança cujos pais possuem origem indígena.
➢ STJ, 4ª T., REsp 1.587.477-SC, Info. 678. A regra segundo a qual é obrigatória a
intervenção da FUNAI nos litígios que envolvam
É possível, mesmo ante a regra da destituição de poder familiar e adoção de menores
irrevogabilidade da adoção, a rescisão de sentença indígenas ou oriundos de pais indígenas tem
concessiva de adoção ao fundamento de que o caráter de ordem pública, na medida em que
adotado, à época da adoção, não a desejava resguardam valores e objetivos político-sociais
verdadeiramente e de que, após atingir a muitíssimo caros à sociedade e, portanto, são
maioridade, manifestou-se nesse sentido. imperativas e inderrogáveis.
A interpretação sistemática e teleológica O art. 28, §6º, do ECA, embora trate
do § 1º do art. 39 do ECA conduz à conclusão de especificamente das crianças indígenas, aplica-se
que a irrevogabilidade da adoção não é regra inteiramente às crianças cujos pais são de origem
absoluta, podendo ser afastada sempre que, no indígena, devendo a referida regra ser igualmente
caso concreto, verificar-se que a manutenção da respeitada nas ações de destituição de poder
medida não apresenta reais vantagens para o familiar e adoção que as envolvam.
adotado, tampouco é apta a satisfazer os princípios Vale ressaltar que, havendo intervenção da
da proteção integral e do melhor interesse da FUNAI, a ação deverá ser apreciada pela Justiça
criança e do adolescente. Federal, nos termos do art. 109, I, da CF/88.
➢ STJ, 3ª T., REsp 1.892.782/PR, Info 691. ➢ STJ, 3ª T., REsp 1.698.635/MS, Info. 679.

44. Foi ajuizada ação de destituição de poder 45. A guarda compartilhada é a modalidade de
familiar pelo Ministério Público estadual, na Justiça guarda mais adequada para preservar os interesses
Estadual, com o objetivo de que a criança fosse, do menor, quando ambos os genitores estiverem
após a procedência da demanda, encaminhada à aptos para tanto. Desse modo, o fato de os
adoção. A defesa da parte ré, genitora, foi feita genitores possuírem domicílio em cidades
pela Defensoria Pública estadual que alegou, diversas, desde que dentro do mesmo país, por si
preliminarmente, incompetência do juízo, pois a só, não representa óbice à fixação de guarda
genitora é indígena o que obriga a intervenção da compartilhada.
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no feito da Fundação Nacional do Índio – FUNAI, o


Página

que implica competência da Justiça Federal. Na ( ) CERTO


hipótese narrada, não assiste razão à Defensoria ( ) ERRADO

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se originar da prestação defeituosa dos serviços
GABARITO: ERRADO. relacionados ao exercício da sua própria atividade.

O fato de os genitores possuírem domicílio ( ) CERTO


em cidades distintas não representa óbice à fixação ( ) ERRADO
da guarda compartilhada.
➢ STJ, 3ª T., REsp 1.878.041/SP, Info. 698. GABARITO: CERTO.

Na guarda compartilhada, não se exige a O hospital responde, objetivamente, pelos


custódia física conjunta da criança, motivo pelo danos decorrentes da prestação defeituosa dos
qual é possível que esse regime seja fixado mesmo serviços relacionados ao exercício da sua própria
quando os pais morem em países diferentes. Essa atividade.
flexibilidade do compartilhamento da guarda não ➢ STJ, 4ª T., AgInt no AgInt no REsp
afasta, contudo, a possibilidade de convivência da 1.718.427/RS, Info. 768.
criança com ambos os genitores e a divisão de
responsabilidades – o que pode ser feito com o #JURISDICA – Importante ficar atento a alguns
suporte da tecnologia. detalhes sobre esse tema de responsabilidade civil
O entendimento foi adotado pela Terceira de hospitais versus a responsabilidade civil do
Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao médico. Vamos lá:
restabelecer sentença que autorizou a mudança • O médico, como profissional liberal,
de uma criança para a Holanda, em companhia da responde, em regra, de forma subjetiva –
mãe. No mesmo ato, o juiz fixou o regime de ou seja, exigindo-se a demonstração de
guarda compartilhada e definiu parâmetros de culpa – na forma do art. 14, § 4º, do CDC.
convivência em favor do pai, que mora no Brasil. • Os hospitais, por outro lado, respondem
A sentença havia sido reformada em na forma do caput do art. 14 do CDC, ou
segunda instância. O tribunal, mantendo a guarda seja, de forma objetiva. Essa responsabi-
compartilhada, determinou que a convivência lidade, no entanto, não é absoluta. Isso
presencial com o pai fosse quinzenal, o que porque haverá responsabilidade objetiva
impediria a fixação do lar do menor na Holanda. A do hospital quando o fato gerador do dano
corte considerou que a criança tinha laços causado for defeito do seu próprio serviço;
familiares fortes também com a família paterna, e, se, de maneira diversa, o dano tiver sido
por isso, não seria adequado ela morar no causado por suposta conduta médica, a
exterior1. responsabilidade será subjetiva,
dependendo, assim, de demonstração de
culpa do médico, para que ele e o hospital
DIREITO DO CONSUMIDOR respondam solidariamente.

46. Apesar de se aplicar aos médicos, em regra, a Para você consolidar o tema em sua cabeça
responsabilidade subjetiva por danos aos e não esquecer mais, leia com calma esse julgado
pacientes, os hospitais, clínicas e casas de saúde, esclarecedor do STJ:
respondem de forma objetiva sempre que o dano
19

1
Fonte: Turma.aspx#:~:text=Guarda%20compartilhada%20n%C3%A3o%20im
Página

https://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/ pede%20mudan%C3%A7a,o%20exterior%2C%20define%20Terceira%
2023/07022023-Guarda-compartilhada-nao-impede-mudanca-da- 20Turma&text=Na%20guarda%20compartilhada%2C%20n%C3%A3o
crianca-para-o-exterior--define-Terceira- %20se,pais%20morem%20em%20pa%C3%ADses%20diferentes.

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(i) as obrigações assumidas diretamente pelo 48. A notificação do consumidor acerca da
complexo hospitalar limitam-se ao fornecimento inscrição de seu nome em cadastro restritivo de
de recursos materiais e humanos auxiliares crédito exige o prévio envio de correspondência ao
adequados à prestação dos serviços médicos e à seu endereço, permitindo-se também que essa
supervisão do paciente, hipótese em que a comunicação seja feita exclusivamente por e-mail
responsabilidade objetiva da instituição (por ato ou mensagem de texto de celular.
próprio) exsurge somente em decorrência de
defeito no serviço prestado (artigo 14, caput, do ( ) CERTO
CDC)"; [...] e ( ) ERRADO
(ii) quanto aos atos técnicos praticados de forma
defeituosa pelos profissionais da saúde vinculados GABARITO: ERRADO.
de alguma forma ao hospital, respondem
solidariamente a instituição hospitalar e o A notificação do consumidor acerca da
profissional responsável, apurada a sua culpa inscrição de seu nome em cadastro restritivo de
profissional. Nesse caso, o hospital é responsabili- crédito exige o prévio envio de correspondência ao
zado indiretamente por ato de terceiro, cuja culpa seu endereço, sendo vedada a notificação
deve ser comprovada pela vítima de modo a fazer exclusiva por meio de e-mail ou mensagem de
emergir o dever de indenizar da instituição, de texto de celular (SMS).
natureza absoluta (arts. 932 e 933 do CC), sendo ➢ STJ, 3ª T., REsp 2.056.285/RS, Info. 773.
cabível ao juiz, demonstrada a hipossuficiência do
paciente, determinar a inversão do ônus da prova
(art. 6º, VIII, do CDC). 49. Carla, enquanto aguardava a chegada no metrô
➢ STJ, 4ª T., REsp 1.145.728, j. 28/06/2011 na plataforma, teve um mal súbito e acabou caindo
sobre os trilhos no instante em que o trem se
aproximava, o que acabou a levando a óbito.
47. O parto de urgência, oriundo de complicações Rogerio, marido de Carla e agora viúvo, ajuizou
no processo gestacional, deve ser coberto pelo ação indenizatória em face da Companhia do
plano de saúde, ainda que o plano tenha sido Metrô, com base na responsabilidade objetiva
contratado na segmentação hospitalar sem decorrente do Código de Defesa do Consumidor,
obstetrícia. por falha de segurança na prestação do serviço.
Nessa hipótese, assiste razão a Rogerio, uma vez
( ) CERTO que a Companhia do Metrô não adotou as cautelas
( ) ERRADO e procedimentos de segurança necessários a evitar
esse tipo de acidente, configurada, assim, a falha
GABARITO: CERTO. na prestação do serviço, o que implica o dever de
indenizar.
A operadora de plano de saúde tem o
dever de cobrir parto de urgência, por ( ) CERTO
complicações no processo gestacional, ainda que o ( ) ERRADO
plano tenha sido contratado na segmentação
hospitalar sem obstetrícia. GABARITO: ERRADO.
➢ STJ, 3ª T., REsp 1.947.757/RJ, Info. 728.
20

Considera-se fortuito externo a queda de


Página

passageiro em via férrea de metrô, por decorrência


de mal súbito, não ensejando o dever de reparação

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do dano por parte da concessionária de serviço quadro societário da pessoa jurídica, como no caso
público, mesmo considerando que não houve do administrador não sócio.
adoção, por parte do transportador, de tecnologia
moderna para impedir o trágico evento. ( ) CERTO
➢ STJ, 4ª T., REsp 1.936.743/SP, Info. 741. ( ) ERRADO

GABARITO: CERTO.
50. Pacificou-se no âmbito do STJ o entendimento
de que é válida a contratação de empréstimo Para fins de aplicação da Teoria Menor da
consignado por analfabeto, desde que mediante a desconsideração da personalidade jurídica, o § 5º
assinatura a rogo ou pela aposição de digital ao do art. 28 do CDC não dá margem para admitir a
contrato escrito. responsabilização pessoal de quem não integra o
quadro societário da empresa (administrador não
( ) CERTO sócio).
( ) ERRADO ➢ STJ, 4ª T., REsp 1.860.333/DF, Info. 754.

GABARITO: ERRADO.
52. Foi ajuizada ação civil pública, pelo Ministério
É válida a contratação de empréstimo Público para tutela de direitos individuais
consignado por analfabeto mediante a assinatura a homogêneos, a qual foi julgada procedente e teve
rogo (CC, art. 595), a qual, por sua vez, não se seu trânsito em julgado. Em seguida, foi instaurado
confunde, tampouco poderá ser substituída pela cumprimento de sentença pelo próprio Ministério
mera aposição de digital ao contrato escrito. Isso Público, a fim de que a parte ré fosse intimada a
porque a digital do analfabeto no contrato escrito cumprir a sentença, comprovando nos autos a
somente faz prova da identidade do contratante e restituição do indébito aos consumidores – objeto
da sua reconhecida impossibilidade de assinar. No da ação –, sob pena de pagamento de multa. Nessa
entanto, não prova que ele foi informado situação, não há legitimidade do Ministério Público
adequadamente a respeito das cláusulas do para o cumprimento de sentença, uma vez que
contrato. essa legitimidade pertence, em verdade, aos
➢ STJ, 3ª T., REsp 1.868.099/CE, Info. 684. consumidores lesados.

( ) CERTO
PROCESSO CIVIL ( ) ERRADO

51. No ordenamento jurídico pátrio, há dois GABARITO: CERTO.


sistemas para aplicação do instituto da
desconsideração da personalidade jurídica: teoria O Ministério Público não possui
menor e teoria maior. Para os casos em que legitimidade para promover a execução coletiva do
aplicável a teoria menor, é suficiente que se art. 98 do Código de Defesa do Consumidor por
demonstre o estado de insolvência do fornecedor ausência de interesse público ou social a justificar
ou o fato de a personalidade jurídica representar sua atuação.
um obstáculo ao ressarcimento dos prejuízos ➢ STJ, 3ª T., REsp 1.801.518/RJ, Info. 722.
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causados. Apesar disso, entende-se que, ainda que


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incida à espécie a teoria menor, não se admite a


responsabilização pessoal de quem não integra o

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#JURISEXPLICA ( ) CERTO
Na execução do art. 98, o que se tem é a ( ) ERRADO
perseguição de direitos puramente individuais, de
modo que o objetivo é o ressarcimento do dano GABARITO: ERRADO.
individualmente experimentado, de modo que a
indivisibilidade do objeto cede lugar à sua Fundo de investimento pode sofrer os
individualização. efeitos da aplicação do instituto da
Essa particularidade da fase de execução desconsideração da personalidade jurídica.
constitui óbice à atuação do Ministério Público pois Embora destituídos de personalidade
o interesse social, que justificaria a atuação do jurídica, aos fundos de investimento são
Parquet, à luz do art. 129, III, CF/88, era a imputados direitos e deveres, tanto em suas
homogeneidade do direito que, no caso, não mais relações internas quanto externas, e, não obstante
existe. exercerem suas atividades por intermédio de seu
A legitimidade do MP para instaurar a administrador/gestor, os fundos de investimento
execução exsurgirá - se for o caso - após o podem ser titulares, em nome próprio, de direitos
escoamento do prazo de um ano do trânsito em e obrigações.
julgado se não houver a habilitação de A impossibilidade de responsabilização do
interessados em número compatível com a fundo por dívidas de um único cotista, de
gravidade do dano, nos termos do art. 100 do CDC obrigatória observância em circunstâncias
(execução residual, “fluid recovery”). É que a normais, deve ceder diante da comprovação
hipótese versada nesse dispositivo encerra inequívoca de que a própria constituição do fundo
situação em que, por alguma razão, os de investimento se deu de forma fraudulenta,
consumidores lesados desinteressam-se quanto ao como forma de encobrir ilegalidades e ocultar o
cumprimento individual da sentença, retornando a patrimônio de empresas pertencentes a um
legitimação dos entes públicos indicados no art. 82 mesmo grupo econômico.
do CDC para requerer ao Juízo a apuração dos Assim, comprovado o abuso de direito,
danos globalmente causados e a reversão dos caracterizado pelo desvio de finalidade (ato
valores apurados para o Fundo de Defesa dos intencional dos sócios com intuito de fraudar
Direitos Difusos (art. 13 da LACP), com vistas a que terceiros), e/ou confusão patrimonial, é possível
a sentença não se torne inócua, liberando o desconsiderar a personalidade jurídica de uma
fornecedor que atuou ilicitamente de arcar com a empresa para atingir o patrimônio de outras
reparação dos danos causados. pertencentes ao mesmo grupo econômico.
➢ STJ, 4ª T., REsp 869.583/DF, j. 05/06/2012. ➢ STJ, 3ª T., REsp 1.965.982/SP, Info. 733

53. Aos fundos de investimento, tanto em suas 54. Não há que se falar na exclusão da sucessão do
relações internas quanto externas, são estipulados herdeiro que seja autor, coautor ou partícipe de
direitos e deveres, de modo que os fundos podem ato infracional análogo ao homicídio doloso
ser titulares, em nome próprio, de direitos e praticado contra os ascendentes, uma vez que as
obrigações. Apesar disso, os fundos de hipóteses de indignidade são taxativamente
investimento são destituídos de personalidade estabelecidas pelo Código Civil, estando prevista
jurídico, motivo pelo qual se entende que não apenas a hipótese de homicídio, que não pode
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podem sofrer os efeitos da desconsideração da abranger o ato infracional análogo ao referido


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personalidade jurídica. delito.

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( ) CERTO 55. A jurisprudência do STJ tem adotado a tese da
( ) ERRADO autonomia das pretensões executórias, no sentido
de que o ajuizamento de execução da obrigação de
GABARITO: ERRADO. fazer não interrompe o prazo para a execução da
obrigação de pagar, exceto nos casos em que a
#FGVAMA #JURISEXPLICA – Esse julgado foi própria decisão transitada em julgado ou o juízo da
cobrado pela FGV na prova para Juiz Substituto do execução, dentro do prazo prescricional, reco-
TJ/MS nhecer que a execução de um tipo de obrigação
É juridicamente possível o pedido de dependa necessariamente da prévia execução da
exclusão do herdeiro em virtude da prática de ato outra espécie de obrigação.
infracional análogo ao homicídio, doloso e
consumado, contra os pais, à luz da regra do art. ( ) CERTO
1.814, I, do CC/2002. ( ) ERRADO
As hipóteses de indignidade estão
previstas no art. 1.814 do Código Civil, que traz um GABARITO: CERTO.
rol taxativo, que não admite analogia nem
interpretação extensiva. O ajuizamento de execução da obrigação
A regra do art. 1.814, I, do CC, se interpre- de fazer não interrompe o prazo para a execução
tada literalmente, induziria ao resultado de que o da obrigação de pagar.
uso da palavra “homicídio” possuiria um sentido A atual jurisprudência da Corte Especial do
único, importado diretamente da legislação penal STJ é no sentido de que o prazo prescricional para
para a civil, razão pela qual o ato infracional a pretensão executória é único e o ajuizamento de
análogo ao homicídio praticado pelo filho contra os execução da obrigação de fazer não interrompe o
pais não poderia acarretar a exclusão da sucessão, prazo para a propositura da execução que visa ao
pois, tecnicamente, homicídio não houve. cumprimento da obrigação de pagar (REsp
Ocorre que, de acordo com o STJ, não se 1.340.444/RS, DJe 12/06/2019).
pode fazer uma mera interpretação literal do Esse entendimento apenas pode ser
dispositivo em questão. excepcionado nas hipóteses em que a própria
A partir de uma perspectiva teleológica- decisão transitada em julgado ou o juízo da
finalística conclui-se que o objetivo do enunciado execução, dentro do prazo prescricional,
normativo do art. 1.814, I, do CC é o de proibir que reconhecer que a execução de um tipo de
tenha direito à herança quem atentar, obrigação dependa necessariamente da prévia
propositalmente, contra a vida de seus pais. Logo, execução de outra espécie de obrigação – o que
apesar de existir uma diferença técnico-jurídica não ocorreu no caso concreto, conforme
entre homicídio e ato análogo a homicídio, essa mencionado pela 1ª Turma.
distinção tem importância apenas no âmbito Vale ainda dizer que essa autonomia das
penal, mas não possui a mesma relevância na pretensões executórias vem sendo adotada de
esfera cível, não devendo ser levada em forma pacífica no âmbito da 1ª Seção do STJ.
consideração para fins de exclusão da herança, sob ➢ STJ, 1ª T., AgInt no AREsp 1.804.754/RN,
pena de ofensa aos valores e às finalidades que Info. 729.
nortearam a criação da norma e de completo
esvaziamento de seu conteúdo.
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➢ STJ, 3ª T., REsp 1.943.848/PR, Info. 725. 56. Em ação de exclusão de sócio, foi homologada
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transação quanto à saída da sociedade, fixando-se


critérios para a apuração dos haveres. Segundo o

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entendimento do STJ, esse pronunciamento princípio da fungibilidade recursal, cuja incidência
judicial pode, a depender do caso, possuir natureza não admite a ocorrência de erro grosseiro quando
de sentença ou de decisão parcial de mérito. da interposição do recurso.
Assim, considerando ser a hipótese de dúvida ➢ STJ, 3ª T., REsp 1.954.643/SC, Info. 725.
razoável, caso seja interposto recurso de agravo de
instrumento, deverá incidir o princípio da
fungibilidade recursal, para que haja seu 57. Ação coletiva envolvendo diversos servidores
processamento e julgamento como se apelação públicos estaduais foi julgada procedente, sendo
fosse. Guilherme um dos beneficiários da sentença
coletiva. O crédito individual de Guilherme,
( ) CERTO oriundo da mencionada sentença, era inferior a 60
( ) ERRADO salários-mínimos, razão pela qual ele propôs sua
execução perante o Juizado Especial da Fazenda
GABARITO: ERRADO. Pública. Segundo o entendimento que prevalece
no âmbito do STJ, Guilherme agiu incorretamente,
A interposição de agravo de instrumento pois não se admite a propositura, perante os
contra decisão que, em ação de exclusão de sócio, Juizados Especiais da Fazenda Pública, de execução
homologa transação quanto à saída da sociedade e de título formado em ação coletiva que tramitou
fixa critérios para apuração dos haveres constitui sob o rito ordinário, ainda que o valor se amolde ao
erro grosseiro, inviabilizando a aplicação do rito sumaríssimo dos Juizados.
princípio da fungibilidade recursal.
Havendo pretensão de dissolução parcial ( ) CERTO
da sociedade e de apuração de haveres, o processo ( ) ERRADO
engloba duas fases distintas: na primeira, é
apreciado se é o caso ou não de se decretar a GABARITO: CERTO.
dissolução; na segunda, são apurados os valores
devidos ao sócio retirante ou excluído, de acordo Não é possível propor nos Juizados
com o procedimento de liquidação específica Especiais da Fazenda Pública a execução de título
previsto nos arts. 604 a 609 do CPC/2015. executivo formado em ação coletiva que tramitou
Outrossim, o pronunciamento judicial que sob o rito ordinário, assim como impor o rito
homologa transação (CPC/2015, art. 487, III, “b”), sumaríssimo da Lei n. 12.153/2009 ao juízo comum
pondo fim à fase cognitiva do processo com da execução.
resolução de mérito, possui natureza jurídica de Concluiu a 1ª Seção que a Lei n.
sentença, conforme disposto expressamente no 12.153/2009 e as respectivas normas de aplicação
art. 203, § 1º do diploma processual. subsidiária determinam que os Juizados Especiais
Conforme o entendimento da 3ª Turma do da Fazenda Pública têm competência para apreciar
STJ, ainda que ausente a especificidade da apenas as execuções de seus próprios julgados ou
demanda – sentença homologatória de transação de títulos extrajudiciais. Outrossim, o CDC, norma
–, o pronunciamento judicial que decreta a que rege a tutela coletiva não só no direito do
dissolução parcial da sociedade possui natureza de consumidor, mas de forma subsidiária de todos os
sentença e não de decisão parcial de mérito, de tipos de direitos, fixa a competência, para a
modo que o recurso contra ela cabível é a apelação execução, do juízo da liquidação da sentença ou da
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(CPC/2015, art. 1.009). ação condenatória, no caso de execução individual,


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Assim, inexistindo dúvida razoável quanto valendo a regra do domicílio do exequente no caso
ao recurso cabível, torna-se inviável a aplicação do de juízos com a mesma competência. Desta forma,

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não é possível propor nos Juizados Especiais da considerando que o excesso de execução era o
Fazenda Pública a execução de título executivo único fundamento, a ausência da memória de
formado em ação coletiva, tampouco impor o cálculo com a indicação do valor devido é fato que
citado rito sumaríssimo ao juízo comum. Assim, o acarreta o não conhecimento da arguição.
cumprimento da sentença coletiva deve obedecer
ao rito previsto nos arts. 534 e seguintes do ( ) CERTO
CPC/2015; e o fato de o valor da execução ser baixo ( ) ERRADO
pode apenas resultar, conforme a quantia, em
Requisição de Pequeno Valor para o pagamento do GABARITO: ERRADO.
débito (CPC/2015, art. 535, § 3º, II).
➢ STJ, 1ª S., REsp 1.804.186/SC, Info. 679. A alegação da Fazenda Pública de excesso
de execução sem a apresentação da memória de
cálculos com a indicação do valor devido não
58. João, credor de André, deu inicio ao acarreta, necessariamente, o não conhecimento da
cumprimento de sentença, sendo André intimado arguição.
para efetuar o pagamento por ele devido. Durante Isso porque a ausência da memória de
o prazo para pagamento, André depositou em juízo cálculos com a indicação do valor que se entende
o valor da condenação apenas para fins de devido não afasta o poder-dever de o magistrado
garantia, para obter efeito suspensivo em sua averiguar a exatidão dos cálculos à luz do título
impugnação. Nessa hipótese, em que o depósito judicial que lastreia o cumprimento de sentença,
para garantia do juízo é feito antes do término do quando verificar a possibilidade de existência de
prazo para pagamento, entende a jurisprudência excesso de execução. Tal entendimento encontra
do STJ que o prazo para impugnação se inicia na respaldo, inclusive, no próprio CPC, art. 526, §§ 1º
data em que realizado depósito. e 2º, cuja aplicação é cabível nos cumprimentos de
sentença contra a Fazenda Pública, com as devidas
( ) CERTO adaptações.
( ) ERRADO ➢ STJ, 2ª T., REsp 1.887.589/GO, Info. 691

GABARITO: ERRADO.
60. Consolidou-se no âmbito do STJ o
O prazo para impugnação se inicia após 15 entendimento de que a técnica de julgamento
(quinze) dias da intimação para pagar o débito, ampliado deve ser aplicada em sede de embargos
ainda que o executado realize o depósito para de declaração toda vez que o voto divergente
garantia do juízo no prazo para pagamento possuir aptidão para alterar o resultado unânime
voluntário, independentemente de nova do acórdão de apelação.
intimação.
➢ STJ, 3ª T., REsp 1.761.068/RS, Info. 684. ( ) CERTO
( ) ERRADO

59. A Fazenda Pública, nos autos de cumprimento GABARITO: CERTO.


de sentença em que figurava como devedora,
apresentou impugnação, sustentando, como único A técnica de julgamento ampliado do art.
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argumento, o excesso de execução, sem 942 do CPC aplica-se aos aclaratórios opostos ao
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apresentar, contudo, a memória de cálculos acórdão de apelação quando o voto vencido


indicando o valor que entendia devido. Nesse caso, nascido apenas nos embargos for suficiente para

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alterar o resultado inicial do julgamento,
independentemente do desfecho não unânime dos
declaratórios (se rejeitados ou se acolhidos, com
ou sem efeito modificativo).
➢ STJ, 3ª T., REsp 1.786.158/PR, Info. 678.

Deve ser aplicada a técnica de julgamento


ampliado nos embargos de declaração toda vez
que o voto divergente possua aptidão para alterar
o resultado unânime do acórdão de apelação.
➢ STJ, 4ª T., REsp 1.910.317/PE, Info. 687.

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