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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ 

DIREITO CIVIL III 


DOCENTE: PROF. DR. LAURICIO PEDROSA 

DISCENTE (S):  Samy Batista da Silva 


DATA: 28/11/2022 
TURNO: NOTURNO – 4º SEMESTRE 
AVALIAÇÃO II 
1) Miguel precisou mudar de cidade após uma aprovação em concurso público. 
Assim, ele adquiriu o apartamento de Paulo – aparentemente em perfeito estado-, 
situado na nova sede e se mudou de forma efetiva após 138 dias da realização do 
contrato de compra e venda. 60 dias depois de começar a morar na residência, 
juntamente com seu cachorro, ele percebe uma infiltração que se alastrou (antes não 
perceptível) depois da data do negócio jurídico. Considerando que se tratava de vício 
anterior à aquisição, mas a boa-fé de Paulo, e os benefícios que esse princípio
acarreta,  ainda haverá algum direito a Miguel? Caso exista(m), qual(is)? E se o
vendedor  estivesse de má-fé, sabendo da existência e só pintando por cima para não
ficar  perceptível, a situação seria alterada em favor de Miguel? E se o apartamento
tivesse  sido doado a Miguel? (Valor: 2,0) 
R= Os princípios da probidade e da boa-fé estão ligados não só à interpretação dos
contratos, mas também ao interesse social de segurança das relações jurídicas, uma
vez que as partes têm o dever de agir com honradez e lealdade na conclusão do
contrato e na sua execução. Dessa forma, Miguel tem sim direitos quanto a
manutenção do apartamento, por parte de Paulo, já que o mesmo agindo de má fé,
entregou o apartamento com infiltrações, que ao longo do tempo foram aparecendo,
então cabe em acordo verificar a forma que se deve agir diante da situação, pois
Miguel, só terá responsabilidades com o apartamento, das quais forem por ele
provocadas. 

2) Junior adquiriu de Rafaela uma motocicleta. Dois meses após a aquisição, ele foi 
parado pela polícia militar que, ao consultar o veículo, percebeu uma adulteração no 
chassi e concluíram que era objeto de um furto, razão pela qual a referida
motocicleta  foi apreendida. Ao procurar Rafaela, ela alegou que não sabia do fato,
pois tinha  ganhado a moto de um companheiro que, por sua vez adquiriu de
terceiros, formando  uma cadeia na lide. Diante disso, Junior poderá pleitear alguma
indenização em face  de Rafaela ou de qualquer um dos outros anteriores a ela? Se o
bem fosse adquirido  por leilão ele teria algum direito? (Valor: 2,0) 

R= Nesse caso, trata se de evicção, a evicção pode ser total ou parcial. Sendo que na
primeira ocorre a perda total da coisa, podendo o adquirente, salvo disposto em
contrário, exigir o valor integral da coisa, atualizado ao tempo da sentença de
evicção. Dessa forma, Rafaela como alienante teria como ser responsabilizada pela
indenização a Júnior, mesmo que a mesma tenha ganhado o veículo de terceiros, e
efetuou a venda pela boa fé. Tratando-se de uma compra mediante a um leilão, e
segundo o CC Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção.
Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
3. Melquíades celebrou com o Banco Salafra um contrato de financiamento de um 
imóvel por um prazo de 30 (trinta) anos e o bem foi dado como garantia por meio de 
alienação fiduciária. Ocorre, entretanto, que faltando apenas três prestações para a 
finalização do contrato, Melquíades foi demitido do emprego e não conseguiu
adimplir  a dívida. Nesse caso, o que pode ser feito pelo Banco Salafra? Analise a
jurisprudência  mais atual sobre a temática. (Valor: 2,0) 

R= Após o vencimento e ultrapassado o eventual prazo de carência concedido em


contrato, o fiduciante é notificado para pagar em 15 dias todos os valores, juros,
penalidades, encargos, tributos, condomínios e despesas de cobrança. Caso o
pagamento não seja efetuado após esse prazo, o cartório “devolve” o imóvel para o
fiduciário, que dentro de 30 dias irá leiloar o bem.

4. Alcides contraiu um empréstimo junto ao banco Santander em junho de 2019 que 


seria finalizado em outubro de 2020, pagando corretamente as parcelas até então. Em
2020, o mundo entrou numa pandemia e em razão disso a dívida foi ficando cada
vez  mais onerosa já que o mercado ficou instável e a base econômica do contrato
foi  alterada. Além de estar trabalhando com o regime da CLT, ele também era
autônomo  e daí vinha a maior parte da renda para arcar com o empréstimo, situação
na qual ele  ficou bastante prejudicado, em razão do lockdown, por isso ele parou de
pagar em  agosto de 2020. O banco ingressou com uma ação de execução de título
extrajudicial  para pleitear o pagamento que agora estava ainda mais alto em razão
dos juros por  mora. Ao procurar vocês, defensores públicos, agora completamente
desempregado, ele pede orientação relativa a esse contrato. Quais teorias podem ser
aplicadas ao  ingressar com os embargos à execução? (Valor: 2,0) 

R= Baseado na teoria da imprevisão que abre a possibilidade de resolução ou revisão


do contrato quando da ocorrência de fatos novos e imprevisíveis às partes, sem que
tenham contribuído para a situação, nesse caso, o coronavírus, dessa forma que se
trate de contrato comutativo de execução diferida ou continuada; que, quando da
execução, tenha havido alteração das circunstâncias fáticas vigentes à época da
contratação; que essa alteração fosse inesperada e imprevisível quando da celebração
do contrato; por fim, que a alteração tenha promovido desequilíbrio entre as
prestações. Assim, sr Alcides nãp deverá ser cobrado pelos juros e nem pela ação
imposta pelo banco Santander.

5. Plínio adquiriu do seu pai um apartamento em condomínio edilício, no dia 


13/06/2017. Para finalizar o contrato, houve a anuência tácita da mãe dele, que
também  estipulou o preço e estava casada sob regime de separação total de bens. As
irmãs de  Plínio, Marta e Carol, sequer foram consultadas, pois ambos os pais
omitiram esse fato  delas. Em 14/06/2019, os pais vieram a óbito em um acidente,
juntamente com a  esposa de Plínio, que precisou assumir a tutela de seu enteado. 30
dias após o acidente,  a ação de inventário foi proposta, razão pela qual as irmãs
descobriram a venda do  imóvel. Carol, que era advogada, ingressou com uma ação
arguindo os seguintes  pontos: o prazo prescricional é contado da data da descoberta
do fato; a falta de  anuência expressa da mãe, por se tratar de compra e venda, gera
nulidade do contrato  e que a mãe não poderia estipular o preço, já que ela não anuiu
expressamente, se  tornando uma terceira estranha ao contrato. Como o escritório de
vocês contestaria  essa ação? (Valor: 2,0)
R= A posse do imóvel permanecerá com ele, pois sobre separação de bens não
necessita de anuência, e como exposto as datas da compra e venda e morte de seus
pais, o prazo já foi prescrito 

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