Você está na página 1de 74

Aula 19 - Prof.

Fábio
Dutra
SEFAZ-AC - Legislação Tributária do
Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital)

Autor:
Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra,
Rafael Rocha (Caverna) , Equipe
Legislação Específica Estratégia
Concursos
01 de Janeiro de 2024

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Índice
1) Extinção do Crédito Tributário - Aspectos Gerais
..............................................................................................................................................................................................3

2) Pagamento
..............................................................................................................................................................................................5

3) Compensação, Transação e Remissão


..............................................................................................................................................................................................
24

4) Decadência
..............................................................................................................................................................................................
29

5) Prescrição
..............................................................................................................................................................................................
36

6) Consignação em Pagamento
..............................................................................................................................................................................................
45

7) Pagamento Antecipado e a Posterior Homologação


..............................................................................................................................................................................................
47

8) Conversão do Depósito em Renda, Decisão Administrativa e Judicial, Dação em Pagamento


..............................................................................................................................................................................................
48

9) Questões Comentadas - Extinção do Crédito Tributário - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
53

10) Lista de Questões - Extinção do Crédito Tributário - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
66

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 2


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO


O art. 156 do CTN estabelece como causas de extinção do crédito tributário as seguintes:

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:

I - o pagamento;

II - a compensação;

III - a transação;

IV - remissão; ==590be==

V - a prescrição e a decadência;

VI - a conversão de depósito em renda;

VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no


artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;

VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;

IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita


administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;

X - a decisão judicial passada em julgado.

XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.


(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Observação: Dação em pagamento não se confunde com pagamento. Aquela ocorre


quando o credor aceita receber a obrigação de forma diversa do que foi estabelecido
inicialmente. Como as obrigações tributárias são pecuniárias (em dinheiro), pagar com
bens imóveis é uma forma de dação em pagamento.

Para o ilustre professor Leandro Paulsen1, o crédito tributário se extingue quando for (grifamos):

Satisfeito mediante pagamento, pagamento seguido de homologação no caso dos tributos sujeitos a lançamento por
homologação, compensação, conversão em renda de valores depositados ou consignados ou dação em pagamento de bens
imóveis na forma e condições estabelecidas por lei (incisos I, II, VI, VII, VIII e XI), ainda que mediante transação (inciso III);

1
PAUSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário Completo. 6ª Edição. 2014. Pág. 268.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 3


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Desconstituído por decisão administrativa ou judicial (incisos IX e X);


Perdoado (inciso IV: remissão);
Precluso o direito do Fisco de lançar ou de cobrar o crédito judicialmente (inciso V: decadência e prescrição).

Observação: Preclusão significa perda de direito de se manifestar no processo, por ter


esgotado o prazo. No Direito Tributário, a decadência é perda do prazo para lançar; a
prescrição, perda do prazo para propor ação de cobrança.

Uma questão muito discutida e controvertida é se a lista do art. 156 é taxativa (ou exaustiva) ou se é
exemplificativa.

Nas provas de concursos públicos, normalmente se considera que as causas extintivas previstas no art. 156
do CTN são exaustivas, tendo em vista que no art. 141 do CTN, o próprio legislador estabelece que o crédito
tributário somente se extinga nos casos previstos no próprio CTN.

Embora haja quem entenda de forma diferente, no sentido da possibilidade de lei de outro ente estabelecer
outras formas de extinção do crédito tributário (o STF, inclusive, já decidiu nesse sentido), a decisão mais
emblemática, e que mais é cobrada em provas, é a que diz respeito da impossibilidade de se estabelecer
como causa de extinção do crédito tributário a dação em pagamento em bens móveis, por ofensa ao
princípio da licitação, conforme resta claro pela jurisprudência transcrita a seguir:

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUICIONALIDADE. OFENSA AO PRINCÍPIO DA LICITAÇÃO (CF,


ART. 37, XXI). I - Lei ordinária distrital - pagamento de débitos tributários por meio de dação em
pagamento. II - Hipótese de criação de nova causa de extinção do crédito tributário. III - Ofensa
ao princípio da licitação na aquisição de materiais pela administração pública. IV - Confirmação
do julgamento cautelar em que se declarou a inconstitucionalidade da lei ordinária distrital
1.624/1997.

(STF, ADI 1.917/DF, Plenário, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Julgamento em 26/04/2007)

Nessa ocasião, o STF teve a oportunidade de apreciar uma situação em que a lei ordinária permitia que as
empresas quitassem seus débitos tributários por meio de dação em pagamento em bens móveis. De acordo
com a Suprema Corte, essa possibilidade ofende o princípio da licitação.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 4


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Pagamento

O pagamento é a principal forma de extinção do crédito tributário. Isso também ocorre nas demais
obrigações, como as civis, trabalhistas ou empresariais.

Por esse motivo, o CTN estabeleceu diversas regras específicas ao Direito Tributário, no que se refere ao
pagamento. Algumas delas serão estudadas em tópicos específicos. As demais são explicadas a seguir.

Com o fito de deixar nosso curso sempre mais didático, alteramos a ordem seguida pela do legislador, sendo
que, de início, vamos tratar das formas em que o pagamento pode ser efetuado.

A regra geral, prevista no art. 162 do CTN, I, é a de que o pagamento seja efetuado em moeda corrente,
cheque ou vale postal.

Observação: O vale postal é uma ordem de pagamento, realizada por intermédio da


empresa de correios.

Também é possível que o pagamento seja efetuado em estampilha, papel selado ou processo mecânico,
apenas nos casos estabelecidos em lei.

Observação:

Estampilha e Papel selado: São selos adquiridos do fisco, após entrega de dinheiro, para
comprovar a quitação da dívida tributária.

Processo mecânico: É a autenticação fiscal que atesta pagamento de tributo.

De todo modo, em qualquer dessas modalidades, o pagamento acaba sendo feito em dinheiro. No que se
refere ao cheque e ao vale postal, percebe-se que são instrumentos de transferência de valores. Já em
relação à estampilha, papel selado e ao processo mecânico trata-se de mecanismos de comprovação de que
o pagamento foi realizado, em dinheiro.

A seguir, veremos algumas regras sobre as modalidades de pagamento. São assuntos que não costumam ser
cobrados em prova, mas o conhecimento da literalidade do CTN é sempre essencial para enfrentar qualquer
prova de Direito Tributário! ☺

Primeiramente, destacamos que a legislação tributária pode determinar que o contribuinte preste garantias
para efetuar o pagamento por cheque ou vale postal. Contudo, tais exigências não podem tornar o
pagamento impossível ou mais oneroso do que o pagamento em moeda (CTN, art. 162, § 1º). Na prática, o
dispositivo quer dizer que o fisco pode até tentar se proteger contra o “cheque sem fundo”, mas não pode,
com esse objetivo, onerar o contribuinte ou impossibilitar o pagamento.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 5


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Ainda no que se refere ao pagamento por cheque, a extinção do crédito tributário não ocorre com a entrega
do cheque, mas apenas com o resgate deste pelo sacado, que é basicamente a compensação bancária CTN,
art. 162, § 2º).

No que concerne ao pagamento feito em estampilha, a extinção do crédito tributário ocorre com a
inutilização regular daquela (CTN, art. 162, § 3º). Por exemplo, o “selo-pedágio” (uma espécie de estampilha),
quando afixado no para-brisa do automóvel (inutilização regular), era utilizado para comprovar o pagamento
do pedágio (considerado taxa, neste caso específico).

Observação: O § 3º do art. 162 excetua o disposto no art. 150 (referente ao lançamento


por homologação). A exceção é bastante óbvia, tendo em vista que nesta modalidade de
lançamento o pagamento fica sujeito à posterior homologação da autoridade fiscal.

Contudo, se houver a perda ou destruição da estampilha, ou mesmo erro no pagamento por esta
modalidade, não há qualquer restituição ao contribuinte, salvo nos casos previstos na legislação tributária
ou quando o erro seja imputável à autoridade administrativa (CTN, art. 162, § 4º). Ora, se o servidor público
errar, o contribuinte não pode ser punido por isso.

Prescreve o § 5º, do mesmo artigo, que o pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-
se ao pagamento em estampilha. Como dissemos, todos eles são semelhantes, e têm por objetivo comprovar
pagamento já realizado.

Dando continuidade ao estudo do pagamento – e o que veremos a partir de agora é importante -, veja o
que diz o art. 157 do CTN:

Art. 157. A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário.

O que o dispositivo estabelece é que a imposição de multa se acumula com o pagamento do tributo, ou seja,
se o contribuinte é multado, não deixa de continuar obrigado ao cumprimento da obrigação tributária
relativa ao tributo. Bastante óbvio, não?

Acrescente-se que em Direito tributário não há presunção de pagamento. Logo, se o sujeito passivo paga a
última prestação de um crédito tributário, não se presume que as demais foram pagas. Do mesmo modo, ao
pagar um tributo, não se presume que outros créditos relativos ao mesmo ou a outro tributo tenham sido
pagos.

Como exemplo, se o contribuinte possui dois apartamentos na cidade do Rio de Janeiro, ao quitar o IPTU de
um dos apartamentos, não se presume que o IPTU relativo ao outro imóvel tenha sido pago. Tudo isso em
consonância com o art. 158, I e II, do CTN.

No tocante ao local do pagamento do tributo, se a legislação tributária não dispuser nada a respeito, deve
ser feito na repartição competente do domicílio do sujeito passivo (CTN, art. 159). Contudo, na prática atual,
o pagamento é feito em rede bancária, credenciada pelo Fisco.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 6


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

A obrigação de pagar tributo é portável, ou seja, o devedor deve procurar o credor paga
efetuar o pagamento.

Observação: O recolhimento do tributo pelo estabelecimento bancário (pessoa jurídica de


direito privado) encontra respaldo no art. 7º, § 3º, do CTN, já que isso não se confunde com
a capacidade tributária ativa.

Quanto ao prazo de pagamento do tributo, em regra, é o próprio ente instituidor que o define. No entanto,
se não houver disposição a respeito, o prazo é de 30 dias, a contar da notificação do lançamento ao sujeito
passivo.

Observação: Não se esqueça de que, com a notificação, o sujeito passivo tem a opção de
pagar ou impugnar o lançamento.

Cumpre ressaltar que a regra dos “30 dias” não é aplicável ao lançamento por homologação. O motivo é
bastante óbvio: como nessa modalidade o contribuinte deve antecipar o pagamento, não há notificação de
lançamento. Sendo assim, cabe à legislação tributária definir o prazo para pagamento dos tributos lançados
por homologação.

Lembre-se: de acordo com o STF (RE 195.218/MG), a definição do prazo para recolhimento
do tributo não se sujeita ao princípio da legalidade.

Se o pagamento for efetuado antecipadamente, a legislação tributária pode conceder desconto, respeitadas
as condições. O mais correto seria que o legislador tivesse dito lei em vez de legislação tributária, já que,
como visto, esta compreende também os atos infralegais, e a concessão de desconto deve somente pode
ser feita por lei em sentido estrito.

Por fim, gostaria de destacar três súmulas do STF que apontam na impossibilidade de se estabelecer meios
indiretos de cobrança de tributos, tais como: a interdição do estabelecimento do contribuinte, a retenção de
mercadorias etc. Senão, vejamos:

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 7


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Súmula STF 70 - É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para


cobrança de tributo.

Súmula STF 323 - É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para
pagamento de tributos.

Súmula STF 547 - Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira
estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.

Efeitos da mora

Quando o sujeito passivo não efetua o pagamento do tributo até a data de vencimento, começam a surtir os
efeitos da mora automaticamente.

No Direito Tributário, os efeitos da mora ocorrem automaticamente (mora ex re).

Vamos ver o que diz o art. 161 do CTN:

Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora,
seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades
cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei
tributária.

§ 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um
por cento ao mês.

Repare que, além dos juros de mora, o contribuinte também se sujeita ao pagamento de penalidades. Trata-
se da multa moratória, que é a sanção pelo não cumprimento da obrigação tributária no tempo previsto na
legislação tributária.

Se a lei não definir a taxa que servirá de base para o cálculo dos juros de mora, esses serão calculados à taxa
de 1% ao mês, conforme prevê o § 1º, do art. 161, do CTN.

Nesse sentido, o STJ já decidiu que a taxa SELIC é composta da taxa de juros e da correção monetária, não
podendo, portanto, ser cumulada com outro índice de correção:

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 8


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

"(...) A taxa SELIC é composta de taxa de juros e taxa de correção monetária, não podendo ser
cumulada com qualquer outro índice de correção. (...)"

(STJ, REsp 447.690/PR, Segunda Turma, Rel. Min Eliana Calmon, Julgamento em 05/06/2003)

Consulta tributária

A consulta tributária é um procedimento administrativo com o objetivo de que o contribuinte satisfaça suas
dúvidas relativas à legislação tributária. Vamos repetir novamente o texto do art. 161 do CTN, acrescido do
seu § 2º:

Art. 161: (...):

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor
dentro do prazo legal para pagamento do crédito.

Sendo assim, se o contribuinte formula consulta tributária, dentro do prazo legal para pagamento do tributo,
não há fluência de juros de mora nem mesmo aplicação de multa moratória.

Embora não se possam cobrar juros de mora, deve ficar claro que não estamos falando em mais um caso
de suspensão do crédito tributário, já que a exigibilidade não fica suspensa. Além disso, não se trata de uma
hipótese prevista no art. 151 do CTN.

Imputação em pagamento

A imputação em pagamento ocorre quando um mesmo sujeito passivo deve dois ou mais créditos tributários
a uma mesma Fazenda Pública. Nesse caso, o recebimento deve ser feito obedecendo a ordem prevista no
art. 163 do CTN.

Observação: Como atualmente os pagamentos são feitos diretamente na rede bancária,


não há supervisão da autoridade administrativa para determinar a ordem em que os
créditos devem ser pagos. Contudo, para fins de prova, tudo isso que será visto adiante é
plenamente válido.

Art. 163. Existindo simultaneamente dois ou mais débitos vencidos do mesmo sujeito
passivo para com a mesma pessoa jurídica de direito público, relativos ao mesmo ou a
diferentes tributos ou provenientes de penalidade pecuniária ou juros de mora, a
autoridade administrativa competente para receber o pagamento determinará a
respectiva imputação, obedecidas as seguintes regras, na ordem em que enumeradas:

I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos
decorrentes de responsabilidade tributária;

II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos;

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 9


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;

IV - na ordem decrescente dos montantes.

Os incisos do art. 163 devem ser seguidos de forma hierárquica. Assim, em primeiro lugar, deve-se dar
prioridade aos débitos em que o contribuinte figura como contribuinte, e só depois àqueles pelos quais é
responsável.

Não sendo possível tal distinção, ou seja, digamos que em todos os débitos o sujeito passivo seja
contribuinte. Neste caso, o segundo critérios diz respeito ao caráter contraprestacional do tributo. Assim,
deve-se dar prioridade àqueles que são “mais vinculados” (contribuições de melhoria), e só depois receber
os débitos que são “menos vinculados”, até que se chegue aos impostos (tributos não vinculados).

Se ainda assim persistirem as dúvidas, o próximo critério é o prazo prescricional. A autoridade administrativa
deve dar prioridade àqueles cuja data de prescrição esteja mais curta. Faz todo o sentido, já que se não
forem cobrados, há o risco de serem extintos pelas prescrições (como ainda vamos estudar).

Por último, caso os prazos de prescrição coincidam, a prioridade gira em torno do valor dos créditos. Nessa
linha, têm prioridade os créditos tributários de maior valor.

Deve-se, então, seguir essa ordem, avançando para o próximo critério apenas se os dois créditos empatarem
na primeira etapa, e assim sucessivamente até que se consiga estabelecer uma ordem de prioridade aos
créditos objetos de pagamento.

Vamos esquematizar:

CRITÉRIO PRIORIDADE + → -
Pessoal Contribuinte/Responsável
Vinculação do Fato Gerador Contribuição de Melhoria/Taxas/Impostos
Prescrição Prazo mais curto/mais longo
Valor do Crédito Valor maior/Valor menor

Pagamento indevido e restituição

Em Direito Tributário, não há vontade das partes para surgimento da obrigação. Ocorrendo o fato gerador,
surge a obrigação tributária. Do mesmo modo, se o cumprimento da obrigação (pagamento) foi maior do
que o devido ou se é indevido, não há qualquer discussão acerca da devolução: o sujeito passivo possui o
direito ser restituído. Nas palavras do legislador do CTN, o direito à restituição surge independentemente
de prévio protesto.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 10


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Não importa quem calculou o montante devido, se foi o Fisco ou o sujeito passivo.

É comum encontrarmos questões de provas que mencionem “repetição do indébito tributário”. Não se
assuste, pois se refere única e exclusivamente ao direito do contribuinte de pleitear a restituição do que foi
pago indevidamente.

Vamos ver o que diz o art. 165 do CTN:

Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à


restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento,
ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos:

I - cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face


da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato
gerador efetivamente ocorrido;

II - erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo


do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo
ao pagamento;

III - reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

Observação: O disposto no § 4º do art. 162 se refere à perda ou destruição da estampilha,


ou o erro no pagamento por esta modalidade. Não há restituição neste caso.

As três hipóteses previstas no art. 165 do CTN se resumem basicamente em duas: restituição sem
instauração de litígio (incisos I e II) e restituição com instauração de litígio (inciso III). Mais à frente, você
entenderá o porquê de tal divisão quando estudarmos os prazos que o sujeito passivo possui para pleitear a
restituição.

Restituição de tributo indireto

Lembre-se, inicialmente, de que os tributos indiretos são aqueles em que o contribuinte de direito efetua
apenas o recolhimento da obrigação tributária, mas, quem realmente arca com o ônus tributário, é o
contribuinte de fato. Assim, ao realizar, por exemplo, a venda de mercadorias, o comerciante inclui o valor
do tributo nos preços das mercadorias.

Nosso foco, neste momento, está em verificar como é feita a restituição dos tributos indiretos. Vamos
recorrer, como sempre, ao CTN:

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 11


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Art. 166. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do
respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o
referido encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este
expressamente autorizado a recebê-la.

Percebe-se, portanto, que a restituição somente será feita em duas situações:

• Se o contribuinte de direito comprovar ter assumido o encardo do tributo, isto é, não o ter transferido;
• Se o contribuinte de fato autorizar expressamente o contribuinte de direito a receber a restituição.

Em síntese, o contribuinte de direito (quem efetuou o recolhimento) deve comprovar que não houve
transferência do ônus tributário a terceiro. Se houver transferido, que o contribuinte de fato o autorize a
pleitear a restituição. Caso contrário, não haverá restituição.

O entendimento do STF tem seguido essa linha, conforme fica demonstrado na seguinte súmula:

Súmula STF 546 - Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por
decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do contribuinte "de facto" o "quantum"
respectivo.

Deve-se destacar também que o entendimento do STJ (REsp 903.394/AL) é, como regra, no sentido de que
o contribuinte de fato não possui legitimidade para pleitear a restituição do que foi pago indevidamente,
no que se refere aos tributos indiretos.

Existem alguns julgados, porém, nos quais o STJ tem sido favorável à restituição demandada pelos
consumidores finais (contribuintes de fato): trata-se dos casos envolvendo serviços prestados por
concessionárias de serviços públicos, em relação aos quais o ICMS é indevidamente cobrado pelo ente
tributante.

Um exemplo muito relevante é o caso do ICMS cobrado sobre demanda de energia que fora contratada e
não efetivamente utilizada. Ocorreu, por exemplo, quando uma empresa tem uma grande demanda de
energia elétrica e paga pela reserva de certa quantidade de energia, que ficará a sua disposição para eventual
utilização.

Em tais casos, a jurisprudência do STJ é bastante pacífica quanto à incidência do ICMS apenas sobre a
demanda de energia efetivamente utilizada pela empresa, como se nota na súmula abaixo:

Súmula STJ 391 - O ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente à
demanda de potência efetivamente utilizada.

A despeito da pacífica jurisprudência do STJ, ocorrem indevidas cobranças de ICMS sobre a demanda de
energia contratada, mesmo que não tenha sido integralmente utilizada. Considerando que as empresas
fornecedoras de energia elétrica são concessionárias de serviços públicos, havendo, por conseguinte, uma
relação de submissão com o ente tributante, o STJ entende cabível o ajuizamento de ação de repetição do
indébito pelo consumidor final:

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 12


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

1. A Primeira Seção/STJ, ao apreciar o REsp 1.299.303/SC (Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJe de
14.8.2012), aplicando a sistemática prevista no art. 543-C do CPC, pacificou entendimento no
sentido de que o usuário do serviço de energia elétrica (consumidor em operação interna), na
condição de contribuinte de fato, é parte legítima para discutir a incidência do ICMS sobre a
demanda contratada de energia elétrica ou para pleitear a repetição do tributo mencionado,
não sendo aplicável à hipótese a orientação firmada no julgamento do REsp 903.394/AL (1ª
Seção, Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 26.4.2010 -

recurso submetido à sistemática prevista no art. 543-C do CPC).

2. Tal entendimento é aplicável, mutatis mutandis, ao caso concreto, não obstante se refira a
pedido de repetição de indébito do ICMS supostamente indevido em relação a serviço de
provedor de acesso à Internet (fornecido por concessionária de serviço público de
telecomunicação).

3. Agravo regimental não provido.

(STJ, REsp 447.690/PR, Segunda Turma, Rel. Min Eliana Calmon, Julgamento em 05/06/2003)

Veja que o mesmo raciocínio se aplica em relação ao ICMS indevido quando se refira a serviço de provedor
de acesso à Internet que seja fornecido por concessionária de serviço público de telecomunicação.

Restituição de juros e multas

Ao pleitear a restituição do tributo pago indevidamente, o sujeito passivo também possui direito à
restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e da multa moratória paga a maior.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 13


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Vamos ver um exemplo: Geraldo deve R$ 100,00, a título de tributo. A multa e os juros por atraso de
pagamento são calculados pelas respectivas taxas de 10% e 5%. Supondo que Geraldo, por equívoco,
entendeu que o tributo devido era de R$ 200,00 e efetuou o pagamento com atraso, acabou recolhendo o
valor total de R$ 230,00.

No entanto, ao tomar conta de que o pagamento foi efetuado a maior, Geraldo tem direito de ser restituído
em R$ 115,00 (R$ 100,00 de tributo, R$ 10,00 de juros e R$ 5,00 de multa moratória).

Vejamos, então, o que diz o caput art. 167 do CTN:

Art. 167. A restituição total ou parcial do tributo dá lugar à restituição, na mesma


proporção, dos juros de mora e das penalidades pecuniárias, salvo as referentes a
infrações de caráter formal não prejudicadas pela causa da restituição.

Com relação às infrações de caráter formal, ou seja, multas punitivas, não há qualquer restituição, pois não
decorrem do atraso do pagamento.

Juros de mora e correção monetária na restituição

No tópico anterior, nós estudamos a restituição das multas e juros pagos indevidamente, em função do
recolhimento do valor incorreto do tributo. Portanto, não se confunde com o que veremos a partir de agora:
correção monetária e juros devidos sobre o valor a ser restituído. O que seria isso?

Da mesma forma que o contribuinte, ao recolher o tributo em atraso, deve arcar com os encargos
financeiros, o Fisco também está sujeito ao pagamento de juros e correção monetária sobre o valor a ser
restituído ao sujeito passivo. Vamos, então, neste tópico, estudar o termo inicial da fluência dos juros de
mora e da correção monetária.

No que se refere aos juros de mora, o par. único do art. 167 estabelece que eles incidem sobre o valor da
restituição, a partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que determinar a restituição:

Art. 167. (...):

Parágrafo único. A restituição vence juros não capitalizáveis, a partir do trânsito em julgado da
decisão definitiva que a determinar.

Observação: Juros não capitalizáveis são os juros simples.

Essa regra também tem sido adotada pelo STJ, conforme se expõe a seguir:

Súmula STJ 188 - Os juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do
trânsito em julgado da sentença.

Dessa forma, a partir do trânsito em julgado da decisão judicial, inicia-se a incidência dos juros de mora.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 14


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

A partir de então, sendo a dívida da Fazenda paga ao contribuinte por meio de precatórios, precisamos nos
atentar à regra disposta no art. 100, § 5º, da CF/88, que prevê que, quanto aos precatórios apresentados até
02 de abril de cada ano, deverão ser pagos até o final do exercício seguinte.

Observação: Precatório é o documento expedido pelo Poder Judiciário para inclusão da


verba necessária no orçamento público do ano seguinte. É o meio pelo qual as dívidas da
Fazenda, decorrentes de sentenças judiciais, são pagas.

Vejamos o que consta no art. 100, da CF/88:

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem
cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a
designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais
abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)

§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários,


vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude
de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os
demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

(...)

§ 5º É obrigatória a inclusão no orçamento das entidades de direito público de verba


necessária ao pagamento de seus débitos oriundos de sentenças transitadas em julgado
constantes de precatórios judiciários apresentados até 2 de abril, fazendo-se o pagamento
até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados
monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 114, de 2021)

Diante do exposto, o STF sumulou o seguinte entendimento:

Súmula Vinculante 17 - Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da


Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos.

Isso significa que, com a inscrição do precatório até 02 de abril até o final do exercício seguinte (31 de
dezembro do próximo ano), não há incidência de juros de mora. A incidência dos juros só volta a ocorrer se
o precatório não for pago dentro do prazo que é, como se afirmou, 31 de dezembro do ano seguinte.

Segue abaixo uma ilustração do que foi visto até o momento, adaptada da obra do professor Ricardo
Alexandre1:

1
ALEXANDRE, Ricardo. Direito tributário esquematizado. 4ª Edição. 2010. Pág. 436.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 15


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Não incidem juros


de mora
Súmula Vinculante 17

Juros de mora
Juros de mora Se o pagamento não foi
Súmula STJ 188 CTN, art. feito
167, par. único

Pagamento Ação de repetição do Trânsito em 02/04/X1 31/12/X2


Indevido indébito julgado

No que se refere à correção monetária - atualização monetária em face da inflação -, a contagem é diferente,
já que o valor da restituição deve ser corrigido desde a data do pagamento indevido. Vejamos a pacífica
jurisprudência do STJ, cristalizada na Súmula 162:

Súmula STJ 162 - Na repetição de indébito tributário, a correção monetária incide a partir do
pagamento indevido.

Esses são os conhecimentos que devemos levar para a prova. O candidato precisa memorizar as Súmulas 162
e 188 do STJ. Portanto, você já sabe o seguinte:

Juros de Mora → A partir do trânsito em julgado da sentença.

Correção Monetária → A partir da data do pagamento indevido.

No que se refere à taxa de juros de mora aplicável, a jurisprudência mais recente do STJ tem caminhado no
sentido de que, após a edição da Lei 9.250/1995, aplica-se a taxa SELIC desde o recolhimento indevido, não
podendo ser cumulada com qualquer outro índice de juros ou atualização monetária.

Ocorre que a SELIC não engloba apenas a correção monetária, mas também o valor dos juros o que, a priori,
destoaria do disposto no art. 167, par. único, do CTN, e da Súmula 188, do próprio STJ, no sentido de que os
juros são devidos apenas a partir do trânsito em julgado da sentença. No entanto, a jurisprudência da Corte
tem seguido o raciocínio de que deve ser utilizado na repetição do indébito o mesmo índice utilizado na
cobrança dos débitos dos contribuintes em atraso perante o Fisco que, na esfera federal, é a taxa SELIC.

Nessa linha, o STJ já sumulou o seguinte entendimento para os tributos estaduais:

Súmula STJ 523 - A taxa de juros de mora incidente na repetição de indébito de tributos estaduais
deve corresponder à utilizada para cobrança do tributo pago em atraso, sendo legítima a
incidência da taxa Selic, em ambas as hipóteses, quando prevista na legislação local, vedada sua
cumulação com quaisquer outros índices.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 16


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Observação: Os Estados não estão obrigados a utilizar a SELIC.

De acordo com o próprio Superior Tribunal de Justiça (REsp 879.844/MG), raciocínio diverso importaria
tratamento anti-isonômico, porquanto a Fazenda restaria obrigada a reembolsar os contribuintes por esta
taxa SELIC, ao passo que, no desembolso, os cidadãos exonerar-se-iam desse critério, gerando desequilíbrio
nas receitas fazendárias.

Se a questão cobrar restituição, citando a taxa SELIC, entenda que deve ser aplicada desde
o recolhimento indevido, vedada qualquer cumulatividade com outros índices.

Caso contrário, considere as Súmulas 162 e 188, ambas do STJ.

Obs.: Guarde, ainda, que a taxa de juros de mora na restituição dos tributos deve ser a mesma
utilizada na cobrança do tributo pago em atraso.

Prazo para pleitear a restituição

Você se lembra de quando estudamos o art. 165 do CTN? Naquele momento, eu disse que os incisos desse
artigo se referem, basicamente, a duas situações distintas: restituição sem instauração de litígio (incisos I e
II) e restituição com instauração de litígio (inciso III).

Pois bem, a partir de agora, estudaremos os prazos para pleitear a restituição nas duas situações. O que você
deve saber, de antemão, é que o prazo é sempre de 5 anos, variando apenas o termo inicial da contagem
desse prazo.

Os incisos I e II do art. 165 do CTN querem dizer a mesma coisa. Podemos dizer que se referem as mais
diversas situações que levam o contribuinte a realizar o pagamento indevidamente, com exceção da hipótese
prevista no inciso III do mesmo artigo, referente ao pagamento indevido realizado no curso de processo
administrativo ou judicial.

Seguindo o raciocínio esposado acima, o art. 168, I, determina que o prazo para pleitear a restituição nas
hipóteses tratadas nos incisos I e II do art. 165 é de 5 anos, contados da data da extinção do crédito
tributário.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 17


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Uma observação deve ser feita neste ponto: na sistemática do lançamento de ofício e por declaração, o
pagamento extingue de imediato o crédito tributário. Contudo, no lançamento por homologação, não é bem
assim que acontece.

Quando o tributo é lançado por homologação, o sujeito passivo tem o dever de efetuar o pagamento sem
prévio exame da autoridade administrativa, de sorte que a extinção definitiva do crédito tributário só ocorre
com a homologação.

Como sabemos que o prazo que a autoridade possui para homologar é de 5 anos e que, muitas vezes, a
homologação ocorre tacitamente (automática, após o curso do prazo quinquenal), na prática, o sujeito
passivo teria o prazo de 10 anos para pleitear a restituição.

Explique-se melhor: se a autoridade administrativa deixar ocorrer a homologação tácita, a extinção


definitiva do crédito tributário ocorre 5 anos após a data do fato gerador. A partir daí, inicia-se a contagem
do prazo para o contribuinte pleitear a restituição. Foi com base nesse raciocínio que o STJ sustentou a tese
dos “5+5”.

Contudo, com o advento da LC 118/05, foi estabelecida a seguinte regra:

Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro
de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de
tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado
de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei.

Com base no dispositivo acima citado, podemos afirmar que o prazo estabelecido no art. 168, I, é contado a
partir do momento do pagamento antecipado, nos tributos que seguem a sistemática do lançamento por
homologação. Desse modo, o prazo de 5 anos conta-se do pagamento, da mesma forma como ocorre com
as outras modalidades de lançamento.

Pode-se afirmar que o prazo para buscar restituição, com base no art. 168, I, é de 5 anos,
contados do pagamento indevido.

Observação: O art. 4º, da LC 118/05, determinou que o art. 3º produz efeitos retroativos.
O raciocínio do legislador era de que a norma era meramente interpretativa (CTN, art. 106,
I).

Contudo, a jurisprudência do STF e STJ já se encontra pacífica no sentido de que o citado


art. 3º produz efeitos prospectivos. Sendo assim, todas as ações ajuizadas após a vigência
da LC 118/05 estão submetidas ao novo prazo (apenas 5 anos), ainda que se refiram a
pagamentos anteriores à vigência da referida LC.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 18


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

É interessante memorizar que o prazo prescricional para pleitear a repetição do indébito pelo contribuinte
não é interrompido com o pedido administrativo de compensação ou de restituição, conforme
jurisprudência pacífica do STJ:

Súmula STJ 625 - O pedido administrativo de compensação ou de restituição não interrompe o


prazo prescricional para a ação de repetição de indébito tributário de que trata o art. 168 do CTN
nem o da execução de título judicial contra a Fazenda Pública.

Finalizado o estudo do inciso I, do art. 168, vamos avançar para o inciso II deste artigo, que se refere ao prazo
para pleitear restituição de pagamento indevido, realizado no curso de processo administrativo ou judicial,
em que se discute a legitimidade do lançamento.

Trata-se de situação de difícil verificação prática, que consiste no seguinte: o sujeito passivo, ao obter uma
==590be==

decisão desfavorável, seja ela administrativa ou judicial, paga o tributo, oferecendo, em seguida, recurso
contra a decisão condenatória.

Na realidade, o que é mais comum de acontecer é o não pagamento no âmbito do processo administrativo,
pois as reclamações e os recursos nessa esfera têm o condão de suspender a exigibilidade do crédito
tributário. No que se refere ao processo judicial, o sujeito passivo normalmente efetua o depósito do
montante integral, que também suspende o crédito tributário, em vez de pagar o tributo.

O que se quis dizer na redação do dispositivo foi que o pagamento foi efetuado diante de decisão
condenatória contra a qual cabia recurso. No julgamento desse recurso, o sujeito passivo obteve anulação
da decisão anterior, obtendo decisão favorável. É nesse momento que se inicia a contagem do prazo de 5
anos para pleitear a restituição.

Por último, ressalte-se que a contagem do prazo limite para pleitear a restituição não é afetada se o tributo,
ou melhor, a lei instituidora do tributo for declarada inconstitucional. Guarde isso!

Prazo para anular decisão administrativa denegatória

Após a realização do pagamento indevido, o sujeito passivo pode pleitear a restituição tanto no âmbito
administrativo como no Judiciário. Em qualquer caso, o prazo é de 5 anos.

Havendo opção pela via administrativa, tendo obtido decisão final desfavorável, o contribuinte tem o direito
de acionar o Poder Judiciário, com vistas a anular a decisão administrativa que denegou a restituição do
tributo pago indevidamente.

Vejamos o que diz o art. 169 do CTN:

Art. 169. Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar
a restituição.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 19


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Parágrafo único. O prazo de prescrição é interrompido pelo início da ação judicial,


recomeçando o seu curso, por metade, a partir da data da intimação validamente feita ao
representante judicial da Fazenda Pública interessada.

Repare que o dispositivo cria um evidente privilégio ao Fisco devedor da ação de restituição proposta pelo
sujeito passivo: o prazo exíguo de 2 anos.

O dispositivo também prescreve que ocorre a interrupção do prazo prescricional pelo início da ação judicial,
que ocorre com a distribuição da ação.

Ademais, em vez de devolver o prazo integralmente, como é típico do fenômeno da interrupção, optou-se
por recomeçar o prazo da metade, a partir da data da intimação (ou citação) feita ao representante judicial
da Fazenda Pública. Trata-se de mais um privilégio, que impede que o prazo de 2 anos seja estendido.

Destaque-se que se o prazo for interrompido com 2 meses, por exemplo, o seu curso não será reiniciado pela
metade, já que não se pode reduzir o prazo, para torná-lo inferior a 2 anos. No caso exemplificado, será
reiniciada a contagem de mais 1 ano e 10 meses.

A regra se refere à prescrição intercorrente, que ocorre caso o processo judicial não se conclua no prazo
fixado. É claro que esse prazo só se exaure se o autor da ação (sujeito passivo) for o responsável pela
paralisação do processo.

Embora possa parecer complexo, saiba que, nas provas de concurso público, normalmente o assunto
costuma ser cobrado pela literalidade do art. 169, o que torna a resolução das questões muito simples.

(ISS-Campinas-Auditor Fiscal/2019) A empresa W é dona de dois terrenos vizinhos no Município R, cada um


considerado um contribuinte distinto para fins de IPTU (SQL 1 e SQL 2). No terreno SQL 1, há uma edificação.
Já no SQL 2, há apenas um terreno.
No ano seguinte ao lançamento do IPTU, a empresa W observa que deixou de pagar o imposto relativo ao
SQL 1, tendo pago apenas o IPTU relativo ao SQL 2. Para corrigir o problema, a empresa faz o pagamento a
destempo com os respectivos juros e multa. Porém, novamente por erro, a empresa W, no momento desse
pagamento a destempo, identifica equivocadamente o sujeito passivo do pagamento como sendo o SQL 2 e
não o SQL 1. Não há no município lei autorizando a compensação de tributos.
Sobre a situação descrita, é correto afirmar, com base na legislação nacional, que
a) por se tratar de erro do próprio contribuinte, não é possível, no caso descrito, o deferimento de eventual
pedido de restituição, não sendo também possível a compensação do imposto pago a maior com a dívida,
diante da inexistência de lei autorizativa.
b) é possível a realização de pedido de restituição do pagamento indevido feito à municipalidade em razão
de erro na identificação do sujeito passivo, mas não será possível a restituição dos juros de mora e da multa
paga.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 20


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

c) não é possível a compensação tributária no caso por se tratarem de impostos distintos, uma vez que para
o SQL 2 é cobrado apenas o imposto territorial e para o SQL 1 é devido também o imposto predial.
d) é possível a realização de pedido de restituição do pagamento indevido feito à municipalidade em razão
de erro na identificação do sujeito passivo, dando lugar à restituição, na mesma proporção, dos juros de
mora e da multa paga.
e) embora não haja lei municipal autorizando a compensação tributária, esta decorre das próprias normas
gerais de direito tributário, sendo recomendável que a empresa entre com pedido de compensação do
pagamento em duplicidade feito para o SQL 2 com a dívida do SQL 1.
Comentário: De acordo com o art. 167, do CTN, é possível a realização de pedido de restituição do
pagamento indevido feito à municipalidade em razão de erro na identificação do sujeito passivo, dando lugar
à restituição, na mesma proporção, dos juros de mora e da multa paga.
Gabarito: Letra D
(STJ-Analista Judiciário/2018) A taxa de juros de mora incidente na repetição do indébito tributário deve
corresponder àquela utilizada para a cobrança do tributo pago em atraso.
Comentário: Trata-se de jurisprudência do STJ, que hoje encontra-se sumulada: A taxa de juros de mora
incidente na repetição de indébito de tributos estaduais deve corresponder à utilizada para cobrança do
tributo pago em atraso, sendo legítima a incidência da taxa Selic, em ambas as hipóteses, quando prevista
na legislação local, vedada sua cumulação com quaisquer outros índices.
Gabarito: Correta
(SEFAZ-SC-Auditor Fiscal/2018) Antônio, sócio gerente de um estabelecimento atacadista localizado em
Blumenau/SC, em razão de limitação de recursos financeiros, deixou de realizar o pagamento de alguns
tributos estaduais cujo prazo de vencimento ocorreu entre janeiro e dezembro de 2017. Mas, no decorrer
do primeiro semestre de 2018, ocorreu uma melhora na liquidez da empresa, e ele promoveu o recolhimento
de um valor substancial, porém insuficiente, para liquidar os débitos para com a Fazenda Pública do Estado.
Diante dos fatos descritos, e considerando o disposto no Código Tributário Nacional (CTN), a autoridade
administrativa competente deve
a) intimar o sujeito passivo, na pessoa de seu representante legal, para realizar o pagamento do saldo
remanescente, sob pena de imputar o valor recebido ao pagamento dos impostos prescritos e decaídos, e
depois, sucessivamente, os impostos ativos, as multas, as taxas e o juros.
b) imputar, primeiro, os impostos, na ordem crescente de montante, e depois as taxas, multas e juros.
c) imputar, dentre os débitos por obrigação própria, primeiro, às contribuições de melhoria, depois às taxas
e por fim aos impostos.
d) notificar a empresa, na pessoa de Antônio, para completar o pagamento do valor faltante ou solicitar a
restituição do valor recolhido, sob pena de perda do valor para a Fazenda Pública.
e) imputar o valor recebido, aos débitos vencidos e vincendos, pagando primeiro o ICMS, e suas multas e
juros, depois o IPVA, com os acréscimos devidos, e finalmente as taxas e multas.
Comentário: Como o montante pago por Antônio é insuficiente para liquidar suas obrigações, ocorrerá a
imputação em pagamento, nos termos do art. 163, do CTN, que estabelece as seguintes prioridades:
I - em primeiro lugar, aos débitos por obrigação própria, e em segundo lugar aos decorrentes de
responsabilidade tributária;
II - primeiramente, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos;

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 21


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

III - na ordem crescente dos prazos de prescrição;


IV - na ordem decrescente dos montantes.
Logo, ficamos com a Alternativa C, que estabelece a imputação, dentre os débitos por obrigação própria,
primeiro, às contribuições de melhoria, depois às taxas e por fim aos impostos (incisos I e II, do art. 163).
Gabarito: Letra C
(SEFAZ-SC-Auditor Fiscal/2018) Pedro, gerente tributário de um fábrica localizada em Criciúma/SC,
determinou, por engano, o pagamento espontâneo de tributo em valor maior que o devido em face da
legislação tributária aplicável. Após a realização do pagamento, via transferência bancária, ele constatou o
equívoco. Nesse caso, conforme estabelece o Código Tributário Nacional (CTN),
a) o direito do sujeito passivo à restituição total do tributo indevidamente recolhido independe de prévio
protesto, seja qual for a modalidade do seu pagamento.
b) a restituição, se realizada, será pelo valor nominal da parcela do tributo pago a maior, sem incluir o valor
referente à correção monetária e aos juros eventualmente recolhidos, quando o erro for imputável ao sujeito
passivo.
c) o sujeito passivo tem o direito de solicitar a restituição do valor indevidamente pago, desde que proteste
por isto no prazo de 45 dias, contados da data do recolhimento indevido, e que este tenha sido realizado
mediante transferência bancária com identificação do remetente e do tributo a liquidar.
d) a restituição somente poderá ser realizada no exercício seguinte, se o sujeito passivo apresentar a
solicitação até o dia 15 de novembro do ano corrente, instruído com cópia de certidão negativa de tributos
federais, estaduais e municipais e de débitos perante a Justiça do Trabalho.
e) o direito de pleitear a restituição prescreve em dois anos da data do pagamento indevido do tributo.
Comentário:
Alternativa A: De acordo com o art. 165, do CTN, o sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio
protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento. Alternativa
correta.
Alternativa B: O art. 167, par. único, do CTN, prevê que a restituição vence juros não capitalizáveis, a partir
do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. Alternativa errada.
Alternativa C: O direito à restituição independe de prévio protesto. Alternativa errada.
Alternativa D: Não há qualquer regra impondo a necessidade de solicitação até o dia 15 de novembro do
ano corrente, bem como cópia de certidão negativa de tributos federais, estaduais e municipais e de débitos
perante a Justiça do Trabalho. Alternativa errada.
Alternativa E: O art. 168, do CTN, prevê que o direito de pleitear a restituição prescreve em cinco anos da
data da extinção do crédito tributário, ou do pagamento indevido, se o tributo for lançado por homologação.
Alternativa errada.
Gabarito: Letra A
(SEFAZ-PE-Julgador Administrativo Tributário/2015) A empresa Construnorte, que atua no seguimento da
construção civil, situada no Município de Caruaru/PE, adquire energia elétrica da distribuidora Energeste,
situada em Recife/PE, que, por sua vez, recolhe ICMS sobre a energia fornecida e sobre a demanda
contratada, ainda que não utilizada. A empresa Construnorte, então, sustentando que o imposto não incide

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 22


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

sobre a demanda contratada e não utilizada, promoveu ação de repetição de indébito. Diante da situação
hipotética, a empresa
a) Construnorte, na condição de contribuinte de direito, é parte legítima para discutir a incidência do ICMS
sobre a demanda contratada de energia e pleitear repetição do indébito.
b) Construnorte, na condição de contribuinte de fato, é parte legítima para discutir a incidência do ICMS
sobre a demanda contratada de energia e pleitear repetição do indébito.
c) Construnorte é parte ilegítima para discutir a incidência do ICMS sobre a demanda contratada de energia
e pleitear repetição do indébito, pois é contribuinte de fato de relação jurídico-tributária.
d) Construnorte é parte ilegítima para discutir a incidência do ICMS sobre a demanda contratada de energia
e pleitear repetição do indébito, pois é contribuinte de direito da relação jurídico-tributária.
e) Energeste, na condição de contribuinte de direito, é parte legítima para discutir a incidência do ICMS sobre
a demanda contratada de energia e pleitear repetição do indébito.
Comentário:
Alternativa A: A empresa Construnorte é contribuinte de fato, e não de direito. Alternativa errada.
Alternativa B: Esta questão aborda exatamente aqueles casos excepcionais em relação aos quais o STJ
autoriza o contribuinte de fato pleitear a restituição de tributo indireto. Trata-de de demanda de energia
contratada e não utilizada. Logo, a única alternativa correta é a Letra B.
Alternativa C: A situação em comento trata exatamente aqueles casos excepcionais em relação aos quais o
STJ autoriza o contribuinte de fato pleitear a restituição de tributo indireto. Alternativa errada.
Alternativa D: A empresa Construnorte é contribuinte de fato, e não de direito. Alternativa errada.
Alternativa E: Como houve a transferência do encargo relativa ao ICMS, a empresa Energeste não é parte
legítima para pleitear a restituição do imposto no caso em questão. Alternativa errada.
Gabarito: Letra B

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 23


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Compensação

A essência da compensação ocorre quando duas pessoas são devedoras e credoras uma da outra,
simultaneamente. Por exemplo: Sebastião deve ao Município de Salvador R$ 250,00, e este deve a Sebastião
R$ 100,00. As dívidas podem ser extintas até o montante em que se compensarem. No exemplo citado,
Sebastião continuará devendo à Fazenda Municipal o valor de R$ 150,00.

Nesse sentido, o art. 170 do CTN estabelece o seguinte:

Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em
cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos
tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo
contra a Fazenda pública. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010)

Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os
efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução
maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer
entre a data da compensação e a do vencimento.

De início, cumpre-nos destacar que o art. 170 traz apenas as regras gerais acerca do instituto da
compensação. Os detalhes devem ser estabelecidos na lei do ente federativo com o qual o contribuinte
deseja realizar a compensação. Nesse ponto, vale frisar: a compensação somente se faz possível se houver
lei autorizativa, estipulando quais os créditos que podem ser compensados.

Não é suficiente a previsão no CTN para realizar a compensação. Cada ente federativo deve
editar lei versando sobre a matéria.

Dito isso, vamos entender o dispositivo!

Os créditos tributários são aqueles devidos pelo sujeito passivo, ou seja, são créditos da Fazenda Pública,
mas representam débitos para o sujeito passivo. No que se refere aos créditos do sujeito passivo contra a
Fazenda, a situação é oposta e bastante óbvia: o sujeito passivo é o credor, e a Fazenda, devedora.

Observação: Os créditos do sujeito passivo não necessariamente possuem natureza


tributária.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 24


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Os créditos tributários devem sempre estar vencidos, ou seja, quando o legislador permite que a
compensação pode ter como objeto créditos vencidos ou vincendos, diz respeito aos créditos do sujeito
passivo contra a Fazenda Pública.

Nessa esteira, se os créditos do sujeito passivo forem vincendos, ou seja, ainda estiverem por vencer, serão
reduzidos (ajustados a valor presente) conforme os critérios definidos na lei autorizativa, desde que a
redação não seja superior ao juro de 1% ao mês.

Os créditos do sujeito passivo contra a Fazenda também devem ser certos (quanto à existência) e líquidos
(quanto ao valor). Para ilustrar essa regra, vamos ver um exemplo prático de compensação: imagine que a
lei tenha autorizado a compensação de créditos gerados por pagamentos indevidos a título de tributo. Em
vez de pleitear a restituição, seria muito mais simples ao sujeito passivo compensar com os créditos
tributários que deve a Fazenda, correto?

Entretanto, como vimos em tópicos anteriores, a discussão da legitimidade de valor já pago ao Fisco
==590be==

indevidamente. Até que ocorra o trânsito em julgado da decisão judicial, o crédito do sujeito passivo não é
certo (na decisão final, pode ser julgado que ele não existe), não podendo se tornar objeto de compensação,
até que a decisão se torne irrecorrível.

Com base nesse raciocínio, a LC 104/2001 incluiu a seguinte regra no CTN:

Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de


contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva
decisão judicial.

Vale destacar que a Lei 12.016/2009 (que regula o mandado de segurança) previu em seu art. 7º, § 2º, que
seria incabível a concessão de medida liminar em sede de mandado de segurança, com vistas a a
compensação de créditos tributários. O STJ chegou também sumulou esse entendimento, constante da
Súmula 212 (muito cobrada em provas anteriores), mas que atualmente não deve mais ser considerada como
correta, em razão da ADI 4296, do STF.

Explicamos melhor: o STF considerou inconstitucional o dispositivo da Lei 12.016/09, que impossibilitava a
concessão de medida liminar em sede de mandado de segurança. E como a jurisprudência do STF em ação
direta de inconstitucionalidade possui efeitos vinculantes para as demais esferas do Poder Judiciário, o STJ
cancelou a Súmula 212, pela incompatibilidade com a jurisprudência da Suprema Corte.

Fique atualizado para a sua prova:

A Súmula 212 do STJ foi cancelada, e eventual cobrança da assertiva a seguir na prova
deve ser considerada incorreta:

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 25


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

É errado dizer: A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação
cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória. (Súmula STJ 212 Cancelada)

Mas ainda é válida a Súmula 213, que afirma que o mandado de segurança constitui ação adequada para
declarar direito à compensação tributária:

Súmula STJ 213 - O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito
à compensação tributária.

O fato é que até o trânsito em julgado da decisão judicial muito tempo se passaria, motivo que acabou
levando muitos contribuintes a efetuarem compensações por sua conta antes do encerramento do processo
judicial. É evidente que isso levaria a autuações por parte da Fazenda, já que, até o momento, não havia
qualquer decisão judicial embasando a referida compensação.

Nesse contexto, ao realizar suas compensações sem aparado em decisão judicial transitada em julgado, os
contribuintes ajuizavam outro mandado de segurança com a finalidade de convalidar suas compensações,
evitando que sobreviessem autuações por parte do Fisco, motivo que levou o STJ a editar a Súmula 460:

Súmula STJ 460 - É incabível o mandado de segurança para convalidar a compensação tributária
realizada pelo contribuinte.

Transação

No âmbito do Direito Tributário, a transação tem por objetivo por fim a um litígio – administrativo ou judicial
- instaurado entre o sujeito passivo e a Fazenda Pública.

Trata-se de uma forma alternativa para solucionar os conflitos entre as partes, mediante concessões mútuas,
ou seja, cada parte cede parte de seu direito, a fim de que se chegue a um consenso.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 26


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Diferentemente do Direito Civil, no Direito Tributário, a transação é terminativa (guarde


essa palavra), ou seja, só existe diante de um litígio.

Não obstante a autorização da transação seja feita pela autoridade competente, nos termos do par. único
do art. 171, a transação só pode ocorrer mediante lei autorizativa.

Como exemplo, a lei pode autorizar a Fazenda a deixar de receber parte do crédito tributário, com a condição
de que o sujeito passivo desista do litígio e pague a parcela restante do crédito tributário dentro do prazo
previsto.

Observação: Veja que a extinção do crédito tributário pode ocorrer de forma combinada.
No exemplo acima, uma parte foi extinta pela transação e a outra, pelo pagamento.

Remissão

A remissão é conceituada como o perdão da dívida. Por se tratar de benefício fiscal, deve ser regulada em
lei específica, conforme estabelece o art. 150, § 6º, da CF/88.

Art. 172. A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:

I - à situação econômica do sujeito passivo;

II - ao erro ou ignorância excusáveis do sujeito passivo, quanto a matéria de fato;

III - à diminuta importância do crédito tributário;

IV - a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais


do caso;

V - a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.

Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se,
quando cabível, o disposto no artigo 155.

Observe que o art. 172 do CTN traz regras direcionadas ao legislador. Ou seja, ao editar a lei específica
concessora da remissão, o legislador deve seguir as diretrizes estabelecidas na norma acima.

Uma observação a ser feita é que não há conflito entre o que está previsto no art. 108, § 2º, do CTN, com o
art. 172, IV. Quando estudamos as técnicas de integração, vimos que o aplicador da lei não pode utilizar da
equidade como forma de dispensa do pagamento de tributo devido. Diferentemente disso, o art. 172, IV,
permite que o legislador conceda remissão, considerando as características pessoais o materiais do caso,
com base na equidade.

Destaque-se que a remissão pode se referir ao perdão tanto de tributo como de multas, desde que já tenha
sido constituído o crédito tributário. Se, por outro lado, ainda não tiver havido o lançamento, o benefício

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 27


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

será concedido sob a forma de isenção (para tributos) ou anistia (para multas), hipóteses de exclusão do
crédito tributário, que são estudadas em tópico próprio.

Se o crédito tributário está constituído = Remissão (tributo ou multa)

Se o crédito tributário não está constituído = Isenção (tributo) ou Anistia (multa)

Por fim, vamos relembrar do mnemônico MARIPA. Aplicam-se as regras da moratória concedida em caráter
individual (CTN, art. 155) à remissão, quando também estiver sendo concedida individualmente.

Vamos, então, relembrar como funciona: você deve saber que a remissão individual não gera direito
adquirido. Por isso, em alguns casos, basta que o sujeito passivo comprove que faz parte do rol daqueles
alcançados pela remissão.

De qualquer modo, não estando satisfeitos os requisitos ou as condições, a remissão é revogada, ficando o
sujeito passivo obrigado a pagar o crédito tributário acrescido de juros de mora. Caso seja constatado que
houve dolo ou simulação do beneficiado ou de terceiro para se beneficiar ilicitamente da remissão, haverá,
ainda, imposição de penalidade.

Cabe ressaltar também que há outra consequência, em se tratando da revogação da remissão: a contagem
do prazo de prescrição. Se houve dolo ou simulação, o tempo decorrido entre a concessão da remissão e sua
revogação não é contado para fins de prescrição. Por outro lado, se não houve dolo ou simulação, a
revogação da remissão só pode ocorrer antes de findar o prazo prescricional.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 28


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Decadência

Sabe-se que, com a ocorrência do fato gerador, surge a obrigação tributária. No entanto, a dívida somente
se torna exigível com o lançamento, que é o procedimento administrativo que constitui o crédito tributário.
O prazo decadencial é justamente o prazo que a autoridade administrativa possui para promover o
lançamento. No fim do prazo decadencial, ocorre a decadência.

Já o prazo prescricional é aquele que a Fazenda Pública possui, após o lançamento definitivo do tributo,
para promover a ação de execução fiscal, com o objetivo de satisfazer o crédito tributário. No fim do prazo
prescricional, ocorre a prescrição.

Veja, então, que antes do lançamento corre prazo decadencial e, após o lançamento, prazo prescricional.
Pode-se dizer, grosso modo, que o lançamento é marco que divide o prazo decadencial do prazo
prescricional.

Nesse ponto do nosso estudo, alguns detalhes devem ser frisados:

• Tanto o prazo decadencial como o prescricional são de 5 anos (a distinção ocorre na fixação do termo
inicial de contagem);
• Tanto a decadência como a prescrição são causas de extinção do crédito tributário (art. 156, V).
• O lançamento é o marco que divide o prazo decadencial do prazo prescricional.

Conforme o entendimento da jurisprudência e da doutrina, extinto o crédito, seja pela decadência ou pela
prescrição, não há qualquer direito da Fazenda Pública em receber o crédito. Portanto, se o contribuinte
paga crédito prescrito ou decaído, faz jus à restituição.

Deve-se destacar que, de acordo com o art. 146, III, b, da CF/88, cabe à lei complementar dispor sobre
normas gerais em matéria de prescrição e decadência tributárias. Sendo assim, não poderia, por exemplo,
uma lei ordinária estabelecer prazos diferentes do que foi previsto no CTN (norma recepcionada com status
de lei complementar).

Foi nessa linha que a Súmula Vinculante nº 8 do STF declarou inconstitucionais os dispositivos que previam
prazo decadencial e prescricional de 10 anos, contrariando o disposto no CTN.

Além desse conhecimento básico acerca do instituto da decadência, é necessário conhecer as diferentes
formas de contagem do prazo de 5 anos. Vamos, a partir deste momento, estudar cada uma delas.

Regra geral de contagem

A regra geral de contagem do prazo decadencial está prevista no art. 173, I, do CTN. De acordo com esse
dispositivo, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário (decadência) extingue-se em 5 anos,
contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.

Em tese, o lançamento pode ser efetuado logo após a ocorrência do fato gerador. Portanto, o início da
contagem do lapso temporal de 5 anos ocorre no dia 1º de janeiro do ano seguinte em relação à data de
ocorrência do fato gerador.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 29


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

A título de exemplo, imagine que o fato gerador de determinado tributo ocorra no dia 10 de janeiro de 2019.
Nesse caso, o prazo decadencial começa a ser contado a partir de 01 de janeiro de 2020. O prazo decadencial
se expira no dia 31 de dezembro de 2024. Com isso, podemos dizer que a partir de 01 de janeiro de 2025 já
terá ocorrido a decadência, e o crédito tributário estará definitivamente extinto.

É muito importante que você perceba que, muito embora o prazo seja de 5 anos, as regras de contagem
podem fazer com que o prazo chegue praticamente aos 6 anos, se o fato gerador tiver ocorrido no dia 01 de
janeiro, por exemplo.

Cumpre-nos destacar que a regra geral não se aplica aos tributos lançados por homologação. A contagem
do prazo decadencial nos tributos em que se aplica tal modalidade de lançamento recebeu tratamento
específico, o qual será estudado mais adiante.

O prazo decadencial possui regras específicas para os tributos lançados por homologação.

Regra da antecipação da contagem

A regra da antecipação da contagem do prazo decadencial está prevista no par. único do art. 173, do CTN,
que estabelece o seguinte:

Art. 173 - (...):

Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o
decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição
do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida
preparatória indispensável ao lançamento.

Nós vimos que a regra geral é de que o prazo decadencial seja contado a partir do primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, correto?

Ocorre que, se nesse intervalo (entre a data do fato gerador e o primeiro dia do exercício seguinte) a
autoridade fiscal notificar o sujeito passivo de alguma medida indispensável ao lançamento, como o início
de um procedimento de fiscalização, por exemplo, haverá antecipação da contagem do prazo decadencial
para a data em que o sujeito passivo toma ciência do termo de início de fiscalização.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 30


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Se a notificação do início de procedimento fiscal ocorrer após o “primeiro dia do exercício


seguinte”, não haverá impacto sobre o curso do prazo decadencial.

Regra da anulação do lançamento por vício formal

Consoante o disposto no art. 173, II, do CTN, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário
extingue-se após o prazo de 5 anos, contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver
anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.

Trata-se de uma regra bastante tranquila de se entender. Vamos ver um exemplo prático:

Determinado sujeito passivo é notificado do lançamento de um tributo contra ele efetuado. Discordando de
alguns aspectos descritos na notificação, o sujeito passivo impugna o lançamento. Ao final do litígio, chega-
se à conclusão de que, embora o fato gerador tenha ocorrido, a autoridade que promoveu o lançamento não
possuía competência para o ato. A consequência disso é a anulação do lançamento.

De acordo com o que estudamos até o momento, se houve lançamento, não há mais contagem de prazo
decadencial, e sim prescricional. Contudo, veja que o lançamento foi anulado em decorrência de vício
formal.

Observação:

Vício formal: diz respeito aos requisitos burocráticos.

Exemplo: competência da autoridade.

Vício material: diz respeito à obrigação tributária.

Exemplo: não ocorrência do fato gerador.

Em decorrência da anulação, a Fazenda Pública deverá promover novo lançamento, corrigindo os erros
formais ocorridos no lançamento anterior. Para isso, ela possui novamente à sua disposição o prazo de 5
anos, contados da data da decisão definitiva que anulou o lançamento.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 31


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

A devolução do prazo decadencial ocorre integralmente, ou seja, mais 5 anos para a


Fazenda realizar novamente o lançamento. Contudo, a regra somente se aplica quando o
vício do lançamento é formal.

A devolução integral do prazo decadencial é denominada interrupção de prazo decadencial. Esse é o


entendimento de parte da doutrina. Há quem entenda também que se trata de novo prazo decadencial, não
havendo interrupção.

Observação:

A interrupção de um prazo, seja ele decadencial ou prescricional, indica que o prazo antigo
é abandonado e novo prazo começar a ser contado novamente. Ou seja, o prazo é
integralmente devolvido.

A suspensão de um prazo indica que a contagem é suspensa, retornando, quando


legalmente determinado, do momento em que havia parado.

Prazo decadencial nos tributos lançados por homologação

Na modalidade de lançamento por homologação, o sujeito passivo efetua o pagamento antecipado, sem
prévio exame da autoridade administrativa. Posteriormente, esta homologa o lançamento, extinguindo o
crédito tributário.

O prazo para homologação, como já foi visto no nosso curso, é de 5 anos, contados da data da ocorrência
do fato gerador (CTN, art. 150, § 4٥). Se a homologação não ocorrer dentro do prazo, haverá a homologação
tácita, ou seja, considera-se que o procedimento levado a cabo pelo contribuinte estava correto.

O curso desse prazo também possui outra função, que é a possibilidade de a Fazenda Pública constatar
eventuais diferenças que deixaram de ser pagas e constituir de ofício tais valores, com base no art. 149, V,
do CTN.

Portanto, o prazo de 5 anos, contados da data da ocorrência do fato gerador é o prazo decadencial que a
Fazenda possui para homologar a atividade do sujeito passivo e, sendo o caso, efetuar lançamento
suplementar.

Contudo, nem sempre o prazo quinquenal é contado a partir da data de ocorrência do fato gerador (CTN,
art. 150, § 4º). Há algumas exceções que serão vista a partir de agora.

Nos casos em que o sujeito passivo não declara nem paga qualquer valor até a data do vencimento, aplica-
se a regra geral das demais modalidades de lançamento, ou seja, o prazo de 5 anos é contado a partir do
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (CTN, art. 173, I).

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 32


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Afinal, como a homologação incide sobre o pagamento realizado pelo sujeito passivo, se não há pagamento
nem declaração, não há o que homologar. Nesse sentido, é a redação da Súmula 555 do STJ:

Súmula STJ 555 - Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para
o Fisco constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos
casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio
exame da autoridade administrativa.

Por outro lado, se o sujeito passivo declara e paga o crédito tributário apenas de forma parcial, a regra é
aquela típica dos tributos lançados por homologação, ou seja, conta-se 5 anos a partir da data do fato
gerador (CTN, art. 150, § 4º).

Observação: Neste caso, como já foi dito, eventuais diferenças ficam sujeitas ao
lançamento suplementar, realizado de ofício, com base no art. 149, V, do CTN.
==590be==

Cabe destacar que o próprio § 4º, do art. 150, do CTN, excetua da regra dos tributos lançados por
homologação, quando for comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Diante da inexistência
de regra específica sobre o assunto, aplica-se também nesta situação a regra geral da decadência, prevista
no art. 173, I, do CTN.

Por último, temos também a situação em que o contribuinte presta a declaração, mas não efetua o
pagamento devido no vencimento. Nesse caso, entende o STJ que a declaração do sujeito passivo é
suficiente para constituir o crédito tributário (sem o respectivo lançamento), não havendo mais que se falar
em decadência, mas, sim, em prescrição:

1. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, considera-se constituído o crédito


tributário no momento da declaração realizada pelo contribuinte.

2. A declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito tributário,


sendo este exigível independentemente de qualquer procedimento administrativo, de forma que,
não sendo o caso de homologação tácita, não se opera a incidência do instituto da decadência
(CTN, art. 150, § 4º), incidindo apenas prescrição nos termos delineados no art. 174 do CTN.

(STJ, AgRg no Ag 884.833/SC, Segunda Turma, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Julgamento em
25/09/2007)

Nesse sentido, veja a Súmula 436, lavrada pelo STJ:

Súmula STJ 436 - A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui
o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco.

Vejamos um exemplo prático: a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) é uma
declaração obrigatória para pessoas jurídicas em geral, referindo-se a diversos impostos e contribuições
federais. O objetivo é informar o fisco sobre os tributos apurados pela empresa. A entrega dessa declaração
constitui o crédito tributário, dispensando as providências do fisco nesse sentido.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 33


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Há que se destacar que, prestando a declaração desacompanhada de pagamento no vencimento, o sujeito


ativo da obrigação tributária pode inscrever o sujeito passivo em dívida ativa, atividade preparatória para
promover a ação de execução fiscal.

DECADÊNCIA – Lançamento por Homologação (Prazo de 5 Anos)

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 34


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Amigo(a), nosso foco aqui é fazer com que você não seja surpreendido na hora da prova. É claro que,
normalmente, as questões apenas trazem exemplos como eu trouxe acima, e, após ter aprendido aqui
comigo, será muito fácil resolvê-las!

Porém, permita-me aprofundar um pouco mais em algo que eventualmente cai (e pode cair na sua prova!):
como faremos a contagem dos prazos se a banca mencionar que o fato gerador, em um tributo lançado
por homologação, ocorreu em um sábado ou domingo, por exemplo?

Nesses casos, e apenas nesses casos, ou seja, se a banca não falar nada sobre isso, não se preocupe em
investigar se aquela data era ou não feriado, você precisa se atentar ao disposto no art. 210, do CTN, que é
um dispositivo que trata das regras de contagem dos prazos previstos no CTN. Sendo assim, sempre que você
precisar verificar como um prazo previsto no CTN será contado, você deve recorrer ao art. 210, cuja redação
é a seguinte:

Art. 210. Os prazos fixados nesta Lei ou legislação tributária serão contínuos, excluindo-se
na sua contagem o dia de início e incluindo-se o de vencimento.

Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na


repartição em que corra o processo ou deva ser praticado o ato.

Veja, então, que se o fato gerador ocorreu em um sábado ou domingo, você adia o início da contagem para
a segunda-feira seguinte (se for dia útil). Isso é bastante raro de ser cobrado, mas pode cair. Então, fique
atento!

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 35


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Prescrição

Como já foi dito, opera-se a prescrição quando não há propositura de ação de execução fiscal dentro do
prazo estabelecido no CTN, com o objetivo de cobrar do sujeito passivo o crédito tributário na via judicial.

O prazo para que se promova a ação de execução fiscal é de 5 anos, contados da data da constituição
definitiva do crédito tributário. Dissemos anteriormente que, após o lançamento, o prazo era prescricional,
e de fato é. Contudo, tal prazo só começa a ser contado a partir do dia em que não mais se discute a
legitimidade do lançamento, ou seja, a partir do dia em que o crédito tributário é considerado
definitivamente constituído.

Importa-nos saber quando ocorre a constituição definitiva do crédito. Novamente, vamos nos lembrar: ao
ser notificado do lançamento, o sujeito passivo tem um prazo fixado em lei para pagar ou impugnar o
lançamento.

Caso o sujeito passivo cumpra com a obrigação tributária, pagando o tributo contra ele lançado, o crédito
tributário é extinto pelo próprio pagamento (CTN, art. 156, I).

Se, por outro lado, o sujeito passivo impugnar o lançamento, instaura-se um litígio entre a Fazenda Pública
e o contribuinte ou responsável, em que se discute o crédito tributário. Ao final, caso a decisão seja
desfavorável ao sujeito passivo, mantendo o crédito lançado, ocorre a constituição definitiva do crédito
tributário.

Imaginemos, ainda, que o sujeito passivo, notificado do lançamento, não tome qualquer medida para efetuar
o pagamento ou impugnar o lançamento. Nesse caso, também haverá a constituição definitiva do crédito
tributário.

Entendeu? É exatamente assim a jurisprudência do STJ. Veja:

Súmula STJ 622 - A notificação do auto de infração faz cessar a contagem da decadência para a
constituição do crédito tributário; exaurida a instância administrativa com o decurso do prazo
para a impugnação ou com a notificação de seu julgamento definitivo e esgotado o prazo
concedido pela Administração para o pagamento voluntário, inicia-se o prazo prescricional para
a cobrança judicial.

Perceba, então, que a constituição definitiva está relacionada ao fato de o lançamento não poder mais ser
discutido. Afinal de contas, se o prazo prescricional é o prazo para a Fazenda promover a execução fiscal do
sujeito passivo, não faz sentido algum executar algo que não se sabe ao certo se continuará existindo (a
impugnação pode resultar na anulação do cancelamento).

Novamente, vale lembrar que o art. 146, III, b, da CF/88, determina que cabe à lei complementar definir
normas gerais acerca da decadência e prescrição tributária. Portanto, somente outra lei complementar
poderia alterar os prazos ou criar outras regras e restrições.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 36


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Estando o crédito tributário prescrito, ao fim do prazo quinquenal previsto no CTN, o que
ocorre se a Fazenda Pública ainda assim executar o sujeito passivo?

Neste caso, vale a Súmula 409 do STJ, cuja redação é a seguinte: “Em execução fiscal, a
prescrição ocorrida antes da propositura da ação pode ser decretada de ofício (art. 219, §
5º, do CPC).”

Veja que a prescrição será decretada de ofício pelo juiz, e isso pode se dar mesmo sem a
oitiva da Fazenda Pública, conforme demonstra a jurisprudência do STJ, na ementa do
julgamento do REsp 733.286-RS.

Vale observar que a Súmula 409 considera o antigo CPC. No Novo CPC (Lei 13.105/2015), o
dispositivo que embasa a decretação da prescrição é o art. 332, § 1º.

Prescrição para Tributos Lançados por Homologação

Estudamos acima que o termo inicial do prazo prescricional é a data de constituição definitiva do crédito
tributário. Contudo, em se tratando de tributos lançados por homologação, é preciso tomar cuidado, pois a
entrega da declaração, confessando a dívida, constitui o crédito tributário.

Neste caso, o prazo prescricional será contado a partir de que momento? Vejamos a jurisprudência do STJ
sobre o tema:

“(...)1. A Primeira Seção deste STJ no julgamento do REsp 1.120.295/SP, processado sob o rito do
art. 543-C do CPC, confirmou entendimento no sentido de que o termo inicial do prazo
prescricional quinquenal para cobrança dos tributos sujeitos a lançamento por homologação é
a data do vencimento da obrigação tributária, e, quando não houver pagamento, a data da
entrega da declaração, sendo esta posterior.

(...)”

(STJ, AgRg no AREsp 349.146/SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sérgio Kukina, Julgamento em
07/11/2013)

Portanto, o termo inicial do prazo prescricional é a data do vencimento da obrigação tributária ou a


data da entrega da declaração, caso esta entrega ocorra em momento posterior ao vencimento da referida
obrigação. Para não se perder no raciocínio, é sempre recomendável ter em mente que é a declaração que
vai constituir o crédito tributário. Se a declaração não foi entregue, não há que se falar em prescrição, mas
ainda na decadência!

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 37


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Tributos lançados por homologação

Termo inicial da prescrição:

Data do vencimento; ou

Data da entrega da declaração, se esta for posterior.

==590be==

Interrupção do prazo prescricional

O legislador do CTN estabeleceu algumas situações que interrompem o prazo prescricional. Interromper
significa que o prazo é integralmente devolvido, contado do “zero” novamente.

Vejamos, então, o que diz o art. 174 do CTN:

Art. 174 - (...):

Parágrafo único. A prescrição se interrompe:

I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp
nº 118, de 2005)

II - pelo protesto judicial;

III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;

IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento
do débito pelo devedor.

São quatro hipóteses de interrupção do prazo prescricional. Nas três primeiras, a interrupção é consequência
de ato judicial. Apenas a última se refere à possibilidade de o ato ser realizado na órbita administrativa
(extrajudicial).

Observação: O inciso IV traz também a única hipótese em que ocorre interrupção da


prescrição por iniciativa do devedor.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 38


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Se cair na prova uma questão afirmando a possibilidade de o prazo prescricional ser


interrompido por iniciativa do devedor, a assertiva estará correta!

O art. 174, I, traz como hipótese interruptiva do prazo prescricional o despacho do juiz que ordena citação
em execução fiscal. Vamos entender o que vem a ser isso!

Ao admitir a ação de execução fiscal, o juiz realiza o despacho que ordena a citação do devedor, e é esse
despacho que faz com que se interrompa a prescrição, devolvendo integralmente o prazo de 5 anos à
Fazenda Pública.

Tome muito cuidado, pois antes da LC 118/05, a redação desse inciso era “pela citação pessoal feita ao
devedor”. Ou seja, não era o despacho, mas a notificação pessoal ao devedor. Na prática, o devedor poderia
“fugir”, e não ser notificado. Por esse motivo, alterou-se para o momento do despacho que ordena a
citação.

O que interrompe a prescrição é o despacho, e não a citação pessoal! Guarde muito bem
isso!

No tocante ao protesto judicial, previsto no art. 174, II, do CTN, trata-se de medida judicial intentada pelo
credor (Fazenda Pública), com o objetivo de manifestar sua intenção de ver satisfeito o seu direito.

De acordo com Eduardo Sabbag 1,

À luz do crédito tributário, o protesto judicial somente se justifica na hipótese de a Fazenda estar impossibilitada de ajuizar
a execução fiscal, diante da iminência do término do prazo prescricional.

Em relação aos atos judiciais que constituam em mora o devedor (CTN, art. 174, III), deve-se destacar que
são as notificações, intimações ou interpelações judiciais, com a finalidade de manifestar a intenção do

1
SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. 5ª Edição. 2013. Pág. 829.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 39


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

credor em receber a dívida. Podemos afirmar, então, que o protesto judicial, disposto no inciso anterior, está
contido entre os atos judiciais que constituam em mora o devedor.

Por último, quando o art. 174, IV, mencionou ato do devedor, ainda que extrajudicial, que importe em
reconhecimento do débito, não quis dizer nada além da conhecida confissão de dívida, que pode ocorrer
tanto na esfera administrativa como na judicial.

Imagine que a autoridade administrativa tenha realizado o lançamento de algum tributo e notificou o
devedor. Considere ainda que o contribuinte manteve-se inerte, ou seja, não pagou nem impugnou o
lançamento dentro do prazo previsto na legislação do respectivo ente federativo. Ocorrida a constituição
definitiva do crédito tributário, tem início o prazo prescricional, para que se promova a ação de execução
fiscal.

Passados dois anos, o devedor solicita à Fazenda o parcelamento de referido débito. Obviamente, o sujeito
passivo está, nesse momento, reconhecendo que possui uma dívida com o Fisco. Interrompe-se, então, a
prescrição, fazendo com que o Fisco tenha novamente 5 anos para promover a execução fiscal.

Agora algo importante que você precisa saber: e se o parcelamento não for concedido pelo Fisco? Ainda
assim ocorrerá a interrupção do prazo prescricional? A resposta é sim:

Súmula STJ 653 - O pedido de parcelamento fiscal, ainda que indeferido, interrompe o prazo
prescricional, pois caracteriza confissão extrajudicial do débito.

São exemplos típicos de confissão de dívida: pedido de parcelamento e pedido de


compensação de débito.

STJ: Mesmo quando indeferido, o pedido de parcelamento interrompe o prazo


prescricional.

Por fim, é importante ressaltar que a consulta administrativa não é modo de interrupção de prescrição.
Guarde muito bem isso, pois esse é o entendimento do STJ (EDcl no REsp 87.840/BA).

Suspensão do prazo prescricional

Distintamente do que ocorre com a interrupção da prescrição, na suspensão, o prazo deixa de ser contado,
até que se encerre a situação o que suspendeu. Após esse evento, continua-se o curso do prazo

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 40


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

prescricional do ponto onde havia parado. Ou seja, não há devolução integral do prazo, mas apenas
suspensão temporária.

O CTN não dispôs expressamente sobre a suspensão da prescrição, mas a doutrina e a jurisprudência
reconhecem hipóteses de prescrição, previstas indiretamente no CTN, em decorrência da lógica de aplicação
dos dispositivos ali prescritos.

Em primeiro lugar, vamos nos lembrar das hipóteses de suspensão do crédito tributário. Vimos que o que se
suspende não é o direito de lançar, mas, sim, a exigibilidade do crédito, impedindo a Fazenda Pública de
promover a ação de execução fiscal.

Observação: A execução fiscal é disciplinada pela Lei 6.830/1980, a conhecida Lei de


Execuções Fiscais, ou simplesmente LEF.

Nessa esteira, se a Fazenda está impedida de promover a ação de execução fiscal, não há lógica alguma em
correr o prazo prescricional, que tem como objetivo justamente punir o sujeito ativo, por se manter inerte
em relação ao seu direito de exigir a dívida tributária, por meio da execução fiscal.

Dessa forma, devemos memorizar que, se há suspensão da exigibilidade do crédito tributário, também
estará suspenso o curso do prazo prescricional.

A suspensão do prazo prescricional permanecerá até que o crédito se torne exigível.

Cabe destacar também que quando a moratória em caráter individual for obtida fraudulentamente (dolo
ou simulação), o tempo decorrido entre a sua concessão e a revogação não é contado para fins de
prescrição, conforme consta no par. único do art. 155. Sendo assim, pode-se visualizar mais uma hipótese
de suspensão do prazo prescricional.

Como o art. 155 também se aplica aos outros benefícios fiscais (MARIPA) previstos no CTN, quando
concedidos de modo individual, podemos dizer que também haverá suspensão da prescrição, se houver
situação semelhante à qual acabamos de estudar, ou seja, a obtenção fraudulenta de moratória, anistia,
remissão, isenção e parcelamento.

A título de exemplo, caso o sujeito passivo se passe por outra pessoa para fazer jus à isenção de caráter
individual no ano de 2013, e o Fisco descubra a fraude perpetrada em 2015, revogando-a, esses dois anos
(entre a concessão e a revogação) não são contados para fins de prescrição. Portanto, houve suspensão do
prazo prescricional por dois anos.

Outro caso de suspensão da prescrição é o disposto no art. 2º, § 3º, da Lei 6.830/1980 (LEF), cuja redação é
a seguinte:

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 41


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

§ 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será


feita pelo órgão competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a
prescrição, para todos os efeitos de direito, por 180 dias, ou até a distribuição da execução
fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.

Como funciona isso? Lembre-se de que, com o lançamento, a dívida se torna exigível, mas é somente após
a inscrição do crédito tributário em dívida ativa que este se torna exequível, isto é, passível de execução
judicial. Portanto, para promover a ação de execução fiscal, é necessário que a Fazenda Pública inscreva o
crédito tributário em dívida ativa.

Observação: No âmbito federal, essa tarefa cabe à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional


(PGFN), responsável por efetuar o exame de legalidade, certeza e liquidez.

Desse modo, a LEF definiu que a inscrição do crédito tributário em dívida ativa suspende a prescrição por
180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes daquele prazo.

Isso significa que, inscrito o crédito, a Fazenda Pública tem um acréscimo de até 180 dias para promover a
ação de execução fiscal, até que esta seja distribuída. Depois disso, o prazo volta a fluir, mas, logo a seguir,
com o despacho do juiz ordenando a citação (CTN, art. 174, I), ocorre a interrupção da prescrição, o que faz
com que o prazo de 5 anos seja integralmente restituído.

A grande discussão doutrinária e jurisprudencial é que a LEF não poderia tratar de prescrição tributária, por
ser tema cuja regulamentação compete exclusivamente à lei complementar, nos termos do art. 146, III, b,
da CF/88.

Nesse sentido, para o STJ (REsp 249.262/DF), a LEF não pode estipular causa de suspensão do prazo
prescricional não prevista no CTN. Sendo assim, o art. 2º, § 3º, da LEF, não pode ser aplicado para execuções
fiscais de dívida ativa de natureza tributária.

Prescrição Intercorrente

Há, na LEF, mais uma previsão de suspensão do prazo prescricional. Trata-se dos casos em que, no curso da
ação de execução fiscal, não for localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a
penhora (art. 40):

Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou
encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o
prazo de prescrição.

Desta forma, enquanto não localizado o devedor ou encontrados bens sobre os quais possa recair a penhora,
admite-se a suspensão da execução fiscal, e a consequente suspensão da prescrição pelo prazo máximo de
um ano. Se até então não for localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o
arquivamento dos autos (LEF, art. 40, § 2º):

Art. 40:

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 42


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

(...)

§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou
encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.

Findo o prazo de um ano, com o arquivamento dos autos, tem início o curso do prazo prescricional. Isso
significa que, após o prazo de cinco anos (prescrição), o Juiz poderá, de ofício, reconhecer a prescrição
intercorrente, e decretá-la de imediato, extinguindo o processo, com a extinção do crédito tributário.

Nesse sentido, o STJ editou a seguinte súmula:

Súmula STJ 314 – Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo
por um ano, findo o qual se inicia o prazo da prescrição quinquenal intercorrente.

É importante que o candidato esteja ciente de que o prazo prescricional, na realidade, se inicia com a
constituição definitiva do crédito tributário. Não se esqueça, no entanto, de que, com a propositura de ação
de execução fiscal, a prescrição se interrompe pelo despacho do juiz que ordenar a citação do executado
(devedor). Portanto, o prazo prescricional retorna ao início.

Quando o prazo quinquenal começa a ser novamente contado? Neste caso, é interessante seguir a
supracitada Súmula 314 do STJ, ou seja, a partir da data em que se encerra o período de um ano de suspensão
do processo.

O prazo prescricional também pode ser citado na prova como “interregno preclusivo”.
Fique atento(a)!

Resumo das Hipóteses de Suspensão da Prescrição

Podemos citar como situações em que o prazo prescricional é suspenso as seguintes:

• Suspende-se o prazo prescricional enquanto o crédito tiver sua exigibilidade suspensa, nos termos do
art. 151 (moratória, depósito do montante integral, reclamações e recursos administrativos, liminares ou
tutelas antecipadas e parcelamento).

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 43


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

• Suspende-se o prazo prescricional quando a moratória for concedida individualmente, em decorrência


de artifício doloso, até que ocorra a revogação do benefício. Tal regra também se aplica aos seguintes
benefícios fiscais: anistia, remissão, isenção e parcelamento.
• Suspende-se o prazo prescricional com a inscrição do crédito tributário em dívida ativa por 180 dias,
ou até a distribuição da execução fiscal, se esta se der primeiro.

Observação: Esta hipótese acima é recomendada apenas para questões que envolvam
expressamente a Lei das Execuções Fiscais.

• Suspende-se por até um ano o prazo prescricional, quando não for localizado o devedor ou encontrados
bens penhoráveis, no curso do processo de execução fiscal.

Prazo decadêncial e prescricional das contribuições para Seguridade Social

Criamos um tópico próprio para destacar uma jurisprudência do STF muito importante para a sua prova, que
diz respeito à inconstitucionalidade de dispositivos legais que trouxeram prazos distintos da regra que
acabamos de estudar.

Os arts. 45 e 46 da Lei 8.212/1991 preveem prazo decadencial e prescricional de 10 anos para o lançamento
e cobrança das contribuições destinadas ao financiamento da seguridade social. Ocorre que, dado a natureza
tributária dessas exações, não se pode disciplina regra distinta daquela prevista no Código Tributário
Nacional, isto é, o prazo quinquenal.

Também é questionável a previsão do art. 5º, do Decreto-lei 1.569/1977, ao estabelecer hipótese de


suspensão do prazo prescricional de créditos que não seriam cobrados por razão de comprovada
inexequibilidade e de reduzido valor.

Em vista disso, o STF já formou sua jurisprudência acerca da inconstitucionalidade dos referidos
dispositivos, que hoje se encontra na Súmula Vinculante 8:

Súmula Vinculante 8 - São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº


1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam da prescrição e decadência do
crédito tributário.

Observação: Apenas a título de informação, esses dispositivos já foram revogados por


outras normas.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 44


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Consignação em pagamento

A consignação em pagamento tem tudo a ver com a forma de extinção “pagamento”, tanto é que o próprio
CTN a incluiu dentro da seção que cuida daquela modalidade de extinção do crédito tributário.

A ação de consignação em pagamento é movida no âmbito do Poder Judiciário, com o objetivo de que o
sujeito passivo exerça o seu direito de pagar e quitar a obrigação tributária, quando se encontra impedido
pelo próprio credor.

“Como assim, professor?” É isso mesmo o que você ouviu: pode acontecer, entre outras situações possíveis,
de o credor recusar o pagamento do tributo, condicionando-o ao pagamento de outra obrigação.

Vamos ver as hipóteses que foram previstas no art. 164 do CTN:

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito
passivo, nos casos:

I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou


de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória;

II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem


fundamento legal;

III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico
sobre um mesmo fato gerador.

§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito que o consignante se propõe pagar.

§ 2º Julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a importância


consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em
parte, cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades
cabíveis.

As hipóteses elencadas nos incisos I e II são os casos em que a Fazenda credora impõe condições absurdas
ao contribuinte que não tem outra saída, senão socorrer ao Judiciário.

Isso se deve ao fato de que, não pagando, o contribuinte fica sujeito também aos encargos moratórios
(juros e multa), além da ação de execução fiscal, já que, se nenhuma medida for tomada, o crédito
tributário continua plenamente exigível.

Imagine agora a situação prevista no inciso III: o contribuinte possui um apartamento no Município de
Guarulhos, e recebe notificações de lançamento de IPTU tanto do Município de São Paulo como do Município
de Guarulhos. Trata-se de bitributação. O que fazer se não se sabe exatamente quem é credor da
obrigação? Move-se, então, uma ação judicial de consignação em pagamento.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 45


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Destaque-se que, de acordo com o § 1º do art. 164, a consignação somente pode versar sobre o crédito que
o consignante (sujeito passivo) se propõe a pagar. Portanto, o sujeito passivo deve depositar o valor que
entende devido.

Embora seja discutível no âmbito da doutrina e da jurisprudência qual valor deve ser depositado, se aquele
exigido pelo fisco ou o que o sujeito passivo entende devido, devemos levar para a prova a literalidade do
CTN, que parece se referir a este.

Ao término da ação, julgada procedente a consignação proposta pelo sujeito passivo, o pagamento tem-se
por efetuado e o valor, que foi consignado judicialmente, é convertido em renda.

Observação: Converter-se em renda significa transferir para o credor, com o objetivo de


quitar o tributo devido.
==590be==

Por outro lado, se a consignação for julgada improcedente, deve-se proceder ao pagamento da diferença
devida, bem como dos acréscimos legais (juros de mora e penalidades cabíveis).

A extinção do crédito tributário não ocorre com a ação de consignação em pagamento,


mas, sim, quando estiver julgada procedente.

Por último, deve ser salientada a distinção entre o depósito do montante integral e a ação de consignação
em pagamento. Embora haja depósito do sujeito passivo em ambos os casos, o depósito do montante
integral se refere a um ato isolado do sujeito passivo, podendo ocorrer tanto na via administrativa quando
na judicial, com o objetivo de suspender o crédito tributário.

Por outro lado, a ação de consignação em pagamento consiste em um processo judicial, cujo objetivo é
exercer o direito de pagar o crédito que tenha sido obstado pelo Fisco ou que tenha suscitado dúvida quanto
ao real credor. Neste caso, o objetivo é pagar e extinguir o crédito.

Na consignação, o sujeito passivo quer pagar.

No depósito, o sujeito passivo quer discutir ou evitar o débito.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 46


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Pagamento antecipado e a posterior homologação

Na sistemática do lançamento por homologação, como já foi diversas vezes explicado no nosso curso, o
sujeito passivo paga o tributo sem prévio exame da autoridade administrativa.

Após o pagamento do sujeito passivo, a autoridade administrativa possui determinado prazo para atestar a
correção do procedimento e do valor recolhido e, só então, homologa a atividade do contribuinte.

Nessa esteira, pode-se dizer que a extinção definitiva do crédito tributário, no que se refere aos tributos
lançados por homologação, apenas ocorre com a homologação do lançamento, ato que, como regra, pode
levar até 5 anos, contados do fato gerador.

Note bem que, embora a extinção do crédito só se dê com a homologação do lançamento, para fins de
definição do prazo inicial para pleitear a restituição, a LC 118/05 estabeleceu que é considerado extinto na
data do pagamento.

O crédito lançado por homologação não é extinto na data do pagamento! Considera-se


extinto apenas para fins de contagem de prazo para restituição.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 47


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Conversão do depósito em renda

Com o depósito do montante integral, exigido pela Fazenda Pública, o sujeito passivo suspende a
exigibilidade do crédito tributário. Havendo decisão em favor da Fazenda Pública, ocorre a conversão do
depósito em renda do vencedor da ação.

Portanto, o crédito que anteriormente estava com a exigibilidade suspensa, com a decisão definitiva, torna-
se extinto.

Decisão administrativa final

Ao ser notificado do lançamento contra ele efetuado, o sujeito passivo, como já foi visto, possui duas opções:
pagar ou impugnar o lançamento.

Ao impugnar administrativamente o lançamento, o sujeito passivo dá início ao processo administrativo fiscal,


seguindo as normas específicas do ente federativo que detém a competência tributária do tributo objeto de
discussão.

Se a decisão final no âmbito administrativo for favorável ao sujeito passivo, o crédito tributário fica
definitivamente extinto, com base no art. 156, IX.

“E se a decisão final for desfavorável, professor?”

Nesse caso, cabe ao contribuinte pagar o crédito tributário ou ajuizar ação judicial para discutir, no Poder
Judiciário, a legitimidade do lançamento contra ele efetuado.

Decisão judicial transitada em julgado

Dando continuidade ao que foi dito no tópico anterior, caso o contribuinte recorra ao Judiciário para discutir
a procedência do lançamento, é a decisão transitada em julgado (contra a qual não cabe recurso) que
determinará se o crédito tributário subsistirá ou não.

Caso a decisão seja favorável ao sujeito passivo, tem-se por extinto o crédito tributário. Se, por outro lado,
a decisão for a favor da Fazenda Pública, não haverá outra opção ao sujeito passivo, senão o pagamento.

Dação em pagamento em bens imóveis

A dação em pagamento é instituto do direito privado, regulado pelos arts. 356 a 359 do Código Civil. Trata-
se de “pagamento” efetuado por meio da entrega de bem ou direito que não seja moeda.

Na seara do Direito Tributário, a dação em pagamento somente passou a ser prevista como modalidade de
extinção do crédito tributário com advento da LC 104/2001 .

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 48


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Destacamos que a extinção só pode ser feita com bens imóveis. É muito comum, as questões de prova
armarem verdadeiras pegadinhas para fazer o candidato bem preparado tropeçar por descuido na rápida
leitura da questão. Portanto, tome muito cuidado com isso. Repita-se: BENS IMÓVEIS.

Mas como funciona isso? O contribuinte pode “sair” transferindo imóvel para a Fazenda, como forma de
quitar a obrigação tributária? Não é bem assim!

Para que se realize a extinção do crédito tributário mediante dação em pagamento em bens imóveis, é
necessário que cada ente federado edite lei autorizativa para disciplinar como será feita essa transferência
e em que hipóteses poderá ser feita.

A dação em pagamento depende de lei autorizativa, editada por cada esfera do Estado.

Há quem entenda que a previsão da dação em pagamento, como forma de extinção do crédito tributário,
tenha promovido a derrogação (revogação parcial) do art. 3º do CTN, que disciplina que o tributo deve ser
uma prestação “em moeda”.

O raciocínio esposado não merece prosperar, haja vista que o próprio art. 3º do CTN permite que o tributo
possa ser prestação “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”. Com base nisso, eu te pergunto: os
bens imóveis, inegavelmente, podem ser expressos em moeda? É evidente que sim.

(TJ-SC/2021) Um tabelião deixou de declarar e recolher, na modalidade de lançamento por homologação,


ISS incidente sobre serviços notariais por ele prestados de abril a agosto de 2014. Em fevereiro de 2020, o
Fisco do município X efetua o lançamento de ofício dos tributos não declarados nem pagos, notificando o
tabelião para pagamento em trinta dias. O tabelião então adere a um parcelamento de tais débitos em seis
prestações. Concluído o pagamento, é advertido por seu advogado de que este teria sido indevido, pois o
crédito tributário parcelado já teria decaído.
Diante desse cenário, na data da constituição do crédito tributário, o prazo decadencial:
A) ainda não havia se completado, sendo tal pagamento devido;
B) já havia se completado, mas não o prazo prescricional, sendo tal pagamento devido;
C) já havia se completado, configurando hipótese de extinção do crédito tributário, sendo tal pagamento
indevido;
D) já havia se completado, mas o pagamento voluntário de dívida tributária alcançada pela decadência não
permite a restituição;

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 49


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

E) já havia se completado, mas a confissão da dívida pelo parcelamento operou uma novação do débito,
sendo tal pagamento devido.
Comentário: O ISS é imposto lançado por homologação, além disso o contribuinte não fez a declaração e
nem pagou, consequentemente tal situação nos leva a contar o prazo decadencial conforme previsão do
art. 173, I, do CTN.
Súmula 555 do STJ: Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco
constituir o crédito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a
legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade
administrativa.
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
Portanto, o prazo decadencial no ISS incidente sobre serviços notariais prestados de abril a agosto de 2014
==590be==

tem início em janeiro de 2015, logo se deu a decadência em janeiro de 2020.


Feito esse contexto, já temos elementos suficiente para encontrar o nosso gabarito.
Alternativa A: Prazo de início: 01/01/2015, após 05 anos, prazo final: 01/01/2020, portanto houve a
decadência. Alternativa errada.
Alternativa B: A prescrição é a perda do prazo para executar o crédito, como já houve a decadência não tem
como constituir o crédito para caso não seja pago, seja executado. Alternativa errada.
Alternativa C: Conforme nossa introdução, já houve a decadência que é uma forma de extinção do crédito
e, portanto, o pagamento foi indevido, cabendo nessa hipótese o pedido de restituição, ou seja, repetição
do indébito tributário. Alternativa correta.
Alternativa D: Conforme o item anterior, cabe o pedido de restituição pelo pagamento indevido, pois já havia
decaído o prazo de constituição do crédito. Alternativa errada.
Alternativa E: O parcelamento não inova o débito, portanto o pagamento foi indevido. Alternativa errada.
Gabarito: Letra C
(ISS-Campinas-Auditor Fiscal/2019) O contribuinte do ISS “TUC Ltda.” emite em 31 de janeiro de 2010 uma
nota fiscal de serviços no valor de R$ 100.000,00, sobre a qual incide alíquota de ISS de 5%. No prazo para o
pagamento do imposto, o contribuinte paga R$ 3.000,00 ao Município. Tendo em vista a legislação nacional,
é correto afirmar que a autoridade administrativa terá para homologar ou não a conduta do contribuinte e
lançar eventual diferença devida ao Município até a data de
a) 1º de janeiro de 2016.
b) 30 de janeiro de 2015.
c) 31 de janeiro de 2013.
d) 31 de dezembro de 2014.
e) 31 de dezembro de 2012.
Comentário: O prazo para a autoridade administrativa terá para homologar ou não a conduta do
contribuinte e lançar eventual diferença devida ao Município é de 5 anos contados da data do fato gerador,
isto é, a data da emissão da nota fiscal. Tal prazo teria como último dia 30 de janeiro de 2015.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 50


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Gabarito: Letra B
(SEFIN-RO-Técnico Tributário/2018) A sociedade empresária Zeta, contribuinte do tributo Y, pretende
realizar compensação tributária, havendo débitos e créditos recíprocos entre a sociedade empresária e a
Fazenda. Entretanto, ela tem dúvida sobre qual lei deve ser aplicada para regular a compensação.
Para esse caso, deve ser utilizada a lei vigente
a) na data do encontro de contas.
b) no momento da apuração do crédito.
c) no encerramento do exercício fiscal.
d) na propositura da demanda com este fim.
e) na data do pedido administrativo.
Comentário: A empresa deverá utilizar a lei vigente na data em que for realizar a compensação, isto é, o
encontro de contas (débito e crédito do sujeito passivo perante o Fisco).
Gabarito: Letra A
(ALESE-Analista Legislativo/2018) Um determinado imposto de competência estadual, cujo lançamento
deve ser feito de ofício, por expressa determinação de lei estadual, só foi efetuado depois de sete anos
contados da data da ocorrência do seu fato gerador, sendo que nunca houve qualquer impedimento, de
espécie alguma, para que ele fosse efetuado após a ocorrência do referido fato gerador. Nesse caso, de
acordo com as normas do Código Tributário Nacional, ocorreu a
a) prescrição e a Fazenda Pública ainda não perdeu o direito de lançar o referido imposto.
b) prescrição aquisitiva do direito de a Fazenda Pública lançar o referido imposto, a partir do sexto ano
posterior ao da ocorrência do fato gerador.
c) suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
d) decadência e a Fazenda Pública perdeu o direito de lançar o referido imposto.
e) homologação tácita do lançamento, com a consequente exclusão do crédito tributário e posterior
suspensão de sua exigibilidade, após o transcurso do prazo de cinco anos, contados da data da ocorrência
do fato gerador.
Comentário: Primeiramente, precisamos nos lembrar de que, quando o tributo é lançado de ofício, o prazo
para a constituição do crédito tributário é contado a partir do primeiro dia do ano seguinte. Tal prazo é
denominado decadencial, findo o qual o tributo é extinto pela decadência, nos termos do art. 156, V, do CTN.
Logo, a única alternativa correta é a Letra D.
Gabarito: Letra D
(ISS-São Luís-Auditor Fiscal/2018) Um contribuinte do ISSQN deixou de efetuar o lançamento do tributo por
homologação, conforme determinava a lei do Município em relação ao qual ele era o sujeito passivo. A
autoridade fiscal que realizou os trabalhos de fiscalização, que culminaram com a apuração dessa
irregularidade, constatou que o referido contribuinte agiu dolosamente, com a nítida intenção de sonegar o
tributo. De acordo com o Código Tributário Nacional, a autoridade administrativa municipal terá um prazo
a) revisional, de um ano, para efetuar o lançamento do imposto devido, contado da data em que se
comprovou a sonegação.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 51


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

b) prescricional, de 48 meses, para efetuar a cobrança do imposto devido, contado da data em que se
comprovou a sonegação.
c) decadencial, de cinco anos, para efetuar o lançamento do imposto devido, contado do primeiro dia do
exercício seguinte àquele em que o lançamento puder ser efetuado.
d) prescricional, de dois anos, para efetuar a cobrança do imposto devido, contado da data em que se
comprovou a sonegação.
e) de homologação tácita da atividade de autolançamento, por decurso de prazo, contado da data da
ocorrência do fato gerador.
Comentário: Primeiramente, há que se destacar que o prazo em comento é decadencial, pois se refere ao
prazo para lançamento, e não para a cobrança (prescricional). Em se tratando de decadência quanto aos
tributos lançados por homologação, o prazo é de 5 anos, ressalvada os caos de dolo, fraude ou simulação.
No caso em tela, portanto, aplica-se a ressalva, que direciona a contagem do prazo decadencial para a regra
geral prevista no art. 173, I, do CTN. Assim, o prazo decadencial é contato a partir do primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que o lançamento puder ser efetuado.
Gabarito: Letra C

Você encontrará inúmeras questões comentadas em áudio para treinar, e a abordagem de alguns temas
específicos que você estudou neste material na minha Comunidade do Telegram:

Comunidade no Telegram:

https://t.me/ProfFabioDutraConcursos
Instagram:

@ProfFabioDutra

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 52


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS


1. CESPE/TCE-RO-Auditor de Controle Externo/2019
É modalidade de extinção do crédito tributário
a) moratória.
b) parcelamento.
c) isenção.
d) anistia.
e) prescrição.

Comentário:

Alternativa A: A moratória constitui hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Alternativa


errada.

Alternativa B: O parcelamento constitui hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.


Alternativa errada.

Alternativa C: A isenção constitui hipótese de exclusão do crédito tributário. Alternativa errada.

Alternativa D: A anistia constitui hipótese de exclusão do crédito tributário. Alternativa errada.

Alternativa E: A prescrição representa extinção do crédito tributário, assim como a decadência. Alternativa
correta.

Gabarito: Letra E

2. CESPE/PGE-PE-Procurador/2018
Em relação aos créditos de natureza tributária, a inscrição em dívida ativa
a) interrompe o prazo de prescrição da ação para a cobrança do crédito.
b) suspende o prazo de prescrição da ação para a cobrança do crédito.
c) interrompe o prazo prescricional para o lançamento do crédito.
d) suspende o prazo prescricional para o lançamento do crédito.
e) não interrompe nem suspende o prazo prescricional da ação para a cobrança do crédito.

Comentário: Conforme estudado, em relação aos créditos de natureza tributária, a inscrição em dívida ativa
não interrompe nem suspende o prazo prescricional da ação para a cobrança do crédito.

Gabarito: Letra E

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 53


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

3. CESPE/STJ-Analista Judiciário-Área Judiciária/2018


A taxa de juros de mora incidente na repetição do indébito tributário deve corresponder àquela utilizada
para a cobrança do tributo pago em atraso.

Comentário: De acordo com a Súmula STJ 523, a taxa de juros de mora incidente na repetição de indébito
de tributos estaduais deve corresponder à utilizada para cobrança do tributo pago em atraso, sendo legítima
a incidência da taxa Selic, em ambas as hipóteses, quando prevista na legislação local, vedada sua cumulação
com quaisquer outros índices.

Gabarito: Correta

4. CESPE/STJ-Analista Judiciário-Área Judiciária/2018


Na hipótese de ser julgada procedente ação de consignação em pagamento, a fazenda pública poderá cobrar
o crédito tributário acrescido dos juros de mora referentes a todo o período, até o trânsito em julgado.
==590be==

Comentário: Na realidade, julgada procedente a consignação, o pagamento se reputa efetuado e a


importância consignada é convertida em renda; julgada improcedente a consignação no todo ou em parte,
cobra-se o crédito acrescido de juros de mora, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

Gabarito: Errada

5. CESPE/DPF-Perito Criminal Federal/2018


Remissão concedida por ente público titular de obrigação tributária a pessoa física ou jurídica provoca a
suspensão temporária do crédito tributário.

Comentário: A remissão configura modalidade de extinção do crédito tributário. Logo, é errado dizer que
provoca a suspensão temporária do crédito tributário.

Gabarito: Errada

6. CESPE/TCE-MG-Analista de Controle Externo/2018


Um contribuinte pretende compensar parcialmente tributo municipal com valores reconhecidos como
repetição de indébito tributário municipal em sentença declaratória transitada em julgado.
Nos termos do CTN e à luz da doutrina, essa compensação
a) é regida pelas normas previstas no Código Civil.
b) poderá ocorrer mesmo que o valor devido ao particular for vincendo.
c) poderá ocorrer com créditos judiciais ainda não liquidados.
d) é hipótese de exclusão do crédito tributário.
e) amortizará primeiro os juros e depois o débito principal da obrigação tributária.

Comentário:

Alternativa A: A compensação de crédito tributário é regida pelo CTN. Alternativa errada.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 54


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Alternativa B: O crédito devido ao particular pode estar por vencer (vincendo), conforme prevê o caput do
art. 170, do CTN. Alternativa correta.

Alternativa C: A compensação depende do trânsito em julgado da ação judicial.Alternativa errada.

Alternativa D: A compensação constitui extinção do crédito tributário.Alternativa errada.

Alternativa E: Não há regra nesse sentido no CTN.Alternativa errada.

Gabarito: Letra B

7. CESPE/PGM-João Pessoa-Procurador/2018
Assinale a opção que apresenta uma hipótese de extinção do crédito tributário do ISS de João Pessoa – PB.
a) depósito recursal
b) imunidade tributária
c) compensação
d) decisão judicial sem trânsito em julgado
e) dação em pagamento de bens móveis

Comentário:

Alternativa A: O depósito apenas suspende a exigibilidade do crédito tributário. Alternativa errada.

Alternativa B: A imunidade tributária é uma limitação ao poder de tributar, não havendo sequer crédito
tributário. Alternativa errada.

Alternativa C: A compensação configura extinção do crédito tributário. Alternativa correta.

Alternativa D: Apenas a decisão judicial transitada em julgado é que extingue o crédito tributário. Alternativa
errada.

Alternativa E: Apenas a dação em pagamento de bens imóveis extingue o crédito tributário. Alternativa
errada.

Gabarito: Letra C

8. CESPE/PGE-PE-Procurador/2018
Determinado tributo deveria ter sido lançado no dia 5 de setembro de 2016, uma segunda-feira, mas o
contribuinte não providenciou a declaração do débito. A legislação desse tributo atribuiu ao sujeito passivo
o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.
Nessa situação hipotética, considerando-se a posição majoritária do STJ, a data correta para o início da
contagem do prazo quinquenal para a fazenda pública constituir o crédito tributário é o
a) dia 5 de setembro de 2016.
b) dia 6 de setembro de 2016.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 55


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

c) último dia útil de setembro de 2016.


d) primeiro dia útil de outubro de 2016.
e) dia 1.º de janeiro de 2017.

Comentário: Trata-se de um tributo lançado por homologação, conforme menciona o enunciado da questão,
ao dizer que a legislação desse tributo atribuiu ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem
prévio exame da autoridade administrativa. Neste caso, como regra, o prazo decadencial (prazo para a
fazenda pública constituir o crédito tributário) se inicia na data do fato gerador.

Porém, de acordo com a Súmula 555 do STJ, em caso de omissão da declaração de débito pelo contribuinte,
o termo inicial da decadência ocorre no primeiro dia do ano seguinte ao do fato gerador. Logo, o referido
prazo se inicia em 01/01/2017.

Gabarito: Letra E

9. CESPE/PGE-PE-Procurador/2018
Segundo o CTN, a conversão do depósito judicial em renda é considerada uma modalidade de
a) remissão do crédito tributário.
b) suspensão do crédito tributário.
c) extinção do crédito tributário.
d) exclusão do crédito tributário.
e) dispensa do crédito tributário.

Comentário: Conforme estudamos durante a aula, a conversão do depósito judicial em renda é considerada
uma modalidade de extinção do crédito tributário, nos termos do art. 156, VI, do CTN.

Gabarito: Letra C

10. CESPE/STJ-Analista Judiciário/2018


A decadência é uma hipótese de extinção do crédito tributário que decorre do transcurso do tempo máximo
previsto para a constituição desse crédito.

Comentário: Realmente, a decadência configura uma hipótese de extinção do crédito tributário, prevista no
art. 156, V, do CTN, decorrendo do transcurso do tempo máximo previsto para a constituição desse crédito.

Gabarito: Correta

11. CESPE/TJ-PR-Juiz/2017
Em 3/6/2009, determinado contribuinte sofreu lançamento referente a fatos geradores de ICMS que teriam
ocorrido em 1.º/3/2004, sem que tivesse havido declaração de débito nem qualquer pagamento de tributo.
Nessa situação hipotética,
a) houve prescrição, que se conta a partir do fato gerador, de modo que o lançamento não poderia ter sido
realizado.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 56


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

b) houve decadência, que se conta, nesse caso, a partir do fato gerador, de modo que o lançamento não
poderia ter sido realizado.
c) não houve decadência nem prescrição.
d) houve prescrição, contada do primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido
realizado, de maneira que o crédito não poderia ter sido constituído.

Comentário: Inicialmente, cumpre-nos esclarecer que o ICMS é um imposto lançado por homologação.
Assim, via de regra, o prazo decadencial deveria ser contado a partir da data do fato gerador, não fosse o
caso de não haver declaração de débito nem qualquer pagamento por parte do sujeito passivo. Nesta
situação, o prazo decadencial tem seu termo inicial no primeiro dia do exercício seguinte, isto é, em
01/01/2005. Dessa forma, em 03/06/2009 ainda não havia expirado o prazo decadencial.

Como a questão refere-se ao lançamento, e não à cobrança, não cabe alegar prescrição no caso em comento.
Por consequência, não houve decadência nem prescrição.

Gabarito: Letra C

12. CESPE/PC-PE-Delegado/2016
De acordo com as disposições do CTN, é causa de extinção da exigibilidade do crédito tributário
a) a consignação em pagamento.
b) as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo.
c) a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial.
d) o parcelamento.
e) a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

Comentário:

Alternativa A: A consignação foi prevista no art. 156, VIII, do CTN, como causa de extinção do crédito
tributário. Alternativa correta.

Alternativa B: As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo suspendem a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, III, do CTN.
Alternativa errada.

Alternativa C: A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial
suspende a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, V, do CTN. Alternativa errada.

Alternativa D: O parcelamento constitui causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, nos


termos do art. 151, VI, do CTN. Alternativa errada.

Alternativa E: A concessão de medida liminar em mandado de segurança suspende a exigibilidade do crédito


tributário, nos termos do art. 151, IV, do CTN. Alternativa errada.

Gabarito: Letra A

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 57


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

13. CESPE/PC-PE-Delegado/2016
No que diz respeito aos institutos da prescrição e da decadência, assinale a opção correta.
a) A prescrição e a decadência estão previstas no CTN como formas de exclusão do crédito tributário.
b) O direito de ação para a cobrança do crédito tributário decai em cinco anos, contados da data da sua
constituição definitiva.
c) O protesto judicial é uma forma de interrupção da prescrição.
d) O direito de a fazenda pública constituir o crédito tributário prescreve após cinco anos, contados do
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
e) As normas gerais sobre prescrição e decadência na matéria tributária devem ser estabelecidas por meio
de lei ordinária.

Comentário:

Alternativa A: Na realidade, em conformidade com o art. 156, V, do CTN, a prescrição e a decadência


constituem formas de extinção do crédito tributário. Alternativa errada.

Alternativa B: Na verdade, o que ocorre é a prescrição no prazo citado na assertiva, e não decadência, como
informado. Alternativa errada.

Alternativa C: Nos termos do art. 174, par. único, II, do CTN, o protesto judicial configura uma forma de
interrupção da prescrição. Alternativa errada.

Alternativa D: Novamente na tentativa de confundir o candidato, a banca substitui a decadência pela


prescrição, tornando a assertiva incorreta. Alternativa errada.

Alternativa E: De acordo com o art. 146, III, “b”, da CF/88, as normas gerais sobre prescrição e decadência
na matéria tributária devem ser estabelecidas por meio de lei complementar.

Gabarito: Letra C

14. CESPE/PC-PE-Delegado/2016
A repetição do indébito tributário refere-se à possibilidade de o contribuinte requerer às autoridades
fazendárias a devolução de valores pagos indevidamente a título de tributo. A respeito desse assunto,
assinale a opção correta.
a) Os juros moratórios na repetição do indébito tributário são devidos a partir da data do fato gerador.
b) Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição.
c) Na repetição do indébito tributário, a correção monetária incide desde a data do fato gerador.
d) O direito do sujeito passivo à restituição total ou parcial do tributo depende necessariamente de prévio
protesto.
e) O direito de pleitear a restituição extingue-se após dois anos do pagamento espontâneo do tributo.

Comentário:

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 58


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Alternativa A: De acordo com o art. 167, par. único, do CTN, a restituição vence juros não capitalizáveis, a
partir do trânsito em julgado da decisão definitiva que a determinar. Este é, inclusive, o entendimento do
STJ, contido em sua Súmula 188. Alternativa errada.

Alternativa B: Trata-se da literalidade do art. 169, do CTN: Prescreve em dois anos a ação anulatória da
decisão administrativa que denegar a restituição. Alternativa correta.

Alternativa C: De acordo com a Súmula 162, do STJ, na repetição de indébito tributário, a correção monetária
incide a partir do pagamento indevido, e não do pagamento indevido. Alternativa errada.

Alternativa D: O art. 165, do CTN, foi bastante claro, ao estabelecer que o sujeito passivo tem direito,
independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade
do seu pagamento, nos casos ali previstos. Alternativa errada.

Alternativa E: O direito de pleitear a restituição extingue-se após cinco anos, e não dois, como informado.
Ademais, regra geral, a contagem se dá a partir da data da extinção do crédito tributário, que pode ocorrer
com o pagamento, nos termos do art. 156, I, do CTN. No caso dos tributos lançados por homologação,
considera-se como termo inicial para a contagem do referido prazo a data do pagamento antecipado.
Alternativa errada.

Gabarito: Letra B

No exercício do controle fiscal, o tribunal de contas identificou que a secretaria de fazenda do estado vinha,
de forma contumaz, retardando por mais de cinco anos a constituição de muitos dos créditos tributários
oriundos de tributos sujeitos a lançamento de ofício, fato que gerou, como consectário lógico, a
impossibilidade de cobrar do contribuinte o crédito tributário.
Nesses casos, não havia possibilidade de a autoridade competente realizar o lançamento.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais a ela relacionados, julgue os itens que se seguem.
15. CESPE/TCE-SC-Auditor Fiscal de Controle Externo/2016
1 - Considerando-se que, nessa situação, não tenha havido anulação de lançamento por vício formal, os
tributos referidos deveriam ter sido lançados em até cinco anos, contados do primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.

Comentário: Exatamente! Em se tratando de tributos lançados de ofício, aplica-se o prazo previsto no art.
173, I, do CTN: o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 anos, contados
do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.

Gabarito: Correta

16. CESPE/TCE-SC-Auditor Fiscal de Controle Externo/2016


2 - Caso um contribuinte apresente a declaração exigida por lei e efetive o pagamento antecipado de tributos
sujeitos ao lançamento por homologação, desde que inexistente lei estadual que fixe prazo distinto, o prazo
para a homologação será de cinco anos, contados da efetiva ocorrência do fato gerador de cada tributo.

Comentário: No que concerne aos tributos lançados por homologação, modalidade em que cabe ao
contribuinte apresentar declaração e efetivar o pagamento antecipado do tributo devido, o prazo

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 59


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

decadencial de cinco anos é contado da data de ocorrência do fato gerador, desde que inexistente lei
estadual que fixe prazo distinto, em conformidade com o art. 150, § 4º, do CTN.

Gabarito: Correta

17. CESPE/TCE-SC-Auditor Fiscal de Controle Externo/2016


3 - A situação hipotética diz respeito à prescrição tributária de tributos estaduais.

Comentário: A perda do prazo para lançar o tributo caracteriza a extinção do crédito tributário pela
decadência, e não prescrição.

Gabarito: Errada

18. CESPE/CGE-PI-Auditor Governamental/2015


Se houver pagamento indevido de ICMS, só será possível a restituição do tributo pago ao sujeito passivo de
direito se ele provar ter assumido o encargo financeiro ou, no caso de ter havido repercussão econômica,
ter expressa autorização do contribuinte de fato.

Comentário: A restituição de tributos indiretos, como o ICMS, foi tratada no art. 166, cuja redação é a
seguinte: “a restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo
financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de tê-lo
transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebê-la”. Portanto, a questão está
correta.

Gabarito: Correta

19. CESPE/DPU-Defensor Público Federal/2015


Caso determinado contribuinte tenha dois ou mais débitos tributários vencidos com a União, estes deverão
ser cobrados na seguinte ordem de precedência: impostos, taxas e contribuição de melhoria.

Comentário: Em caso de imputação em pagamento, a autoridade administrativa deve respeitar a ordem


prevista no art. 163, do CTN. Com relação às espécies tributárias, o art. 163, II, determina que a ordem de
precedência é a seguinte: contribuições de melhoria, taxas e impostos.

Gabarito: Errada

20. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014


Caso ocorra fato gerador em setembro de 2014 de tributo cujo lançamento tenha sido feito de ofício, o
direito de a fazenda pública constituir o respectivo crédito tributário se extinguirá em setembro de 2019.

Comentário: Como se trata de tributo lançado de ofício, o prazo decadencial segue a regra do art. 173, I, do
CTN, tendo o seu termo inicial no primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele em que o lançamento
poderia ter sido efetuado. Portanto, conta-se a partir de 01/01/2015. Consequentemente, o crédito
tributário se extinguirá em 01/01/2020.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 60


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

A banca examinadora talvez tenha gerado dúvida nos candidatos, ao dizer que o lançamento “tenha sido
feito de ofício”, pois se o tributo foi lançado, não há que se falar em direito de a fazenda pública constituir o
crédito tributário (extinto pela decadência). De qualquer modo, tal direito não se extingue em setembro de
2019, independentemente de ter havido o lançamento ou não.

Gabarito: Errada

21. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014


A dúvida acerca do pagamento do IPTU incidente sobre imóvel situado em localidade limítrofe entre dois
municípios autoriza o ajuizamento de ação de consignação em pagamento pelo proprietário.

Comentário: Uma das hipóteses que enseja o ajuizamento de ação de consignação em pagamento é a
exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato
gerador. Logo, se há dúvida acerca do pagamento do IPTU incidente sobre imóvel situado em localidade
limítrofe entre dois municípios é porque o sujeito passivo foi cobrado pelos dois entes, razão pela qual se
justifica o ajuizamento da referida ação judicial.

Gabarito: Correta

22. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014


O direito à restituição do crédito tributário pago indevidamente extingue-se após cinco anos contados da
data do pagamento, ainda que o tributo seja submetido ao lançamento por homologação.

Comentário: Em relação aos tributos não lançados por homologação, o prazo para pleitear a restituição do
indébito tributário é de 05 anos, contados da data da extinção do crédito tributário, que normalmente ocorre
na data do pagamento (CTN, art. 156, I). Em relação aos tributos lançados por homologação, o art. 3º, da LC
118/05, determina que o prazo de 05 anos seja contado a partir da data do pagamento. Portanto, a questão
está correta.

Gabarito: Correta

23. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014


Como condição da ação de repetição de indébito, exige-se que o contribuinte, para reaver o que tenha sido
pago indevidamente, proteste o crédito tributário devido.

Comentário: O art. 165, do CTN, estabelece que o direito à repetição do indébito tributário independe de
prévio protesto pelo sujeito passivo.

Gabarito: Errada

24. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014


Na ação de consignação em pagamento movida pelo contribuinte, a procedência do pedido extingue o
crédito tributário, e o valor do depósito realizado é convertido em renda.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 61


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Comentário: De fato, na ação de consignação em pagamento movida pelo contribuinte, a procedência do


pedido (pagamento do valor que entende devido) extingue o crédito tributário, e o valor do depósito
realizado é convertido em renda, em favor da Fazenda.

Gabarito: Correta

25. CESPE/Câmara dos Deputados-Analista Legislativo/2014


O parcelamento requerido pelo contribuinte depois de transcorrido o prazo prescricional não restabelece a
exigibilidade do crédito tributário.

Comentário: Ao fim do prazo prescricional, o crédito tributário é extinto pela prescrição, não havendo que
se falar em restabelecimento de sua exigibilidade. Portanto, a questão está correta.

Gabarito: Correta

26. CESPE/Câmara dos Deputados-Analista Legislativo/2014


A regra de imputação de pagamento prevista no Código Civil de que a amortização da dívida ocorre primeiro
sobre os juros e, somente depois, sobre o principal do crédito não se aplica à compensação de natureza
tributária.

Comentário: Tal regra não se aplica ao crédito tributário, cuja imputação em pagamento segue o regramento
do Código Tributário Nacional, mais precisamente em seu art. 163.

Gabarito: Correta

27. CESPE/Câmara dos Deputados-Analista Legislativo/2014


Não é possível a compensação de débitos tributários federais com precatório estadual ofertado pelo
contribuinte, a despeito de o Código Tributário Nacional prever a compensação de créditos tributários com
créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a fazenda pública.

Comentário: A compensação tributária ocorre quando o sujeito passivo e o sujeito ativo são devedores e
credores um do outro. Portanto, não é possível a compensação de débitos tributários federais com
precatório estadual.

Gabarito: Correta

28. CESPE/TJ-SE-Titular de Serviços de Notas e de Registros/2014


No que se refere à prescrição e à decadência em matéria tributária, assinale a opção correta.
a) À fazenda pública será concedido o prazo de cinco anos para constituir o crédito tributário, a partir da
data em que se tornar definitiva a decisão que anular, por vício formal, lançamento anteriormente efetuado.
b) A prescrição pode ser definida como a perda do direito de lançar, ou seja, de constituir o crédito tributário.
c) A decadência pode ocorrer antes ou após a constituição definitiva do crédito tributário.
d) Ocorre a decadência, em regra, após cinco anos contados da data do pagamento do tributo pelo
contribuinte.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 62


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

e) Não é legalmente admissível a interrupção da prescrição nem da decadência, podendo, entretanto, ambas
ser suspensas nas hipóteses legais.

Comentário:

Alternativa A: É exatamente o que consta no art. 173, II, do CTN. Trata-se do prazo decadencial para que a
Fazenda promova novo lançamento em virtude de lançamento anteriormente anulado por vício formal.
Alternativa correta.

Alternativa B: A prescrição se refere à perda do direito de ajuizamento da ação de execução fiscal.


Alternativa errada.

Alternativa C: A decadência opera-se apenas antes da constituição definitiva do crédito tributário. Após tal
momento, inicia-se o curso do prazo prescricional. Alternativa errada.

Alternativa D: Em regra, a decadência ocorre após 05 anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte
àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Alternativa errada.

Alternativa E: Tão somente com o conhecimento do CTN, é possível eliminar esta assertiva, haja vista ser
admissível em tal norma a interrupção da prescrição. Alternativa errada.

Gabarito: Letra A

29. CESPE/TJ-DF-Juiz de Direito Substituto/2014


A administração tributária do DF procedeu à análise dos livros fiscais e registros contábeis da sociedade
empresária WYZ Ltda., em diligência de fiscalização realizada entre os dias 1.º/5/2014 e 10/5/2014, com
notificação à contribuinte, em 1.º/5/2014, acerca do início da ação fiscal, tendo verificado o que se segue.
Durante os meses de janeiro a junho de 2010, a contribuinte declarou em guia específica as operações de
circulação de mercadoria, mas não recolhera ao DF qualquer valor referente ao ICMS.
Durante os meses de julho a dezembro de 2010, a contribuinte declarou, em guia específica, as operações
de circulação de mercadoria, mas recolhera parcialmente o montante devido de ICMS ao DF. Durante os
meses de janeiro a dezembro de 2011, a contribuinte não declarou nem recolheu o ICMS devido pela
realização das operações de circulação de mercadorias.
Durante o período de fiscalização que se iniciou em 1.º/5/2014, a administração tributária do DF verificou
que não fora declarada nem recolhida nenhuma obrigação tributária de ICMS no ano de 2014, razão por que
notificou a contribuinte, solicitando esclarecimentos adicionais.
Considerando os dados acima apresentados, assinale a opção correta com base no CTN e na jurisprudência
do STJ.
a) As diversas obrigações em apreço têm, em comum, o início e o fim do prazo decadencial: início em
1.º/5/2014 e término em 30/4/2019.
b) Para evitar a decadência dos diretos referentes às obrigações tributárias geradas entre os meses de janeiro
a junho de 2010, o fisco do DF deve lançar o tributo até 31/12/2014, data após a qual começará a correr o
prazo de prescrição.
c) Com relação às obrigações tributárias referentes aos meses de julho a dezembro de 2010, o lançamento
tributário de ofício é prescindível porque o crédito já foi constituído pelo contribuinte.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 63


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

d) No que se refere às obrigações tributárias referentes aos meses de janeiro a dezembro de 2011, o fisco
deve efetuar o lançamento dentro do prazo decadencial de cinco anos, que se iniciou no dia da ocorrência
de cada fato gerador de obrigação fiscal não recolhida.
e) No caso das obrigações tributárias de ICMS referentes aos meses de janeiro a maio de 2014, o fisco do DF
deve efetuar o lançamento tributário de todas as obrigações em aberto até 31/12/2019, para evitar a
decadência do direito.

Comentário:

Alternativa A: Nenhuma das obrigações citadas tem como termo inicial do prazo decadencial o dia
01/05/2014 e o término em 30/04/2019. Alternativa errada.

Alternativa B: Como a contribuinte declarou os débitos de 01/2010 a 06/2010, mas não os pagou, o crédito
tributário foi constituído pela entrega da declaração, não havendo prazo decadencial, mas sim prescricional.
Alternativa errada.

Alternativa C: Como os débitos de 07/2010 a 12/2010 foram integralmente declarados, o crédito tributário
já foi constituído, quando da entrega da declaração pelo contribuinte. Alternativa correta.

Alternativa D: Como se trata de tributo lançado por homologação, e não havendo declaração pelo
contribuinte relativamente aos débitos de 01/2011 a 12/2011, o início do prazo decadencial se dá em
01/01/2012, conforme prevê o art. 173, I, do CTN. Alternativa errada.

Alternativa E: Como se trata de tributo lançado por homologação, e não havendo declaração pelo
contribuinte relativamente aos débitos de 01/2014 a 05/2014, o início do prazo decadencial se dá em
01/01/2015, conforme prevê o art. 173, I, do CTN, tendo seu término em 01/01/2010. Alternativa errada.

Gabarito: Letra C

30. CESPE/DPE-TO/2013
A conversão do depósito em renda é modalidade de suspensão do crédito tributário.

Comentário: A conversão do depósito em renda é modalidade de extinção do crédito tributário, conforme


previsão no art. 156, VI, do CTN.

Gabarito: Errada

31. CESPE/DPE-TO/2013
O vencimento do crédito tributário ocorre dez dias depois da data em que se considera o sujeito passivo
notificado do cálculo do montante do tributo devido.

Comentário: De acordo com o art. 160 do CTN, quando a legislação tributária não fixar o tempo do
pagamento, o vencimento do crédito ocorre trinta dias depois da data em que se considera o sujeito passivo
notificado do lançamento. Ou seja, a legislação do ente federativo pode determinar que o prazo para
pagamento é de 10 dias, mas, se isso não for feito, a regra é o prazo de 30 dias.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 64


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

Gabarito: Errada

32. CESPE/JUIZ FEDERAL-2ª REGIÃO/2011


De acordo com o CTN, constitui caso de extinção do crédito tributário:
a) a concessão de isenção tributária.
b) o transcorrer do prazo de cinco anos contados da constituição do crédito.
c) a concessão de anistia.
d) o depósito do montante integral do crédito.
e) a concessão de parcelamento do crédito.

Comentário: Com o transcorrer do prazo quinquenal, a contar da constituição definitiva do crédito tributário,
este estará extinto pela prescrição. As demais modalidades se referem à suspensão ou exclusão do crédito
tributário. A resposta, portanto, é a Letra B.

Gabarito: Letra B

33. CESPE/PROCURADOR FEDERAL/2010


Pela remissão, o legislador extingue a punibilidade do sujeito passivo infrator da legislação tributária,
impedindo a constituição do respectivo crédito tributário.

Comentário: A remissão é causa de extinção do crédito tributário. Portanto, no momento da remissão, o


crédito tributário já foi constituído.

Gabarito: Errada

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 65


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES


1. CESPE/TCE-RO-Auditor de Controle Externo/2019
É modalidade de extinção do crédito tributário
a) moratória.
b) parcelamento.
c) isenção.
d) anistia.
e) prescrição.

2. CESPE/PGE-PE-Procurador/2018
Em relação aos créditos de natureza tributária, a inscrição em dívida ativa
a) interrompe o prazo de prescrição da ação para a cobrança do crédito.
b) suspende o prazo de prescrição da ação para a cobrança do crédito.
c) interrompe o prazo prescricional para o lançamento do crédito.
d) suspende o prazo prescricional para o lançamento do crédito.
e) não interrompe nem suspende o prazo prescricional da ação para a cobrança do crédito.

3. CESPE/STJ-Analista Judiciário-Área Judiciária/2018


A taxa de juros de mora incidente na repetição do indébito tributário deve corresponder àquela utilizada
para a cobrança do tributo pago em atraso.

4. CESPE/STJ-Analista Judiciário-Área Judiciária/2018


Na hipótese de ser julgada procedente ação de consignação em pagamento, a fazenda pública poderá cobrar
o crédito tributário acrescido dos juros de mora referentes a todo o período, até o trânsito em julgado.

5. CESPE/DPF-Perito Criminal Federal/2018


Remissão concedida por ente público titular de obrigação tributária a pessoa física ou jurídica provoca a
suspensão temporária do crédito tributário.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 66


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

6. CESPE/TCE-MG-Analista de Controle Externo/2018


Um contribuinte pretende compensar parcialmente tributo municipal com valores reconhecidos como
repetição de indébito tributário municipal em sentença declaratória transitada em julgado.
Nos termos do CTN e à luz da doutrina, essa compensação
a) é regida pelas normas previstas no Código Civil.
b) poderá ocorrer mesmo que o valor devido ao particular for vincendo.
c) poderá ocorrer com créditos judiciais ainda não liquidados.
d) é hipótese de exclusão do crédito tributário.
e) amortizará primeiro os juros e depois o débito principal da obrigação tributária.

7. CESPE/PGM-João Pessoa-Procurador/2018
Assinale a opção que apresenta uma hipótese de extinção do crédito tributário do ISS de João Pessoa – PB.
a) depósito recursal
b) imunidade tributária
c) compensação
d) decisão judicial sem trânsito em julgado
e) dação em pagamento de bens móveis

8. CESPE/PGE-PE-Procurador/2018
Determinado tributo deveria ter sido lançado no dia 5 de setembro de 2016, uma segunda-feira, mas o
contribuinte não providenciou a declaração do débito. A legislação desse tributo atribuiu ao sujeito passivo
o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.
Nessa situação hipotética, considerando-se a posição majoritária do STJ, a data correta para o início da
contagem do prazo quinquenal para a fazenda pública constituir o crédito tributário é o
a) dia 5 de setembro de 2016.
b) dia 6 de setembro de 2016.
c) último dia útil de setembro de 2016.
d) primeiro dia útil de outubro de 2016.
e) dia 1.º de janeiro de 2017.

9. CESPE/PGE-PE-Procurador/2018
Segundo o CTN, a conversão do depósito judicial em renda é considerada uma modalidade de
a) remissão do crédito tributário.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 67


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

b) suspensão do crédito tributário.


c) extinção do crédito tributário.
d) exclusão do crédito tributário.
e) dispensa do crédito tributário.

10. CESPE/STJ-Analista Judiciário/2018


A decadência é uma hipótese de extinção do crédito tributário que decorre do transcurso do tempo máximo
previsto para a constituição desse crédito.
11. CESPE/TJ-PR-Juiz/2017
Em 3/6/2009, determinado contribuinte sofreu lançamento referente a fatos geradores de ICMS que teriam
ocorrido em 1.º/3/2004, sem que tivesse havido declaração de débito nem qualquer pagamento de tributo.
Nessa situação hipotética,
a) houve prescrição, que se conta a partir do fato gerador, de modo que o lançamento não poderia ter sido
realizado.
b) houve decadência, que se conta, nesse caso, a partir do fato gerador, de modo que o lançamento não
poderia ter sido realizado.
c) não houve decadência nem prescrição.
d) houve prescrição, contada do primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido
realizado, de maneira que o crédito não poderia ter sido constituído.

12. CESPE/PC-PE-Delegado/2016
De acordo com as disposições do CTN, é causa de extinção da exigibilidade do crédito tributário
a) a consignação em pagamento.
b) as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo.
c) a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial.
d) o parcelamento.
e) a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

13. CESPE/PC-PE-Delegado/2016
No que diz respeito aos institutos da prescrição e da decadência, assinale a opção correta.
a) A prescrição e a decadência estão previstas no CTN como formas de exclusão do crédito tributário.
b) O direito de ação para a cobrança do crédito tributário decai em cinco anos, contados da data da sua
constituição definitiva.
c) O protesto judicial é uma forma de interrupção da prescrição.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 68


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

d) O direito de a fazenda pública constituir o crédito tributário prescreve após cinco anos, contados do
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
e) As normas gerais sobre prescrição e decadência na matéria tributária devem ser estabelecidas por meio
de lei ordinária.
14. CESPE/PC-PE-Delegado/2016
A repetição do indébito tributário refere-se à possibilidade de o contribuinte requerer às autoridades
fazendárias a devolução de valores pagos indevidamente a título de tributo. A respeito desse assunto,
assinale a opção correta.
a) Os juros moratórios na repetição do indébito tributário são devidos a partir da data do fato gerador.
b) Prescreve em dois anos a ação anulatória da decisão administrativa que denegar a restituição.
c) Na repetição do indébito tributário, a correção monetária incide desde a data do fato gerador.
d) O direito do sujeito passivo à restituição total ou parcial do tributo depende necessariamente de prévio
protesto.
e) O direito de pleitear a restituição extingue-se após dois anos do pagamento espontâneo do tributo.
No exercício do controle fiscal, o tribunal de contas identificou que a secretaria de fazenda do estado vinha,
de forma contumaz, retardando por mais de cinco anos a constituição de muitos dos créditos tributários
oriundos de tributos sujeitos a lançamento de ofício, fato que gerou, como consectário lógico, a
impossibilidade de cobrar do contribuinte o crédito tributário.
Nesses casos, não havia possibilidade de a autoridade competente realizar o lançamento.
A respeito dessa situação hipotética e de aspectos legais a ela relacionados, julgue os itens que se seguem.

15. CESPE/TCE-SC-Auditor Fiscal de Controle Externo/2016


1 - Considerando-se que, nessa situação, não tenha havido anulação de lançamento por vício formal, os
tributos referidos deveriam ter sido lançados em até cinco anos, contados do primeiro dia do exercício
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.

16. CESPE/TCE-SC-Auditor Fiscal de Controle Externo/2016


2 - Caso um contribuinte apresente a declaração exigida por lei e efetive o pagamento antecipado de tributos
sujeitos ao lançamento por homologação, desde que inexistente lei estadual que fixe prazo distinto, o prazo
para a homologação será de cinco anos, contados da efetiva ocorrência do fato gerador de cada tributo.

17. CESPE/TCE-SC-Auditor Fiscal de Controle Externo/2016


3 - A situação hipotética diz respeito à prescrição tributária de tributos estaduais.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 69


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

18. CESPE/CGE-PI-Auditor Governamental/2015


Se houver pagamento indevido de ICMS, só será possível a restituição do tributo pago ao sujeito passivo de
direito se ele provar ter assumido o encargo financeiro ou, no caso de ter havido repercussão econômica,
ter expressa autorização do contribuinte de fato.

19. CESPE/DPU-Defensor Público Federal/2015


Caso determinado contribuinte tenha dois ou mais débitos tributários vencidos com a União, estes deverão
ser cobrados na seguinte ordem de precedência: impostos, taxas e contribuição de melhoria.

20. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014


Caso ocorra fato gerador em setembro de 2014 de tributo cujo lançamento tenha sido feito de ofício, o
direito de a fazenda pública constituir o respectivo crédito tributário se extinguirá em setembro de 2019.
21. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014
A dúvida acerca do pagamento do IPTU incidente sobre imóvel situado em localidade limítrofe entre dois
municípios autoriza o ajuizamento de ação de consignação em pagamento pelo proprietário.

22. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014


O direito à restituição do crédito tributário pago indevidamente extingue-se após cinco anos contados da
data do pagamento, ainda que o tributo seja submetido ao lançamento por homologação.

23. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014


Como condição da ação de repetição de indébito, exige-se que o contribuinte, para reaver o que tenha sido
pago indevidamente, proteste o crédito tributário devido.

24. CESPE/ANATEL-Especialista em Regulação/2014


Na ação de consignação em pagamento movida pelo contribuinte, a procedência do pedido extingue o
crédito tributário, e o valor do depósito realizado é convertido em renda.

25. CESPE/Câmara dos Deputados-Analista Legislativo/2014


O parcelamento requerido pelo contribuinte depois de transcorrido o prazo prescricional não restabelece a
exigibilidade do crédito tributário.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 70


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

26. CESPE/Câmara dos Deputados-Analista Legislativo/2014


A regra de imputação de pagamento prevista no Código Civil de que a amortização da dívida ocorre primeiro
sobre os juros e, somente depois, sobre o principal do crédito não se aplica à compensação de natureza
tributária.

27. CESPE/Câmara dos Deputados-Analista Legislativo/2014


Não é possível a compensação de débitos tributários federais com precatório estadual ofertado pelo
contribuinte, a despeito de o Código Tributário Nacional prever a compensação de créditos tributários com
créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a fazenda pública.

28. CESPE/TJ-SE-Titular de Serviços de Notas e de Registros/2014


==590be==

No que se refere à prescrição e à decadência em matéria tributária, assinale a opção correta.


a) À fazenda pública será concedido o prazo de cinco anos para constituir o crédito tributário, a partir da
data em que se tornar definitiva a decisão que anular, por vício formal, lançamento anteriormente efetuado.
b) A prescrição pode ser definida como a perda do direito de lançar, ou seja, de constituir o crédito tributário.
c) A decadência pode ocorrer antes ou após a constituição definitiva do crédito tributário.
d) Ocorre a decadência, em regra, após cinco anos contados da data do pagamento do tributo pelo
contribuinte.
e) Não é legalmente admissível a interrupção da prescrição nem da decadência, podendo, entretanto, ambas
ser suspensas nas hipóteses legais.

29. CESPE/TJ-DF-Juiz de Direito Substituto/2014


A administração tributária do DF procedeu à análise dos livros fiscais e registros contábeis da sociedade
empresária WYZ Ltda., em diligência de fiscalização realizada entre os dias 1.º/5/2014 e 10/5/2014, com
notificação à contribuinte, em 1.º/5/2014, acerca do início da ação fiscal, tendo verificado o que se segue.
Durante os meses de janeiro a junho de 2010, a contribuinte declarou em guia específica as operações de
circulação de mercadoria, mas não recolhera ao DF qualquer valor referente ao ICMS.
Durante os meses de julho a dezembro de 2010, a contribuinte declarou, em guia específica, as operações
de circulação de mercadoria, mas recolhera parcialmente o montante devido de ICMS ao DF. Durante os
meses de janeiro a dezembro de 2011, a contribuinte não declarou nem recolheu o ICMS devido pela
realização das operações de circulação de mercadorias.
Durante o período de fiscalização que se iniciou em 1.º/5/2014, a administração tributária do DF verificou
que não fora declarada nem recolhida nenhuma obrigação tributária de ICMS no ano de 2014, razão por que
notificou a contribuinte, solicitando esclarecimentos adicionais.
Considerando os dados acima apresentados, assinale a opção correta com base no CTN e na jurisprudência
do STJ.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 71


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

a) As diversas obrigações em apreço têm, em comum, o início e o fim do prazo decadencial: início em
1.º/5/2014 e término em 30/4/2019.
b) Para evitar a decadência dos diretos referentes às obrigações tributárias geradas entre os meses de janeiro
a junho de 2010, o fisco do DF deve lançar o tributo até 31/12/2014, data após a qual começará a correr o
prazo de prescrição.
c) Com relação às obrigações tributárias referentes aos meses de julho a dezembro de 2010, o lançamento
tributário de ofício é prescindível porque o crédito já foi constituído pelo contribuinte.
d) No que se refere às obrigações tributárias referentes aos meses de janeiro a dezembro de 2011, o fisco
deve efetuar o lançamento dentro do prazo decadencial de cinco anos, que se iniciou no dia da ocorrência
de cada fato gerador de obrigação fiscal não recolhida.
e) No caso das obrigações tributárias de ICMS referentes aos meses de janeiro a maio de 2014, o fisco do DF
deve efetuar o lançamento tributário de todas as obrigações em aberto até 31/12/2019, para evitar a
decadência do direito.

30. CESPE/DPE-TO/2013
A conversão do depósito em renda é modalidade de suspensão do crédito tributário.

31. CESPE/DPE-TO/2013
O vencimento do crédito tributário ocorre dez dias depois da data em que se considera o sujeito passivo
notificado do cálculo do montante do tributo devido.
32. CESPE/JUIZ FEDERAL-2ª REGIÃO/2011
De acordo com o CTN, constitui caso de extinção do crédito tributário:
a) a concessão de isenção tributária.
b) o transcorrer do prazo de cinco anos contados da constituição do crédito.
c) a concessão de anistia.
d) o depósito do montante integral do crédito.
e) a concessão de parcelamento do crédito.

33. CESPE/PROCURADOR FEDERAL/2010


Pela remissão, o legislador extingue a punibilidade do sujeito passivo infrator da legislação tributária,
impedindo a constituição do respectivo crédito tributário.

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 72


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza


Eduardo Da Rocha, Fábio Dutra, Rafael Rocha (Caverna) , Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 19 - Prof. Fábio Dutra

GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES

1. E 12. A 23. E
2. E 13. C 24. C
3. C 14. B 25. C
4. E 15. C 26. C
5. E 16. C 27. C
6. B 17. E 28. A
7. C 18. C 29. C
8. E 19. E 30. E
9. C 20. E 31. E
10. C 21. C 32. B
11. C 22. C 33. E

SEFAZ-AC - Legislação Tributária do Estado do Acre - 2023 (Pós-Edital) 73


www.estrategiaconcursos.com.br 74

64940110206 - Marcelo Pedroza de Souza

Você também pode gostar