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HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA, FATO

GERADOR E OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA


Centro Universitário do Rio São Francisco - UNIRIOS
Direito Tributário I – IX período
Prof. Danilma Melo da Silva
A relação jurídico-tributária pode ser representada por meio de uma linha
temporal, englobando os momentos demarcatórios do fenômeno tributário:

1.º Hipótese de Incidência


2.º Fato Gerador
3.º Obrigação Tributária
4.º Crédito Tributário
Hipótese de Incidência

O momento abstrato escolhido pelo legislador em que um fato da vida real


dará ensejo ao fenômeno jurídico tributário.

Exemplos: circular mercadorias; transmitir bens; prestar serviços etc.


Fato Gerador

É a materialização da hipótese de incidência. Em outras palavras, é o


momento em que o que foi previsto na lei tributária (hipótese de
incidência) realmente ocorre no mundo real.

Da ocorrência da subsunção tributária é que surge a relação jurídico-


obrigacional, que, por sua vez, dará lastro à relação intersubjetiva
tributária.
Fato Gerador

Para facilitar a verificação da subsunção legal de um fato gerador à


hipótese de incidência, é relevante destacarmos a existência dos
seguintes aspectos estruturantes do fato gerador:

Pessoal: sujeitos ativo e passivo;


Temporal: momento em que ocorre o fato gerador;
Espacial: local em que ocorre o fato gerador;
Material: descrição do cerne da hipótese de incidência;
Quantificativo: base de cálculo e alíquota.
Fato Gerador

Para a ocorrência de um fator gerador não importa a natureza dos atos


praticados nem de seus efeitos, de forma que, atos nulos ou ilícitos
podem ser tributados, conforme o art. 118 do CTN. É a chamada
interpretação objetiva do fato gerador, calcada na máxima latina
pecúnia non olet.
Fato Gerador

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:

I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos


contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu
objeto ou dos seus efeitos;

II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.


Fato Gerador

O Código Tributário Nacional determina duas formas de identificação


do momento de ocorrência dos fatos geradores (temporal), dividindo-se
em situações de fato e situações jurídicas (art. 116 do CTN).
Fato Gerador

Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o


fato gerador e existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se
verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os
efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que
esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.
Obrigação Tributária

O surgimento da obrigação tributária – “OT” dar-se-á quando a hipótese


de incidência tributária – “HI” (norma abstrata prevista em lei), for
praticada no mundo real por algum sujeito passivo (contribuinte ou
responsável tributário), externando o fato gerador – “FG”, nascendo ao
sujeito ativo (fazendas públicas) o poder de exigir o crédito tributário –
“CT” mediante atividade de lançamento tributário – “LÇ”.
Obrigação Tributária

A obrigação tributária é resultante do fato gerador ou, em outras


palavras, da concretização do paradigma legal previsto
abstratamente na hipótese de incidência tributária. Pode ser
analisada a partir de quatro elementos formadores:

- Sujeito Ativo (arts. 119 e 120 do CTN);


- Sujeito Passivo (arts. 121 a 123 do CTN);
- Objeto (art. 113, §§ 1.º e 2.º, do CTN);
- Causa (arts. 114 e 115 do CTN).
Obrigação Tributária

Sujeito Ativo (arts. 119 e 120 do CTN);

Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito


público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.

Ocupa o lado credor da relação intersubjetiva tributária, sendo representado


pelos entes que devem realizar a retirada dos valores a título de tributo, quais
sejam, as pessoas jurídicas de direito público competentes para a exigência do
tributo.
Obrigação Tributária

Temos dois tipos de sujeitos ativos:

Sujeito ativo direto: entidades tributantes que detêm o poder de legislar em


matéria tributária (União, Estados, Municípios e DF);

Sujeito ativo indireto: entidades parafiscais (CRM, CRC, CROSP etc.), os


quais detêm o poder arrecadatório e fiscalizatório (capacidade tributária
ativa)
Obrigação Tributária

- Sujeito Passivo (arts. 121 a 123 do CTN);

Lado devedor da relação intersubjetiva tributária, representado


pelos entes destinatários da invasão patrimonial na retirada compulsória
de valores, a título de tributos.
Obrigação Tributária

Existem dois tipos de sujeitos passivos, a saber:

- Sujeito passivo direto: é o contribuinte, que possui relação pessoal e direta


com o fator gerador (art. 121, parágrafo único, I, do CTN).
Ex.: o proprietário do bem imóvel é contribuinte do IPTU.

- Sujeito passivo indireto: é o responsável, na condição de terceiro, escolhido


por lei para o pagamento do tributo, sem que tenha relação com o fator
gerador
Ex.: o administrador da sociedade é responsável tributário relativamente ao tributo devido pela
pessoa jurídica.
Obrigação Tributária

- Objeto (art. 113, §§ 1.º e 2.º, do CTN);

É a prestação, de cunho pecuniário ou não pecuniário, a que se


submete o sujeito passivo diante da realização do fato gerador.

Obrigação principal (pecuniária)


Obrigação acessória (não pecuniária)
Obrigação Tributária

A obrigação principal é a prestação que representa o ato de pagar


(tributo ou multa).
Exemplo: pagamento da parcela do IRPF; pagamento da multa tributária em dado
valor etc.

A obrigação acessória é a prestação positiva ou negativa, que se


desdobra em atos de fazer ou de não fazer, sem caráter de
patrimonialidade e dotados do viés de instrumentalidade.
Exemplos: a obrigatoriedade de emitir notas fiscais, entregar declarações etc.
Obrigação Tributária

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem


por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente.

§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por


objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
Obrigação Tributária

- Causa (arts. 114 e 115 do CTN).

A causa é o vínculo jurídico que motiva a ligação jurídico-obrigacional


entre os sujeitos ativo e passivo.
Obrigação Tributária

A obrigação tributária é resultante do fato gerador ou, em outras


palavras, da concretização do paradigma legal previsto
abstratamente na hipótese de incidência tributária. Pode ser
analisada a partir de quatro elementos formadores:

- Sujeito Ativo (arts. 119 e 120 do CTN);


- Sujeito Passivo (arts. 121 a 123 do CTN);
- Objeto (art. 113, §§ 1.º e 2.º, do CTN);
- Causa (arts. 114 e 115 do CTN).
Domicílio Tributário

- Domicílio é o lugar onde o sujeito passivo é chamado a cumprir seus


deveres de ordem tributária.

- Segundo o art. 127 do CTN, podemos depreender que a regra geral


do domicílio tributário é a utilização do domicílio de eleição, ou seja,
o contribuinte elege o local de sua preferência. Caso o contribuinte não
o eleja, os incs. I, II e III do referido artigo deverão ser aplicados, na
busca da solução.
Domicílio Tributário

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de


domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como
tal:

I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta


incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade;
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas
individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem
origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas
repartições no território da entidade tributante.
Domicílio Tributário

Em caso de impossibilidade de aplicação dos incisos citados, ou na


hipótese de a Administração recusar, fundamentadamente, o domicílio
de eleição, o § 1.º do art. 127 deverá ser aplicado. Tal dispositivo indica
que será escolhido como domicílio o lugar da situação dos bens ou da
ocorrência dos atos ou fatos que originaram a obrigação.

-
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO

Cada discente deverá criar, a partir dos conceitos apresentados, duas


questões de múltipla escolha.

Após a criação das questões, é necessário inserí-las no documento


compartilhado pela professora.

Na próxima aula as questões deverão ser respondidas por todos, para


averiguação da fixação dos conceitos.

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