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HIPÓTESE TRIBUTÁRIA

1 - Normas tributárias em 3 sentidos:

a) Criando ao dever de pagar tributo

b) Instituindo deveres de fazer e de não fazer

c) Impondo sanções aos ilícitos tributários

Todas estas relações independentes entre si

2 - Estrutura das normas jurídicas gerais


Envolvendo

a) A hipótese ou parte antecedente, um raciocínio ou juízo condicional,


portanto sempre sob o semblante do “se”

b) E de uma parte consequente, ou seja, os reflexos jurídicos, no


mundo real, da ocorrência de um fato que se amolde/adeque-
se/subsuma-se ao conceito daquela hipótese

Portanto, também aquelas 3 espécies de normas tributárias, em sua


estrutura, abrigam ao mesmo significado
3 - Imperfeições muitas do CTN, arts. 113 até 117, e a redação em
Concursos Testes e Discursivas/Orais

4 - Nota mais importante ao Tributário a lançada no art. 118, CTN,


ensinando ao legislador sobre como construir a hipótese,
desprezando-se aos valores lançados em seus incisos, máxima do
“non olet”:

Fundamentos tributários com influência/repercussão junto a outros


ramos
a) O non olet – nota marcante – despreocupação sobre a origem das
riquezas e as formalidades à sua aquisição
CTN, § 1º, art. 43, arts. 118, I, e 126, I
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de
qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade
econômica ou jurídica:
...
§ 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do
rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da
origem e da forma de percepção.

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:

I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,


responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus
efeitos;
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:

I - da capacidade civil das pessoas naturais;

CF, Art. 150, II – Isonomia Tributária


II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação
profissional ou função por eles exercida, independentemente da
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

Lei Complementar 116/03, ISS, Art. 1º, caput e § 4º


Art. 1º O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de
competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato
gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa, ainda que
esses não se constituam como atividade preponderante do prestador.
...
§ 4º A incidência do imposto não depende da denominação dada ao
serviço prestado.

5 - Por igual, assim desnecessário o art. 114, que quis identificar o


significado do fato no mundo real, Fato Tributário ou fato jurígeno,
que é a ocorrência em concreto do quanto previsto na Hipótese de
Incidência/Hipótese Tributária
Aliás, o art. 115 também busca o mesmo caminho, para os vínculos de
fazer/não fazer

6 - Tudo porque, a rigor, a Obrigação Tributária é una, equivocado


assim chamar aos deveres de fazer e não fazer de “obrigação
acessória”, porque são eventos independentes, uns dos outros

7 - Em suma, a Parte Antecedente da regra tributante, a hipótese,


reúne a conduta ou critério material, o espaço físico em que a ocorrer
e o tempo a partir do qual a ser exigida/tributada

Tanto quanto
A consequência da norma vai identificar, na estrutura do Fato Tributário/da
relação tributária/da Obrigação Tributária os componentes

Do sujeito ativo

Sujeito passivo

Da aritmética de cobrança, envolvendo

Base de cálculo

Alíquota
8 - No art. 116, então, de novo desnecessário separar-se a situações
de fato/situações jurídicas, pois tudo decorre da norma, tudo é
“jurídico” ou “jurígeno”

9 - Por sua face, o parágrafo do art. 116 cuida da Desconsideração


Objetiva, evento distinto e de grande importância, porém a depender
de regulamentação em lei

10 - Por fim, copiando ao Civil, quando a hipótese reúne evento sob


condição, aquele elemento acessório ao negócio jurídico, que
subordina a sua eficácia a evento futuro e incerto, o Fato Tributário
ocorrerá conforme a natureza da condição, se resolutiva ou se
suspensiva, consoante os incisos de referido art. 117
11 - Portanto, com razão a Doutrina em identificar à Hipótese e ao Fato como os
dois lados da mesma moeda, lamentavelmente o CTN e a legislação específica
costumeiramente chamando aos dois de “fato gerador”, assim causando a
tremenda confusão

• CTN, ARTS. 113 A 117

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por
objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente
com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância,
converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade
pecuniária.

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em


lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que,


na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato
que não configure obrigação principal.
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o
fato gerador e existentes os seus efeitos:
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se
verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os
efeitos que normalmente lhe são próprios;
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que
esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.

Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos


ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a
serem estabelecidos em lei ordinária.
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo
disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos
condicionais reputam-se perfeitos e acabados:
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu
implemento;
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do
ato ou da celebração do negócio.

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