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Direito Tributário

Renato De Pretto
Sumário de
Aula

Q U E S T Õ E S : A D M I N I S T R A Ç Ã O T R I B U TÁ R I A - I
(2019/CESPE/CEBRASPE/Prefeitura de Campo Grande – MS/Procurador
Municipal) A respeito de impostos de competência municipal, julgue o seguinte
item, conforme a Constituição Federal de 1988, o Código Tributário Nacional e a
legislação de regência.
Compete privativamente ao Senado Federal avaliar periodicamente o
desempenho das administrações tributárias dos municípios.

( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Certo.
Art. 52, CF. Compete privativamente ao Senado Federal:
(...) XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional,
em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações
tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
(2019/VUNESP/Prefeitura de Ribeirão Preto – SP/Procurador do Município)
Suponha que o fiscal de rendas do Município responsável pelo procedimento de
fiscalização instaurado contra a empresa Serviços de Sucesso Ltda., tenha
encaminhado ao Procurador do Município solicitação de ajuizamento de ação
para ter autorizado o acesso a informações bancárias sigilosas da empresa e dos
seus sócios. O Procurador do Município, em conformidade com a jurisprudência
do STF, deverá
A) ajuizar a ação de obrigação de fazer imediatamente, com pedido de liminar, já
que o sigilo bancário de contribuintes somente pode ser quebrado, pelo Fisco,
mediante ordem judicial.
B) orientar o fiscal de rendas a provocar atuação do Ministério Público Estadual,
órgão competente para requisitar, ao juízo da Fazenda Pública, a quebra do sigilo
fiscal de contribuintes nos autos de processos administrativos de fiscalização.
C) orientar o fiscal de rendas a requerer diretamente o acesso aos dados bancários
dos contribuintes, considerando tratar-se de informação essencial para constituição
do crédito tributário.
D) orientar o fiscal de rendas a constituir definitivamente o crédito tributário para
inscrição em dívida ativa e consequente ajuizamento da execução fiscal, já que
somente nesse tipo de ação é possível requisitar informações bancárias de
contribuintes.
E) orientar o fiscal de rendas a oficiar a Receita Federal, órgão centralizador e
detentor de todos os dados bancários e financeiros de pessoas físicas e jurídicas.
GABARITO: C.
Art. 6º, LC 105/01. As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar
documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a
contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo
administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam
considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente.
STF, Teses no Tema 225:
a) “O art. 6º da Lei Complementar 105/01 não ofende o direito ao sigilo bancário,
pois realiza a igualdade em relação aos cidadãos, por meio do princípio da
capacidade contributiva, bem como estabelece requisitos objetivos e o translado
do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal”.
b) “A Lei 10.174/01 não atrai a aplicação do princípio da irretroatividade das leis
tributárias, tendo em vista o caráter instrumental da norma, nos termos do artigo
144, § 1º, do CTN”.
(2018/FAUEL/Prefeitura de Paranavaí – PR/Procurador do Município) Assinale a
alternativa INCORRETA, a respeito da administração tributária.
A) Sujeitam-se à fiscalização tributária as pessoas naturais ou jurídicas,
contribuintes ou não, inclusive as que gozem de imunidade tributária ou de isenção
de caráter pessoal.
B) É inadmissível a interdição de estabelecimento e a apreensão de mercadorias
como meio coercitivo para cobrança de tributo.
C) A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer diligências de
fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o início do
procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo para a
conclusão daquelas.
D) A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha erro contra a
Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a expedir, pelo
crédito tributário e juros de mora acrescidos.
E) Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros
comerciais, podendo ser examinados em sua integralidade, ainda que não diga
respeito aos pontos objeto da investigação.
GABARITO: E.
A) Art. 194, CTN. A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará,
em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se
tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de
fiscalização da sua aplicação.
Parágrafo único. A legislação a que se refere este artigo aplica-se às pessoas
naturais ou jurídicas, contribuintes ou não, inclusive às que gozem de imunidade
tributária ou de isenção de caráter pessoal.
B) Súmula nº 323, STF. É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio
coercitivo para pagamento de tributos.
C) Art. 196, CTN. A autoridade administrativa que proceder ou presidir a quaisquer
diligências de fiscalização lavrará os termos necessários para que se documente o
início do procedimento, na forma da legislação aplicável, que fixará prazo máximo
para a conclusão daquelas.
Parágrafo único. Os termos a que se refere este artigo serão lavrados, sempre que
possível, em um dos livros fiscais exibidos; quando lavrados em separado deles se
entregará, à pessoa sujeita à fiscalização, cópia autenticada pela autoridade a que
se refere este artigo.
D) Art. 208, CTN. A certidão negativa expedida com dolo ou fraude, que contenha
erro contra a Fazenda Pública, responsabiliza pessoalmente o funcionário que a
expedir, pelo crédito tributário e juros de mora acrescidos.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não exclui a responsabilidade criminal e
funcional que no caso couber.
E) Súmula nº 439, STF. Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária
quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação.
(2017/CESPE/CEBRASPE/Prefeitura de Fortaleza – CE/Procurador do Município)
Julgue o item subsequente, a respeito de regime constitucional dos precatórios,
crédito público e dívida ativa.
Entende o STF que, em decorrência da autonomia tributária municipal, uma lei
estadual que dispense a cobrança de débitos de pequeno valor inscritos em dívida
ativa não deve vincular os municípios.

( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: CERTO.
Tema nº 109 (Relator: MIN. ELLEN GRACIE, Leading Case: RE 591033) – Tese:
“Lei estadual autorizadora da não inscrição em dívida ativa e do não ajuizamento de
débitos de pequeno valor é insuscetível de aplicação a Município e,
consequentemente, não serve de fundamento para a extinção das execuções fiscais
que promova, sob pena de violação à sua competência tributária.”
TRIBUTÁRIO. PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. MUNICÍPIO. VALOR DIMINUTO.
INTERESSE DE AGIR. SENTENÇA DE EXTINÇÃO ANULADA. APLICAÇÃO DA
ORIENTAÇÃO AOS DEMAIS RECURSOS FUNDADOS EM IDÊNTICA CONTROVÉRSIA. 1.
O Município é ente federado detentor de autonomia tributária, com competência
legislativa plena tanto para a instituição do tributo, observado o art. 150, I, da
Constituição, como para eventuais desonerações, nos termos do art. 150, § 6º, da
Constituição. 2. As normas comuns a todas as esferas restringem-se aos princípios
constitucionais tributários, às limitações ao poder de tributar e às normas gerais de
direito tributário estabelecidas por lei complementar. 3. A Lei nº 4.468/84 do
Estado de São Paulo - que autoriza a não-inscrição em dívida ativa e o não-
ajuizamento de débitos de pequeno valor - não pode ser aplicada a Município, não
servindo de fundamento para a extinção das execuções fiscais que promova, sob
pena de violação à sua competência tributária. 4. Não é dado aos entes políticos
valerem-se de sanções políticas contra os contribuintes inadimplentes, cabendo-
lhes, isto sim, proceder ao lançamento, inscrição e cobrança judicial de seus
créditos, de modo que o interesse processual para o ajuizamento de execução está
presente. 5. Negar ao Município a possibilidade de executar seus créditos de
pequeno valor sob o fundamento da falta de interesse econômico viola o direito de
acesso à justiça. 6. Sentença de extinção anulada. 7. Orientação a ser aplicada aos
recursos idênticos, conforme o disposto no art. 543-B, § 3º, do CPC.
(STF, RE 591033, Relator(a): ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 17/11/2010,
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-038 DIVULG 24-02-2011 PUBLIC 25-02-2011
EMENT VOL-02471-01 PP-00175 RTJ VOL-00228-01 PP-00652)manual, mecânico ou
eletrônico).
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Q U E S T Õ E S : A D M I N I S T R A Ç Ã O T R I B U TÁ R I A - I I
(2021/CESPE-CEBRASPE/PGE-MS/Procurador do Estado) Cleber, comerciante,
após a venda de mercadorias acompanhadas da declaração dos tributos, por meio
de guia de informação e apuração do ICMS, não recolheu os respectivos impostos
no prazo devido.
Com relação à cobrança dos créditos inadimplidos nessa situação hipotética, é
correto afirmar que a inscrição dos débitos em dívida ativa
A) não será possível sem que o fisco reveja a declaração eventualmente
apresentada pelo contribuinte, ainda que por meio de procedimento simplificado.
B) não será possível sem o procedimento administrativo e sem a notificação prévia
do contribuinte.
C) não será possível sem o procedimento administrativo, dispensada apenas a
notificação prévia do contribuinte.
D) será possível mesmo sem o procedimento administrativo, exigida apenas a
notificação prévia do contribuinte.
E) será possível independentemente de processo administrativo e de notificação
prévia do contribuinte.
GABARITO: E.
Súmula nº 436 do STJ. A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo
débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência
por parte do fisco.
(2021/CESPE-CEBRASPE/PGE-AL/Procurador do Estado) Um procurador de estado
verificou erro na certidão de dívida ativa (CDA) que havia instruído o executivo
fiscal e, visando corrigir o equívoco observado, propôs a substituição da CDA.
Nessa situação hipotética, conforme a Lei n.º 6.830/1980 e a jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, é possível a substituição da CDA com a finalidade de
A) alterar o sujeito passivo da obrigação tributária até a decisão de primeira
instância.
B) realizar nova apuração do tributo até a decisão de primeira instância.
C) realizar a imputação de pagamento, ocorrida anteriormente à inscrição do
débito, até a decisão de primeira instância.
D) alterar fundamento legal do lançamento até a decisão em primeira instância.
E) corrigir o número do processo administrativo ou do auto de infração até a
decisão em primeira instância.
GABARITO: E.
Art. 2º, § 5º, Lei nº 6.830/80. O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter:
I - o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhecido, o domicílio
ou residência de um e de outros;
II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os
juros de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato;
III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida;
IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização monetária, bem
como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo;
V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e
VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver
apurado o valor da dívida.
Art. 2º, § 8º, Lei nº 6.830/80. Até a decisão de primeira instância, a Certidão de
Dívida Ativa poderá ser emendada ou substituída, assegurada ao executado a
devolução do prazo para embargos.
Súmula nº 392, STJ. A Fazenda Pública pode substituir a certidão de dívida ativa
(CDA) até a prolação da sentença de embargos, quando se tratar de correção de
erro material ou formal, vedada a modificação do sujeito passivo da execução.
(2018/CESPE/CEBRASPE/Manaus-AM/Procurador do Município) Julgue o item
que se segue à luz do que dispõe o Código Tributário Nacional.
As informações relativas às representações fiscais para fim penal são sigilosas,
sendo vedada a sua divulgação ou publicização.

( ) Certo ( ) Errado
GABARITO: Errado.
Art. 198, § 3º, CTN. Não é vedada a divulgação de informações relativas a:
I – representações fiscais para fins penais;
II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública;
III – parcelamento ou moratória;
IV - incentivo, renúncia, benefício ou imunidade de natureza tributária cujo
beneficiário seja pessoa jurídica. (Incluído pela Lei Complementar nº 187, de
2021)
(2018/FCC/Prefeitura de Caruaru – PE/Procurador do Município) Sobre a dívida
ativa, é correto afirmar:
A) seu termo indica, obrigatória e exclusivamente, o devedor e os corresponsáveis,
com suas qualificações e endereços, o valor principal do débito e da multa, bem
como a taxa de juros fixa, igual ou inferior à SELIC.
B) só pode ser objeto de protesto em bloco, quando todos os títulos de um mesmo
contribuinte são cobrados em conjunto.
C) a inscrição depende de prévia notificação ao contribuinte sobre o ato a se
realizar.
D) créditos com exigibilidade suspensa não podem ser objeto de inscrição.
E) pode ser objeto de inscrição eletrônica, desde que registrada em folha física de
livro próprio.
GABARITO: D (“créditos com exigibilidade suspensa não podem ser objeto de
inscrição”).
A) Art. 2º, § 5º, Lei nº 6.830/80. O Termo de Inscrição de Dívida Ativa deverá conter:
I - o nome do devedor, dos co-responsáveis e, sempre que conhecido, o domicílio
ou residência de um e de outros;
II - o valor originário da dívida, bem como o termo inicial e a forma de calcular os
juros de mora e demais encargos previstos em lei ou contrato;
III - a origem, a natureza e o fundamento legal ou contratual da dívida;
IV - a indicação, se for o caso, de estar a dívida sujeita à atualização monetária, bem
como o respectivo fundamento legal e o termo inicial para o cálculo;
V - a data e o número da inscrição, no Registro de Dívida Ativa; e
VI - o número do processo administrativo ou do auto de infração, se neles estiver
apurado o valor da dívida.
B) Art. 1º, parágrafo único, Lei nº 9.492/97. Protesto é o ato formal e solene pelo
qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em
títulos e outros documentos de dívida.
Parágrafo único. Incluem-se entre os títulos sujeitos a protesto as certidões de
dívida ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das
respectivas autarquias e fundações públicas.
C) Art. 201, CTN. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa
natureza, regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de
esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em
processo regular.
Parágrafo único. A fluência de juros de mora não exclui, para os efeitos deste artigo,
a liquidez do crédito.
D) TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. CAUSAS
SUSPENSIVAS DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. LIMINAR EM MANDADO
DE SEGURANÇA. LANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE ÓBICE. DECADÊNCIA. 1. A suspensão
da exigibilidade do crédito tributário na via judicial impede o Fisco de praticar
qualquer ato contra o contribuinte visando à cobrança de seu crédito, tais como
inscrição em dívida, execução e penhora, mas não impossibilita a Fazenda de
proceder à regular constituição do crédito tributário para prevenir a decadência do
direito. Precedente: EREsp 572.603/PR, Rel. Min. Castro Meira, Primeira Seção, DJ
05/09/2005. 2. O lançamento do ISS referente aos meses de Janeiro a Setembro de
1991 somente ocorreu em 27 de junho de 2001. Nesse sentido, a liminar conferida
em Mandado de Segurança, anteriormente impetrado pelo contribuinte, com a
finalidade de ver reconhecida isenção quanto ao tributo não impede a fluência do
prazo decadencial, apenas obstando a realização de atos de cobrança posteriores à
constituição: REsp 1.140.956/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seção, DJe
03/12/2010, julgado nos termos do artigo 543-C do Código de Processo Civil. 3.
Recurso especial provido. (STJ, REsp 1129450/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA,
SEGUNDA TURMA, julgado em 17/02/2011, DJe 28/02/2011).
E) Art. 2º, § 7º, Lei nº 6.830/80. O Termo de Inscrição e a Certidão de Dívida Ativa
poderão ser preparados e numerados por processo manual, mecânico ou
eletrônico.
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(2021/FUNDATEC/PGE-RS/Procurador do Estado) Constituído o crédito tributário
mediante lançamento de ofício pela autoridade fiscal, abre-se a oportunidade de
o sujeito passivo oferecer defesa, ainda na esfera administrativa, inaugurando a
fase litigiosa do processo administrativo fiscal. Na esfera administrativa, há,
ainda, a oportunidade de recurso para um tribunal administrativo fiscal. É correto
afirmar que:

A) O processo administrativo fiscal é regido por lei federal, porquanto compete à


União legislar privativamente sobre a matéria.

B) É constitucional a exigência de depósito em dinheiro ou arrolamento prévio de


bens como condição de admissibilidade do recurso no processo administrativo
fiscal.
C) A propositura, pelo contribuinte, da ação judicial tributária com o mesmo objeto
da discussão administrativa, importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera
administrativa e desistência do recurso acaso interposto.

D) As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo


tributário administrativo, tem efeito suspensivo da exigibilidade do crédito
tributário por 360 dias, após os quais os créditos retomam a sua exigibilidade,
podendo ser inscritos em dívida ativa, protestados e cobrados judicialmente,
mesmo na pendência de uma decisão final no contencioso administrativo tributário
que, sobrevindo em favor do contribuinte, implicará nulidade dos atos praticados.

E) O processo administrativo fiscal não comporta instrução probatória, somente se


prestando para as teses defensivas comprováveis de plano, mediante prova
documental previamente constituída, que deve instruir a defesa do contribuinte.
GABARITO: C.
A) Art. 22, CF. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo,
aeronáutico, espacial e do trabalho;

A contrario sensu, o direito administrativo não é matéria de competência privativa


da União. E ainda:
Súmula nº 633, STJ. A Lei n. 9.784/1999, especialmente no que diz respeito ao
prazo decadencial para a revisão de atos administrativos no âmbito da
Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma subsidiária, aos estados
e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria.
B) Súmula nº 373, STJ. É ilegítima a exigência de depósito prévio para
admissibilidade de recurso administrativo.

Súmula vinculante nº 21, STF. É inconstitucional a exigência de depósito ou


arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso
administrativo.
C) Art. 38, parágrafo único, Lei nº 6.830/80. A propositura, pelo contribuinte, da
ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera
administrativa e desistência do recurso acaso interposto.
D) “Suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Art. 151, III, do CTN até o
julgamento do pedido administrativo de compensação. ‘O recurso administrativo
suspende a exigibilidade do crédito tributário enquanto perdurar o contencioso
administrativo, nos termos do art. 151, III, do CTN’ (AGRG no RESP 1.469.755/SC,
Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 20/11/2014, DJe
28/11/2014). Agravo regimental improvido. (STJ; AgRg-REsp 1.498.850; Proc.
2014/0279628-6; RS; Segunda Turma; Rel. Min. Humberto Martins; DJE
03/03/2015).
E) Art. 18, Decreto nº 70.235/72. A autoridade julgadora de primeira instância
determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de
diligências ou perícias, quando entendê-las necessárias, indeferindo as que
considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine.
(2021/CESPE/CEBRASPE/PGE-MS/Procurador do Estado) A respeito do processo
executivo fiscal, julgue os itens a seguir, à luz da Lei n.º 6.830/1980 e da
jurisprudência dos tribunais superiores.

I No caso de dissolução irregular de empresa, ainda que se trate de execução


fiscal de dívida ativa não tributária, é possível o redirecionamento da dívida ao
sócio-gerente.

II O termo inicial para a oposição dos embargos à execução fiscal é a data da


efetiva intimação da penhora, e não a da juntada aos autos do mandado
cumprido.

III Não é possível ao fisco, no âmbito da execução fiscal, recusar a substituição do


bem penhorado por precatório quando este for emitido contra a própria fazenda
exequente.

Assinale a opção correta.


A) Apenas o item I está certo.

B) Apenas o item III está certo.

C) Apenas os itens I e II estão certos.

D) Apenas os itens II e III estão certos.

E) Todos os itens estão certos.


GABARITO: C.
I) Tema Repetitivo nº 630, STJ: Em execução fiscal de dívida ativa tributária ou não-
tributária, dissolvida irregularmente a empresa, está legitimado o
redirecionamento ao sócio-gerente.
II) STJ: O termo inicial para a oposição de embargos à execução fiscal é a data da
efetiva intimação da penhora, não da juntada do mandado aos autos (Tese julgada
sob rito do art. 543-C do CPC/1973 - Tema 131).
III) Súmula nº 406, STJ. A Fazenda Pública pode recusar a substituição do bem
penhorado por precatório.
(2022/CESPE/CEBRASPE/PGE-RO/Procurador do Estado) Uma pessoa jurídica
recebeu um mandado de citação relativa a uma execução fiscal, com ordem para
pagar, em até cinco dias, débitos de ICMS já inscritos em dívida ativa. Como não
houve o pagamento tempestivo, foi ordenada a penhora de bens.

Nessa situação hipotética, considerando-se a jurisprudência do STJ, o prazo para a


apresentação dos embargos à execução fiscal deve ser contado a partir

A) do ato de inscrição do crédito tributário em dívida ativa.

B) da juntada aos autos do mandado de citação.

C) do fim do prazo para o pagamento do crédito em execução.

D) da efetiva intimação da penhora.

E) da juntada aos autos do mandado de penhora cumprido.


GABARITO: D.
EMBARGOS NA EXECUÇÃO FISCAL

Art. 16, Lei nº 6.830/80. O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta)


dias, contados:

I - do depósito;

II - da juntada da prova da fiança bancária ou do seguro garantia;


(Redação dada pela Lei nº 13.043, de 2014)

III - da intimação da penhora.


STJ: O termo inicial para a oposição de embargos à execução fiscal é a data da
efetiva intimação da penhora, não da juntada do mandado aos autos (Tese julgada
sob rito do art. 543-C do CPC/1973 - Tema 131).
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(2022/Unesc/Prefeitura de Laguna – SC/Procurador Municipal) De acordo com a
Lei nº 8.397/92 e alterações posteriores, que institui medida cautelar fiscal e dá
outras providências, assinale a alternativa CORRETA.

A) A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, em 24 horas, a


indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite da satisfação da obrigação.

B) A medida cautelar fiscal conserva a sua eficácia no prazo do artigo antecedente e


na pendência do processo de execução judicial da Dívida Ativa, mas não pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modificada.

C) A medida cautelar fiscal decretada não poderá ser substituída pela prestação de
garantia correspondente ao valor da prestação da Fazenda Pública.
D) O Juiz concederá liminarmente a medida cautelar fiscal, dispensada a Fazenda
Pública de justificação prévia e de prestação de caução.

E) A Fazenda Pública será ouvida facultativamente sobre o pedido de substituição,


no prazo de cinco dias, presumindo-se da omissão a sua aquiescência.
GABARITO: D.
A) Art. 4°, Lei nº 8.397/92. A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de
imediato, a indisponibilidade dos bens do requerido, até o limite da satisfação da
obrigação.
B) Art. 11, Lei nº 8.397/92. Quando a medida cautelar fiscal for concedida em
procedimento preparatório, deverá a Fazenda Pública propor a execução judicial da
Dívida Ativa no prazo de sessenta dias, contados da data em que a exigência se
tornar irrecorrível na esfera administrativa.

Art. 12. A medida cautelar fiscal conserva a sua eficácia no prazo do artigo
antecedente e na pendência do processo de execução judicial da Dívida Ativa, mas
pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único. Salvo decisão em contrário, a medida cautelar fiscal conservará
sua eficácia durante o período de suspensão do crédito tributário ou não tributário.
C) Art. 10, Lei nº 8.397/92. A medida cautelar fiscal decretada poderá ser
substituída, a qualquer tempo, pela prestação de garantia correspondente ao valor
da prestação da Fazenda Pública, na forma do art. 9° da Lei n° 6.830, de 22 de
setembro de 1980.
Parágrafo único. A Fazenda Pública será ouvida necessariamente sobre o pedido de
substituição, no prazo de cinco dias, presumindo-se da omissão a sua aquiescência.
D) Art. 7º, Lei nº 8.397/92. O Juiz concederá liminarmente a medida cautelar fiscal,
dispensada a Fazenda Pública de justificação prévia e de prestação de caução.
Parágrafo único. Do despacho que conceder liminarmente a medida cautelar caberá
agravo de instrumento.
E) Art. 10, Lei nº 8.397/92. Art. 10. A medida cautelar fiscal decretada poderá ser
substituída, a qualquer tempo, pela prestação de garantia correspondente ao valor
da prestação da Fazenda Pública, na forma do art. 9° da Lei n° 6.830, de 22 de
setembro de 1980.
Parágrafo único. A Fazenda Pública será ouvida necessariamente sobre o pedido de
substituição, no prazo de cinco dias, presumindo-se da omissão a sua aquiescência.
(2022/FCC/PGE-AM/Procurador do Estado da 3ª Classe) O Supremo Tribunal
Federal reconheceu ser inconstitucional a majoração de determinado tributo com
decisão transitada em julgado em 25/10/2019. Ao perceber que tinha recolhido
tributo a maior em pagamento de 26/10/2015, Heitor Fortificações Ltda. efetua
compensação tributária correspondente em 23/12/2020, deixando de recolher o
tributo na mesma data. Ao ser contestado por autoridades fazendárias, Heitor
Fortificações Ltda. imediatamente ingressa com mandado de segurança em
25/10/2021. De acordo com o Código Tributário Nacional e a jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça,

A) houve decadência do direito à impetração do mandado de segurança e do


direito de repetir o indébito tributário.
B) o mandado de segurança é instrumento adequado à hipótese e houve prescrição
do direito de repetir o indébito tributário.

C) o mandado de segurança não é instrumento adequado à hipótese e houve


prescrição do indébito tributário.

D) o mandado de segurança é instrumento adequado à hipótese e não houve


prescrição do indébito tributário.

E) o mandado de segurança é instrumento adequado à hipótese e houve


decadência do direito a repetir o indébito tributário.
GABARITO: C.
Súmula nº 213, STJ. O mandado de segurança constitui ação adequada para a
declaração do direito à compensação tributária.

Sumula nº 460, STJ. É incabível o mandado de segurança para convalidar a


compensação tributária realizada pelo contribuinte.
Art. 168, CTN. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do
prazo de 5 (cinco) anos, contados:
I - nas hipóteses dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito
tributário;
II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a
decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha
reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória.
* Lançamento por homologação: repetição do indébito em 5 anos do pagamento –
LC 118/05:
Art. 3º, LC 118/05. Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no
5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito
tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no
momento do pagamento antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei.
(2022/FCC/PGE-AM/Procurador do Estado da 3ª Classe) Joaquim, Caíque e Juliana
eram sócios de JCJ Serviços de Limpeza Ltda. Joaquim e Caíque eram
administradores. Juliana era mera sócia cotista. Em 11/10/2018, em virtude de
crise financeira, JCJ declarou fato gerador de tributo sujeito a lançamento por
homologação, ocorrido em 28/09/2018. Não houve o pagamento. Joaquim
retirou-se da sociedade em 14/01/2019. A Fazenda propõe ação de execução
fiscal em 13/01/2020. Após tentativas de citação da pessoa jurídica, o oficial de
justiça certifica que JCJ Serviços de Limpeza Ltda. não mais exerce qualquer
atividade no local de sua sede, desde 12/01/2021, e que este fato não foi
comunicado pela empresa, ou pelos sócios, aos órgãos competentes. De acordo
com o entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça, a execução
fiscal
A) poderá ser redirecionada somente contra Caíque e Juliana, únicos sócios da
empresa, no momento da propositura da execução fiscal.

B) poderá ser redirecionada somente contra Caíque, único sócio administrador


quando da cessação da atividade da empresa.

C) não poderá ser redirecionada, pois o patrimônio da pessoa jurídica é distinto do


patrimônio dos sócios.

D) poderá ser redirecionada contra Joaquim, Caíque e Juliana, pois eram sócios
proprietários de JCJ na época do fato gerador.

E) poderá ser redirecionada somente contra Joaquim e Caíque, que eram sócios
administradores de JCJ, no momento da ocorrência do fato gerador.
GABARITO: B.
Art. 135, CTN. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a
obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou
infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito
privado.
- Critério do momento da dissolução irregular da empresa (e não do fato gerador) à
aferição do sócio-gerente responsável pelo débito tributário:
Súmula 435, STJ. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de
funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes,
legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
O redirecionamento da execução fiscal, quando fundado na dissolução irregular da
pessoa jurídica executada ou na presunção de sua ocorrência, pode ser autorizado
contra o sócio ou o terceiro não sócio, com poderes de administração na data em
que configurada ou presumida a dissolução irregular, ainda que não tenha
exercido poderes de gerência quando ocorrido o fato gerador do tributo não
adimplido, conforme art. 135, III, do CTN.
(STJ. 1ª Seção. REsp 1.645.333-SP, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
25/05/2022; Recurso Repetitivo – Tema 981).
Bons Estudos!

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